Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

NOÇÕES DE POLÍMEROS

GLÁUBER VINÍCIUS SANTOS LIMA


WERLLEM CRISTIAM FERNANDES ALMEIDA

TUCURUÍ - PA
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

NOÇÕES DE POLÍMEROS

GLÁUBER VINÍCIUS SANTOS LIMA


WERLLEM CRISTIAM FERNANDES ALMEIDA

Trabalho acadêmico apresentado como


requisito parcial para obtenção de nota para
aprovação na disciplina de Introdução à Ciência e
Engenharia dos Materiais, no curso de Engenharia
Civil, na Universidade Federal do Pará.
Professora: Andrielli Morais de Oliveira

TUCURUÍ - PA
2015
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO:

2. CONCEITO:

3. FONTES DE MATÉRIA PRIMA:

3.1. Produtos naturais:


3.2. Hulha ou carvão mineral:
3.3. Petróleo:

4. CLASSIFICAÇÃO:

4.1. Natureza de origem:


4.1.1. Polímeros orgânicos:
4.1.2. Polímeros sintéticos:
4.2. Estrutura química:
4.2.1. Polímeros de cadeia carbônica:
4.2.2. Polímeros de cadeia heterogênea:
4.2.3. Polímeros lineares:
4.2.4. Polímeros ramificados:
4.2.5. Polímeros com ligações cruzadas:
4.2.6. Polímeros em rede:
4.2.7. Homopolímeros:
4.2.8. Copolímeros:
4.3. Métodos de preparação:
4.3.1. Polímeros de adição:
4.3.2. Polímeros de condensação:
4.4. Comportamento mecânico:
4.4.1. Termoplásticos:
4.4.2. Termofixos:
4.4.3. Elastômeros (borrachas)
4.5. Desempenho mecânico:
4.5.1. Termoplásticos convencionais (Commodities):
4.5.2. Termoplásticos especiais:
4.5.3. Termoplásticos de engenharia (TE):
4.5.4. Termoplásticos de engenharia especiais:

5. PROPRIEDADES:

5.1. Mecânicas:
5.2. Térmicas:
5.3. Óticas:
5.4. Resistência a intempéries e ações químicas:
5.4.1. Oxidação:
5.4.2. Calor:
5.4.3. Raios ultra-violeta:
5.4.4. Umidade:
5.4.5. Ácidos:
5.4.6. Bases:
5.4.7. Solventes e reagentes:

6. MÉTODOS DE OBTENÇÃO:
6.1. Polimerização por adição:
6.2. Polimerização por condensação:

7. APLICAÇÕES:

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

9. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO:

A primeira relação do homem com materiais resinosos e graxas ocorreu na


antiguidade, com os egípcios e os romanos, que os utilizaram como carimbos, colas para
documentos e vedação de vasilhames. No século XVI, espanhóis e portugueses mantiveram
contato com o produto extraído da seringueira. Esse extrato, resultante da coagulação e
secagem do látex, apresentava propriedades de alta elasticidade e flexibilidade desconhecidas
até então. Esse extrato foi nomeado borracha pela sua capacidade de apagar marcas de lápis.1
Seu uso foi bastante restringido até o descobrimento da vulcanização por Charles
Goodyear, em 1839 conferindo elasticidade, não-pegajosidade e durabilidade. Em 1846,
Christian Schónbien, químico alemão, reagiu o algodão com ácido nítrico, formando a
nitrocelulose, primeiro polímero semi-sintético. Em 1862, o inglês Alexander Parker aprendeu
completamente essa técnica, patenteando a nitrocelulose (ainda é comum a cera Parquetina,
nome derivado de Parker). Em 1897, Krishe e Spittller, na Alemanha, reagiram formaldeído e
caseína, obtendo uma proteína constituinte do leite desnatado.1
No início do século XX, comprovou-se que alguns materiais, produzidos pela química
incipiente do final do século e que eram avaliados como colóides, eram moléculas
gigantescas, que podiam resultar do encadeamento de 10.000 ou mais átomos de carbono, as
chamadas macromoléculas. Os grandes trabalhos de Staudinger, considerado pai dos
polímeros, aliados a outras investigações, como Mark e Marvel, confirmaram que a natureza
dessas macromoléculas era análoga a das moléculas pequenas, já notórias, e permitiram o
incremento dos materiais poliméricos de modo muito acentuado.7
O primeiro polímero sintético foi sintetizado por Leo Baekeland em 1912, advindo da
reação entre fenol e formaldeído. Essa reação produzia um produto sólido (resina fenólica),
hoje nomeado de baquelite, derivando-se do nome de seu inventor.1 Muitos dos plásticos,
borrachas e materiais fibrosos que são empregados na atualidade consistem em polímeros
sintéticos. É fato que desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o campo dos materiais foi
potencialmente revolucionado pelo surgimento dos polímeros sintéticos. Os materiais
sintéticos podem ser produzidos a baixo custo, e, as suas características podem ser
manipuladas a um patamar em que muitas delas são superiores às suas contrapartes naturais.9
2. CONCEITO:

