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IMAGENS DA COLONIZACAO etre Tee LL de Caminha a Vieira Tmt ui : c= CeCe ei eM Ratz Mee Al Trees Copyright © 1996, Ronald Raminell ‘Todos os direitos reservados, A reprodugio no-autorizada desta publicacao no todo ‘ou em part, .onstitui violagto do copyright. (Lei 5.988) 1996 Direitos para esta edigio contratados com Jorge Zaher Editor Ltda, ua Méxi-o 31 sobreloja 2031-144 Rio de Janeiro, RJ tel: (021) 240-0296 / Fax: (021) 262-5123, usp ~ Editora da Universidade de Sao Paulo Ay. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6° andar ~Ed. da Antiga Reitoria ~ Cidade Universitaria (5508-900 — Sao Paulo SP Brasil Fax: (011) 211-6988 Tel: (O11) 813-8837 +. 216 Capa: Rara Dias, ustragao: Gravura de Theodor de Bry (cliché, Biblioteca Nacional de Paris) ‘CIP-Brasil. Catalogacgo-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Ry. Raminelli, Ronald Imagens da colonizacdo: a representagio do indio de Caminha a Vieira / Ronald Raminell, —Riode Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1996, Indui bibliografia ISBN 85711097721 1. fad \izacio. 2. indios do Brasil = Primeiros contatos com os portugue: 86, 3, Brasil -Hist6ria~ Periodo colonial, 1500 1822 Titulo. I. Thulo.A representacao do indio deCaminha.a Viera DD — 98041 DU — 981 Prefacio, 7 Introducio, 13, Agradecimentos, 21 I. GENTIOS E RELIGIOSOS, 23 1. A natureza dos amerindios, 23 2. Indio, homem natural, 34 3. Indios cristéos, colonos-tutelados, 41 TL. BARBAROS E COLONIZADORES, 53 1. Dos esterebtipos, 56 2. A natureza barbara, 66 3. Legitimando a guerra justa, 69 4. O barbaro e 0 martir, 73 5. Pseudometamorfose, 79 ‘TI. MULHERES CANIBAIS, 84 1. Canibalismio de afinidade, 85 2. Canibulismo de repulsio, 93 3. Mulheres indias, mulheres européias, 98 IV. O DEMONIO £ A PoLfrica, 109 1. Miserabilidades no império diabdlico, 112 2. Um sistema agradével, 117 3. A resisténcia de Sata, 121 4. Santidade do Jaguaripe, um levante demonizado, 128 5. Sobre 0 compld, 133 V. 0 inDIO EO RENASCIMENTO PorTUGUES, 137 1. Do pragmatismo lusitano, 137 2. O indio na metrépole, 140 3. O fascinio pelas grandes civilizagées, 148 4. O indio nas artes visuais, 152 Conclusio, 163 Referéncias Bibliograficas, 168 Bibliografia, 177 Prefacio Diferentemente do que sucedeu com o negro, objeto de inconté- veis estudos desde o inicio do século — como a exorcizar o horror da escravidio —, 0 indio tem sido pouco estudado em nossa historia. B verdade que nossos etnélogos, assim como os estran- geiros, tém se debrucado sobre o papel da guerra, sobre a estru- tura da organizagao social, das relagdes de parentesco, e ainda sobre tantos outros assuntos, valendo-se, muitas vezes, dos pobres testemunhos que ainda restam em nossas reservas e nas fronteiras que a expansio “branca” e “civilizada” nao logrou exterminar; tais estudiosos produziram estudos notiveis, desde os mais an- tigos, como 0s que definiram em Lévi-Strauss a vocacao de an- tropélogo, ou os que fizeram de Métraux um ponto de referéncia Obrigatério, até os mais recentes e jé cléssicos, como os de Roberto Cardoso de Oliveira, Maria Manuela Carneiro da Cunha, Eduardo Viveiros de Castro. Entre os historiadores, contudo, 0 indio s6 se tornou tema mais habitual bem recentemente. E malgrado 0 brilho das andlises etnol6gicas, elas nao substituem a abordagem hist6rica: na falta desta, um grande vazio ia se formando. Para ndo cometer injusticas, é preciso lembrar o trabalho pioneiro de Alexander Marchant, Do escambo a escravidio, e as observacdes de Stuart Schwartz, sempre agudissimas mas em geral dispersas por suas varias obras. Nos tiltimos anos, dois excelentes trabalhos ajudaram a reequacionar, respectivamente, a problematica da escravidao indigena e das relag6es entre cul- tura, catequese e colonizagio: Negros da terra, de John Manuel Monteiro, e A heresia dos indios, de Ronaldo Vainfas. No cémputo geral, porém, continua 0 débito para com 0 tema, e perdura muitas vezes uma espécie de esquecimento sobre a escravizagio

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