um dos mais lindos álbuns da história do rock. SÉCULO XX Também nos Estados Unidos, Bob Dylan fazia um cruzamento entre o folk e o rock. Nas letras, engajamento político e poesia. Do outro lado do Atlântico, na primeira metade da década, vinha a A HISTÓRIA DO chamada invasão britânica, que tomou conta das ROCK IN ROLL paradas americanas. Grupos que, influenciados pela música negra americana, agora ROCK - Treze de compunham as próprias canções, com refrão julho dia mundial fácil, letras elaboradas e que agradavam em do gênero musical com mais de 50 anos e que cheio ao público jovem, alvo da indústria ainda guarda vigor e a rebeldia de um fonográfica pós-Elvis. Daí, vieram The Kinks, adolescente. Animals, The Who, The Faces, Rolling Stones e O ritmo, que nasceu com os negros Beatles. Os rapazes de Liverpool chegaram para americanos, é filho direto do blues do Mississipi. sacudir o mundo, estabelecer de vez a cultura Esse som eletrizante, proibido para as mocinhas pop e fazer da música uma verdadeira revolução. brancas, era tachado pela conservadora Jovens e bonitos, logo caíram no gosto das sociedade americana dos anos 50 como coisa do mocinhas. Nessa época, outra banda iria diabo e que devia, a todo custo, ser evitado. Nos estabelecer novos padrões para o rock. Agora, primórdios, Fats Domino, já em 1949, vendia com uma atitude mais rebelde e agressiva e mais de 1 milhão de cópias do primeiro single com um som mais pesado, com raízes no blues: The Fat Man, Chucky Berry alucinava as platéias os Rolling Stones. Numa jogada de marketing, a com seus solos de guitarra e Little Richard era o trupe de Mick Jagger era o oposto dos Beatles: responsável por sucessos como Tutti Frutti e nada de terninhos e sorrisos para a plateia, os Long Tall Sally. Mas esse era apenas o começo. Stones eram durões e encarnavam a rebeldia Lá pela metade dos anos 50, na onda das que se espera de uma banda de rock. vibrações que vinham do gueto negro, aparece Os jovens continuavam procurando um garoto com voz potente, uma dança novos sons e formas de expressar seus anseios. desconcertante e sexy, que, para espanto geral, Em 65, surge, na Califórnia o The Doors, era branco: Elvis Presley. Nascia o primeiro pop liderado pelo gênio alucinado de Jim Morrison. star do planeta, o rei do rock. Com Elvis, o rock Nessa época, as drogas eram comuns no rock, e chegou com todo vigor ao público branco. Já não Morrison foi um voraz consumidor, que acabou tinha mais volta. A semente da rebeldia estava morrendo de overdose, aos 27 anos, em Paris. ali, e uma música poderosa, capaz de mudar Outro americano que também foi fundo nas comportamentos e influenciar gerações, e drogas e morreu de overdose, aos 27 anos, foi o também. Os jovens, agora, sabiam como se gênio da guitarra Jimi Hendrix. expressar. Em meados da década, o movimento Rebeldia Nos anos 60, o mundo entrava de vez hippie estava a todo vapor, pregando paz, amor na sociedade de consumo. A televisão ditava e sexo livre. Além de Jimi Hendrix, Janis Joplin modas, e a guerra fria era a grande paranoia. era outro ícone desses jovens de cabelos Garotos imberbes percebiam que a música era o grandes, batas e que usavam as drogas para grande sonho libertário. Eles queriam mudar o expandir a mente. O maior evento dessa geração mundo, mas, em vez de armas, eles pegavam foi o Festival de Woodstock, que, em 69, reuniu em guitarras. Em 61, na Califórnia, os Beach milhares de jovens numa fazenda para três dias Boys faziam o maior sucesso com uma surf de música. É em Woodstock que Crosby, Still, music que tinha um pé no doo woop (aquele Nash and Young toca para mais de 400 mil estilo de grupos vocais, que usavam terninhos, pessoas. Era a estreia de Neil Young no grupo, o estalavam os dedos