DE REVISÃO
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CICLOS DE REVISÃO TJ/CE
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CESPOU!
DIREITO DO CONSUMIDOR
Por Emmanuel Ormond de Souza1
Vem comigo!
1 Direito do Consumidor. 1.1 Natureza e fonte de suas regras. 1.2 Características e princípios
do Código de Defesa do Consumidor. 1.3 Integrantes e objeto da relação de consumo.
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48
de suas Disposições Transitórias.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
#SELIGANAJURIS
1 Todos os comentários aos julgados dos Tribunais Superiores foram retirados do site “Dizer o Direito.”
União, atendido o princípio da reciprocidade. STF. Plenário.RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE
766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).
Aplicação do CDC em ação proposta por condomínio contra construtora na defesa dos
condôminos. Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses
em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. 3ª
Turma. REsp 1560728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 592).
gerar a obrigação de indenizar o investidor pelos prejuízos causados. III — A jurisprudência do STJ entende
que o simples descumprimento contratual, por si, não é capaz de gerar danos morais. É necessário que
haja um plus, uma consequência fática capaz, esta sim, de acarretar dor e sofrimento indenizável pela
sua gravidade. No caso concreto, o STJ considerou que o banco que não aciona o mecanismo do
“stop loss” e que, por isso, causa prejuízos aos clientes não deve pagar indenização por danos
morais, considerando que houve mero inadimplemento, que gerou dissabor, mas que não chegou a
acarretar dano moral indenizável. STJ. 4ª Turma. REsp 656932-SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado
em 24/4/2014 (Info 541).
Competência para julgar demanda e consumidor por equiparação. Determinada pessoa teve
seu nome inscrito no Serviço de Proteção ao Crédito porque alguém utilizou seu nome em um cheque
falsificado para pagar estadia em hotel. Diante do não pagamento do cheque, o Hotel levou a protesto o
título de crédito. Essa pessoa negativada será considerada consumidora por equiparação, nos termos do
art. 17 do CDC. Houve um acidente de consumo causado pela suposta falta de segurança na prestação do
serviço por parte do estabelecimento hoteleiro que, no caso concreto, poderia ter identificado a fraude.
Logo, sendo a vítima considerada consumidora e sendo o causador do dano um fornecedor de serviços,
a ação de indenização poderá ser proposta contra o Hotel no foro do domicílio do autor (consumidor
por equiparação), nos termos do art. 101, I, do CDC. STJ. 2ª Seção. CC 128079-MT, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 12/3/2014 (Info 542).
Teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada. Embora consagre o critério finalista para
interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência do STJ também reconhece a necessidade
de, em situações específicas, abrandar o rigor desse critério para admitir a aplicabilidade do CDC
nas relações entre os adquirentes e os fornecedores em que, mesmo o adquirente utilizando
os bens ou serviços para suas atividades econômicas, fique evidenciado que ele apresenta
vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a teoria finalista mitigada, abrandada ou
aprofundada. Em suma, a teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada consiste na possibilidade
de se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa, mesmo sem ter adquirido o produto ou serviço
como destinatária final, possa ser equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente ao
fornecedor alguma vulnerabilidade. Existem quatro espécies de vulnerabilidade: a) técnica; b) jurídica;
c) fática; d) informacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1195642/RJ, Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012.
Súmula 602 STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais
promovidos pelas sociedades cooperativas. #NOVIDADE 26/02/2018
Súmula 469-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos
ou prestação de serviços.
1.4 Política nacional de relações de consumo. 1.4.1 Objetivos e princípios. 1.5 Direitos básicos
do consumidor.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia
das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: #ATENÇÃO
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança,
durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização
da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento
de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem; (....)
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à
pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência) #ATENÇÃO
Garrafas de vinhos não precisam indicar a quantidade de calorias e de sódio existente. Não
existe obrigação legal de se inserir nos rótulos dos vinhos informações acerca da quantidade de sódio
e de calorias (valor energético) existentes no produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1605489-SP, Rel. Min. Ricardo
Além de avisar que “contém glúten”, as embalagens dos produtos deverão também alertar
que o glúten é prejudicial para celíacos. O fornecedor de alimentos deve complementar a informação-
conteúdo “contém glúten” com a informação-advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos
consumidores com doença celíaca. STJ. Corte Especial. EREsp 1515895-MS, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 20/09/2017 (Info 612).
