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CEUMA UNIVERSIDADE

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
COORDENADORIA DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

MARIANA SILVA TORRES

ANÁLISE DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO DE


BARREIRINHAS/MARANHÃO COM BASE NA POLITICA NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS: um estudo de caso

São Luís
2014
MARIANA SILVA TORRES

ANÁLISE DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO DE


BARREIRINHAS/MARANHÃO COM BASE NA POLITICA NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS: um estudo de caso

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia


Ambiental, da Universidade CEUMA, como requisito
obrigatório para obtenção de grau de Bacharel em
Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Msc. Mário Masao Goto.

São Luís
2014
MARIANA SILVA TORRES

ANÁLISE DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO DE


BARREIRINHAS/MARANHÃO COM BASE NA POLITICA NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS: um estudo de caso

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia


Ambiental, da Universidade CEUMA, como requisito
obrigatório para obtenção de grau de Bacharel em
Engenharia Ambiental.

Aprovada em / /

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof. Msc. Mário Masao Goto (Orientador)
Mestre em Biodiversidade e Conservação
Universidade CEUMA

____________________________________________________
Prof. Esp. Eduardo Henrique Costa Rodrigues
Universidade CEUMA

____________________________________________________
Prof. Doc. Paulo Cesar Mendes Villis
Universidade CEUMA
RESUMO

O consumo e a intensa geração de resíduos sólidos urbanos é um dos grandes problemas


ambientais na atualidade. A gestão desses resíduos tem sido foco da preocupação de
pesquisadores das mais diversas áreas de estudo, além de se tornar um dos grandes desafios
para as cidades ao longo das próximas décadas (SANTIAGO et al., 2012). Municípios
brasileiros apresentam limitações e/ou deficiências no que diz respeito aos aspectos
normativos, operacionais e principalmente de planejamento, acarretando uma precária
estrutura para o gerenciamento dos resíduos. Nos municípios de pequeno porte a situação
ainda é mais preocupante (BARATTO et al., 2013). O presente trabalho estabelece um
cenário da gestão dos resíduos sólidos urbanos do município de Barreirinha/MA, com o
objetivo de identificar e analisar o modelo de gestão, tomando como referencia a Lei n°12.305
de 02 de agosto de 2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O
procedimento metodológico adotado será de pesquisa bibliográfica, aplicação de questionário
para obtenção de dados, entrevistas e visitas ao município e aos locais de tratamento e
disposição final de resíduos. A importância desse estudo reside justamente aos impactos
ambientais decorrentes do tratamento, acondicionamento e principalmente a disposição
inadequada dos resíduos urbanos (MEDEIROS, 2012). Sendo a região de estudo uma
Unidade de Conservação e uma área de especial interesse turístico.

Palavras-chave: Gestão. Resíduos Sólidos Urbanos. Barreirinhas/MA. Política Nacional de


Resíduos Sólidos.
ABSTRACT

Consumption and the intensive making of urban solid residues is one of the great
environment problems in the present days. The management of these residues has been the
focal point of researcher’s worry among the several study areas, as well as becoming one of
the great challenges to the cities along the next decades (SANTIAGO et al., 2012). Brazilian
municipalities present limitations and/or deficiencies as to the normative and operational
aspects, mainly of planning, so carrying a precarious structure to the management of residues.
In the small municipalities the state of things is more worrying (BARATTO et al., 2013).The
present paper establishes a scenery of the management of solid urban residues in the
municipally of Barrerinhas (MA/Brazil) and intends to identify and analyze the management
sample, so taking like reference the Law nº. 12.305 of the 2nd of August of 2010 which
instituted the National Politics of Solid Residues. The methodological procedure adopted in
this study will be from bibliographical inquire, an applied questionnaire in order to obtain
data, interviews and visits in the municipality and in the local for the final dispositional and
treatment of residues, the importance of this study just residues according to the environment
impacts decurred of treatment, arranging and mainly the inadequate disposition of the urban
residues (MEDEIROS, 2012). That study region is a Conservation Unity and special touristic
area.

Key-Words: Management. Urban Solid Residues. Barreirinhas/MA/Brazil. National Politics


of Solid Residues.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Geração de resíduos no Brasil ................................................................... 32


Figura 2 Disposição final do resíduo no Brasil ........................................................ 32
Figura 3 Principais receptores finais de coleta seletiva – Maranhão ....................... 37
Figura 4 Destino dos resíduos sólidos no Maranhão ............................................... 38
Figura 5 Localização da Cidade de Barreirinhas ..................................................... 42
Figura 6 Mapa de localização do lixão de Barreirinhas .......................................... 46
LISTA DE FOTOS

Foto 1 Equipamento utilizado para o serviço de varrição de ruas .......................... 44


Foto 2 Caminhão Volkswagen adaptada com carroceria de madeira ..................... 44
Foto 3 Caminhonete Toyota Bandeirante adaptada com carroceria de madeira ..... 44
Foto 4 Caminhonete Toyota Hilux adaptada com carroceria de madeira ............... 45
Foto 5 Caminhão caçamba ...................................................................................... 45
Foto 6 Triciclo ......................................................................................................... 45
Foto 7 Caminhão compactador ............................................................................... 45
Foto 8 Cestos coletores seletivos ............................................................................ 46
Foto 9 Disposição do resíduo urbano de Barreirinhas no lixão da cidade .............. 47
Foto 10 Lixão da cidade de Barreirinhas .................................................................. 47
Foto 11 Crianças no lixão de Barreirinhas ................................................................ 47
Foto 12 Catador no lixão de Barreirinhas ................................................................. 47
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Classificação dos resíduos ...................................................................... 19


Quadro 2 Doenças relacionadas com o lixo e transmitidas por vetores ................. 29
Quadro 3 Destinação final de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos por
número de municípios ............................................................................ 33
Quadro 4 Cooperativas de catadores de recicláveis do Maranhão ......................... 36
Quadro 5 Divisão de municípios por tamanho da população ................................. 41
Quadro 6 Equipamentos utilizados na limpeza pública ......................................... 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Quantidade de Municípios que exercem a coleta seletiva, e a


quantidade de material arrecadado. ........................................................... 34
Tabela 2 Total de resíduos coleados no Brasil ......................................................... 35
Tabela 3 Total de municípios com serviço de coleta seletiva .................................. 36
Tabela 4 Quantidades e tipo caminhões utilizados .................................................. 38
LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ADESA - Associação de Desenvolvimento Ambiental
AIA - Avaliação de Impacto Ambiental
CEE - Comunidade Econômica Européia
CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONSULPLAN - Consultoria e Planejamento Ltda.
GIRSU - Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos
IDS - Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
MMA - Ministério do Meio Ambiente
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNRS - Política Nacional dos Resíduos Sólidos
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
SEMA/MA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão
USEPA - Agência de Proteção Ambiental Americana
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 15
2.1 Definição e classificação dos resíduos sólidos ..................................................... 15
2.1.1 Definição ................................................................................................................. 15
2.1.2 Classificação ........................................................................................................... 16
2.2 Resíduos Sólidos – Legislações ............................................................................. 19
2.2.1 Leis Federais ........................................................................................................... 19
2.2.2 Resoluções CONAMA e Portarias MMA ............................................................... 21
2.2.3 Convenções Internacionais...................................................................................... 23
2.2.4 Associação Brasileira de Normas Técnicas ............................................................ 24
2.2.5 Legislação Estadual ................................................................................................. 25
2.2.6 Política Nacional dos Resíduos Sólidos ................................................................. 25
2.3 Problemática do resíduo sólido urbano............................................................... 27
2.4 Gestão e gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos ..................... 29
2.4.1 Gestão de resíduo urbano no Brasil ........................................................................ 31
2.4.2 Gestão de resíduo urbano no Maranhão .................................................................. 35
3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 40
3.1 Geral ....................................................................................................................... 40
3.2 Específicos .............................................................................................................. 40
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 41
4.1 Área de estudo ....................................................................................................... 41
4.2 Coleta de dados ...................................................................................................... 42
4.3 Diagnóstico da atual GRSU em Barreirinhas-MA ............................................. 43
4.3.1 Serviços de limpeza urbana ..................................................................................... 43
4.3.2 Coleta de transporte................................................................................................. 44
4.3.3 Coleta seletiva ......................................................................................................... 45
4.3.4 Disposição final dos resíduos sólidos ..................................................................... 46
6 RESULTADOS E CONCLUSÕES DO DIAGNÓSTICO................................. 48
6.1 Análise dos recursos destinados para a Gestão de Resíduos Sólido do
Município de Barreirinhas ................................................................................... 48
6.1.1 Coleta ...................................................................................................................... 49
6.1.2 Local de acondicionamento e destinação final dos resíduos sólidos ...................... 49
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS ............................................ 51
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 54
APÊNDICE ........................................................................................................... 58
12

