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Aula 03

Noções de Direito Administrativo p/ PRF - Policial - 2014/2015 (Com videoaulas)

Professor: Daniel Mesquita


Noções de Direito Administrativo para Policial
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios
comentados
Prof. Daniel Mesquita Aula 03

AULA 03: Atos administrativos.

SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO À AULA 03 2

2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2

2.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2


2.2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 8
2.3. ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 21
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 27
2.4.1. EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 27
2.4.2. VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 28
2.4.3. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 35
2.5. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 38
2.5.1. ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 39
2.5.1.1. DECRETOS 39
2.5.1.2. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS E
RESOLUÇÕES 40
2.5.2. ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 40
2.5.3. ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 41
2.5.3.1. LICENÇA 41
2.5.3.2. PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 42
2.5.3.3. APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 43
2.5.4. ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 43
2.5.5. ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 44

3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 45

3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 45


3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 46
3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 47
3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 49
3.4.1 INVALIDAÇÃO E DECADËNCIA 49
3.4.2 REVOGAÇÃO 60
3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 70
3.6 CADUCIDADE 74

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4) PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 74

5) RESUMO DA AULA. 79

6) QUESTÕES 88

7) REFERÊNCIAS 100

1) Introdução à aula 03

Que bom que você veio para a nossa aula!


Nesta nossa aula 03 do curso de Direito Administrativo
preparatório para o cargo de Policial (2014/2015) da PRF, falaremos do
seguinte assunto: “3 Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos,
atributos, classificação e espécies. 3.2 Invalidação, anulação e
revogação. 3.3 Prescrição.”.
Num concurso como este, em que a matéria é muito extensa, não
há como você ler uma aula hoje e apreender tudo até o dia da prova.
Por isso, programe-se para ler os resumos na semana que antecede a
prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental.
Chega de papo, vamos à luta!

2) Atos Administrativos
2.1. Conceito de ato administrativo.

Antes de conceituarmos ato administrativo, devemos distinguir os


conceitos de fato e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo
fique clara.

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Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade


humana. Ato, por sua vez, é manifestação de vontade praticada pelo
homem.
Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos
administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos
da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas
pela administração pública ou por particular no exercício de suas
prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos
determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de
direito público e sujeitas a controle.
Para quem gosta de demonstrar seu apurado conhecimento jurídico
em provas subjetivas, citando doutrinadores de renome, colacionamos a
definição de ato administrativo da professora Di Pietro:
“pode-se definir o ato administrativo como a declaração do
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário” (2009, p. 196)

O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os


órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam
atos administrativos. Também não pode se esquecer de que a
Administração Pública pode editar atos regidos pelo direito privado
quando, por exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos
por ela no mercado num ambiente de livre concorrência.
Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010,
p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se
pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o
silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não
houve qualquer manifestação.

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Questões de
concurso

1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as


áreas) A função administrativa, ou executiva, é exercida
privativamente pelo Poder Executivo.
Além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder
Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos.
Gabarito: Errado.

2. (CESPE – 2013 – TJDFT – Oficial de Justiça) A


designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada
pela administração.
O ato administrativo não abrange toda atividade desempenhada
pela administração, representando apenas uma parcela da atuação da
administração.
Logo, está INCORRETA.

3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um


banco estatal que celebra com o particular um contrato para
fornecimento de cheque especial pratica um ato administrativo.
Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos
administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos
da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas
pela administração pública ou por particular no exercício de suas
prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos
determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de
direito público e sujeitas a controle.
O ato praticado não visa o interesse público, mas de particulares,
por isso está errado!!

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4. (CESPE – 2010 - MPS – Técnico Em Comunicação


Social – Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um
cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um
ato administrativo.
Cumpre ressaltar que nem toda ação da Administração Pública é
tida como ato administrativo. Os atos administrativos são
manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo
assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relação ao
particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais
empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os
atos praticados por estas não são considerados atos administrativos,
mas atos privados da Administração. Assim se enquadra o contrato de
abertura de conta-corrente.
Gabarito: Errado.

5. (CESPE - 2012 - ANATEL – Analista) A formalização de


contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira
sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito
de ato administrativo.
Vimos que atos de empresas estatais se enquadram como ato
privado da administração, pois não é unilateral e também não possui
prerrogativas.
Gabarito: Errado.

6. (CESPE – 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função
administrativa consiste em ato da administração.

Vimos que os “atos administrativos” são declarações humanas,


unilaterais, expedidas pela administração pública ou por particular no

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exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos


jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob
regime de direito público e sujeitas a controle. Os atos administrativos
são espécies do gênero atos da administração. Entre os atos da
administração temos: os atos de direito privado; os atos materiais da
administração; atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; os atos
políticos; os contratos; os atos normativos; e os atos administrativos
propriamente ditos.
Gabarito: Certo.

7. (CESPE - 2012– TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico
constitucional.
Todo ato da administração está sujeito ao regime constitucional.
Lembre-se de que os atos políticos não são considerados atos
administrativos.
Gabarito: Errado.

8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados


pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas
normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não
podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.
A primeira parte do enunciado está correta. No entanto, se os atos
citados são atos administrativas, consequentemente são atos da
administração, já que são espécies destes últimos.
Gabarito: Errado.

9. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou
material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício

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concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por


órgãos administrativos.
Sabemos que o sentido objetivo, material ou funcional da
administração pública denota a própria atividade administrativa
exercida pelo Estado. Desta forma, por tal critério, o ato administrativo
surge do exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou
entidade administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços
públicos, ou seja, particulares no exercício delegado da função
administrativa.
Gabarito: Errado.

10. (CESPE - 2011 – STM – Analista Judiciário –


Administração) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em
agentes investidos de prerrogativas estatais.
Vimos que se pode definir o ato administrativo como a declaração
do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei.
Gabarito: Certo.

11. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de
encaminhamento de papéis e os processos.
Os despachos não são manifestações unilaterais de vontade da
administração revestidas de prerrogativas públicas, ou seja, são
considerados meros atos.
Gabarito: Errado.

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2.2. Elementos do ato administrativo; teoria dos


motivos determinantes; procedimento
administrativo.

O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os


atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu
ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do
elemento faltante, inexistente.
A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos
elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o
critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do
art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato
administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade.
Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se
apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos
elementos do ato administrativo.
Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a
competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse
atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais
adequado falar-se que o sujeito – e não a competência – é um dos
elementos do ato administrativos.
Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e
competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas
de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no
direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos
normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências,
mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do
interesse público.
*Pensou em sujeito – pense em capacidade e
competência!*

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Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na prova: o


estudo da competência para a prática do ato administrativo. Portanto,
SINAL DE ALERTA!
Primeiramente, importante observar as características da
competência exercida pelo sujeito que pratica o ato administrativo.
Mencionamos aqui as características da competência trazidas por
Alexandrino (2010, p. 437), com fundamento na doutrina brasileira,
especialmente em Bandeira de Mello:
 de exercício obrigatório;
 irrenunciável;
 intransferível;
 imodificável pela vontade do agente;
 imprescritível (o não exercício não extingue a competência);
 improrrogável (não se transfere ao órgão incompetente que
praticou o ato, salvo se a lei assim determinar).
CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de que, apesar
das características de irrenunciabilidade e intransferibilidade, a
competência pode ser objeto de delegação e avocação.
A delegação é um instrumento de descentralização administrativa
(art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de
competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a
competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único,
do Decreto nº 83.937/79).

MUITO CUIDADO – EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO:

A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito


da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da
competência:

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(a) de editar atos normativos;


(b) de decidir recursos administrativos; e
(c) das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.

IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº 9.784/99 e do


Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes conclusões que já
foram cobradas em inúmeras provas de concursos, são elas:
 o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar;
 pode haver delegação de competências a órgãos não
subordinados;
 a delegação pode ser parcial;
 ela deve ser feita por prazo determinado;
 a autoridade delegante pode permanecer com o poder de
exercer a competência de forma conjunta com a delegatária.
Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente
que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência,
ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440).
Tamanha a relevância do que tratado nesse ponto, apresentamos
dois itens de concursos públicos em que a matéria foi cobrada,
vejamos:

Questões de
concurso

12. (CESPE – 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal


Substituto) Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade
superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito
de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior
rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto
com o objeto da delegação.

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Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se


Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de
delegação.

O art. 11 do DL 200/67 dispõe que “a delegação de competência


será utilizada como instrumento de descentralização administrativa,
com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões,
situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a
atender”.
Ocorre que, o Decreto nº 83.937/79, que regulamenta o
dispositivo, afirma, em seu art. 6º que “o ato de delegar pressupõe a
autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em
contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em
vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta”. Assim o item está
errado.
13. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário -
Taquigrafia - Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser
motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que
fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato
administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido
ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de
acordo com a teoria dos motivos determinantes.
A teoria dos motivos determinantes de aplica tanto aos atos
vinculados quanto aos discricionários. De acordo com Hely Lopes
Meirelles o ato discricionário confere ao administrador uma margem de
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não
sendo obrigatória a motivação. No entanto, se houver tal
fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes.
Resposta: certo.

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14. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e


de Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a
outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente
subordinados ao órgão originalmente competente, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.

Observem que essa questão caiu para Titular de Serviços de Notas


e de Registros e que vocês tem pleno conhecimento para responder. É
um boa questão, pois tem um peguinha interessante. Não confundam a
característica “irrenunciável” com “exclusiva”. Eu explico. Todas as
competências administrativas são irrenunciáveis. O agente não
pode simplesmente abrir mão delas.

Acontece que algumas competências são delegáveis, enquanto


outras jamais poderão ser delegadas, ou seja, são exclusivas (ex:
decisão de recurso e elaboração de ato normativo).

Se alguém pensou em marcar a questão como errada por conta do


termo “irrenunciável”, deve lembrar que essa é uma característica de
todos os atos.

Portanto, a resposta está correta.

