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29/10/2018 Lei de Bases do Sistema Educativo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lei de Bases do Sistema Educativo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em  Portugal,  a  Lei  de  Bases  do  Sistema  Educativo  (LBSE)  é  a  lei  que  estabelece  o  quadro  geral  do  sistema
educativo nacional.

Índice
Aprovação e alterações
Estrutura da Lei de Bases do Sistema Educativo
Antecedentes: a Lei n.º 5/73, de 25 de Julho
A génese
A estrutura
Bibliografia
Ver também
Notas

Aprovação e alterações
A  Lei  de  Bases  do  Sistema  Educativo  foi  aprovada  pela  Lei  n.º  46/86,  de  14  de  Outubro,  e  alterada  pelas  Leis  n.º
115/97, de 19 de Setembro, 49/2005, de 30 de Agosto, e 85/2009, de 27 de Agosto.

As  alterações  introduzidas  pela  Lei  n.º  115/97  (http://dre.pt/pdf1sdip/1997/09/217A00/50825083.pdf),  de  19  de
Setembro, visaram especialmente os seguintes aspectos:[1]

O regime de acesso ao ensino superior, transferindo para as instituições de ensino superior a competência para, no
quadro de um conjunto de princípios que fixou, definir o processo de avaliação da capacidade para a frequência,
bem como o de selecção e seriação dos candidatos;
O sistema de graus, atribuindo às instituições de ensino superior politécnico a capacidade para a atribuição directa
do grau de licenciado.[2]
O sistema de formação de professores: (i) atribuindo às instituições de ensino superior politécnico a competência
para a formação de professores do 3.º ciclo do ensino básico, em condições a definir; (ii) Elevando o nível de
formação dos educadores de infância e dos professores do 1.º ciclo do ensino básico do bacharelato para a
licenciatura.[3]
As alterações introduzidas pela Lei n.º 49/2005 (http://dre.pt/pdf1sdip/2005/08/166A00/51225138.pdf),  de  30  de
Agosto, visaram especialmente os seguintes aspectos:[4]

A organização da formação superior com base no paradigma resultante do sistema de créditos europeu;
A adopção do modelo de três ciclos de estudos, previsto no âmbito do Processo de Bolonha, conducentes aos
graus de licenciado, mestre e doutor;
O alargamento ao ensino politécnico da possibilidade de conferir o grau de mestre;
A modificação das condições de acesso ao ensino superior para os que nele não ingressaram na idade de
referência, atribuindo aos estabelecimentos de ensino superior a responsabilidade pela sua selecção;
A criação de condições legais para o reconhecimento da experiência profissional através da sua creditação.
As alterações introduzidas pela Lei n.º 85/2009 (http://dre.pt/pdf1sdip/2009/08/16600/0563505636.pdf), de 27 de
Agosto, visaram especialmente:[5]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Bases_do_Sistema_Educativo 1/4
29/10/2018 Lei de Bases do Sistema Educativo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Revogar a norma que estabelecia que a obrigatoriedade de frequência do ensino básico terminava aos 15 anos,
passando para os 18 anos (nível secundário de educação);
Autorizar o Governo a definir um regime mais amplo quanto à universalidade, obrigatoriedade e gratuitidade na
organização geral do sistema educativo.

Estrutura da Lei de Bases do Sistema Educativo
A  Lei  de  Bases  do  Sistema  Educativo  é  constituída  por  67  artigos,  divididos  pelos  seguintes  capítulos,  secções  e
subsecções:

Capítulo I ­ Âmbito e princípios
Capítulo II ­ Organização do sistema educativo

Secção I ­ Educação pré­escolar
Secção II ­ Educação escolar

Subsecção I ­ Ensino básico
Subsecção II ­ Ensino secundário
Subsecção III ­ Ensino superior
Subsecção IV ­ Modalidades especiais de educação escolar
Secção III ­ Educação extra­escolar
Capítulo III ­ Apoios e complementos educativos
Capítulo IV ­ Recursos humanos
Capítulo V ­ Recursos materiais
Capítulo VI ­ Administração do sistema educativo
Capítulo VII ­ Desenvolvimento e avaliação do sistema educativo
Capítulo VIII ­ Ensino particular e cooperativo
Capítulo IX ­ Disposições finais e transitórias.

Antecedentes: a Lei n.º 5/73, de 25 de Julho

A génese
No  final  do  Estado Novo,  sendo  Ministro  da  Educação  Nacional  Veiga  Simão,  o  Governo  apresentou  à  Assembleia
Nacional uma proposta de lei que visava estabelecer um novo quadro geral do sistema educativo que servisse de base à
reforma então em preparação, [6] e que foi aprovada e publicada como Lei n.º 5/73 (http://dre.pt/pdf1sdip/1973/07/17
300/13151321.pdf), de 25 de Julho.