1 INTRODUÇÃO

Historicamente, observa-se que os resíduos sólidos eram produzidos desde os


tempos mais remotos, porém em pequena quantidade e constituído basicamente de restos de
alimentos o que possibilitava que o meio ambiente assimilasse de forma a não prejudicar o
seu desenvolvimento. Depois da Revolução Industrial, com o surgimento de fábricas e o
consumo exagerado, a produção de resíduos começou a aumentar significativamente
(LUCIANA, 2004).
Hoje vivemos em uma cultura de desperdício, em que a demanda por bens e
serviços extrapola o ritmo do crescimento populacional para atender as necessidades de
“consumo imediato”. Que por sua vez, está diretamente associado ao desperdício, à
significativa produção de resíduos, à qualidade de vida e consequentemente à exploração
desenfreada dos recursos naturais (CORTEZ; ORTIGOZA, 2007).
O desenvolvimento econômico, o crescimento populacional, a urbanização e a
revolução tecnológica vêm sendo acompanhados por alterações no estilo de vida e nos modos
de produção e consumo da população. Como decorrência direta desses processos, vem
ocorrendo um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em quantidade como em
diversidade, principalmente nos grandes centros urbanos. Além do aumento da quantidade, os
resíduos produzidos atualmente passaram a abrigar em sua composição elementos sintéticos e
perigosos ao meio ambiente e à saúde humana, em virtude das novas tecnologias
(FERREIRA; ANJOS, 2001; VELLOSO, 1995).
Devido a esse grande volume de resíduo produzido pela população em
quantidades cada vez maiores, a destinação final adequada, atualmente, é considerada como
um dos principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas no Brasil (ALBERTE;
CARNEIRO; KAN, 2005).
Ao avaliarmos o modelo de tratamento e destino final utilizado pelos 5.507
municípios brasileiros, os dados são preocupantes, pois 50,8% dos municípios brasileiros
ainda utilizam dos lixões para destino final do resíduo urbano e apenas 27,7% enviam o
resíduo para aterros sanitários, e 22,5% são depositados em aterros controlados (BRASIL,
2008).
Na cidade de Barreirinhas a atual disposição final do lixo é classificada como
lixão, uma simples descarga de lixo sobre o solo, sem cuidados com a saúde pública e/ou o
meio ambiente. Segundo dados levantados com a empresa WS CONSTRUÇÕES E
SERVIÇOS LTDA responsável pela gestão de resíduos de Barreirinhas, o município gera
13

cerca 28 toneladas de resíduo urbano por dia o que daria em media uma geração per capita de
1,9 kg/habitante/dia.
Os resíduos sólidos urbanos são resíduos provenientes de atividades domésticas
em residências e os resíduos da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, além de
outros serviços de limpeza urbana. Esses resíduos sofreram alterações quantitativas e
qualitativas ao longo do tempo, contudo sua gestão não acompanha a evolução das
tecnologias de produção (CORTEZ; ORTIGOZA, 2007; DIAS, 2009).
Portanto, torna-se fundamental a existência de uma gestão efetiva a ser
desenvolvida pelas administrações públicas municipais. De acordo com a Lei n° 12.305 de
2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b), a gestão
integrada de resíduos sólidos urbanos é caracterizada como o conjunto de ações voltadas para
a busca de soluções para esses resíduos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável.
Para que uma gestão de resíduos possa ser considerada eficaz, os resíduos têm que
ser geridos de forma consistente, deve-se contemplar questões relacionadas ao ciclo de vida
do produto, ou seja, a minimização do uso dos recursos da natureza e a não geração dos
resíduos. Isso pode ser atingido com o combate ao desperdício, o incentivo à minimização e
também pela coleta seletiva, visando à salubridade local pela eficiência na prestação dos
serviços (AGAMUTHU; KHIDZIR; FAUSIAH, 2009), ou seja, a solução pode estar no
desenvolvimento de modelos integrados e sustentáveis que considerem desde o momento da
geração dos resíduos, a maximização de seu reaproveitamento e reciclagem (DIAS, 2003).
A busca por uma solução adequada para os resíduos sólidos urbanos deve
acontecer em todos os municípios, porem deve-se levar em consideração as diferenças de
capacidade econômica, qualificação técnica e características ambientais de cada município
(FERREIRA, 2004).
Tendo em vista todas estas dificuldades faz-se necessário à introdução de uma
gestão de resíduos sólidos urbanos que preze pelo planejamento de ações e medidas
compatíveis coma realidade local de modo a minimizar os problemas decorrentes do manejo
inadequado dos resíduos.
A gestão inadequada de resíduos sólidos produz grandes impactos ambientais,
causando poluição das águas superficiais e subterrâneas, contaminação dos solos e do ar e a
proliferação de doenças; não constituem somente um problema de ordem estética, mas
representam também uma séria ameaça ao homem e ao meio ambiente, diminuindo
14

consideravelmente os espaços úteis disponíveis (TENÓRIO; SPINOSA, 2004), o que é


preocupante, principalmente para o município de Barreirinhas/MA, localizado na
microrregião dos Lençóis Maranhenses, a Latitude 02º 44' 49" S e Longitude: 42º 49' 35" W
limitado ao norte por grande linha de contato com o Oceano Atlântico. O município abrange
44,86% do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses que pelo Decreto n° 86.060, de 02 de
Junho de 1981 é considerado uma Unidade de Conservação (ICMBio, 2014), além de ser uma
área de grande interesse turístico.
Nesse sentido, o presente estudo estabelece um recorte situacional da gestão dos
resíduos sólidos urbanos no município de Barreirinhas/MA, que poderá servir de auxilio nas
tomadas de decisões estratégicas e no planejamento de ações e medidas que atendam
satisfatoriamente as necessidades do município, tomando como referência a Lei nº
12.305/2010 que estabelece a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b).
15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Definição e classificação dos resíduos sólidos

2.1.1 Definição

Lixo é uma palavra latina (lix) que significa cinza, vinculada às cinzas dos fogões.
Segundo Ferreira (1999, p.43), lixo é “aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga
fora; entulho. Tudo o que não presta e se joga fora. Sujidade, sujeira, imundície. Coisa ou
coisas inúteis, velhas, sem valor”.
Desde a década de 1970, resíduos sólidos vem sendo definido por diversos
autores:
Jardim e Wells (1995, p. 23) definem lixo como “[...] os restos das atividades
humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis, ou descartáveis”.
Para Sewell (1978) o termo lixo é definido como “materiais indesejados pelo
homem que não podem fluir diretamente para os rios ou se elevar imediatamente para o ar”.
De acordo com Girord (1993, p.30) o artigo 1 da Lei Francesa nº 75.663 de 17 de
julho de 1975, define resíduos sólidos como “todo resíduos de um processo de produção, de
transformação ou utilização, toda substância, matéria, produto, ou mais geralmente, todo bem
móvel abandonado ou que seu proprietário o destina ao abandono”
Para Moreira et al. (1994) a Comunidade Econômica Européia (CEE), de acordo
com as diretrizes 75/442 e 78/319, define o lixo como “qualquer substância ou objeto cujo
detentor se desfaz segundo a legislação vigente”.
A Agenda 21 Brasileira, capítulo 21, item 21.3, define os resíduos sólidos como
“[...] todos os restos domésticos e resíduos não perigosos, tais como os resíduos comerciais e
institucionais, os resíduos sólidos da rua e os entulhos de construção” (BRASIL, 2001).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10.004 no item três
tem definido os resíduos sólidos e semi-sólidos como:

[...] que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,


hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados
em equipamento [...]. Instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água que exijam para isso soluções técnicas economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p.1).
16

Em 2010, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os


resíduos sólidos são materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de
atividades humanas em sociedade, aos quais a destinação final se procede, se propõe proceder
ou se está obrigado a proceder (BRASIL, 2010a). Podem apresentar-se no estado sólido ou
semissólido, gasoso (quando contidos em recipientes) e líquido (quando apresentem
particularidades que tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exijam para isso soluções).

2.1.2 Classificação

Os resíduos sólidos são classificados quanto a sua origem ou fonte e quanto ao seu
grau de periculosidade em relação a determinados padrões de qualidade ambiental e de saúde
pública. A classificação determina a disposição final desses resíduos e cada país adota sua
classificação particular (LOPES, 2003).
No Brasil, a classificação dos resíduos segue aos critérios da Agência de Proteção
Ambiental Americana (USEPA) com algumas adaptações. A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) possui uma relação de normas relacionadas a resíduos sólidos:
 NBR 7039, de 1987 – Pilhas e acumuladores elétricos – Terminologia;
 NBR 7500, de 1994 – Símbolos de riscos e manuseio para o transporte e
armazenamento de materiais.
 NBR 7501, de 1989 – Transporte de produtos perigosos – Terminologia.
 NBR 9190, de 1993 – Sacos plásticos – Classificação.
 NBR 9191, de 1993 – Sacos plásticos – Especificação.
 NBR 9800, de 1987 – Critérios para lançamento de efluentes líquidos
industriais nº sistema coletor público de esgoto sanitário – Procedimento.
 NBR 10004, de 1987 – Resíduos sólidos – Classificação.
 NBR 10005 – Lixiviação de resíduos.
 NBR 10006 – Solubilização de resíduos.
 NBR 10007 – Amostragem de resíduos.
 NBR 11174, de 1990 – Armazenamento de resíduos classe II, não-inertes, e III,
inertes – Procedimentos.
 NBR 12245, de 1992 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos –
Procedimentos.
17

 NBR 12807, de 1993 – Resíduos de serviço de saúde – Terminologia.


 NBR 12808, de 1993 – Resíduos de serviço de saúde – Classificação.
 NBR 12809, de 1993 – Manuseio de resíduos de serviço de saúde –
Procedimento.
 NBR 13055, de 1993 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo –
Determinação da capacidade volumétrica.
 NBR 13221, de 1994 – Transporte de resíduos – Procedimento.
 NBR 13463, de 1995 – Coleta de resíduos sólidos – Classificação.
 NBR 8419, de 1992 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de
resíduos sólidos urbanos.
 NBR 13896, de 1997 – Aterros de Resíduos não Perigosos – Critérios para
Projeto, Implantação e Operação.
Dentre estas normas a NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos sólidos
conforme os riscos potenciais de contaminação ao meio ambiente, os resíduos são
classificados em três classes: Resíduos classe I - Perigosos; Resíduos classe II - Não inertes;
Resíduos classe III - Inertes.

a) Resíduos classe I - Perigosos

Correspondem aos resíduos sólidos ou mistura de resíduos que, em função de suas


características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade,
podem apresentar risco à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de
mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente,
quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

b) Resíduos classe II - Não inertes

São classificados como classe II ou resíduos não inertes os resíduos sólidos ou


mistura de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I ou na Classe II – B. Esses
resíduos podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade
em água. São, basicamente, os resíduos com as características do lixo doméstico.
18

c) Resíduos classe III– Inertes

São classificados como classe II – B os resíduos sólidos ou mistura de resíduos


sólidos que, quando amostrados de forma representativa, segundo a NBR 10007 (ABNT,
2004), e submetidos ao teste de solubilização, conforme a NBR 10006 (ABNT, 2004), não
tenham nenhum de seus constituintes solubilizado sem concentrações superiores aos padrões
de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Outro critério de classificação dos resíduos sólidos é quanto à origem ou fonte do
resíduo. A Lei n° 12.305/10 (BRASIL, 2010b) no Art. 13° define os resíduos sólidos quanto a
sua origem como:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências


urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e
vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do
SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.

