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2. Instalações Elétricas protegidos pelo mesmo dispositivo de proteção.


Em uma instalação há dois tipos de circuitos: os
A NBR 5410 - Instalações Elétricas de de distribuição e os terminais. Um circuito de
Baixa Tensão (última edição da norma, de distribuição é o circuito que alimenta um ou
2005) - baseada na norma internacional IEC mais quadros de distribuição e um circuito
60364 - Electric lnstallations of Buildings -, é terminal é aquele que está ligado diretamente a
a norma aplicada a todas as instalações equipamentos de utilização ou a tomadas de
elétricas cuja tensão nominal é igual ou corrente.
inferior a 1.000 V em CA, ou a 1.500 V em Um Quadro de Distribuição (QD) é um
CC. As instalações cuja tensão nominal é equipamento elétrico que recebe energia elétrica
superior a citada são genericamente chamadas de uma ou mais alimentação e a distribui a um
de instalações elétricas de alta tensão. ou mais circuitos. Pode também desempenhar
funções de proteção, seccionamento, controle e
2.1. Dispositivo elétrico: medição. Um quadro (de distribuição) terminal
é aquele que alimenta exclusivamente circuitos
É um equipamento integrante de um
terminais.
circuito elétrico, cujo objetivo é desempenhar
uma ou mais funções de manobra, proteção ou
controle. É importante observar que um
dispositivo elétrico pode, por sua vez, ser parte
integrante de uma unidade maior.
Normalmente, o termo é utilizado para
designar um componente que consome um
mínimo de energia elétrica no exercício de sua
função (geralmente comando, manobra ou
proteção), correspondendo ao termo device,
como é definido na norma norte-americana O QD deve ser instalado de preferência
NEC - National Electrical Code. em locais de fácil acesso, como cozinhas, áreas
As principais funções exercidas pelos de serviço, corredores. Também deve ser
dispositivos elétricos (device) são: instalado o mais próximo possível do medidor
 Manobra: mudança na configuração ou mais próximo dos locais onde haja a maior
elétrica de um circuito, feita manual ou concentração de cargas (centro de carga).
automaticamente; Na próxima figura tem-se um quadro de
 Comando: ação destinada a efetuar a distribuição bifásico em corte onde pode-se
manobra, que pode ser de desligamento, visualizar todos os elementos que o compõem.
ligação ou variação da alimentação de
energia elétrica de toda ou parte de uma
instalação, sob condições de
funcionamento normal;
 Proteção: ação automática provocada por
dispositivos sensíveis a determinadas
condições anormais que ocorrem em um
circuito, a fim de evitar danos às pessoas e
aos animais e evitar ou limitar danos a um
sistema ou equipamento elétrico;
 Controle: ação de estabelecer o
funcionamento de equipamentos elétricos
sob determinadas condições de operação.

Um circuito de uma instalação elétrica é o


conjunto de componentes da instalação
alimentados a partir da mesma origem e

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Sempre deve-se separar em disjuntores 2.2.2. Disjuntor


distintos iluminação e outras cargas.
Os eletrodutos que realizam a proteção
mecânica dos condutores deve ser
dimensionada principalmente pela tabela
abaixo:

O disjuntor protege os fios e os cabos do


circuito. Quando ocorre uma sobrecorrente
provocada por uma sobrecarga ou um curto-
circuito, o disjuntor é desligado
automaticamente.
Ele também pode ser desligado
manualmente para a realização de um serviço de
manutenção. A tabela seguinte apresenta os
principais valores comerciais de corrente
2.2. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
nominal máxima:
Eles protegem a instalação contra
possíveis acidentes decorrentes de falhas nos
circuitos, desligando-os assim que a falha é
detectada. Existem dois tipos de dispositivo de
proteção: o disjuntor e o dispositivo DR
(diferencial residual).

