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Existencialismo

Introdução

Existencialismo é um termo aplicado a uma escola de filósofos dos séculos XIX e XX que, apesar de
possuir profundas diferenças em termos de doutrinas, partilhavam a crença que o pensamento
filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações,
sentimentos e a vivência de um ser humano individual. No existencialismo, o ponto de partida do
indivíduo é caracterizado pelo que se tem designado por "atitude existencial", ou uma sensação de
desorientação e confusão em face de um mundo aparentemente sem sentido e absurdo. Muitos
existencialistas também viam as filosofias académicas e sistematizadas, no estilo e conteúdo, como
sendo muito abstratas e longínquas das experiências humanas concretas. O filósofo do início do século
XIX é geralmente considerado como o pai do existencialismo.

O filósofo do início do século XIX Soren Kierkegaard, é geralmente considerado como o pai do
existencialismo, Dizia: Que o indivíduo é o único responsável em dar significado à sua vida e em vivê-
la de maneira sincera e apaixonada, apesar da existência de muitos obstáculos e distrações como o
desespero, ansiedade, o absurdo, a alienação e o tédio.

Filósofos existencialistas posteriores retêm este ênfase no aspecto do indivíduo, mas diferem, em
diversos graus, em comocada um atinge uma vida gratificante e no que ela constitui que obstáculos
devem ser ultrapassados, que fatores internos e externos estão envolvidos, incluindo as potenciais
consequências da existência ou não existência de Deus. O existencialismo tornou-se popular nos anos
após as guerras mundiais, como maneira de reafirmar a importância da liberdade e individualidade
humana.

Origem do Existencialismo

O existencialismo é um movimento filosófico e literário distinto pertencente aos séculos XIX e XX,
mas os seus elementos podem ser encontrados no pensamento de Sócrates, Santo Agostinho e no
trabalho de muitos filósofos e escritores pré-modernos.

Culturalmente, podemos identificar pelo menos duas linhas de pensamento existencialista: Alemã-
Dinamarquesa e Anglo-Francesa. As culturas judaica e russa também contribuíram para esta filosofia.
O movimento filosófico é agora conhecido como existencialismo de Beauvoir. Após ter tido
experiência de vários distúrbios civis, guerras locais e duas guerras mundiais, algumas pessoas na
Europa foram forçadas a concluir que a vida é inerentemente miserável e irracional.

O existencialismo foi inspirado nas obras de Arthur Schopenhauer, Soren Kierkegaard, Fiódor
Dostoiévski e nos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger, e foi
particularmente popularizado em meados do século XX pelas obras do escritor e filósofo francês Jean-
Paul Sartre e de sua companheira, a escritora e filósofa Simone de Beauvoir. Os mais importantes
princípios do movimento são expostos no livro deSartre "L'Existentialisme est un humanisme" ("O
existencialismo é um humanismo"). O termo existencialismo foi adotado apesar de existência
filosófica ter sido usado inicialmente por Karl Jaspers, da mesma tradição.

O primeiro a colocar questões existencialistas como foco principal de sua obra de maneira explícita foi
Soren Kierkegaard, sendo deste modo considerado “o pai do existencialismo”. Em retrospectiva,
outros escritores também discutiram temas existencialistas ao longo da história da literatura e filosofia.
Devido à exposição dos temas existencialistas ao longo das décadas, quando a sociedade foi
oficialmente introduzida ao tema, o termo tornou-se relativamente popular quase de imediato. Na
literatura, após a Segunda Guerra Mundial, houve uma corrente existencialista que contou com Albert
Camus e Boris Vian, além do próprio Sartre. É importante notar que Albert Camus, filósofo além de
literato, ia contra o existencialismo, sendo este somente característica de sua obra literária.

Temáticas

Os temas existencialistas são férteis no terreno da criação literária, nomeadamente na literatura


francesa, e continuam a exibir vitalidade no mundo filosófico e literário contemporâneo. As principais
temáticas abordadas sugerem o contexto da sua aparição (final da Segunda Guerra Mundial),
refletindo o absurdo do mundo e da barbárie injustificada, das situações e das relações quotidianas
("L'enfer, c'est les autres", ["O inferno são os outros"], Jean-Paul Sartre). Paralelamente, surgem
temáticas como o silêncio e a solidão, coroláriosóbvios de vidas largadas ao abandono, depois da
"morte de Deus" (Friedrich Nietzsche). A existência humana, em toda a sua natureza, é questionada:
quem somos? O que fazemos? Para onde vamos? Quem nos move? É esta consciência aguda de
abandono e de solidão (voluntária ou não), de impotência e de injustificabilidade das ações, que se
manifesta nas principais obras desta corrente em que o filosófico e o literário se conjugam.

