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1 Fisioterapia em geriatria e gerontologia

01 (SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2013/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO IDOSO/IMIP) O Estatuto do Idoso assegura o direito à
atenção integral à saúde do idoso por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe acesso universal e igualitário. Sobre
o direito à saúde do idoso, considere as afirmativas abaixo:

I. A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: I - cadastramento da população idosa em base territorial; II - aten-
dimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; III - As unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social.
II. Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para
idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos
meios urbano e rural.
III. Ao idoso não é assegurado optar pelo tratamento, independentemente do domínio de suas faculdades mentais.
IV. Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado nos termos da lei.

Está CORRETO apenas o que se afirma em

Ⓐ I.
Ⓑ I, II e IV.
Ⓒ I e IV.
Ⓓ II e III.
Ⓔ II, III e IV.

GRAU DE DIFICULDADE

Assertiva I: CORRETA. Segundo os incisos I, II, e III do parágrafo 1º do Art. 15, Capítulo IV “Do Direito à Saúde”, da
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, a prevenção e a manutenção
do idoso serão efetivadas por meio de: cadastramento da população idosa em base territorial; atendimento
geriátrico e gerontológico em ambulatórios; unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social.1

Assertiva II: CORRETA. O


que é trazido na alternativa está disposto no inciso IV do mesmo parágrafo, artigo, capítulo e
lei citados acima.1

Assertiva III: INCORRETA. De


acordo com o Art. 17, do Capítulo IV “Do Direito à Saúde”, da Lei nº 10.741, de 1º de
outubro de 2003, “ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar
pelo tratamento que lhe for reputado mais favorável.”1

Assertiva IV: CORRETA. O texto da alternativa está de acordo com o parágrafo 4º do Art. 15, Capítulo IV da Lei nº
10.741, de 1º de outubro de 2003.1

▍Resposta: Ⓑ

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02 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO) Sobre os aspectos demográficos relativos ao envelhecimento
populacional no Brasil, aquele que influencia diretamente na mudança da pirâmide etária é:

Ⓐ a queda da fecundidade e da taxa de mortalidade.


Ⓑ a melhoria da escolaridade e a queda da expectativa de vida.
Ⓒ os avanços das tecnologias leves e dos rendimentos sociais.
Ⓓ o impacto dos membros da família e a feminilização do envelhecimento.
Ⓔ o controle de doenças infectocontagiosas e o aumento das causas externas.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. Os
fatores que influenciam diretamente o envelhecimento da população de um país são o
comportamento das taxas de fecundidade e de mortalidade. Para que ocorra o envelhecimento populacional,
é necessário que ocorra uma queda da fecundidade, reduzindo a proporção de jovens a médio e longo prazo,
e uma simultânea redução das taxas de mortalidade com o aumento da expectativa de vida da população.3,4
O prenúncio do envelhecimento da população brasileira veio no início do século XX com a queda da mor-
talidade, no entanto, apenas por volta de 1950, com o declínio acentuado da fecundidade, esse fenômeno se
estabeleceu de fato.4

Alternativa B: INCORRETA. A
melhoria da escolaridade não é um dos fatores que influenciam diretamente a mudança
da pirâmide etária brasileira. No entanto, vem ocorrendo no Brasil uma acentuada elevação da expectativa de
vida ao nascer, que aumentou 25 anos entre 1960 e 2010.5 Em 2014, de acordo com dados do IBGE, a expec-
tativa de vida do brasileiro ao nascer era de 75,2 anos.6

Alternativa C: INCORRETA. Os
avanços das tecnologias leves e dos rendimentos sociais não influenciam diretamente a
mudança da pirâmide etária brasileira. As tecnologias leves se referem às tecnologias de relações, produção
de comunicação, acolhimento, vínculos e autonomização.7 As tecnologias leves devem ser inclusas no arsenal
dos saberes e competências de saúde, permitindo a construção de um olhar ampliado sobre a produção do
cuidado em saúde em todas as suas dimensões, inclusive na atenção ao idoso.8 Já em relação aos rendimentos
sociais, houve um avanço para a população idosa com a Constituição Federal de 1988, que garantiu a univer-
salização da seguridade social, ampliação da previdência social e a legislação da assistência social.9

Alternativa D: INCORRETA. O
impacto dos membros da família e a feminilização do envelhecimento não influenciam
diretamente a mudança da pirâmide etária brasileira. Os dados da transição demográfica brasileira permitem
constatar um processo de feminização da velhice. As mulheres representavam em 2011 55,5% da população
idosa do país e 61% do contingente de idosos com mais de 80 anos. Esse fato se deve a uma maior expectativa
de vida das mulheres, que vivem em média 8 anos a mais que os homens. Alguns dos fatores responsáveis por
esse fenômeno são: maior número de mortes violentas entre jovens e adultos do sexo masculino e o maior
acompanhamento médico contínuo entre as mulheres ao longo da vida.10

Alternativa E: INCORRETA. O controle de doenças infectocontagiosas e o aumento das causas externas não se caracterizam como os fatores que
influenciam diretamente a mudança da pirâmide etária. No entanto, até o final do século XIX, as doenças infectocontagiosas junto com a fome
endêmica se constituíam como grandes problemas de saúde pública. No decorrer do século XX, a ampliação do saneamento básico, melhora
das condições nutricionais, aumento do grau de escolaridade, desenvolvimento de novas tecnologias médicas e a ampliação da cobertura dos
serviços possibilitaram uma expressiva melhora nas condições de vida da população, contribuindo para uma queda acentuada na mortalida-
de por doenças infecciosas. Esse processo, por sua vez, influencia indiretamente as transformações da estrutura demográfica, pois alterou os
padrões de morbimortalidade no século XX, caracterizados pelo aumento da expectativa de vida, redução da fecundidade, envelhecimento
da população, redução da mortalidade infantil, aumento da importância das doenças crônico-degenerativas e elevação da morbimortalidade
por causas externas.11

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03 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO) Sobre os aspectos fisiológicos do envelhecimento, é correto
afirmar que

Ⓐ a estatura do indivíduo após os 40 anos diminui 1 cm a cada ano.


Ⓑ o coração torna-se mais sensível à estimulação beta-adrenérgica.
Ⓒ com o envelhecimento, ocorre aumento do fluxo salivar e da ptialina, levando a dificuldades na digestão.
Ⓓ com o envelhecimento, ocorrem alterações cerebrais como: alargamento dos ventrículos e redução de
enzimas metabólicas.
Ⓔ a pele torna-se mais ressecada devido à perda de água causada pela diminuição das glândulas sudoríparas
e aumento das glândulas sebáceas.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. A estatura do indivíduo diminui 1 cm por década após os 40 anos.19

Alternativa B: INCORRETA. A sensibilidade do coração e dos vasos à estimulação beta-adrenérgica diminui com o
processo de envelhecimento. Dessa forma, o coração do idoso não é capaz de alcançar os níveis máximos de
frequência cardíaca possíveis na juventude, portanto, o comprometimento da função beta-adrenérgica carac-
teriza-se como um fator limitante do desempenho cardiovascular durante estresse físico.20

Alternativa C: INCORRETA. O processo de envelhecimento é responsável por uma sensível diminuição da secreção de
saliva, que é responsável pela proteção dos tecidos orais, além de participar da quebra inicial dos alimentos
iniciando o processo de digestão. Além disso, a saliva apresenta menores quantidades de ptialina, que é re-
sponsável pela digestão inicial dos polissacarídeos, tornando-se mais espessa e com ph alcalino. Ainda ocorre
redução da mucina salivar, cuja função é proteger e lubrificar a mucosa bucal, e da amilase.21

Alternativa D: CORRETA. O
processo de envelhecimento é responsável por alterações funcionais ao nível do siste-
ma nervoso, como a redução de peso e volume do cérebro e perda neuronal, alargamento dos ventrículos;
acúmulo de lipofuscina; redução de neurotransmissores e de enzimas metabólicas, principalmente na ativi-
dade colinérgica; lentificação da velocidade da condução; alterações dendítricas; diminuição do consumo de
oxigênio e da utilização de glicose; perda de proteínas cerebrais.22

Alternativa E: INCORRETA. A pele se torna mais ressecada devido à perda de água ocasionada pela diminuição das glândulas sudoríparas e sebá-
ceas.22

04 Ⓐ a senescência celular resulta da perda de telômeros, que ocorre em resposta aos eventos moleculares.
(SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO) Sobre o envelhecimento, é correto afirmar que

Ⓑ as teorias evolutivas buscam explicar a origem do envelhecimento e as diferenças da longevidade entre as


espécies.
Ⓒ a premissa das teorias programadas é a identificação de agravos que induzem aos danos moleculares e
celulares, aleatórios e progressivos.
Ⓓ a teoria biológica do envelhecimento tem sido classificada de uma única forma, sendo frequente a apre-
sentação a partir do título de teorias programadas.
Ⓔ os telômeros são estruturas constituídas de uma sequência repetida de proteínas, induzidas por enzimas,
localizadas nas extremidades dos cromossomos, com a função de deslocar as organizações celulares.

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GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Existem


dois tipos de senescência celular: senescência induzida por estresse, que ocorre em
resposta aos eventos moleculares, e senescência replicativa, que resulta da perda de telômeros. Os telômeros
são constituídos de uma sequência repetida de DNA, que se localizam nas extremidades dos cromossomos
e são responsáveis por preservar a integridade dos genomas e evitar a fusão com outros cromossomos. No
decorrer do processo de replicação de DNA nas células eucariontes, ocorre, a cada divisão celular, perda de
uma pequena quantidade de DNA em cada extremidade do cromossomo, culminando em encurtamento dos
telômeros, alteração estrutural e, eventual senescência replicativa.23

Alternativa B: CORRETA. Diversas teorias têm sido propostas para explicar o envelhecimento, classificadas como evo-
lutiva, sistêmica ou molecular-celular. As teorias evolutivas buscam explicar a origem do envelhecimento e
as diferenças da longevidade entre as espécies. O acúmulo de mutações, a pleiotropia antagonista e a soma
descartável são três teorias evolutivas.23

Alternativa C: INCORRETA. O postulado das teorias programadas é a existência de relógios biológicos responsáveis pela
regulagem do crescimento, maturidade, senescência e morte. Já a premissa apresentada na alternativa corre-
sponde a das teorias estocásticas.23

Alternativa D: INCORRETA. As
teorias biológicas do envelhecimento têm sido classificadas de várias formas, sendo fre-
quente a apresentação em dois grupos: teorias estocásticas e teorias programadas.23

Alternativa E: INCORRETA. Os telômeros são constituídos de uma sequência repetida de DNA, que se localizam nas extremidades dos cromosso-
mos. Sua função é preservar a integridade dos genomas e evitar a fusão com outros cromossomos.23

05 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO) As mudanças do tecido ósseo, que ocorrem com o envelheci-
mento, fazem das fraturas outra condição importante quando se trata do paciente idoso.

Sobre as fraturas em idosos, é correto afirmar que

Ⓐ as fraturas típicas nesta população ocorrem no osso diafisário.


Ⓑ os quadro mais comuns são de fraturas em terço médio de fêmur, úmero e tíbia.
Ⓒ a mobilização sem dor com consolidação da fratura e a função motora razoáveis são objetivos apropriados
para os pacientes de elevada atividade funcional.
Ⓓ é importante considerar o contexto do idoso, pois as opções de tratamento podem variar de acordo com as
comorbidades e as condições funcionais que precedem a fratura.
Ⓔ as condutas médicas e de fisioterapia são voltadas, nestes casos, para a mobilização apenas após a completa
consolidação óssea, que, normalmente, ocorre após procedimento de correção cirúrgica.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. As fraturas típicas na população idosa são no osso metafisário (trabecular).15

Alternativa B: INCORRETA. Os quadros mais comuns são de fratura do fêmur proximal, fraturas distais do rádio,
fraturas proximais do úmero e fraturas por compressão vertebral.15

Alternativa C: INCORRETA. Para idosos que não deambulam ou para pacientes senis com poucas demandas funcionais,

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a mobilização sem dor com consolidação da fratura e a função motora razoáveis são objetivos apropriados,
no entanto, para aqueles com elevada atividade, é necessária a consolidação completa da fratura com recu-
peração funcional máxima.15

Alternativa D: CORRETA. Na
escolha do tratamento é importante considerar o contexto do idoso, pois as opções de
tratamento variam de acordo com as condições de comorbidades e funcionais anteriores à lesão, além da
idade e estado mental.15,29

Alternativa E: INCORRETA. Os objetivos do tratamento conservador e ortopédico são direcionados a permitir ao paciente a mobilização precoce e
o seu retorno ao nível de função anterior à lesão.15

2 Fisioterapia Neurofuncional

06 “Paciente de 30 anos e internado com diagnóstico de síndrome de Guillain Barré. Encontra-se estável he-
(UERJ, 2013/RESIDÊNCIA EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Analise o caso clínico a seguir e responda a questão.

modinamicamente e com progressão da doença há três semanas. ”


Os sinais e sintomas clínicos comuns nessa síndrome são:

Ⓐ Hiporreflexia e predomínio de alterações sensoriais.