Etimologicamente a palavra polímero origina-se do grego poli (muitos) e mero


(unidade de repetição). Portanto, um polímero é uma macromolécula constituída de várias (10
a 100 mil) unidades de repetição denominadas meros, ligadas por ligações covalentes, onde
ocorre o compartilhamento de elétrons entre os átomos ligantes. Os monômeros são a matéria-
prima para a produção de um polímero, ou seja, molécula com uma (mono) unidade de
repetição.1
De modo usual o termo “plástico” é pronunciado para caracterizar os materiais
poliméricos. No entanto, essa utilização de forma genérica não é adequada no âmbito
conceitual. Esse termo corresponde à capacidade de ser moldado, apesar desses materiais,
assim nomeados, não possuírem essa propriedade continuamente, mas manifestarem-na em
algum momento de sua formação, quando então foram moldados.2
Em relação ao âmbito químico os polímeros podem ser materiais que provém da
natureza (naturais) ou, provenientes da sintetização humana (sintéticos). São compostos de
alto peso molecular, devido à sua grande cadeia atômica.2

3. FONTES DE MATÉRIA PRIMA:

O custo de um polímero depende de sua forma de polimerização e da disponibilidade


monomérica, dos quais as principais fontes de matéria-prima podem ser divididas em três
grupos: produtos naturais, hulha ou carvão mineral e petróleo. 3

3.1. Produtos naturais:

Os mais importantes são a celulose, carboidrato presente em grande parte dos vegetais
e a borracha natural, obtida através do látex da seringueira, como emulsão de borracha em
água. Outros produtos de menor importância também são produtores de polímeros, como
exemplo, o óleo de mamona (para a produção de Nylon 11 e poliuretano) e o óleo de soja
(Nylon 9).3
3.2. Hulha ou carvão mineral:

O esquema a seguir exemplifica a obtenção de alguns polímeros a partir do processo


de destilação do carvão mineral.1

Figura 1 – Esquema de obtenção de alguns polímeros a partir da destilação do carvão mineral 1

3.3. Petróleo:

É a principal fonte de matéria prima polimérica na atualidade, pois colabora com


praticamente toda a petroquímica industrial e de utilização de polímeros. Possui algumas
desvantagens nos quesitos de sustentabilidade e preço, entretanto nas questões relacionadas à
qualidade do produto se torna comercialmente viável. Segue abaixo um modelo de obtenção
polimérica por meio do petróleo.4
Figura 2 – Obtenção de materiais poliméricos4
O esquema a seguir exemplifica a obtenção de alguns polímeros a partir do processo
de destilação do óleo cru.1
Figura 3 – Produtos da destilação do petróleo1

4. CLASSIFICAÇÃO:

Os polímeros possuem 5 tipos principais de classificação relacionados: à natureza de


origem, à estrutura química, ao método de preparação, ao comportamento mecânico e ao
desempenho mecânico.1

4.1. Natureza de origem:

4.1.1. Polímeros orgânicos: são polímeros naturais, derivados em grande parte, de plantas e
animais, exemplos: celulose, lignina, poliamida, DNA, entre outros.5
4.1.2. Polímeros sintéticos: são obtidos a partir de moléculas orgânicas menores, exemplos:
polipropeno, polietileno, poliestireno, resinas epóxi, fenólicas, entre outros.6