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.
Súmula 407-STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de
usuários e as faixas de consumo.
Ilegalidade da cobrança de tarifa de água realizada por estimativa de consumo. Imagine que
em determinada residência a companhia de água não instalou hidrômetro (aparelho com que se mede
a quantidade de água consumida). Nesse caso, como será a cobrança da tarifa? Será possível cobrar
um valor com base na estimativa? NÃO. Na falta de hidrômetro ou defeito no seu funcionamento, a
cobrança pelo fornecimento de água deve ser realizada pela tarifa mínima, sendo vedada a cobrança
por estimativa. Isso porque a tarifa deve ser calculada com base no consumo efetivamente medido no
hidrômetro. STJ. 2ª Turma. REsp 1513218-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/3/2015 (Info 557).
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde
ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere
este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação
dada pela Lei nº 13.486, de 2017) #NOVIDADE
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou
deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de
regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
#AJUDAMARCINHO
Para ocorrer indenização por danos morais em função do encontro de corpo estranho em
alimento industrializado, é necessária a sua ingestão? A jurisprudência é dividida sobre o tema:
• A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o
consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de
seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à
alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. O simples ato de “levar
à boca” o alimento industrializado com corpo estranho gera dano moral in re ipsa, independentemente
de sua ingestão. Nesse sentido: STJ. 3ª Turma. REsp 1.644.405-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
09/11/2017 (Info 616). STJ. 3ª Turma.REsp 1644405-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/11/2017
(Info 616).Ao observar o inteiro teor dos julgados e os casos examinados, percebe-se a seguinte
distinção:
• Se o consumidor encontra o corpo estranho sem ter comido nada do produto: não cabe danos
morais.
• Se o consumidor encontra o corpo estranho após ter comido parte do produto: cabe danos
morais, mesmo que ele não tenha ingerido o corpo estranho. Vale ressaltar, contudo, que essa
diferenciação não consta de forma expressa nos julgados. Trata-se de uma constatação pessoal, razão
pela qual deve-se ter cautela em afirmar isso nos concursos públicos. Para fins de prova, é importante
ficar com a redação literal das ementas, conforme exposto acima.
O banco não responde por danos decorrentes de operações bancárias que, embora
contestadas pelo correntista, foram realizadas com o uso de cartão e senha. A responsabilidade
da instituição financeira deve ser afastada quando o evento danoso decorre de transações que, embora
contestadas, são realizadas com a apresentação física do cartão original e mediante uso de senha pessoal
do correntista. O cartão magnético e a respectiva senha são de uso exclusivo do correntista, que deve
tomar as devidas cautelas para impedir que terceiros tenham acesso a eles. Se ficou demonstrado na
perícia que as transações contestadas foram feitas com o cartão original e mediante uso de senha pessoal
do correntista, passa a ser do consumidor a incumbência de comprovar que a instituição financeira agiu
com negligência, imprudência ou imperícia ao efetivar a entrega de numerário a terceiros. O cliente
que permite que terceiro tenha acesso à senha do seu cartão não pode atribuir ao banco a
responsabilidade pelos saques indevidos. STJ. 3ª Turma. REsp 1633785/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 24/10/2017. #VAICAIR
Prazo prescricional para ação de indenização em caso de furto de joia empenhada. A parte
celebrou contrato de mútuo com a instituição financeira e deu uma joia em penhor como garantia do
débito. Ocorre que a joia foi furtada de dentro do banco. Diante disso, o devedor (mutuário) terá que
pleitear indenização pelos prejuízos sofridos com o furto, sendo de 5 anos o prazo prescricional para
essa ação de ressarcimento. O furto das joias, objeto do penhor, constitui falha do serviço prestado
pela instituição financeira, devendo incidir o prazo prescricional de 5 anos para a ação de indenização,
conforme previsto no art. 27 do CDC. STJ. 4ª Turma.REsp 1369579-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 24/10/2017 (Info 616).