Ⓑ Fraqueza simétrica ascendente e arreflexia.
Ⓒ Disautonomia e hipertonia elástica.
Ⓓ Fraqueza assimétrica e dispneia.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Na síndrome de Guillain Barré, parestesias nos pés costumam ser os primeiros sintomas. No
entanto, as alterações sensoriais costumam ser leves e menos graves quando comparadas ao comprometimen-
to motor. A diminuição ou ausência dos reflexos tendinosos também pode ocorrer.6

Alternativa B: CORRETA. Os
sinais e sintomas da síndrome de Guillain Barré são relativamente simétricos. A fraqueza
normalmente começa nos membros inferiores logo no início, sendo seguida por uma fraqueza ascendente.
Os reflexos tendinosos também são afetados, podendo estar diminuídos ou ausentes.6

Alternativa C: INCORRETA. Os distúrbios do sistema nervoso autônomo (disautonomia) ocorrem na síndrome de Guil-
lain Barré, especialmente nos casos mais graves, quando os pacientes podem desenvolver insuficiência res-
piratória, instabilidade autonômica e disfunção esfincteriana.6 Já a hipertonia elástica é uma característica das
síndromes do neurônio motor superior.

Alternativa D: INCORRETA. Os sinais e sintomas da síndrome de Guillain Barré são relativamente simétricos, portanto a fraqueza também ocorre
de forma simétrica. Nos casos mais graves, o comprometimento respiratório pode estar presente ocasionando dispneia e até insuficiência
respiratória.6

7
07 (UPE, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA COM ÊNFASE NA SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO/CUIDADOS PALIATIVOS EM SAÚDE) A
Doença de Alzheimer se configura como um dos mais comuns tipos de demência, sendo responsáveis por 50 a 70% dos casos em todo
o mundo. Sobre essa doença, assinale a alternativa INCORRETA.

Ⓐ A demência é uma síndrome clínica, caracterizada por um decréscimo adquirido e persistente da


memória e da função cognitiva, como linguagem, habilidades para realizar tarefas complexas, identificar
objetos ou pessoas, pensamento abstrato, julgamento e personalidade.
Ⓑ É uma doença neurológica, progressiva, degenerativa, de curso rápido e reversível na qual são observadas
alterações cerebrais, como presença de placas senis, emaranhados neurofibrilares, perda celular e atrofia do
córtex cerebral.
Ⓒ As manifestações clínicas podem ser observadas em três fases distintas: a fase inicial, intermediária e
avançada. Na fase avançada, o paciente perde a capacidade de realizar as AVDs com independência e de se
comunicar. O comprometimento motor se agrava, e os pacientes permanecem acamados nessa fase.
Ⓓ A partir da fase intermediária, o paciente começa a apresentar alterações motoras e da marcha. Os obje-
tivos da fisioterapia consistem em retardar a progressão do comprometimento motor, prevenir encurtamen-
tos e deformidades e incentivar a autonomia e independência do paciente.
Ⓔ À medida que a doença progride e a dependência aumenta, podem surgir conflitos no âmbito familiar,
uma vez que toda a rotina da casa é alterada em função do cuidado do paciente. O suporte ao cuidador e à
família também é objetivo do tratamento por parte de toda a equipe multidisciplinar.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. A demência caracteriza-se como uma síndrome clínica que possui diversas etiologias. Ela é
responsável por um decréscimo adquirido e persistente da memória e função cognitiva que se manifesta por
uma deficiência de memória associada à perda de outras funções corticais, como linguagem; habilidades para
realizar tarefas físicas complexas; identificar objetos ou pessoas ou construir objetos; pensamento abstrato;
julgamento e personalidade.7,8 A doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa, cujas manifes-
tações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em uma deficiência progressiva e uma eventual incapacitação.
Em geral, o primeiro aspecto clínico é a deficiência da memória recente, enquanto as lembranças remotas
são preservadas até um certo estágio da doença. Além das dificuldades de atenção e fluência verbal, outras
funções cognitivas deterioram à medida que a patologia evolui.9

Alternativa B: INCORRETA. Caracteriza-se como uma doença normalmente de início insidioso, responsável por pre-
juízo intelectual superior, e alterações de comportamento e de humor. O quadro é progressivo e irreversível
evoluindo com desorientação, afasia e perda de memória decorrentes de disfunção cortical grave e, ao longo
de 5 a 10 anos, o indivíduo torna-se profundamente incapacitado, apresentando imobilismo e mutismo.2
O processo patológico é caracterizado por degeneração e morte progressiva dos neurônios do hipocampo,
prosencéfalo basal e córtex associativo posterior, regiões relacionadas com aprendizagem, memória e com-
portamentos emocionais. Os achados de neuroimagem por ressonância nuclear magnética e o estudo anato-
mopatológico do cérebro evidenciam placas senis contendo β-amiloide, emaranhado neurofibrilar contendo
proteína tau, e perda neuronal do hipocampo e áreas corticais e subcorticiais.10 Não existe cura para a doença
de Alzheimer, mas o tratamento é capaz de aliviar os sintomas e prolongar a independência do indivíduo,
reduzindo também a carga dos cuidadores.11

Alternativa C: CORRETA. Nos estágios mais avançados, o paciente perde a desenvoltura social e pode apresentar sinto-
mas psiquiátricos, como psicose associada à paranoia, alucinações e delírios, além de convulsões. Outras car-
acterísticas tardias que podem surgir são mioclonia, incontinência, espasticidade, respostas plantares exten-
soras e hemiparesia. Nos meses finais de vida, ele encontra-se acamado e apresenta mutismo; incontinência;
problemas de alimentação; picos febris; dispneia; pneumonia e dor.5

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Alternativa D: CORRETA. Normalmente o paciente procura a fisioterapia no estágio intermediário. Ele pode apresentar,
nesse estágio, fraqueza generalizada, perda de movimentos funcionais e maior risco de queda. Naqueles
com demência, os déficits cognitivos interferem nas atividades de vida diária, podendo ocasionar perda da
independência social11, de forma que os objetivos apresentados são condizentes com o quadro clínico encon-
trado nesse estágio. Os principais objetivos com esses pacientes são maximizar a independência funcional,
o equilíbrio ao sentar ou ficar de pé com ou sem dispositivo auxiliar, percepção da segurança em todos os
movimentos e minimizar sequelas secundárias.11

Alternativa E: CORRETA. Tal suporte melhora o estresse dos cuidadores, retarda a institucionalização e muitas vezes pode evitar o uso de medica-
mentos. Ainda há redução na forma de reagir dos cuidadores aos transtornos de comportamento e agressividade dos pacientes, assim como
diminuição na frequência desses transtornos nos referidos pacientes. Há melhora da depressão e agitação, tanto nos pacientes quanto nos
cuidadores com orientações, programas educacionais e estratégias comportamentais direcionadas aos envolvidos na doença.12

08 (AUTARQUIA HOSPITALAR MUNICIPAL, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE E EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE/FISIOTERAPIA) Correlacione as
deficiências características dos dois tipos de demência DA (Doença de Alzheimer) e DP (Doença de Parkinson) e, em seguida, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.

1ª Coluna
DA Doença de Alzheimer
DP Doença de Parkinson
2ª Coluna
( ) Postura claramente pertubada por tremores mais ou menos fortes
( ) Tônus pouco ou nada afetado
( ) Cognição e raciocínio claramente afetados
( ) Paciente apático ou depressivo
( ) Paciente indiferenciado ou desinibido

Ⓐ DP/ DP/ DA/ DP/ DA


Ⓑ DP/ DA/ DA/ DP/ DA
Ⓒ DP/ DA/ DP/ DA/ DP
Ⓓ DA/ DP/ DA/ DP/ DA
GRAU DE DIFICULDADE

Assertiva I: Postura claramente perturbada por tremores mais ou menos fortes é deficiência da DP. O trem-
or compõe a tríade da doença de Parkinson e se caracteriza como o sintoma mais conhecido e facilmente
identificável. Normalmente é um tremor de repouso que piora com a marcha e diminui com o movimento
voluntário do segmento acometido desaparecendo com o sono. Varia em uma frequência de 4 a 6 ciclos por
segundo e normalmente é distal acometendo mãos e dedos, iniciando-se de um lado e evoluindo para um
acometimento bilateral. Nas fases mais avançadas, pode ser observada uma associação com tremor de ação e
postural. O tremor postural se apresenta, normalmente, quando o paciente estende os braços à frente e costu-
ma ser mais rápido e fino que o de repouso.6,13,18

Assertiva II: Tônus


pouco ou nada afetado é uma deficiência da DA. Alguns pacientes podem apresentar alter-
ações neurológicas, principalmente com o avanço da doença, como aumento do tônus muscular, mioclonias
e alteração da marcha.6

Assertiva III: Cognição e raciocínio claramente afetados é uma deficiência da DA. Na DA os pacientes evoluem
de um pequeno déficit de memória a perdas cognitivas severas com acometimento da memória, linguagem e
práxis. A disfunção da memória está relacionada com o decréscimo da capacidade de aprendizagem de infor-
mações novas associada a uma desorientação de tempo e lugar. O acometimento da linguagem e da função
executiva é um componente central da DA. O paciente apresenta perda da capacidade de encontrar palavras

9
e problemas com o pensamento abstrato, organização, planejamento e solução de problemas.11A redução
da atividade da acetilcolinesterase no córtex frontal e parietal foi relacionada ao início da demência nesses
pacientes. Assim, a redução da atividade da fosfolipase A2 em pacientes portadores da doença de Alzheimer
está diretamente relacionada à severidade da demência e ao grau do prejuízo cognitivo.9,19

Assertiva IV: Paciente


apático ou depressivo é uma deficiência da DP. A depressão é a manifestação neurop-
siquiátrica que mais ocorre na DP, acometendo 40% dos pacientes. Alguns pacientes podem apresentar
sintomas depressivos decorrentes da sua condição clínica crônica e de fatores sociais, como o isolamento
social, mas outros sintomas depressivos estão relacionados com a etiopatogenia da doença de forma direta. A
manifestação clínica da depressão pode ter características de uma depressão maior ou de distimia.20 A de-
pressão está relacionada com incapacidade; sobrecarga do cuidador; redução da qualidade de vida; nível alto
de ansiedade; pessimismo a respeito do futuro; tristeza; irritabilidade; indecisão; ideação suicida e delirante;
culpabilidade e autocrítica em excesso.21 Já a apatia também se caracteriza como uma condição comorbida da
DP que pode dificultar o diagnóstico da depressão, porém essa distinção é importante, pois elas apresentam
mecanismos fisiopatológicos diferentes e podem simular um quadro de declínio cognitivo. A apatia está liga-
da a uma neutralidade afetiva. Outras alterações neuropsiquiátricas nesses pacientes são ansiedade, sintomas
psicóticos, comportamento compulsivo, prejuízo cognitivo e demência.21,22

Assertiva V: Paciente
indiferenciado ou desinibido é uma deficiência da DA. Essa doença exibe importantes al-
terações comportamentais. Tais alterações incluem mudanças precoces na conduta social; desinibição; rigi-
dez e inflexibilidade mentais; hiperoralidade; comportamento estereotipado e perseverante; distraibilidade;
impulsividade; falta de persistência e perda precoce da crítica.11,22 Os pacientes ainda apresentam reações
catastróficas como choro, comportamento agressivo e contrários, além da perda da capacidade de percepção
da doença, não sendo capazes de reconhecer a extensão total e as implicações da deficiência cognitiva ou
funcional.11

▍Resposta: Ⓑ

09 (UFMA, 2013/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) No que diz respeito às doenças neuromusculares, marque a alternativa
CORRETA:

Ⓐ Um paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) “definitiva” deve apresentar, essencialmente, sinais
concomitantes do neurônio motor superior e inferior em três regiões raquidianas ou em duas regiões raquid-
ianas com sinais bulbares.
Ⓑ Na ELA, a desmielinização e a gliose dos tratos corticospinais e corticobulbares levam aos sintomas do
neurônio motor inferior.
Ⓒ A distrofia muscular se refere a um grupo de miopatias hereditárias caracterizadas por fraqueza muscular
não progressiva, deterioração, destruição e regeneração das fibras musculares.
Ⓓ Na Distrofia Muscular de Duchene, a progressão típica da fraqueza é assimétrica de distal para proximal,
com fraqueza acentuada da musculatura pélvica e escapular, precedente à fraqueza dos músculos do tronco e
membro.
Ⓔ Na Síndrome de Guillan-Barré, o dano na bainha de mielina não é suficiente para que haja pertubação na
propagação saltatória do potencial de ação, mantendo a velocidade de condução.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. O diagnóstico clínico da ELA é feito a partir dos Critérios El Escorial da World Federation of
Neurology ilustrada na tabela abaixo5:
Tabela 1 – Critérios El Escorial

10
Certeza Diag-
Características Clínicas
nóstica
Definitiva Sinais de neurônio motor superior e inferior em região bulbar e em duas regiões espinais ou em três regiões medulares.
Sinais de neurônio motor superior e inferior em duas ou mais regiões. As regiões podem diferir, mas alguns sinais de neurônio motor superior
Provável
devem ser rostrais em relação ao déficit de neurônio motor inferior.
Sinais de neurônio motor superior e inferior em uma região ou sinais de neurônio motor inferior rostrais aos sinais de neurônio motor supe-
Possível
rior.
Suspeita Sinais de neurônio motor inferior em pelo menos duas regiões.