4.2. Estrutura química:

A estrutura química é o ponto crucial da estrutura polimérica, pois é através dela que
ocorre a formação de longas cadeias de átomos com ligações covalentes, combinando
estruturas de forma quase ilimitada, permitindo-se obter diversos materiais distintos. A
variedade desses materiais está associada à tretravalência do carbono, ou seja, a capacidade de
compartilhar elétrons com 4 átomos.7
4.2.1. Polímeros de cadeia carbônica: apenas átomos de carbono estão presentes na cadeia
principal. São estes: poliolefinas, polímeros de dienos, estirênicos, clorados, fluorados,
acrílicos, polivinil ésteres e poli(fenol-formaldeído).1
4.2.2. Polímeros de cadeia heterogênea: não possuem somente átomos de carbono na cadeia
principal. Exemplos: poliéteres, poliésteres, policarbonato, poliamidas, poliuretanos,
aminoplásticos, derivados da celulose e siliconas.1
4.2.3. Polímeros lineares: os meros estão unidos de uma extremidade a outra em cadeias
únicas. São cadeias flexíveis em que há possibilidade de existir muitas ligações de Van der
Waals entre si. Exemplo: polietileno, cloreto de polivinila, poliestireno, polimetil metacrilato,
nylon e fluorocarbonos.3
4.2.4. Polímeros ramificados: cadeias de ramificações laterais conectam-se às cadeias
centrais, sendo tomadas como parte das mesmas, onde ocorre a diminuição da compactação
da cadeia, resultando em polímeros menos densos. Há a possibilidade de polímeros lineares
também serem ramificados.3
4.2.5. Polímeros com ligações cruzadas: cadeias lineares que se sobressaem ligadas a si, em
várias posições por ligações covalentes. Estas ligações, irreversíveis, são formadas durante a
síntese do polímero em altas temperaturas e estão presentes em muitos dos materiais elásticos
com características de borracha.3
4.2.6. Polímeros em rede: meros com instauração tripla ativa, formando redes de três
dimensões. Polímeros com diversas ligações cruzadas são caracterizados como polímeros em
rede e possuem propriedades mecânicas e térmicas diferentes. Exemplo: materiais de base
epóxi e fenolformaldeído.3
4.2.7. Homopolímeros: quando todos os meros da cadeia são iguais.3
4.2.8. Copolímeros: quando os meros são de dois ou mais tipos diferentes.3

4.3. Métodos de preparação:

4.3.1. Polímeros de adição: são formados por monômeros idênticos que possuem pelo menos
uma dupla ligação a qual é quebrada para que ocorra a reação aditiva. Como exemplo abaixo
está a formação de um polímero muito empregado em tubulações de água, o policloreto de
vinila - PVC:8
Figura 4 – Polimerização do PVC

Entre outros polímeros de adição existem: o polietileno, o policloreto de vinila (PVC),


o polipropileno, o poliestireno, o teflon, a poliacrilonitrila, as borrachas sintéticas, entre
outros.1
4.3.2. Polímeros de condensação: são formados normalmente por reação entre dois
monômeros iguais ou diferentes, com liberação de moléculas menores, como a água. Um
exemplo de polímero de condensação é o nylon 6,6 que utiliza como monômeros o ácido
adípico (hexanodióico) e a 1,6-hexanodiamina (hexametilenodiamina), representados abaixo.8
Figura 5 – Polimerização do Nylon 6,616

Entre outros polímeros de condensação existem: poliéster, poliamidas, náilon 6,6,


kevlar, entre outros.1

4.4. Comportamento mecânico:

Uma das fundamentais características dos polímeros são as mecânicas. De acordo com
elas os polímeros podem ser classificados em: termoplásticos, termofixos (termoendurecíveis)
e elastômeros (borrachas).9
4.4.1. Termoplásticos: termoplástico é um dos tipos de polímero mais encontrados no
mercado. Pode ser exposto à fusão diversas vezes, sendo que alguns podem até se diluir em
vários solventes. Logo, sua reciclagem é possibilitada, algo muito desejado atualmente.
Alguns exemplos de termoplásticos são: o polietileno (PE), o poliestireno (PS), a poliamida
(Náilon), o polipropileno (PP), o policloreto de vinila (PVC) e o polietileno tereftalato (PET).9
4.4.2. Termofixos: são rígidos, porém frágeis, sendo bem estáveis se submetidos a variações
de temperatura. Uma vez formados, não podem mais entrar em fusão, e o aquecimento
polimérico promove decomposição dos compostos formados antes de sua fusão, dificultando
sua reciclagem. Exemplos: baquelite, epóxi, resina de ureia-formol, entre outros.9
4.4.3. Elastômeros (borrachas): é uma classificação intermediária entre os termoplásticos e os
termofixos: não se fundem, porém apresentam alta elasticidade e, não são tão rígidos como os
termofixos. Pela sua impossibilidade de fusão, sua reciclagem torna-se díficil. Exemplos: poli-
isopreno, estireno-butadieno, acrilonitrila-butadieno.9