15. (CESPE/2011 – PC/ES – Perito Papiloscópico) O poder


legal conferido ao agente público para o desempenho específico das
atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou
seja, o requisito da competência.
A competência é de fato o requisito ou elemento do ato
administrativo que se traduz no poder legal conferido ao agente público
para o desempenho específico das atribuições de seu cargo.

Gabarito: Certo.

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16. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de
delegação.
Abra o olho! Você não pode errar esse tipo de questão destacada
em aula!
A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da
competência:
(d) de editar atos normativos;
(e) de decidir recursos administrativos; e
(f) das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.
Gabarito: Errado

17. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) A


competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as
hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos
normativos.
É verdade que a competência é um dos elementos ou requisitos do
ato administrativo, sendo irrenunciável, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos. No entanto, a Lei nº 9.784/99, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, proíbe a delegação da competência de editar atos normativos.
Gabarito: Errado.

18. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A


delegação da competência para a realização de um ato administrativo
configura a renúncia da competência do agente delegante.
Como disse em aula, a delegação é um instrumento de
descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não

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importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade


delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento
(art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79).
Gabarito: Errado.

19. (CESPE - 2010 – MPS – Agente Administrativo) A


competência é delegável, mas não é passível de avocação.
De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.784/99, a competência é
irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos. Portanto, é possível tanto a delegação quanto a
avocação de competência.
Gabarito: Errado.

Vamos continuar no estudo dos elementos do ato administrativo.


Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento
forma.
Com relação a esse elemento, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que
ela tem duas acepções:
a) em sentido estrito: a forma é considerada como a
exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração
se apresenta;
b) em sentido amplo: a forma inclui “todas as formalidades que
devem ser observadas durante o processo de formação da
vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à
publicidade do ato”.
A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o
informalismo do ato administrativo.

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Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato


administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o
objeto.
O objeto é o conteúdo material, é o que o ato realiza, é a resposta
às seguintes perguntas: “O quê é o ato?”, “Para quê serve o ato?”. O
objeto deve ser lícito, certo e moral.
Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos
doutrinadores como expressões sinônimas.

Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a


finalidade é outro elemento do ato administrativo.
Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas
acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público,
conforme verificaremos abaixo):
a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o
agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele
deseja produzir ao praticar o ato.
b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse
público, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito, a
finalidade dele é a consecução do interesse público;
Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da
prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de
poder.
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O
desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na
competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino,
2010, p. 440)
Assim, temos o importante quadro – SINAL DE ALERTA:

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Desvio de poder – vício na


finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência
O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser
definido como a causa imediata do ato administrativo, é a situação de
fato (ocorrida no mundo empírico) e de direito (previsão legal ou o
princípio) que determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).
Nesse tema, três questões são relevantes para concursos públicos:
(I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e motivação; (II) o
fundamento da motivação dos atos administrativos; e (III) a teoria dos
motivos determinantes.
A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel,
motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399).
Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa
a representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O
motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos.
O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com
a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a
prática do ato e decorre do princípio da transparência.
Assim, temos o seguinte quadro conceitual:
Motivo Móvel Motivação
Causa imediata dos atos Intenção do Justificativa
administrativos ocorrida no agente ao formalizada pelo
mundo dos fatos. praticar o ato. agente para a prática
do ato.

IMPORTANTE! O fundamento da motivação dos atos


administrativos é tema que pode auxiliar o aluno no momento de

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julgar itens de alta complexidade. Por isso, é de fundamental


importância que o aluno absorva esse ponto da matéria.
Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do
STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se
motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa
pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos
decorreria, “especialmente, do fato de os agentes estatais lidarem com
a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais —
integral, majoritária ou mesmo parcialmente — pertencer ao Estado,
isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à
própria idéia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade
de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a
possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que
possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma
de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a
Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que
agiu legal e imparcialmente” (texto extraído do Informativo STF nº 576
– o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do
Ministro Joaquim Barbosa).
Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo,
pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois
passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes.
A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do
ato se vincula aos motivos – fáticos e legais – indicados como seu
fundamento.
Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua
ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso
contrário, o ato será inválido. Esse é o entendimento que se extrai do
ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, e
do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da mesma Corte.

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Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o


ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle
internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com
relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que
desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo
desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato
pode ser retirado do ordenamento.
Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ
declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor
pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em
percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo
técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o
utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do
contrato com as escolas.
Por fim, com relação ao conceito de procedimento
administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A
professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios
de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos
administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um
ato complexo.
Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser
percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de
um ato administrativo principal.
Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato
administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da
maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos
Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.).
Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros
elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor,
o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este
seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo – fato – e

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o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei),


requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua
edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo
deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato
administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas).
Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois
ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto.
O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato
administrativo é o SUJOBMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e
finalidade.
Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte
por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos.
Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos
em frente!
Questões de
concurso

20. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A


motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico
que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a
exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.
Motivo Motivação
Causa imediata dos atos Justificativa formalizada pelo
administrativos ocorrida no mundo agente para a prática do ato.
dos fatos.

Gabarito: Errado.

21. (CESPE - 2012 – TJ/AC – Juiz) O motivo, como


pressuposto de fato que antecede a prática do ato administrativo, será

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sempre vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a


apreciações subjetivas por parte da administração.
O motivo pode ser expresso em lei ou a lei pode dar margem para
escolha (decisão). Portanto, o motivo pode ser um elemento vinculado
ou discricionário.
Gabarito: Errado

22. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) O motivo do ato


administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela
autoridade administrativa. A motivação é a exposição dos motivos e
integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e
psicológica que corresponde à vontade do agente público.

Como vimos, o motivo se distingue de móvel porque este designa a


representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O
motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos.
Gabarito: Errado.

23. (CESPE - 2010 – INSS – Perito Médico Previdenciário)


A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal
ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de
poder.
Caracteriza o desvio de finalidade ou de poder a alteração da
finalidade expressa ou implicitamente imposta no ordenamento legal.
Gabarito: Certo.

24. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei


expressamente exigir determinada forma para que um ato
administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência
acarretará a nulidade do ato.

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A forma é considerada elemento vinculado, ou seja, a forma é


prescrita ou não vedada em lei. No entanto, quando a lei não a exigir
como essencial, mesmo tendo sido adotada outra forma, o ato não será
considerado nulo. Por outro lado, sempre que a lei expressamente a
exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato.
Gabarito: Certo.

2.3. Atributos (ou características) do ato


administrativo.

O primeiro ponto que costuma cair em concurso relativo aos


atributos é a sua diferenciação com relação aos elementos. Enquanto
estes são necessários para a própria formação e validade do ato,
aqueles são as características comuns aos atos administrativos.
De modo geral, a doutrina identifica os seguintes atributos dos atos
administrativos:

 presunção de legitimidade (e veracidade) – presunção juris


tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em
contrário) de que os atos estão adequados ao direito e verídicos quanto
aos fatos. Conseqüências disso: auto-executoriedade e inversão do
ônus da prova (Alexandrino, 2010, p. 458);
 imperatividade – os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Decorre do poder extroverso do Estado –
prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera
jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo,
possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros
(Bandeira de Mello, 2010, p. 419);
 Autoexecutoriedade – Se subdivide em:

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o Exigibilidade – esse atributo é definido por Bandeira de Mello


(2010, p. 419) como a “qualidade em virtude da qual o
Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de
terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que
impôs”. Isso quer dizer que alguns atos administrativos
impõem ao particular uma obrigação de fazer ou de dar, mas
não chegam ao ponto de autorizar a Administração a
promover uma coação material para que o particular execute o
ato.
o Executoriedade – é o atributo que possibilita ao Poder
Público implementar materialmente o ato administrativo,
podendo, inclusive, se valer do uso da força sem a
necessidade de autorização judicial prévia. A administração
pode se valer desse atributo quando SINAL DE ALERTA!:
a) a lei autoriza (p. ex: apreensão de produtos alimentícios
comercializados sem a aprovação da ANVISA); ou
b) em situações de urgência, em que o ato é condição
indispensável para a garantia do interesse público (p. ex:
retirada dos moradores de um prédio com risco de
desabamento).
Esse atributo não chega a autorizar a execução pela Administração
de multas devidas pelo cidadão (a única hipótese em que isso é possível
é na situação prevista no art. 80, III, da Lei nº 8.666/93, em que a
Administração pode subtrair da garantia prestada pelo contratado o
valor da multa aplicada pela falha na execução).
Em resumo, temos o seguinte quadro com as características
principais de cada um dos atributos:

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Presunção de Autoexecutoriedade Imperatividade


legitimidade
Presunção Exigibilidade Executoriedade Os atos
juris tantum O Estado pode O Estado pode administrativos
de que os atos exigir de implementar se impõem a
correspondem terceiros o materialmente o terceiros.
aos fatos e ao cumprimento ato, sem a
direito de obrigações, necessidade de
aplicável. mas não chega autorização
ao ponto de judicial, com
promover autorização legal
coação ou em urgência.
material

Desse modo, apresentamos a sigla PAI para você não se


esquecer dos atributos ou características dos atos administrativos.

Questões de
concurso

25. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em


decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a
administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial,
interditar determinado estabelecimento comercial.
Exatamente o que está no quadro! Na Executoriedade,
subclassificação da autoexecutoriedade, o Estado pode implementar
materialmente o ato, sem a necessidade de autorização judicial, com
autorização legal ou em urgência.
Gabarito: Certo.

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26. (CESPE - 2010 – MS – Analista Técnico-


Administrativo) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et
de iure de legitimidade.
Vimos que a presunção de legitimidade é confere presunção juris
tantum (relativa) aos atos administrativos, ou seja, é uma presunção
jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário.
Gabarito: Errado.

27. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) Inerente


aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por
ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova
em contrário.
Vimos que a presunção de legitimidade é um atributo e não um
princípio, presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser
ilidida caso exista prova em contrário).
Gabarito: Errado.

28. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área


Judiciária) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem
do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público
editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,
interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as
unilateralmente em obrigações.
Pessoal, nem todos os atos administrativos são imperativos.
Logo, está INCORRETA.

29. (CESPE - 2011 - IFB – Professor) Por meio da


imperatividade, uma das características do ato administrativo, exige-se
do particular o cumprimento do ato, ainda que este contrarie
disposições legais.

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Como vimos a imperatividade dos atos administrativos se impõem


a terceiros, independentemente de sua concordância, criando
obrigações ou impondo restrições. Decorre do poder extroverso do
Estado – prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na
esfera jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos,
contudo, possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a
terceiros (Bandeira de Mello, 2010, p. 419); Nenhum terceiro deverá
cumprir ato ilegal!
Gabarito: Errado.

30. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) A


cobrança de multas, em caso de resistência do particular, é um ato
administrativo autoexecutório.
O atributo da autoexecutoriedade não chega a autorizar a execução
pela Administração de multas devidas pelo cidadão. A imposição da é
um ato imperativo e decorre do exercício do poder de polícia, sua
execução (obrigar pagamento) poderá ser efetivada pela via judicial.
Gabarito: Errado.

31. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) A presunção de


legitimidade, como atributo do ato administrativo, representa a
faculdade ou a prerrogativa conferida à administração pública para
impor, unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na
esfera alheia independentemente de anuência prévia.
Vimos que os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Esse atributo é o da imperatividade.
A presunção de legitimidade é o atributo que goza o ato
administrativo de se presumir sua consonância, conformidade, com o
direito.
Gabarito: Errado.

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32. (CESPE - 2010 – AGU – Agente Administrativo) No caso


de um administrado alegar a existência de vício de legalidade que
invalide determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá
fundamentar sua alegação com provas dos fatos relevantes, por força
da obrigatoriedade de inversão do ônus da prova, originada no princípio
da presunção de legitimidade do ato administrativo.
A presunção de legitimidade dá a garantia à Administração de que
seus atos serão observados na medida em que se presume produzidos
de acordo com a lei. Assim, aquele que contesta tal presunção deve
demonstrar por meio de provas suas alegações. Desta forma, trata-se
de inversão do ônus da prova.
Gabarito: Certo.

33. (CESPE - 2010 – AGU – Contador) O ato administrativo,


uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que
esteja eivado de vícios.
Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo,
assim, o ato deve ser cumprido até que se prove o vício, para que seja
anulado.
Gabarito: Certo.

34. (CESPE - 2011 – TJ/ES – Analista Judiciário –


Administrativa) Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela
administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá
normalmente seus efeitos.
Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo,
assim, o ato deve ser cumprido, produzindo seus efeitos, até que se
prove o vício, para que seja anulado.
Gabarito: Certo.

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2.4. Classificação dos atos administrativos

2.4.1. Existência, validade, eficácia e


exeqüibilidade

A distinção tratada neste ponto pode parecer, a primeira vista, um


tanto quanto teórica e não muito importante. Não se engane,
concursando, o seu concorrente está estudando este tópico e ele já foi
cobrado em outras provas! Por isso, avante!
O ato administrativo é perfeito e passa a existir quando completa
todas as suas fases de elaboração. Ele é válido quando expedido em
conformidade com as exigências do ordenamento. É eficaz quando está
pronto para produzir efeitos.
Os efeitos podem ser típicos (previstos na norma) ou atípicos.
Estes são divididos em preliminares ou prodrômicos (efeitos do ato a
partir de sua edição até a produção dos efeitos típicos) e reflexos (os
que atingem relações jurídicas de terceiros).
Carvalho Filho (2005, p. 103) distingue a eficácia da
exequibilidade. Esta ocorreria no momento em que a Administração
pode dar operatividade ao ato, ou seja, executá-lo por completo. O ato
pode ser eficaz e inexeqüível quando já transcorridas todas as fases
para sua edição, mas, em virtude de determinação constante do próprio
ato, ele só pode ser executado a partir de determinado momento.
Dessas definições, pode-se concluir que o ato é:
a) perfeito quando completou o seu ciclo de formação e está apto
a produzir efeitos;
b) imperfeito quando não completa o seu ciclo de formação;
c) inválido quando está em desacordo com as leis ou os princípios
jurídicos;
d) ineficaz quando não está apto a produzir efeitos;

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e) inexequível quando a Administração ainda não pode executar o


seu comando.

Os atos são editados para serem perfeitos, válidos e eficazes.


Contudo, pode-se identificar a ocorrência de atos (a) perfeitos, inválidos
e eficazes; (b) perfeitos, válidos e ineficazes; (c) perfeitos, inválidos e
ineficazes.
A hipótese (a) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito) e se impõe ao administrado em razão de seus
atributos de presunção de legitimidade e de imperatividade (eficaz).
Contudo, posteriormente, se verifica que ele foi editado contra
determinada norma jurídica (inválido).
A hipótese (b) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito), está de acordo com o ordenamento (válido), mas o
administrador, ao editá-lo, impôs uma condição suspensiva ou um
termo para que o ato comece a produzir efeitos após a ocorrência de
evento futuro (ineficaz), é o chamado ato pendente (Alexandrino,
2010, p. 433).
A hipótese (c) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito), encontra-se em desconformidade com o
ordenamento (inválido) e foi editado com uma condição suspensiva ou
um termo (ineficaz).
E quando o ato já completou seu ciclo de formação, é válido e já
produziu todos os efeitos para os quais ele foi criado? Nesse caso,
classifica-se esse ato como consumado.

2.4.2. Vinculação e Discricionariedade

Passando essa matéria para você, eu me lembro o quanto era dura


a minha rotina de concursando. Fazia curso pela manha, trabalhava 7
horas por dia no STJ e ficava na biblioteca da UnB até as 23:30. O

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concursando é um verdadeiro guerreiro! Ele não pode se perder no


caminho traçado para o sucesso, deve manter o foco para não dar
chance para a concorrência.
No estudo desse ponto (vinculação e discricionariedade) você deve
ter em mente a seguinte expressão “grau de liberdade”, pois a
vinculação ou a discricionariedade depende justamente desse “grau de
liberdade” conferido por lei para avaliar se o ato é vinculado ou
discricionário.
Se não há margem alguma de liberdade, pois a lei determinou
que o único comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a
hipótese era aquele, o ato praticado é vinculado. Nesse caso, a
atuação do administrador encontra-se tipificada na lei, não há avaliação
acerca de conveniência e oportunidade (=mérito), ele está amarrado às
imposições legais.
E quando a lei deixa alguma margem de liberdade para o
administrador avaliar a situação, o que ocorre? Nesse caso, quando o
administrador se depara com alguma margem de liberdade para
decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de um
ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá dos critérios de
conveniência e oportunidade para tomar decisões.

Juízo de mérito = conveniência + oportunidade

Assim temos:
A lei não dá margem de liberdade ato vinculado
A lei confere alguma margem de liberdade ato
discricionário.
Podemos exemplificar que há discricionariedade em um ato
administrativo quando:
a) A lei prevê dois ou mais atos possíveis para se chegar ao
resultado previsto;

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b) A lei prevê apenas o resultado, mas não a forma de se


chegar até ele;
c) Apresenta conceitos indeterminados que devem ser avaliados
no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato
de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p.
ex: boa-fé, moralidade pública etc.).
O poder discricionário existe porque a atividade administrativa é
dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas as situações
presentes e futuras de possível ocorrência para a Administração. Caso o
administrador se depare com uma situação para qual a lei confira
margem de decisão, deve escolher a alternativa que mais se adéque ao
interesse público.
O Poder Judiciário, salvo em situações excepcionais, não pode se
inserir no mérito administrativo para declarar inválido um ato
administrativo discricionário. É vedado ao juiz substituir a
discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta à
separação dos poderes. Por essa razão é que os tribunais vêm
entendendo que não podem alterar o gabarito de questões de concurso
ou conferir a um candidato uma pontuação superior em uma prova de
títulos se não há previsão expressa no edital (STJ: RMS 23878 e RMS
32464).
O ato discricionário não se confunde com ato arbitrário. Discrição é
liberdade de ação dentro dos limites legais e arbítrio é ação contrária ou
que transborda os limites da lei. O primeiro é legal, o segundo é ilegal e
inválido.

Ato discricionário ≠ Ato arbitrário

Também não se pode confundir o ato discricionário com uma


situação de ausência absoluta de regulamentação. O ordenamento
jurídico, a partir da Constituição, molda os atos administrativos por
meio de princípios e regras gerais, como o princípio da moralidade, da

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supremacia do interesse público, a regra do teto constitucional do


servidor público etc.
Assim, não há ato administrativo praticado com liberdade
absoluta ou com margem total e irrestrita de liberdade. O ato
discricionário não dispensa a lei, nem se exerce sem ela (Bandeira de
Mello, 2010, p. 432).
Mais um ponto de divergência doutrinária no estudo do ato
administrativo é a avaliação de quais os elementos do ato são
discricionários e quais são vinculados.
Di Pietro (2009, p. 214-216) entende que pode haver
discricionariedade na finalidade em sentido amplo (interesse público),
porquanto a lei se refere a ela usando expressões vagas. Também pode
haver discricionariedade no motivo, quando a lei não o definir ou o
definir utilizando expressões vagas, e no objeto (ou conteúdo), quando
houver vários objetos possíveis para atingir o mesmo fim.
Carvalho Filho (2005, p. 88-91), por sua vez, entende que o objeto
e o motivo podem ser vinculados ou discricionários.
Bandeira de Mello (2010, p. 433) afirma, por outro lado, que a lei
pode deixar margem de liberdade de apreciação nos seguintes
elementos: momento, forma, motivo, finalidade e conteúdo.

