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Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício


ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
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TREINAMENTO DE FORÇA VERSUS TREINAMENTO DE ENDURANCE.


EXISTE COMPATIBILIDADE?
1 2 1
Bernardo Neme Ide , Paloma Sampaio de Carvalho , Charles Ricardo Lopes ,
1 1,3 1
Mário Ferreira Sarraipa , Clodoaldo José Dechechi , Fernanda Lorenzi Lazarim ,
4 1
René Brenzikofer , Denise Vaz de Macedo .

RESUMO ABSTRACT

O fenômeno do treinamento concorrente foi Training of force versus training of endurance.


descrito pela primeira vez em 1980 por Robert Exists compatibility?
C. Hickson. Ao nível molecular parece haver
uma explanação para a interferência no The concurrent training phenomenon was first
desenvolvimento da força, pois diferentes described in 1980 by Robert C. Hickson. At the
formas de exercício induzem mecanismos molecular level, there seems to be an
intracelulares de sinalização antagonistas, que explanation for the interference of strength
sendo assim podem causar um impacto development because different forms of
negativo na resposta adaptativa muscular. exercise induce antagonistic intracellular
Precisamente, recentes estudos têm mostrado signaling mechanisms of protein synthesis
atividades antagonistas entre as sinalizações that, in turn, could have a negative impact on
anabólicas induzidas pela via PI3k/mTOR/ the muscle's adaptive response. Precisely,
PKB/S6kl/4E-BPI e a modulação energética recent studies have shown antagonistic
sinalizada pela AMPK. Entretanto a activities between the anabolic signaling
manipulação das variáveis agudas do mechanisms induced by PI3k/mTOR/
treinamento de força e endurance (ex: volume, PKB/S6kl/4E-BP, and the energy-modulating
intensidade, velocidade de contração e ações signaling by AMPK. Furthermore, the
musculares) resultam em adaptações distintas, manipulation of acute strength and endurance
diferentes magnitudes de ativação das vias da training variables (e.g., volume, intensity,
mTOR e AMPK, e também da hipertrofia contraction velocity, muscle actions) results in
muscular. O objetivo dessa revisão é distinct adaptations, different magnitudes of
descrever o fenômeno do treinamento activation of mTOR and AMPK signaling
concorrente, examinar os potenciais pathways, and thus muscle hypertrophy. The
mecanismos que possam explicar a inibição purpose of this review is to describe the
no desenvolvimento da força, e sugerir novos phenomena of concurrent training, examine
estudos analisando os resultados frente a the potential mechanisms that may explain the
distintos volumes e intensidades do inhibition of strength development and suggest
treinamento de força e endurance. new studies analyzing the results from distinct
intensities and volumes of strength and
Palavras-chave: treinamento concorrente, endurance training.
síntese protéica, mTOR, AMPK.
Key words: concurrent training, protein
1 - Instituto de Biologia Laboratório de synthesis, mTOR, AMPK.
Bioquímica do Exercício – Labex –
Universidade Estadual de Campinas – Endereço para correspondência:
Campinas, São Paulo. Bernardo Neme Ide
2 - Programa de Pós-Graduação Lato Sensu Laboratório de Bioquímica do Exercício –
em Personal Training – Faculdades Labex.
Metropolitanas Unidas – UniFMU – São Paulo, Cidade Universitária Zeferino Vaz - Instituto de
São Paulo. Biologia. Cx. Postal 6.109.
3 - Faculdades Estácio de Sá - FAESO – Campinas – SP. Brasil. CEP: 13 083 970.
Ourinhos, São Paulo. Fone: (19) 3521 6148
4 - Laboratório de Instrumentação para E-mail: bernardo_311@hotmail.com
Biomecânica (LIB), Faculdade de Educação
Física, Unicamp, Campinas, Brasil.