2.2.3. Dispositivos DR

2.2.1. Principais falhas encontradas nas O dispositivo DR protege as pessoas e os


instalações animais contra os efeitos do choque elétrico por
contato direto ou indireto (causado por fuga de
- Fuga de corrente: por problemas na isolação corrente). Sua aparência externa é muito
dos fios, a corrente “foge” do circuito e pode ir semelhante ao disjuntor tradicional, mas possui
para a terra (através do fio terra). Quando o fio botão de teste de corrente de fuga. Mensalmente
terra não existe, a corrente fica na carcaça dos deve-se, por segurança, realizar o acionamento
equipamentos (eletrodomésticos), causando o do botão de teste para aferir seu funcionamento.
choque elétrico.
- Sobrecarga: é quando a corrente elétrica é
maior do que aquela que os fios e cabos
suportam. Ocorre quando ligamos muitos
aparelhos ao mesmo tempo. Os fios são
danificados pelo aquecimento elevado.
- Curto-circuito: é causado pela união de dois
ou mais potenciais (por ex.: fase-neutro/fase-
fase), criando um caminho sem resistência,
provocando aquecimento elevado e
danificando a isolação dos fios e cabos, devido
aos altos valores que a corrente elétrica atinge
nessa situação.

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a valores aceitáveis, o dispositivo evita o


desperdício, contribuindo para a conservação da
energia elétrica.
Por último, é importante observar que os
dispositivos DR podem ser utilizados na
proteção contra incêndios. Pois uma corrente de
falta fase-massa elevada (da ordem de algumas
centenas de miliamperes) pode provocar
aquecimentos indesejáveis em seu percurso, que
muitas vezes, devido a circunstâncias locais, é
imprevisível. Tais aquecimentos, quando
ocorrem em ambientes que armazenem ou
processem materiais combustíveis, podem
significar o início de um incêndio.
Baseado na norma NBR 5410 é
obrigatória a instalação de dispositivos DR nos 2.2.4. Disjuntor Motor
seguintes casos: O disjuntor motor é utilizado para
 Circuitos em locais que sirvam a pontos de conduzir ou interromper um circuito sob
banheira ou chuveiro, exceto aparelhos de condições normais, assim como interromper
iluminação a uma altura maior ou igual a correntes sob condições anormais do circuito
2,50 m; (curto-circuito; sobrecarga e queda de tensão).
 Circuitos que alimentem tomadas de Nesses disjuntores a corrente é ajustada no valor
corrente em áreas externas a edificação; exato do motor. O acionamento destes
componentes é manual, através de botões ou
alavanca.
Alguns dispositivos auxiliares podem ser
acoplados a esses disjuntores para atender a
finalidades específicas. Exemplos:
- Bloco de contatos auxiliares usado para
sinalização (elétrica ou sonora),
 Circuitos em áreas internas que possam vir intertravamento etc.;
a alimentar equipamentos no exterior; - Bobina de impulso, usada para desligamento
 Circuitos de tomadas de corrente de à distância etc.
cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, - Bobina de subtensão, usada para
garagens e no geral, todo local molhado desligamento à distância, proteção de
em uso normal ou sujeito à lavagem, quedas de tensão etc.
exceto refrigeradores e congeladores e
tomadas de corrente que não fiquem
diretamente acessíveis.
O emprego de dispositivos DR é um
bom diagnóstico para detectar instalações mal
executadas ou em mau estado de conservação.
A corrente diferencial-residual funciona como
um elemento de controle do nível de
isolamento de uma instalação ou de um setor
de uma instalação e, conseqüentemente, da
segurança e do conforto das pessoas. Nessas
condições, o dispositivo DR, principalmente o
de alta sensibilidade, é um vigilante da boa
qualidade de uma instalação elétrica,
permitindo manter a instalação em bom estado.
Por outro lado, ao limitar as correntes de fuga

