Você está na página 1de 52

NOÇÕES DE PRIMEIROS

SOCORROS
Docente: Tacylla Cordeiro Lopes
Técnica em Segurança do Trabalho
Graduanda em Engenharia de Produção
PRIMEIROS SOCORROS
CONCEITO:

São os cuidados imediatos que devem ser prestados


rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou
de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua
vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar
o agravamento de suas condições, aplicando
medidas e procedimentos até a chegada de
assistência qualificada.
Qual a Importância dos
Primeiros Socorros?
A prática dos primeiros socorros pode, por
exemplo, evitar algum tipo de hemorragia,
manter a respiração, impedir que uma lesão se
agrave, prevenir o estado de choque, proteger
regiões do corpo que sofreram queimaduras
além de ter o cuidado necessário com ossos
possivelmente fraturados.
Primeiras Atitudes em
Situações de Emergência
 Quando não estivermos sozinhos, devemos pedir e
aceitar a colaboração de outras pessoas, sempre se
deixando liderar pela pessoa que apresentar maior
conhecimento e experiência.
 Se essa pessoa de maior experiência e conhecimento
for você, solicite a ajuda das demais pessoas, com
calma e firmeza, demonstrando a cada uma o que
deve ser feito, de forma rápida e precisa.
 Apesar da gravidade da situação devemos agir com
calma, evitando o pânico.
Orientações para Socorristas
 Mantenha a calma;
 Tenha em mente a seguinte ordem de segurança:
- Primeiro eu (o socorrista)
- Depois minha equipe (incluindo transeuntes)
- Por último a vítima
Parece contraditório, mas tem o intuito básico de não gerar
novas vítimas;
 Ligar para os recursos disponíveis na comunidade – 192 /
193. Esta comunicação deve ser feita mesmo antes de se
iniciar o atendimento.
Classificação na Triagem
Classifica o paciente no estado de emergência
em várias categorias que representam o nível de
prioridade, com as necessidades de tempo
específicas para a avaliação e o tratamento
posterior.
Classificação no Sistema de Triagem
• Emergencial – Condições potencialmente ameaçadoras
à vida ou à ação normal de qualquer órgão. Apresentam
a mais alta prioridade. Atendimento imediato.
• Urgente – Condições graves, mas geralmente não
perigosas se o suporte médico e o tratamento tiverem
uma pequena demora. Tratamento deverá ter início
entre 20 minutos e 2 horas.
• Não emergencial – Prioridade mínima, permitindo uma
demora maior para o atendimento médico sem prejuízo
ao paciente. Atendimento após as condições
emergentes e urgentes terem sido atendidas.
Condições de Situação Emergencial
• Dificuldade ou parada respiratória;
• Parada cardíaca;
• Dor torácica aguda com dispnéia ou cianose;
• Hemorragia grave;
• Traumatismo craniano;
• Coma;
• Envenenamento ou dosagem excessiva de droga;
• Ferimento torácico ou abdominal;
• Choque profundo;
• Lesões múltiplas;
• Parto de emergência ou complicações da gravidez.
Condições de Situação Urgente
• Dor torácica sem associação a sintomas respiratórios;
• Queimaduras;
• Fraturas maiores;
• Grau diminuído de consciência ou outras deficiências
neurológicas agudas;
• Ferimentos nas costas;
• Náusea persistente, vômito e/ou diarréia;
• Dor abdominal grave;
• Temperatura entre 39 e 40.5º C
• Estados de pânico agudo;
• Sangramento forte por qualquer orifício
Condições de Situação Não
Emergencial
• Dor crônica nas costas ou outra queixa crônica;
• Dor de cabeça moderada;
• Fraturas menores, luxações e distensões;
• Queimaduras leves;
• Corrimento vaginal ou peniano;
• Infecções respiratórias superiores ou urinárias;
• Morte ao atendimento.
Conhecendo o Corpo Humano...

