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1- Introdução
Este conhecimento se faz importante , visto que, nos dias de hoje, as correias ganham cada
dia mais espaço na indústria devido à sua facilidade de manutenção, baixo custo, limpeza e
proteção contra vibrações e sobrecargas.
A correia é o elemento flexível, que pode ser composta de vários materiais e formas,
responsável pela transmissão de rotação entre dois eixos paralelos. Em sua forma mais
simples, a transmissão por correias é composta por um par de polias, uma motriz (fixada ao
eixo motor) e outra resistente, e uma correia ou grupo delas.
2- Generalidades
Essa diferença de tensão verificada entre os lados tenso e frouxo da correia é responsável
pelo fenômeno de deformação da mesma, também conhecido como "creep". Este fenômeno
pode ser explicado da seguinte maneira: na polia motriz, a correia entra tensa (tração F1) e
sai frouxa (tração F2); assim, à medida que a correia passa em torno da polia, a tensão
diminui, gradualmente, de F1 para F2, e a correia sofre uma contração também gradual. Em
conseqüência disso, sai da polia um comprimento menor de correia do que entra, uma vez
que a correia perde um pouco do seu alongamento ao mover-se em torno da polia. Já na
polia resistente, o fenômeno se repete, mas inversamente.
Outro fenômeno que pode acontecer em transmissões por correias é o deslize, sendo este
conseqüência de uma tensão inicial insuficiente ou de uma sobrecarga excessiva no eixo
resistente, o que causa uma compressão insuficiente da correia sobre a polia, não
desenvolvendo o atrito necessário entre elas.
O deslize e o “creep” são fenômenos que se processam à custa de potência do eixo motor e
que, portanto, diminuem o rendimento da transmissão. O “creep” é um fenômeno
inevitável, conseqüência da elasticidade dos materiais, mas as perdas de potência dele
decorrentes são pequenas e não afetam de modo sensível a qualidade da transmissão. Por
outro lado, o deslize, quando excessivo, pode não somente diminuir apreciavelmente o
rendimento da transmissão, mas também gerar calor capaz de danificar a superfície da
correia. O deslize pode ser evitado com a aplicação de uma tensão inicial correta na correia.
3- Vantagens
Segurança: A transmissão por correias oferece proteção contra choques (em decorrência do
deslizamento), vibrações (em função do elemento ser flexível) e sobrecarga (também
decorrente do deslizamento). No caso do choque e/ou sobrecarga exceder a força de atrito,
ocorrerá o deslizamento da correia, protegendo, assim, o sistema motor, o que não ocorre
nas transmissões por correntes e engrenagens.
Economia : A transmissão por correias é mais econômica que qualquer outro tipo de
transmissão, tanto no custo da instalação quanto da manutenção, uma vez que o preço das
correias fabricadas em série não é elevado, o mecanismo não exige lubrificação (como
exigem correntes e engrenagens) e a substituição das correias gastas se faz fácil e
economicamente. Também tem-se uma economia de tempo de parada de produção, uma
vez que as correias podem ser substituídas de um modo cômodo e rápido.
Versatilidade : As transmissões por correias podem ser projetadas com grandes reduções ou
grandes multiplicações de rotações e, numa mesma instalação, com uma única correia,
podem-se obter diferentes relações de velocidades, bastando para isso colocar a correia, ora
em um par, ora em outro par de polias, como representadas na FIGURA 02a. Além disto, a
transmissão de rotações pode ser conseguida com rotações no mesmo sentido (correias
abertas, FIGURA 02b) ou em sentidos opostos (correias cruzadas, FIGURA 02c).
Comodidade : Uma transmissão está a salvo das vibrações que podem ser observadas nas
transmissões por engrenagens. Isso se deve ao fato das correias serem flexíveis.
FIGURA 04.a
( D2 − D1 ) 2
L ≈ 2C + 1,57( D2 + D1 ) + correia aberta
4C
FIGURA 04.b
( D2 + D1 ) 2
L ≈ 2C + 1,57( D2 + D1 ) + correia cruzada
4C
4.3 Ângulo de Contato (ou Abraçamento)
R−r D − D1
θ = π + 2arc sen ≈π ± 2 radianos
C C
Este valor dá uma boa aproximação quando a distância entre centros é grande ou as polias
têm aproximadamente o mesmo diâmetro. Caso contrário a aproximação θ = (D2 –D1) / C
é suficiente.
A correia deve estar submetida a uma tração inicial (tração à velocidade zero), para que não
haja deslizamento na partida. Se a tração inicial for muito grande, a correia será danificada
pela tensão excessiva. Além disto, uma vez que a tração na árvore é igual à soma das
trações, F1 + F2, uma tração inicial elevada pode submeter a árvore e os mancais a grandes
esforços.
Quanto mais baixa for a tensão inicial, menor será o valor de F2. A tração inicial poderia ser
tão baixa que teoricamente F2 = 0, porém, na realidade, a correia saltaria da polia antes que
essa condição fosse atingida, em virtude do deslizamento excessivo. A relação entre F1 e F2
é freqüentemente expressa pela razão F1 / F2, sendo 3 um valor razoável para fins de
projeto. Maiores valores de F1 / F2 são permitidos em correias muito flexíveis. A tração
inicial ou estática é mantida por ajustagens periódicas na correia, movendo-se as polias para
um afastamento maior, ou então pelo uso de um processo automático de tensionamento.