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2.2.5. Contator - Interruptor de operação não 2.2.10. Relé de Falta de Fase – Dispositivo com
manual eletromagnética através da contatos auxiliares que verifica a
“tensão de comando”, que tem uma defasagem das fases em 120°, pois
posição de repouso, e é capaz de quando ocorre que uma das fases da rede
estabelecer, conduzir e interromper trifásica de alimentação é desligada, pode
correntes até a sua “capacidade de ocasionar a queima do motor, caso o
interrupção”, em condições normais do mesmo não seja desligado.
circuito até o fim de sua vida útil 2.2.11. CHAVES DE PARTIDA – Para
elétrica e mecânica. Possui Contatos motores elétricos são montados quadros
principais e auxiliares. específicos com proteção e comando
2.2.5.1. Contatos principais - São os para cada aplicação.
componentes de ligação que em 2.2.11.1. Chave de partida direta – Para
estado fechado, conduzem a motores até 5 CV (Consultar
corrente do circuito principal. Regulamento De Instalações
2.2.5.2. Contatos auxiliares - São os Consumidoras - RIC). É o método de
componentes de ligação que se menor custo onde normalmente há
situam num circuito auxiliar do apenas o contator e relé de
contator e é acionado sobrecarga na caixa da Chave de
mecanicamente pelo contator. Partida.
2.2.5.3. Tensão de comando - É a tensão a 2.2.11.2. Chave de partida direta com
ser aplicada nos terminais da reversão – Há duas ou mais
bobina dos contatores. contatoras intertravadas eletricamente
2.2.6. Relé de sobrecarga - Dispositivo de e/ou mecanicamente.
proteção, cuja operação é produzida 2.2.11.3. Chave estrela/triangulo – A partida
pelo movimento relativo de elementos do motor ocorre aplicando a tensão
mecânicos, sob a ação de determinados da rede elétrica nas bobinas do motor
valores de corrente nos circuitos de ligadas em Y onde a placa do motor
entrada. sugere tensão maior do que a da rede
2.2.7. Capacidade de interrupção - Valor disponível. Após a quebra da inércia
eficaz de corrente que o contator ou as bobinas são ligadas em Δ que é a
disjuntor pode interromper, sob uma tensão menor na tensão nominal da
dada tensão e em condições rede. Nesta partida tipicamente tem-
especificadas de emprego, segundo as se um Relé auxiliar de tempo para
condições determinadas pelas normas. tornar o processo de comutação
2.2.8. Vida útil elétrica - É caracterizada automático, onde o tempo é ajustado
pela resistência do contato contra para que o sistema elétrico/mecânico
desgaste elétrico. É definida pelo sofra o menor impacto possível.
número de manobras sob carga que os 2.2.11.4. Chave série/paralela – Em motores
contatos podem efetuar sem que seja onde esta disponível 12 terminais das
necessária manutenção. Depende da bobinas pode-se liga-las em série, a
categoria de emprego, corrente e tensão fim de ao aplicar a tensão da rede
nominal de serviço. gere correntes de partida menores.
2.2.9. Categoria de emprego - Determinam Ao sistema chegar próximo ao
as condições para ligação e interrupção regime permanente as 6 bobinas são
da corrente nominal de serviço e da ligadas em paralelo onde a tensão
tensão nominal de serviço nominal da placa do motor é a
correspondente, para utilização normal mesma da rede.
do contator/disjuntor, nos mais 2.2.11.5. Chave compensadora – O motor
diversos tipos de aplicação, para CA e parte estando em série a um
CC. transformador (Autotrafo) ou indutor
que reduz a tensão da rede aplicada

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no motor pelo período da partida 3. PROTEÇÃO CONTRA


que após é retirado do sistema. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
2.2.11.6. Partida Suave (Soft-Start)
3.1 – INTRODUÇÃO:
2.2.12. Inversor de Frequência – Dispositivo Sendo um fenômeno da natureza já na
capaz de acionar motores a velocidades antiguidade se faziam referencias aos efeitos das
variáveis controlando a corrente de descargas atmosféricas.
partida e de regime. Somente no século XVIII começaram os
pesquisadores a associar o raio ao fenômenos,
clarão e ruídos, que se observavam ao
descarregar rapidamente corpos que
armazenavam eletricidade estática.
As experiências de Franklin e Romas,
também no século XVIII, mostraram que era
possível captar eletricidade nas tempestades e
provocar descargas para o solo de até 3 metros.
Experiência esta bastante perigosa, o
pesquisador russo G.W. Richman ao tentar
reproduzir a experiência de Franklin faleceu
atingido por um raio. (Atualmente utiliza - se
foguetes com fios metálicos pendurados).
Atualmente tem-se como certa que a
fricção entre as partículas de água que formam
as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes
de forte intensidade, dá origem a uma grande
quantidade de cargas elétricas. Verifica-se
experimentalmente que as cargas elétricas
positivas ocupam a parte superior da nuvem,
enquanto as cargas elétricas negativas se
posicionam na sua parte inferior, acarretando

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consequentemente uma intensa migração de


cargas positivas na superfície da terra para a
área correspondente à localização da nuvem,
conforme se pode observar na figura abaixo.
Desta forma, as nuvens têm uma característica
bipolar.