Saque indevido em conta bancária e dano moral. O banco deve compensar os danos morais
sofridos por consumidor vítima de saque fraudulento que, mesmo diante de grave e evidente falha na
prestação do serviço bancário, teve que intentar ação contra a instituição financeira com objetivo de
recompor o seu patrimônio, após frustradas tentativas de resolver extrajudicialmente a questão. STJ. 4ª
Turma. AgRg no AREsp 395426-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Rel. para acórdão Marco Buzzi,
julgado em 15/10/2015 (Info 574).
suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da
Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação.
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
Súmula 130-STJ: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de
veículo ocorridos em seu estacionamento.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em
razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios
ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com
as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta
e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles
se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste
artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e
serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada
a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são
responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC, pode ser feita
documentalmente ou verbalmente. O CDC prevê que é causa obstativa da decadência a reclamação
comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca, nos termos do art. 26,
§ 2º, I. STJ. 3ª Turma.REsp 1442597-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
Súmula 477-STJ: A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos
e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado
o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir
do conhecimento do dano e de sua autoria.
O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final põe termo à eventual cadeia de
seus fornecedores originais. O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final, por removê-lo
do mercado de consumo, põe termo à cadeia de seus fornecedores originais. A posterior revenda desse
mesmo bem por seu adquirente constitui nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador.
Assim, os eventuais prejuízos decorrentes dessa segunda relação não podem ser cobrados do fornecedor
original. Não se pode estender ao integrante daquela primeira cadeia de fornecimento a responsabilidade
solidária de que trata o art. 18 do CDC por eventuais vícios que o adquirente da segunda relação jurídica
venha a detectar no produto. Ex: a empresa “Via Autos” alienou um carro para João que, depois de
dois anos utilizando o veículo, vendeu o automóvel para Pedro. Em seguida, Pedro percebeu que o
hodômetro do carro havia sido adulterado para reduzir a quilometragem. Pedro não poderá exigir a
responsabilização da “Via Autos” pelo vício do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1517800-PE, Rel. Min. Ricardo
Villas BôasCueva, julgado em 2/5/2017 (Info 603).
É válida a prática de loja que permite a troca direta do produto viciado se feita em até 3
dias da compra. Determinada loja adota a seguinte prática: se o produto vendido apresentar algum
vício (popularmente conhecido como “defeito”), o consumidor poderá solicitar a troca da mercadoria
na própria loja, desde que faça isso no prazo de 3 dias corridos, contados da data da emissão da nota
fiscal. Por outro lado, se o consumidor detectar o vício somente após esse prazo, ele deverá procurar a
assistência técnica credenciada e lá irão verificar a existência do vício e a possibilidade de ele ser reparado
(“consertado”). Essa prática é válida? Sim. É legal a conduta de fornecedor que concede apenas 3 (três)
dias para troca de produtos defeituosos, a contar da emissão da nota fiscal, e impõe ao consumidor, após
tal prazo, a procura de assistência técnica credenciada pelo fabricante para que realize a análise quanto à
existência do vício. A loja conferiu um “plus”, ou seja, uma providência extra que não é prevista no CDC,
não sendo, contudo, vedada porque favorece o consumidor. Vale ressaltar que a política de troca da loja
(direito de troca direta do produto em 3 dias) não exclui a possibilidade de o consumidor realizar a troca,
na forma do art. 18, § 1º, I, do CDC, caso o vício não seja sanado no prazo de 30 dias. Em outras palavras,
a loja concede uma opção extra, além daquelas já previstas no art. 18, § 1º. STJ. 3ª Turma. REsp 1459555-RJ,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017 (Info 598).
Devolução dos valores pagos em virtude de defeitos na construção de imóvel. Havendo vícios
de construção que tornem precárias as condições de habitabilidade de imóvel incluído no Programa
de Arrendamento Residencial (PAR), não configura enriquecimento sem causa a condenação da CEF
a devolver aos arrendatários que optaram pela resolução do contrato o valor pago a título de taxa
de arrendamento. STJ. 3ª Turma. REsp 1352227-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração. (TEORIA MENOR!!!)
