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ISBN85-297-0013-9

ISSN0100-9443

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA


Vinculada ao Ministério da Agricultura e Reforma Agrária- MARA
Centro Nacional de Pesquisa 49 Gado de Corte - CNPGC
Campo Grande, MS '.

Camoo Grande,MS
1991
ISBN 8 5 - 2 9 7 - 0 0 1 ] - 9
ISSN 0 1 0 0 - 9 4 4 3
Empresa B r a s i l e i r a de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA
Vinculada ao Ministério da Agricultura e Reforma Agrária-MARA
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte-CNPGC
Campo Grande, MS

O CICLO ESTRAL DE BOVINOS E MÉTODOS DE CONTROLE

Ezequlel Rodrigues do Valle

Campo Grande, MS
1991
EMBRAPA-CNPGC. Documentos, 48
Exemplares desta publicação podem ser s o l i c i t a d a s ao:
CNPGC
Rodovia BR 262, km 4
Telefone: (067) 763-I0]0
Telex: (067) 215)
FAX: (067) 76)-2245
Caixa Postal 154
CEP 79080 Campo Grande, MS

Tiragem: 1.000 exemplares

COMITÊ DE PUBLICAÇÕES
Cacilda Borges do Valle
Ecila Carolina Nunes Zampieri Lima - Editoração
Estelino Augusto Baroli
EzequieJ Rodrigues do Valle
Fernando Paim Costa
Kepler Euclides Filho - Presidente
Maria Antonia U. Cintra de Oliveira Santos - Normalização
Renato Garcia Leoni
Roza Maria Schunke

Datilografia: Alice Sueko Kakazu Miyahira


Marcos P a r e d e s Martins
Desenho: Paulo Roberto Duarte Paes
Fotografia: EzeQuiel Rodrigues do Valle
Criação/Capa: Ezequiel Rodrigues do Valle
Reginaldo Fernandes

VALLE, E.R.do. O ciclo estral de bovlnos e


métodos de c o n t r o l e . Campo.Grande : EMBRAPA-
-CNPGC, 1991. 2 4 p . (EMBRAPA-CNPGC. Documen-
tos, 48)

1. Bovlno - Reprodução 2. Bovlno - Aparelho


reprodutor. }. Bovlno - Cicio e s t r a l . I. EMBRAPA.
Centro Naclonal de Pesqulsa de Gado de Corte
(Campo Grande, MS) I I . T i t u l o . I I I . S é r i e

CDD 636.0824

©EMBRAPA 1991
SUMARIO

Pág.

'I INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

72 ÓRGAOS REPRODUTIVOS DE FÊMEAS BOVINAS . . . . . . . . . . . 6


2.1 Vulva ...................................... 6
2.2 Vestíbulo .................................. 6
2.3 Vagina ...................................... 6
2.4 Cérvice ..................................... 6
2.5 Útero ....................................... 6
2.60vidutos .................................... 7
2.7 Ovários ..................................... 7

CICLO ESTRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.1 Fase folicular .............................. 10
3.2 Fase luteínIca .............................. 11

DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.1 Anestro ..................................... 14
4.2 Retenção de p l a c e n t a ........................ 15
4.3 P r o l a p s o com i n v e r s ã o do ú t e r o .............. 15
4.4 Doenças i n f e c c i o s a s ou viróticas da esfera
reprodutiva ................................. 16

5' CONTROLE DO CICLO ESTRALE OVULAÇAO . . . . . . . . . . . . . 16


5.1 S i n c r o n i z a ç ã o com p r o s t a g I a n d i n a F 2 ........ 17
5 . 1 . 1 Inseminação a r t i f i c i a l .................... 20
5.2 S l n c r o n l z a ç ã o com p r o g e s t e r o n a . . . . . . . . . . . . . . 20
p