3.2 – ESTUDO FÍSICO:


Como se pode deduzir pela figura acima, Somente por volta de 1900 é que
a concentração de cargas elétricas positivas e começaram a ser obtidas as características das
negativas numa determinada região faz surgir descargas atmosféricas e só com a construção do
uma diferença de potencial entre a terra e a primeiro osciloscópio é que se pode fazer
nuvem. No entanto, o ar apresenta uma de- análises mais detalhadas.
terminada rigidez dielétrica, normalmente Dados principais:
elevada, que depende de certas condições  Os raios nunca são iguais.
ambientais. O aumento dessa diferença de  A maior corrente avaliada foi de 400 KA.
potencial poderá atingir um valor que supere a  Os tempos de frente são na maioria
rigidez dielétrica do ar interposto entre a inferiores a 10 s.
nuvem e a terra, fazendo com que as cargas  A duração total varia de centenas de s a
elétricas migrem na direção da terra, num ms.
trajeto tortuoso e normalmente cheio de 3.2.1 - Sequência de uma descarga
ramificações, cujo fenômeno é conhecido atmosférica: (resumida)
como descarga piloto.
A ionização do caminho seguido pela Uma nuvem, carregada eletricamente com
descarga piloto propicia condições favoráveis cargas crescentes, induz sobre a terra cargas
de condutibilidade do ar ambiente. Assim, em iguais de sinal oposto.
função da aproximação do solo de uma das O elevado gradiente na parte inferior da
ramificações da descarga piloto, surge uma nuvem causa a desrupção das primeiras camadas
descarga ascendente, constituída de cargas de ar nas suas proximidades formando-se uma
elétricas positivas, denominada de descarga de descarga de algumas centenas de metros, o
retorno ou principal. Esta descarga é de grande chamado líder.
intensidade, responsável pelo fenômeno Na ponta desse líder tem-se novamente um
conhecido como trovão, que é o deslocamento gradiente elevada e nova descarga de outras
da massa de ar circundante ao caminhamento centenas de metros; dependendo das condições a
do raio, em função da elevação de temperatura descarga pode se extinguir ou continuar em
e consequentemente do aumento de volume. novos degraus até chegar a poucas centenas de
metros da terra quando então o campo na
superfície desta se torna muito intenso
provocando a formação de um líder ascendente
de polaridade contrária, este vai subindo até que
encontra o descendente formando-se então um
caminho ionizado entre a nuvem e a terra através
do qual se forma uma descarga de grande

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intensidade(que constitui o raio) com um provocarem danos materiais nas construções


aquecimento tão grande que provoca a atingidas por elas, sem contar os riscos de vida a
expansão do ar com um estrondo(trovão). que as pessoas e animais ficam submetidos.
Ainda, induzem surtos de tensão que chegam a
3.3 – POTENCIAL E ENERGIA: milhares de Volts nas redes aéreas de
transmissão e distribuição das concessionárias
Os valores de potencial em geral de energia elétrica, obrigando a utilização de
avaliados são: cabos-guarda ao longo das linhas de tensão mais
U = 102 MV para uma descarga de 5 km. elevadas e pára-raios a resistor não linear para a
U = 90 MV para uma descarga de 3 km. proteção de equipamentos instalados nesses
Considera-se que o potencial varia em sistemas.
geral entre 20 MV e 100 MV. Quando as descargas
A energia pode ser calculada elétricas entram em contato
considerando como U médio 50 MV e uma direto com quaisquer tipos
carga média de 8 C encontramos o valor de 55 de construção, tais como
KWh equivalente a 48 Kcal para uma descarga edificações, tanques metá-
média negativa, as descargas positivas são licos de armazenamento de
cerca de 10 vezes maior, mas são raras. líquidos, partes estruturais
ou não de subestações, são
3.4 – INCIDÊNCIA DE TROVOADAS: registrados grandes danos
materiais que poderiam ser evitados caso essas
Existem fórmulas empíricas que construções estivessem protegidas
permitem calcular a incidência de raios por adequadamente por pára-raios
Km2 /ano, mas em geral admite-se valores que Os para-raios são equipamentos
variam entre 0,5 a 12 raios/Km2 /ano. responsáveis por funções de grande importância
nos sistemas elétricos de potência, contribuindo
3.5 – TIPOS DE RAIOS: decisivamente para a sua confiabilidade,
Uma classificação que serve apenas economia e continuidade de operação. Existem
como referência pode classificar os raios em diversos tipos de para-raios e, apesar de sua
explosivos e incendiários. Os primeiros são importante missão, os pára-raios são
raios de curta duração e de elevado valor de equipamentos de reduzido custo e de pequenas
corrente enquanto os últimos são de longa dimensões, quando comparados aos
duração e tem uma corrente de menor equipamentos que protegem.
intensidade. Na figura abaixo se tem um para-raio do
tipo resistor não linear, utilizado em redes de
3.6 –PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS distribuição de energia. Este dispositivo interliga
ATMOSFÉRICAS: o condutor de energia à terra comportando-se
Uma estrutura é considerada protegida como um circito aberto em condições normais,
contra descargas atmosféricas quando a porém comportando-se como um curto-circuito
instalação de proteção foi projetada e em caso de sobretensão, desviando assim a
construída de tal maneira que os componentes descarga atmosférica para a terra.
da estrutura, pessoas, os equipamentos e
instalações, que estejam permanente ou
temporariamente em seu interior, estejam
protegidos contra os raios e seus efeitos pelo
maior tempo possível. (conforme NBR 5419 ).