Tanto a definição como os critérios de classificação evidenciam que a composição


dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é bastante diversificada. Entre os vários resíduos
gerados, estão, normalmente, sob responsabilidade do poder municipal os resíduos de origem
domiciliar ou aqueles com características similares, como os comerciais e os resíduos da
limpeza pública (Quadro 1). Os resíduos dos serviços de saúde e da construção civil são de
responsabilidade do gerador, estando sujeitos à legislação específica vigente (BARBOSA,
2004).
19

Quadro 1 - Classificação dos resíduos

Responsabilidade
Quanto à origem
pelo Gerenciamento
Originado nas atividades diárias das residências. Exemplos:
Domiciliar restos de alimentos,embalagens em geral, papel e revistas, Prefeitura
fraldas descartáveis etc.
Originado nos diversos estabelecimentos comerciais e de
Comercial Prefeitura*
serviços, tais como supermercados,bancos, lojas, bares etc.
Originado nos serviços de limpeza pública urbana.
Exemplos:resíduos de varrição, limpeza de galerias, restos de
Público podas,capinas etc. Prefeitura
Limpeza de áreas de feiras livres, composto por restos de
vegetais, embalagens etc.
Resíduos que contêm ou potencialmente podem conter germes
Serviços de Saúde patogênicos, provenientes de hospitais, clínicas, laboratórios, Gerador
farmácias etc.
Portos, Aeroportos e Resíduos que contêm ou potencialmente podem conter germes
Terminais Rodoviários e patogênicos, produzidos nos portos, aeroportos e terminais Gerador
Ferroviários rodoviários e ferroviários.

Originado nas atividades dos diversos ramos da indústria,tais


Industrial Gerador
como metalúrgica, química,petroquímica, alimentícia etc.
Resíduos das atividades agrícolas e da pecuária. Exemplos:
Agrícola embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, Gerador
restos de colheita etc.
Resíduo da construção civil, composto por material de
Entulho Gerador
demolição,restos de obras etc.
* A prefeitura é responsável por quantidades pequenas (geralmente inferiores a 50 kg), de acordo com a legislação
municipal específica. Quantidades superiores são de responsabilidade do gerador.
Fonte: Cândido et al. (2009). Modificado pelo autor.

2.2 Resíduos Sólidos – Legislações

2.2.1 Leis Federais

 Constituição Federal, artigos 23, inciso VI -“compete à União, aos Estados, ao


Distrito Federal e aos Municípios proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer das suas formas” (BRASIL, 1988);
 Constituição Federal, artigo 24 - estabelece a competência da União, dos
Estados e do Distrito Federal em legislar concorrentemente sobre “[...]
proteção do meio ambiente e controle da poluição” (inciso VI) (BRASIL,
1988); e,
 Constituição Federal, artigo 30, incisos I e II - estabelece que cabe ainda ao
poder público municipal “legislar sobre os assuntos de interesse local e
suplementar a legislação federal e a estadual nº que couber” (BRASIL, 1988).
20

 Lei Federal nº 6.938, de 31/8/81 - dispõe sobre a Política Nacional de Meio


Ambiente, institui a sistemática de Avaliação de Impacto Ambiental para
atividades modificadoras ou potencialmente modificadoras da qualidade
ambiental, com a criação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); institui
licenças a serem obtidas ao longo da existência das atividades modificadoras
ou potencialmente modificadoras da qualidade ambiental;
 Lei Ordinária 787, de 1997 – Dispõe sobre o Programa de Prevenção de
Contaminação por Resíduos Tóxicos, a ser promovido por empresas
fabricantes de lâmpadas fluorescentes, de vapor de mercúrio, vapor de sódio e
luz mista e dá outras providências.
 Lei de Crimes Ambientais - artigo 54, § 2o, inciso V, penaliza o lançamento de
resíduos sólidos, líquidos ou gasosos em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos; § 3o do mesmo artigo, a lei penaliza
quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente,
medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreparável.
 Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305 de 02/08/2010, Institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998; e dá outras providências;
 Decreto Federal 5.940, de 25 de outubro de 2006 - Institui a separação dos
resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração
pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras
providências.
 Decreto Federal 7.404/10, de 23/12/2010, que regulamenta a Lei no
12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o
Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê
Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras
providências.
 Programa Pró-Catador - Decreto 7.405/10.
21

2.2.2 Resoluções CONAMA e Portarias MMA

 Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a


prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua
destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências.
 Resolução CONAMA nº 404, de 11 de novembro de 2008 – Estabelece
critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de
pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
 Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008 - Estabelece os
limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias
comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu
gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.
 Portaria MMA nº 31, de 23 de fevereiro de 2007 - Instituir Grupo de
Monitoramento Permanente para o acompanhamento da Resolução CONAMA
n.º 362, de 23 de junho de 2005, que dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a
destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
 Resolução CONAMA nº 380, de 31 de outubro de 2006 - Altera a redação do
Anexo I da Resolução nº 375, de 29 de agosto de 2006, que define critérios e
procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados.
 Resolução CONAMA nº 377, de 9 de outubro de 2006 - Dispõe sobre
licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário.
 Resolução CONAMA nº 375, de 29 de agosto de 2006 - Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras
providências.
 Resolução CONAMA nº 373, de 9 de maio de 2006 - Define critérios de
seleção de áreas para recebimento do Óleo Diesel com o Menor Teor de
Enxofre- DMTE, e dá outras providências.
 Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005 - Dispõe sobre o
recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou
contaminado.
22

 Resolução CONAMA Nº 362, de 23 de junho de 2005 - Dispõe sobre o


Rerrefino de Óleo Lubrificante.
 Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 - Dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.
 Resolução CONAMA n.º 307, de 05 de outubro de 2002. – Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção
civil.
 Resolução CONAMA n.º 313, de 29 de outubro de 2002. - Dispõe sobre o
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
 Resolução CONAMA n.º 316, de 29 de outubro de 2002. - Dispõe sobre
procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento
térmico de resíduos.
 Resolução CONAMA n.º 308, de 21 de março de 2002. - Licenciamento
Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados
em municípios de pequeno porte.
 Resolução CONAMA N.º 283, de 12 de julho de 2001. - Dispõe sobre o
tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.
 Resolução CONAMA nº 258, de 26 de agosto de 1999. Estabelece a
necessidade de tornar explícita no art. 6º da Resolução 257, de 30 de junho de
1999.
 Resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999 - Licenciamento de
fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento
de resíduos.
 Resolução CONAMA n.º 257, de 30 de junho de 1999 - Regulamenta o
descarte de pilhas e baterias usadas.
 Resolução CONAMA n.º 23, de 12 de dezembro de 1996 - Regulamenta a
importação e uso de resíduos perigosos.
 Resolução CONAMA nº 05, de 05 de agosto de 1993 - Dispõe sobre o
gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
23

 Resolução CONAMA n.º 06, de 19 de setembro de 1991 - Dispõe sobre a


incineração de resíduos sólidos provenientes dos serviços de saúde e dá outras
providências.
 Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 – Estabelece norma
geral sobre licenciamento ambiental, competências, listas de atividades sujeitas
a licenciamento, etc.
 Resolução CONAMA nº 269 - Regulamenta o uso de dispersantes químicos
em derrames de óleo no mar.
 Resolução CONAMA nº 275 - Estabelece código de cores para diferentes tipos
de resíduos na coleta seletiva.
 Resolução CONAMA nº 283 - Dispõe sobre o tratamento e a destinação final
dos resíduos dos serviços de saúde.
 Resolução CONAMA nº 307 - Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil.
 Resolução CONAMA nº 308 - Licenciamento Ambiental de sistemas de
disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de
pequeno porte.
 Resolução CONAMA nº 6 - Dispõe sobre o controle de licenciamento de
atividades industriais geradoras de resíduos.
 Resolução CONAMA nº 8 - Dispõe sobre a entrada no País de materiais
residuais.