6 REQUISITOS ESSENCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................... 23


O CICLO ESTRAL DE BOVINOS E MÉTODOS
DE CONTROLE

I
Ezequiel Rodrigues do Valle

1 INTRODUÇÃO

A inseminação a r t i f i c i a l é, sem dúvida, uma ferramenta


extremamente i m p o r t a n t e no processo de melhoramento
genético do rebanho. No entanto, uma das grandes
l i m i t a ç õ e s à sua expansão tem sido o custo associado ao
trabalho de observação de c i o por longo período de
tempo. Com o o b j e t i v o de concentrar o período de
manifestação de c i o e ovulação, p o s s i b i l i t a n d o uma melhor
u t i l i z a ç ã o da inseminação a r t i f i c i a l , d i v e r s o s métodos de
c o n t r o l e foram desenvolvidos. Estes têm também colaborado
na implementação de outras tecnologias avançadas em
reprodução, como a transferência de embriões
(Gregory & R o d r i g u e s 1982). Todavia, o sucesso de um
programa de s i n c r on i z a ç ã o de cio e o vulação está na
dependência do uso correto dessa metodologia. Assim
sendo, a u t i l i z a ç A o de qualquer programa de controle do
cicio estral sem conhecer seu mecanismo de funcionamento
pode r e s u l t a r em fracasso. Esta publicação tem por
o b j e t i v o descrever os p r i n c i p a i s eventos que ocorrem
durante o cicio estral de bovinos e a p r e s e n t a r os
p r i n c i p a i s métodos básicos para o seu c o n t r o l e .

Eng.-Agr., Ph.D., CREA NQ 27882/D-Visto 1528/MS,


EMBRAPA-Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte
(CNPGC), Caixa P o s t a l 154, CEP 79001 Campo Grande, MS.
2 ÓRGÃOS REPRODUIIVOS DE FÊMEAS BOVINAS
2.1 Vulva

É a abertura externa do aparelho genital feminino,


formada pelos lábios maiores que fecham a entrada dos
t r a t o s reprodutivo e u r i n á r i o .

2.2 Vestíbulo
É a região onde os tratos r e p r o d u t i v o e urinário se
encontram. Ela se estende da vulva até a abertura da
uretra. O c l i t ó r i s que tem a mesma origem embrionária do
pênis, está localizada na porção ventral do vestíbulo.

2.3 Vagina

É a porção do trato reprodutivo localizada entre o


vestíbulo e a cérvice. É o órgão copulatório feminino,
onde o sêmen é depositado.

2.4 Cérvice

É a região de e streitamento do canal genital que


separa a vagina do útero. Sua função primária é p r e v e n i r
a p a s s a g e m de microorganismos da vagina para o útero.
Durante o diestro e a gestação, a produção de um muco
a l t a m e n t e viscoso forma um tampão que obstrui a entrada
do canal c e r v i c a l A liquefação desse tampão mucoso e a
d i l a t a ç ã o da cérvice uterina ocorrem durante o cio,
p e r m i t i n d o assim a passagem do e j a c u l a d o para o útero e a
p e n e t r a ç ã o da pipeta de inseminação. Convém lembrar que a
cérvice é o ponto de transição entre o meio s e m i - e s t é r i ]
do útero e a região freqüentemente contaminada da vagina.

2.50tero
É a região do trato reprodutivo que abriga o embrião
ou feto durante a gestação, sendo composto de um corpo e
dois cornos uterinos. A mucosa uterina contém de 70 a 120
c ar ún c u l a s , que são estruturas que ligam as membranas
fetais ao ú t e r o d u r a n t e a g e s t a ç ã o .
2.60vidutos

São d o i s t ú b u l o s que se estendem dos ovários aos


cornos uterinos. Na e x t r e m i d a d e p r ó x i m a a cada o v á r i o , o
oviduto Forma o i n f u n d í b u l o estrutura em f o r m a de funil
que envolve o ovário e r e c e b e o ó v u l o p o r o c a s i ã o da
ovulação.

2.7 Ovários

São as duas gônadas femininas responsáveis pela


formação do óvulo, que após fertilizado dará origem ao
embrião. Os ovários atuam também como glAndula
endócrina, produzindo os hormônios esteróides estradiol e
progesterona. O estradiol é produzido pelos foliculos em
desenvolvimento, e a progesterona pelo corpo lúteo. A
representação esquemática dos órgãos reprodutivos de
fêmeas bovinas está ilustrada na Fig. I.

