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Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO

Matéria: Bromatologia
Professora Luciana
Curso de Biomedicina

A APLICAÇÃO DA IRRADIAÇÃO EM ALIMENTOS

Discentes: Marcos Evandro Teixeira, Rosana Pimentel, Beatriz Rocha da Silva,


Caroline dos Santos Marques, Bruna Marins Peixoto, Amanda de Oliveira Araujo,
Lucas Dantas Barbosa, Karolynn Carmona e Dayane Silva do Nascimento

Niterói

2018
RESUMO
A aplicação de irradiação nos alimentos é uma realidade que vem enfrentar um
problema global de contaminação alimentar, preservação das propriedades e dos
nutrientes, e ainda, prolongar a vida dos alimentos processados e in natura etc. O
alimento irradiado garante melhor competitividade no mercado internacional e tal
tecnologia tem como principal motivador o combate a fome e a segurança alimentar. No
Brasil, existem duas legislações a respeito de alimentos irradiados: o Decreto nº
72.718/1973, o qual estabelece normas gerais sobre irradiação de alimentos e a
Resolução ANVISA (RDC 1 ) 21/2001 que aprovou o Regulamento Técnico para
Irradiação de Alimentos.

INTRODUÇÃO
A temática da alimentação é uma das grandes questões brasileiras e a irradiação de
alimentos é um dos campos de pesquisa que desponta como uma importante contribuição
para responder à emergência desta demanda. A irradiação de alimentos é uma técnica eficaz
e ambientalmente segura, que contribui para dois aspectos primordiais: a segurança do
alimento e o combate ao desperdício. O processo auxilia na conservação e desinfecção dos
alimentos, eliminando insetos e reduzindo significativamente a carga microbiana e
organismos patogênicos à saúde humana. Ainda, o processo de irradiação de alimentos
previne o brotamento, retardando o amadurecimento de frutas, hortaliças e legumes,
prolongando o tempo de vida útil dos alimentos. Com efeito, as radiações ionizantes estão
presentes no nosso cotidiano e contribuem para melhorar a qualidade de vida da população.

A irradiação dos alimentos tem a capacidade de destruir micro-organismos,


preservar por mais tempo, ainda tem a finalidade de eliminar insetos e retardar o
processo germinativo em produtos vegetais. Há um aumento na segurança dos
alimentos e uma diminuição nas perdas causadas por deterioração. A imaginação das
pessoas associa a radiação a efeitos sempre negativos, o que explica a estranheza inicial
ao conhecimento da prática da radiação alimentar. (BOAVNETURA,2005).

Na indústria dos alimentos as fontes radioativas utilizadas são Co-602 e Cs-1373


e, no processo, apenas raios gama entram em contato com o alimento, modificando a
estrutura molecular de forma a impedir a divisão celular de organismos orgânicos sem
que haja contaminação toxicológica através da radioatividade. (SILVA; ROSA,2010).

OBJETIVO

1 Resolução de Diretoria Colegiada


2 Cobalto 60 é um isótopo radioativo sintético de cobalto. É produzido artificialmente em reatores nucleares.
3 Césio 137 ou radiocaésio é um elemento químico de símbolo Cs e número atômico 55, com massa atômica

132,9 u. O Cs137 é um produto de fissão obtido dos resíduos produzidos pelos reatores nucleares.

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Este trabalho tem como objetivo apresentar a técnica de irradiação nos alimentos
como forma de preservar, conservar e esterilizar alimentos de diversas origens, e
também ajudar a divulgar tal tecnologia destinada a segurança alimentar e a melhoria da
qualidade de vida da população em geral.

METODOLOGIA
A organização deste trabalho constitui-se de uma pesquisa, realizada através da
revisão bibliográfica de artigos técnicos e científicos publicados em sites especializados
sobre a irradiação em alimentos e seus riscos. Foram selecionadas 12 (doze) artigos, 8
(oito) foram descartados e 4 (quatro) foram aproveitados. Os artigos descartados não
atendiam especificamente ao objetivo deste trabalho.

DISCUSSÃO
A irradiação é uma aplicação importante para a conservação dos alimentos, seja
de origem animal, agrícola, processados industrialmente ou in natura etc. Batatas
irradiadas, por exemplo, podem ser armazenadas por mais de um ano sem murcharem
ou brotarem.

O tratamento realizado com o uso das radiações ionizantes em alimentos tem


muitas aplicações tecnologicamente e tecnicamente viáveis incluindo a capacidade de
melhorar a segurança microbiológica, reduzir os níveis de bactérias patogénicas, inibir
a germinação de tubérculos, aplicação fitossanitária, conservar alimentos
armazenados ou a estabilidade de armazenamento e também é utilizada para
aumentar a vida de prateleira de determinados produtos devido à redução da
contaminação por microrganismos.