4.5. Desempenho mecânico:

Esta classificação considera o desempenho mecânico do polímero quando utilizado em


um item ou peça.1

4.5.1. Termoplásticos convencionais (Commodities): são polímeros que possuem baixo


custo, nível reduzido de exigência mecânica, alta produtividade, fácil processamento, entre
outras características. A produção desses polímeros corresponde a aproximadamente 90% da
produção polimérica mundial. Como exemplos, existem as poliolefinas (LDPE, HDPE, PP), o
poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC).1
4.5.2. Termoplásticos especiais: são polímeros de custo razoavelmente superior aos
convencionais, porém com características de maior qualidade. Nesta classe há os copolímeros
de etileno-acetato de vinila (EVA) e estireno-acrilonitrila (SAN), e os homopolímeros de
politetrafluoro-etileno (PTFE) e polimetacrilato de metila (PMMA). Em dois destes (PMMA
e SAN), há alta transparência e, no (PTFE), alta estabilidade termoquímica.1
4.5.3. Termoplásticos de engenharia (TE): a construção de peças com bom desempenho
com finalidades mecânicas (engrenagens, peças eletroeletrônicas e automobilísticas, entre
outras.) requer do polímero rigidez, boa tenacidade e excelente estabilidade em suas
dimensões. Isso é obtido nos TE, como exemplo há as poliamidas (náilons em geral), os
poliésteres termoplásticos (polietileno-tereftalato PET e polibutileno-tereftalato PBT),
poliacetais (homopolímeros e copolímeros), o policarbonato (PC), copolímero de estireno-
butadieno-acrilonitrila (ABS) e polioxi-fenileno (PPO).1
4.5.4. Termoplásticos de engenharia especiais: em aplicações nas quais é exigida alta
temperatura são utilizados polímeros com grande quantidade de anéis aromáticos na cadeia
principal, que aumenta a estabilidade térmica para a utilização seguida a temperaturas acima
de 150ºC. Alguns exemplos são polímeros contendo enxofre (polisulfonas, polisulfeto de
fenileno PPS), poliimidas (poliimida-poliamida), alguns poliuretanos, polieter-eter-cetona
(PEEK) e polímeros de cristal líquido polimérico.1

5. PROPRIEDADES:

5.1. Mecânicas: as propriedades mecânicas poliméricas são parametrizadas em relação às dos


metais, isto é, o módulo de elasticidade, o limite de resistência à tração e as resistências ao
impacto e à fadiga, sendo que para muitos polímeros, são utilizados gráficos tensão-
deformação para a modelagem de alguns destes parâmetros mecânicos. Os comportamentos
típicos tensão-deformação dos polímeros são mostrados na figura abaixo. A curva A ilustra o
comportamento de polímeros frágeis, que apresentam ruptura no trecho elástico. A curva B
apresenta comportamento semelhante ao de metais e caracteriza o trecho inicial elástico,
seguido por escoamento (limite de escoamento 1) e por uma região de deformação plástica
até a ruptura à tração (limite de resistência à tração LRT) que pode obter valores maiores ou
menores que o limite de escoamento. A curva C é totalmente elástica, típica da borracha
(grandes deformações recuperáveis mesmo sob pequenos níveis de tensão) e é característica
da classe dos elastômeros.10
Figura 6 - Comportamento tensão-deformação para polímeros9

Apesar do comportamento mecânico semelhante, os polímeros podem ser, de


algumas formas, mecanicamente diferentes dos metais, como por exemplo, em relação ao
módulo de elasticidade, limite de resistência à tração e alongamento, sendo que as oposições
encontram-se disponíveis na tabela abaixo.10
Figura 7 – Comportamento mecânico metais x polímeros 10

5.2. Térmicas: a baixa condutividade térmica e altos coeficientes de dilatação térmica linear
quando comparados a materiais não poliméricos, quatro a cinco vezes maiores, da ordem de
(0,2 a 2,3x10-4 ºC-1.)3
5.3. Óticas: a principal propriedade ótica é a transparência, apresentada por polímeros
amorfos ou com muito baixo grau de cristalinidade, expressa em termos de quantidade pela
transmitância (razão entre a quantidade de luz que atravessa o meio e a quantidade de luz que
incide perpendicularmente à superfície, podendo alcançar até 92% nos plásticos comuns).
Materiais poliméricos com alto nível de cristalinidade tornam-se translúcidos ou
semitransparentes, ou até mesmo opacos.3
5.4. Resistência a intempéries e ações químicas: as características mecânicas dos polímeros
são muito voláteis à natureza química do meio, ou seja, na presença de água, oxigênio,
solventes orgânicos, entre outros. Entre as propriedades químicas fundamentais estão a
resistência à oxidação, ao calor, às radiações ultra-violeta, à água, a ácidos e bases, a
solventes e reagentes conforme mencionado a seguir:3