3 CICLO ESTRAL

Estro ou cio, comumente referido como dia zero do


ciclo estral, é o período da fase reprodutiva do animal
no aual a fêmea apresenta sinais de receptividade sexual,
seguida de ovulação. Em bovinos, a duração média do estro
é de, aproximadamente, 12 horas, e a ovulação ocorre de
12 a 16 noras após o término do cio. A duração do cio e o
momento de ovulação apresentam pequenas variações entre
fêmeas da mesma espécie, em função de fatores endógenos e
exógenos. Quando não ocorre a fecundação, o intervalo
médio entre os dois cios consecutivos é de 21 dias, e é
denominado ciclo estral.

O ciclo estral dos b o v i n o s pode s e r d i v i d i d o em duas


fases distintas. A primeira, fase folicular, é
caracterizada pelo desenvolvimento do f o l í c u l o , estrutura
no o v á r i o que c o n t é m o ó v u l o , e c u l m i n a com a liberação
do mesmo (ovulação). A segunda, denominada de fase
luteínica, é caracterizada pelo desenvolvimento do corpo
lúteo. Esta estrutura, formada após a ruptura do
folículo, produz progesterona, que é o hormônío
FIQ. 1. Orgãos reprodutivos de fêmeas b o v i n a s .
responsáveI pela manutenção ~a g e s t a ç ã o Se o óvulo for
fertilizado, o corpo lúteo será m a n t i d o caso contrário
ocorrerá a regressão do corpo lúteo • terá início uma
nova fase folicular.
Os eventos que ocorrem durante o cicio estral são
regulados basicamente pela interação dos hormônios GnRH
(hormônio liberador das gonadotrofinas), FSH (hormônio
folículo estimulante), LH (hormônio Iuteinizante),
estradiol e progesterona (TabeIa I). 0 GnRH é produzido
pelo hipotáiamo, órgão localizado na base do cérebro, e
regula a liberação das gonadotroflnas FSH e LH. 0 FSH e o
LH, produzidos pela glândula pituitária (hipófise
anterior), são responsáveis pelo desenvolvimento
folicular e ovulação. Os hormônios estradiol e
progesterona são produzidos pelas estruturas do ovário
(folículo e corpo lúteo, respectivamente) e estão fígados
à manifestação do cio e manutenção da gestação.
).1 Fase folicular

O período de desenvolvimento folicular, ou fase


folicular, pode ser dividido em proestro e estro. O
período de proestro, com duração de dois a três dias, é
caracterizado pelo declínio nos níveis de progesterona,
pelo d e s e n v o l v i m e n t o folicular e pelo aumento dos níveis
de estradiol no sangue. Nessa fase, a liberação do GnRH
pelo h i p o t á l a m o estimula a secreção de FSH e LH da
glândula pituitária. Os elevados níveis de FSH no sangue
induzem o d e s e n v o l v i m e n t o dos foIículos (Fig. 2) e, em
sinergismo com o LH, estimulam a sua maturação. Á medida
que o folículo se desenvolve, aumenta a produção de
estradiol pelos folículos, e após uma determinada
concentração, o estradiol estimula a m a n i f e s t a ç ã o do cio
e a liberação massiva do LH, dando inicio à segunda fase.
No período de estro, a ocorrência de elevados níveis de
estradiol, além de induzirem a m a n i f e s t a ç ã o do cio, são
também r e s p o n s á v e i s pela dilatação da cérvice, síntese e
secreção do muco vaginal e o transporte dos
espermatozóides no trato reprodutivo feminino. Durante o
período de m a n i f e s t a ç ã o do cio, a vaca ou novilha fica
inquieta, monta e deixa-se mmntar por outras vacas, reduz
o apetite, diminui a produção de leite e apresenta
corrimento muco vaginai claro e viscoso. A vulva e a
vagina a p r e s e n t a m - s e intumescidas e a v e r m e l hadas devido à
elevada irrigação s a n g ü i n e a No entanto, o melhor sinal
de m a n i f e s t a ç ã o do cio é quando se deixa montar por outra
vaca, touro ou rufião.

