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O Tribunal de Cristo
C. O lugar do bema de Cristo. Não é preciso destacar que esse exame deve
realizar-se na esfera das regiões celestes. 1 Tessalonicenses 4.17 diz que seremos
"arrebatados [...] entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares". Visto que o bema
segue a translação, os "ares" devem ser o seu palco. Isso também é apoiado por 2
Coríntios 5.1-8, em que Paulo descreve os acontecimentos que ocorrem quando o
crente "deixar o corpo e habitar com o Senhor". Desse modo, isso deve acontecer na
presença do Senhor na esfera dos "lugares celestiais".
D. O Juiz no bema de Cristo. 2 Coríntios 5.10 deixa claro que esse exame é
conduzido diante da presença do Filho de Deus. João 5.22 declara que todo o
julgamento foi confiado às mãos do Filho. O fato de esse mesmo acontecimento ser
citado em Romanos 14.10 como "o tribunal de Deus" mostraria que Deus confiou o
julgamento às mãos do Filho também. Parte da exaltação de Cristo é o direito de
manifestar autoridade divina no julgamento.
Desse modo o julgamento não determina o que é eticamente bom ou mau, mas,
pelo contrário, o que é aceitável e o que não tem valor. O propósito do Senhor não é
punir Seu filho pelos pecados, mas recompensar seu serviço pelas coisas feitas em
nome do Senhor.
1. Com base nesse teste, haverá duas decisões. Haverá perda de recompensa
para o que for destrutível pelo fogo. Coisas feitas na força e para a glória da carne,
independentemente do ato, serão reprovadas. Paulo expressa seu medo de depender
da energia da carne e não do poder do Espírito quando escreve: "Mas esmurro o meu
corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo
a ser desqualificado" (1Co 9.27).
Quando Paulo usa a palavra desqualificado (adokimos), ele não está
expressando medo de perder sua salvação, mas de ter sua obra declarada "inútil". A
respeito disso, Trench escreve:
No grego clássico a palavra técnica para aplicar dinheiro em algo [...]
[dokimê] ou evidência, com a ajuda de [...] [dokimion] ou prova [...] aquilo que é
atestado por essa evidência [...] [dokimos, aprovado], aquilo que não é
confirmado pela evidência [...] [adokimos, desaprovado ou rejeitado]... (Ibid., p.
260)
Para se garantir contra uma possível interpretação de que sofrer uma perda
significa perder a salvação, Paulo acrescenta: "mas esse mesmo será salvo, todavia,
como que através do fogo" (1 Co 3.15).
Em Apocalipse 4.10, em que os anciãos são vistos lançando suas coroas perante
o trono num ato de louvor e adoração, fica claro que as coroas não serão para a glória
eterna de quem as recebeu, mas para a glória de Quem as concedeu.
Isso continuará por toda a eternidade. Visto que o galardão é associado a luz e brilho
em muitos trechos das Escrituras (Dn 12.3, Mt 13.43; 1 Co 15.40,41,49), o galardão
dado ao crente pode ser a capacidade de manifestar a glória de Cristo pela eternidade.
Quanto maior o galardão, maior a capacidade dada de glorificar a Deus. Desse modo,
no exercício do galardão do crente, Cristo, e não o crente, é glorificado.
A capacidade de irradiar a glória será diferente, mas não haverá sensação
pessoal de carência uma vez que cada crente abundará até o limite de sua capacidade,
"a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz" (l Pe 2.9).