5.4.1. Oxidação: resistência aumenta em macromoléculas somente com ligações simples


entre átomos de carbono. Exemplos: PE, PP. Resistência é menor especificamente em
borrachas, quebrando as cadeias e na presença de ozônio. Exemplo: formação de ozônio
devido a faíscas elétricas nas proximidades de tomadas.3
5.4.2. Calor: resistência é maior sob a temperatura de transição vítrea. Resistência é menor
geralmente com a presença de oxigênio pela ruptura das ligações covalentes dos átomos nas
cadeias macromoleculares. Exemplo: PVC.3
5.4.3. Raios ultra-violeta: resistência é menor em macromoléculas com instauração dupla
entre átomos de carbono. Exemplo: fissuras e rachaduras com a fragmentação do PP ou
LDPE, expostos à luz do sol.12
5.4.4. Umidade: polímeros devido à absorção de água sofrem alteração volumétrica, podendo
adquirir mais peso. Resinas fenólicas, por exemplo, no caso de cura incompleta dos
laminados, expandem, mudam de tamanho e sofrem delaminação.12
5.4.5. Ácidos: o contato com ácidos em geral, em meio aquoso, pode causar destruição parcial
das moléculas de polímeros. Exemplo: resinas melamínicas e produtos celulósicos se alteram
em meio ácido mesmo com diluição.12
5.4.6. Bases: soluções alcalinas, frequentemente aquosas, em grande ou pequena
concentração, são muito agressivas a polímeros cuja estrutura apresente alguns agrupamentos
como carboxila, hidroxila, fenólica e éster. Exemplo: resinas fenólicas e epoxídicas.12
5.4.7. Solventes e reagentes: quando as moléculas do solvente possuem mais afinidade com
as do polímero do que com elas próprias, podem penetrar entre as cadeias de macromoléculas,
desencadeando interações físico-químicas. Forças inter-moleculares como pontes de
hidrogênio, ligações dipolo-dipolo ou mesmo forças de Van der Waals, possibilitam a
dispersão molecular dos polímeros.3
6. MÉTODOS DE OBTENÇÃO:

6.1. Polimerização por adição: nomeada também como polimerização em cadeia, ocorre
através da adição de uma molécula a outra por meio de ligações insaturadas (duplas ou
triplas). É um processo no qual monômeros bifuncionais (que se combinam com dois outros
monômeros) são fixados, um por vez, por meio da ruptura de suas ligações duplas e, formação
de ligações simples, compondo uma cadeia, para formar uma macromolécula linear. A
polimerização por adição é utilizada na síntese do polietileno, do polipropileno, do cloreto de
polivinila e do poliestireno, bem como de muitos copolímeros. Um exemplo de adição
polimérica é o polietileno, formado por adições sucessivas de monômeros (CH2=CH2) à cadeia
em crescimento. O desenvolvimento do processo pode ser desencadeado pela inserção de um
radical livre ou íon que, somado a uma molécula monomérica insaturada origina a cadeia
polimérica. Essa etapa de crescimento da reação acontece a uma grande velocidade. Por fim,
ocorre o encerramento da polimerização, através da interrupção no crescimento da cadeia
por:11
De forma simplificada, o processo de polimerização por adição ocorre através das
seguintes etapas:11
1ª Iniciação: formação de sítio reativo a partir de uma espécie iniciadora (ou
catalisadora) e monômero.10
Figura 8 – Iniciação de polimerização10

2ª Propagação da reação: crescimento linear da molécula.10


Figura 9 – Crescimento da molécula polimérica10

3ª Terminação da reação: desativação do sítio reativo.10


Figura 10 – Término da polimerização10
6.2. Polimerização por condensação: consiste na formação de polímeros mediante reações
químicas intermoleculares etapa por etapa, que normalmente envolvem mais de um tipo de
monômero, geralmente existe um subproduto de pequeno peso molecular, como a água, que é
eliminado.11
Devido à inexistência de diferença de reatividade em relação aos monômeros dos
grupos terminais da cadeia, em qualquer etapa do seu crescimento há uma evolução uniforme,
sem as etapas distintas que caracterizam a polimerização por adição. A funcionalidade dos
monômeros é responsável pela ocorrência ou não de ramificações nas cadeias dos polímeros,
assim, um glicol e um diácido formarão um poliéster essencialmente linear, por outro lado, se
o álcool utilizado for o glicerol, que possui três hidroxilas (OH), obtém-se um polímero
primariamente ramificado e, possivelmente, de ligações cruzadas que formam um retículo.
Um exemplo claro desse processo é a formação de um poliéster através da reação entre o
etileno glicol e o ácido adípico, a reação entre esses compostos é a seguinte:11
Figura 11: Polimerização por condensação10