Os primeiros socorros estão ligados aos nossos


sistemas, ou seja, são intercorrências que acontecem
por algum motivo, fazendo o nosso organismo
funcionar de modo inadequado.
Através da respiração, pupilas, batimentos cardíacos,
temperatura corpórea, coloração dos tecidos, pode ser
percebido que alguma coisa não está indo bem.
Sistema Respiratório

O sistema respiratório é formado pelas


vias aéreas superiores, pulmões,
traquéia, brônquios, alvéolos, etc.
O mesmo realiza a função da
respiração, realizando a troca gasosa.
Normalmente nossa frequência
respiratória varia entre 12 a 15
incursões por minuto.
Sistema Circulatório

O sistema circulatório, é composto


pelo nosso coração, que encabeça a
alimentação de O2 para o nosso
corpo, sendo responsável também
pelo suprimento sanguíneo. Nosso
coração bate entre 60 a 90
batimentos por minuto.
Parada Respiratória
Existem muitas situações em que a pessoa pode
sofrer uma parada respiratória, como por exemplo
um afogamento, estrangulamento, soterramento,
sufocação, etc.
Um modo simples de perceber se ainda há respiração é
chegar bem próximo da boca e do nariz da vítima e:
• Observar se o tórax se expande;
• Ouvir se há algum ruído de respiração;
• Sentir na sua própria face se há saída de ar;
Parada Respiratória
SINAIS:
• Inconsciência;
• Tórax imóvel;
• Ausência de saída de ar pelas vias aéreas (nariz e
boca).

Quando acontece a Parada Respiratória, é preciso estar


atento para outra situação que pode ocorrer
simultaneamente: a parada cardíaca.
Parada Cardíaca

A melhor forma de verificar a pulsação é procurar sentí-


las onde passam o fluxo arterial, principalmente no
pescoço e pulso.

SINAIS:

• Inconsciência;
• Ausência de pulsação (batimentos);
• Ausência do som dos batimentos;
CONTATO COM A VÍTIMA
Se a vítima estiver consciente o socorrista deve:
• Apresentar-se, dizendo seu nome e que está lá
para ajudar a socorrer;
• Indagar se pode ajudá-la (obtenha o
consentimento).
• Questionar sobre o ocorrido;
• Questionar a sua queixa principal;
• Informar que vai examiná-la e a importância de
fazê-lo.
Caso a vítima não esteja consciente
Aplicar a técnica: VER/OUVIR/SENTIR
Liberar as VAS da vítima através da manobra
indicada;
• Aproximar o ouvido da boca e nariz da vítima
voltando a face para seu tórax;
• Observar os movimentos do tórax;
• Ouvir os ruídos próprios da respiração;
• Sentir a saída de ar das VAS da vítima e
sua pulsação radial ou carotídea.
Caso a vítima não esteja consciente
Aplicar a técnica: VER/OUVIR/SENTIR
• Fazer abertura das vias aéreas, por uma das
manobras:
· Manobra de elevação da mandíbula;
· Manobra de tração do queixo;
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
• O suporte básico de vida (SBV) define a sequência
primária de ações para salvar vidas.
• Por mais adequado e eficiente que seja um suporte
avançado (SAV), se o SBV não for adequado, será muito
baixa a chance de sobrevivência da vítima de PCR.
• Os minutos iniciais de atendimento a uma PCR são críticos
em relação à sobrevivência da vítima.
• A cada minuto transcorrido do início da PCR, sem
compressões torácicas/desfibrilação, as chances de
sobrevivência diminuem em 7% a 10%.
SBV: SEQUÊNCIA COMPLETA
AVALIE A RESPONSIVIDADE E A RESPIRAÇÃO DA VÍTIMA
• Avalie a responsividade da vítima, chamando-a e
tocando-a pelos ombros.
• Se a vítima responder, apresente-se e converse com ela
perguntando se precisa de ajuda (fique ao seu lado e
aguarde para ver sua evolução e, caso seja necessário,
chame ajuda).
• Se a vítima não responder ou estiver somente com
“gasping”, avalie sua respiração, observando se há elevação
do tórax, em menos de 10 segundos, chame ajuda
imediatamente.
SBV: SEQUÊNCIA COMPLETA
CHEQUE O PULSO
*Cheque o pulso carotídeo [pulso central] da vítima em <10
segundos.
• COM PULSO: Caso haja pulso, faça 1 ventilação a cada 6
seg (10 ventilações por minuto) e cheque o pulso a cada 2
minutos.
• SEM PULSO: Se não houver pulso ou houver dúvida, inicie
os ciclos de compressões torácicas e ventilações.
SBV: SEQUÊNCIA COMPLETA
INICIE AS COMPRESSÕES TORÁCICAS
◦ Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos
distantes um do outro (estabilidade);
◦ Afaste ou corte a roupa que está sobre o tórax da vítima,
para deixá-lo desnudo;
◦ Coloque a região hipotenar de uma mão sobre o esterno
da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a;
◦ Estenda os braços;
◦ Posicione-os cerca de 90º acima da vítima;
◦ Faça, no mínimo, 100 compressões/minuto e no máximo
120 compressões/minuto; ou;
◦ Inicie ciclos de 30 compressões para 2 ventilações,
considerando que existe um dispositivo de barreira (por
exemplo, máscara de bolso) para ventilar a vítima.
◦ Com profundidade de no mínimo 5 cm (2 polegadas) e no
máximo 6 cm (2,4 polegadas); Ou seja, comprima rápido e
forte!
SBV: SEQUÊNCIA COMPLETA
COMPRESSÕES TORÁCICAS
◦ Permita o retorno completo (total) do tórax após cada compressão,
sem retirar as mãos do tórax.
◦ Reveze com outro socorrista a cada dois minutos (evita fadiga,
mantém boas compressões).
◦ A realização imediata de RCP em uma vítima de PCR, ainda que
apenas compressões torácicas no pré-hospitalar, aumenta as taxas de
sobrevivência.
◦ Compressões torácicas efetivas e de qualidade, com frequência e
profundidade adequadas são essenciais para promover o fluxo de
sangue, devendo ser realizadas em todos os pacientes em parada
cardíaca.
◦ O sucesso de uma desfibrilação depende da qualidade das
compressões torácicas realizadas.
As manobras de RCP devem ser
ininterruptas, exceto:
✓se a vítima se movimentar;
✓durante a fase de análise do desfibrilador;
✓na chegada da equipe de resgate;
✓no posicionamento de via aérea avançada ou;
✓exaustão do socorrista.
Fraturas
As fraturas costumam ser precedidas de uma
história de trauma direto ou quedas. É a perda,
total ou parcial, da continuidade de um osso.
Podem ser simples (fechadas) ou expostas
(abertas).
Fraturas
O que fazer: O que não fazer:
• Apalpe o local, observando se • Não tentar jamais recolocar
há reação de dor; o osso exposto de volta
• Tranquilize a vítima; para o seu lugar;
• Movimente a vítima o mínimo • Não tocar no osso exposto;
possível; • Não deslocar, remover ou
• Cubra ferimentos com gaze ou transportar o acidentado de
panos limpos; fratura, antes de ter a parte
• Imobilize o membro com afetada imobilizada
tipóias, talas e ataduras; corretamente. Salvo
• Providenciar o atendimento situações extremas.
especializado o mais rápido
possível.
ENTORSES
• Lesão provocada pelo
estiramento ou laceração do
ligamento. São causadas por
torção brusca de uma
articulação além de sua
amplitude de movimento