2.2.3 Convenções Internacionais

 Convenção de Estocolmo - Decreto Legislativo n.º 204, de 7 de maio de 2004 -


Aprova o texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes, adotada, naquela cidade, em 22 de maio de 2001.
 Convenção da Basiléia - Decreto Federal nº 4.581, de 27 de janeiro de 2003 -
Promulga a Emenda ao Anexo I e Adoção dos Anexos VIII e IX à Convenção
de Basiléia sobre o Controle do Movimento Transfronteiriço de Resíduos
Perigosos e seu Depósito.
24

2.2.4 Associação Brasileira de Normas Técnicas

 NBR 7039, de 1987 – Pilhas e acumuladores elétricos – Terminologia;


 NBR 7500, de 1994 – Símbolos de riscos e manuseio para o transporte e
armazenamento de materiais.
 NBR 7501, de 1989 – Transporte de produtos perigosos – Terminologia.
 NBR 9190, de 1993 – Sacos plásticos – Classificação.
 NBR 9191, de 1993 – Sacos plásticos – Especificação.
 NBR 9800, de 1987 – Critérios para lançamento de efluentes líquidos
industriais nº sistema coletor público de esgoto sanitário – Procedimento.
 NBR 10004, de 1987 – Resíduos sólidos – Classificação.
 NBR 10005 – Lixiviação de resíduos.
 NBR 10006 – Solubilização de resíduos.
 NBR 10007 – Amostragem de resíduos.
 NBR 11174, de 1990 – Armazenamento de resíduos classe II, não-inertes, e III,
inertes – Procedimentos.
 NBR 12245, de 1992 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos –
Procedimentos.
 NBR 12807, de 1993 – Resíduos de serviço de saúde – Terminologia.
 NBR 12808, de 1993 – Resíduos de serviço de saúde – Classificação.
 NBR 12809, de 1993 – Manuseio de resíduos de serviço de saúde –
Procedimento.
 NBR 13055, de 1993 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo –
Determinação da capacidade volumétrica.
 NBR 13221, de 1994 – Transporte de resíduos – Procedimento.
 NBR 13463, de 1995 – Coleta de resíduos sólidos – Classificação.
 NBR 8419, de 1992 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de
resíduos sólidos urbanos.
 NBR 13896, de 1997 – Aterros de Resíduos não Perigosos – Critérios para
Projeto, Implantação e Operação.
25

2.2.5 Legislação Estadual

 Decreto nº 13.789, de 30/03/1994 - Cria o projeto de reciclagem de papel no


âmbito da administração pública estadual direta e indireta, regulamenta o seu
funcionamento e dá outras providências;
 Lei nº 8.521 de 30/11/2006 - Dispõe sobre a produção, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a utilização, o destino final dos resíduos e
embalagens vazias, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes afins, no Estado do Maranhão, e dá outras providências.
 Decreto Estadual nº 23.118 DE 29/05/2007 - Regulamenta a Lei nº 8.521, de
30 de novembro de 2006, que dispõe sobre a produção, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a utilização, o destino final de resíduos e
embalagens, o controle, a inspeção, a fiscalização de agrotóxicos, de seus
componentes e afins, e dá outras providências;
 Portaria Estadual Nº 111 DE 29/12/2008 - dispõe sobre todas as instalações de
produção de ferro gusa, em operação, ficam obrigadas à promoção de
melhorias de processo, apoio à instalação de equipamentos de controle, à
disposição adequada de resíduos, ao monitoramento e às demais medidas
necessárias ao cumprimento integral da legislação ambiental;
 Lei Estadual nº 5.253 de 29/10/1991 - Dispõe sobre a conduta quanto ao lixo
hospitalar.

2.2.6 Política Nacional dos Resíduos Sólidos

A partir do mês de agosto de 2010, o Brasil passou a contar com um novo


instrumento jurídico: A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Trata-se da Lei
12.305/10 e de seu Decreto regulamentador nº 7.404, do mesmo ano. A PNRS possui 57
artigos que tratam exclusivamente sobre resíduos, trazendo princípios, instrumentos, objetivos
e diretrizes no gerenciamento dos resíduos sólidos.
Esta Lei representa um marco regulatório de expansão da consciência sobre os
resíduos sólidos, dispõe sobre as responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicados.
26

O princípio da sustentabilidade está presente nas diretrizes desta lei, de acordo


com o caput do artigo 9º, “na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada
a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (BRASIL,
2010b).
Uma importante determinação desta lei é a eliminação dos vazadouros a céu
aberto e, a consequente o incentivo a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
que é definida segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos como: “distribuição ordenada
de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos”
(BRASIL, 2010b).
Quanto à disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos, já diz
também a PNRS, instituída pela Lei Federal nº 12.305 de 2 de agosto de 2010 (BRASIL,
2010b), no § 1º e no § 2º do artigo 9º, e no artigo 54,

Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a


seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos.
§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos
resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e
ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases
tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
§ 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no
caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei.
[...]
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, observado o
disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser implantada em até 4 (quatro) anos após a data
de publicação desta Lei.

A lei também ressalta que a disposição final ambientalmente adequada deverá ser
apenas de rejeitos, que segundo o Art. 3° desta lei é todo: “Resíduos sólidos que, depois de
esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada” (BRASIL, 2010b).
Dessa maneira todo o rejeito deverá ser destinado a aterros sanitários, sendo todo
o restante que seja potencialmente aproveitável remetido à reutilização e à reciclagem.
27

O Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE, 2010) aponta que, o


principal ponto de relevância da lei de resíduos sólidos, e que poder público, empresas e
populações têm que compartilhar as responsabilidades em relação aos resíduos sólidos. A Lei
nº. 12.305/2010 trouxe de fato, mudanças a fim de alcançar a uniformização no tratamento
dado aos resíduos sólidos no país e, promover a devida proteção ambiental, considerando
tanto os aspectos econômicos quanto os sociais.
Segundo a PNRS instituída pela Lei Federal nº 12.305 de 2 de agosto de 2010
(BRASIL, 2010b), em seus artigo 18:

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos,


nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios
terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos
sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades
federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência)
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os
Municípios que:
I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos
sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se
inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos
referidos no § 1o do art. 16;
II - implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras
formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas
por pessoas físicas de baixa renda.
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso
aos recursos da União na forma deste artigo.
[...]
Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois) anos após a data de
publicação desta Lei.

2.3 Problemática do resíduo sólido urbano

O crescimento populacional acelerado quando associado às mudanças de hábitos


incrementa um aumento na produção de materiais e atividades. Estes, por sua vez, à medida
que são produzidos e consumidos, acarretam um surgimento cada vez maior de resíduos, os
quais, coletados ou postos de forma inadequada, trazem significativas transformações
ambientais que têm se tornado um dos maiores desafios do planeta. A produção exagerada
desses resíduos é baseada em uma questão que vem se agravando de forma gradativa, a partir
do aumento da população e das mudanças nos hábitos de vida (MEDEIROS, 2012).
Os resíduos sólidos estão entre as principais preocupações da sociedade. O
crescimento da população, o desenvolvimento industrial e a urbanização acelerada, atrelados à
postura individualista da sociedade, vêm contribuindo para o aumento do uso dos recursos
naturais e para a geração dos resíduos. Na maioria das vezes, esses resíduos são devolvidos ao
28

meio ambiente, de forma inadequada, levando à contaminação do solo e das águas, trazendo
vários prejuízos ambientais, sociais e econômicos (MAZZER; CAVALCANTE, 2004).
A preocupação com à produção de resíduos em todo o mundo está relacionada
com as causas que esses resíduos podem ter sobre a saúde humana e sobre a qualidade do
meio ambiente (solo, água, ar e paisagens). Os resíduos, tanto em termos de composição
como de volume, variam em função do consumo e dos métodos de produção (SANTOS,
2011).
Quando são destinados de forma inadequada os resíduos sólidos urbanos
produzem grandes impactos ambientais, causando poluição das águas superficiais e
subterrâneas, contaminação dos solos e do ar e a proliferação de doenças; não constituem
somente um problema de ordem estética, mas representam também uma séria ameaça ao
homem e ao meio ambiente, diminuindo consideravelmente os espaços úteis disponíveis
(SCHALCH et al., 2002; TENÓRIO; ESPINOSA, 2004).
Para Santos e Silva (2009), o chorume é um dos principais poluentes gerados com
a disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos, sem o devido tratamento torna o solo e
o lençol freático exposto a sérias contaminações.
Reis e Ferreira (2008) salientam que o acondicionamento inadequado do resíduo
urbano pode servir como atração para diversos organismos capazes de transmitir inúmeras
doenças atribuídas ao lixo, uma vez que os vetores utilizam o ambiente do lixo como abrigo,
alimento e local ideal para sua reprodução.
Segundo Barros et al. (1995), várias doenças podem ser transmitidas quando não
há coleta e/ou disposição adequada do resíduo urbano. Os mecanismos de transmissão são
complexos e ainda não totalmente compreendidos. Como fator indireto, o lixo tem grande
importância na transmissão de doenças através, por exemplo, de vetores que nele encontram
alimento, abrigo e condições adequadas para proliferação. O quadro 2 apresenta os possíveis
vetores, a forma de transmissão e a doença vinculada a estes.
29

Quadro 2 - Doenças relacionadas com o lixo e transmitidas por vetores

Vetores Formas de transmissão Principais doenças


- Peste Bubônica - Leptospirose
- através da mordida, urina e fezes
Ratos - Tifo Murino
- através da pulga que vive no corpo do rato.
- Febre Tifoide - amebíase
- por via mecânica (através das asas, patas e corpo) - Salmonelose - disenteria
Moscas
- através das fezes e saliva - Cólera - giardíase

- Malária - Dengue
- Leishmaniose - Filariose
Mosquitos - através da picada da fêmea.
- Febre Amarela

- Febre Tifoide - Giardíase


- por via mecânica (através das asas, patas e
Baratas - Cólera
corpo) e pelas fezes.
- Cisticercose - Triquinelose
Suínos - pela ingestão de carne contaminada. - Toxoplasmose - Teníase

Aves - através das fezes. - Toxoplasmose


Fonte: Barros et al. (1995). Modificado pelo autor.

Além desses impactos mais imediatos no ambiente, a má disposição de resíduos


sólidos pode contribuir de maneira significativa com o processo de mudanças climáticas. A
decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos gera grandes quantidades de GEE,
principalmente o metano (CH4), segundo gás em importância dentre os considerados
responsáveis pelo aquecimento global (PEREIRA; OLIVEIRA; REIS, 1999).
Portanto, o manejo adequado dos resíduos é uma importante estratégia de
preservação do meio ambiente, assim como de promoção e proteção da saúde humana.