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INTRODUÇÃO 2005; Hornberger, Chu e colaboradores. 2006;


Hornberger, Sukhija e colaboradores. 2006);
O treinamento esportivo consiste em as alterações no estado energético das células
um contínuo processo adaptativo, onde as - promovidas por um determinado tempo de
adaptações estão diretamente correlacionadas estimulação das vias metabólicas de
a mecanismos de sinalização de síntese ressíntese de ATP (Hawley 2002; Fluck, Dapp
protéica, estimulados agudamente a cada e colaboradores. 2005; Fluck 2006); e a ação
sessão de treinamento. O incremento da força, e interação de hormônios, fatores de
potência, velocidade, ou da endurance crescimento e determinados nutrientes. A ação
dependem de alterações na quantidade e desses processos engatilharia cascatas de
atividade de determinadas proteínas com sinalizações intracelulares, impulsionando os
funções estruturais, regulatórias, ou de processos de transcrição e tradução gênica
transporte de íons através da membrana das (Goldspink e Yang 2004; Spriet e Gibala
células, cujo incremento é resultante da 2004; Kraemer e Ratamess 2005), e a
somatória de repetidas sessões de ativação, proliferação e diferenciação de
treinamento. células satélites, cuja ação promoveria a
É sabido atualmente que inúmeros inserção de novos mionúcleos à célula,
estímulos são capazes de engatilhar o incrementando sua atividade transcripcional
processo de síntese protéica. Entre eles estão (Hill, Wernig e colaboradores. 2003; Zammit,
os mecânicos - promovidos pela contração Golding e colaboradores. 2004; Hawke 2005;
muscular por si só (Goldspink, 2005; Tidball Kadi, Charifi e colaboradores. 2005).

Figura 1: Mecanismos engatilhadores do processo de sinalização de síntese protéica. Os estímulos


mecânicos da contração muscular, a ação de hormônios, fatores de crescimento e de determinados
nutrientes, os estímulos metabólicos, a ativação de células satélites.

Nesse sentido, podemos observar tais programas de treinamento. Em muitos


através de quais estímulos as duas principais esportes com característica de esforços
metodologias de treinamento (força e intermitentes (esforços de alta intensidade
endurance) sinalizam de forma aguda e intercalados por pausas de baixa intensidade),
crônica suas respectivas adaptações. combinações de força e endurance são
Muitos técnicos e preparadores físicos freqüentemente requisitadas no desempenho,
têm utilizado vários meios e métodos de mas em algumas situações quando os dois
treinamento para o aprimoramento da força e treinamentos são realizados de forma
da endurance, porém, muitas dúvidas ainda simultânea, uma potencial interferência no
pairam sobre as respostas adaptativas frente a desenvolvimento da força toma lugar, fazendo