Fonte: GREENBERG, AMINOFF, SIMON, 2012.5

Portanto, o apresentado na alternativa corresponde a ELA definitiva de acordo com o Critério El Escorial.

Alternativa B: INCORRETA. A desmielinização e a gliose dos tratos corticoespinhais e corticobulbares pela degeneração
das células de Betz no córtex motor levam aos sintomas do neurônio motor superior.19

Alternativa C: INCORRETA. A distrofia muscular diz respeito a um grupo de miopatias hereditárias que se caracterizam
por fraqueza muscular progressiva, deterioração e destruição e recuperação das fibras musculares.19

Alternativa D: INCORRETA. A
fraqueza na distrofia muscular de Duchene é proximal associada à marcha oscilante e
aumento importante da curvatura lombar.29 O comprometimento da musculatura esquelética é simétrico
inicialmente associado ao déficit motor da cintura pélvica. O acometimento é progressivo e, com a
evolução do quadro, os músculos da cintura escapular são acometidos, bem como de outras regiões do
corpo como tronco e membros.30

Alternativa E: INCORRETA. O potencial de ação que se propaga de maneira rápida ao longo do internodo devido à capacitância baixa da bainha
de mielina, ao atravessar a região de alta capacitância de cada nodo sem mielina tem sua velocidade reduzida, por isso, o potencial de ação
salta rapidamente de um nodo para o outro à medida que o potencial de ação avança. Esse movimento do potencial de ação é denominado
condução saltatória em um axônio mielinizado. Na síndrome de Guillain Barré, ocorre desmielinização, por isso, a corrente que flui para a
célula gerada no nodo anterior ao segmento desmielinizado, pode ser incapaz de fornecer uma corrente capacitiva capaz de despolarizar o
segmento desmielinizado da membrana no nível do limiar. Além disso, essa corrente do circuito local não consegue se difundir normalmente,
porque flui para um segmento axonal com uma pequena constante de comprimento. Devido a esses dois motivos, na síndrome de Guillain
Barré, a propagação do potencial de ação pode ser bloqueada ou retardada.

10 (UFMA, 2011/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Em paciente vítima de acidente vascular cerebral, dependendo da artéria
acometida, diferentes sinais e sintomas se manifestam. Com relação as mais prováveis consequências de lesões envolvendo essas arté-
rias, associe as colunas abaixo:

1ª Coluna
1. Artéria cerebral média.
2. Artéria cerebral anterior.
3. Artéria cerebral posterior.
4. Artéria Basilar.
2ª Coluna
( ) Perturbações visuais; defeito do campo contralateral homônimo; perturbação de memória e perda sensorial contralateral.
( ) Hemiplegia contralateral densa; hemianopsia homônima contralateral; perda sensorial do tipo cortical; problemas da fala nas lesões do hemisfério
esquerdo, com negligência do lado contralateral e dano parietal com perturbações visuais espaciais e negligência do lado esquerdo nas lesões do
hemisfério direito.
( ) Comprometimento dos nervos cranianos, tetraplegia espástica e perda sensorial.
( ) Monoplegia contralateral; perda sensorial cortical e, algumas vezes, anormalidades de comportamento associadas à lesão no lobo frontal

A sequência CORRETA é:

11
Ⓐ 3, 1, 4, 2.
Ⓑ 4, 1, 3, 2.
Ⓒ 1, 2, 3, 4.
Ⓓ 2, 4, 1, 3.
Ⓔ 3, 2, 4, 1.
GRAU DE DIFICULDADE

Artéria cerebral média: corresponde à “Hemiplegia contralateral densa; hemianopsia homônima contralateral; perda sensorial do tipo cor-
tical; problemas da fala nas lesões do hemisfério esquerdo, com negligência do lado contralateral e dano parietal com perturbações visuais
espaciais e negligência do lado esquerdo nas lesões do hemisfério direito.” A lesão da artéria cerebral média é responsável por uma fraqueza
contralateral, perda sensitiva na face e no membro superior, e hemianopsia homônima do lado da fraqueza. Em indivíduos destros, a oclusão
dessa artéria ocasiona afasia global e no hemisfério não dominante, negligência unilateral, anosognosia e desorientação espacial. Déficits
sensoriomotores podem estar presentes na face e nos membros superiores contralaterais, bem como estereognosia.35

Artéria cerebral anterior: corresponde à “Monoplegia contralateral; perda sensorial cortical e, algu-
mas vezes, anormalidades de comportamento associadas à lesão no lobo frontal.” Está relacionada com
fraqueza do neurônio motor superior, déficits de sinais sensitivos corticais (negligência) do membro inferi-
or contralateral, incontinência urinária, depressão e afasia motora transcortical. Em casos de acometimen-
to bilateral, estão presentes mutismo, distúrbios do humor e incontinência persistente.35

Artéria cerebral posterior: corresponde a “Perturbações visuais; defeito do campo contralateral homônimo;
perturbação de memória e perda sensorial contralateral.” A oclusão dessa artéria está relacionada com sín-
dromes variadas, mas os indivíduos podem apresentar hemianestesia e hemianopsia contralaterais, dislexia,
discalculia, dor lancinante e hemibalismo.35

Artéria basilar: corresponde a “Comprometimento dos nervos cranianos, tetraplegia espástica e perda
sensorial.” O acometimento da artéria basilar consiste em uma associação de sinais bilaterais de tratos lon-
gos sensitivos e motores, disfunção cerebelar e anormalidades dos nervos cranianos com paralisia ou paresia
dos músculos bulbares e de extremidades, comprometimento visual, ataxia cerebelar bilateral e síndrome do
cativeiro.35

▍Resposta: Ⓐ

3 Fisioterapia em Ortopedia, Traumatologia e


Reumatologia

11 (UCPEL, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM SAÚDE DO IDOSO – 2015) Um paciente idoso apresenta acometimento de tenossino-
vite estenosante dos tendões do abdutor longo e extensor curto do polegar. Ao exame físico, há dor à palpação e edema ao longo da
face lateral do processo estilóide radial. Esses dados caracterizam:

Ⓐ Epicondilite.
Ⓑ Radiculopatia cervical.
Ⓒ Doença de De Quervain.
Ⓓ Laceração do manguito rotatório.
Ⓔ Doença de Osgood-Schlatter.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Apesar


da descrição clássica relacionada à prática esportiva do tênis, apenas 5 a 10% dos
pacientes que apresentam a epicondilite praticam tal esporte. Sendo assim, a tendinose do cotovelo é mais

12
comum em não atletas, principalmente na quarta e quinta décadas de vida. A epicondilalgia lateral ocorre
inicialmente por microlesões na origem da musculatura extensora do punho, sendo mais frequente o acome-
timento do tendão extensor radial curto do carpo e extensor comum dos dedos1,5.

Alternativa B: INCORRETA. Apesar


de a radiculopatia cervical ser capaz de gerar sintomas referidos em braços e mãos,
as causas mais comumente relacionadas são a herniação do disco cervical e espondilose cervical. Provoca
lesões com consequentes dores e inflamações em tecidos como ligamentos, músculos e discos adjacentes à
coluna vertebral cervical1,6.

Alternativa C: CORRETA. A
doença de De Quervain é uma tenossinovite ou tenossinovinite estenosante que afeta as
bainhas dos tendões do primeiro compartimento do punho, resultando em espessamento e degeneração do
retináculo do extensor, estreitamento do canal fibro-ósseo e a consequente compressão dos tendões. O uso
excessivo dos tendões do abdutor longo e extensor curto do polegar com tarefas repetitivas é o principal cau-
sador dessa doença, que se apresenta com edema localizado e sensibilidade dolorosa na região do processo
estiloide radial com irradiação proximal para a face lateral do antebraço e distalmente para o polegar. Além
desses achados, o paciente pode cursar com crepitação dos tendões movendo-se através da bainha do exten-
sor e perda de abdução do polegar1,6.

Alternativa D: INCORRETA. O quadro clínico dessa lesão inclui alterações e prejuízos estruturais, funcionais, e presença
de dor na região do ombro1, portanto, difere da localização e dos tecidos abordados no enunciado da questão.
Alternativa E: INCORRETA. A doença de Osgood-Schalatter é uma apofisite do tubérculo tibial, que atinge indivíduos geralmente entre os 10 e 14
anos de idade. Caracteriza-se por dor na ligação do ligamento patelar com a tuberosidade da tíbia. A causa mais aceita para essa doença é
avulsão repetida do ligamento patelar na apófise do tubérculo tibial, e a avulsão completa é a principal complicação7.

12 (UPE, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA COM ÊNFASE NA SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO/CUIDADOS PALIATIVOS EM SAÚDE) A
amputação é um procedimento cirúrgico de grandes repercussões para o paciente e sua família. Sobre a abordagem fisioterapêutica
nas amputações, assinale a alternativa CORRETA.

Ⓐ A causa mais frequente de amputações é por doença vascular periférica, combinada ou não com diabetes.
Os fatores de risco, como tabagismo, diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, influenciam o aparecimento de
doenças vasculares, sendo essa causa de amputação mais frequente em pacientes jovens.
Ⓑ A ocorrência do fenômeno fantásmico, seja ele doloroso ou não, é bastante rara, sendo registrado em
cerca de 15% dos pacientes amputados. Por se tratar de uma condição que envolve fatores físicos, sociais e
psicológicos, necessita de uma intervenção multiprofissional.
Ⓒ As condições do coto são um ponto importante da avaliação fisioterapêutica. Deve ser observado o forma-
to, cicatrização, presença de aderências ou contraturas, mobilidade e circulação sanguínea. O formato ideal é
um coto cônico, sem aderências cicatriciais, com um bom coxim músculo adiposo e sem presença de dor.
Ⓓ O fisioterapeuta participa do processo de reabilitação pós operatória para colocação e adaptação da
prótese. Entretanto no pós-operatório imediato, o paciente recebe os cuidados da equipe médica e de enfer-
magem, para garantir uma boa cicatrização do coto e prevenir hemorragias.
Ⓔ Para pacientes com amputação transfemoral, deve ser orientada, desde a fase de pós-operatório imediata,
a utilização de travesseiros ou almofadas sob o coto, a fim de se evitar contato com o colchão e prejudicar a
cicatrização.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. A doença vascular periférica, combinada com diabetes ou não, de fato é a causa mais fre-
quente de amputações. O surgimento de doenças vasculares está relacionado com idade avançada, tabag-
ismo, diabetes, hipertensão e lipoproteinemia20. A doença vascular periférica é a causa mais frequente de
amputação em idosos. A segunda maior causa de amputações são os traumatismos, que acometem principal-
mente jovens adultos21.
Alternativa B: INCORRETA. A dor fantasma é uma das principais causas de complicação no coto21. Ela é definida como

13
uma sensação desagradável, dolorosa ou queimante na região amputada do membro. 90 a 80% dos pacientes
amputados referem um ou mais episódios de dor fantasma, mas normalmente, eles são breves e raros6. A dor
envolve os aspectos físico, social e psíquico, por isso, a importância do tratamento multidisciplinar envolven-
do médico; fisioterapeuta; terapeuta ocupacional; nutricionista; psicólogo; assistente social; educador físico;
enfermeiro. Todos estes profissionais devem trabalhar em equipe objetivando o desenvolvimento e a partici-
pação ativa do paciente no tratamento22.

Alternativa C: CORRETA. O
formato cônico, onde as dimensões proximais são maiores que as dimensões distais, facil-
ita o encaixe da prótese. Além disso, os outros fatores citados também são importantes, uma vez que evitam
complicações como lesões teciduais, difícil adaptação de prótese e dor, além de viabilizar a funcionalidade,
mobilidade e postura a fim de promover qualidade de vida, inclusão social e independência1,23. Por isso, todos
esses pontos são fundamentais na avaliação desse paciente.