A Lei de Bases do Sistema de Ensino de 1973 previa uma alteração profunda no sistema educativo, que incluía, entre
outras medidas, o alargamento da escolaridade obrigatória de seis para oito anos, o estabelecimento do ensino básico
(incluindo quatro anos de ensino primário e quatro de ensino preparatório) a unificação dos ensinos liceal e técnico
num único ensino secundário pluricurricular (dividido em dois ciclos de dois anos: curso geral e curso complementar)
e a extinção do ensino médio (sendo  os  seus  estabelecimentos  escolares  transformados  em  institutos  politécnicos  e
integrados no ensino superior). No âmbito da Lei, também seriam alteradas as durações tradicionais do modelo de
quatro  estágios  ou  ciclos  de  ensino  pré­superior  introduzido  no  século  XIX  e  ainda  hoje  seguido,  passando  dos
4+2+3+2 anos (11 anos de escolaridade) para os 4+4+2+2 anos (12 anos de escolaridade).

Embora não tenha sido revogada até 1986, a Lei n.º 5/73 não chegou a ser, em geral, aplicada. Apesar disso, foram
aplicadas algumas medidas pontuais alinhadas com o que estava previsto naquela Lei. [7]

A estrutura
A Lei n.º 5/73 é constituída por 29 bases, divididas pelos seguintes capítulos, secções e subsecções:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Bases_do_Sistema_Educativo 2/4
29/10/2018 Lei de Bases do Sistema Educativo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Capítulo I ­ Princípios fundamentais
Capítulo II ­ Estrutura do sistema educativo

Secção 1.ª ­ Disposições gerais
Secção 2.ª ­ Educação pré­escolar
Secção 3.ª ­ Educação escolar

Subsecção 1.ª ­ Ensino básico
Subsecção 2.ª ­ Ensino secundário
Subsecção 3.ª ­ Ensino profissional
Subsecção 4.ª ­ Ensino superior
Secção 4.ª ­ Educação permanente
Capítulo III ­ Formação dos agentes educativos
Capítulo IV ­ Orientação escolar
Capítulo V ­ Disposições finais

Bibliografia
PIRES, Eurico Lemos.[8] Lei de Bases do Sistema Educativo: apresentação e comentários. Porto: Edições Asa,
5.ª ed., 1999. Prefácio de Bártolo Paiva Campos. ISBN 978­972­41­0786­8
PORTUGAL. Assembleia da República. Lei de Bases do Sistema Educativo: processo legislativo. Lisboa:
Assembleia da República, 1999.

Ver também
No Brasil, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Notas
1. Cf. o texto do parecer (http://app.parlamento.pt/DARPages/DAR_FS.aspx?Tipo=DAR+II+s%c3%a9rie+A&tp=A&N
umero=41&Legislatura=VII&SessaoLegislativa=2&Data=1997­05­08&Paginas=726%3b727%3b728%3b729%3b73
0%3b731%3b732%3b733&PagIni=0&PagFim=0&Observacoes=Relat%c3%b3rio+e+parecer+da+Comiss%c3%a3o
&Suplemento=.&PagActual=0&PagGrupoActual=0&TipoLink=1&pagFinalDiarioSupl=&idpag=113383&idint=&idact=)
da comissão parlamentar da Educação, Ciência e Cultura sobre a proposta do Governo.
2. Até à aprovação desta lei as instituições de ensino superior politécnico podiam: (i) conferir diplomas de estudos
superiores especializados, equivalentes ao grau de licenciado para efeitos profissionais e académicos; (ii) atribuir o
grau de licenciado quando um curso de estudos superiores especializados formasse um conjunto coerente com um
curso de bacharelato precedente.
3. A Lei n.º 115/97 determinou igualmente que o Governo definiria as condições em que os educadores de infância e
os professores dos ensinos básico e secundário, titulares de um diploma de bacharelato ou equivalente, poderiam
adquirir o grau académico de licenciatura.
4. Cf. a exposição de motivos da Proposta de Lei n.º 7/X (http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=61485
23063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c325276593342734c576c75615668305a586776634842734e7931
594c6d527659773d3d&fich=ppl7­X.doc&Inline=true).
5. Cf. a exposição de motivos da Proposta de Lei n.º 271/X (http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=614
8523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c325276593342734c576c75615668305a586776634842734d6a
63784c5667755a47396a&fich=ppl271­X.doc&Inline=true).
6. O sumário do Diário do Governo da Lei n.º 5/73, de 25 de Julho, refere­se­lhe como a lei que «aprova as bases a
que deve obedecer a reforma do sistema educativo».
7. Cf. União Europeia; Directorate­General for Education and Culture; Eurydice. Organização do Sistema Educativo
em Portugal: 2006/07 (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/eurybase/eurybase_full_reports/PT
_PT.pdf), pg. 9.
8. Eurico Lemos Pires, investigador em sociologia da educação, era deputado à Assembleia da República quando da
apreciação e votação da Lei de Bases do Sistema Educativo. Vogal da Comissão Parlamentar de Educação,
Ciência e Cultura, secretariou a respectiva subcomissão da Lei de Bases do Sistema Educativo.

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Esta página foi editada pela última vez às 11h42min de 23 de setembro de 2018.

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