FIG. 2. Ovário contendo folículo em desenvolvimento.


3.2 Fase luteínica
Após o término da m a n i f e s t a ç ã o do cio, tem início o
período de desenvolvímento do corpo lúteo, ou fase
luteínica. A fase luteínica pode ser subdividida em
metaestro e diestro. 0 metaestro, com duração de dois a
três dias, tem como c a r a c t e r í s t i c a principal a ovulação
que é a liberação do óvulo pelo folículo. Em bovinos, a
ovulação ocorre geralmente de 12 a 16 horas após o
término do cio. Após a ruptura do folículo, o óvulo é
t r a n s p o r t a d o para o iscal de f e r t i l i z a ç ã o porção média
do oviduto, e as células da parede interna do folículo se
m u l t i p l i c a m dando origem a uma nova estrutura, denominada
corvo lúteo ou corpo amarelo (Fig. 3). 0 corpo lúteo
produz p r o g e s t e r o n a , que é o hormónio responsável pela
manutenção da gestação. 0 período em Que o corpo lúteo
passa a ser funcional, representado pela síntese e
Liberação de elevados níveis de progesterona, é
d e n o m i n a d o de diestro. Entre as diversas fases do ciclo
estral, o diestro é o de maior deração ( a p r o x i m a d a m e n t e
!5 dias). Se o óvulo for fecundado, o corpo lúteo será
mantido e os níveis de p r o g e s t e r o n a p e r m a n e c e r ã o elevados
durante a gestação. Caso não ocorra a fecundação, o corpo
lúteo regridirá (ao redor de 17 dias após o cio) e os
,níveis ae o r o g e s t e r o n a no sangue diminuirão, permitindo
assim o desenvolvimento de um novo c i c l o estral. Um dos
mecanismos responsáveis pela destruiçâo ao corpo lúteo
(luteólise) é a ação de uma s u b s t â n c i a p r o d u z i g a p e l o
útero, denominaga prostaglandina F2 (PGF2~). O corpo
iúteo é mais sensível à ação luteolítica da
orostaglandina à medida que envelhece (amadurece), ou
seja, a partir do 10º dia do c i c l o estral (King &
K i r a c o f s 1982, B e r a r d i n e l l i & Adair 1989). Na Fig. 4
estão representadas as variações observadas nas
c o n c e n t r a ç õ e s dos principais hormônios que regulam o
ciclo estral em bovinos.
FIG. 3. a) O v á r i o com corpo lúteo.
b) Corte longitudinal do o v á r i o evidenciando o corpo lúteo.
FIG. 4. Rep r e s e n t a ç ã o esquemática das variações, na concentração dos principais
hormônios que regulam o cicio estral em bovinos.
4 DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS
O processo reprodutivo é composto de uma série
complexa de e v e n t o s que o c o r r e m de uma forma ordenada e
no tempo exato. D i v e r s o s fatores podem interromper este
cicio r e p r o d u t i v o c a u s a n d o i n f e r t i l i d a d e ou e s t e r i l i d a d e ,
e alguns deles são d i s c u t i d o s a seguir.

4.1Anestro

É o período de completa inatividade sexual,


caracterizada pela ausência da m a n i f e s t a ç ã o de cio. O
a n e s t r o ocorre p r i n c i p a l m e n t e durante o pós-parto e a
lactação. A i n c i d ê n c i a e a duração ao a n e s t r o pós-parto
v a r i a m nas d i f e r e n t e s raças bovinas de acordo com o nível
nutricional, idade, produção de leite, intensiOade e
freqüência da amamentação, época 3o parto, grau de
i n v o l u ç ã o do útero etc. O anestro ocorre também durante o
p e r í o d o que a n t e c e d e a p u b e r d a d e das n o v i l h a s e durante a
gestação.

