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0. Introdução
Problema Modelo
modelagem resolução Solução
físico Matemático
Métodos Numéricos
Problema
Físico
Cálculo Erros de
Arredondamento
Solução
Erros inerentes aos dados: Um modelo matemático não contém apenas equações e
relações, também contém dados e parâmetros que, frequentemente, são medidos
experimentalmente, e portanto, aproximados. As aproximações nos dados podem ter
grande repercussão no resultado final.
Definições de erro
O conhecimento de uma aproximação para a solução de um problema só tem
interesse se é acompanhada de informação sobre o seu erro.
erro
erro absoluto
O erro absoluto do valor aproximado x , define-se como o valor absoluto
de ∆x, i.é,
ε x = | ∆x | = x-x
erro relativo
Se x ≠ 0, o erro relativo do valor aproximado x , define-se como
∆x x-x
rx = =
x x
O erro relativo, como expressa o erro como fracção de |x|, está relacionado
com o erro percentual. Ao produto rx×100 expresso em percentagem dá-se
o nome de percentagem de erro ou erro percentual.
Algarismos significativos
Outra maneira de conhecer a precisão de um valor aproximado é ter
informação sobre o número de algarismos significativos dessa aproximação, i. é,
número de algarismos da esquerda para a direita e a partir do primeiro dígito
diferente de zero.
2. Erros de Arredondamento
Quase todo o cálculo numérico é realizado num computador ou numa calculadora.
Como as máquinas têm capacidade finita para guardar informação, apenas conseguem
representar exactamente um número finito de números reais, cada um com um número
fixo de dígitos (algarismos).
Iremos responder, de modo sucinto, a estas duas questões. Começaremos por explicar
que a representação de números reais numa máquina é feita por arredondamento, e
verificaremos, em seguida, que a consequência é a ocorrência dos chamados erros de
arredondamento.
Arredondamento
Para a maioria dos números reais a representação é feita por arredondamento (à
excepção de números demasiado grandes ou demasiado pequenos, em valor absoluto,
para poderem ser representados na máquina).
Definem-se vários tipos de arredondamento. Aqui faremos apenas referência ao mais
conhecido, e iremos apresentá-lo através de um exemplo.
A distância entre um número real e uma sua aproximação obtida por arredondamento
é chamada erro de arredondamento.
Exemplo:
O resultado da divisão de 3.1416 por 9, números que têm no máximo 5 dígitos, é
3. Erros de Truncatura
Há problemas que não podem ser resolvidos exactamente realizando apenas um
número finito de operações aritméticas, mas cujas soluções podem ser aproximadas
com uma sequência finita de operações aritméticas. São assim gerados os erros de
truncatura. Apresentamos dois exemplos.
n
Quando aproximamos S por Sn = ∑a
j =0
j , o erro Rn = S - Sn é um erro de truncatura.
É originado pela substituição do cálculo exacto da soma de uma série, pelo cálculo da
soma de n+1 termos dessa série.
Aproximação de funções
A aproximação de funções é um tema central da análise numérica. A razão disso é a
ocorrência de um grande número de problemas matemáticos, envolvendo funções, cuja
solução não é possível (ou é muito difícil) determinar por métodos analíticos. São
exemplos de tais problemas o cálculo do valor de um integral definido quando se
desconhece uma primitiva da função integranda, a determinação de zeros de uma função
quando não existe uma fórmula explícita para o fazer, o desenho do gráfico de uma
Por várias razões, as funções aproximantes mais usadas são os polinómios. Por um lado
podem calcular-se valores de um polinómio realizando apenas um número finito de
operações aritméticas. Por outro os polinómios são funções fáceis de derivar e integrar.
Além disso, o teorema de Weierstrass estabelece que toda a função contínua num
intervalo fechado pode ser aproximada nesse intervalo, tão bem quanto se queira, por
um polinómio.
Como medir a distância entre uma função e uma aproximação polinomial para essa
função? Por outras palavras, como se define o erro de um polinómio aproximante de
uma dada função?
Há mais do que um critério para definir o erro de uma aproximação para uma função.
Aqui apresentaremos apenas um.
Polinómio de Maclaurin
É o polinómio que se obtém do polinómio de Taylor (1) fazendo x0=0.
2 n
x x (n )
p n ( x ) = f ( 0) + x ⋅ f ' ( 0) + f ' ' (0) + ... + f ( 0) (2)
2! n!
