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Como Determinar a Relação de Transmissão de Engrenagens

Na engenharia mecânica, a relação de engrenagens é a medida da relação entre as


velocidades rotacionais de duas ou mais engrenagens interligadas. Em geral, no caso de
duas engrenagens, se a primeira (a que está recebendo a força rotacional diretamente do
motor) é maior do que a segunda, esta irá girar mais rápido e vice versa. Podemos
expressar esse conceito básico usando a fórmula Relação de engrenagens = T2/T1, onde
T1 é o número de dentes da primeira engrenagem e T2 o número de dentes da segunda.

Método1
1. Encontrando a relação de um trem de engrenagens
Calculando a relação de duas engrenagens

1 Comece com um trem de duas engrenagens. Para determinar a relação, você deverá
ter ao menos duas engrenagens interligadas, formando um "trem de engrenagens".
Geralmente, a primeira é a engrenagem que recebe a força do motor e transfere para a
segunda, que está conectada ao eixo. Também pode haver um número qualquer de
engrenagem entre essas duas que ficam nas extremidades, elas são as "engrenagens
intermediárias".

• Por hora, vamos analisar um trem com apenas duas engrenagens. Para encontrar uma
relação, essas engrenagens devem estar interligadas e uma delas deve estar girando a
outra. Como exemplo, digamos que nós tenhamos uma engrenagem pequena ligada ao
motor (engrenagem 1) girando a segunda (engrenagem 2), que está ligada ao eixo.
2 Conte o número de dentes da primeira. Uma forma simples de definir a relação
entre engrenagens interligadas é comparar o número de dentes que as duas têm. Comece
determinando quantos dentes existem na primeira engrenagem. Você pode fazer isso
contando manualmente ou vendo se essa informação está presente em alguma marcação
na própria peça, se ela estiver disponível.

• Neste exemplo, digamos que a engrenagem menor tem 20 dentes.


3 Conte o número de dentes da segunda engrenagem. Agora, determine o número

de dentes da outra engrenagem da mesma forma que você fez com a primeira.

• Digamos que, no nosso exemplo, ela tenha 30 dentes.

4 Divida o número de dentes de uma pelo da outra. Agora que nós sabemos quantos
dentes existem em cada engrenagem, podemos encontrar a relação de maneira bem fácil,
dividindo o número de dentes da segunda pelo da primeira. Dependendo da sua
necessidade, você poderá escrever a resposta como um decimal, uma fração, ou em forma
de relação (x : y, por exemplo).

• No nosso exemplo, ao dividir o 30 (número de dentes da segunda) por 20 (número de


dentes da primeira), temos 30/201.5. Também podemos escrever esse resultado
como 3/2 ou 1.5 : 1, etc.
• O que essa relação quer dizer é que a segunda engrenagem deve girar uma vez e meia
para que a engrenagem maior complete uma volta. Isso faz sentido, pois a primeira
engrenagem é maior, então ela irá girar de maneira mais lenta.
Calculando a relação de mais de duas engrenagens

1 Comece com um trem com mais de duas engrenagens. Como o nome


sugere, "trem de engrenagens" também pode ser formado por uma sequência de
engrenagens, e não apenas duas. Nesses casos, a primeira continua sendo a que
se liga com o motor e a última a que se conecta ao eixo, mas teremos também as
engrenagens intermediárias entre as duas. Elas são usadas para mudar a direção
de rotação ou para interligar engrenagens que não poderiam se ligar diretamente.
• Digamos, como exemplo, que o trem de duas engrenagens descrito anteriormente
tem agora uma outra engrenagem ligada ao motor, com 7 dentes. Temos, então,
uma engrenagem de 7 dentes ligada ao motor, uma de 30 dentes ligada ao eixo e
uma intermediária (que antes era a primeira) de 20 dentes.
2 Divida o número de dentes da primeira e da última engrenagens. O
importante a ser lembrado no casos de trens com mais de duas engrenagens é
que apenas as que estiverem diretamente ligadas ao motor e ao eixo (geralmente a
primeira e a última, respectivamente) importam. Em outras palavras, as
engrenagens intermediárias não interferem na relação do trem em geral de forma
alguma. Após identificar as 2 engrenagens que importam (a ligada ao motor e a
ligada ao eixo), divida o número de dentes da segunda pelo da primeira, da mesma
forma que fizemos anteriormente.
• No nosso exemplo, encontraríamos a relação dividindo os 30 dentes da
engrenagem do eixo pelos 7 da engrenagem do motor. 30/7 = 4.3,
aproximadamente (ou 4.3 : 1, etc). Isso significa que a primeira engrenagem precisa
girar 4.3 vezes para que a engrenagem do eixo, que é bem maior, gire uma vez.