2.4 Gestão e gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos

Segundo Leite (1997), o conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades


referentes à tomada de decisões estratégicas, envolvendo instituições, políticas, instrumento e
meios. Uma vez definido um modelo de gestão de resíduos sólidos, deve-se criar uma
estrutura para o gerenciamento dos resíduos.
Entende-se por “gestão integrada de resíduos sólidos” todas as normas e leis
relacionadas a estes e como “gerenciamento de resíduos sólidos” como todas as operações que
envolvem os resíduos, como coleta, transporte, tratamento e disposição final, dentre outras
(LOPES, 2003).
30

O conjunto de ações para o gerenciamento do lixo deve ir ao encontro das metas


estabelecidas para se atingir os objetivos maiores traçados pelo município. Pequenas
melhorias, consistentemente mantidas por vários anos seguidos, são mais prováveis de
conduzir ao sucesso que tentativas de obtê-lo em um único grande salto tecnológico
(VILHENA; D’ALMEIDA, 2000).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos no Art. 3° define gerenciamento de
resíduos sólidos e gestão integrada de resíduos sólidos respectivamente, como:

X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou


indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
exigidos na forma desta lei;
XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca
de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável;

A gestão de resíduos deve estar alicerçada sobre condições ambientais adequadas,


em que sejam considerados todos os aspectos envolvidos, desde a fonte geradora até a
disposição segura, assim como os aspectos de reciclagem máxima dos resíduos, buscando,
inclusive, incorporar as mudanças dos padrões de produção e consumo (PAULELLA;
SCAPIM, 1996).
A gestão de resíduos só pode ser considerada eficaz quando os resíduos são
geridos de forma consistente, deve contemplar questões relacionadas ao ciclo de vida do
produto, ou seja, a minimização do uso dos recursos da natureza e a não geração dos resíduos.
Isso pode ser atingido com o combate ao desperdício, o incentivo à minimização e também
pela coleta seletiva, visando à salubridade local pela eficiência na prestação dos serviços
(AGAMUTHU; KHIDZIR; FAUSIAH, 2009).
Uma vez gerado, o resíduo sólido demanda por soluções adequadas de forma a
alterar o mínimo possível o meio ambiente e todos os elementos que fazem parte dele. Sabe-
se, porém, que o manejo dos resíduos sólidos é uma tarefa complexa em virtude da quantidade
e heterogeneidade de seus componentes, do crescente desenvolvimento das áreas urbanas, das
limitações dos recursos humanos, financeiros e econômicos disponíveis e da falta de políticas
públicas que regulem as atividades deste setor (MONTEIRO et al., 2001).
Cada município deve exercer sua gestão de resíduos de forma intersetorial, ou
seja, o envolvimento das diversas secretarias municipais, como a de Meio Ambiente, de
31

Educação, de Assistência Social, entre outras, além de necessitar de uma constante


fiscalização dos serviços prestados e é dependente da disponibilidade de recursos financeiros.
Para Pedroso (2009) o papel da administração municipal é enfrentar o problema
resíduo sólido urbano de modo a encontrar formas de evitar e reduzir a geração de resíduos
que sejam prejudiciais ao meio ambiente e á saúde pública. Para isso são importantes ações
articuladas juntamente com a população que deve ter a consciência da problemática dos
resíduos sólidos urbanos.
A solução pode estar no desenvolvimento de modelos integrados e sustentáveis
que considerem desde o momento da geração dos resíduos, a maximização de seu
reaproveitamento e reciclagem, até o processo de tratamento e disposição final, ou seja, a
gestão integrada e sustentável de RSU (DIAS, 2003).
Magalhães (2008) relata que sistema de gerenciamento integrado ideal é aquele
que objetiva minimizar a quantidade de resíduos gerados, levando em conta o atendimento
das necessidades sociais e buscando a sustentabilidade do sistema. Vinculado a isso, têm-se a
utilização de processos de recuperação dos resíduos como a reciclagem e a compostagem. A
escolha de um método de disposição menos agressivo ao meio ambiente e condizente com a
situação do município e principalmente, a conscientização e participação efetiva da
comunidade para garantir o sucesso do sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Urbanos (GIRSU).

2.4.1 Gestão de resíduo urbano no Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos


Especiais (ABRELPE, 2012) o Brasil gerou no ano de 2012, cerca de 62.730.096 toneladas de
resíduo/ano, o que corresponde uma media de 383,2 kg/habitante/ano, a geração de resíduos
teve um crescimento de 1,3% (Figura 1) entre o ano 2011 e 2012, uma taxa mais elevada do
que a taxa de crescimento da população urbana no país, que foi de 0,9% no mesmo período.
32

Figura 1 - Geração de resíduos no Brasil

Fonte: ABRELPE (2012).

Das 62.730.096 toneladas de lixo geradas no ano de 2012 por toda a população
brasileira, apenas 56.561.856 toneladas foram coletadas. A comparação entre o valor gerado e
o coletado, mostra que 6,2 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos não foram
coletadas em 2012. Do total dos resíduos coletados, 42,02% foram destinados
inadequadamente e 57,98% foram destinados adequadamente (ABRELPE, 2012) (Figura 2).

Figura 2 - Disposição final do resíduo no Brasil

Fonte: ABRELPE (2012). Modificado pelo autor.

Entretanto, ao avaliar o modelo de tratamento e destino final utilizado pelos 5.507


municípios brasileiros, os dados são preocupantes, pois 50,8% dos municípios brasileiros
ainda utilizam dos lixões para destino final do resíduo urbano e apenas 27,7% enviam o
33

resíduo para aterros sanitários, e 22,5% são depositados em aterros controlados (BRASIL,
2008).

Quadro 3 - Destinação final de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos por número de municípios

2008
Destino final
Quantidade (t/d)
Aterro Sanitário 110044,40
Aterro Controlado 36673,20
Vazadouros a céu aberto 37360,80
Unidade de compostagem 1519,50
Unidade de triagem para reciclagem 2592,00
Unidade de tratamento para incineração 64,80
Vazadouro em áreas alagáveis 35,00
Locais não fixos -
Outra unidade 525,20
Total 188814,90
Fone: IBGE (2010). Modificado pelo autor.

Quanto à coleta, dos 5.565 municípios brasileiros, 3.285 municípios contam com
serviço de coleta exclusivamente publico, enquanto que apenas 524 municípios utilizam
serviços de empresas privados e os demais fazem uma gestão compartilhada, onde parte e
realizada pelo município e parte e realizada por empresa privada. Isto significa que no Brasil a
administração publica a prefeitura é a principal responsável pelos serviços de coleta,
transporte, tratamento e disposição do lixo urbano (BRASIL, 2008).
Com relação aos custos das prefeituras locais direcionados para o manejo do
resíduo urbano, segundo a ABRELPE (2012) cada município brasileiro gasta em media com a
coleta e outros serviços de limpeza urbana R$ 133,56 por habitante/ano. Todo setor de
limpeza urbana e serviço de logística de gestão do resíduo urbano, aumentou cerca de 3% os
postos de trabalho em abrangência nacional, com mais de 320 mil empregos diretos. A estes
profissionais formais se somam 30.390 mil catadores de recicláveis, que, quando possível,
agrupam-se em cooperativas, associações e em sua maioria dentro das unidades de triagem.
(IBGE, 2010).
Dos aproximadamente 170 milhões de brasileiros, apenas 77.708.739 de
moradores em 994 dos municípios nacionais, participam de programas de coleta seletiva.
Para uma avaliação mais apurada nas diversas localidades brasileiras, vale a pena
analisar a Tabela 1, que mostra quantos município de pequeno médio e grande porte
34

participam da coleta seletiva, e a quantidade total de material coletado por tais programas no
Brasil.

Tabela 1 - Quantidade de Municípios que exercem a coleta seletiva, e a quantidade de material arrecadado.

Número de Número de Papel Plástico Metais Vidro


Municípios habitantes t/ano t/ano t/ano t/ano
Brasil 994 77.708.739 285,7 170,3 72,3 50,9
Municípios pequenos 862 14.951.052 71,6 43,6 22,2 13,8
Municípios médios 120 31.308.914 166,6 92,4 3,9 23,7
Municípios grandes 12 31.448.773 47,6 34,3 13,2 13,3
Fonte: Brasil (2010c) e IBGE (2010). Modificado pelo autor.

Com relação ao desempenho financeiro dos municípios, constatou-se que a


maioria ainda não cobra pelos serviços de limpeza urbana. Os dados da PNSB (BRASIL,
2008) indicam que, em 2008, apenas 10,9% dos municípios brasileiros possuíam algum tipo
de cobrança pelo serviço de gestão de RSU, dos quais 7,9% utilizavam a modalidade de tarifa
(HELLER, 2011).
Diante do exposto, os municípios brasileiros apresentam um gerenciamento
inadequado dos resíduos sólidos, comprometendo as condições de vida da comunidade e do
meio ambiente. Esses municípios apresentam deficiências de saneamento ambiental,
principalmente na área de resíduos sólidos urbanos.
Porém, apesar das dificuldades enfrentadas, reconhece-se a existência de
mudanças e de aprimoramento nos tipos e na forma de manejo de resíduos, mas ainda temos
um longo caminho a percorrer no que diz respeito à diminuição da geração dos resíduos
sólidos urbanos, pois essa etapa exige ações mais radicais e a sociedade ainda tem resistência
em mudar o padrão de consumo vigente (BRASIL, 2008).
Pode-se ainda constatar que os atuais modelos de gestão dos resíduos sólidos
urbanos descritos pela legislação, são efetivamente, condições necessárias e importantes para
a minimização dos efeitos negativos que o lixo urbano provoca sobre a saúde humana e sobre
o ecossistema. Dessa maneira, temos que reconhecer que a gestão integrada de resíduos
sólidos urbanos é a forma mais efetiva e eficiente para a minimização dos efeitos negativos
que o lixo urbano provoca sobre a saúde humana e sobre o ecossistema.
35

2.4.2 Gestão de resíduo urbano no Maranhão

Conforme dados da ABRELPE (2012), o estado do Maranhão teve no ano de


2011 uma geração estimada de 6.642 toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos, o que
corresponde a 3,3% do total do país.
Do total de resíduo gerado no Maranhão são coletados apenas 3.911 mil toneladas
de resíduos sólidos urbanos por dia, o que corresponde a um percentual de coleta de 58,9%,
41,1% doa resíduos gerados não são coletados, devido à ineficiência da limpeza pública,
dentre outros fatores. A Tabela 2 mostra a relação do total de resíduo coletado no Brasil,
Nordeste e Maranhão (BRASIL, 2008).