A figura acima mostra os ângulos a considerar. Uma vez que o elemento de correia é um
corpo livre, em equilíbrio, a soma das forças em qualquer direção é zero. Somando as
forças tangencialmente ao círculo no ponto em questão, resulta ((F = 0).
dθ dθ dθ
fN + F cos − ( F + dF ) cos = fN − (dF ) cos = 0 (a )
2 2 2
Uma vez que o seno de um ângulo muito pequeno é bem próximo do próprio ângulo e que
o produto das duas quantidades infinitesimais dF e dθ pode ser desprezado, a equação (b)
torna-se:
S + N − Fdθ = 0 (c )
Ou
N = Fdθ − S (c)
Como a força N é desconhecida , podemos eliminá-la das equações (a) e (c); fazendo
também cos(dθ /2) = 1, temos:
fFdθ − fS − dF = 0 (d )
Neste caso,
fρbtv 2 (dθ )
fFdθ − − dF = 0
g
Separando as variáveis:
dF
= fdθ
ρbtv 2
F−
g
Integrando a equação, tendo F1 e F2 como limites de F e 0 e θ como de θ , e tomando o
termo ρ btv2/g como constante, vem:
ρbtv 2
F1 −
g
= e fθ
ρbtv 2
F2 −
g
Porém F1 é a força para q qual a correia deve ser projetada. Então, usando a equação F =
σ A, obtém-se F1 = σ bt, onde, no projeto, σ é a tensão admissível para o material da
correia. Substituindo F1 na equação acima e colocando as dimensões da correia bt em
evidência, temos:
ρv 2 e fθ − 1
F1 − F2 = bt (σ − )( fθ ) SI
g e
12 ρv 2 e fθ − 1
F1 − F2 = bt (σ − )( fθ ) Sistema Inglês
32,2 e
Existem, também, outros tipos de correias no mercado, mas que são menos utilizadas,
como, por exemplo, as de seção hexagonal, as Poli-V, as sincronizadoras, dentre outras.
Poli -V
Seção hexagonal ou W
Poli - V
Duplo - V
Polyflex
Uma correia plana é uma correia que se mantém plana sobre a polia e cuja seção transversal
é retangular e consideravelmente mais larga do que espessa. Tal correia, que é um dos
elementos mais antigos usados para transmitir potência de uma árvore para outra, é
preferível em muitas transmissões, onde as seguintes características são vantajosas: baixo
custo inicial, flexível (conseqüentemente, absorvente de choques e vibrações), adequada
para grandes distâncias entre os centros das polias, de longa duração, de funcionamento
silencioso, deslizante quando ocorrer sobrecarga (dentro de uma certa intensidade). As
transmissões, projetadas de maneira adequada, operam indefinidamente com uma pequena
manutenção, desde que a tensão na correia seja mantida corretamente.
As correias planas podem ser feitas de cânhamo, algodão, couro e borracha. Geralmente são
fabricadas com cordões de algodão ou cânhamo, inseridos em borracha vulcanizada. O
elemento de resistência é o cordão e a borracha serve para proteção.
Associada à correia plana, são utilizadas as polias lisas e abauladas. Esse abaulamento tem
a função de manter a correia centrada. Este abaulamento não pode ser muito grande para
evitar que a correia saia da polia. Ele pode ser determinado através da relação 1%F = dc –
db. Sendo dc o diâmetro no centro, db o diâmetro na beirada e F a largura. As polias que
são associadas a estas correias podem ser de madeira, fibra de papel, ferro fundido e aço. A
cada material tem-se uma associação de velocidade máxima periférica, de acordo com a
potência e diâmetro das mesmas.
Assim, no caso das correias planas, para o mesmo material, existem tabelas em função da
largura e da espessura.
HP (motor ).Ks
b=
HP(tab).K 1
As correias trapezoidais possuem lados inclinados que se encaixam nas ranhuras (em V)
das polias, conforme pode ser verificado na figura abaixo. Atualmente, alguns fabricantes
fazem os lados inclinados ligeiramente convexos, de maneira que ao sofrer encurvamento
em torno da polia, os lados convexos tornam-se retos, tendo maior área de contato com a
polia, o que proporciona maior força de atrito.
Como as correias trapezoidais têm seções retas padronizadas, as potências estão tabeladas
em função destas seções, e do tipo de serviço, velocidade, e diâmetro da polia menor.
Serviço leve:
Serviço intermitente – não mais de 6 horas de trabalho intermitente por dia.
Potência resistente nunca excedente à capacidade do motor.
Serviço normal:
Onde o arranque inicial ou as sobrecargas momentâneas nunca excedem 150% da
carga normal.
Serviço contínuo (6 a 16 horas por dia).
Por exemplo: Padarias; Compressores centrífugos; Compressores rotativos;
Transportadoras; Ventiladores centrífugos; Peneiras e separadores; Lavanderias;
Oficinas mecânicas; Bombas.
Serviço pesado:
Onde o arranque inicial ou as sobrecargas momentâneas nunca excedem 200% da
carga normal.
Serviço contínuo (16 a 24 horas por dia).
Por exemplo: Cerâmica; Caçamba e baldes elevadores; Ventiladores de hélice;
Laminadores; Esmeris; Eixos de transmissão; Moinhos; Fábricas de papel;
Imprensa; Serrarias.
Serviço extra-pesado:
Onde o arranque inicial ou as sobrecargas momentâneas excedem 200% da carga
nominal.
Onde arranques, sobrecargas momentâneas e outras ocorrem freqüentemente.
Serviço contínuo (16 a 24 horas por dia, 7 dias por semana).
Por exemplo: Parafusos sem fim; Ventiladores de minas.
onde:
HP tabelado é obtido através de uma tabela em função do diâmetro da polia pequena
e da velocidade da correia.
HP motor é a potência do motor instalado
O fator K1 é obtido no ábaco apresentado abaixo. Este fator é usado na correção
para ângulos de abraçamento menores que 180º.
O fator K2 é usado na correção devido ao comprimento da correia. Este fator é
tabelado.
6 Referência Bibliográfica
Web- www.gates.com