Alternativa D: INCORRETA. O fisioterapeuta desempenha um importante papel no tratamento desses pacientes atuando
na reeducação funcional. Ele acompanha esses indivíduos em todos os estágios da reabilitação, integrando a
equipe multidisciplinar, supervisionando e tratando desde o pré até o pós-operatório, atuando na educação
da mobilidade em todas as fases e na manutenção das funções musculoesqueléticas. O fisioterapeuta é funda-
mental no processo dinâmico, criativo, progressivo e educativo visando à restauração ótima do indivíduo e a
sua reintegração à família, comunidade e sociedade. O início do tratamento deve ser o mais precoce possível
para recuperação funcional, visando acelerar a protetização e o retorno às atividades. Os objetivos específicos
envolvem estímulo à cicatrização e redução do edema; manutenção ou incremento da força muscular dos
dois membros; transferências e cuidados no leito; prevenção de contraturas não apenas no membro residual;
educação em relação aos cuidados com o membro residual e deambulação com auxílio de dispositivos como
muletas. O trabalho deve ser multidisciplinar em todas as fases voltado ao desenvolvimento e participação
ativa do paciente no tratamento.28

Alternativa E: INCORRETA. A utilização de almofadas e travesseiros sob o coto facilita o aparecimento de contraturas e posturas viciosas, dificul-
tando a colocação da prótese. O posicionamento inadequado do membro, e o uso de travesseiros e almofadas podem levar ao enrijecimento
fascial, causando um desequilíbrio muscular24.

13 (UFPB, 2015 – RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE HOSPITALAR) Fratura é a perda de continuidade do osso dividindo-o em dois
ou vários fragmentos. Dentre os vários tipos, correlacione abaixo o tipo de fratura com sua respectiva característica:

1. Transversa
2. Oblíqua
3. Cominutiva
4. Espiral
( ) Rachadura perpendicular ao eixo longitudinal do osso, que o percorre por inteiro.
( ) Ângulo em sentido diagonal no osso apresentando elemento de torção ou rotação.
( ) Apresenta múltiplos fragmentos ósseos.
( ) Fenda diagonal através do osso, com duas extremidades bastante irregulares e pontiagudas.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo:

Ⓐ 1 – 3 – 4 – 2.
Ⓑ 1 – 2 – 3 – 4.
Ⓒ 2 – 4 – 3 – 1.
Ⓓ 1 – 4 – 3 – 2.
Ⓔ 2 – 4 – 1 – 3.

14
GRAU DE DIFICULDADE

1– Transversa: corresponde à “rachadura perpendicular ao eixo longitudinal do osso, que o percorre por
inteiro.” A fratura é transversal e completa em um ângulo quase reto em relação ao eixo longitudinal do osso.
Pode ocorrer deslocamento, porém, devido ao formato das extremidades fraturadas, o tecido circundante
pode sofrer danos relativamente pequenos32.

2– Oblíqua: corresponde à “fenda diagonal através do osso, com duas extremidades bastante irregulares e
pontiagudas.” A fratura oblíqua caracteriza-se como uma fenda diagonal através do osso com extremidades
irregulares e pontiagudas que, ao deslocarem-se, são capazes de danificar o tecido mole de forma consideráv-
el32.

3– Cominutiva: “apresenta múltiplos fragmentos ósseos.” Nessa fratura, o osso é estilhaçado ou esmagado no
local do impacto, resultando em dois ou mais fragmentos. Caracteriza-se como uma fratura grave, cujo trata-
mento é longo e envolve reparo cirúrgico dos múltiplos fragmentos para sua fixação. Quando a fratura ocorre
em um osso que apoia peso, como, por exemplo, nos membros inferiores, o indivíduo pode desenvolver uma
discrepância permanente de comprimento dos membros32.

4– Espiral: “ângulo em sentido diagonal no osso apresentando elemento de torção ou rotação.” Nessa fratura,
o osso é separado e a fratura forma espirais ao redor do eixo longitudinal. É semelhante à oblíqua no que diz
respeito ao ângulo ser em sentido longitudinal em relação ao osso. São comuns nas fraturas sofridas durante
a prática de esqui, ocorrendo imediatamente acima da parte superior da bota, quando não se consegue soltar
os esquis após o pé sofrer rotação32.

▍Resposta: Ⓓ

14 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA EM FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA) Sobre o tratamento fisioterapêutico na Artroplastia Total do Joelho, assi-
nale a alternativa correta:

Ⓐ O paciente deve treinar em bicicleta sem carga, a partir da terceira semana de pós-operatório, apenas para
aumentar a mobilidade articular.
Ⓑ O paciente deve manter o joelho em uma leve flexão, após a cirurgia, podendo colocar um travesseiro
embaixo dos joelhos.
Ⓒ O paciente não pode ficar de pé no segundo dia de pós-operatório, pois não deve haver nenhuma descarga
de peso no membro operado.
Ⓓ A atividade na piscina - a hidroterapia –não é indicada logo nos primeiros dias do pós-operatório, devido
ao impacto nas articulações do joelho, na posição de pé.
Ⓔ O membro inferior precisa manter-se elevado após o terceiro dia de pós-operatório de modo que o pé
fique mais alto que o coração para minimizar o edema e facilitar a reabilitação.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. Na fase de proteção moderada (3 a 6 semanas), o paciente pode treinar em uma bicicleta
estacionária. O assento pode ser posicionado o mais alto possível inicialmente e abaixado gradualmente para
aumentar a flexão do joelho31.

Alternativa B: INCORRETA. Nos


primeiros dias do pós-operatório, deve-se evitar colocar uma almofada sob o joel-
ho para impedir uma contratura em flexão. O impacto da flexão do joelho na integridade da incisão deve
ser acompanhado e deve-se observar se existem sinais de tensão excessiva na ferida como, por exemplo,
drenagem ou palidez da pele. Um dia após a cirurgia, o joelho pode ser imobilizado em um curativo com-
pressivo volumoso ou pode ser iniciada a mobilização passiva contínua para controle de hemartrose31.

15
Alternativa C: INCORRETA. O tipo de prótese determina a extensão com que o apoio de peso é permitido, bem como a
fixação usada. Quando a fixação é biológica, o apoio de peso é restrito a tocar o solo apenas por até seis sema-
nas após a cirurgia. O apoio de peso completo e a deambulação sem auxílio podem ser permitidos apenas 12
semanas após o procedimento cirúrgico. Já a fixação cimentada, possibilita o apoio de peso conforme a tol-
erância do paciente logo após a cirurgia, progredindo para o apoio completo em até seis semanas. O paciente
deve usar muletas ou bengala durante a fase de proteção moderada e mínima da reabilitação até que tenha
força e estabilidade adequadas no membro inferior operado31.

Alternativa D: INCORRETA. A hidroterapia pode ser introduzida na fase de proteção mínima, por ser uma atividade de
pouco impacto, ela pode auxiliar na recuperação da função, e melhora da resistência muscular e cardiopul-
monar. Para essa técnica, é recomendado o uso do curativo oclusivo para proteção da incisão cirúrgica31.

Alternativa E: INCORRETA. Um dia após a cirurgia, o joelho pode ser imobilizado em um curativo compressivo volumoso ou pode ser iniciada a
mobilização passiva contínua para controle de hemartrose. Na fase de proteção máxima, deve-se promover a circulação e reduzir o edema e
a dor pós-operatória com exercícios de bombeamento de tornozelo logo após a cirurgia31.

15 (HOSPITAL SANTA MARCELINA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA) A dor lombar é a segunda causa mais frequente para
consultas médicas, absenteísmo e aposentadorias precoces. Determinadas condições de trabalho, como carregar peso, operar máqui-
nas e permanecer sentado por tempo prolongado ocasionam inúmeras lesões na coluna vertebral, principalmente na região lombar, dentre
elas, a hérnia de disco. O comprometimento da raiz lombar que corresponde ao nível de L4 provoca dor:

Ⓐ Na face lateral da coxa, fraqueza na porção extensora do quadríceps e diminuição do reflexo patelar.
Ⓑ Na face posterior da coxa e fraqueza dos dorsiflexores, com diminuição do reflexo patelar.
Ⓒ Na face posterior da coxa e panturrilha, fraqueza dos flexores plantares e diminuição do reflexo aquileu.
Ⓓ Na região anterior da coxa e face lateral da perna, fraqueza de quadríceps e diminuição do reflexo aquileu.
Ⓔ Na face lateral da perna e pé, diminuição da força dos dorsiflexores e sem alteração de reflexos, já que
nesse nível não há reflexo correspondente.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. Na hérnia de disco, a dor possui uma distribuição que segue o dermátomo, mas também pode
ser sentida nos músculos supridos pela raiz afetada. Ela geralmente tem um caráter agudo. O comprometi-
mento da raiz lombar ao nível de L4 provoca dor na face lateral da coxa, fraqueza na porção extensora do
quadríceps e diminuição do reflexo patelar23.

Alternativa B: INCORRETA. Apesar da fraqueza muscular nos dorsiflexores e a redução do reflexo patelar poderem estar
relacionados com lesão a nível de L4, a dor na face posterior da coxa está relacionada com lesões a nível de L5
e sacrais até S41,23.

Alternativa C: INCORRETA. A
dor na face posterior da coxa relaciona-se com lesões a nível de L5 e sacrais até S4. Apesar
de ser possível dor em parte posterior medial de panturrilha, dor na maior parte da panturrilha é compatível
com lesão a nível de L5, S1 e S2. A fraqueza nos flexores plantares se relaciona com lesões a nível de S1 e S2.
A redução do reflexo em questão é ligada a lesão a nível de S11,23.

Alternativa D: INCORRETA. Apesar


de referência de dor na lateral da perna e fraqueza de quadríceps poder estar rela-
cionada com lesão no nível L4, dor na região anterior da coxa refere-se a lesões nos níveis de L2 e L3 e di-
minuição de reflexo aquileu a lesão de S11,23.

Alternativa E: INCORRETA. Mesmo que a redução da força nos dorsiflexores possa estar relacionada com lesão no nível de L4, a dor na face lateral
da perna refere-se à lesão a nível de L5. Os níveis que não correspondem a reflexos são L1, L2, S3 e S41,23.

16
4 Fisioterapia em Pediatria

16 (UPE, 2015/ RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA COM ÊNFASE NA SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO/CUIDADOS PALIATIVOS) Acerca do
desenvolvimento neuropsicomotor, coloque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

() A presença dos reflexos tônico-cervical, de sucção, de Moro e de preensão palmar após o sexto mês de vida podem indicar um atraso no desenvolvi-
mento neuropsicomotor da criança.
() No desenvolvimento neuropsicomotor normal, observa-se que a criança de 4 meses fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros nessa posição, tem
preensão voluntária das mãos, rola, senta com apoio e leva os pés à boca.
() O baixo peso ao nascer, a prematuridade, os fatores familiares, sociais e de ambiente físico são eventos que aumentam o risco de a criança apresentar
distúrbios de linguagem, de motricidade, de aprendizagem e atraso neuropsicomotor, o que significa que a criança não poderá evoluir durante os
primeiros dois anos de vida para padrões de normalidade.
() Com um ano de idade, o bebê já engatinha, anda segurando nos móveis ou nas pessoas e fica de pé sem apoio.
() Entre 12 e 18 meses, o bebê anda sozinho, corre e sobe degraus.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.

ⒶV–F–F–V–V
ⒷV–V–F–V–F
ⒸF–V–F–V–V
ⒹV–F–F–V-F
ⒺV–F–V–F–F
GRAU DE DIFICULDADE

Assertiva I: VERDADEIRA. Os
reflexos são considerados primitivos, ou seja, são encontrados nos primeiros meses de
vida, desaparecendo por volta dos 4 meses. Portanto, a sua permanência pode indicar um atraso no desen-
volvimento neuropsicomotor.2

Assertiva II: FALSA. Entre


o 4 e 5º mês espera-se que a criança apresente preensão voluntária das mãos. Aos
três meses a criança consegue manter a cabeça além do plano corporal e aos quatro meses, já é capaz de
levantar a cabeça e os ombros em decúbito ventral. No quinto ao sexto mês, a criança senta com apoio.
Do quarto para o quinto mês desenvolve a habilidade de rolar voluntariamente. No sexto mês a criança
consegue levar os pés a boca.2-4

Assertiva III: FALSA. O


atraso neuropsicomotor caracteriza-se como a defasagem mantida com relação à idade
cronológica do paciente. O atraso global do desenvolvimento envolve o desvio na aquisição de parâmet-
ros motores, lingüísticos e sociais.2 Os eventos citados podem gerar atraso no desenvolvimento neurop-
sicomotor, porém existem grandes possibilidades de estimular a criança e a mesma evoluir nos primeiros
dois anos de idade.5,6

Assertiva IV: VERDADEIRA. Aos nove meses o bebê passa de sentado para a postura de pé, engatinha (entre o 8º e 9º
mês) e permanece de pé com apoio, segurando-se em móveis ou pessoas. Aos 10 meses ele já dá alguns pas-
sos segurando nos móveis. Aos 12 meses ele já anda e inicia as primeiras palavras.2,4 Portanto, com um ano,
ele já consegue realizar todas as atividades descritas na alternativa.