normal. Pode ser difícil
diferenciar de uma fratura
dependendo do grau do
edema (inchaço).
ENTORSES
O que fazer: O que não fazer:
• Aplicar gelo ou • Evitar a movimentação
compressas frias no local da área lesionada.
alivia a dor e evita que
inche muito;
• Imobilizar o local como
nas fraturas. A
imobilização deverá ser
feita na posição que for
mais cômoda para o
acidentado.
LUXAÇÃO
• É o deslocamento de um
ou mais ossos para fora da
sua posição normal na
articulação. A luxação
provoca muita dor. É difícil
diferenciar da fratura além
de as duas poderem estar
associadas.
LUXAÇÃO
• SINAIS E SINTOMAS
• dor intensa;
• deformidade grosseira no local da lesão,
podendo apresentar um encurtamento ou
alongamento do membro afetado;
• impossibilidade de movimentação.
Uma luxação é considerada de maior urgência do
que uma fratura, porque ela gera dor mesmo
imobilizada e em repouso.
LUXAÇÃO
O que fazer: O que não fazer:
• Aplicar bolsa de gelo ou • Não tente colocar a
compressas frias no articulação no lugar.
local afetado; • Nos casos de luxações
• Imobilizar a articulação recorrentes o próprio
luxada e encaminhar a acidentado, por vezes,
vítima ao pronto já sabe como reduzir a
socorro o mais breve luxação.
possível.
DISTENSÃO
• As distensões são lesões aos músculos ou seus
tendões, geralmente são causadas por
hiperextensão ou por contrações violentas.
Em casos graves pode haver ruptura do
tendão.
DISTENSÃO
• SINAIS E SINTOMAS
• dor;
• inchaço;
• espasmos musculares e
• capacidade limitada de mover o músculo.
Quadro Clínico Diferencial
REGRAS PARA A IMOBILIZAÇÃO
• Não imobilize a vítima caso provoque mais dor;
• Checar pulso e sensibilidade abaixo da lesão antes e depois de
imobilizar;
• Imobilize as articulações imediatamente abaixo e acima da
lesão;
• Imobilize a área lesionada na posição em que foi encontrada.
• Remover jóias e relógios para não prejudicar a circulação;
• Cubra todos os ferimentos antes de imobilizar.
Desmaios
Outro fenômeno bastante frequente é o desmaio,
causado pela diminuição de sangue no cérebro.
O desmaio pode ser provocado por vários motivos,
entre os quais falta de alimentação, fadiga, emoção
forte, grande perda de sangue ou, ainda, permanência
em ambientes muito abafados.
Desmaios
SINAIS E SINTOMAS
• Fraqueza;
• Tontura;
• Escurecimento da vista;
• Suor frio;
• Palidez;
• Falta de controle motor.
Como Agir?
• Colocar a vítima deitada de barriga para cima, com os
pés ligeiramente elevados;
• Conversar com ela, orientando-a para que respire
profunda e lentamente;
• Permanecer ao lado da vítima para, em caso de perda da
consciência, fazer a avaliação e se necessário, iniciar a
massagem cardíaca.
Convulsões
• A vítima de crise convulsiva sempre cai e seu corpo fica
tenso e retraído. Em seguida, ela começa a debater-se
violentamente, pode virar os olhos para cima e
apresentar lábios e dedos arroxeados. Em certos casos,
pode até babar e urinar.
• Essas contrações fortes duram de 2 a 4 minutos. Depois
disso, os movimentos começam a enfraquecer e a vítima
vai se recuperando lentamente. A crise convulsiva pode
ter como causa a febre muito alta, intoxicações ou,
ainda, epilepsia ou lesões cerebrais.
Como Agir?
• Proteger as partes do corpo da vítima para que a
mesma não se machuque;
• Não tentar colocar nada dentro da boca da mesma;
• Esperar o episódio passar e chamar socorro.
Queimaduras
• As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na
maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos ou
elétricos.
• Esses fatores atuam nos tecidos de revestimento do
corpo humano, determinando destruição parcial ou
total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas
mais profundas, como tecido celular subcutâneo
(abaixo da pele), músculos, tendões e ossos.
Queimaduras
• Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de
calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos
quentes, queimadura de sol, exposição ao frio intenso
• Queimaduras químicas: são provocadas por
substâncias químicas em contato com a pele ou
mesmo através das roupas
• Queimaduras por eletricidade: são provocadas por
descargas elétricas.
Queimaduras
• Queimadura de 1° grau - envolvem apenas a
epiderme, a camada mais superficial da pele.
• Queimadura de 2° grau - envolve a epiderme e a
porção mais superficial da derme
• Queimadura de 3° grau - acometem toda a derme e
atingem tecidos subcutâneos, com destruição total de
nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e
capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir
músculos e estruturas ósseas.
ATENÇÃO!

Em hipótese alguma nos casos de queimaduras deve-


se:
 Retirar qualquer pedaço de roupa ou tecido que
porventura ficarem agarrados à pele da vítima;
 Estourar as bolhas que se formaram, nem retirar a
pele das que já estouraram;
 Aplicar gelo sobre as queimaduras, pois ele também
causa queimaduras;
 Aplicar receitas caseiras como: manteiga, creme
dental, entre outros.

Você também pode gostar