Esse processo em etapas se repete sucessivamente, produzindo, neste caso, uma


molécula linear. A química da reação específica não é fundamental, mas sim o mecanismo de
polimerização por condensação. Além disso, os tempos de reação para a condensação são
majoritariamente mais longos do que para a polimerização por adição. As reações de
condensação produzem geralmente monômeros trifuncionais capazes de formarem polímeros
com ligações cruzadas e em rede.10
Tabela 1 – adição x condensação1

7. APLICAÇÕES:

Os polímeros são os materiais mais versáteis disponíveis para aplicações em variadas


áreas, incluindo a farmacêutica. Polímeros naturais, naturais modificados e sintéticos são
empregados como excipientes farmacêuticos para a fabricação de cosméticos e medicamentos
de liberação convencional e de liberação modificada. Na atualidade, polímeros são
desenvolvidos para operarem como moduladores e direcionadores da liberação de fármacos
em locais específicos no organismo. Polímeros biodegradáveis, bioadesivos, biomiméticos e
hidrogéis responsivos têm sido vastamente incluídos em fórmulas farmacêuticas. Os avanços
no planejamento de novos métodos de liberação de fármacos somente são e serão obtidos a
partir do desenvolvimento de polímeros projetados especificamente para a área
farmacêutica.11
Tabela 2 – Principais aplicações dos polímeros15