Assertiva V: FALSA. Entre os 12 e 13 meses, as crianças já caminham sozinhas, flexionando as pernas para se equil-
ibrar melhor. Até os 18 meses tentam correr, mas caem com facilidade. Entre os 18 e 24 meses conseguem
subir degraus.2-4
▍Resposta: Ⓓ

17
17 Na UTI neonatal, é admitido um recém-nascido (RN) pré-termo com 27 semanas e 2 dias de idade
(UERJ, 2013/RESIDÊNCIA EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Analise o caso clínico abaixo e responda a questão.

gestacional, de parto cesáreo. Ao nascer, o bebê necessitou de reanimação na sala de parto, apresentando
Apgar 3/6/8, peso de 850 gramas, gemência, batimento de asa de nariz e tiragens intercostais. O quadro
evoluiu para entubação orotraqueal, TOT 2.5, modo IMV, com os seguintes parâmetros ventilatórios: pressão
inspiratória de 15, Peep de 5, frequência respiratória de 40, tempo inspiratório de 0,3 e FiO2 de 0,6.
A complicação mais frequente que pode ocorrer no RN, de acordo com a idade gestacional e o peso corporal,
é:

Ⓐ hemorragia peri-intraventricular
Ⓑ osteopenia da prematuridade
Ⓒ mucopolissacaridose
Ⓓ icterícia neonatal

GRAU DE DIFICULDADE

▶ DICA DO AUTOR: o escore de Apgar caracteriza-se como um instrumento responsável por avaliar a condição
física do recém-nascido logo após o nascimento. Ele avalia 5 dimensões: frequência cardíaca, esforço respi-
ratório, tônus muscular, resposta aos estímulos e coloração, que recebem notas de 0 a 2, sendo 10 o escore
máximo. Ele costuma ser realizado 1 minuto após o nascimento e é repetido 5 minutos depois e 10 minutos
depois quando é inferior a 7.

Alternativa A: CORRETA. A hemorragia peri-intraventricular é uma das complicações neurológicas mais importantes
no recém-nascido de muito baixo peso no período neonatal. Ela está relacionada com taxas altas de mor-
talidade e possibilidade de sequelas. Sua ocorrência é inversamente proporcional ao peso de nascimento e
idade gestacional, apresentando incidência de 50 a 75% em prematuros com menos de 26 semanas; após a
30º semana, essa taxa reduz de forma importante. Os recém-nascidos de muito baixo peso possuem fragilida-
de capilar da matriz germinativa, seu leito vascular é exuberante e forma a região cerebral mais perfundida,
combinado a isso, existe uma deficiência na autorregulação do fluxo sanguíneo do cérebro decorrente de va-
riações da pressão arterial sistêmica. Essas flutuações hemodinâmicas impactam no fluxo sanguíneo cerebral.
O local onde mais ocorrem processos hemorrágicos é na matriz germinativa, pois os vasos podem se romper
causando a hemorragia restrita a essa região ou extensível aos ventrículos laterais e a todo o sistema ventricu-
lar.6

Alternativa B: INCORRETA. Refere-se a condições que determinam alterações no processo de mineralização óssea oc-
asionando fragilidade estrutural e, em casos mais graves, fraturas espontâneas. Sua incidência é de 30% em
pré-termos pesando menos de 1500g e de 50% em pré-termos pesando menos de 1000g. Os mais predispos-
tos a desenvolver são aqueles bebês que nascem com menos de 32 semanas (especialmente com menos de 28
semanas) e com peso inferior a 1000g, que fazem uso de ventilação prolongada, com dificuldade na alimen-
tação enteral, recuperação prolongada do peso de nascimento e períodos prolongados de imobilização. A
hipomineralização pode aparecer nas primeiras semanas sendo, normalmente, subclínica nessa fase, pois as
manifestações clínicas costumam aparecer entre 3 a 4 meses após o parto.16 Apesar de estar relacionada com a
idade gestacional e peso corporal, não é a complicação mais frequente que pode ocorrer com o RN, de acordo
com a idade gestacional e o peso corporal.

Alternativa C: INCORRETA. As
mucopolissacaridoses constituem um grupo de doenças que se caracterizam pelo acúmu-
lo intralisossômico de glicosaminoglicanos devido à deficiência de uma enzima lisossômica relacionada
à degradação dessas moléculas. Esse acúmulo compromete a função celular e orgânica causando diversas
manifestações clínicas progressivas que acometem vários órgãos. A maior parte das crianças não apresenta

18
nenhuma alteração ao nascer e, os primeiros sinais e sintomas surgem na infância.17 Não é, portanto, a com-
plicação mais frequente que pode ocorrer com o RN, de acordo com a idade gestacional e o peso corporal.
Alternativa D: INCORRETA. A icterícia neonatal ocorre quando o fígado imaturo não consegue conjugar quantidades grandes de bilirrubina porque
suas enzimas não se formaram completamente, ou seja, quando as estruturas envolvidas na conjugação e excreção da bilirrubina não ama-
durecem até 2 semanas de idade, o recém-nascido desenvolve uma hiperbilirrubinemia não conjungada leve e transitória.18 Portanto, não é a
complicação mais frequente que pode ocorrer com o RN, de acordo com a idade gestacional e o peso corporal.

18 (UFMA, 2011/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) A taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN) é um distúrbio respi-
ratório bastante frequente e definida como síndrome clínica de caráter benigno. Em relação às características clínicas, considere as
afirmativas e responda:

I. Frequência respiratória entre 30 e 40 ipm.


II. Presença de alterações respiratórias após as primeiras 24h de vida.
III. Dispnéia de grau leve a moderado, batimento de asa de nariz e gemido expiratório.
IV. É comum apresentarem manifestações neurológicas e cardíacas.
V. Frequência respiratória entre 60-80 ipm, podendo chegar a 100 ipm.

Estão CORRETAS:

Ⓐ As afirmativas I e IV;
Ⓑ Somente as afirmativas III e V;
Ⓒ As afirmativas I, II e III;
Ⓓ As afirmativas II, III e V;
Ⓔ Somente as afirmativas II e III.

GRAU DE DIFICULDADE

Assertiva I: FALSA. O sintoma principal da TTRN é a frequência respiratória persistentemente alta, acima de 60
irpm. 8,25

Assertiva II: FALSA. A disfunção respiratória leve a moderada tende a surgir poucas horas após o nascimento com
gemidos, taquipnéia, batimento da asa do nariz, tiragem intercostal, cianose, crepitação e elevação da fre-
quência respiratória.6

Assertiva III: VERDADEIRA. Apresenta


dispnéia leve a moderada, batimentos da asa do nariz, retrações intercostais,
gemidos intercostais (tentativa de elevar a pressão intrapulmonar no final da expiração, mantendo o volume
gasoso alveolar em pulmões sobrecarregados de líquido) e graus variáveis de cianose.5,6

Assertiva IV: FALSA. As alterações apresentadas são de caráter respiratório.

Assertiva V: VERDADEIRA. A TTRN caracteriza-se por frequência respiratória entre 60 a 80 irpm, podendo chegar a 100
movimentos respiratórios por minuto.5,6

▍Resposta: Ⓑ

19
19 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA EM FISIOTERAPIA HOSPITALAR COM ÊNFASE EM TERAPIA INTENSIVA) Em relação a crianças com Insuficiência Cardíaca
Congestiva (ICC), é correto afirmar que

Ⓐ A Insuficiência Cardíaca é frequentemente causada por defeitos estruturais e só acontece no período neo-
natal e no lactente.
Ⓑ A sudorese excessiva, dispneia intensa, tosse produtiva e diminuição do trabalho respiratório são manifes-
tações clínicas da ICC.
Ⓒ A posição de Trendelenburg é indicada no tratamento de crianças com ICC, pois melhora arritmias
cardíacas, refluxo gastroesofágico e hipertensão arterial sistêmica.
Ⓓ O uso do CPAP com fluxo contínuo costuma ser mais eficaz do que o uso do CPAP associado com
PEEP+PS, com resultado satisfatório mais rápido.
Ⓔ As causas da Insuficiência Cardíaca Congestiva na criança são: sobrecarga de volume ou pressão se-
cundária à Cardiopatia Congênita com miocárdio normal.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. A
insuficiência cardíaca não ocorre apenas no período neonatal e em lactentes e sua causa
mais frequente em lactentes, crianças e adolescentes são os defeitos cardíacos congênitos.35,36

Alternativa B: INCORRETA. As
manifestações clínicas variam de acordo com a faixa etária. Em lactentes os sintomas
mais comuns incluem taquipnéia, taquicardia e dispnéia nas mamadas. As crianças maiores podem apre-
sentar taquicardia e taquipnéia, fadiga e intolerância ao exercício com falta de apetite e dificuldade de cresci-
mento. Os adolescentes apresentam sintomas semelhantes aos adultos como dispnéia, taquipnéia, fadiga,
intolerância ao exercício, ortopnéia, dispnéia paroxística noturna e sintomas gastrointestinais.35,36

Alternativa C: INCORRETA. A posição de Trendelenburg é indicada para pacientes em estado de choque hipovolêmico,
hipotensão arterial, drenagem de secreção pulmonar e algumas cirurgias.35,36

Alternativa D: INCORRETA. O
CPAP com fluxo contínuo tende a diminuir o retorno venoso e pode comprometer o
débito cardíaco. Em pacientes com insuficiência cardíaca com função miocárdica preservada, o BiPAP (CPAP
com Peep + PSV) seria mais benéfico devido à diferença de pressões inspiratória e expiratória.35,36

Alternativa E: CORRETA. Em adultos, a etiologia mais prevalente é a doença miocárdica isquêmica e hipertensiva. Em crianças, a insuficiência
cardíaca pode ser causada por sobrecarga de volume (como na comunicação interventricular grande) ou por obstruções ao fluxo (como na
estenose aórtica, que provoca sobrecarga de pressão) mesmo na presença de um miocárdio normal.35,36

20 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM FISIOTERAPIA HOSPITALAR NEONATAL E PEDIÁTRICA) Com relação à doença de Osgood-Schlat-
ter, podemos afirmar que:

Ⓐ Trata de uma patologia comum na criança e no jovem do sexo feminino, que tem histórico de prática
esportiva precoce.
Ⓑ Os sinais clínicos de dor no quadril, intensificados pela prática de atividade física.
Ⓒ Consiste numa apofisite em região de tuberosidade anterior da tíbia, local de inserção do ligamento pa-
telar.
Ⓓ Pode a criança se queixar de dor local e eventualmente aumento de volume, vermelhidão e calor, o que
geralmente provoca limitação nas AVD’s.
Ⓔ Escolhe o tratamento cirúrgico para correção das diferenças de crescimento entre o ligamento patelar a
epífise tibial.
GRAU DE DIFICULDADE

20
Alternativa A: INCORRETA. Ocorre, comumente, em adolescentes, mas também em crianças engajadas em práticas es-
portivas, do sexo masculino, com idade entre 10 a 13 anos.46

Alternativa B: INCORRETA. O indivíduo refere dor na face anterior do joelho, que exacerba com a prática de atividade
física.47

Alternativa C: CORRETA. A
doença de Osgood-Schlatter é uma apofisite caracterizada por dor na região do ligamento
patelar com a tuberosidade da tíbia. Essa afecção resulta de lesões repetitivas e pequenas avulsões ou arranca-
mentos na junção ou inserção do tendão patelar no núcleo de ossificação secundário da tuberosidade anteri-
or da tíbia.47,48

Alternativa D: INCORRETA. O
fragmento que sofreu avulsão inicialmente é cartilaginoso, mas a medida que cresce,
forma um calo ósseo e a tuberosidade tibial aumenta. A condição normalmente desaparece próximo aos 18
anos, deixando como único vestígio, a tuberosidade aumentada.48 O indivíduo refere dor na face anterior do
joelho que piora com o exercício, sensibilidade e edema doloroso sobre o tubérculo tibial e pode apresentar
efusão.46,47,48

Alternativa E: INCORRETA. A doença de Osgood-Schlatter é autolimitada, regredindo em cerca de dois anos e desaparecendo quando o paciente
atinge, aproximadamente, 18 anos. O tratamento de escolha é conservador, envolvendo diminuição ou até interrupção temporária da prática
esportiva, para permitir a cicatrização das microfraturas por avulsão. A crioterapia deve ser realizada antes e depois das atividades. Em casos
mais graves, pode haver necessidade de imobilização com gesso cilíndrico. A cirurgia raramente é necessária, sendo indicada, principalmente,
quando os sintomas persistem mesmo com o fim do crescimento.46,47,48

5 Fisioterapia Pneumofuncional e UTI

21 (UFU, 2013/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é uma doença grave.
Por mais que novas estratégias surgem, a mortalidade ainda é alta.