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com que tal combinação torne-se muitas vezes de aproximadamente 290kD, sensível à
incompatível quando as ações motoras rapamicina, e envolvida na sensibilidade do
determinantes na modalidade requerem estado nutricional das células e na
adaptações relacionadas aos estímulos de coordenação desse estado com o processo de
força. Tal fenômeno é atualmente muito síntese protéica. Seu principal papel é integrar
estudado e é denominado pela literatura de estímulos ambientais (biodisponibilidade de
treinamento concorrente. O fenômeno do nutrientes e treinamento) de forma a controlar
treinamento concorrente foi descrito pela o crescimento celular (Deldicque, Theisen e
primeira vez em 1980, no trabalho conduzido colaboradores, 2005). A estimulação na
pelo pesquisador Robert C. Hickson (Hickson síntese protéica ocorre via 3 proteínas
1980). Como consequência, o treinamento regulatórias chave: a p70S6K (proteína
para essas modalidades irá obviamente ribossomal quinase de 70Kda), 4E-BP1 (fator
encontrar alguns problemas logísticos e eucariótico de iniciação 4E-proteína ligante 1),
provavelmente algumas possíveis limitações e a eIF4G (fator eucariótico de iniciação 4G)
durante o curso de desenvolvimento dessas (Glass 2003; Deldicque, Theisen e
capacidades biomotoras, em vista das colaboradores, 2005; Deldicque, Atherton e
adaptações divergentes induzidas pelos colaboradores, 2008).
treinamentos de força e endurance , e as mTOR é encontrada em dois
limitações observadas quando ambas as diferentes complexos multiproteicos: mTOR
formas de exercício são realizadas complexo 1 (mTORC1) e mTORC2, cada um
simultaneamente. exibindo diferentes funções celulares (Rennie,
Wackerhage e colaboradores, 2004). O
Sinalizações intracelulares durante os complexo mTORC1 consiste de uma proteína
treinamentos de força e endurance chamada de raptor (proteína associada
regulatória de mTOR). Esse complexo é
O treinamento de força é caracterizado sensível ao composto chamado de rapamicina
por meios e métodos que envolvem estímulos e regula o desenvolvimento da massa
de curta duração e intensidades altas, e o muscular controlando o processo de iniciação
incremento do desempenho em tal tipo de via ativação da p70S6K e do 4E-BP1. Já
exercício é a conseqüência de um aumento na mTORC2 é requisitado para a ativação da
eficiência contrátil das fibras musculares. Ou PKB/AKT, modulando as sinalizações da
seja, o treinamento de força sinaliza suas insulina (Bodine, Stitt e colaboradores, 2001).
adaptações através de uma maior ênfase dada Em contraste, inibições específicas da
aos estímulos mecânicos da contração mTOR com rapamicina, levam a um bloqueio
muscular. de até 95% na hipertrofia muscular, reforçando
Uma simples sessão de treinamento ainda mais que a enzima e seus alvos de
de força resulta em um incremento na fosforilação (p70S6K e o 4E-BP1) são
atividade de enzimas citosólicas como a PI3k, reguladores cruciais desse processo (Rommel,
PKB, mTOR, e a proteína ribossomal S6 Bodine e colaboradores, 2001; Glass 2003;
quinase 1 (S6K1). A ativação de tais vias de Deldicque, Theisen e colaboradores, 2005;
sinalização modula a síntese protéica tanto em Hornberger, Sukhija e colaboradores, 2007).
animais como em humanos. A ativação da Já o treinamento de endurance é
PI3k leva a um incremento nas atividades da caracterizado por meios e métodos que em
PKB e mTOR e subseqüente inibição sua maior parte envolvem estímulos com
(fosforilação) da proteína 4E-BP1, o que em duração que variam desde poucos minutos,
suma também leva a uma inibição da tradução até várias horas, e o incremento do
do mRNA cap-dependent, e subseqüente- desempenho em tal tipo de exercício é a
mente da síntese protéica via seqüestro do conseqüência de um aumento da potência e
fator de iniciação eucariótico 4E (eIF4E), capacidade aeróbia. Ou seja, o treinamento de
sendo que um incremento da atividade do endurance sinaliza suas adaptações através
eIF4E resultará em aumento da razão de de uma maior ênfase nos distúrbios
síntese protéica. metabólicos, causados por um determinado
mTOR é uma enzima com atividade tempo de estimulação das vias metabólicas de
quinase (promove transferência de ressíntese de ATP durante o exercício e as
grupamentos fosfato), com um peso molecular adaptações estão correlacionadas à

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intensidade e o volume com que o mesmo da AMPK é a razão ATP/ADP. Esse


será realizado (Lourenço, Tessutti e mecanismo pode nos ajudar a explicar
colaboradores, 2007). observações prévias que demonstraram que
O treinamento físico está associado a os estímulos que resultavam em decréscimos
mecanismos sinalizadores relacionados a na razão ATP/ADP eram correlacionados com
adaptações metabólicas, sendo uma das uma queda nas razões de síntese protéica.
principais a ativação da via de sinalizações da Esses achados indicaram que o decréscimo
proteína AMP quinase (AMPK). Uma das na síntese de protéica, comumente visto
principais funções da AMPK parece estar durante exercícios de endurance , poderiam
relacionada à manutenção da homeostase ser em parte mediados pelo incremento da
energética, pois sua atividade é modulada atividade da AMPK, e por concomitantes
principalmente pelas mudanças nos níveis de decréscimos nas respostas anabólicas
fosfatos energéticos e pelo decréscimo da reguladas pelas sinalizações da mTOR.
carga energética na célula muscular, dada Embora hipotético, é razoável assumir
pelo incremento da razão ADP/ATP. Tais que a ativação da AMPK e a inibição do Eef2
flutuações na regulação metabólica que pelos exercícios de endurance irão interferir
ocorrem durante o exercício podem também nas respostas aos exercícios de força por
mudar a expressão gênica e o conteúdo de afetar o a síntese de proteínas estruturais. As
substratos via sinalizações promovidas pela conseqüências óbvias de tal antagonismo será
AMPK. um impacto negativo nas adaptações crônicas
Interessantemente, recentes estudos ao treinamento de força. Entretanto esse pode
têm mostrado atividades antagonistas entre as ser apenas um dos mecanismos responsáveis
sinalizações anabólicas induzidas pela via pelo efeito observado no treinamento
PI3k/mTOR/PKB/S6kl/4E-BPI e a modulação concorrente no desenvolvimento da força
energética sinalizada pela AMPK. Mais (Figura 4). Resumidamente quando
precisamente a ativação da via de sinalizações treinamentos de força e resistência são
da AMPK, atenua a síntese protéica através realizados simultaneamente, uma potencial
da inibição da sinalização da mTOR, via interferência na força pode ser observada. Tal
ativação do complexo TSC, associada também interferência pode ser ocasionada por
com uma reduzida inibição das proteínas alterações na síntese de proteínas induzidas
ligantes ao eIF4E (4EBP1) e uma redução no pelo treinamento de endurance, ou por outros
eIF4E associado ao eIF4G. fatores que ainda permanecem
Como mencionado previamente, um desconhecidos.
estímulo potente no incremento da atividade