Tabela 2 - Total de resíduos coleados no Brasil

Total de municípios com Total de resíduo coletado


serviço de coleta (t/d)
Brasil 5553 183488
Nordeste 1788 47206
Maranhão 216 3860
Fonte: PNSB (2008). Modificado pelo autor.

Conforme dados da pesquisa geral para o PEGRS MA (2012) (MARANHÃO,


2012) 95,5% dos municípios maranhenses informaram executar a coleta tradicional de
resíduos sólidos urbanos, São Luís é a cidade que coleta a maior quantidade de resíduos
urbano com 472.656,80 t/ano, seguido por Pinheiro com 60.960 t/ano, depois Imperatriz com
54.352 t/ano, e Caxias com 50.200 t/ano. Nos demais municípios a coleta é inferior a 30.000
t/ano. A menor quantidade coletada informada foi no município de Guimarães onde são
coletados 10 t/ano (BRASIL, 2010c).
Sobre a coleta, segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Maranhão,
apenas 49,56% da população maranhense é atendida pelo serviço (MARANHÃO, 2012). O
município de São Luís informou que a população atendida pela coleta de resíduos sólidos
urbanos corresponde a 100%. Algumas cidades de maior porte como Santa Inês, Imperatriz e
Timon, também apresentaram uma taxa de coleta próximo ou maior de 90% da população
atendida. O município que apresentou o menor percentual de atendimento por coleta de RSU
foi Palmeirândia, com 11,37%. Observa-se também que os municípios com população acima
de 80.000 habitantes, são os que apresentaram maior percentual de população atendida pela
coleta, provavelmente por causa do porte e desenvolvimento destes municípios (BRASIL,
2010c).
36

No estado do Maranhão 5 municípios oferecem o serviço de coleta seletiva, onde


desse total 3 recolhem papel e/ou papelão, 4 plástico, 3 vidro, 3 metal (ferrosos e não
ferrosos), e 3 recolhem outros tipos de materiais como mostra na Tabela 3 (BRASIL, 2008).

Tabela 3 - Total de municípios com serviço de coleta seletiva

Tipo de material recolhido


Total de municípios
com coleta seletiva Papel e/ou
Plástico Vidro Metal Outro
papelão
Brasil 994 980 977 923 915 274
Nordeste 80 73 74 67 66 18
Maranhão 5 3 4 3 3 3
Fonte: IBGE (2010) e PNBS (2008). Modificado pelo autor.

Na região nordeste, em 65 municípios existe a participação de catadores nas ações


de coleta seletiva, e em 48 municípios a participação dos catadores é feita de forma
organizada através de cooperativas ou associações. Em todo o Estado do Maranhão, apenas 1
município tem participação de catadores nas ações de coleta seletiva, e neste município, a
participação dos catadores é feita de forma organizada através de cooperativa ou associação
(PNBS, 2008).
Conforme dados da PNSB (2008), o número de catadores ligados a cooperativas
ou associações no Brasil é de 30.390 indivíduos, deste total, 4.861 catadores atuam na região
nordeste, e destes, 355 (7,3%) atuam no estado do Maranhão.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do
Maranhão (SEMA/MA) (MARANHÃO, 2012) foram identificadas 5 cooperativas de
catadores no estado do Maranhão, a Associação de Desenvolvimento Ambiental (ADESA)
tem o número mais significativo de associados, seguida pela Cooperativa de catadores de
materiais recicláveis de Pedreiras, com 29 associados. A Associação dos catadores do teso
duro temo menor número de associados, com 7 membros, como mostra no Quadro 4.

Quadro 4 - Cooperativas de catadores de recicláveis do Maranhão

Cooperativas de Catadores do Maranhão Número de integrantes

ADESA - Associação de Desenvolvimento Ambiental 30


Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis de Pedreiras 29
Associação de Bom Jesus das Selvas 24
Associação Amigos do Meio Ambiente de Estreito 22
Associação dos Catadores de Teso Duro 7
Fonte: Maranhão (2012). Modificado pelo autor.
37

Dos 5 municípios maranhenses que possuem coleta seletiva, o principal receptor


final da coleta seletiva são comerciantes de materiais recicláveis, em 1 município são
entidades beneficentes, em 1 município são indústrias recicladoras, e em 2 municípios são
outros receptores de coleta seletiva (Figura 3).

Figura 3 - Principais receptores finais de coleta seletiva – Maranhão

Fonte: PNSB (2008).

Com relação à execução do serviço de manejo de resíduos urbanos, conforme


dados do PNSB (2008), observa-se que na maioria dos municípios maranhenses (202), a
prefeitura como a única executora dos serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos
seguindo a tendência do Brasil e do Nordeste.
Sobre os equipamentos utilizados no manejo de RSU, o Maranhão dispõe de 788
unidades de caminhões, o principal utilizado e o “caminhão com caçamba basculante comum”
é o tipo mais utilizado no Brasil para manejo de RSU (9.834 unidades). A região Nordeste e o
Maranhão seguem a mesma tendência do Brasil, e tem nas suas frotas 3.299 e 434 unidades
respectivamente (PNSB, 2008).
A Tabela 4 mostra a quantidade e tipo de caminhões utilizados no serviço de
manejo de resíduos sólidos urbanos.
38

Tabela 4 - Quantidades e tipo caminhões utilizados


Caminhão
Caminhão Caminhão
Caminhão Caminhão coletor com Caminhão
coletor com Caminhão com
coletor com coletor com caçamba com
Total de caçamba com caçamba
caçamba caçamba compacta- caçamba
Caminhões compacta- carroceria com
compactadora compactadora dora (com basculante
dora (até 16 fixa basculante
(até 8 m³) (até 12 m³) mais de comum
m³) (baú)
16 m³)
Brasil 23900 2963 1985 2712 1081 9834 4472 853

Nordeste 6853 431 432 459 162 3299 1911 159

Maranhão 788 39 40 66 17 434 176 16


Fonte: PNSB (2008).

Conforme dados do relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável


(IDS) (IBGE, 2010), 90% da população urbana do Maranhão têm os resíduos sólidos
domésticos coletados, 7% queimam ou enterram os resíduos na propriedade. O restante da
população realiza outros tipos de destinação, como o despejo em terrenos vagos/logradouros,
ou jogam em rios, lagos ou mar.

Figura 4 - Destino dos resíduos sólidos no Maranhão

Fonte: IBGE (2011).

A Figura 4 indica espacialmente o tipo de destinação dos resíduos sólidos urbanos


no estado do Maranhão, é possível constatar que na maior parte do território maranhense,
utiliza o “lixão” como destino final dos RSU.
39

A pesquisa apontou que 9 municípios (5,1%) informaram destinar os seus


resíduos em aterro sanitário, 14 municípios (7,9%) informaram o aterro controlado como
destino final dos seus resíduos, e a grande maioria (122 municípios – 68,5%) informou que a
unidade de disposição final do município é o lixão. Porém, segundo informação do Ministério
Público do Maranhão e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente não existe nenhum aterro
sanitário em operação no estado (MARANHÃO, 2012).
Quanto ao custo do manejo de RSU, o valor médio da despesa com manejo de
RSU no maranhão e de R$ 49,50 por habitante, o município de Governador Luís Rocha
informou o maior valor de despesa com manejo de RSU R$ 296,23 por habitante, seguido
pela capital São Luís com um custo de R$ 74,43 por habitante (BRASIL, 2010c).
Referentes à existência de PGIRS nos municípios participantes da pesquisa.
Observa-se que apenas 4 municípios (3,5% da amostra), informaram que tem PGIRS. Estes
são: Caxias, Icatu, Açailândia, e Santa Inês (MARANHÃO, 2012).
Diante de todos os dados apresentados, pode-se concluir que as diretrizes e metas
estipuladas pela legislação para um melhor gerenciamento do resíduo urbano, ainda não foram
atingidas no estado do Maranhão.
40

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Verificar a atual Gestão de Resíduos Sólidos em Barreirinhas/MA do ponto de


vista da geração até o destino final dos resíduos sólidos, bem como, os principais problemas
enfrentados, tomando como referencia à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

3.2 Específicos

a) Obter dados referentes à Gestão atual dos Resíduos Sólidos Urbanos no


município de Barreirinhas/MA;
b) Fazer o acompanhamento dos processos de coleta, transporte,
acondicionamento e disposição final dos resíduos urbanos;
c) Analisar o modelo de Gestão de RSU do município;
d) Comparar o Plano Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos usado pelo município
de Barreirinhas/MA como o exigido pela legislação, destacando pontos
positivos e negativos.
41

4 METODOLOGIA

Quanto à classificação desta pesquisa, considerando as três que Gil (2006)


salienta: a pesquisa exploratória, a descritiva e a explicativa, a combinação da pesquisa
exploratória com a descritiva e explicativa é a via mais apropriada para alcançar o objetivo
proposto nesta pesquisa.
Uma vez definido o tipo da pesquisa, é importante identificar os procedimentos
técnicos para a coleta de dados. Dentre os indicados por Gil (2006), assume-se o estudo de
caso.
As diversas propostas de coleta de dados apresentadas por Gil (2006), adotou-se
os instrumentos de análise de documentos, entrevistas com aplicação de questionário,
observação espontânea e analise de artefatos físicos.