Nos últimos anos, tem se verificado entre a população uma tendência crescente,
pelo consumo de alimentos minimamente processados ou livres de aditivos ou produtos
químicos, como os chamados orgânicos. Especiarias, grãos, carnes, frutas e tubérculos
são tratados pela irradiação em cerca de quarenta países atualmente (MDS NORDION,
2006). De acordo com Horváthová e seus colaboradores em 2007, dentre a grande
variedade de produtos alimentícios, as especiarias são frequentemente as mais
irradiadas.

A presença de patógenos microbiológicos nos alimentos é um sério problema


global, mesmo em países altamente desenvolvidos, como os Estados Unidos. Os
alimentos contaminados com patógenos humanos têm causado impactos na saúde e na
economia. Segundo dados do Centro de Controle de Doenças (CDC, 2004) a cada ano
ocorrem 76 milhões de infecções, 325 mil hospitalizações, e aproximadamente 5 mil
mortes causadas por patógenos alimentares (Smith, 2004), sendo que, uma das causas
dessas mortes por doenças alimentares são infecções por bactérias como, por exemplo,
Salmonella e Campylobacter (Rela, 2000; ICGFI, 1999).

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Os especialistas do CDC estimam que a irradiação de metade de todos os
alimentos com base de carne bovina, suína e de aves, e até mesmo os processados
poderiam reduzir em 1 milhão os casos de infecções alimentares, prevenir 6 mil sérias
doenças e 350 mortes por ano (Tauxe, 2001), impactando financeiramente na saúde
pública.

O interesse pela irradiação como tecnologia de tratamento de alimentos também


tem forte justificativa econômica devido às grandes perdas decorrentes da infestação por
insetos, contaminação e deterioração por microrganismos, além da germinação
prematura de tubérculos ou da maturação, no caso das frutas. Estimativas da FAO
(Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Desenvolvimento) indicam que
cerca de 25% da produção mundial de alimentos é perdida devido à contaminação por
bactérias e ação de insetos e roedores. Porém, algumas mudanças químicas são
induzidas nos alimentos como resultado da irradiação. De fato, qualquer tratamento pelo
qual um alimento seja submetido, aquecimento ou radiação ionizante, há alteração de
algumas propriedades químicas. Portanto, é fundamental avaliar os efeitos químicos e
físicos provocados pela interação da radiação ionizante com o produto irradiado (Tauxe,
2001).

Existem diferentes métodos de conservação de alimentos dentre eles um dos


mais eficientes é o uso da irradiação, pois não aumenta significativamente a
temperatura do alimento, mantendo próximo ao seu estado natural, diferente dos
métodos tradicionais como aquecer ou enlatar que podem causar diferentes alterações
em relação a sua cor, textura, sabor e podendo transformá-la em um produto cozido.
Tratamentos químicos, térmicos e irradiação (em alimentos que contenham gordura)
podem deixar resíduos tóxicos para a saúde humana. A aplicação da irradiação em
alimentos prontos para consumo deve ser utilizada em produtos devidamente
embalados, incluindo aqueles que não restistem ao calor. Isto significa que o
tratamento com a radiação deve ser realizado após a sua embalagem final, evitando a
recontaminação ou reinfestação do produto (Farkas, J. 2006; Castro et al., 2011).

CONCLUSÃO
A irradiação de alimentos contribui para a segurança alimentar, reduzindo
microrganismos e parasitas patogênicos, além de contribuir para o prolongamento da
vida útil dos alimentos, reduzindo o desperdício. A irradiação de alimentos traz ainda
benefícios para a economia do país, tornando-o mais competitivo no mercado externo.
O Brasil é um grande produtor e exportador de alimentos e o processo de irradiação é
uma solução viável, também, para a eliminação de insetos considerados pragas
quarentenárias. Mas se faz necessário informar a população sobre tais beneficios, pois,
estudos apontam que é comum por parte da sociedade vincular irradiação a catastrofes e
acidentes nucleares.

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Simbolo da presença de radiação: Deve ser respeitado, não temido.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
1. Levy, D. S.; Sordi, G. M. A. A.; e Villavicencio, A. L. C. H. Construindo pontes entre
a ciencia e sociedade: divulgação cientifica sobre irradiação de alimentos. Brasilian
Journal of Radiation Science (2018) Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica.
2. Silveira, Paula Luana; e Pinhal Jr, Paulo. Uso da radiação na conservação de
alimentos, Pesquisa: Universalidade do pensamento cientifico. IX Mostra de Trabalhos
Acadêmicos (2015).
3. Cardoso, Elieser de Moura. Aplicação da energia nuclear. MINISTÉRIO DA
CIENCIA E TECNOLOGIA, Comissão Nacional de Energia Nuclear.
4. Alves, Rodrigo Mendes. Segurança alimentar através da formação de 2-
alcilciclobutanonas em alimentos processados por radiação ionizante. Instituto de
Pesquisa Energética e Nuclear (USP) 2016.

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