Com base na afirmativa acima, assinale a alternativa INCORRETA.

Ⓐ A SDRA pode ser definida como um comprometimento da barreira alvéolo-capilar com alteração da per-
meabilidade endotelial, levando ao extravasamento de líquido para o interstício pulmonar.
Ⓑ A SDRA pode ser revertida com ventilação não invasiva.
Ⓒ Quando a quantidade de líquido extravasado ultrapassa a capacidade de drenagem linfática, começa
a ocorrer edema intersticial e alveolar com as consequentes alterações da função pulmonar. O líquido re-
sponsável por esse edema tem uma composição proteica semelhante à do plasma.
Ⓓ A SDRA é uma lesão pulmonar aguda que resulta em infiltrados pulmonares difusos e bilaterais à radio-
grafia de tórax, hipoxemia grave e diminuição da complacência pulmonar.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. Essa definição corresponde à SDRA. Ela veio para facilitar o diagnóstico, porém sua fisiopato-
logia e o tratamento ainda não estão completamente esclarecidos.92
Alternativa B: INCORRETA. A ventilação não invasiva pode ser empregada na SDRA, principalmente na SDRA leve, no
entanto, as metas de sucesso de 0,5 a 2 horas devem ser observadas e, em caso de insucesso, a reintubação
não deve ser retardada. Na SDRA grave, a ventilação não invasiva não é recomendada devido à alta taxa de
falência respiratória e a necessidade de intubação, principalmente nos pacientes com PaO2/FiO2< 140 e SAPS
II > 35.73

21
Alternativa C: CORRETA. A instalação do edema resulta em dispneia de instalação rápida acompanhada de infiltrado
difuso associado à redução da complacência do sistema respiratório e aumento do shunt pulmonar.92
Alternativa D: CORRETA. A SDRA é uma lesão pulmonar aguda responsável por infiltrados pulmonares difusos e bilaterais observados na radiogra-
fia de tórax, hipoxemia grave e redução da complacência pulmonar.92

22 (UFPR, 2010/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) A respeito da avaliação fisioterapêutica pneumofuncional e morfodinâ-


mica do tórax e do abdome, é correto afirmar:

Ⓐ A cirtometria refere-se à avaliação das medidas do tórax nos movimentos respiratórios.


Ⓑ No enfizema, enfermidade de componente obstrutivo, as articulações condroesternais encontram-se rígi-
das e o tórax em expiração permanente.
Ⓒ A hiperpneia refere-se à frequência alta, com profundidade superficial e ritmo regular.
Ⓓ A avaliação da ventilação alveolar é refletida pela tensão do dióxido de carbono (PaCO2), que em
condições normais encontra-se entre 25 a 35 mmHg.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. A
cirtometria ou perimetria toracoabdominal é um conjunto de medidas das circunferências
torácica e abdominal durante os movimentos respiratórios para avaliar a expansibilidade torácica.35

Alternativa B: INCORRETA. O
enfisema se caracteriza pela destruição das paredes alveolares com alargamento anor-
mal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal. A perda da arquitetura é responsável pela redução
do recolhimento elástico com colapso de pequenas vias aéreas e limitação ao fluxo aéreo, resultando em
alçaponamento aéreo com hiperinsuflação pulmonar, rebaixamento das cúpulas diafragmáticas e desacopla-
mento da caixa torácica.36

Alternativa C: INCORRETA. A hiperpneia caracteriza-se como a respiração rápida e profunda. Ela é fisiológica após a
prática de exercícios físicos intensos. Também pode ser causada por ansiedade, acidose metabólica ou lesões
neurológicas.37

Alternativa D: INCORRETA. A ventilação alveolar corresponde à proporção do ar inspirado envolvida na hematose, cujos valores de normalidade
são 35 – 45mmHg. A PaCO2 pode ser considerada como a medida precisa da capacidade de ventilação alveolar de compensar a produção de
CO2. Quando o nível de ventilação alveolar não é adequado em relação à produção de CO2, a PaCO2 alveolar e arterial se eleva resultando em
hipercapnia (PaCO2 > 45 mmHg), por outro lado, quando a ventilação alveolar aumenta de forma desproporcional em relação à produção de
CO2, a PaCO2 alveolar e arterial diminui (PaCO2 < 35 mmHg), resultando em hipocapnia.38

23 (UFPA, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE/FISIOTERAPIA) Na monitoração hemodinâmica, o estudo das pres-
sões e volumes no sistema cardiovascular tem como objetivo analisar a circulação sanguínea e a capacidade de oferta e consumo de
oxigênio aos tecidos. Entre as variáveis que o fisioterapeuta deve observar antes da sua intervenção, encontra-se a pressão venosa central
(PVC) que

Ⓐ Corresponde à monitoração da pressão do átrio direito, refletindo a pré-carga do ventrículo direito.


Ⓑ Corresponde a uma estimativa da pré-carga ventricular esquerda.
Ⓒ Corresponde a uma estimativa da pós-carga ventricular esquerda.
Ⓓ É a quantidade de sangue bombeada por minuto pelo coração.
Ⓔ Representa a relação entre o consumo e a oferta de oxigênio aos tecidos.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. A monitoração da pressão venosa central corresponde à monitoração da pressão atrial direita.
A pressão atrial direita é monitorada pela colocação de um cateter venoso central e normalmente é inferior à
pressão das outras câmaras cardíacas, variando entre 2 a 6 mmHg. A pressão venosa central representa uma
medida da pré-carga do átrio direito e reflete a pré-carga do ventrículo direito.32

22
Alternativa B: INCORRETA. A pressão venosa central reflete a pré-carga do ventrículo direito. Clinicamente, a pressão
sistêmica arterial proporciona uma estimativa da pré-carga do ventrículo esquerdo. Ela também pode ser
estimada a partir da pressão capilar pulmonar.66

Alternativa C: INCORRETA. A pressão venosa central caracteriza-se como uma estimativa da pré-carga ventricular direi-
ta.

Alternativa D: INCORRETA. A quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto corresponde ao débito
cardíaco. 27

Alternativa E: INCORRETA. A oferta de oxigênio (DO2) é a quantidade de oxigênio efetivamente entregue aos tecidos. A DO2 é o produto do débito
cardíaco pelo conteúdo arterial de oxigênio. O consumo de oxigênio (VO2) é uma variável que reflete a demanda metabólica global. Ele é o
produto do débito cardíaco pela diferença arteriovenosa do conteúdo de oxigênio. Em condições normais, ele não é dependente da oferta, no
entanto, à medida que o DO2 diminui, o VO2 é mantido às custas do aumento da TeO2. O gráfico do consumo de O2 pela oferta de O2 representa
a relação entre o consumo e a oferta de oxigênio aos tecidos.27,32

24 (UFRN, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Uma mulher de 70 anos, com 60 Kg, encontra-se na UTI de um hospital
universitário com quadro de insuficiência respiratória aguda (IRpA) e diabetes mellitus (DM) descompensada. Ela tem ainda anteceden-
te de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e apresenta a seguinte gasometria arterial (FiO2: 0,21): pH: 7,28, PaCO2: 56 mmHg, PaO2: 54
mmHg, HCO3 -: 14 mEq/l, BE: - 6, SaO2: 86%.

Na avaliação dessa paciente, o laudo da gasometria arterial é

Ⓐ Acidose mista com hipoxemia.


Ⓑ Acidose respiratória compensada com hipoxemia.
Ⓒ Alcalose respiratória com hipoxemia.
Ⓓ Acidose metabólica compensada com hipoxemia.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. A
acidose mista caracteriza-se pela diminuição da concentração de HCO3 (mEq/l), cujos
valores normais são 22 a 26 e aumento da PaCO2, que são responsáveis pela redução do pH para valores
inferiores a 7,35. A paciente apresenta HCO3 inferior à normalidade (HCO3 = -14 mEq/l), PaCO2 superior ao
considerado normal (PaCO2: 56 mmHg) e, consequentemente, pH ácido (7,28). A hipoxemia caracteriza-se
como a redução do oxigênio no sangue arterial caracterizado pela PaO2 (valores de normalidade entre 80 a
100 mmHg). A paciente do caso apresenta PaO2 de 54 mmHg.33,54

Alternativa B: INCORRETA. Como já disposto acima, a paciente apresenta hipoxemia. No entanto, para apresentar
acidose respiratória, a PaCO2 tem que estar elevada reduzindo o pH. Apesar de apresentar essas alterações, o
HCO3 também se encontra fora da normalidade, indicando acidose mista. Já na acidose respiratória compen-
sada, o pH encontra-se normal ou próximo, a PaCO2 e o HCO3 se elevam até a total resolução.33

Alternativa C: INCORRETA. A paciente apresenta hipoxemia, como já disposto na alternativa A, mas não possui alcalose
respiratória que se caracteriza por redução da PaCO2 acompanhada de aumento do pH.33

Alternativa D: INCORRETA. A paciente apresenta hipoxemia. Na acidose metabólica a PaCO2 encontra-se diminuída. Na acidose metabólica com-
pensada, o pH encontra-se normal ou próximo à normalidade com uma possível descompensação de BE e manutenção do valor da PaCO2.

23
25 (UFU, 2013/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) Em relação aos princípios do programa de reabilitação cardíaca, assinale
a alternativa INCORRETA.

Ⓐ É um programa de exercícios para pacientes após um evento cardíaco ou intervenção cirúrgica com
benefício se for projetado individualmente para cada paciente e avaliado objetivamente de maneira contínua.
Ⓑ O processo de reabilitação cardíaca exige uma abordagem em equipe.
Ⓒ A doença arterial coronariana é um processo progressivo e agudo estreitamente ligado a certos fatores de
risco epidemiologicamente documentados.
Ⓓ A modificação dos fatores de risco frequentemente exige importantes alterações no estilo de vida do pa-
ciente com doença arterial coronária.
GRAU DE DIFICULDADE

A reabilitação cardíaca constitui-se como a soma das atividades necessárias para garantir aos pacientes porta-
dores de cardiopatias as melhores condições física, mental e social para que eles sejam capazes de reconquis-
tar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. Algumas de suas indicações são:
insuficiência cardíaca, revascularização percutânea, transplante cardíaco, valvopatias, doença arterial coro-
nariana. A individualização do programa exige o acompanhamento contínuo.63

A abordagem deve ser multidisciplinar, pois a reabilitação cardíaca, envolve ações de diversos profission-
ais (médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, assistente social e psicólogo) visando
modificar outros aspectos que contribuem com a diminuição do risco cardíaco de forma global.56

É uma doença aterosclerótica progressiva das artérias coronarianas que culmina em estreitamento ou oclusão
completa. Sua causa é multifatorial e, quanto maior o número de fatores de risco, maior o risco de desen-
volvimento da doença. Os fatores de risco estão bem estabelecidos.64

Alternativa D: CORRETA. O momento mais propício para se operar mudanças no estilo de vida do indivíduo no sentido de modificar os fatores de
risco, é antes de aparecerem os sintomas da doença. Aqueles com dois ou mais fatores de risco ou com uma ou mais doenças com risco equi-
valente às doenças arteriais periféricas se beneficiam mais da redução dos fatores de risco e mudanças no estilo de vida.64

6 Cinesiologia, Biomecânica, Cinesioterapia e


Terapia Manual

26 (SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2015/ RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO FÍSICA/IMIP) O ciclo da marcha humana pode ser
dividido em duas fases: de apoio e fase de oscilação. A primeira pode ser subdividida em contato inicial, reação à carga, apoio médio,
apoio terminal e pré-oscilação. A fase de oscilação pode ser dividida em inicial, média e final.

A figura acima mostra o comportamento cinemático da articulação do tornozelo, analisado no plano sagital,
durante o ciclo normal da marcha. Com base no texto e na figura apresentada, assinale a alternativa CORRE-
TA.

Ⓐ Durante a transição do contato inicial para a reação à carga, ocorre o movimento de dorsiflexão realizado
pela ação concêntrica do músculo tibial anterior.
Ⓑ Durante a transição do contato inicial para a reação à carga, ocorre o movimento de flexão-plantar real-
izado pela ação concêntrica do músculo sóleo.
Ⓒ Durante a fase de oscilação, o tornozelo permanece posicionado em dorsiflexão máxima para evitar o con-
tato do pé com o solo.
Ⓓ Durante a transição das subfases, reação à carga para o apoio médio, ocorre o movimento de dorsiflexão,

24
controlado pela ação excêntrica do sóleo, freando a anteriorização da tíbia.
Ⓔ O músculo sóleo atua na fase de apoio de forma alternada: contração excêntrica na absorção ao choque de
calcanhar e contração concêntrica na propulsão (apoio terminal).
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Durante o contato inicial para o apoio plantar, ocorre flexão plantar, o grupo pré-tibial age
excentricamente para se opor ao movimento de flexão plantar e assim impedir que o pé bata com força, con-
trolando a flexão plantar2,3.