Há também aplicações na agricultura. A água, bem essencial para a manutenção da


vida humana e ecológica, tem causado um dos maiores problemas com os quais a agricultura
se confronta, sua escassez – em vários continentes, bloqueando o desenvolvimento e a
sobrevivência das plantas, com a consequente redução da produção agrícola. Outro problema
que recentemente tem adquirido grande seriedade é a contaminação dos solos e águas
subterrâneas, resultante da lixiviação de fertilizantes, fitofármacos e concernentes produtos de
biodegradação (geralmente designados por metabolitos).12
Os polímeros superabsorventes, por meio de sua grande capacidade de assimilação de
água, podem mostrar-se muito benéficos em casos como os citados, otimizando a propriedade
de retenção da água e nutrientes nos solos, com a finalidade de obter uma mais apropriada
gestão dos recursos hídricos existentes. De fato, além dos prejuízos devidos à evaporação
superficial, podem assumir proeminência as perdas por infiltração até camadas densas tanto
mais graves quanto mais ligeiras ou arenosas seja a textura do solo. Os dois casos resultam
num maior problema por parte das plantas no acesso à água que é necessária. Em relação à
contaminação do solo, desencadeada por fertilizantes, os superabsorventes, misturados com a
terra, absorvem parte da solução fertilizante presente, que é armazenada em partículas de
consistência gelatinosa.12
Ao redor destas, as raízes podem se desenvolver, retirando, progressivamente, os
elementos fertilizantes assim guardados na parte superficial do solo, justamente onde há maior
eficácia. Esta característica pode revelar-se crucial na cultura de plantas em viveiros e nos
períodos de pós-transplantação, em espécies florestais, em espécies agrícolas e em
jardinagem. Ao absorverem e reterem a água, os polímeros constituem reservas que
possibilitarão o crescimento amparado das plantas.12
Figura 12 – Fases do funcionamento do superabsorvente12
Os polímeros não convencionais são assim nomeados por possuírem propriedades
físicas e químicas bem distintas daquelas particularidades dos plásticos comuns. Com
representante em normalmente toda a faixa da escala de condutividade, os polímeros não
convencionais evidenciam potencialidade para aplicações em eletrônica, em óptica e em
sensores eletrotérmicos e eletroquímicos. Outra propriedade interessante e particular destes
polímeros, e que pode dar origem a aplicações específicas, é sua facilidade de dopagem
mediante processo redox, mesmo quando atuando em algum dispositivo.13
A maior dificuldade enfrentada por estes polímeros em aplicações de mercado é a
dificuldade de se conciliar boa estabilidade química, resistência mecânica e alta condutividade
elétrica em um único material. Há, entretanto, ótimas razões para acreditar que com o uso dos
métodos de síntese e manipulação orgânica desenvolvida pela química, grande maioria destes
problemas seja solucionada. Apesar desses obstáculos, vários aparelhos eletrônicos têm sido
desenvolvidos em laboratório ou viabilizado seu uso em escala comercial, como é o caso das
baterias de polianilina, que possuem alta densidade de energia elétrica contida e são mais
leves que as baterias metálicas.13
Já existem diversos trabalhos que analisam a chance de substituição por polímeros do
silício utilizado em alguns transistores com características particulares. Na área de fontes
alternativas de energias, os polímeros condutores estão sendo avaliados para uso como
elementos ativos de células fotovoltaicas. As potencialidades tecnológicas destes novos
materiais comprovam que nas primeiras décadas do século XXI os polímeros condutores
devem experimentar avanço e propagação na vida cotidiana semelhante a aquela
experimentada pelos plásticos convencionais.13
Embora já existam vários estudos, implementações e até mesmo aproveitamentos
comerciais de componentes à base de polímeros condutores, ainda não são totalmente
compreendidos os mecanismos responsáveis pela condutividade nesses materiais, de maneira
que o exame em ciência básica de polímeros não convencionais continua sendo essencial. Já
que as hipóteses presentes para os condutores e semicondutores convencionais não se
revelaram aceitáveis para explicar totalmente a condução em polímeros, novos conceitos em
física da matéria condensada tiveram de ser introduzidos.13
Alguns padrões foram criados para esclarecer como ocorre o transporte de carga
elétrica por uma cadeia polimérica. Sobrevém, no entanto, que uma cadeia polimérica por
isolada não pode ser encarregada pela transferência de carga ao longo de uma amostra de
alguns centímetros de comprimento, o que estabelece a necessidade de um modelo teórico
capaz de elucidar o mecanismo de transporte de carga elétrica entre cadeias. Um fator
complicador na elaboração do método é o caráter de desordem estrutural das amostras usuais
desses polímeros.13
O PVC é o mais versátil dentre os polímeros. Devido à necessidade de a resina ser
elaborada mediante a inclusão de aditivos, o PVC pode ter suas propriedades modificadas
dentro de um amplo espectro de características em função da aplicação final, alterando desde
o rígido ao extremamente flexível, incidindo por aplicações que vão desde tubos e perfis
rígidos para utilização na Construção Civil até brinquedos e laminados flexíveis para
armazenagem de sangue e plasma. A grande versatilidade do PVC advém, em parte, também
à sua adaptação aos mais diversos procedimentos de moldagem, podendo ser injetado,
extrudado, calandrado, espalmado, somente para mencionar algumas das opções de
alteração.14
Uma vez que a resina de PVC é completamente atóxica e inativa, a escolha de aditivos
com semelhantes especialidades permite a produção de filmes, lacres e laminados para
embalagens, brinquedos e produtos médico-hospitalares, como mangueiras para sorologia e
cateteres. Justamente por essas causas, o PVC é empregado nos mais variados segmentos de
mercado. As aplicações inteiramente ligadas à Construção Civil (tubos e conexões, perfis e
fios e cabos principalmente) somam quase 62% da demanda total de PVC no Brasil.14
Nessas aplicações o PVC mostra extraordinária relação custo-benefício se comparado
com a de materiais concorrentes como a madeira, metais e cerâmicas, além de oferecer
vantagens prontamente observáveis em quesitos como comportamento antichama, resistência
química ao intemperismo, isolamento térmico e acústico, facilidade de instalação, baixa
necessidade de manutenção e excelente arremate e estética, dentre outras. Vale ressaltar que o
segmento de aspectos, que engloba chapas rígidas, é o de maior potencial de desenvolvimento
no Brasil, liderando por aplicações em esquadrias, revestimentos internos e externos, diversos
parâmetros de acabamento e displays para comunicação visual.14
Nos segmentos de laminados e espalmados, a versatilidade do PVC concede a
confecção tanto de revestimentos para reprodução similar de couro quanto laminados
reforçados para aproveitamento em proteção do solo – as chamadas geomembranas, passando
por piscinas e lonas para várias aplicações. No âmbito de calçados o PVC surge como ótima
alternativa para a confecção de solados e outros objetos, ampliados ou compactos, com os
quais podem ser formados tanto sandálias inteiramente moldadas em um único processo
quanto calçados mais aprimorados, nos quais acabamentos elaborados como cristalinidade ou
brilho podem ser manipulados através da correta geração do composto. Tecnologia do PVC
12. No segmento de embalagens a versatilidade do PVC se mostra em filmes esticáveis e
encolhíveis, além de frascos soprados nos mais diversos tamanhos e formatos.14
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Ao longo da história dos materiais poliméricos é possível notar uma evolução na


mentalidade do ser humano e do uso de seus procedimentos tecnológicos para aprimorar o
manuseio dos recursos materiais a sua disposição. A partir desse pensamento, os polímeros
colaboraram, assumindo a função de um dos principais catalisadores estimulando o ser
humano, primeiramente, através do contato com as sociedades antigas, como por exemplo o
Egito, em que eram utilizadas resinas como selo e até mesmo para vedação, até a atualidade
onde são produzidos polímeros sintéticos.
Considerando todo esse contexto histórico e todos os trabalhos elaborados com o
intuito de desenvolver polímeros aplicáveis ao mercado, e as diversas industrias globalizadas
para benefício e utilização humana, os polímeros são um grande exemplo da vasta capacidade
que o ser humano possui em diversificar e aprimorar compostos antes desconhecidos e sem
aparente utilidade, para os produtos mais utilizados da atualidade, portanto, é possível inferir
que essa classe de materiais concentra grande importância no âmbito científico, comercial e
social do ser humano.
9. REFERÊNCIAS:

1. CANEVAROLO JR., S.V. Ciência dos polímeros: um texto básico para tecnólogos e
engenheiros. 2. ed. São Paulo, SP, 2012.

