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Para responder tal dúvida, vamos recorrer às instruções do Espírito de Charlet, um pintor, que
deu à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por Allan Kardec, uma série de
comunicações muito notáveis sobre os animais.
Charlet chama atenção a um fato ocorrido com o Sr. G. G…, de Marselha, nos transmite este
fato:
“Um rapaz faleceu há oito meses e sua família, na qual há três irmãs médiuns, o evoca quase
que diariamente, servindo-se de uma cesta. Cada vez que o Espírito é chamado, um cãozinho,
do qual ele gostava muito, salta sobre a mesa e vem cheirar a cesta, soltando ganidos. A
primeira vez que isto aconteceu, a cesta escreveu: “Meu valente cachorrinho, que me
reconhece.”
“Eu não vi o fato, mas as pessoas de quem o ouvi várias vezes o testemunharam, e são bons
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espíritas e muito sérias, de modo que não posso pôr em dúvida a sua veracidade. Eu me
perguntei se o perispírito conservava suficientes partículas materiais para afetar o olfato do
cão, ou se esse seria dotado da faculdade de ver os Espíritos. É um problema que me pareceria
útil aprofundar, caso ainda não esteja resolvido.”
Sente-o, segue-o em todas as suas ações com a curiosidade de uma criança; ama-o, e chega
mesmo ao ponto de ─ e disto tem-se exemplos para confirmar o que adianto ─ ao ponto, dizia
eu, de a ele se dedicar. O cão deve ser ─ não tenho certeza, entendei bem ─ mas o cão deve ser
um desses animais vindos de um mundo já adiantado para sustentar o homem em seu
sofrimento, servi-lo, guardá-lo.
Acabo de falar das qualidades morais que, positivamente, possui o cão. Quanto às suas
faculdades sensitivas, são extremamente delicadas. Todos os caçadores conhecem a sutileza
do faro do cão. Além dessa qualidade, o cão compreende quase todas as ações do homem;
compreende a importância de sua morte. Por que não adivinharia a sua alma e por que, mesmo,
não a veria?
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O Espírito identificado como Georges complementa:
“O fato citado na Sociedade é verídico, embora o perispírito destacado do corpo não tenha
nenhuma de suas emanações. O cão farejava a presença de seu dono. Quando digo farejava,
entendo que seus órgãos percebiam sem que os olhos vissem, sem que o nariz sentisse; mas
todo o seu ser estava advertido da presença do dono, e essa advertência lhe era dada
principalmente pela vontade que se desprendia do Espírito dos que evocaram o morto. Ele
percebe as aparições; dá-se conta da diferença existente entre elas e as coisas reais ou
terrenas, e lhes tem muito medo.
O fato que me serviu de ponto de partida nada tem de admirável, porque, no momento do
desprendimento da vontade que chamava o seu dono, o cão sentia sua presença quase tão
depressa quanto o próprio Espírito escutava e respondia ao chamado que lhe era feito.”
Segundo o item 236 de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, é verdade que os espíritos
podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais, e muitas vezes o pavor súbito que os
toma., e que vos parece sem motivo, é causado pela visão de um ou de muitos desses
Espíritos, mal intencionados em relação aos indivíduos presentes ou aos seus donos.
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Já ficou claro a explicação do porquê que os animais vêem espíritos, mas será que esse fato
seria o suficiente para considerá-los como médiuns? Se assim fosse, todos os animais são
médiuns?
É preciso ter cuidado em classificar animais como médiuns, por isso fiquemos atentos a
continuação dos parágrafos da obra:
É que antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quis torna-se visível apenas para o
animal. Mas, quero repeti-lo: não mediunizamos diretamente nem os animais nem a matéria
inerte. Precisamos sempre do concurso consciente ou inconsciente de um médium humano,
porque necessitamos da união dos fluidos similares, que não encontramos nos animais nem
na matéria bruta.
Sabeis que tiramos do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao nosso
pensamento a forma sensível e apreensível para vós. E com o auxílio dos seus próprios
materiais que o médium traduz o nosso pensamento em linguagem vulgar.
Pois bem: que elementos encontraríamos no cérebro de um animal? Haveria ali palavras, letras,
alguns sinais semelhantes aos que encontramos no homem, mesmo o mais ignorante? Não
obstante, direis, os animais compreendem o pensamento do homem, chegam mesmo a
adivinhá-lo.
Dessa forma percebemos que classificar os animais como médiuns requer muito mais do
que, simplesmente, ver espíritos. Os animais podem ver espíritos, mas suas faculdades
extrafísicas são mais limitadas que a dos homens, como por exemplo, a capacidade de
fornecer os fluidos necessários para demais manifestações espirituais.
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