Alternativa B: INCORRETA. Na
transição do contato inicial para a resposta à carga, ocorre flexão plantar até a dorsiflex-
ão, onde o gastrocnêmio e o sóleo agem excentricamente para se opor ao movimento de dorsiflexão e para
controlar o avanço da tíbia2,3.

Alternativa C: INCORRETA. Durante a fase de oscilação, o tornozelo se mantém de dorsiflexão para neutro, os dorsiflex-
ores se contraem para colocar o tornozelo na posição neutra e impedir que os dedos se arrastem no chão2,3.

Alternativa D: CORRETA. O sóleo atua para controlar que a tíbia avance durante o movimento2,3.

Alternativa E: INCORRETA. O músculo sóleo atua de maneira excêntrica no contato inicial, porém atua de maneira excêntrica na fase de apoio ter-
minal. Porém, para realizar essas contrações atua em conjunto com o gastrocnêmio2,3.

27 Ⓐ Menores acelerações.
(UFPB- 2015 – RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE HOSPITALAR) Não constitui característica da cadeia cinética fechada:

Ⓑ Diminuição das forças compressivas.


Ⓒ Forças de cisalhamento menores.
Ⓓ Melhor ativação proprioceptiva.
Ⓔ Melhor estabilidade dinâmica.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Os
exercícios em cadeia cinética fechada envolvem cocontração de agonistas e antagonistas
com a extremidade distal fixa sustentando o peso com acelerações articulares lentas4,5.

Alternativa B: CORRETA. Os
exercícios em cadeia cinética aberta envolvem diminuição das forças compressivas, o que
é típico de atividades que não envolvem sustentação de peso4,5.

Alternativa C: INCORRETA. Em exercícios realizados em cadeia cinética fechada, que envolve sustentação de peso, as
forças de cisalhamento são menores4,5.

Alternativa D: INCORRETA. Na cadeia cinética fechada a estimulação proprioceptiva é maior devido à ativação de mais
grupos musculares para controlar o movimento, portanto, um maior número de receptores musculares e
estruturas intra e extra-articulares são ativadas4,5.

Alternativa E: INCORRETA. Os exercícios em cadeia cinética fechada proporcionam maior estabilidade dinâmica devido a fatores como a cocontra-
ção muscular, extremidade distal fixa, aumento da congruência articular e do biofeedback proprioceptivo e cinestésico4,5.

25
28 (SESAB/EESP, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL REGIONALIZADO EM SAÚDE DA FAMÍLIA 2015) Com relação à cinesioterapia resistida com crianças,
é correto afirmar que

Ⓐ Não se deve fazer treinamento resistido formal para crianças com menos de sete anos.
Ⓑ Deve-se selecionar cargas de exercícios baixas, que permitam um mínimo de 8 a 12 repetições, enfatizan-
do movimentos isolados de articulações.
Ⓒ Deve ser evitada até o fechamento da placa epifisária de crescimento, sob pena de prejudicar o ritmo de
crescimento da criança.
Ⓓ Deve progredir, inicialmente, o treinamento resistido, aumentando a resistência e não as repetições, sem-
pre respeitando um limite máximo de 5% por vez.
Ⓔ Pode ser incorporado a partir dos 14 anos para os meninos e 12 anos para as meninas, quando já ocorreu
o desenvolvimento quase completo do crescimento.

GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: CORRETA. A partir dos sete anos, a criança se encontra na idade ideal para participar de treinamentos
resistidos formais de forma segura e eficaz11. Ganhos significativos podem ser alcançados na massa, força e
potência musculares desde os sete anos de idade.

Alternativa B: INCORRETA. O
principal é identificar as necessidades e capacidades da criança montando-se um pro-
tocolo personalizado respeitando o processo de maturação de cada uma12. Deve-se iniciar com cargas leves
para que elas desenvolvam uma forma e técnicas apropriadas em cada exercício, no entanto, as crianças
costumam apresentar melhores respostas quando o número de repetições é mais elevado com cargas mais
moderadas. Portanto, inicialmente o importante é a aprendizagem e o aperfeiçoamento e com a pro-
gressão, pode-se ajustar a carga de forma a permitir uma média de 8 a 12 repetições13. Devem ser enfatiza-
dos exercícios multiarticulares iniciados com cargas leves.

Alternativa C: INCORRETA. Os pediatras contraindicavam até recentemente a cinesioterapia resistida para crianças, ale-
gando que a sobrecarga nos ossos poderia lesionar as placas de crescimento retardando o crescimento de cri-
anças. No entanto, diversos estudos demonstram que ela é segura e eficiente em crianças trazendo benefícios,
como maior resistência óssea, auxiliando na prevenção de lesões e ainda contribui para o desenvolvimento
de músculos, tendões e ligamentos11,14. Ainda assim, o programa deve ser apropriadamente desenvolvido,
sabendo-se que as crianças são mais propensas a determinados tipos de lesão, por exemplo, suas cartilagens
de crescimento nas extremidades dos ossos longos, regiões próximas a inserção do tendão e a superfície
articular podem ser danificadas quando submetidas a uma força muito grande. Portanto, é importante que a
progressão de cargas seja apropriada para evitar, sobretudo, a lesão da cartilagem de crescimento15.
Alternativa D: INCORRETA. A progressão do treinamento resistido em crianças deve respeitar o ritmo próprio de cada
uma delas, evitando a ocorrência de lesões. À medida que a criança se torna capaz de realizar o número de
repetições desejadas com a forma e técnica corretas, então é implementada a progressão da resistência, por
meio do aumento do peso compatível com um aumento de 5 a 10% da sobrecarga16. Portanto, primeiro o
número de repetições é aumentado e, posteriormente, a resistência.

Alternativa E: INCORRETA. Como já descrito na alternativa A, a partir dos sete anos é a idade ideal na qual a cinesioterapia resistida já pode ser rea-
lizada de forma eficaz e segura com a criança12. No entanto, existe na literatura autor que afirme que não existe, de fato, uma exigência etária
mínima para a prática de exercícios de força com crianças, mas é fundamental que ela possua maturidade emocional para aceitar e seguir
instruções e o programa seja prazeroso para elas15.

26
29 (UEPA, 2013/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE/FISIOTERAPIA) O exercício terapêutico envolve movimentos corporais prescritos com a
finalidade de restaurar ou de alterar favoravelmente funções específicas em um indivíduo, após este sofrer uma lesão. Com relação à
classificação dos exercícios terapêuticos identifique as afirmativas abaixo em Verdadeiras (V) ou Falsas (F).

() O exercício estático incorpora contrações isométricas nas quais a força é gerada sem restringir o movimento e sem modificar o ângulo articular.
() O exercício passivo é realizado pela aplicação de alguma força externa, com participação mínima da ação muscular por parte do indivíduo lesionado.
() No exercício isocinético o comprimento real do músculo modifica-se quando este produz ou resiste a uma mudança no ângulo articular.
() O exercício isotônico é realizado com uma velocidade preestabelecida, com a resistência sendo igual ao influxo de força para essa velocidade.
() O exercício inercial simula as modificações no momento e na velocidade da atividade funcional através da aceleração e desaceleração recíprocas de
uma massa variável.

A sequência correta é:

Ⓐ V, V, F, F, V
Ⓑ F, V, F, V, V
Ⓒ F, V, V, V, V
Ⓓ F, V, V, V, F
Ⓔ V, V, V, V, F

GRAU DE DIFICULDADE

Assertiva I: VERDADEIRA. No exercício estático não ocorre movimento externo visível de quem está executando o
exercício. Caracteriza-se pela manutenção de posições corporais estáticas contra a ação da gravidade ou
qualquer outra oposição ao movimento. Nesse tipo de exercício a contração é isométrica, ou seja, a tensão
é aumentada sem que ocorra aproximação das inserções, apesar disso, o músculo produz uma quantidade
mensurável de força e tensão. Também é conhecido como exercício isométrico7,8,17.

O exercício passivo é aquele em que o movimento acontece com participação muscular


Assertiva II: VERDADEIRA.
mínima da ação muscular do indivíduo, sendo realizado a partir da aplicação de uma força externa que pode
ser o auxílio de outra pessoa, cargas extras ou o peso do próprio corpo8.

Assertiva III: FALSA. A afirmação corresponde ao exercício dinâmico ou isotônico, onde a tensão muscular exercida
contra uma resistência constante se modifica de acordo com o ângulo articular. Nesse tipo de exercício, acon-
tece um encurtamento ou alongamento do ventre muscular, dependendo do tipo de contração7,18.

O descrito na afirmativa diz respeito ao exercício isocinético, no qual o comprimento do


Assertiva IV: FALSA.
músculo se modifica enquanto a contração é realizada em velocidade constante. Ela requer o uso de equipa-
mento específico que produz resistências variáveis e ajustáveis, sendo que a resistência exercida pelo aparel-
ho movimenta-se apenas na velocidade preestabelecida independente da força aplicada pelo indivíduo. Seu
princípio básico é a relação inversamente proporcional entre o pico de força de torque e a velocidade angular,
portanto a redução do pico da força do torque está relacionada com o aumento da velocidade angular7,18.

Primeiramente, é importante entender que a inércia está relacionada com a quantidade de


Assertiva V: VERDADEIRA.
movimento angular de um corpo, constituindo-se como o produto do análogo angular da massa (momento
de inércia) pelo análogo angular da velocidade linear. A velocidade angular do corpo muda quando ocorrem
alterações no momento de inércia7,18. Exercícios dessa natureza, portanto, permitem a realização de ativi-
dades mais funcionais, por meio da aceleração e desaceleração recíprocas de uma massa variável devido às
modificações no momento e velocidade da atividade.
▍Resposta: Ⓐ

27
30 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA EM FISIOTERAPIA HOSPITALAR COM ÊNFASE EM TERAPIA INTENSIVA) De acordo com o conhecimento sobre a cinesiote-
rapia, é correto afirmar que

Ⓐ Os exercícios em cadeia cinética aberta são mais indicados para trabalhos proprioceptivos, durante uma
atividade ativa.
Ⓑ A mobilidade passiva depende da extensibilidade dos tecidos moles, enquanto a mobilidade ativa requer
ativação muscular.
Ⓒ O ato de pentear o cabelo é um exemplo de atividade funcional em que usamos isoladamente variações
dos tipos de contração e não a combinação delas.
Ⓓ A flexibilidade é a capacidade de o músculo se estirar, produzindo tensão e envolvendo força, potência e
resistência muscular.
Ⓔ A perda de elasticidade fisiológica e contratilidade dos músculos participantes são contraindicações da
amplitude de movimento ativa.
GRAU DE DIFICULDADE

Alternativa A: INCORRETA. Os
exercícios em cadeia cinética fechada são mais indicados para trabalhos proprioceptivos
durante atividade ativa. Tratam-se de exercícios funcionais que proporcionam maior feedback propriocepti-
vo e cinestésico. Uma grande quantidade de grupos musculares é ativada com mais receptores musculares e
estruturas intra e extra-articulares favorecendo o controle do movimento7,8.

Alternativa B: CORRETA. Mobilidade


é a capacidade que as estruturas ou segmentos corporais possuem de se mover ou
serem movidos permitindo que a amplitude de movimento ocorra. A mobilidade pode ser passiva (depend-
ente da extensibilidade dos tecidos moles contráteis e não contráteis) e ativa (necessita de ativação neuromus-
cular)7,8.

Alternativa C: INCORRETA. O
ato de pentear o cabelo envolve uma série de movimentos articulares e ativações si-
multâneas de grupos musculares distintos com contrações concêntricas, excêntricas e isométricas ocorrendo
de forma combinada7,8.

Alternativa D: INCORRETA. A
flexibilidade é a capacidade do músculo de alongar-se por toda a amplitude de movimen-
to e está relacionada com o comprimento muscular, integridade articular e extensibilidade dos tecidos moles
periarticulares7,8.

Alternativa E: INCORRETA. O ganho e manutenção de elasticidade e contratilidade fisiológica são objetivos da amplitude de movimento ativa7.
Pode-se concluir que a perda de elasticidade fisiológica e contratilidade dos músculos participantes são indicações da amplitude de movi-
mento ativa.

7 SUS e Saúde Coletiva

31 (HOSPITAL SANTA MARCELINA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA) Assinale a alternativa correta referente à Reforma Sani-
tária no Brasil, gestada a partir da década de 1970.