Elementos discricionários do ato


Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello
objeto Objeto conteúdo
motivo Motivo motivo
finalidade em sentido finalidade
amplo
momento
forma

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Essa divergência doutrinária se justifica na pluralidade de


tratamento que a lei dá sobre a matéria. Se a lei prevê dois
procedimentos para a elaboração de determinado ato, a forma será
discricionária, se para um mesmo ato a lei destacar duas finalidades,
este elemento será discricionário. Assim, a análise da vinculação ou
discricionariedade do elemento do ato administrativo depende da
normatização do caso concreto.
Nos concursos públicos, se for cobrado quais elementos do ato são
discricionários e quais são vinculados, o examinador deve indicar ao
concursando qual doutrina está sendo seguida, se não indicar, a posição
majoritária: motivo e objeto. Porém, como as bancas algumas vezes
divergem bastante, nada melhor do que ir buscar a resposta “na fonte”.
A seguir, veja uma posição bem atual do CESPE sobre esse tema:

Questões de
concurso

35. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos
discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que
contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Um exemplo de ato administrativo que tem discricionariedade é
aquele que apresenta conceitos indeterminados, que devem ser
avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato
de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p. ex: boa-fé,
moralidade pública etc.). Logo, está CORRETA

36. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) Os


elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a
competência, a finalidade e a forma.

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Os elementos que são sempre vinculados em um ato


administrativo são a competência, a finalidade e a forma. O motivo e o
objeto são elementos que podem ser vinculados ou discricionários.
Logo, está CORRETA e assim foi considerado pela banca do seu
concurso. Logo, leve essa informação para a sua prova.

37. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente


Administrativo) O motivo, que autoriza a prática do ato
administrativo, representa um pressuposto subjetivo, por estar
relacionado ao agente público, e é reconhecido como requisito de
natureza vinculatória.
Essa questão está no mesmo sentido que a anterior. O motivo
representa um pressuposto objetivo e pode ser vinculado ou
discricionário. Logo, está INCORRETA.

38. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as


áreas) Ato administrativo vinculado é aquele que depende de
requerimento do interessado para ser praticado.
Se não há margem alguma de liberdade, o ato é vinculado.
Não há que se falar em requerimento, o ato já está previsto em lei.
Gabarito: Errado.

39. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo - Psicologia) Incluem-se na classificação de atos
administrativos discricionários os praticados em decorrência da
aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Conforme estudamos, os atos discricionários podem vir a ocorrer
quando o administrador está diante de um comando legal que o
determina a agir mas que traz em si conceitos abertos, como é o caso,
por exemplo, de probidade e boa-fé.
Resposta: certo.

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40. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo - Psicologia) Os atos vinculados são passíveis de revogação.
Conversamos sobre isso durante a aula, meus caros. Se o ato
estava dentro da margem de discricionariedade do administrador
público, ou seja, o ato é discricionário, então pode ser objeto de
revogação, por critérios de conveniência e oportunidade. Os atos
vinculados são passíveis de anulação.
Resposta: errado.

41. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A


revogação, uma das formas de extinção dos atos administrativos que
faz cessar os efeitos do ato precedente considerado inoportuno ao atual
interesse administrativo, justifica-se pela conveniência e oportunidade
da administração e tem necessariamente efeitos ex nunc.
A assertiva foi considerada correta pela banca. Em regra, os
efeitos da revogação são ex nunc e fazem cessar os efeitos do ato a
partir do momento da revogação.
Resposta: Certo.

42. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) No


que se refere aos atos administrativos e aos direitos e deveres do
servidor público, julgue os itens seguintes.
A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à
data em que ele tiver sido praticado.

A anulação de um ato administrativo é que produz efeitos


retroativos, ou seja, ex tunc.
Gabarito: Errado.

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43. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico -


Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos
administrativos.
Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da
legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto
não só da legalidade, mas também do mérito.
Todo ato administrativo é passível de controle de legalidade, tanto
o vinculado como o discricionário. Já o controle sob o aspecto do mérito
só é possível no ato discricionário.
Gabarito: Correto.

44. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico -


Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos
administrativos.
O poder de revogação de ato administrativo por parte da
administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas
que não rendem ensejo à revogação.
De fato o poder de revogação da Administração Pública é limitado.
São alguns exemplos: Não podem ser revogados os atos vinculados;
Não se pode revogar os atos que já exauriram os seus efeitos; Não se
pode revogar quando a autoridade já exauriu a sua competência; Não
podem ser revogados os atos enunciativos; Não podem ser revogados
os atos que gerem direitos adquiridos, entre outros.
Gabarito: Correto.

2.4.3. Outras classificações dos atos


administrativos.
Quanto às prerrogativas os atos administrativos se dividem em:
atos de império (emitidos com os atributos gerais dos atos
administrativos) e atos de gestão (emitido com as características

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comuns dos atos dos particulares, p. ex.: quando a Administração aluga


um imóvel ou vende um bem de uma empresa pública).
Quanto à formação da vontade os atos se distinguem em: simples,
complexos e compostos.
É simples o ato editado por um só órgão (seja esse órgão
composto de uma ou de várias autoridades, como ocorre, por exemplo,
em um julgamento colegiado). E qual seria a distinção entre o ato
complexo e o composto?
É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos.
Esses dois órgãos realizam um ato único e só após a passagem pelo
segundo órgão o ato é perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de
servidor público – é realizada pelo órgão do qual o servidor faz parte e
pelo Tribunal de Contas; nomeação de desembargador por meio de lista
tríplice – o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o
Presidente da República escolhe um nome). Basta lembrar da regra do
2 x 1.
Já o ato composto é aquele em que um órgão promove dois
atos secundários para a realização de um ato principal (ex: parecer
técnico e opinativo – o servidor faz o parecer – ato secundário – e a
autoridade superior aprova – ato principal). Basta lembrar da regra do 1
x 2.
Esses são os conceitos de atos complexos e compostos mais
aceitos, especialmente após a edição da Súmula Vinculante nº 3 do
STF, que caracterizou o ato de aposentadoria como um ato complexo.
Contudo, Di Pietro possui entendimento diverso. Ela entende que a
nomeação de uma autoridade pelo Presidente, após a sabatina do
Senado, é um ato composto.
Quanto aos destinatários, os atos são gerais ou individuais (ex:
decreto de desapropriação de uma determinada área). Os atos gerais se
subdividem em concretos (ex: edital de um concurso público) e
abstratos (ex: regulamento).

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Questões de
concurso

45. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista)


Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado
mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU
tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética,
esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a
que estava vinculado o servidor.
Que lindo! O mesmo exemplo dado em aula! Vamos revisar o
conceito e exemplo?
É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos.
Esses dois órgãos realizam um ato único e só após a passagem pelo
segundo órgão o ato é perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de
servidor público – é realizada pelo órgão do qual o servidor faz parte e
pelo Tribunal de Contas; nomeação de desembargador por meio de lista
tríplice – o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o
Presidente da República escolhe um nome). Basta lembrar da regra do
2 x 1.
Gabarito: Certo.

46. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos
discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que
contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Dei como exemplo de ato administrativo que tem
discricionariedade, aqueles apresentam conceitos indeterminados que
devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que
pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos
(p. ex: boa-fé, moralidade pública etc.).

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Gabarito: Certo.

47. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Em


uma situação de decisão, a possibilidade de o agente público adotar
mais de um comportamento, de acordo com a ótica da conveniência e
da oportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.
Quando administrador se depara com alguma margem de liberdade
(possibilidade de o agente público adotar mais de um comportamento)
para decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de
um ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá dos critérios de
conveniência e oportunidade para tomar decisões.
Gabarito: Certo.

48. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) São


exemplos de atos de gestão a desapropriação de um bem privado, a
interdição de um estabelecimento comercial e a apreensão de
mercadorias.
A desapropriação, a interdição e a apreensão de mercadorias são
atos de império, caracterizados pelo poder de coerção estatal, ou seja,
a Administração atua com superioridade, com poder de império (jus
imperii). Já os atos de gestão são aqueles em que a administração atua
em patamar de igualdade com o administrado, ou seja, despida de
prerrogativas, de poder de império.
Gabarito: Errado.

2.5. Atos administrativos em espécie


Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino (2010, p. 464-477)
agrupam os atos administrativos em cinco espécies:

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2.5.1. Atos administrativos normativos


São os atos que contêm um comando geral editado pela
Administração, buscando promover a melhor execução da lei. Diz-se
que são leis em sentido material, uma vez que possuem comando geral
e abstrato, mas não são leis em sentido formal porque não são editados
pela vontade do povo por meio dos órgãos legislativos e não podem
inovar no ordenamento jurídico.
Os principais atos administrativos normativos são:

2.5.1.1. Decretos

São atos de competência exclusiva dos chefes do Executivo cuja


função precípua é regulamentar a lei, buscando uma maior efetividade
na sua execução, sem contrariá-la ou tratar de matérias que ela não
trata (decreto regulamentar ou de execução). Excepcionalmente os
decretos se caracterizam como ato legislativo primário (decreto
autônomo).
O decreto pode ser normativo e geral ou especifico e individual.
Até a edição da EC 32/2001, os decretos poderiam ser apenas de
natureza regulamentadora ou de execução. Essa emenda autorizou a
criação de decretos autônomos, ou seja, aqueles que dispõem sobre
matéria ainda não regulada especificamente em lei e, por isso,
classificados como primários.
O decreto autônomo, no Brasil, só pode ser editado para a
organização e funcionamento da administração, desde que não implique
em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e
para a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos (art. 84,
VI, da CF).
A medida provisória não é considerada um ato administrativo
normativo, porque é norma decorrente do poder legiferante primário ou
direto (art. 59, V, da CF).

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O decreto regulamentar ou de execução é o que visa a explicar a


lei e facilitar sua execução, aclarando seus mandamentos e orientando
sua aplicação, ou seja, buscam a aplicação efetiva do comando legal
aos particulares.