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes
deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
1.7 Práticas comerciais. 1.7.1 Oferta e efeito vinculante da oferta publicitária. 1.7.2 Publicidade.
1.7.3 Práticas abusivas. 1.7.4 Cobrança de dívidas. 1.7.5 Bancos de dados e cadastros de
consumidores.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do
fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
comercial.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus
prepostos ou representantes autônomos.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar
sobre dado essencial do produto ou serviço.
Publicidade enganosa por omissão. É enganosa a publicidade televisiva que omite o preço e a
forma de pagamento do produto, condicionando a obtenção dessas informações à realização de ligação
telefônica tarifada. STJ. 2ª Turma. REsp 1428801-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 27/10/2015
(Info 573).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe
a quem as patrocina.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-
los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu
termo inicial a seu exclusivo critério.
É abusiva a prática da companhia aérea que cancela automaticamente o voo de volta em razão
de “no show” na ida. É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático
de um dos trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para
embarque no voo antecedente. STJ. 4ª Turma. REsp 1595731-RO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 14/11/2017 (Info 618).
TV por assinatura e cobrança pelo ponto adicional. É lícita a conduta da prestadora de serviço
que em período anterior à Resolução da ANATEL nº 528, de 17 de abril de 2009, efetuava cobranças pelo
aluguel de equipamento adicional e ponto extra de TV por assinatura. STJ. 4ª Turma.REsp 1.449.289-RS,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Marco Buzzi, por maioria, julgado em 14/11/2017 (Info 617).
Não é abusiva a cláusula que repasse os custos administrativos assumidos pelo banco para
cobrar o consumidor inadimplente. Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça o repasse
dos custos administrativos da instituição financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor
inadimplente. Ex: João resolveu tomar um empréstimo junto ao banco. No contrato, há uma cláusula
prevendo que se o contratante atrasar o pagamento das parcelas do empréstimo e, em razão disso, a
instituição financeira tiver que fazer ligações telefônicas ao devedor para cobrar o débito, o consumidor
deverá pagar, além dos juros e da multa, os custos com as ligações telefônicas. Tal cláusula, em princípio,
é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1361699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 12/9/2017 (Info
611).
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio
discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as
condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado
de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser
alterado mediante livre negociação das partes.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como
sobre as suas respectivas fontes.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada
por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.
Prazo para ajuizamento da ação de indenização por conta de inscrição indevida em cadastro
de inadimplentes: 3 anos. No que se refere ao prazo prescricional da ação de indenização por danos
morais decorrente da inscrição indevida em cadastro de inadimplentes, promovida por instituição
financeira ou assemelhada, como no caso dos autos, por tratar-se de responsabilidade extracontratual,
incide o prazo de 3 (três) anos previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002. Não se aplica o art. 27 do CDC,
que prevê o prazo de 5 (cinco) anos para ajuizamento da demanda, considerando que este dispositivo
se restringe às hipóteses de responsabilidade decorrente de fato do produto ou do serviço. STJ. 3ª Turma.
AgRg no AREsp 586219/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/12/2014. STJ. 3ª Turma. AgInt
no AREsp 663730/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 09/05/2017.
Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não
constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar
esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no
respectivo cálculo.
Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização
por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Súmula 323-STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao
crédito por até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução.
1.8 Proteção contratual. 1.8.1 Princípios basilares dos contratos de consumo. 1.8.2. Cláusulas
abusivas. 1.8.3 Contratos de adesão.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura
ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
domicílio.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento
de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste
código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual
direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
Abusividade da cláusula-mandato que permite emitir título cambial. Nos contratos de cartão
de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato que permita à operadora emitir título cambial
contra o usuário do cartão. STJ. 2ª Seção. REsp 1084640-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/9/2015
(Info 570).
A instituição pode cobrar tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo devedor?