2. KANTOVISCKI, A. R. Materiais poliméricos.pdf. Curitiba, 2011. Disponível em:


<www.damec.ct.utfpr.edu.br/automotiva/.../d6matPolimMod2.pdf>. Acesso em: 25 mar.
2015.

3. HADDAD, M. SAMPAIO, R. A. Polímeros: propriedades, aplicações e


sustentabilidade na construção civil.slideshare. São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://pt.slideshare.net/CarloosHenriquee/polimeros-25064255>. Acesso em: 25 mar.
2015.

4. DEMARQUETE, N. R. Estrutura e propriedade de polímeros.pdf. São Paulo, SP, 2004.


Disponível em: <www.pmt.usp.br/pmt5783/Polímeros.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015.

5. MIRANDA, P. E. V. Estruturas poliméricas.pdf. Rio de Janeiro, RJ, cap. 15, 2011.


Disponível em: <www.labh2.coppe.ufrj.br/disciplinas/pcm/pcm11.2/.../Polimeros.pdf>.
Acesso em: 26 mar. 2015.

6. MINICURSO, 2013, São Paulo, SP. Polímeros termoplásticos, termofixos e


elastômeros.pdf. São Paulo: Conselho Regional de Química IV Região, 2013. Disponível
em: < http://www.crq4.org.br/download>. Acesso em: 27 mar. 2015.

7. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Centro de divulgação científica e cultural.


Polímeros: identificação de polímeros. São Paulo, SP, 2002. Disponível em:
<www.cdcc.usp.br/exper/medio/quimica/9bpolimerosg.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2015.

8. MASSUCATO, F. et. al. Análise das propriedades mecânicas de materiais poliméricos.


Campinas, SP, 2010. Disponível em: < www.fem.unicamp.br/~assump/Projetos/2010/g5>.
Acesso em: 28 mar. 2015.

9. CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. São


Paulo: LTC, 2002.

10. NASCIMENTO, A. V. et. al. Polímeros.slideshare. Belém, 2013. Disponível em:


<http://pt.slideshare.net/rosileidemarques/universidade-federal-do-par-polimeros-
finalizado>. Acesso em: 26 mar. 2015.

11. VILLANOVA, J. C. O. et. al. Aplicações farmacêuticas de polímeros. vol. 20. São
Carlos: Epub, 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
14282010005000009>. Acesso em: 29 mar. 2015.

12. ROSA, F. et. al. Polímeros superabsorventes: potencialidades e aplicações. Lisboa,


p. 1-3, 2007. Disponível em:
<http://web.tecnico.ulisboa.pt/~mcasquilho/compute/_fitting/Ing98-DC_Quim8.pdf>.
Acesso em: 29 mar. 2015.
13. DOS SANTOS, F. L. Polímeros Condutores. Recife: [s.n.], 2000. Disponível em:
<http://www.unicap.br/Chico/polimeros1.htm>. Acesso em: 29 mar. 2015.

14. RODOLFO JR., A. et. al. Tecnologia do PVC. São Paulo, 2.ed., p. 12-13, 2006.
Disponível em: <
http://www.braskem.com.br/Portal/Principal/Arquivos/Download/Upload/Tecnologia%20d
o%20PVC%202a%20edi%C3%A7%C3%A3o_22.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2015.

15. FELIPETTO, E. Processamento de Polímeros. Rio Grande do Sul, 2003. Disponível


em: <http://www.tecomplasticos.com.br/PDF_Injetoras/Proc_polimeros.pdf>. Acesso
em: 29 mar. 2015.

16. FARIAS, P. A. M. Nylon. Rio de Janeiro, [s.n.], 2009. Disponível em:


<http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/linha%20tempo/Nylon/nylon66.html>.
Acesso em: 26 mar. 2015.

17. FOGAÇA, J. R. V. Polímero pvc (policloreto de vilina). [s.l.], [s.n.], 2004.


Disponível em: < http://www.mundoeducacao.com/quimica/polimero-pvc-policloreto-
vinila.htm>. Acesso em: 30 mar. 2015.

Você também pode gostar