Relação com a religião

Apesar de muitos, senão a maioria, dos existencialistas terem sido ateístas, os autores Søren
Kierkegaard, Karl Jaspers e Gabriel Marcel propuseram uma versão mais teológica do existencialismo.
O ex-marxista Nikolai Berdyaev desenvolveu uma filosofia do Cristianismo existencialista na sua terra
natal, Rússia, e mais tarde na França, na véspera da Segunda Guerra Mundial.

Fé cristã e existencialismo

O existencialismo não é uma simples escola de pensamento, livre de qualquer e toda forma de fé.
Ajuda a entender que muitos dos existencialistas eram, de fato, religiosos. Pascal e Kierkegaard eram
cristãos dedicados. Pascal era católico, Kierkegaard, um protestante radical marcado pelo ríspido
antagonismo com a igreja luterana.
Dostoiévski era greco-ortodoxo, a ponto de ser fanático. Para os existencialistas cristãos, a fé defende
o indivíduo e guia as decisões com um conjunto rigoroso de regras em algumas vertentes cristãs e em
outras como o espiritismo, as decisões são guiadas pelo pensamento, pela alma. Para os ateus, a
"ironia" é a de que não importa o quanto você faça para melhorar a si ouaos outros, você sempre vai se
deteriorar e morrer. Muitos existencialistas acreditam que a grande vitória do indivíduo é perceber o
absurdo da vida e aceitá-la. Resumindo, você vive uma vida miserável, pela qual você pode ou não ser
recompensado por uma força maior. Se essa força existe, por que os homens sofrem? Se não existe e a
vida é absurda em si mesma, por que não cometer suicídio e encurtar seu sofrimento? Essas questões
apenas insinuam a complexidade do pensamento existencialista.

A existência precede e governa a essência

O existencialismo afirma a prioridade da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do


filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a
liberdade e a responsabilidade do homem, visto que ele existe sem que seu ser seja predefinido.
Durante a existência, à medida que se experimentam novas vivências redefine-se o próprio
pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos
conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do
ser é fruto da liberdade de eleição. Sartre, após ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha,
criou o termo utilizando a palavra francesa "existence" como tradução da expressão alemã "Da sein",
termo empregado por Heidegger em Ser e tempo. O indivíduo, no princípio, somente tem a existência
comprovada. Com o passar do tempo ele incorpora a essência em seu ser. Não existe uma essência
pré-determinada. Com esta frase, osexistencialistas rejeitam a ideia de que há no ser humano uma
alma imutável, desde os primórdios da existência até a morte. Esta essência será adquirida através da
sua existência. O indivíduo por si só define a sua realidade.

O Indivíduo versus a Sociedade

O existencialismo representa a vida como uma série de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões;
frequentemente as escolhas são ruins. Nas obras de alguns pensadores, parece que a liberdade e a
escolha pessoal são as sementes da miséria. A maldição do livre arbítrio foi de particular interesse dos
existencialistas teológicos e cristãos. As regras sociais são o resultado da tentativa dos homens de
planejar um projeto funcional. Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade, mais funcional ela
deveria ser. Os existencialistas explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à passividade
moral baseando-se no desafio de tomar decisões. Seguir ordens é fácil; requer pouco esforço
emocional e intelectual fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica, não é o soldado que deve
questionar. Deste modo, as guerras podem ser explicadas, genocídios em massa podem ser entendidos.
As pessoas estavam apenas fazendo o que lhe foi dito.
Importantes Filósofos para o Existencialismo