2.5.1.2. Instruções normativas, regimentos,


regulamentos e resoluções
Instruções normativas são expedidas pelos Ministros de Estado
ou por Presidentes de autarquias e fundações para a execução das leis,
decretos e regulamentos (art. 87, parágrafo único, II, da CF).
Regimentos são atos administrativos que regem o funcionamento
interno de órgãos. São normas gerais de organização interna imponíveis
aos que trabalham no órgão e não aos cidadãos em geral, por isso os
regimentos são também denominados atos regulamentares internos e
não precisam ser publicados em diário oficial, apenas em boletim
interno.
Os regulamentos, atos regulamentares externos, normatizam
situações gerais e estabelecem relações jurídicas entre a Administração
e os administrados.
Resoluções, por outro lado, são atos normativos expedidos pelos
órgãos administrativos de cúpula dos Ministérios, Tribunais,
Procuradorias, etc. para regular pontos específicos do funcionamento
interno do órgão.

2.5.2. Atos administrativos ordinatórios


São os que disciplinam o funcionamento interno da Administração e
a conduta funcional dos servidores. Esses atos só interessam aos
agentes da Administração. Emanam do poder hierárquico e, por isso,
podem ser expedidos por qualquer chefe aos seus subordinados, mas
não podem inovar quanto à legislação existente, salvo para dispor
acerca de aspectos procedimentais de rotina de trabalho.

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São exemplos de atos ordinatórios, conforme definição de


Alexandrino (2010, p. 466): “instruções (orientações aos subalternos
relativas ao desempenho de uma dada função), as circulares internas
(atos que visam a uniformizar o tratamento conferido a determinada
matéria), as portarias (como uma portaria de delegação de
competências, ou uma portaria de remoção de um servidor)”.
Destacam-se, também, as ordens de serviço (determinações
dirigidas aos contratados pela Administração para a execução de obras
ou serviços), os ofícios (comunicações entre autoridades) e os
memorandos (comunicações entre superiores e subalternos).

2.5.3. Atos administrativos negociais


São manifestações que representam uma anuência conferida pelo
poder público ao particular.
Recebem essa designação, porque, embora se caracterizem como
atos unilaterais, trazem um conteúdo que manifesta um interesse
recíproco da Administração e do administrado, mas não chegam a
adentrar na esfera contratual. Produzem efeitos concretos apenas para
o poder público e o particular envolvido.
Além disso, os atos negociais geram direitos e obrigações para as
partes. Dentre as obrigações do particular que recebe o consentimento
da Administração está a de cumprir as condições de fruição do objeto
conferido pelo ato.

2.5.3.1. Licença
É ato unilateral pelo qual a Administração, verificando que o
interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o
desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490).
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licença como:
“Licença é ato vinculado e definitivo, editado com fundamento no
poder de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento
jurídico exige a obtenção de anuência prévia da administração pública

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como condição para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo


de ele seja titular.”
É um direito subjetivo do interessado. Preenchidos os requisitos, a
licença deve ser concedida. Por isso, é um ato administrativo vinculado.
Também é considerado ato de caráter definitivo, pois a licença só
pode ser cancelada por ilegalidade na expedição do alvará, por
descumprimento da lei no exercício da atividade ou por razões de
interesse público superveniente mediante indenização.
Questão de
concurso

49. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O


estabelecimento que obtenha do poder público licença para
comercializar produtos farmacêuticos não poderá, com fundamento no
mesmo ato, comercializar produtos alimentícios, visto que a licença
para funcionamento de estabelecimento comercial constitui ato
administrativo vinculado.
Vimos que a licença tem caráter vinculado e definitivo. Por isso
não poderá comercializar produto diferente do licenciado pela
Administração, caso contrário à licença poderá ser cancelada por
ilegalidade na expedição do alvará, por descumprimento da lei no
exercício da atividade.
Gabarito: Certo.

2.5.3.2. Permissão e Autorização


Permissão é o ato administrativo unilateral pelo qual a
Administração faculta ao particular a execução de serviços de interesse
coletivo ou o uso especial de um bem público (Carvalho Filho, 2005, p.
114), a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pelo
poder público.
Além de ser negocial, é discricionário e precário.

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Autorização é ato administrativo unilateral, discricionário e


precário pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de
atividade material ou a utilização de bem público no interesse dele.

2.5.3.3. Aprovação, visto e homologação


Aprovação é o ato por meio do qual a Administração verifica a
legalidade e o mérito de outro ato praticado dentro do mesmo órgão, de
entidades vinculadas ou de particulares, e consente na sua realização
ou manutenção. Pode ser vinculada ou discricionária.
Visto é o ato administrativo por meio do qual se controla outro ato
da própria administração ou do administrado. A diferença substancial
entre a aprovação e o visto é que neste se afere apenas a sua
regularidade formal e não o mérito do ato.
O visto é condição de eficácia do ato que o exige. É ato vinculado,
porquanto se existentes os requisitos formais ele deve ser promovido.
Por fim, a homologação é o ato também de controle pelo qual a
autoridade superior examina a legalidade e o mérito de ato praticado
pela Administração, por entidade vinculada ou por particular, para dar-
lhe eficácia. Assim como o visto, é ato de apenas de controle, não
permitindo alterações no ato controlado.

2.5.4. Atos administrativos enunciativos


São atos que emitem opinião, enunciam, certificam ou atestam
uma situação existente. Nesses atos, não há constituição de direitos
nem mesmo manifestação de vontade administrativa, por isso diz-se
que são atos em sentido formal.
Dentre os atos enunciativos, destacam-se as certidões, os
pareceres administrativos e os pareceres normativos.
As certidões expressam o conteúdo de atos ou fatos constantes
de processos ou documentos em poder da Administração e devem ser
fornecidas independentemente do pagamento de taxas, conforme
preceitua o art. 5º, XXXIV, b, da CF.

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Os pareceres administrativos são manifestações de órgãos


técnicos sobre determinado tema que não vinculam a Administração.
São atos administrativos mesmo quando ainda não aprovados pela
chefia e podem ser de emissão obrigatória se a lei assim dispuser.
Por fim, os pareceres normativos são pareceres administrativos
que, ao serem aprovados pela autoridade competente, se convertem
em norma interna de caráter geral do órgão que o aprovou.

2.5.5. Atos administrativos punitivos

Como o próprio nome diz, são atos que contêm uma sanção
imposta pela Administração àqueles – agentes públicos ou particulares
– que infringirem disposições legais ou regulamentares.
A punição deve ser aplicada ao final do processo administrativo
instaurado para se apurar a infração, assegurando-se ao investigado a
ampla defesa e o contraditório. A punição sem a observância do direito
de defesa é nula (RESP 1164146, ERESP 803487 e, também do STJ:
RMS 18223).
Dentre os atos administrativos punitivos de atuação externa
merecem destaque a multa (imposição pecuniária pelo
descumprimento de um dever ou pela prática de um ato que gerou
dano à Administração ou à coletividade), a interdição administrativa
(a Administração veda ao particular o exercício de atividade que esteja
sob seu controle ou incida sobre seus bens) e a destruição de coisas
(inutilização de alimentos, substâncias ilícitas apreendidas, objetos
imprestáveis ou nocivos).
Com relação aos atos punitivos de atuação interna, os agentes
estatais se submetem às punições disciplinares aplicadas após a
instauração de processo administrativo disciplinar. Aprofundaremos no
estudo desse tema quando trataremos dos agentes públicos.

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Questão de
concurso

50. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) O ato de


aplicação de penalidade administrativa deve ser sempre motivado.
Para aplicação de penalidade administrativa, o ato sempre deverá
ser motivado, indicando os fatos e fundamentos jurídicos, quando impor
ou agravar deveres, encargos ou sanções.
Gabarito: Certo.

3) Teoria das nulidades no direito


administrativo.

Este ponto da aula representa cerca de 50% das questões


cobradas a respeito dos atos administrativos nos concursos.
Não é só por isso que você deve prestar atenção nesse ponto. A
teoria das nulidades no direito administrativo é a que sedimenta as
maiores divergências entre os administrativistas. Por isso, concluiremos
cada ponto com a posição dominante.
Portanto, MUITA ATENÇÃO!

3.1 Atos administrativos nulos, anuláveis e


inexistentes.
Inicialmente, vamos diferenciar os conceitos básicos de atos
irregulares, nulos, anuláveis e inexistentes, no seguinte quadro:

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Ato irregular Ato nulo Ato Ato inexistente


anulável
Apresentam Nasce com vício Nasce com Tem aparência de
defeitos insanável nos vício manifestação regular da
irrelevantes. seus elementos. sanável. Administração, mas
constitutivos. resta ausente um dos
elementos do ato
administrativo.

É importante a distinção entre os atos inexistentes e os nulos, pois


aqueles, ao contrário destes, nunca entraram no ordenamento jurídico,
não prescrevem, não podem ser convalidados e podem ser resistidos,
inclusive manu militari (Bandeira de Mello, 2010, p. 483).

3.2 Teorias monista (ou unitária) e dualista.


Há também divergência doutrinária quanto a própria existência de
distinção entre atos nulos e anuláveis. Afinal, existe diferença entre
atos nulos e atos anuláveis ou tudo é “farinha do mesmo saco”?
A teoria monista (Hely Lopes Meirelles, Gasparini e outros) informa
que o vício do ato administrativo acarreta sempre a sua nulidade. Tudo
seria “farinha do mesmo saco”. Não se poderia transportar para o
direito administrativo a distinção realizada pelo direito privado entre
atos anuláveis e atos nulos.
A teoria dualista (Bandeira de Mello, Carvalho Filho, Marcelo
Caetano e outros), por outro lado, enxerga diferença entre aos nulos e
anuláveis de acordo com a maior ou menor gravidade do vício, uma vez
que é distinto o tratamento jurídico que se dá a cada uma das
situações.
Essa é a teoria que prevalece.

