Você está na página 1de 7

Índice

Introdução ............................................................................................................................................... 2
Gaudium et Spes (nn. 12-22) .................................................................................................................. 2
Conclusão................................................................................................................................................ 7
Referência Bibliográfica ......................................................................................................................... 7

1
Introdução

O presente trabalho trata-se sobre as angústias dos homens modernos, e que por este motivo o
Concílio foi escrito levando em conta as condições actuais de nossos tempos. A igreja tem
como uma parte a missão de garantir a dignidade da pessoa humana. Este documento trabalha
a questão pastoral dos filhos da Igreja, povo amado e escolhido por Deus para ser seu povo
eterno.

Gaudium et Spes (nn. 12-22)

Iniciando pelo ponto de vista que o homem é imagem de Deus, mas tendo-o se corrompido
por causa do pecado, este homem deve voltar-se para seu Criador. Para isso, Ele nos
constituiu com a liberdade de filhos, para querermos ou não voltarmos a seus braços abertos.
Contudo, a não volta a Deus nos levará a morte, não porque Ele é mal, mas, porque, se nós
desejarmos não voltar é por opção nossa, e, estarmos sem Deus e viver para morte eterna,
sendo que Ele é a vida em sua plenitude.

Um problema social, actual em nossos dias é uma pregação contra este retorno dos filhos de
Deus, gerando assim um significativo número de ateus e agnósticos que muitas vezes nem
sabem o que isso quer dizer ou o que significa. (12-18)

Diante do ateísmo a Igreja pede para os fieis que haja diálogo, e uma busca de pontos em
comum, isto é, sem diminuir o homem em sua liberdade, mas com o que liga e a aceitação no
que se encontra nos evangelhos, a verdadeira fraternidade e a busca do bem de todos os
homens. (19-20)

Temos que levar em consideração, que Cristo é o novo Homem, que sendo Deus verdadeiro
assumiu em si a condição de escravo, ou seja de um homem como qualquer outro. Mas, ao
assumir nossa condição mostrou-nos que é possível vencer o mundo e assim a morte. Pois,
com sua morte Ele mata a morte de todos os mortais, e com sua vida Ele ensina o caminho
para vivermos a sua vida a caminho do Pai. (21-22)

2
Os elementos que se destacam da eclesiologia da Gaudium et Spes estão relacionados com a
Lumen Gentium. Apontamos aqui já três elementos na Gaudium et Spes:

O primeiro elemento é a concepção de Igreja de si mesma; o segundo elemento - a relação


entre a história da salvação e a história humana; o terceiro elemento - a missão da Igreja no
mundo de hoje.

Tendo já comentado o primeiro elemento, aprofundemos hoje aqui o segundo elemento: a


relação da história da salvação com a história dos homens. No decorrer de todos os debates
sobre a Gaudium et Spes, estava presente um problema de ordem dogmática: a natureza da
relação entre a Igreja e os valores da criação. Não bastava afirmar o desejo de dialogar com
todas as pessoas, escutando seus problemas e angústias e fazendo ouvir o pensamento da
Igreja. Era necessário que tudo isso se fizesse à luz da vocação do Povo de Deus.

Isso porque a Igreja o faz com a consciência de ser sinal do trabalho misterioso da graça de
Deus e de instrumento de salvação. Com essa consciência, a Igreja entra em comunhão activa
com o mundo.

Foi assim possível elaborar uma reflexão sobre a relação entre a história da salvação e a
história humana, abandonando definitivamente a tentação da competição com a sociedade
civil e respeitando a autonomia da sociedade terrena, enquanto a Igreja realiza sua
contribuição de acordo com a sua finalidade religiosa e, por isso, ela não é de ordem política,
económica ou social.

Dentro dessa relação com a história é que se pode perceber a relação entre eclesiologia e
Doutrina Social Cristã. O Concílio supera uma eclesiologia da sociedade perfeita (societas
perfeitos), e deve pronunciar-se sobre a questão social, dando um salto à frente, por causa dos
novos questionamentos impostos pela complexidade da problemática social, cada vez mais
crucial.

3
Hoje, passados 50 anos de Concílio, a nova realidade social é muito mais exigente e
emergente, pois os problemas só se aguçaram. A Gaudium et Spes representa muito mais do
que a boa vontade e interesse pelo futuro.

Ela é a reformulação de uma teologia cristã que sabe atingir o âmago da problemática
histórica, aproveitando todas as riquezas da Revelação.

Deus se revela na história, não fora dela. A teologia da pessoa humana e da Igreja que o
Vaticano II formulou, oferece a possibilidade de aprofundar suas relações com o mistério da
salvação iluminado por Cristo.

Ela representa, dessa forma, a avaliação dos problemas sociais na passagem de uma
eclesiologia jurídica para uma eclesiologia de comunhão e do desígnio de salvação sobre o
mundo.

Assim, esse modo renovado do pensar cristão pode contribuir para o progresso espiritual da
humanidade. Deus quer salvar o homem, fala ao homem mergulhado na história. Por isso, o
mundo não é necessariamente diabólico, mas lugar da Salvação de Deus.