e eram muito afinados). bardo canadense, que já estava na estrada com Brian Wilson, o gênio por trás do grupo, estava o seu folk desde o começo da década. Mas, em decidido a fazer um disco inteiro conceitual, e Nova Iorque, no final dos anos 60, a história era não apenas uma colagem de singles, como era outra. Um movimento artístico reunia atores, poetas, artistas plásticos e músicos, muitos deles gravitando em torno de Andy Warhol. E foi na Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a Factory que surgiu uma das bandas que mais namorada Nancy Spungen. Com os Pistols, influenciaram o rock nos anos seguintes: o Velvet outras bandas punk aparecem. Dessas, a mais Underground. A banda conseguia juntar a poesia importante foi a The Clash, formada em 76. Da crua de Lou Reed, que falava de drogas, Alemanha, vem um som mais conceitual, uma travestis e prostitutas, com arranjos mistura de música erudita com efeitos experimentais e de vanguarda de Jonh Cale. eletrônicos, experimentações. Era o Kraftwerk, Tudo isso, na voz melancólica da modelo que pode ser considerado o precursor da europeia Nico. eletrônica, juntamente com o Can e o Neu. Daí surge o Krautrock. ATEMPORAL E ETERNO - II Anos 80 A década de 70 estourou alguns movimentos que já estavam em prática nos anos 60. Um Chegam os anos 80, ainda com aquele restinho deles foi o chamado rock progressivo, que tinha de onda punk. Mas o gosto de ressaca estava no composições de até 15 minutos, muitas vezes se ar. Essa geração vinha cheia de melancolia, com aproximando da música erudita. Os músicos uma rebeldia mais triste, sombria e solitária. Nas eram virtuoses, e o som, viajante. A banda mais letras, muitas vezes niilistas, um lirismo que famosa dessa época foi a Pink Floyd, que, no representava muito bem o sentimento dos jovens começo, tinha como letrista e guitarrista o insano da época. Era o pós-punk. De Liverpool, vinha o Syd Barret, que logo foi afastado por causa das Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o drogas. O Pink Floyd ficou famoso com álbuns Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian como The Dark Side of The Moon e The Wall. Curtis, que se enforca, aos 22 anos de idade. O Numa onda mais progressiva e menos pop, resto da banda formaria o New Order. Darks e estavam bandas como King Crimson, Gênesis, góticos também eram bem representados pelo Emerson Lake and Palmer, Yes e Love. Outra Sister of Mercy, The Mission, The Cult e vertente do rock dos anos 70 foi o chamado Bauhaus. Ao contrário dos góticos, uma galera heavy metal ou sua quase alma gêmea: o hard queria fazer música divertida e para dançar. Era rock. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de a new wave chegando, com roupas coloridas, gel tachinhas, cabelos compridos e guitarristas no cabelo e muita alegria, como o B’52 e o metidos a semideuses. Muitas bandas Talking Heads, de David Byrne. Com certeza, as exploravam o tema do satanismo, o que três bandas mais famosas nos anos 80 foram arregimentava uma legião de fãs adolescentes. The Cure, The Smiths e U2. A Cure tinha aquele Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy visual dark, só usava roupa preta, batons Osbourne, Judas Priest, Scorpions, Iron Maiden, escuros, maquiagem e cabelos arrepiados. Era a Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos outros. O rapaziada liderada por Robert Smith. The Smiths, Led Zeppelin também trafegava nessa praia, considerada por muitos como a melhor banda com um pouco mais de poesia, o que traria uma dos 80, apostava no lirismo das letras de das boas parcerias do rock: Robert Plant e Morrissey e nas guitarras de Jonnhy Marr. Os Jimmy Page. Na Inglaterra, em 75, Malcom irlandeses da U2 desde o começo traziam uma Maclaren, que