Figura 2: Resumo das vias de sinalização de síntese de proteínas relacionadas às adaptações ao


treinamento de força.

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Figura 3: Resumo das vias de sinalização de síntese de proteínas relacionadas às adaptações ao


treinamento de endurance.

Figura 4: Modelo de vias de sinalização intracelular que mediam as adaptações do músculo


esquelético ao exercício. Adaptado de Nader (Nader, 2006).

Futuras direções das pesquisas incremento das capacidades biomotoras


(Campos, Luecke e colaboradores. 2002). O
Muitas vezes, os resultados reflexo disso é que as adaptações ao
observados nos estudos como o treinamento treinamento estão correlacionadas à
concorrente são provocados pelas diferenças intensidade e o volume com que os mesmos
nos designs dos projetos experimentais, o que são realizados (Campos, Luecke e
muitas vezes impede observações mais colaboradores. 2002; Lourenço, Tessutti e
concisas dos mesmos (Leveritt, Abernethy e colaboradores. 2007). A intensidade modula o
colaboradores. 1999). Os protocolos de recrutamento de unidades motoras
treinamento utilizados, tanto de força como de (Henneman, Somjen e colaboradores. 1965), e
endurance, podem afetar de maneira aguda e dessa forma a demanda de ATP, o caráter
crônica as adaptações ao treinamento e, metabólico, e conseqüentemente a ênfase a
conseqüentemente, a magnitude do

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ser dada em determinadas adaptações pelo


mesmo. 6- Fluck, M.; Dapp, C.; e colaboradores.
O treinamento de endurance possui 3 Transcriptional profiling of tissue plasticity: role
“zonas” de intensidade: “Zona 1”, ou zona de of shifts in gene expression and technical
baixa intensidade – intensidades abaixo do limitations. J Appl Physiol. Vol. 99. Num. 2.
limiar ventilatório - LV; “Zona 2”, ou zona de 2005. p. 397-413.
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variam entre o LV e o ponto de compensação 7- Glass, D.J. Molecular mechanisms
respiratória - PCR; “Zona 3”, ou zona de alta modulating muscle mass. Trends Mol Med.
intensidade – intensidades acima do PCR Vol. 9. Num. 8. 2003. p. 344-350.
(Lourenço, Tessutti e colaboradores. 2007).
Já o de força possui intensidades e 8- Goldspink, G. Mechanical signals, IGF-I
volumes distintos, de forma que podemos gene splicing, and muscle adaptation.
didaticamente dividir de acordo com a Physiology (Bethesda). Num. 20. 2005. p. 232-
manifestação da força enfatizada: a força 238.
máxima, a resistência de força e a resistência
de força hipertrófica (Campos, Luecke e 9- Goldspink, G.; Yang, S.Y. The splicing of
colaboradores. 2002; Kraemer, Adams e the IGF-I gene to yield different muscle growth
colaboradores. 2002; Kraemer e Ratamess factors. Adv Genet. Num. 52. 2004. p. 23-49.
2004).
Recomenda-se então que novas 10- Hawke, T.J. Muscle stem cells and
pesquisas investiguem com mais precisão exercise training. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 33.
essas distintas manifestações do treinamento Num. 2. 2005. p. 63-68.
de força, combinadas com diferentes volumes
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