3.6.1. Para-Raios
As descargas atmosféricas causam sérias
perturbações nas redes aéreas de transmissão e
distribuição de energia elétrica, além de

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3.6.2 – Para-Raios Franklin: 3.6.3 – Gaiola De Faraday:

Os para-raios do tipo haste Franklin se É baseada na descoberta de Faraday de que


baseiam fundamentalmente no poder das os corpos encerrados em uma caixa ou gaiola
pontas, conforme a figura abaixo. metálica ficam protegidos contra as descargas
externas.
Uma Gaiola de Faraday é uma blindagem
elétrica, ou seja, uma superfície condutora que
envolve uma dada região do espaço e que pode,
em certas situações, impedir a entrada de
perturbações produzidas por campos elétricos e
ou eletromagnéticos externos. Este nome foi
dado em homenagem ao pesquisador Michael
Faraday, que descobriu estes efeitos.
Nas próximas figuras, vê-se o momento em
que um avião é atingido por um raio. É comum
aviões serem atingidos pelos raios, mas como
estão imersos no ambiente ionizado, o raio passa
pela carcaça metálica, que forma uma "gaiola de
Faraday", e continua a descida em direção ao
solo, sem afetar os instrumentos de bordo.

São baseados na teoria elaborada por


Franklin, segundo a qual uma haste metálica
com ligação contínua ao solo tem propriedades
de atrair para si que de outra forma cairiam em
suas proximidades. Podemos proporcionar
proteção a um dado objeto colocando sobre o
mesmo ou em suas proximidades uma haste
ligada à terra.
Obs. Utiliza-se normalmente um cone de
proteção de 45o.
Pode-se utilizar a fórmula:

r = 1,6.M (H-h / H + h)

Salienta-se ainda que o uso de para-raios


radiativo é apenas uma crendice e ficção
científica sendo seu uso é proibido na maioria
dos países.
Alguns conselhos que podem ser úteis:
- Não sair de casa e procurar abrigo
durante tempestades.
- Não segurar peças metálicas.
- Ligar à terra alguma antena, se houver.

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4. ATERRAMENTO 4.2. Medindo o aterramento

O instrumento clássico para medir se a


resistência do terra é o terrômetro. Esse
instrumento possui 2 hastes de referência, que
servem como divisores resistivos conforme a
figura:

4.1. Implicações de um Mau Aterramento

Ao contrário do que muitos pensam, os


problemas que um aterramento deficiente pode
causar não se limitam apenas aos aspectos de
segurança.
É bem verdade que os principais efeitos
de uma máquina mal aterrada são choques
elétricos ao operador, e resposta lenta (ou
ausente) dos sistemas de proteção (fusíveis,
disjuntores , etc...).
Mas outros problemas operacionais Na verdade, o terrômetro “injeta” uma
podem ter origem no aterramento deficiente. corrente pela terra que é transformada em
Abaixo segue uma pequena lista do que “quedas” de tensão pelos resistores formados
já se observou em campo: pelas hastes de referência, e pela própria haste
- Quebra de comunicação entre máquina e PC de terra.
(CPL, CNC, etc...) em modo on-line. Através do valor dessa queda de tensão,
Principalmente se o protocolo de comunicação o mostrador é calibrado para indicar o valor
for RS 232. ôhmico da resistência do terra.
- Excesso de EMI gerado ( interferências A norma NBR 5419 especifica intervalos
eletromagnéticas ) . de 3 anos no caso geral e de 1 ano nas
- Aquecimento anormal das etapas de potência instalações mais críticas, entre cada medição, o
(inversores, conversores, etc...), e motorização. que não impede que se façam medições em
- Em caso de computadores pessoais, espaços de tempo menores para um melhor
funcionamento irregular com constantes controle.
“travamentos”.
- Falhas intermitentes, que não seguem um
padrão.
- Queima de Circuitos Integrados (CIs) ou
placas eletrônicas sem razão aparente, mesmo
sendo elas novas e confiáveis.
- Para equipamentos com monitores de vídeo,
interferências na imagem e ondulações podem
ocorrer.