Determinadas condições p a t o l ó g i c a s dos ovários e do


útero também contribuem para a i n c i d ê n c i a do anestro
pós-parto:

a) H I P O P L A S I A OVARIANA: animais com hipoplasia


ovariana parcial ou total, a t i n g i n d o um ou dois ovários,
a p r e s e n t a m sinais de subfertilidade ou infertilidade,
entretanto, a incid@ncia desta a n o r m a l i d a d e é baixa em
bovínos. Clinicamente, os ovários são pequenos,
consistentes e lisos. Os cios são i r r e g u l a r e s e muito
espaçados quando a hipopLasia é parcial. No caso de
hipoplasia total e b i l a t e r a l os animais a p r e s e n t a m trato
r e p r o d u t i v o i n f a n t i l e nunca m a n i f e s t a m cio.

b) C ! S T O S F O L I C U L A R E S : são folículos que acumularam


grande quantidade de fluído, mas n~o ovularam. A
i n c i d @ n c i a de cistos foliculares é mais freqüente em
bovinos l e i t e i r o s , nos três p r i m e i r o s meses de lactação,
do que em b o v i n o s de corte. Vacas com cistos foliculares
exibem manifestação sexual intensa (ninfomania) a
intervalos irregulares, relaxamento dos ligamentos
sacrociáticos e cauda elevada, a c e n t u a d o c o r r i m e n t o de
muco pela vulva e podem desenvolver características
secundárias masculinas. Como é uma condição de caráter
hereditário, os a n i m a i s p o r t a d o r e s devem ser eliminados.

c) " F R E E M A R T I N I S H O " : é a m o d i f i c a ç ã o das estruturas do


trato r e p r o d u t i v o da fêmea durante a vida intra-uterina,
quando gêmea de um bezerro macho. A g e n i t á l i a externa,
com raras exceçOes, a s s e m e l h a - s e à de fêmeas normais,
porém o tamanho da vagina é reduzido. As glândulas
mamárias e as tetas são rudimentares quando comparadas
àquelas de animais n o r m a i s na mesma faixa de idade.

d) FATORES UTERINOS: a d i s t e n s ã o do útero em bovinos


devido a c o n d i ç ô e s p a t o l ó g i c a s (piometra, m u m i f i c a ç ã o e
maceração fetal) está a s s o c i a d a à p e r s i s t ê n c i a do corpo
lúteo e, como conseqüência, inibe a m a n i f e s t a ç ã o de
ciclos estrais regulares.

e) CIO S I L E N C I O S O : é a o c o r r ê n c i a de o v u l a ç ã o sem que


o animal a p r e s e n t e sinais externos de cio. Sua ocorrência
é mais elevada em a n i m a i s subnutridos, nos primeiros 60
dias D ó s - p a r t o em vacas d« corte que amamentam seus
bezerros e em vacas l e i t e i r a s s u b m e t i das a três ordenhas
diárias.

4.2 Retenção de p l a c e n t a
A placenta retida por mais de 12 horas após o parto é
considerada como c o n d i ç ã o p a t o l ó g i c a e está associada a
processos i n f e c c i o s o s , p a r t o distócico, inércia uterina,
indução do parto com d e x a m e t a s o n a e partos gemelares. Sua
incidência é mais c o m u m em gado leiteiro e a fertilidade
é p r e j u d i c a d a d e v id o ao atraso na i n v o l u ç ã o do útero.

4.3 P r o l a p s o com inversão do útero


É quando parte do trato r e p r o d u t i v o é p r o j e t a d a pela
vagina e ocorre a l g u m a s horas após o parto. É mais comum
em vacas pluríparas, estabuladas, partos gemelares e
r e l a x a m e n t o e x c e s s i v o dos l i g a m e n t o s pélvicos.
4.4 Doenças t n f e c c i o s a s ou v l r ó t i c a s da e s f e r a
reprodutiva
Dlversas doenças da e s f e r a reprodutiva podem r e d u z i r a
fertilldade, entre elas a vlbriose, brucelose,
leptospirose, díarréia virai dos bovinos (BVD), infecções
uterinas etc.