já tinha sido empresário dos Dolls preocupação política nas letras como em Sunday e era dono de uma loja de roupas que mais Blood Sunday. parecia um sex shop, forma a banda que seria um dos maiores fenômenos da história do rock: Anos 90 os Sex Pistols. Na Califórnia, os rapazes do Red Hot Chilli Estava criada a base do movimento Pepers começam a estourar em 89, com um som punk. Logo, camisetas rasgadas, alfinetes de pesado, às vezes misturado com hip hop. Mas o segurança, cabelos coloridos, arrepiados ou ao grande movimento da década vinha de Seattle. estilo índio moicano eram a moda dos rebeldes Garotos que não estavam nem aí para o visual, londrinos. Os shows dos Pistols eram uma vestiam jeans rasgado, camisas de flanela loucura, assim como as performances do quadriculada e faziam um som alternativo, em vocalista Jonnhy Rotten (Joãozinho Podre, por pequenos clubes e bares da cidade. O que causa dos dentes estragados) e do baixista Sid parecia um movimento underground isolado, em Vicious, que morreu de overdose, em Nova pouco tempo, vira o mainstream, quando a Alguns dizem que ele é chato Outros dizem que é pequena gravadora subpop lança, em 89, o banal Já o colocam em propaganda fundo de primeiro disco de uns garotos que estavam comercial Mas o bicho ainda entorta minha coluna cervical (coluna cervical) começando. O disco era Bleach, e os garotos eram o Nirvana. Em menos de dois anos, a Já dizia o Eclesiastes Há dois mil atrás Debaixo do sol banda liderada por Kurt Cobain sai de Seattle não há nada novo Não seja bobo meu rapaz Mas para o mundo e, em 91, lançam o álbum mais nunca vi Beethoven fazer Aquilo que Chuck Berry faz importante da década: Nervermind. O grunge (Chuck Berry faz) E pra terminar com esse papo Eu só explode e vira moda e atitude para milhões de queria dizer Que não importa o sotaque e sim o jeito adolescentes. O movimento ainda tinha Pearl de fazer Jam, Mudhoney, Soundgarten e Alice in Chains, Pois há muito percebi que Genival Lacerda tem a ver todas de Seattle. Pronto, a geração de 90 já com Elvis e com Jerry Lee (Elvis e Jerry Lee) Por aí os tinha o seu som garantido e também o seu ídolo: sinos dobram, isso não é tão ruim Pois se são sinos Kurt Cobain. O casamento com Courtney Love, da morte ainda não bateram para mim E até chegar a para muitos, fazia lembrar a história de Sid minha hora eu vou com ele até o fim. Vicious and Nany Spungen. O amor era grande, e as brigas, também. As drogas tornam-se cada vez mais constantes. Seguindo o destino trágico da família (dois de seus tios se mataram), o ídolo de milhões de jovens suicida-se aos 27 anos com um tiro de espingarda. Era o fim do grunge.
A década de 90 também abriga o britpop, que
vem da Inglaterra e abarca grupos bastante distintos, como o polêmico Oasis, dos irmãos Galangher, o Blur, de Dalman Albarn, o cultuado Radiohead, de Tom York, o Pulp, de Jarvis Cocker, e o Suede. Enquanto isso, os americanos Strokes e White Stripes e os suecos The Hives conservam o vigor do bom e velho rock in roll.
Ouça a música de Raul Seixas:
♪ ♫ Rock 'n' Roll ♫ ♪
Há muito tempo atrás na velha Bahia Eu imitava Little
Richard e me contorcia as pessoas se afastavam pensando que eu tava tendo um ataque de epilepsia (de epilepsia) No teatro Vila Velha, velho conceito de moral Bosta Nova pra universitário, gente fina, intelectual Oxalá, oxum dendê oxossi de não sei o quê (de não sei o quê)
dizia que indecência era o mesmo Feijão com arroz Eu não podia aparecer na televisão
Pois minha banda era nome de palavrão (nome de
palavrão) E lá dentro do camarim no maior abafamento A mulherada se chegando altos pratos pratos suculentos E do meu lado um hippie punk Me chamando de traidor do movimento (vê se eu aguento) (Traidor do movimento)