4.1 Área de estudo

A cidade de Barreirinhas está localizada no Estado do Maranhão, conforme a


Figura 5, tem uma área: 3.111 km², localiza-se a Latitude 02º 44' 49" S e Longitude: 42º 49'
35" W encontra-se distante da capital do estado 165,7 km, e pertence a Microrregião: Lençóis
Maranhenses, Mesorregião: Norte Maranhense, o município tem população de 54.930
habitantes (IBGE, 2010), de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA,
2012) no quadro 5 o município de Barreirinhas é considerado um município de pequeno
porte.

Quadro 5 - Divisão de municípios por tamanho da população

Número de municípios
Unidade de análise Faixa populacional
2008

Municípios pequenos Menos de 100 mil habitantes 5299


Municípios médios Entre 100 mil e 1 milhão de habitantes 252
Municípios grandes Mais de 1 milhão de habitantes 14
Brasil 5565
Fonte: IPEA (2012)
42

Figura 5 - Localização da Cidade de Barreirinhas

Fonte: Google Maps (2010). Modificado pelo autor.

Uma característica interessante do ponto de vista ambiental, e que Barreirinhas


abrange 44,86% do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses que pelo Decreto n° 86.060,
de 02 de Junho de 1981 é considerado uma Unidade de Conservação. O Parque Nacional dos
Lençóis é um Paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais o
que atrai grande interesse turístico (ICMBio, 2014).

4.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada em dois momentos. No primeiro foi realizado


pesquisas bibliográficas relacionada com o tema “Gestão de Resíduos Urbanos” e ao
município estudado, também foi realizado uma revisão de aspectos jurídicos que norteiam a
questão dos resíduos sólidos.
No segundo momento, foram realizadas visitas ao município de Barreirinhas, com
registros fotográficos do fluxo da gestão de resíduos urbanos do município e na oportunidade
foram realizadas entrevistas com aplicação de questionário.
Durante o mês de abril de 2014 foram realizadas 2 visitas ao local de estudo para
identificação e avaliação da área, bem como a identificação das pessoas a serem entrevistadas.
Na ocasião, os dados primários foram coletados por meio de entrevista aberta e
aplicação de questionário com os técnicos e atores locais. As entrevistas foram realizadas nos
locais de trabalho dos participantes.
Tanto a entrevista quanto o questionário buscou explorar as formas de
organização da gestão de resíduos local, bem como os principais problemas que o município
enfrenta em todas as etapas do processo de gestão dos resíduos. Além disso, por meio das
43

visitas observacionais, buscou-se coletar informações sobre o perfil e as condições de trabalho


dos trabalhadores no local e os equipamentos utilizados, num contexto de um pequeno
município do interior do Estado de Maranhão com suas limitações. Assim, foram levantadas
questões básicas do fluxo da gestão de resíduos, bem como problemas relacionados ao
trabalho na área de estudo.

4.3 Diagnóstico da atual GRSU de Barreirinhas-MA

Foram reunidos informações, dados e documentos que constituem o modelo de


gerenciamento do lixo urbano praticado pela Prefeitura Municipal de Barreirinhas. Estes
dados foram obtidos junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barreirinhas e a
Empresa WS CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA, responsável pela gestão do resíduo
urbano do município.
Todos os dados expostos neste item foram obtidos através de entrevistas aos
responsáveis pela gestão do resíduo urbano de Barreirinhas, ao governo municipal, o
diagnóstico foi realizado através de visitas técnicas de campo à cidade em estudo e às áreas de
destino final dos resíduos produzidos em Barreirinhas.

4.3.1 Serviços de limpeza urbana

O governo municipal realiza a limpeza pública da cidade através da contratação


de prestação de serviços de uma empresa particular de limpeza urbana a WS
CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA. Dentre os serviços executados por esta empresa
estão à varrição de vias públicas e feiras livres, capina e poda de árvores, limpeza de praias e
de canal de águas pluviais, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos.
A prefeitura gasta mensalmente aproximadamente R$ 50,00 por habitante com os
serviços de limpeza da cidade e tem consciência de que a disposição dos resíduos sólidos de
seu município é irregular, poluindo os aqüíferos e o meio ambiente, mas diz ser a única
alternativa por enquanto.
A empresa de serviço de limpeza urbana disponibiliza 64 pessoas na equipe de
limpeza da cidade, distribuídas entre coleta, varrição, capina, podação, limpeza de areia na
vias e canais.
44

Foto 1 - Equipamento utilizado para o serviço de


varrição de ruas

Fonte: Autor (2014).

4.3.2 Coleta e transporte

A coleta do lixo é realizada regularmente em toda a cidade através de 1 caminhão


compactador, 3 caminhões caçamba, 2 caminhonetes adaptadas como carroceria de madeira,
1 caminhão adaptado com carroceria de madeira e um 1 triciclo para auxiliar a coleta em
lugares de difícil acesso.
A coleta é realizada diariamente de segunda à sábado, no período da manhã e
tarde, com roteiro de acordo com a localidade.

Foto 2 - Caminhão Volkswagen adaptada com Foto 3 - Caminhonete Toyota Bandeirante adaptada com
carroceria de madeira carroceria de madeira

Fonte: Autor (2014). Fonte: Autor (2014).


45

Foto 4 - Caminhonete Toyota Hilux adaptada com Foto 5 - Caminhão caçamba


carroceria de madeira

Fonte: Autor (2014). Fonte: Autor (2014).

Foto 6 - Triciclo Foto 7 - Caminhão compactador

Fonte: Autor (2014). Fonte: Autor (2014).


]

4.3.3 Coleta seletiva

Conforme foi verificado na praça da cidade do município possui alguns cestos


coletores seletivos (Foto 8), porém segundo os gestores municipais não há nenhum programa
de coleta seletiva na cidade.
46

Foto 8 - Cestos coletores seletivos

Fonte: Autor (2014).

4.3.4 Disposição final dos resíduos sólidos

Na cidade de Barreirinhas a atual disposição final do lixo é classificada como


lixão, uma simples descarga de lixo sobre o solo, sem cuidados com a saúde pública e/ou o
meio ambiente. O lixão da cidade esta localizado no bairro Nova Barreirinhas a uma distancia
de 3,6 Km do centro da cidade (Figura 6).

Figura 6 – Mapa de localização do lixão de Barreirinhas

Fonte: Google Maps (2010).

O resíduo que é coletado no município não recebe nenhum tipo de tratamento


preliminar antes da disposição final. O município de deposita seus resíduos em lixão (Foto 9),
47

que como já é sabido é um tipo de atitude que acarreta maiores também maiores prejuízos ao
meio ambiente.

Foto 9 - Disposição do resíduo urbano de Barreirinhas Foto 10 - Lixão da cidade de Barreirinhas


no lixão da cidade

Fonte: Autor (2014). Fonte: Autor (2014).

Foram realizadas visitas técnicas a área do lixão, informadas pelo governo


municipal, com o intuito de conhecer disposição do lixo a céu aberto. Na visita técnica
realizada no lixão, conforme as fotos 11 e 12 mostram encontrou-se cerca de cinco pessoas,
entre homens, mulheres e crianças, trabalhando na catação de materiais.

Foto 11 - Crianças no lixão de Barreirinhas Foto 12 - Catador no lixão de Barreirinhas

Fonte: Autor (2014). Fonte: Autor (2014).

De acordo com uma conversa informal com um homem que estava no local
trabalhando como catador, o município não realiza nenhum trabalho de inclusão direcionada
aos catadores da região, também disse que “nunca ouviu falar sobre associação de catadores
de recicláveis na cidade”.
48

6 RESULTADOS E CONCLUSÕES DO DIAGNÓSTICO

Em posse dos dados expostos no diagnóstico os responsáveis pela gestão dos


resíduos sólidos no município de Barreirinhas são 2 setores (Secretaria de Infraestrutura, e a
empresa WS CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA) responsáveis, dentro de suas
particularidades, pela gestão do resíduos de toda cidade, reunindo as áreas urbana, rural e
comercial.
De acordo com os dados obtidos averiguou-se que os setores envolvidos
participam da gestão dos resíduos sólidos, envolvendo suas equipes nos demais trabalhos de
limpeza, organização e destinação.
Através dos dados do diagnostico a pesquisa agrupou-se da seguinte forma:
análise dos recursos, coleta; local de acondicionamento e destinação.

6.1 Análise dos recursos destinados para a Gestão de Resíduos Sólido do Município de
Barreirinhas

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é de responsabilidade do


município o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, atribuída num conjunto de ações
exercidas, direta ou indiretamente ao tratamento e destinação final de acordo com plano
municipal de maneira adequada e respeitando a legislação ambiental.
A coleta de resíduos sólidos urbanos do município Barreirinhas é realizada pela
empresa terceirizada WS CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA, sendo realizada durante o
período diurno diariamente, através de caminhões de coleta e agentes de limpeza, como:
varredores, zeladores, capinadores, coletores, podadores, motoristas, etc.
Os resíduos coletados no município são oriundos de residências, comercio e feiras
abrangendo tanto a zona urbana e rural. Para isso o município conta com uma frota de
equipamentos especializados, sendo:
49

Quadro 6 - Equipamentos utilizados na limpeza publica

Equipamentos Quantidade
Caminhão compactador 1
Caminhão caçamba 3
Caminhonete adaptadas como carroceria de madeira 2
Caminhão adaptado com carroceria de madeira 1
Triciclo 1
Roçadeira 1
Equipamentos para varrição 28
Fonte: Autor (2014).