A consulta a um M é d i c o - V e t e r i n á r i o para o controle e


prevenção dessas doenças é indispensável, pois muitas
delas poderão ser evitadas através de um programa de
vacinação.

5 CONTROLE DO CICLO ESTRAL E OVULAÇÃO


Uma das principais razões para a utilizaç@o de
técnicas de controle do ciclo estral em bovinos, é a de
expandir a utilização da inseminação artificial, e
acelerar o progresso genético do rebanho na melhoria da
p r o d u ç ã o de carne e leite. Mediante a concentração do
período de manifestação do cio, o trabalho diário de
d e t e c ç ã o do cio pode ser reduzido e, em alguns casos,
eliminado. Além do mais, permite que o criador escolha a
época do ano mais adequada para os trabalhos de
inseminação, de modo a maximizar a utilização da
m ã o - d e - o b r a disponível e melhorar a produtividade do
rebanho. Convém, no entanto, salientar que o sucesso de
um programa de indução e s i n c r o n i z a ç ã o de cio depende do
estado nutriclonal e sanitário dos animais. Animais mal
nutridos e com problemas de saúde não respondem
s a t i s f a t o r i a m e n t e ao tratamento. Outros fatores que devem
também ser considerados são a disponibilidade de
i n s t a l a ç õ e s adequadas, a utilização de sêmen de qualidade
comprovada, os cuidados no manuseio de sêmen e a
e x p e r i ê n c i a do inseminador.
Basicamente, e x i s t e m dois meios para o controle do
ciclo estral em bovinos. O p r i m e i r o c o n s i ste na r e g r e s s ã o
prematura do corpo lúteo (luteólise) m e d i a n t e a a p l i c a ç ã o
de compostos à base de p r o s t a g l a n d i n a F2O (PGF2~) . Os
animais tratados r e t o r n a m ao cio a partir do segundo dia
após a aplicação. O segundo meio de c o n t r o l e consíste em
m i n i s t r a r c o m p o s t o s à base de p r o g e s t e r o n a, de modo a
suprimir o cio e a ovulação, até que o corpo lúteo de
todos os animais do grupo tenha regredido. Após a
retirada do e s t í m u l o (progestágeno), os animais r e t o r n a m
ao cio a partir do segundo dia. Este método, além de
sincronizar o cio de vacas e novilhas com ciclos estrais
regulares, tem se m o s t r a d o e f i c i e n t e também na indução e
s i n c r o n i z a ç ã o de fêmeas em anestro.

5.1 Sincronização com prostaglandina F2


A u t i l i z a ç ã o da p r o s t a g l a n d i n a F 2 para controle do
cio e ovulação é recomendada apenas para animais com
ciclo estral regular e que possuam um corpo lúteo
funcional. Como a prostaglandína induz a regressão
p r e m a t u r a do corpo iúteo (luteólise), ela só deve ser
aplicada entre o 6o e o IBO Oia Oo ciclo estral, quando o
corpo lúteo é funcional. Tem sido d e m o n s t r a d o que o poder
l u t e o l í t i c o da p r o s t a g l a n d i n a aumenta à medida que ocorre
a maturação do corpo iúteo (Tabela 2), ao redor do 102
dia do ciclo estral. O retorno ao cio ocorre a partir do
segundo dia após o t r a t a m e n t o e a i n s e m i n a ç ã o pode ser
efetuada de a c o r d o com a manifestação do cio, ou em
h o r á r i o p r e d e t e r m i n a d o , sem a o b s e r v a ç ã o do cio.
I 2
Os produtos disponiveis são a Lutalyse e o Ciosin . A
via preferencial de aplicação é a intramuscular na
dosagem de 5 ml (Lutalyse) ou 2 ml (Ciosin) por injeção.
Não devem ser aplicados em fêmeas prenhes, pois podem
provocar o aborto.
No campo terapêutico, a prostaglandina F2 pode ser
utilizada no tratamento de subestro ou cio silencioso,
endometrite crônica, cistos lúteos ovarianos e na indução
do aborto ou do parto.