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Exercícios
6. A NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa
1. O que é arco voltaico? Quais suas Tensão - é a norma aplicada a todas as
consequências? instalações elétricas cuja tensão nominal é
2. Quais as principais falhas que podem A) exclusivamente contínua.
ocorrer em instalações elétricas? B) exclusivamente alternada com frequências
superiores a 800 Hz.
3. Do que trata a norma NR 5410? C) superior a 1.000 V em CA e inferior a 36.200 V
em CA.
4. A NBR 5410 determina que o dispositivo D) igual ou inferior a 1.000 V em CA ou a 1.500 V
destinado a proteger os condutores vivos em CC.
de um circuito contra correntes de
sobrecarga deve estar adequadamente 7. Porque deve-se ter o fio de aterramento em
coordenado com os condutores. Essa equipamentos?
condição, considerando que IN é a corrente
nominal do dispositivo de proteção, IB a 8. Defina Fuga de Corrente e cite exemplos.
corrente de projeto do circuito e IZ a
capacidade de condução de corrente dos 9. Quais são os principais funções que podem
condutores, é expressa, em parte, através ser desempenhadas pelo QD?
de:
A) IB > IN. 10. Onde é aconselhável a instalação do QD?
B) IB ≤ IN ≤ IZ.
C) IN > IZ. 11. Quais cores de condutores de força não
D) I2 > 1,45 IZ. podem ser utilizados na instalação elétrica de
Baixa Tensão?
5. O aterramento de proteção de uma
instalação de baixa tensão está 12. Qual deve ser a cor do fio de proteção e qual
representado na imagem abaixo. é sua bitola mínima?

13. Em uma fonte trifásica em Y qual é o


coeficiente (razão) entre o módulo da tensão
fase-fase e o módulo da tensão fase-neutro?
O conjunto de tensões fase-fase possui que
angulo (graus) em relação ao conjunto de
tensões fase-neutro? Como deve-se proceder
para inverter o sentido de giro de um motor
trifásico?

Os componentes A, B, C e D são, 14. Principais são as 3 principais falhas que


respectivamente, podem ser encontradas em instalações
A) terminal de aterramento principal, condutor elétricas?
de proteção, condutor de proteção principal e
terminal de aterramento. 15. Somente em qual local o fio de proteção
B) terminal de aterramento, condutor de (terra) une-se ao fio neutro em uma típica
proteção, condutor de proteção principal e instalação elétrica residencial? Descreva o
terminal de aterramento principal. método de funcionamento do DR e onde se
C) terminal de aterramento, condutor de aplica?
proteção principal, condutor de proteção e
terminal de aterramento principal. 16. Qual é a função do disjuntor?
D) terminal de aterramento principal, condutor
de proteção principal, condutor de proteção e 17. Qual é a importância do dispositivo DR em
terminal de aterramento. uma instalação elétrica?

