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Eletrônica de Potência II

Prof. Alessandro Batscahuer

Prof. Cassiano Rech 1


Inversores alimentados em tensão

• Inversores monofásicos
 Meia-ponte (half-bridge)

 Ponte-completa (full-bridge)

 Push-pull

• Inversores trifásicos

Breve revisão sobre o conceito dos harmônicos e a influência de


suas parcelas nos equipamentos elétricos e na qualidade de
energia.

2
Influência dos harmônicos

• Motores:
- Harmônicos de tensão nos terminais do motor
resultam em fluxos harmônicos no núcleo. Esses
fluxos harmônicos não contribuem significativamente
para o torque do motor, pois geram uma velocidade
diferente da velocidade síncrona;
- Diminuição do rendimento;
- Aumento da temperatura;
- Diminuição da vida útil;
- Aumento do ruído sonoro;
- Danificação dos mancais devido ao batimento do
torque.
• Capacitores
- Aumento das perdas;
- Aumento da temperatura;
- Diminuição da vida útil.

3
Influência dos harmônicos

• Transformadores:
- Aumento das perdas no cobre e no ferro;
- Aumento da temperatura;
- Aumento das quedas de tensão nas reatâncias de
dispersão;
- Circulação de corrente pelas capacitâncias parasitas;

• Cabos de alimentação
- Diminuição da área efetiva (efeito pelicular) gerando
aquecimento;
- Aumento do valor eficaz da corrente;
- Ressonância.

4
Conceito fundamental dos
harmônicos
• Segundo a Série de Fourier: qualquer sinal periódico pode
ser decomposto em uma soma de sinais senoidais;
• A primeira parcela da equação representa o valor médio e
a segunda parcela representa o valor fundamental e a
somatória dos harmônicos.

Harmônicos: são formas de onda senoidais com frequências múltiplas


(h = 2,3,4...) da frequência em que o sistema opera normalmente
(frequência fundamental).

• Apresentar a animação

• O fator de potência depende da taxa de distorção harmônica:


1
FP  cos 1 
1  THD 2

• A taxa de distorção harmônica é a relação entre o valor RMS


das componentes harmônicas e da componente fundamental: 

I
h2
h
2

THD 
I12
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Conceito fundamental dos
harmônicos

• Como o fator de potência depende da defasagem entre as componentes


fundamentais de tensão e corrente, e da distorção harmônica de corrente, é comum
dividir a potência reativa em duas parcelas:
Q: devido à defasagem entre as fundamentais de tensão e corrente;
H: produzida pela distorção harmônica.
Quando se despreza a taxa de
Q  S cos( ) cos( ) 
1 distorção harmônica da tensão.
H  S cos( ) 1  THDi 2
Tetraedro de potência
Expressão da potência aparente

S  P2  Q2  H 2

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Conceito fundamental dos
harmônicos
• Os harmônicos influenciam no:
- Desempenho dos equipamentos elétricos e eletrônicos;
- E na qualidade de energia do sistema;

• A potência aparente é composta por uma parcela ativa e duas parcelas


reativas;

• Os equipamentos eletrônicos comercializados na Europa devem atender à


norma IEC 61000-3-2;

• Esta norma regulamenta os harmônicos emitidos pelos equipamentos


eletrônicos. Os equipamentos eletrônicos são divididos em classes e para
cada classe existe um limite aceitável.

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estrutura básica
• Esta topologia possui dois braços inversores, compostos por um par de interruptores
conectados em antiparalelo com diodos;
• Os interruptores S1 e S2, assim como S3 e S4, devem operar de forma complementar
• Com a mesma tensão do barramento CC, a máxima tensão de saída do inversor em
ponte completa é o dobro do máximo valor obtido com inversor em meia ponte;
• Assim, normalmente é aplicado em maiores níveis de potência, quando comparado ao
inversor meia-ponte