Prostaglandina natural da Upjohn Produtos Farmacêuticos


Ltda.

2prostaglandina síntética da Coopers Brasil S.A.


Alguns métodos de utilização da prostaglandina F2
para o controle da manifestação do cio e ovulação em
bovinos são descritos a seguir. A escolha de um
determínado método depende de alguns fatores, tais como:
objetivo do programa de inseminação artificial, custo do
sêmen, tamanho do rebanho, tempo disponível para
o b s e r v a ç ã o do cio e número de vezes em que os animais
serão manejados.

MéLodo A: N e c e s s i t a de duas aplicaçôes de


prostagiandina, com intervalo de 11 dias. Não requer a
o b s e r v a ç ã o de cio antes ou entre as duas aplicações, uma
vez que todos animais deverão responder após a segunda
aplicação, i n d e p e n d e n t e da fase do ciclo estral em que se
e n c o n t r a v a m por ocasião da primeira aplicação.

Este programa tem como desvantagens os custos e o


trabalho e n v o l v i d o s com a a d m i n i s t r a ç ã o de duas doses de
prostaglandina, mas o período de observação de cio é
c o n c e n t r a d o após a segunda aplicação.

Método B: Consiste na aplicação de uma dose de


prostaglandina, seguida de observação de cio e
i n s e m i n a ç ã o durante 11 días. Uma segunda aplicação é
efetuada apenas nos animais que não m a n i f e s t a r a m cio e
não foram inseminados após a primeira aplicação. Após a
segunda dose segue-se com a observação de cio e
inseminação.

E s t e p r o g r a m a r e q u e r menor número de aplicaçôes de


prostaglandina, mas o período de o b s e r v a ç ã o de c i o é
m a i o r que o m é t o d o a n t e r i o r .

M é t o d o C: E s t e método requer a observação de cio


durante cinco dias antes do tratamento com
p r o s t a g l a n d i n a . Todos os animais que manifestarem cio
durante esse período serão inseminados. AqueIes que não
a p r e s e n t a r e m clo durante esse período, receberão uma dose
de p r o s t a g l a n d i n a no sexto dia. Após essa aplicação
segue-se a o b s e r v a ç ã o de cio e inseminação dos animais.
Este é o método mais econômico, pois será necessária
apenas uma aplicação e nem todos os animais n e c e s s i t a r ã o
desse tratamento. A observação de cio deve ser eficiente
antes e após a aplicação da prostaglandina.

5.1.1 Inseminação artificial

A inseminação dos animais sincronizados com


prostaglandina pode ser efetuada da maneira convencional
(12 horas após a manifestação do cio) ou em horário
predeterminado (duas inseminações: 82 e 96 horas após a
última aplicação da prostaglandina; ou inseminação única
entre 72 e 80 horas após a última aplicação). Os melhores
resultados têm sido obtidos com a ínseminação efetuada da
forma convencional (Mies Filho & Sá 1977, Simplicio et
al. 1978). Diversos trabalhos de pesquisa demonstraram
que o período do diestro em que a prostaglandina é
aplicada influencia não somente na percentagem de animais
em cio, como também no intervalo t r a t a m e nto-manifestação
do cio (Berardinelli & Adair 1989, Momont & Seguin
1984). A incidência de cio e o intervalo
tratamento-manifestação de cio são menores quando a
p r o s t a g l a n d i n a é aplicada entre o 5º e o 10Ä dia do
cicio, do que a partir do 10º dia (Tabela 2).

