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Sintetizando:
sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera como ilegítima, uma
simples folha de papel.
Carl Schmitt defende o sentido político de Constituição, segundo o qual a
Constituição é uma decisão política fundamental (do poder constituinte).
A definição apresentada na questão refere-se ao sentido sociológico de
Constituição, defendido por Ferdinand Lassalle.
Item errado.
4) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) No sentido jurídico, a
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou
filosófica.
Na visão jurídica (Hans Kelsen), a Constituição é percebida de uma perspectiva
estritamente formal: norma jurídica pura, desprovida de influências de ordem
sociológica, política, moral ou filosófica.
Item certo.
5) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) A constituição é, na visão de
Ferdinand Lassalle, uma decisão política fundamental e, não, uma mera
folha de papel.
Para Ferdinand Lassalle, a Constituição escrita só terá eficácia caso retrate, em
seu texto, a soma dos fatores reais de poder (visão sociológica). De outro
modo, não passará de uma folha de papel.
A ideia da Constituição como uma decisão política fundamental decorre da
visão política (Carl Schmitt).
Item errado.
6) (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) Para Carl Schimidt, o objeto
da constituição são as normas que se encontram no texto constitucional,
não fazendo qualquer distinção entre normas de cunho formal ou material.
De acordo com o que vimos, a questão está errada, pois Carl Schmitt faz uma
distinção entre “Constituição” e “leis constitucionais”: a Constituição dispõe
somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, isto é, sobre as
decisões políticas fundamentais (normas substancialmente constitucionais); as
demais normas integrantes do texto da Constituição seriam, apenas, leis
constitucionais (normas apenas formalmente constitucionais).
Item errado.
7) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) Considere a
seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações,
de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São
Paulo: Atlas, p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra
constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De
acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental
hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da
validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei
nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição
denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.
Como vimos, na concepção jurídica de Constituição (Hans Kelsen), a
Constituição é vista a partir de uma perspectiva estritamente formal, como
norma pura, desprovida de qualquer consideração de cunho sociológico, moral,
político ou filosófico.
Nesse sentido, para o mesmo autor, o termo Constituição apresenta dois
sentidos: sentido lógico-jurídico (norma fundamental hipotética) e sentido
jurídico-positivo (norma positiva suprema, que regula a criação das demais
normas).
Item certo.
8) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/SECAD/TO/2008) A concepção política de
Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto
de normas que dizem respeito a uma decisão política fundamental, ou
seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte.
Essa é a teoria de Carl Schmitt (concepção política), segundo a qual a
Constituição abrange as decisões políticas fundamentais.
Item certo.
daquele tempo. É o caso da Constituição de 1988, que foi elaborada por uma
assembléia constituinte, em determinado momento fixo, segundo os dogmas
reinantes àquela época.
Ao contrário, a Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da
história daquele povo, constituindo um longo processo de formação. Ou seja,
não é formulada em um momento pontual e temporalmente determinado.
Quanto à origem: promulgadas e outorgadas
Constituição promulgada (democrática ou popular) é produzida pela
participação popular, normalmente por força do regime de democracia
representativa. Assim, a Constituição surge do trabalho de uma assembleia
constituinte, formada por representantes do povo (eleitos democraticamente).
Por outro lado, a Constituição outorgada é imposta de forma unilateral pelo
poder da época, sem a participação popular. Trata-se de obra de um agente
revolucionário que atua sem legitimidade para representar o povo.
Há a Constituição cesarista, que também não é democrática. Trata-se de
uma Constituição elaborada pelo detentor do poder e submetida ao povo, com
vistas a referendar aquele documento, dando a ele ares de aparente
legitimidade.
No Brasil, já tivemos tanto Constituições promulgadas, quanto outorgadas.
Sabendo um pouquinho de história você pode ter uma noção inicial do perfil
daquela Constituição. É só verificar o “ambiente” em que surge aquela
Constituição.
I) A primeira Constituição foi a 1824, que era imperial e outorgada.
II) Em 1937, tivemos uma Constituição outorgada, durante o regime totalitário
de Getúlio Vargas (Estado Novo).
II) A Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1969 foram
outorgadas logo após o golpe militar de 1964 e regeram o país até 1988.
Em suma, na história do constitucionalismo brasileiro tivemos Constituições
outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas (1891,
1934, 1946 e 1988).