S1 S3

io + vo -
E CARGA

S2 S4

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estados de comutação

Estado S1 S2 S3 S4 Tensão
1 ON OFF OFF ON E
2 ON OFF ON OFF 0
3 OFF ON OFF ON 0
4 OFF ON ON OFF -E

Estado 1
io > 0 io < 0

S1 S3 S1 S3

io io + E -
R L
E E CARGA
+ E -

S2 S4 S2 S4

9
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estados de comutação

Estado S1 S2 S3 S4 Tensão
1 ON OFF OFF ON E
2 ON OFF ON OFF 0
3 OFF ON OFF ON 0
4 OFF ON ON OFF -E

Estado 2
io > 0 io < 0

S1 S3 S1 S3

io + 0 V - io + 0 V -
E CARGA E CARGA

S2 S4 S2 S4

10
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estados de comutação

Estado S1 S2 S3 S4 Tensão
1 ON OFF OFF ON E
2 ON OFF ON OFF 0
3 OFF ON OFF ON 0
4 OFF ON ON OFF -E

Estado 3
io > 0 io < 0

S1 S3 S1 S3

io + 0 V - io + 0 V -
E CARGA E CARGA

S2 S4 S2 S4

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estados de comutação

Estado S1 S2 S3 S4 Tensão
1 ON OFF OFF ON E
2 ON OFF ON OFF 0
3 OFF ON OFF ON 0
4 OFF ON ON OFF -E

Estado 4
io > 0 io < 0

S1 S3 S1 S3

io + -E - io + -E -
E CARGA E CARGA

S2 S4 S2 S4

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Etapas de operação (Carga RL)
 1ª etapa: Os interruptor S1 e S4 são acionados, enquanto S2 e S3
permanecem bloqueados. A tensão nos terminais da carga RL é E. Durante
esta etapa a fonte CC entrega energia à carga. A corrente de saída io cresce
exponencialmente.

dio  t 
E  Rio  t   L
S1 S3 dt
io  
T
 t
R L
E  E  1  e 2

t
 e 
io  t   1  e  
E 
+ E -
R R  T 
  1  e 2


S2 S4  
onde:
L

R
13
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Etapas de operação (Carga RL)
 2ª etapa: Em t = T/2, os interruptores S1 e S4 são bloqueados e os
interruptores S2 e S3 são acionados. A indutância da carga não permite
variações bruscas na corrente io, então a polaridade da tensão na indutância
inverte-se para manter a corrente no mesmo sentido. A inversão da
polaridade da tensão na indutância polariza diretamente os diodos D2 e D3,
transferindo a energia armazenada no indutor para a fonte CC. A tensão nos
terminais da carga RL é -E. A corrente io decresce exponencialmente.

dio  t 
S1 S3 E  Rio  t   L
dt
io R L
 
T
 t
E  E  1  e 2
E t
+ -E - 
io  t    1  e  
  e 
R R  T 
  1  e 2


S2 S4
 

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Etapas de operação (Carga RL)
 3ª etapa: Esta etapa inicia quando a corrente io se anula, provocando a
entrada em condução dos interruptores S2 e S3. A partir deste instante, a
corrente io inverte de sentido e continua sua variação exponencial. A tensão
nos terminais da carga RL permanece igual a -E. Nesta etapa a carga recebe
energia da fonte de alimentação CC.

dio  t 
S1 S3
E  Rio  t   L
dt
io R L
E
 
T
 t
+ -E -
E   E  1  e 2
t
 e 
io  t    1  e  

S2 S4 R R  T 
  1  e 2


 

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Etapas de operação (Carga RL)
 4ª etapa: Em t = T, os interruptores S2 e S3 são bloqueados e S1 e S4 são
acionados. Os diodos D1 e D4 entram em condução devido à presença da
indutância na carga. Durante esta etapa a carga transfere energia para a
fonte de alimentação CC. A corrente io decresce exponencialmente,
mantendo o mesmo sentido da etapa anterior. A tensão na carga é agora
igual à E. Esta etapa finaliza com a anulação da corrente na carga e a
entrada em condução dos interruptores S1 e S4, iniciando um novo ciclo.

dio  t 
E  Rio  t   L
S1 S3 dt
io R L  
T
 t
E E  E  1  e 2
t
 e 
+ E - io  t   1  e  

R R  T 
  1  e 2


S2 S4  

16
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Formas de onda (Carga RL)

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – Onda quadrada

ONDA 0 < t < T/2  S1 e S4 estão ligadas, e S2 e S3 estão desligadas (vo = E)