5.2 S i n c r o n i z a ç ã o com progesterona


Consiste na aplicação de um progestágeno por
determinado período de tempo, de modo a suprimir a
m a n i f e s t a ç ã o de cio e a ovulação até que o corpo lúteo de
todos os animais do grupo tratado tenha regredido. Após a
retirada do estímuIo, a concentração de cios e ovulações
ocorre a partir do segundo dia. Este método, além de
sincronizar o cio e a ovulação de fêmeas com cicios
estrais regulares, estimuia também a manifestação de cio
e a o v u l a ç ã o de vacas e n o v i l h a s em a n e s t r o pós-parto.
Inúmeros métodos de a p l i c a ç ã o de p r o g e s t á g e n o s podem ser
utilizados ( a d í ç ã o na água ou r a ç ã o , injeções diárias,
pessários v a g í n a i s e i m p l a n t e s s u b c u t â n e o s ) . No e n t a n t o ,
os implantes subcut~neos têm apresentado melhores
resultados devido à s i m p l i c i d a d e de uso e e f i c i e n c i a na
s i ncr o n i z a ç ã o . Por exemplo, o tratamento com
Syncro-Mate-B (SMB-Ceva Laboratories) que c o n s i s t e na
a p l i c a ç ã o de um implante s u b c u t â n e o no dorso da orelha do
animal, contendo 6 mg de n o r g e s t o m e t , a c o m p a n h a d o de uma
injeção intramuscular de 3 mg de n o r g e s t o m e t e 5 mg de
valerato de estradiol, tem apresentado bons resultados
(Tabela 3). Após nove dias, o implante é retirado. Nos
cinco primeiros dias após a r e t i r a d a do implante, tem-se
obtido índices de s i n c r o n i z a ç ã o de cio ao redor de 90%,
para animais em bom estado nutricional (Miksch et al.
1978). A i n s e m i n a ç ã o dos animais s i n c r o n i z a d o s pode ser
efetuada de acordo com a manifestação do cio, ou em
horário p r é - f i x a d o ( i n s e m i n a ç ã o Única: 48 a 52 horas após
a remoção do implante, ou duas i n s e m i n a ç õ e s : 48 e 60
horas após a remoção do implante), Os r e s u l t a d o s obtidos
em diversos trabalhos de pesquisa indicam que a
inseminação da maneira convencional (12 horas após
manifestação do cio) p r o p o r c i o n a m e l h o r e s r e s u l t a d o s e o
trabalho de i n s e m i n a ç ã o pode ser melhor p l a n e j a d o devido
à grande c o n c e n t r a ç ã o de cios que ocorre entre o segundo
e o quinto dia após a r e t i r a d a do implante (Anderson et
al. 1982, Mies Filho & Sá 1978).
Este método, além de s i n c r o n i z a r o cio de vacas e
novilhas com c i c l o s e s t r a i s r e g u l a r e s , e s t i m u l a também a
manifestação de c i o e ovulação em n o v i l h a s pré-puberes e
em vacas durante o a n e s t r o p ó s - p a r t o .

6 REQUISITOS ESSENCIAIS

O sucesso de um programa de sincronização depende


basicamente de alguns f a t o r e s , t a i s como:

a) Os animais devem e s t a r em bom estado de carne e em


regime de ganho de peso.

b) Animais i s e n t o s de problemas s a n i t á r i o s .

c) I n s t a l a ç õ e s adequadas, de modo a f a c i l l t a r o trabalho


de inseminação e e v i t a r o e s t r e s s e a n i m a l .

d) E f i c á c i a na observação do c i o .

e) Inseminador e x p e r i e n t e .

f) Cuidados na manipulação do sêmen.


g) Sêmen de qualidade comprovada.
h) Número de animais tratados deve corresponder a
capacidade de inseminação diária.
í) Intervalo parto-tratamento de, no mínimo, 35 dias.
j) Os benefícios da conveniência, economia de mão-de-obra
e melhoria na eficiência reprodutiva devem compensar
os custos do tratamento.
7 REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
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Theriogenology, v.23, n.4, p.655-661, 1985.
A M. Cassab trouxe para o Brasil a solução definitiva dos
cistos ovarianos em vacas e novilhas, a principal causa
do cio irregular.
Com resultados amplamente comprovados nos Estados
Unidos, Cystorelin aumenta a eficiência reprodutora, ga-
rantindo aos anímais elevado grau de recuperação e re-
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