• Contratos firmados depois da Resolução CMN nº 3.516/2007 (de 10/12/2007 para frente): NÃO Assim,
para as operações de crédito e arrendamento mercantil contratadas antes de 10/12/2007, podem ser
cobradas tarifas pela liquidação antecipada no momento em que for efetivada a liquidação, desde que
a cobrança dessa tarifa esteja claramente identificada no extrato de conferência. É permitida, desde
que expressamente pactuada, a cobrança da tarifa de liquidação antecipada de mútuos e contratos de
arrendamento mercantil até a data da entrada em vigor da Resolução nº 3.501/2007 (10/12/2007). STJ.
3ª Turma. REsp 1370144-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 7/2/2017 (Info 597). STJ. 2ª
Seção. REsp 1392449-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/5/2017 (Info 605).
Validade da cobrança de tarifa bancária a partir do quinto saque mensal. O cliente paga
alguma tarifa bancária quando ele saca dinheiro de sua conta? Os bancos adotam a seguinte prática
contratual: o cliente pode fazer até quatro saques por mês sem pagar nada. A partir do quinto saque, é
cobrada uma tarifa bancária. Esta prática bancária é válida? SIM. É legítima a cobrança, pelas instituições
financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes excederem o quantitativo de quatro realizações por
mês. STJ. 3ª Turma. REsp 1348154-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/12/2016 (Info 596).
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua
ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão
de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
adequadamente sobre:
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações,
bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão
pelo consumidor.
A fonte utilizada nas ofertas publicitárias pode ser inferior ao tamanho 12. O art. 54, § 3º do
CDC prevê que, nos contratos de adesão, o tamanho da fonte não pode ser inferior a 12. Essa regra do
art. 54, § 3º NÃO se aplica para ofertas publicitárias. Assim, as letras que aparecem no comercial de TV
ou em um encarte publicitário não precisam ter, no mínimo, tamanho 12. STJ. 3ª Turma. REsp 1602678-RJ,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 23/5/2017 (Info 605).
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com
destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1582318-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 612).
Multa pela quebra do prazo mínimo de fidelidade não pode ser fixa, devendo ser proporcional
ao tempo que faltava para terminar o contrato. As empresas de TV a cabo podem estipular um
contrato de permanência mínima, ou seja, uma cláusula de fidelização segundo a qual se o consumidor
desistir do serviço antes do término do prazo combinado (máximo de 12 meses) ele deverá pagar uma
multa. Isso é considerado válido pelo STJ. Vale ressaltar, no entanto, que a cobrança da multa de fidelidade
pela prestadora de serviço de TV a cabo deve ser proporcional ao tempo faltante para o término da
relação de fidelização, não podendo ser um valor fixo. Ex: se o consumidor desistir no 1º mês, paga R$
300,00, no entanto, se rescindir somente no penúltimo mês, paga R$ 100,00. A Resolução nº 632/2014 da
ANATEL veio reforçar a ideia de que a multa pela quebra da fidelização deve ser proporcional. No entanto,
pode-se dizer que, mesmo antes da Resolução, a jurisprudência já considerava abusiva a cobrança de
uma multa fixa, ou seja, que não levasse em consideração o tempo que faltava para terminar o contrato.
STJ. 4ª Turma.REsp 1362084-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/5/2017 (Info 608).
Instituição não pode negar a matrícula inicial do aprovado no vestibular porque ele tem
outros débitos anteriores relativos a outro curso. Instituição de ensino superior não pode recusar a
matrícula de aluno aprovado em vestibular em razão de inadimplência em curso diverso anteriormente
frequentado por ele na mesma instituição. STJ. 2ª Turma. REsp 1583798-SC, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 24/5/2016 (Info 591).
Não é abusiva a cláusula prevista em contrato de adesão que impõe ao consumidor em mora a obrigação
de pagar honorários advocatícios decorrentes de cobrança extrajudicial. Ex: João resolveu comprar um
carro financiado por meio de leasing. No contrato, há uma cláusula prevendo que se o comprador atrasar
as parcelas e a instituição financeira tiver que recorrer aos meios extrajudiciais para cobrar o débito, o
financiado deverá pagar, além dos juros e multa, honorários advocatícios, desde já estabelecidos em 20%
sobre o valor da dívida. Esta cláusula não é abusiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1002445-DF, Rel. originário Min.
Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 25/8/2015 (Info 574).