Ⓐ Foi um processo engendrado por parte dos sucessivos gestores do Ministério da Saúde que perceberam a
necessidade de mudanças no sistema de saúde.
Ⓑ As ideias propostas abrangeram conceitos de universalidade e integralidade, mas não previram o seu
financiamento.
Ⓒ Foi um processo inspirado no movimento sanitário norte-americano cujos reflexos se fazem presentes até
hoje.

28
Ⓓ Uma das ideias centrais era a parceria público-privada para garantir a universalidade, a integralidade e o
controle social.
Ⓔ As ideias propostas influenciaram o processo constituinte e foram fundamento para a inclusão da saúde
como um dos direitos sociais da cidadania.

GRAU DE DIFICULDADE

O movimento da Reforma Sanitária no Brasil foi conduzido por sanitaristas, lideranças populares, trabalha-
dores, sindicatos, parlamentares de esquerda, intelectuais, alunos de cursos da área da saúde e algumas enti-
dades como o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) e a Associação Brasileira de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva (Abrasco).1

A Reforma Sanitária tinha como principal meta a universalização do direito à saúde e a implantação de um
modelo de atenção com ênfase na integralidade.1 Em relação ao financiamento desse modelo de saúde foi
proposto: reforçar o papel do Estado e mudanças estruturais nos mecanismos de financiamento no equilíbrio
federativo e gestão pública visando conter o desfinanciamento e mercantilização das políticas sociais por
meio da redução dos gastos com o pagamento dos juros da dívida pública e adoção de uma gestão macroeco-
nômica articulada com objetivos redistributivos e combate das desigualdades no acesso a políticas e serviços
públicos universais e de qualidade e, ainda a ampliação dos recursos destinados à saúde com 10% da Receita
Recorrente Bruta destinada à saúde.2

A Reforma Sanitária brasileira foi fortemente influenciada e inspirada pelas experiências italianas.

Muito se discutiu sobre a parceria público-privada dentro do movimento sanitário, a partir de uma perspecti-
va contrária à participação do setor privado na saúde e sua estatização imediata ou progressiva. Nesse perío-
do, portanto, as discussões dos representantes do movimento sanitário centraram-se na estatização da saúde
sem priorizar a relação com o setor privado.3

Alternativa E: CORRETA. A maior parte das propostas encaminhadas pelo movimento da Reforma Sanitária foram incorporadas ao documento
criado pela Comissão da Reforma Sanitária que serviu de base para o capítulo da saúde da Constituição Federal de 1988. Pela primeira vez
a saúde, de fato, entrou na agenda política, figurando na constituição com um capítulo próprio afirmando a saúde como direito de todos e
dever do Estado, como defendido pela Reforma Sanitária.1,4

32 (UFPA, 2015/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE/FISIOTERAPIA) Sobre o financiamento do Sistema Único de Saúde
(SUS), é correto afirmar:

Ⓐ É responsabilidade das três esferas de gestão: União, Estados e Municípios.


Ⓑ O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica organiza-se em dois componentes: Básico e Me-
dicamentos de Dispensação Excepcional.
Ⓒ O PAB Variável é composto pelo financiamento das seguintes estratégias: Saúde da Família; Agentes Co-
munitários e Saúde; Saúde Bucal.
Ⓓ O Piso da Atenção Básica (PAB) consiste em um montante de recursos financeiros que agrega as estraté-
gias destinadas ao custeio de ações de Atenção Básica e à média complexidade de saúde.
Ⓔ A Assistência Farmacêutica será financiada pelos dois gestores do SUS, devendo agregar a aquisição de
medicamentos e insumos e a organização das ações de assistência farmacêutica necessárias, de acordo com a
organização dos serviços de saúde.

GRAU DE DIFICULDADE

De acordo com o Pacto de Gestão do Pacto pela Saúde de 2006, o financiamento do SUS é responsabilidade

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das três esferas de gestão (União, Estados, Municípios).12

O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica é organizado em três componentes: Básico, Estratégico e


Medicamentos de Dispensação Excepcional de acordo com o disposto no Pacto de Gestão do Pacto pela Saúde
2006.12

Fica definido no Pacto de Gestão do Pacto pela Saúde 2006 que o PAB variável passa a ser composto pelo fi-
nanciamento das seguintes estratégias: Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Bucal, Com-
pensação de especificidades regionais, Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos Indígenas e Incentivo
à Saúde no Sistema Penitenciário.12

Fica definido no Pacto de Gestão componente do Pacto pela Saúde 2006, que o Piso da Atenção básica con-
siste em um montante de recursos financeiros, que agregam as estratégias destinadas ao custeio de ações de
atenção básica à saúde.12

Alternativa E: INCORRETA. Os três gestores do SUS são responsáveis por financiar a Assistência Farmacêutica devendo agregar a aquisição de medi-
camentos e insumos e a organização das ações de assistência farmacêutica necessárias, de acordo com a organização dos serviços de saúde.12

33 (FUNDAÇÃO ESTATAL SAÚDE DA FAMÍLIA/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ/BA, 2015/ RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL REGIONALIZADO EM SAÚDE DA FAMÍ-
LIA) O planejamento no setor saúde adquire maior importância, na medida em que se configura como um relevante mecanismo de ges-
tão que visa conferir direcionalidade ao processo de consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Com esse intuito, foi criado o Sistema de
Planejamento do SUS, no qual estão estabelecidos os instrumentos básicos que dão expressão concreta nas três esferas de gestão. Conside-
rando os instrumentos básicos do Sistema de Planejamento do SUS, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.

() A Programação Anual de Saúde (PAS) é o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde.
() O Relatório Anual de Gestão é o instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução da Programação Anual de Saúde.
() O Plano de Saúde apresenta as intenções e os resultados, a serem buscados, expressos em objetivos, diretrizes e metas por um período de dois anos.
() O Plano de Saúde é o instrumento referencial no qual devem estar refletidas as necessidades e peculiaridades próprias de cada esfera, configurando-se
base para a execução, monitoramento, a avaliação e a gestão do sistema de saúde.

A alternativa em que todas as assertivas indicadas estão corretas é:

Ⓐ V V F V.
Ⓑ V F V V.
Ⓒ V F F F.
Ⓓ F V F V.
Ⓔ F F V F.
GRAU DE DIFICULDADE

De acordo com o art. 4º da Portaria nº 2.135 de 25 de setembro de 201316, a Programação Anual de Saúde é
um instrumento de operacionalização das intenções expressas no Plano de Saúde cuja finalidade é anualizar
as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários que serão executados.

O art. 6º da Portaria nº 2.135/201316 estabelece que o Relatório de Gestão é um instrumento de gestão, cuja
elaboração é anual, que possibilita ao gestor apresentar os resultados alcançados com a execução da Pro-
gramação Anual de Saúde e orienta possíveis redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano de Saúde.

De acordo com a Portaria nº 3.332 de 28 de dezembro de 200620, o Plano de Saúde apresenta as intenções
e resultados que devem ser buscados no período de quatro anos, expressos em objetivos, diretrizes e metas.
No entanto, essa portaria foi revogada pela nº 2.135/201316 que, apesar de mudar um pouco o texto, continua
mantendo o período de quatro anos, como expresso no seu art. 3º que caracteriza o Plano de Saúde como o

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instrumento central de planejamento para a definição e implementação das iniciativas no âmbito da saúde
em cada esfera da gestão do SUS para o período de quatro anos.

O texto apresentado na questão pode ser encontrado na íntegra no parágrafo 2º do art. 2º da Portaria nº
3.332 de 28 de dezembro de 200620, revogada pela Portaria nº 2.135/201316. A Portaria nº 2.135/201316
também caracteriza o Plano de Saúde como um instrumento que reflete as necessidades de saúde da popu-
lação e as peculiaridades próprias de cada esfera em seu art. 3º. Ainda, seu art. 4º, traz que o Plano de Saúde
caracteriza-se como base para execução, acompanhamento e avaliação da gestão do sistema de saúde.16

▍Resposta: Ⓐ

34 (HUB/UNB, 2011/ RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL COM ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO CARDIOPULMONAR E ONCOLÓGICA) Com relação aos princí-
pios que norteiam o desenvolvimento de ações e serviços públicos de saúde e serviços privados ou conveniados que integram o SUS,
julgue os itens subsequentes.
1. A participação da comunidade é uma das diretrizes do SUS.
2. As pessoas assistidas têm direito à informação sobre sua saúde.
3. A integralidade da assistência, que compreende as ações e os serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, é exigida somente no nível
básico de assistência.
4. A epidemiologia deve ser utilizada no estabelecimento de prioridades, na alocação de recursos e na orientação programática.
5. A ênfase deve ser na centralização da rede de serviços de saúde em vez de em sua regionalização.

GRAU DE DIFICULDADE

▶ DICA DO AUTOR: Nessa prova é solicitado apenas que o candidato julgue os itens como corretos ou incorre-
tos. De acordo com o estabelecido na Lei nº 8.080 de 199010, Capítulo II “Dos Princípios e Diretrizes”, art. 7º,
inciso VIII, um dos princípios e diretrizes do SUS é a participação da comunidade.

Já o inciso V do art. 7º do Capítulo II “Dos Princípios e Diretrizes” da Lei nº 8.080/9010 determina que o
direito à informação, às pessoas assistidas sobre a sua saúde é um dos princípios e diretrizes do SUS.

O inciso II do art. 7º do Capítulo II “Dos Princípios e Diretrizes” da Lei nº 8.080/9010, traz como princípio e
diretriz do SUS a integralidade de assistência que é entendida como um conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema.

. O inciso VII do art. 7º do Capítulo II “Dos Princípios e Diretrizes” da Lei nº 8.080/9010, diz que a utilização
da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática é
um princípio e diretriz do SUS.

Item V: INCORRETA. No inciso IX, art. 7º, Capítulo II “Dos Princípios e Diretrizes”, da Lei nº 8.080/9010, fica estabelecido como princípio e diretriz do
SUS a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo. A alínea a, por sua vez, diz que a ênfase deve
ser na descentralização dos serviços para os municípios e a alínea b destaca a regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

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35 (SESAB/BA, 2014/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA) A figura acima faz alusão às dificuldades e desafios enfrentados
atualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é um sistema de saúde público e universal criado a partir da Constituição
Federal Brasileira de 1988, que foi regulamentado pela Lei Federal nº 8080/90. Sobre a Lei nº 8080/90, é correto afirmar que:

Ⓐ Dispõe sobre as condições para a prevenção, proteção e tratamento da saúde, a organização e o funciona-
mento dos serviços correspondentes, e dá outras providências.
Ⓑ Dispõe sobre a reorientação do modelo de atenção à saúde no País, por meio do apoio à Atenção Básica.
Ⓒ Regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde executados isolada ou conjuntamente,
em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.
Ⓓ Dispõe sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, e dá outras
providências.
Ⓔ Estabelece normas para a definição, alteração e suspensão dos valores do limite financeiro global do Mu-
nicípio, Estado e Distrito Federal.

GRAU DE DIFICULDADE

▶ DICA DO AUTOR: Atentar para a alternativa A, onde foi feita apenas uma pequena alteração na disposição
original da lei: a palavra promoção foi substituída por prevenção. Em relação à alternativa C, a Portaria nº
648/2006 foi revogada pela Portaria nº 2488 de outubro de 201127 que aprova a Política Nacional de Atenção
Básica estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a Organização da Atenção Básica, Estratégia de
Saúde da Família e o Programa de Agentes Comunitários em Saúde.

Alternativa A: INCORRETA. A
Lei nº 8080 de 19 de setembro de 199010 dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.

Alternativa B: INCORRETA. A
Lei 8080/9010 não dispõe sobre essa questão. A Portaria nº 648/GM de 28 de março de
2006 é quem aborda isso trazendo como competência das Secretarias Estaduais de Saúde e Distrito Federal
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e do Ministério da Saúde contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde no país, por meio do
apoio à atenção básica e estímulo à adoção da Estratégia de Saúde da Família (ESF) como estruturante para a
organização dos sistemas municipais de saúde.

Alternativa C: CORRETA. O
art. 1º (disposições preliminares) da Lei nº 8080/9010 determina que ela é responsável por
regular as ações e serviços de saúde executados de forma isolada ou conjunta, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado em todo o território nacional.

Alternativa D: INCORRETA. A
Lei 8142 de 28 de dezembro de 199011 é que dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde, e dá outras providências.

Alternativa E: INCORRETA. A Portaria nº 2.048 de 3 de setembro de 200928 (aprova o regulamento do SUS) em seu art. 15 é quem estabelece as
normas para a definição, alteração e suspensão dos valores do Limite Financeiro Global do Município, Estado e Distrito Federal.

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