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Mas qual seria o critério para diferenciar um ato nulo de um ato


anulável?
Para Bandeira Mello (2010, p. 471), o critério para se distinguir os
tipos de invalidade reside na possibilidade ou não de convalidar-se o
vício do ato. Desse modo, os atos inválidos se dividem em convalidáveis
e não convalidáveis. Os atos anuláveis são suscetíveis de convalidação,
os atos nulos e os inexistentes não.
Caro aluno, não estranhe se encontrar as expressões “nulidade
relativa” ou “nulidade absoluta”, elas designam, tão somente, atos
anuláveis (=convalidáveis) e atos nulos (=não convalidáveis),
respectivamente.
Assim, são nulos os atos que a lei assim os declare e aqueles em
que é racionalmente impossível a convalidação. São anuláveis os atos
que a lei assim os declare e os que podem ser novamente praticados
sem vício. Essa é a teoria que prevalece.

3.3 Vícios do ato administrativo.


Nesse ponto, não há muito mistério, caro concursando. Os vícios
do ato são analisados de acordo com os seus elementos (sujeito –
competência e capacidade –, objeto, forma, motivo e finalidade). Eles
estão definidos no art. 2º da Lei da Ação Popular, podendo atingir os
cinco elementos do ato. Passa-se à análise de cada um deles, com
fundamento na dicção legal e na doutrina mais aceita do direito
administrativo.
Os vícios relativos ao sujeito subdividem-se em vícios de
competência e vícios de capacidade (lembre-se, o elemento sujeito é
subdividido em competência e capacidade).
A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir
nas atribuições legais do agente que o praticou, seja porque o agente
não é detentor das funções que exerce seja por exercê-las com
exorbitância de suas atribuições. No primeiro caso, o indivíduo estará

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incorrendo em crime de usurpação de função (art. 328 do CP). No


segundo, ele age com excesso de poder.
Há também vício de competência na situação do agente de fato –
há apenas a aparência de investidura regular no cargo. Nesse caso,
protege-se a boa-fé dos administrados em razão da teoria da aparência
de legitimidade do ato.
Os vícios de incapacidade do sujeito são os previstos na
legislação civil (relacionados à idade e às patologias mentais) e -
segundo Di Pietro (2009, p. 240) – os decorrentes das situações de
impedimento (presunção absoluta de incapacidade) e de suspeição
(presunção relativa), previstas nos arts. 18 a 20 da Lei nº 9.784/99.
Nas hipóteses de suspeição e impedimento, o ato pode ser
convalidado pela autoridade que detém a capacidade para a prática do
ato.
O vício de forma, por sua vez, consiste na omissão ou na
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato.
Ainda segundo a Lei nº 4.717/65, há vício no objeto quando o
resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo. Além disso, o objeto deve ser legítimo (lícito e moral),
possível e determinado.
Há vício quanto ao motivo quando a matéria de fato ou de direito,
em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido. Além disso, pode-se
identificar vício no motivo quando a Administração se vale de
fundamento falso para a prática do ato.
Por fim, há vício quanto à finalidade quando o agente pratica o
ato visando fins diversos daquele previsto, explícita ou implicitamente,
na regra de competência (desvio de finalidade = desvio de poder).

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3.4 Desconstituição dos atos administrativos

3.4.1 Invalidação e decadëncia


Meu amigo concursando. Este tópico e o próximo são
indispensáveis à sua preparação para o seu concurso. Se você me
perguntasse qual tema deveria revisar nos últimos 10 minutos que
antecedem a prova desse concurso, eu diria, com toda sinceridade:
“Invalidação e revogação dos atos administrativos”.
Portanto, não desgrude os olhos dos próximos parágrafos!
O termo “invalidade” é usado pela doutrina majoritária como
gênero que engloba o conceito de atos nulos e anuláveis (Bandeira de
Mello, 2010, p. 461 e Carvalho Filho, 2005, p. 123), distanciando-se,
desse modo, do conceito de revogação (você verá abaixo que
revogação está relacionada ao mérito administrativo, ou seja, ao juízo
de conveniência e oportunidade do administrador público).
A invalidação é a retirada do ordenamento de um ato
administrativo produzido em desconformidade com a ordem
jurídica e se opera com efeitos retroativos (ex tunc). Ou seja,
com a invalidação, não só o ato viciado é retirado do ordenamento
jurídico, mas também todas as relações jurídicas que foram por ele
produzidas.
Tanto a Administração, de ofício ou por provocação (no exercício do
poder de autotutela), quanto o Judiciário, no curso de uma lide, podem
promover a invalidação.
O principal fundamento que autoriza a invalidação é o princípio da
legalidade. A Administração funda-se nesse princípio e, por isso, não
pode manter no ordenamento ato que sabe ser contrário ao direito. Do
mesmo modo, o Poder Judiciário, não pode manter no ordenamento um
ato com vício de legalidade.
SINAL DE ALERTA: É importante observar que há algumas
distinções entre a invalidação do ato nulo e do ato anulável. O ato nulo
pode ser invalidado de ofício pelo juiz e não pode ser convalidado. O ato
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anulável pode ser convalidado, legitimando o ato desde a sua edição, e


o Poder Judiciário só pode retirá-lo do ordenamento mediante
provocação. Nesse sentido, vale a transcrição do seguinte trecho da
julgamento do Superior Tribunal de Justiça no RESP 850270:
“II - A doutrina moderna do direito administrativo tem admitido,
mutatis mutandis, a aplicação das regras sobre nulidade dos atos
jurídicos do direito privado nas relações de direito público, definindo
os atos inválidos em nulos e anuláveis, a depender do grau de
irregularidade. No caso da primeira espécie (nulos), o ato é
insanável, não permitindo convalidação, podendo o vício ser
reconhecido de ofício pelo Juiz. Quanto aos atos anuláveis, admite-se
a convalidação, sendo possível o reconhecimento da invalidade
apenas por provocação do interessado”.

Assim, temos:
Ato nulo Ato anulável
não pode ser convalidado; pode ser convalidado;
pode ser retirado do mundo pode ser retirado do mundo
jurídico pela Administração e pelo jurídico pela Administração e pelo
Poder Judiciário; Poder Judiciário;
o Poder Judiciário pode retirar até o Poder Judiciário só retira
mesmo de ofício (sem que mediante provocação;
ninguém tenha alegado);
a Administração retira de ofício ou a Administração retira de ofício ou
por provocação. por provocação.

Não pode o aluno confundir a situação da invalidação pelo Poder


Judiciário com a exercida no poder de autotutela pela Administração.
Nesta última, seja o ato nulo ou anulável, a Administração deve anulá-
lo de ofício, independentemente da provocação do interessado.

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CUIDADO: O poder-dever da Administração de invalidar atos nulos


ou anuláveis não é irrestrito, há limitações. Como bem observa
Carvalho Filho (2005, p. 126), “em certas circunstâncias especiais
poderão surgir situações que acabem por conduzir a Administração a
manter o ato inválido”, uma vez que haverá uma única conduta
juridicamente viável para o administrador. Essas circunstâncias se
traduzem no decurso do tempo (=decadência), na consolidação dos
efeitos produzidos (segurança jurídica) e na persistência de efeitos com
relação aos indivíduos de boa-fé.
Com relação ao decurso do tempo (=decadência do direito da
Administração de anular), o art. 54 da Lei nº 9.784/99 dispõe que “o
direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco)
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé”.
Se houver má-fé do beneficiado pelo ato nulo, não há prazo
decadencial.
Se essa lei é de 1999, qual é o prazo decadencial para a
Administração anular os atos praticados antes da existência da Lei nº
9.784/99?
Para os atos anteriores à vigência da Lei nº 9.784/99, a Corte
Especial do STJ sedimentou o entendimento de que esses atos “podem
ser revistos pela Administração a qualquer tempo, por inexistir norma
legal expressa prevendo prazo para tal iniciativa. Somente após a Lei
9.784/99 incide o prazo decadencial de 5 anos nela previsto,
tendo como termo inicial a data de sua vigência (01.02.99).”
(RESP AgRg no Ag 1342657)
Interessante, não é? Se um ato nulo foi praticado em 1990, a
Administração tinha até 01.02.2004 para promover a sua anulação. A
decadência do direito da Administração de anular esse ato só se
operaria a partir do dia 02.02.2004.

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E qual seria o termo inicial do prazo de decadência para a


Administração anular um ato que gerou efeitos financeiros periódicos,
por exemplo, uma verba mensal ao servidor público?
O STJ entende que, nesse caso, os cinco anos serão contados a
partir do primeiro pagamento recebido pelo servidor (RMS 15433).

Questões de
concurso

51. (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA – FINEP –


ANALISTA –CESPE 2009): O direito da administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram
praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

52. (CESPE/ACE TI-TCU/2010) Sempre que a lei expressamente


exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inoberv6ancia dessa exigência acarretara a
nulidade do ato.
Isso mesmo, a forma, quando exigido por lei é requisito de
validade do ato e não pode ser dispensado.
Resposta: Correto.

53. (CESPE – 2013 – DPE/TO – Defensor) A presunção de


legitimidade é atributo de todos os atos administrativos, estando
presente mesmo nos casos de desrespeito ao devido processo legal pela
administração pública.
A presunção de legitimidade, meus caros, é relativa, iuris
tantum, de forma que o ato pode cair em face de prova que demostre,
inclusive, desrespeito ao devido processo legal, causa de ilegalidade.
Resposta: errado.

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54. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) A


ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua
anulação deve decorrer expressamente de violação da lei.

A ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina


sua anulação pode decorrer de violação aos princípios gerais de direito
também. Logo, está INCORRETA.

55. (CESPE - 2005 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - adaptada) Um dos significados do princípio da
impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do
chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na
função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à
pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe.

Pessoal, essa questão está localizada aqui para chamar a atenção


de vocês. Estamos tratando de anulabilidade do ato administrativo. Mas
tome cuidado! Quando se trata de agente de fato, nem sempre o caso é
de anulação. Esse é um peguinha típico de prova, por isso o coloquei
aqui.
Na Administração, não importa se é o servidor A ou B quem pratica
o ato (princípio da impessoalidade), aquele ato praticado é um ato da
administração, ou melhor, do órgão ao qual aquele agente está
vinculado (teoria do órgão). Assim, o ato do funcionário de fato, em
alguns casos (nas hipóteses em que não houver má-fé), poderá praticar
atos que serão considerados válidos e esses atos serão atribuíveis ao
órgão que ele compõe.
Questão correta.

56. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)


Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a

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administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando


estes estiverem eivados de vícios.

Prezados, o direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54, “caput”, Lei nº 9.784/99).
O poder-dever de rever seus atos nem sempre é em qualquer tempo.
Logo, está INCORRETA.

57. (CESPE/ACE-TCU/2009) A revogação e a invalidação são


modalidades de extinção do ato administrativo. Quanto ao tema, é
pacífico o entendimento o do STF no sentido de que a administração
pública somente poderá revogar seus próprios atos por motivo de
conveniência e oportunidade, mas não poderá anulá-los, haja vista que
a análise relacionada aos vícios de legalidade do cabe Poder Judiciário.

Veja que esse é um tema bem recorrente em provas, meu


amigo, mais uma vez, lembre-se de que a Administração pode tanto
revogar quanto anular seus próprios atos sem a necessidade da atuação
do Judiciário.
Resposta: errado.

58. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Biologia) A legalidade dos


atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à
apreciação judicial.
Olha o seu ponto garantido aqui. Essa você não pode errar. Essa
é uma decorrência da súmula 473 do STF e claro, as duas modalidades
de atos, vinculados e discricionários, estão sujeitos ao controle de
legalidade por parte do Judiciário.
Resposta: Certo.

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59. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.
A Administração está vinculada ao princípio da legalidade e, por
isso, deve anular os seus atos quando eivados de vício de legalidade. A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (art. 53, Lei nº
9.784/99).
Resposta: errado.

60. (CESPE/Anac/2009) A revogação, possível de ser feita pelo


Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já
produzidos pelo ato administrativo.
Alunos, não me canso de repetir para vocês gravarem: somente
quem pode revogar os atos da Administração é ela própria, pois o
Judiciário está restrito a análise da legalidade.
Resposta: errado

61. (CESPE/DPU/2010) Pedro Luís, servidor público federal,


verificou, no ambiente de trabalho, ilegalidade de ato administrativo e
decidiu revoga-lo para não prejudicar administrados que sofreriam
efeitos danos em consequência da aplicação desse ato. Nessa situação,
a conduta de Pedro Luís está de acordo com o previsto na Lei n.
9784/1999.
Prezado, a intenção do Pedro Luís foi boa, mas vocês já sabem
me responder: se há vício de legalidade, então é necessário anular ou
revogar? Anular, claro!
Resposta: errado.

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62. (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) Segundo a


jurisprudência do STF, na hipótese de serem afetados interesses
individuais, a anulação do ato administrativo pela administração pública
não prescinde da instauração de processo administrativo para oitiva
daqueles que terão modificada a situação já alcançada.
Uma dica para vocês, sempre que lerem “não prescinde”,
substitua, por “é imprescindível” que é igual a “necessita”.
Reformulando a frase, poderíamos dizer: Segundo a jurisprudência do
STF, na hipótese de serem afetados interesses individuais, a anulação
do ato administrativo pela administração pública necessita da
instauração de processo administrativo...
Assim fica mais fácil entender a assertiva. Conforme foi visto, a
assertiva traz uma decorrência da aplicação da súmula 473 do STF.
Vejamos:
Súm. 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Resposta: Certo.

63. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)


Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido
praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/99, a Administração
tem o prazo de cincos anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

Por contrariar o entendimento do STJ acima explicado, ou seja,


contam-se os cinco anos a partir da vigência da Lei nº 9.784/99, a
questão está errada.

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64. (CESPE - 2012 – TC/DF – Auditor) A extinção de ato


administrativo perfeito por motivo de conveniência e oportunidade é
denominada anulação.
A revogação é a extinção do ato por questões de conveniência e
oportunidade.
Gabarito: Errado.

65. (CESPE - 2010 – TI – AFCE) O Poder Judiciário pode, de


ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua
nulidade, caso seja considerado ilegal.
Atenção: o Judiciário não atua de ofício. Se não for provocado,
mesmo diante de um ato ilegal, o Judiciário não poderá anulá-lo de
ofício.
Gabarito: Errado.

66. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.
A Administração Pública, conforme princípio da autotutela, pode
por si mesma, independentemente de autorização judicial, anular seus
atos administrativos, quando verificar vício de legalidade.
Gabarito: Errado.

67. (CESPE - 2012 – MPE/PI – Analista Ministerial) A anulação


de ato administrativo pela administração pública independe de
provocação e produz efeitos ex tunc.
A Administração Pública independentemente de provocação, ou
seja, de ofício, pode anular seus próprios atos quando ilegais
(autotutela). Ademais, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex
tunc).
Gabarito: Certo.

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68. (CESPE - 2012 – TRE/RJ - Analista Judiciário – Judiciária)


Tratando-se de nulidade superveniente, os efeitos da declaração de
nulidade de determinado ato administrativo não retroagem.
A declaração de nulidade opera efeitos retroativos (ex tunc).
Gabarito: Errado.

Outra limitação ao poder-dever de invalidação dos atos nulos ou


anuláveis é a relativa à consolidação dos efeitos produzidos.
A Constituição brasileira prevê como direito fundamental do
indivíduo a segurança jurídica. Em certas hipóteses a situação
decorrente do ato nulo já se consolidou de tal maneira que atenderá
mais ao interesse público a manutenção do ato do que a sua
invalidação, ou seja, as conseqüências jurídicas da manutenção do ato
atenderão mais ao interesse público do que as consequências da
invalidação.
Em outros casos, o comportamento da Administração em
decorrência de um ato inválido já se consolidou de tal maneira que o
administrado já tem a expectativa e já sabe que a Administração
operará daquele modo. Essa expectativa decorre do princípio da
confiança, ou seja, o cidadão já sabe que a conduta da Administração
será aquela (mesmo que inválida).
Nesses casos, prevalece o interesse público, a segurança jurídica e
o princípio da confiança sobre a legalidade estrita.
Há casos, também, em que há impossibilidade material de se
retornar ao estado anterior: é a aplicação da teoria do fato
consumado (mesmo que o fato seja nulo, ele continua produzindo
efeitos, diante da consolidação da situação fática que não pode retornar
ao status de antes).

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O STJ, via de regra, rejeita a aplicação dessa teoria na anulação de


atos administrativos relacionados a direitos de servidores públicos (RMS
20572 e MS 11123).
Com relação à proteção aos indivíduos de boa-fé, há uma
limitação ao dever de invalidar em vários aspectos. Bandeira de Mello
(2010, p. 480) afirma, com razão, que se o ato nulo restringiu direitos,
a sua invalidação deve produzir efeitos ex tunc (deve retroagir para ter
efeitos pretéritos, resgatando os direitos desde a data da edição do ato
nulo), se ampliou direitos, a sua invalidação deve se proceder com
efeitos ex nunc, porquanto o administrado não concorreu para o vício
do ato.
Assim, não deve a Administração promover o ressarcimento ao
erário daquele que tomou posse e assumiu cargo após a aprovação em
concurso público declarado ilegal. Esse entendimento evita o
enriquecimento sem causa da Administração e o dano injusto ao
administrado que não concorreu para o vício do ato (RESP 963578).
Além disso, está pacificado no STJ que os servidores não devem
restituir ao erário as verbas recebidas indevidamente, quando o erro na
aplicação da lei foi da Administração e eles estavam de boa-fé.
Noutro giro, saindo um pouco da questão da relação servidor-
Administração e passando para a relação contratado ou cidadão-
Administração, a Administração não pode impor prejuízos ao cidadão ou
àquele que contratou com o poder público em decorrência da
invalidação de determinado ato administrativo.
Nas hipóteses de invalidação que acabam por influir na atividade
do administrado, se este já desenvolveu atividade dispendiosa em
decorrência do ato declarado inválido (dano), está de boa-fé e não
concorreu para o vício do ato, a Administração deve indenizá-lo
pelos prejuízos sofridos em decorrência da edição do ato ilegal.
Outra limitação, que não é impeditiva da invalidação do ato, mas
sim uma obrigação procedimental, é a necessidade de a Administração

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observar o princípio da ampla defesa e contraditório quando o ato


administrativo afeta interesses de terceiros. Essa limitação será melhor
estudada no próximo ponto.
Tamanha a importância desse ponto do estudo que apresentamos
ao aluno o seguinte resumo. Sugiro que ele seja colado na parede de
seu quarto ou no espelho de seu banheiro!

Características da invalidação:
 Efeitos ex tunc;
 A Administração opera de ofício ou por provocação;
 O Judiciário pode anular de ofício o ato com nulidade absoluta, mas só
por provocação a relativa;
 Fundamento da invalidação: princípio da legalidade;
 Limitações que impõem a manutenção do ato inválido: decadência,
consolidação dos efeitos produzidos (excepcional) e boa-fé (ex nunc para
o ato que concedeu direitos);
 Procedimento: observar contraditório e ampla defesa.

3.4.2 Revogação
É bom repetir: Prezado concursando, “sangue nos olhos” neste
momento! Não desgrude desse ponto da aula!
Já tratamos da invalidação. Agora, a revogação.
A revogação é o ato discricionário utilizado pela Administração para
extinguir um ato administrativo e/ou seus efeitos por razões de
conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos precedentes (ex
nunc) e o direito adquirido.
Ela pode ser de todo o ato (total) ou apenas de parte dele
(parcial). A revogação pode, ainda, ser expressa ou tácita. Será
expressa se o agente, no novo ato, referir-se expressamente à
revogação do anterior e tácita se o novo ato for incompatível com o que
lhe antecedeu.