0.8
0.6
0.4
0.2
0
y
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8
x
x4 x4
R3 (x) = (sinx) x( 4=)η∈]0, x[ = (sinx) x=η∈]0,x[
4! 4!
4
⎛π⎞
⎜ ⎟
x4 4 ⎛π⎞
max sin (x) - p3(x) = max R3(x) = max (sin x) < ⎝ ⎠ ⋅ sin⎜ ⎟ ≈ 0.01 .
⎡ π π⎤
x∈⎢ − , ⎥
⎡ π π⎤
x∈⎢ − , ⎥
⎡ π π⎤
x∈⎢ − , ⎥ 4! 4! ⎝4⎠
⎣ 4 4⎦ ⎣ 4 4⎦ ⎣ 4 4⎦
x2 x3
p3 (x) = g(0) + x ⋅ g' (0) + g' ' (0) + g' ' ' (0)
2! 3!
obtém-se o polinómio
x2 x3 x2 x3
p3 (x) = 1+ x ⋅1+ ⋅1+ ⋅1= 1+ x + +
2! 3! 2 6
Substituindo em (1) para n=2 e com x0=0,
x2
p 2 ( x ) = g (0) + x ⋅ g ' (0) + g ' ' (0)
2!
obtém-se o polinómio
x2 x2
p 2 ( x) = 1 + x ⋅ 1 + ⋅1 = 1 + x +
2! 2
2.5
1.5
1
y
0.5
-0.5
-1
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x
x4 x (1) 1
4
x 4 x (4)
max e - p3(x) = max (e ) = max
x e < ⋅ e ≈ 0.125.
x∈[−1,1] x∈[−1,1] 4! x∈[−1,1] 4! 4!
x3 x (1) 1
3
x3
max e x - p2(x) = max (e x )(3) = max e < ⋅ e ≈ 0.5 .
x∈[−1,1] x∈[−1,1] 3! x∈[−1,1] 3! 3!
⎛π⎞ ⎛π ⎞
Exemplo3: Obter uma aproximação para sin⎜ ⎟ calculando p3 ⎜ ⎟ .
⎝6⎠ ⎝6⎠
3
⎛π ⎞
⎜ ⎟
⎛π ⎞ ⎛π ⎞ ⎝ 6 ⎠
p3 ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ − = 0.4996741
⎝6⎠ ⎝6⎠ 6
cos(ξ ) 5 1 π /4
E5 = x ≤ x5 ≤ ≤ 0.01. .
5! 5! 5!
Para finalizar este ponto, é de referir que nos capítulos seguintes descreveremos alguns
métodos numéricos que originam erros de truncatura.
Erros iniciais
Há problemas cuja solução é muito sensível a variações nos dados, isto é, para certos
problemas erros nos dados quase desprezáveis, podem originar variações muito grandes
na solução. Este fenómeno é independente do método usado para resolver problemas.
Como se propagam os erros nos dados?
Propagação de erros
Supunhamos que se pretende calcular o valor de z = f ( x, y ) usando os valores
na solução do problema.
Se existem e são contínuas f x' e f y' tem-se, pelo teorema de Taylor para funções de
duas variáveis,
] { }
onde η1 ∈ min x,x , max x,x { }[ ] { }
e η 2 ∈ min y,y , max y,y { }[ .
ε x = x − x = ∆x , εy = y − y = ∆y e ε z = z − z = ∆z
na solução do problema.
Se x está próximo de x, y está próximo de y e z está próximo de z então pode
escrever-se
Resolução:
Considerando π e d como variáveis, calculemos as derivadas parciais:
∂V 1 3 ∂V 1 3
= d e = πd
∂π 6 ∂d 2
_ _
e como d = 3 .7 , ∆ d = 0 . 05 e π = 3.14 , ∆ π = 0.00159...
∆V ≤
∂V
∂π
( )
d , π ∆π +
∂V
∂d
( )
1
6
3 1 2
d , π ∆ d = (3.7) × 0.00159 + × 3.14 × (3.7) × 0.05 = 1.088
2
e portanto
⎛ 1 3⎞
V =V + ∆V = ⎜ π d ⎟ ± 1.088 = ( 26.508 ± 1.088 )cm3 .
⎝6 ⎠
Estes apontamentos foram feitos com base no 1º capítulo do livro “Análise Numérica”
da Profª. Drª. Mª Raquel Valença, Universidade Aberta, bem como noutros livros
referidos na bibliografia do programa da disciplina.