3 Se desejar, encontre a relação entre as engrenagens intermediárias. Em


certas situações, pode ser necessário encontrar a relação entre as engrenagens
intermediárias também, nesses casos, comece calculando a relação entre a primeira
(ligada ao motor) e a segunda engrenagens e continue calculando a relação entre
cada par de engrenagens interligadas, até chegar nas últimas duas (a penúltima e a
que está ligada ao eixo). Para cada par, faça o calculo da relação normalmente,
dividindo o número de dentes da segunda pelo da primeira.
• No nosso exemplo, as relações intermediárias são de 20/7 = 2.9 e de 30/20 = 1.5.
Note que nenhum desses valores é igual a relação do trem em geral, que é de 4.3.
• Entretanto, perceba também que (20/7) × (30/20) = 4.3. Em geral, as relações
intermediárias, quando multiplicadas ente si, terão como resultado a relação geral
do trem.
2
Método

Calculando a relação de velocidade

1 Encontre a velocidade rotacional da primeira engrenagem. Usando as


relações, é fácil descobrir a velocidade de rotação de uma engrenagem levando em
conta a velocidade de "entrada" da anterior. Para começar, encontre a velocidade
rotacional da primeira engrenagem. Na maioria dos casos, esse cálculo é realizado
usando a unidade de rotações por minuto (rpm), mas outras unidades também irão
funcionar.
• Por exemplo, digamos que no trem de engrenagens citado anteriormente tenhamos
primeira engrenagem com 7 dentes girando a 130 rpms seguida por uma de 30
dentes. Com essas informações, encontraremos a velocidade de rotação da
segunda engrenagem em poucos passos.
2 Substitua essas informações na fórmula S1 × T1 = S2 × T2. Nela, S1
representa a velocidade de rotação da primeira engrenagem e T1 representa o
número de dentes dela. S2 e T2 representarão a velocidade e o número de dentes
da segunda engrenagem. Entre com as informações e isole a incógnita no lado
esquerdo.
• Nesse tipo de problema, na maioria das vezes estaremos procurando o valor de S2,
mas é perfeitamente possível encontrar o valor de qualquer outra variável. No nosso
exemplo, ao entrar com as informações, obteremos isso:
• 130 rpms × 7 = S2 × 30

3 Resolva. Encontrar o valor da incógnita é apenas uma questão de álgebra básica.

Simplesmente simplifique o resto da equação e isole a variável em um lado da igualdade e


você terá a sua resposta. Não se esqueça de usar a unidade correta, caso contrário você
poderá perder pontos em um trabalho da escola, por exemplo.
• No nosso exemplo, podemos resolver assim:
• 130 rpms × 7 = S2 × 30;
• 910 = S2 × 30;
• 910/30 = S2;
• 30.33 rpms = S2;
• Em outras palavras, se a primeira engrenagem gira a 130 rpms, a segunda irá girar a 30,33
rpms. Isso faz sentido, pois a segunda engrenagem é bem maior, logo, irá girar mais
lentamente.
Dicas
• Por outro lado, em sistemas onde a rotação da carga é menor do que a rotação da unidade
de força, será necessário um motor com o pico de potência em altas rotações.

• Para ver os princípios das relações de marchas em ação, dê uma volta na sua bicicleta!
Perceba que é mais fácil enfrentar subidas com uma engrenagem pequena na frente e uma
grande na parte de trás. Nesse caso, apesar de ser mais fácil girar a engrenagem menor
com a força dos pedais, são necessárias mais rotações para fazer a roda de trás, que tem
uma engrenagem maior, girar. Ou seja, iremos mais devagar, mas será mais fácil pedalar.
Ter uma engrenagem maior na frente inverterá o processo.

• A energia necessária para a mover a carga é definida pela relação de marchas do motor,
que deverá estar preparado para fornecer a potência exigida pela carga considerando as
relações de marchas. Em um sistema onde a velocidade de rotação da carga é maior que a
da unidade de potência, será necessário um motor com mais força em baixas rotações.

Fontes e Citações
1. ↑ http://bowlesphysics.com/images/Robotics_-_Gears_and_Gear_Ratios.pdf
2. ↑ http://bowlesphysics.com/images/Robotics_-_Gears_and_Gear_Ratios.pdf
3. ↑ http://www.education.rec.ri.cmu.edu/roboticscurriculum/multimedia/idler.shtml

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