Este homem concreto, situado no mundo, Deus vem salvar, vai ao seu encontro, vai em
busca para dirigir uma Palavra de Salvação. A Gaudium et Spes não negligencia as realidades
humanas, mas a valoriza, como lugar do encontro de Deus com o homem na situação
concreta em que se encontra, em suas lutas, angústias e esperanças.

Nas profundezas da consciência, o homem sempre a existência de uma lei que não pode ele
dar a si mesmo, mas que ele é obrigado a obedecer e cuja voz, quando incessantemente faz o
bem e evita o mal, é evidente que ele fale ao coração, se necessário: “Hazesto, evita isso”.

4
Porque o homem tem uma lei inscrita por Deus em seu coração, constitui a própria dignidade
do homem, e ele vai ser julgado. Consciência secreta é o núcleo e o santuário do homem,
onde ele está sozinho com Deus, cuja voz ressoa no seu máximo.

E através da consciência que é divulgada de forma admirável essa lei, cujo cumprimento é o
amor de Deus e do próximo. Por fidelidade à consciência, sentimos unidos a outros homens
para procurar a verdade e resolver, na verdade, muitos problemas morais que surgem tanto na
vida individual e social.

Então quanto maior é a predominância de consciência, maior é a segurança das pessoas que
têm grupos sociais longe da vontade cega e sujeito a padrões objetivos de moralidade. Pode
às vezes acontecer, a consciência errar por ignorância invencível, sem perdendo assim sua
dignidade.

Mas isto não se aplica quando o homem não tem conhecimento da busca da verdade e da
bondade, então a consciência fica gradualmente sendo obscurecida pelo hábito de pecar.

Diante dos olhos o mundo dos homens, ou seja a inteira família humana, com todas as
realidades no meio das quais vive esse mundo que é teatro da história da humanidade,
marcado pelo seu engenho, pelas suas derrotas e vitórias.

Mundo que os cristãos acreditam ser criado e conservado pelo amor do Criador, sem dúvida,
sob a escravidão do pecado, mas libertado pela cruz e ressurreição de Cristo, vencedor do
poder do maligno, finalmente destinado segundo o desígnio de Deus, a ser transformado e
alcançar a própria realização.

Nos nossos dias, a humanidade, cheia de admiração entre as próprias descobertas e poder,
debate, porém, muitas vezes com angústia, as questões relativas à evolução actual do mundo,
ao lugar e missão do homem no universo, ao significado do seu esforço individual e
colectivo, enfim, ao último destino das criaturas e do homem.

5
Por isso o Concílio, testemunhando e expondo a fé do Povo de Deus por Cristo congregado,
não pode manifestar mais eloquentemente a sua solidariedade, respeito e amor para com a
inteira família humana na qual está inserido, do que estabelecendo com ela diálogo sobre
esses vários problemas, contribuindo a luz do Evangelho e pondo à disposição do género
humano as energias salvadoras que a Igreja, conduzida pelo Espírito Santo recebe do seu
Fundador.

Trata-se, com efeito, de salvar a pessoa do homem e de restaurar a sociedade humana. Por
isso, o homem será o fulcro de toda a nossa exposição o homem na sua unidade e integridade:
corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade.

Eis a razão por que este sagrado Concílio, proclamando a sublime vocação do homem e
afirmando que nele está depositado um germe divino, oferece ao género humano a sincera
cooperação da Igreja, a fim de instaurar a fraternidade universal que a esta vocação
corresponde. Nenhuma ambição terrena move a Igreja, mas ùnicamente este objectivo de
continuar, sob a direcção do Espírito Consolador, a obra de Cristo que veio ao mundo para
dar testemunho da verdade, para salvar e não para julgar, para servir e não para ser servido.

Para levar a cabo esta missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos
tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo
adaptado em cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida
presente e da futura, e da relação entre ambas.

É, por isso, necessário conhecer e compreender o mundo em que vivemos, as suas


esperanças e aspirações, e o seu carácter tantas vezes dramático. Algumas das principais
características do mundo actual podem delinear-se do seguinte modo.

A humanidade vive hoje uma fase nova da sua história, na qual profundas e rápidas
transformações se estendem progressivamente a toda a terra. Provocadas pela inteligência e
actividade criadora do homem, elas reincidem sobre o mesmo homem, sobre os seus juízos e
desejos individuais e colectivos, sobre os seus modos de pensar e agir, tanto em relação às
coisas como às pessoas.

6
Conclusão

No presente trabalho concluímos que tudo o que, é proposto por este sagrado Concílio,
pretende ajudar todos os homens do nosso tempo, quer acreditem em Deus, quer não o
conheçam explicitamente, a que, conhecendo mais claramente a sua vocação integral, tornem
o mundo mais conforme à sublime dignidade do homem, aspirem a uma fraternidade
universal mais profundamente fundada e impelidos pelo amor, correspondam com um esforço
generoso e comum às urgentes exigências da nossa era.

Referência Bibliográfica

A J. M. R. TILLARD, A teologia subjacente à Constituição: a Igreja e os valores terrestres.


In G. BARÚNA, A Igreja no mundo de hoje, p. 215s.

Cf. A. ALBERIGO, op. cit., p. 195 e 196, dignidade da pessoa e o bem comum no concilio de
Vaticano II

Você também pode gostar