Sintetizando:
demais leis. Assim sendo, estas (as leis) não precisam respeitar aquelas (as
normas constitucionais).
Daí ser importante você memorizar: a rigidez traz como conseqüência
lógica, o posicionamento da nossa Constituição Federal no vértice, no
topo do ordenamento jurídico. É nos ordenamentos de Constituição rígida
que vigora o princípio da supremacia formal da Constituição.
Por conseqüência, todos os atos e manifestações jurídicas, para permanecerem
no ordenamento jurídico, devem estar de acordo com a Lei Maior, a
Constituição.
Entretanto, você tem de saber que supremacia material e supremacia formal
não se confundem.
Essa superioridade que posiciona a Constituição em um plano superior e exige
conformidade das demais normas com seus princípios e suas regras consiste
na supremacia formal (supremacia decorrente das formalidades especiais
exigidas para a alteração das normas constitucionais).
Observe que essa força das normas constitucionais não existe devido ao seu
conteúdo. Não é a dignidade do tema tratado que faz nascer essa
superioridade. Ela decorre do simples fato de a norma estar dentro da
Constituição rígida.
Por seu turno, existe a supremacia material; aí sim, decorrente da matéria,
do conteúdo da norma. Essa supremacia decorre do fato de uma norma tratar
de matéria relevante, substancialmente constitucional. Não há qualquer
relação com o processo de elaboração da norma ou com o fato de ela estar
dentro ou fora de um documento único.
Supremacia formal → relaciona-se ao processo de elaboração;
Supremacia material → relaciona-se à dignidade do conteúdo;
É possível então que você já tenha formulado uma constatação interessante:
I) só há que se falar em supremacia formal das normas constitucionais em
um sistema de Constituição rígida;
II) já a supremacia material também existe nas Constituições flexíveis, não-
escritas, históricas e costumeiras.
Por fim, observe que, se a noção de supremacia formal posiciona a
Constituição acima de todas as demais normas, a Constituição funciona como
parâmetro de validade dessas normas, que devem sempre estar de acordo
com ela. Em outras palavras, o controle de constitucionalidade das leis e atos
normativos decorre da noção de supremacia formal da Constituição.
2 –Preâmbulo e ADCT
Se você abrir a sua Constituição, a primeira coisa que você vai encontrar é o
preâmbulo, nos seguintes termos:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
Observe que é como se o preâmbulo estivesse contextualizando a Constituição
que o segue, funcionando, na verdade, como uma declaração de intenções,
uma proclamação de princípios.
É interessante observar os termos destacados (por mim) em negrito, pois dão
uma noção do “espírito” que influenciará toda a Constituição que segue após
esse preâmbulo.
É evidente que você não precisa saber esse texto! O preâmbulo não cai em
concurso... O que cai é o seguinte.
I – soberania
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal II – cidadania
Pois bem, são 5 os fundamentos. E eles podem ser memorizados por meio do
mnemônico: so-ci-di-va-plu. Sei que é ridículo... mas o importante é marcar
a letra correta na hora da prova, não é?...rs
Aliás, veja esta questão de 2011 do Cespe, não saiu muito dessa forma de
cobrança (decoreba):
38) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TRE/ES/2011) Constituem
fundamentos da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa
humana, a independência nacional e a igualdade entre as nações.
A dignidade da pessoa humana, de fato, é um dos fundamentos (CF, art. 1°,
III), mas não são fundamentos a “independência nacional” e nem a “igualdade
entre as nações”. Veremos mais à frente que constituem princípios que
regem o Brasil em suas relações internacionais (CF, art. 4°).
Item errado.
Já os objetivos fundamentais estão expressos no art. 3° da CF/88 e visam a
assegurar a igualdade material aos brasileiros, possibilitando iguais
oportunidades a fim de concretizar a democracia econômica, social e cultural e
tornar efetivo o fundamento da dignidade da pessoa humana. Observe que são
quatro os objetivos e todos eles começam com um verbo.
Bom, diante dessas questões, deu pra perceber que vale a pena memorizar
esses quatro primeiros artigos da nossa CF, não é?
Guarde esses detalhes.
Por hoje é só. Estou bastante empolgado com o nosso curso. Espero que você
tenha gostado da aula.
Um abraço e bons estudos!
Frederico Dias
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 2009.
HOLTHE, Leo Van. Direito Constitucional, 2010.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009.
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo
Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 2007.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010.
http://www.stf.jus.br
http://www.cespe.unb.br