Kalr Jaspers: Nome completo: Karl Theodor Jaspers


Escola/Tradição: Existencialismo, Neokantismo
Data de nascimento: 23 de fevereiro de 1883
Local: Oldemburgo, Ducado de Oldemburgo, Alemanha
Data de falecimento 26 de fevereiro de 1969 (86 anos)
Local: Basiléia, Suíça
Principais interesses: Psiquiatria,Teologia, Filosofia da História
Trabalhos notáveis na Era Axial cunhou o termo Filosofia da existência, Dasein e Existência Estudou
medicina e, depois de trabalhar no hospital psiquiátrico da Universidade de Heidelberg, tornou-se
professor de psicologia da Faculdade de Letras dessa instituição. Desligado de seu cargo pelo regime
nazista em 1937 foi readmitido em 1945 e, três anos depois, passou a lecionar filosofia na
Universidade de Basel. O existencialismo (ou filosofia da existência) constitui, segundo Jaspers, o
âmbito no qual se dá todo o saber e todo o descobrimento possível. Por isso a filosofia da existência
vem a constituir-se numa metafísica. A existência, em qualquer de seus aspectos, é precisamente o
contrário de um "objeto", pois pode ser definida como "o que é para si encaminhada". O problema
central é como pensar a existência sem torná-la objeto. Jaspers preocupou-se em estabelecer as
relações entre existência e razão, o que o levou a investigar em profundidade o conceito de verdade.
Para ele, a verdade não é entendida como característica de nenhum enunciado particular: é antes uma
espécie de ambiente que envolve todo o conhecimento.
Dentre suas obras, pode-se destacar:
1931 Situação espiritual da nossa época, 1932 Filosofia, 1953 Introdução à filosofia.
Citações: “homem que crê, e na medida em que crê, supera o seu fracasso”; ”A vitória do indivíduo é
perceber o absurdo da vida e aceitá-la...”, entre outras.

Soren Kierkegaard: Nascimento em 5 de maio de 1813 na cidade de Copenhague, na Dinamarca;


Morreu em 11 de novembro de1855 (com 42 anos) na cidade de Copenhague, na Dinamarca.
Kierkegaard criticava fortemente quer o hegelianismo do seu tempo quer o que ele via como as
formalidades vazias da Igreja da Dinamarca. Grande parte da sua obra versa sobre as questões de
como cada pessoa deve viver, focando sobre a prioridade da realidade humana concreta em relação ao
pensamento abstrato, dando ênfase à importância da escolha e compromisso pessoal. A sua obra
teológica incide sobre a ética cristã e as instituições da Igreja. A tarefa da descoberta do significado
das suas obras é, pois deixada ao leitor, porque "a tarefa deve ser tornada difícil, visto que apenas a
dificuldade inspira os nobres de espírito" Subsequentemente, os académicos têm interpretado
Kierkegaard de maneiras variadas, entre outras como existencialista, neo-ortodoxo, pós-modernista,
humanista e individualista. Cruzando as fronteiras da filosofia, teologia, psicologia e literatura, tornou-
se uma figura de grande influência para o pensamento contemporâneo.
Obras: (1840) O Conceito de Ironia constantemente Referido a Sócrates
(1843) Enten - Eller (Ou isso, ou aquilo: um fragmento de vida). Inclui Diário de um Sedutor
(1843) Dois Discursos Edificantes (1843), (1843) Temor e Tremor, (1843) Três Discursos Edificantes
(1843), (1843) A Repetição, (1843) Quatro Discursos Edificantes (1843), (1844) Dois Discursos
Edificantes (1844), (1844) Três Discursos Edificantes (1844), (1844) Migalhas Filosóficas, entre
outras.
Citações: “Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se”;“Sofrer, é só uma
vez; vencer é para a eternidade”, entre outros.
Edmund Husserl;
Friedrich Nietzsche;
Jean-Paul Sartre;
Martin Heidegger.

Conclusão

Por fim podemos dizer que o existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a
liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo considera
cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
Afirma a prioridade da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do filósofo francês
Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a
responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a
existência, à medida que se experimentam novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede
intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da
própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade de
eleição. Sartre, após ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha, criou o termo utilizando a
palavra francesa "existence" como tradução da expressão alemã "Da sein", termo empregado por
Heidegger em Ser e tempo.
Referências bibliográficas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Existencialismo
http://plato.stanford.edu/entries/kierkegaard/
http://h2g2.com/dna/h2g2/alabaster/A436673
http://criandoespacos.blogspot.com.br/2009/08/filosofarkarl-jaspers.html
http://pensador.uol.com.br/frases_do_filosofo_soren_kierkegaard/

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