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A) IT.
18. Considere as afirmativas relacionadas ao B) TT.
dispositivo à corrente DR: C) TN-C.
I → Em nenhum caso, o condutor neutro deverá D) TN-CS
ser interligado à terra à jusante de um dispositivo
DR. 23. O que é uma descarga atmosférica?
II → Quando existir um dispositivo DR instalado
na proteção geral não poderá haver nenhum 24. O que deve estar protegido por Para-Raios?
dispositivo DR instalado nas proteções individuais
de circuitos terminais.
III → O DR não dispensa o aterramento das 25. Qual é o princípio de funcionamento de um
massas dos equipamentos. Para-Raios de Franklin?
IV → Dispositivos DR de baixa sensibilidade
oferecem apenas proteção contra contatos 26. Qual é o princípio de funcionamento de um
indiretos. Para-Raios pelo método da gaiola de
V → Em nenhum caso, o condutor neutro deverá Faraday?
ser interligado a terra a jusante de um dispositivo
DR. 27. Na NBR 5419 – Proteção de Estruturas
Marque a opção em que todas as contra Descargas Atmosféricas, o nível de
afirmativas estão corretas. proteção é um termo de classificação de um
A) I, II e III. SPDA que denota sua eficiência. De acordo
B) I, III e IV. com essa norma:
C) I, II e IV. A) o nível I apresenta uma eficiência maior do
D) II, III e IV. que o nível IV.
B) o espaçamento médio dos condutores de
19. Qual a função do DR e qual o seu princípio descida é maior no nível II do que no nível III.
de funcionamento? C) o valor da distância R (raio da esfera rolante) é
menor no nível III do que no nível II.
20. Onde deve ser utilizado um dispositivo D) a seção mínima dos condutores de ligação
disjuntor motor? equipotencial, para conduzir parte substancial da
corrente de descarga atmosférica, é menor para o
21. Aponte as principais diferenças entre um alumínio do que para o cobre.
disjuntor e um disjuntor motor.
28. Qual é a norma que define os períodos de
22. A figura abaixo mostra um esquema de verificação do aterramento e demais
aterramento utilizado em instalações especificações?
elétricas de baixa tensão, conforme a NBR
5410. 29. Qual é o nome do equipamento que avalia a
resistência do aterramento?

30. Quais são as principais vantagens e


desvantagens de um autotransformador?

31. Qual é o método de partida de motores de


menor custo financeiro?

32. Para um motor de 10 kW qual é o método de


Na imagem acima, T é o secundário do partida mínimo aconselhável?
transformador, L1, L2 e L3 são as fases e PEN
é o condutor de proteção e neutro. 33. Um consumidor tem uma potência instalada
De acordo com essas informações, o esquema de 34.620 W 3φ. Aplicando-se um fator de
de aterramento da imagem é denominado?

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demanda de 0,85, podemos afirmar que sua 38. O motor trifásico de 15 KW deve ser
demanda máxima é igual a? instalado a 80 metros da medição direta da
A) 40.729 W. concessionária em rede 380/220 V em
B) 55.302 W. eletroduto em espaço de construção com
C) 62.146 W. Cabo Unipolar com isolação em EPR em
D) 29.427 W. ambiente a 55ºC. Qual deve ser a capacidade
do disjuntor e a bitola do cabo?
34. O que significa intertravamento?
39. O que é choque elétrico? Como difere com a
35. Desenhe um esquema de ligação em umidade do corpo?
diagrama trifilar de um motor a partir de
uma subestação com as devidas proteções
e descreva o que deve ser realizado para 40. a) Qual é a potência do transformador
inversão do sentido de giro do eixo. necessária para se ligar um motor trifásico de
10 CV com potência reativa de 5 kVAr?
36. Determine a corrente de ajuste do disjuntor
Calcule a corrente que circula pelo circuito
motor para um motor trifásico de 100 CV
ligado em Delta 440V. Determine a bitola para tensão de linha igual a 440 Volts.
do cabo multipolar de 50 metros instalado b) Calcule a capacitância de cada capacitor
em Eletroduto enterrado no solo com ligado em triângulo do banco de capacitores
2K.m/W. necessário a correção pela norma e calcule a
nova potência do transformador e nova
37. O motor trifásico de 20 KW com FP=0,9 corrente para o sistema operando em 60 Hz.
deve possuir correção de sua potência c) Obtenha a bitola dos cabos unipolares
reativa para não pagar multa. Se ele for EPR e o diâmetro da tubulação em cada
instalado a 40 metros da subestação em trecho do Diagrama Unifilar para instalação
eletroduto aparente de PVC em rede em Eletroduto embutido em alvenaria em
220/110 V com Cabo Unipolar em ambiente a 45 ºC.
ambiente a 50ºC, qual deve ser o banco de d) Qual é a bitola do fio neutro e de proteção
capacitores a instalar, a capacidade do para aterramento TT? Desenhe o Diagrama
disjuntor e a bitola do cabo? Unifilar do sistema com as proteções.

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41. Complete o Projeto Elétrico na planta calculada sua queda de tensão.


baixa conforme as especificações da
Norma 5410 para tensão de 220V em
eletroduto embutido em alvenaria. O
circuito 6 possui 50 metros e deve ser

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Respostas

4) B
5) B
6) D
18) B
22) C
27) A
33) D

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