Observou-se que o município comporta uma quantidade considerável de


equipamentos para atender o serviço de coleta dos resíduos, contemplando equipes e
equipamentos especializados, de modo a atender as especificidades do município, dentro de
suas limitações.

6.1.1 Coleta

A coleta de resíduos sólidos do município está organizada de forma que a cidade


mantém-se limpa, pois foi verificado que o município comporta uma equipe condizente que
atende a limpeza de maneira satisfatória.
Porem, não está de acordo com o que é preconizado pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos, Lei n.12.305/10. Pois, não foi verificado práticas sustentáveis, no que tange
não geração e a maximização da reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos sólidos, dando
ênfase participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis.

6.1.2 Local de acondicionamento e destinação final dos resíduos sólidos

Apesar da exigência da legislação (12.305/2010) para erradicação de lixões,


atualmente o local de deposição dos resíduos sólidos do município de Barreirinhas é o lixão,
que fica a 3,6 km, no sentido do bairro Nova Barreirinhas, entrando a direita da rodovia MA-
225, o local utilizado não tem cerca, e comporta o lixo de origem domiciliar, hospitalar, e
industrial. O resíduo é depositado sob o método de céu-aberto, sem qualquer cobertura.
50

Em visita realizada no local de deposição dos resíduos do município foram


verificados deposição de sólidos de origem: orgânica, inorgânica, domésticos, industriais e
mesmo hospitalares. Foi verificado que não há organização dos resíduos depositados, sendo
acumulados em pilhas. Também não foi verificada nenhuma equipe especializada na gestão
do local onde são depositados os resíduos, acarretando sérios problemas socioambientais.
A partir dos dados extraídos do diagnostico da gestão de resíduos sólidos urbanos
de Barreirinhas - MA, é fácil de constatar que a destinação dos resíduos sólidos no município,
não está de acordo com o que é exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei N°
12.305/10. Pois, foram verificados:
 Destinação inadequada dos resíduos, pois o mesmo encontra-se a céu aberto no
lixão municipal;
 Possível contaminação do solo e água, pois não foi verificado nenhum modo de
contenção dos resíduos sólidos, bem como o chorume, que pode infiltrar e
atingir o lençol freático;
 Presença de resíduos de origem hospitalar, dispersos sobre o lixo e queimados
de forma indiscriminada;
 Disposição inadequada do lixo, sem nenhum manejo, propiciando odores e o
aparecimento de animais;
 Favorecimento da presença de catadores que vem em busca do material
aproveitável para ser reutilizado ou vendido.
Apesar da cidade de Barreirinhas conviver com inúmeros problemas relacionados
gestão de resíduos urbanos, verificou-se o surgimento de perspectivas futuras. No dia 28 de
abril de 2014, o município realizou a “I Conferência sobre saneamento ambiental e resíduos
sólidos”. No evento foram abordados temas relacionados a gestão de resíduos, coleta seletiva
e o “Plano Municipal de integrado de Resíduos Sólidos”, adequando-se à Lei 12.305/10.
51

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS

No município de Barreirinhas, a coleta de resíduos sólidos está organizada de


forma que a cidade mantém-se limpa. No entanto, a gestão de resíduos sólidos não se resume
apenas em retirar ao lixo da cidade, esta almeja a sua sustentabilidade de maneira social,
econômica e ambiental.
Nesse sentido, o município ainda deixa muito a desejar, pois diariamente são
lançados no lixão municipal, cerca de 28 toneladas de lixo, agrupando resíduos dos setores
domiciliar e comercial, acondicionados a céu aberto, sem passar por processos como coleta
seletiva de lixo e sem receber nenhum tratamento prévio.
Portanto o município de Barreirinhas - MA, não está amparado legalmente, pela
Lei N. 12.305, de 02 de agosto de 2010. E como consequência disto, sérios problemas de
saúde pública como também ao meio ambiente são gerados, como o enfraquecimento do solo
comprometendo diretamente a vegetação local, causando um grande desequilíbrio ecológico,
desencadeando o deslocamento de animais que lá habitavam para centros urbanos.
O município não tem um plano estratégico, operacional e ambiental posto em
prática em relação aos resíduos sólidos produzidos. A implantação de um Plano de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos é um desafio, principalmente em municípios de pequeno porte,
como é o caso de Barreirinhas, apesar das dificuldades, um plano deste tende a trazer enormes
melhorias ambientais para o município além de colocar o gerenciamento dos resíduos em um
patamar organizado e eficiente.
Portanto, o município deve comprometer-se com uma política de resíduos sólidos
legal e transparente, garantindo com seu compromisso, e respeitando as particularidades do
município, pois segundo a legislação (BASIL, 2010) é dever dos governos municipais cuidar
e zelar para a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos, deve o município estar
“armado” de profissionais realmente preparados para encarar tal tarefa.
No caso de Barreirinhas ou qualquer outro município de pequeno porte com
recursos limitados, deve-se utilizar de meios consorciados de utilização e operação de aterros
sanitários, este método pode ser mais eficientes, tendo em vista que os pequenos municípios
dispõem de pouca estrutura para operar seus próprios aterros, e consequentemente acabam
cometendo erros e arriscando o meio ambiente e a saúde pública, agravando ainda mais a
situação quando associadas a profissionais despreparados e desqualificados.
52

Diante do que foi apresentado no contexto deste trabalho, considera-se que muito
tem a ser feito para que a questão do Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos atenda o
mínimo necessário para garantir a qualidade ambiental e da saúde pública, o município
precisa trabalhar de forma segura e respeitável para que a legislação seja atendida e nenhum
dano venha a ser causado pela má disposição dos resíduos.
Considerando tais problemas supracitados, que podem estar associados à geração
de impactos ambientais, que podem acometer a saúde e o aspecto paisagístico da região,
sugere-se que seja efetivada a Política Nacional de resíduos sólidos.
A implantação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) é
determinante para uma gestão de resíduos eficaz, porém este assunto deve ser colocado como
prioridade, tal atitude dará mais eficiência no gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.
Uma sugestão eficiente, contemplada na legislação (lei 12305/2010) com bastante
ênfase é a implantação de Associações de catadores de material reciclável, seus benefícios
para a sociedade e para o meio ambiente são imensos, estas associações são compostas na
maioria das vezes por pessoas de baixa renda, este tipo de instituição dá uma oportunidade de
sustento para essas pessoas, além dos benefícios para a sociedade, o meio ambiente também é
beneficiado, pois mais material será reaproveitado, deixando de ser disposto no meio
ambiente, e contribui-se também para a preservação de recursos naturais.
As Associações ou Cooperativas de catadores de materiais recicláveis destacam
um importante papel na redução e reaproveitamento de resíduos, além de proporcionar um
importante papel social na vida de muitos catadores que encontram na reciclagem, uma
oportunidade de vida.
Um exemplo que deu certo foi na cidade Londrina (PR), lá são as cooperativas de
catadores que recolhem o material reciclável em domicilio. Mediante contrato com a
prefeitura os catadores além de faturar com a venda dos recicláveis, eles ganham um valor
fixo e um adicional por domicílio visitado. Para o aterro sanitário é destinada apenas a parte
orgânica que não pode virar adubo pela compostagem. Com esse programa, o custo da coleta
diminuiu 30% para o município e a maior geração de renda teve reflexos significativos na
economia da cidade (CEMPRE, 2010).
Outra sugestão é a implantação de um aterro sanitário seguindo a norma NBR
15849/2010, que especifica os requisitos mínimos para localização, projeto, implantação,
operação e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte, para a disposição final de
resíduos sólidos urbanos, esta é medida indispensável para uma gestão de resíduos
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sustentável, é um método que quando operado de forma adequada minimiza os impactos


ambientais e evita a presença de doenças e contaminação do lençol freático.
Além disso, outra pratica importante para que a gestão de resíduos urbanos seja
eficiente, é a sensibilização com uso de campanhas educativas, com foco nos principais
pilares da Política Nacional de Resíduos Sólidos: a não geração e a maximização da coleta
seletiva, reciclagem e reaproveitamento.
Atualmente a sociedade tem como valores importantes o consumo, a quantidade, a
substituição por objetos mais novos, mais modernos. Estes valores geram desperdício e
resíduos que muitas vezes acabam no solo, numa prática quase sempre inconsciente.
Por isso faz-se necessário, que o poder público invista cada vez mais em
mecanismos para uma gestão de resíduos eficaz, com uma política de redução da produção de
resíduos deve-se levar em conta a otimização dos processos, evitando desperdícios e
aproveitando tudo em sua capacidade máxima. Isso significa que antes de se pensar em
reciclar ou reutilizar, a prioridade será de nem sequer gerar.
Dessa maneira, é possível concluir que o município de Barreirinhas/MA, assim
como a maioria dos municípios de pequeno porte não seguem o que é estabelecido pela
legislação. Por isso há uma necessidade imediata de ações de políticas públicas e educativas
por intermédio da prefeitura do município e do próprio Estado, para que haja uma gestão dos
resíduos sólidos sob a perspectiva da PNRS, lei 12.305/10. Dentro deste contexto, é
necessário que o município se prepare para as resoluções da Política Nacional de Resíduos
Sólidos e, principalmente, procedam ao fechamento do seu lixão.
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APÊNDICE
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APÊNDICE A – Questionário: Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos


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