QUADRADA T/2 < t < T  S1 e S4 está desligadas, e S2 e S3 estão ligadas (vo = -E)

 Razão cíclica (D) de todas os


interruptores é igual à 0,5;
 Operação em baixa freqüência;
 Harmônicos em baixa freqüência;
 Amplitude da componente
fundamental da tensão:

4
v o 1  E  1,2732E

v o 1
 v o h  THDv (%)  48,34%
h
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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação
Modulação por largura de
pulso único ou quase
vAN
quadrada

S1 S3
180º
io + vo -
E A CARGA B vBN

S2 S4

N vo
 Razão cíclica (D) de todas os
interruptores é igual à 0,5;
 Operação em baixa freqüência; - A razão cíclica da tensão nas extremidades da carga é mantida
constante,
 Harmônicos em baixa freqüência; - A transferência de potência é controlada mudando a defasagem
entre as tensões nas extremidades da carga.
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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação

Vab Coeficientes em seno:


E
T
2
T 
b n  . f ( t ).sen ( n.t ) dt
0
    t

-E
1   2  
b n  .
  

E.sen ( n.t ) dt  

 E.sen ( n.t ) dt 

1 E E
bn   .   cos n.        cos(  .n )    cosn.2      cosn.(    ) 
 n n 

4.E
bn  . cos.n 
.n

4.E
b1  .cos  

Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação

% harmônico em relação a tensão E


150
fundamental
135 harm.de ordem 3
120 harm. de ordem 5
105 harm. de ordem 7
90
% 75
 nbn 
60 a cos 
 4.E 
45 
n
30
15
1 ,571
0 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
n

Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM dois níveis

PWM SENOIDAL
DOIS NÍVEIS  vref > vtri  vo = E (S1 e S4 ON)
 vref < vtri  vo = -E (S2 e S3 ON)
S1 S3

Vref
E A
io + vo -
B vo 1  maE onde: ma 
CARGA
Vtri
(para ma  1) fs
S2 S4
mf 
vref f
vtri
N

1/fs
22
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM dois níveis
 vref > vtri  vo = E (S1 e S4 ON)
vref
vtri  vref < vtri  vo = -E (S2 e S3 ON)

(vo)1

Ts
23
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM dois níveis

ma = 0,95
fs = 1200 Hz Harmônicas dominantes da tensão de
mf = 20 saída estão concentradas em torno da
freqüência de comutação
24
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM três níveis

PWM SENOIDAL
 vref > vtri  vAN = E (S1 ON)
TRÊS NÍVEIS
 vref < vtri  vAN = 0 (S2 ON)

S1 S3
 (-vref) > vtri  vBN = E (S3 ON)
io + vo -  (-vref) < vtri  vBN = 0 (S4 ON)
E A CARGA B

S2 S4
v o  v AN  v BN vo 1  maE
(para ma  1)
vref -vref
N vtri

1/fs 25
Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM três níveis

vAN

vBN

vo (vo)1

Ts

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM três níveis

• Em um período de comutação, a tensão na saída transita entre 0 à E duas


vezes;
• Portanto, esta modulação possui a vantagem de dobrar a frequência de
comutação na saída sem alterar a frequência de comutação dos
interruptores (em comparação com a modulação PWM dois níveis);
• Isso faz com que os harmônicos dominantes se concentrem em torno do
dobro da frequência de comutação;
• Quanto maior a frequência dos harmônico, mais fácil se torna o projeto do
filtro e menor é o par LC do filtro.

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Inversor em ponte completa (full-bridge):
Estratégias de modulação – PWM três níveis

ma = 0,95
fs = 1200 Hz Harmônicas dominantes da tensão de
mf = 20 saída estão concentradas em torno do
dobro da freqüência de comutação
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Bibliografia

• D. C. Martins, I. Barbi, “Introdução ao Estudo dos Conversores CC-


CA”

• M. H. Rashid, “Eletrônica de Potência: Circuitos, Dispositivos e


Aplicações”

• Mohan et. all., “Power Electronics: Converters, applications and


design”, Second edition

• A. Ahmed, “Eletrônica de Potência”

• D. Borgonovo, “Modelagem e Controle de Retificadores PWM


trifásicos empregando a transformação de Park”. Dissertação de
Mestrado, UFSC, 2001.

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