Venda casada por operadora de celular gera dano moral coletivo in re ipsa. Configura dano
moral coletivo in re ipsa a realização de venda casada por operadora de telefonia. A prática de venda
casada por parte de operadora de telefonia é capaz de romper com os limites da tolerância. No momento
em que oferece ao consumidor produto com significativas vantagens — no caso, o comércio de linha
telefônica com valores mais interessantes do que a de seus concorrentes — e de outro, impõe-lhe a
obrigação de aquisição de um aparelho telefônico por ela comercializado, realiza prática comercial apta
a causar sensação de repulsa coletiva a ato intolerável, tanto que encontra proibição expressa em lei.
Afastar, da espécie, o dano moral difuso, é fazer tábula rasa da proibição elencada no art. 39, I, do CDC
e, por via reflexa, legitimar práticas comerciais que afrontem os mais basilares direitos do consumidor. STJ.
2ª Turma. REsp 1397870-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/12/2014 (Info 553).
Súmula 603: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos
e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula
contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial consignável, com
desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a retenção de
percentual. #DENOVO #SÓPARAFIXAR
Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos
serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva
se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.
Súmula 532-STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e
expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de
multa administrativa.
Súmula 381-STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade
das cláusulas.
Súmula 322-STJ: Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-
corrente, não se exige a prova do erro.
Súmula 302-STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação
hospitalar do segurado.
Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide
a multa moratória nele prevista.
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas
de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I - multa;
Fixação em reais de multa por infração das normas de defesa do consumidor. A pena de
multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor (art. 56, I, do CDC) pode
ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em Unidade Fiscal de Referência (UFIR). O
art. 57 do CDC, ao estabelecer que a “multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a
três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a
substituí-lo”, apenas define os limites para a fixação da multa. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1466104-PE,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015 (Info 567).
II - apreensão do produto;
XI - intervenção administrativa;
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa,
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar,
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não haverá
reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática
de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas
do infrator.
2 Infrações penais. 2.1 As relações de consumo como bem jurídico penal. 2.2 Sujeitos
ativo e passivo dos crimes contra as relações de consumo. 2.3 Código penal e proteção
ao consumidor. 2.4 Resultado nas infrações penais de consumo e crimes de perigo. 2.5
Responsabilidade penal da pessoa jurídica. 2.6 Tipos penais. 2.6.1 Omissão de informação
a consumidores. 2.6.2 Omissão de comunicação da nocividade de produtos. 2.6.3 Execução
de serviço de alto grau de periculosidade. 2.6.4 Oferta não publicitária enganosa. 2.6.5
Publicidade enganosa ou abusiva. 2.6.6 Indução a comportamento prejudicial ou perigoso.
2.6.7 Publicidade sem base fática, técnica ou científica. 2.6.8 Troca de peças usadas sem
autorização. 2.6.9 Cobrança abusiva de dívidas. 2.6.10 Impedimento de acesso a cadastros e
banco de dados. 2.6.11 Omissão de correção de informações em bancos de dados e cadastros.
2.6.12 Omissão de entrega do termo de garantia. 2.7 Individualização e fixação judicial da
pena. 2.8 Valor da fiança. 2.8.1 Assistência. 2.8.2 Ação penal subsidiária.
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas,
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte. (Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017)
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no
caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017)
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor:
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo;
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas
a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior
à da vítima;
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou
alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela
autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá
ser:
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização
assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz
determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação
de serviço público.
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade
do réu pelos danos causados.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual
deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso
II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos
individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido,
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
termos dos arts. 96 a 99.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes
a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,
se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do
ajuizamento da ação coletiva.
4 Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. 4.1 Ministério Público e Defensoria Pública. 4.2
Delegacia do consumidor. 4.3 PROCON. 4.4 Associações civis de defesa do consumidor. 4.5
Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor. 4.6 Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor. 4.7 Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor. 4.8 Sistema Nacional
de Informações de Defesa do Consumidor. 4.9 Conflito de atribuições entre PROCON e
outros órgãos de defesa do consumidor.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais,
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito contra
os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que
violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios,
bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens e
serviços;
entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
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