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A revogação legítima não gera direito à indenização, até porque ela


opera efeitos para o futuro.
Importante observar que se o ato A revogar o ato B e o ato C
revogar o ato B, o ato A não “ressuscita” automaticamente, ou seja, a
revogação da revogação não faz repristinar o primeiro ato revogado.
No ato administrativo revogador (ato C, no exemplo), o agente deve
fazer constar a constituição de um novo ato idêntico ao inicialmente
revogado (ato A) e os seus efeitos se iniciarão a partir da edição desse
último ato (ato C).
SINAL DE ALERTA! Um dos temas mais recorrentes de todo o
Direito Administrativo é o relativo ao sujeito ativo da revogação do ato
administrativo. Em decorrência do princípio da separação dos poderes
constitucionalmente determinado (art. 2º da Constituição), entende-se
que a autoridade administrativa é o sujeito ativo da revogação, não
podendo o Poder Judiciário analisar o mérito do ato
administrativo para retirá-lo do mundo jurídico (STJ: MS 14182 e
RESP 973686). Essa é a regra geral.
Atualmente, contudo, observa-se tendência crescente na doutrina e
na jurisprudência, sobretudo amparada nos princípios da
proporcionalidade, razoabilidade e da eficiência, no sentido de se
admitir o controle judicial da conveniência e oportunidade dos atos
administrativos discricionários em hipóteses excepcionais.
Sobre esse tema, no STJ, destacam-se os seguintes julgados: RMS
27566 e RESP 801177. No STF, esse entendimento foi adotado em
importante julgamento proferido pela Primeira Turma, qual seja, o RE
365368. Nessa oportunidade, os Ministros da Suprema Corte afirmaram
que “embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos
administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a
verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à
finalidade que ensejam. (...) Ressaltou-se, ainda, que a
proporcionalidade e a razoabilidade podem ser identificadas como

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critérios que, essencialmente, devem ser considerados pela


Administração Pública no exercício de suas funções típicas”.
Nesse caso, o STF entendeu não ser proporcional o fato de que dos
67 funcionários de uma Câmara de Vereadores, 42 exerciam cargos de
livre nomeação e apenas 25, cargos de provimento efetivo. Assim, a
Suprema Corte manteve a decisão do tribunal de origem que declarou
inconstitucional a lei que criava os cargos em comissão.
Na doutrina, Bandeira de Mello (2010, p. 437) afirma que, pelo
princípio da razoabilidade, a decisão discricionária legítima compreende
“apenas e tão-somente o campo dentro do qual ninguém poderá dizer
com indisputável objetividade qual é a providência ótima, pois mais de
uma seria igualmente defensável”.

Questão de
concurso

69. (STJ 2012 - CESPE - Técnico Judiciário - Apoio


Especializado/Telecomunicações e Eletricidade) A administração pode
anular seus próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade.
Essa você tirou de letra. Conforme o enunciado do princípio da
autotutela, a Administração pode revogar seus próprios atos por
motivos de conveniência ou oportunidade e anular os atos ilegais.
Gabarito: Errado.
70. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo - Área 1) A
revogação do ato administrativo, que implica extinção de um ato válido,
produz efeitos retroativos.
Assunto recorrente em provas: os efeitos da revogação são ex
nunc, por tanto, não operam efeitos retroativos.
Resposta: Errado.

71. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) A administração


pública pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os

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tornem ilegais, hipótese em que a anulação produz efeitos retroativos à


data em que tais atos foram praticados.
Se a revogação não produz efeitos ex nunc, ou seja, retroativos,
a anulação produz. O ato já nasce ilegal e portanto, não pode produzir
efeitos.
Resposta: Certo.

72. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE


INTELIGÊNCIA – ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E
PROPAGANDA) A revogação de um ato revogador não restaura,
automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.
Pessoal, se o ato revogador foi revogado, então era válido e
produziu efeitos válidos durante sua vigência, ou seja, de fato revogou
o ato anterior. Como a revogação foi válida, o primeiro ato revogado
não pode simplesmente ressurgir, pois foi validamente retirado do
mundo jurídico.
Resposta: Certo.
73. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)
Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no sentido de
admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa evolução tem o
propósito de substituir a discricionariedade do administrador pela do
Poder Judiciário.
O item está errado, pois “essa tendência que se observa na
doutrina, de ampliar o alcance da apreciação do Poder Judiciário, não
implica invasão na discricionariedade administrativa; o que se procura é
colocar essa discricionariedade em seus devidos limites, para distingui-
la da interpretação (apreciação que leva a uma única solução, sem
interferência da vontade do intérprete) e impedir as arbitrariedades que
a Administração Pública pratica sob o pretexto de agir
discricionariamente” (Di Pietro, p. 219)

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CUIDADO! Outro aspecto da revogação é que, assim como a


invalidação, ela também encontra limites em determinadas situações.
Di Pietro (2009, p. 249) assim elenca o rol de hipóteses em que os atos
administrativos não podem ser revogados:

 Atos vinculados (É o ato que decorre diretamente da lei, se


foi a lei quem determinou a prática do ato, não pode o
administrador ir contra a norma);
 Atos que já exauriram seus efeitos (É inócuo revogar um ato
que já produziu todos os efeitos que deveria produzir);
 Quando já exaurida a competência da autoridade que
praticou o ato (Ex: a decisão administrativa já foi submetida
a recurso à autoridade superior. A autoridade que praticou o
ato não é mais competente para revogá-lo.);
 Meros atos administrativos, cujos efeitos decorrem de lei (ex:
certidões, votos etc. – esses atos apenas declaram ou
enunciam uma situação);
 Atos que integram um procedimento e se submeteram à
preclusão em razão da edição de outro ato posterior;
 Atos que já geraram direitos adquiridos (A súmula 473 do
STF manda ressalvar os direitos adquiridos, ou seja, os
direitos que já integram o patrimônio do particular e que
foram gerados pelo ato que se pretende revogar.).
Em regra, a Administração deve conferir o contraditório quando a
Administração vai anular ou revogar um ato que gerou direitos a um
indivíduo.
Mas isso ocorre sempre?
Não, há casos em que se dispensa o contraditório em hipótese de
revogação de ato administrativo. São eles:

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 ato administrativo de caráter precário (Esses atos são


editados no interesse da Administração, sem qualquer
segurança ao administrado e a Administração pode revogá-lo
a qualquer tempo. É o caso da autorização de uso de bem
público – autorização para colocar mesas nas calçadas, por
exemplo);
 situação em que o afastamento de servidor nomeado para
cargo em comissão pode ser promovido a qualquer
momento, segundo um juízo de conveniência e oportunidade,
nos termos do art. 37, II, da CF (STJ: RMS 26165 – esses
cargos são de livre nomeação e destituição).
Diante da importância do tema da revogação, apresentamos o
quadro resumo:

Revogação:
 conveniência e oportunidade;
 ex nunc;
 total ou parcial;
 expressa ou tácita;
 não gera direito à indenização;
 não repristina automaticamente;
 em regra: não pode o Poder Judiciário analisar o mérito do ato
administrativo para retirá-lo do mundo jurídico;
 evolução jurisprudencial: análise da proporcionalidade e razoabilidade
quanto às causas, motivo e finalidade do ato (hipóteses excepcionais);
 não se revoga: atos vinculados; atos que já exauriram seus efeitos;
quando já exaurida a competência da autoridade que praticou o ato;
meros atos administrativos; atos que integram um procedimento
(preclusão); atos que geraram direitos adquiridos;
 *contraditório e ampla defesa*

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A questão relativa ao contraditório e a ampla defesa na invalidação


ou na revogação dos atos administrativos é de tamanha importância
que deve ser tratada com todos os destaques possíveis.
A Administração não pode revogar ou anular os seus atos como
bem entender. Quando estiverem em jogo interesses de pessoas
contrárias ao desfazimento do ato, a Administração deve conferir ao
interessado o direito ao contraditório.
Tamanha é a importância dessa regra que o STF editou a Súmula
Vinculante nº 3, assim redigida: “Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
Embora a súmula trate do TCU, o direito ao contraditório e à ampla
defesa deve ser promovido em todos os entes, órgãos e esferas da
Administração Pública do país, em atenção ao art. 5º, LV, da CF,
conforme reiterada jurisprudência do STJ (EDCL no MS 8958, MS 7217)
e do STF (RE 158543).
É bom observar, também, ainda com relação à súmula vinculante
em comento, que a ressalva formulada em sua parte final decorre da
constatação de que o ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão é classificado como complexo, nos termos do art. 71,
III, da CF. Assim, se o ato de concessão de aposentadoria depende da
manifestação de dois diferentes órgãos – do Tribunal de Contas e do
que o servidor integrava – ele só se tornará perfeito e acabado após a
manifestação de ambos.
Não há razão para se conferir o contraditório ao servidor antes da
análise pelo TCU, porque se considera que o ato de concessão de
aposentadoria ainda não se formou nesse momento.
A questão se torna interessante quando se analisa os reflexos do
prazo decadencial da Lei nº 9.784/99 na análise pelo TCU do ato de

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concessão inicial de aposentadoria. É justamente nesse ponto, meu


amigo concursando, que o seu concorrente vai escorregar!
O STF entende que não se opera a decadência prevista no
art. 54 da Lei 9.784/99 no período compreendido entre o ato
administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o
posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal
de Contas da União, ou seja, se o TCU demorar 10 anos para
analisar o ato concessivo da aposentadoria, ele não vai perder o
direito de avaliar a legalidade desse ato.
Isso não quer dizer que o TCU pode engavetar um processo dessa
natureza indefinidamente, violando o postulado da segurança jurídica. O
cidadão tem direito de ver seu ato de aposentadoria confirmado (ou
não) pelo órgão de controle.
Quando houver esse “engavetamento”, por um período
superior a 5 (cinco) anos, contados da chegada do processo ao
TCU, ao cidadão deve ser conferida a ampla defesa e o
contraditório, em atenção ao princípio da segurança jurídica e,
em última análise, ao princípio da confiança.
É isso mesmo, meu amigo, o TCU pode ficar 8, 9, 10, 15 anos sem
analisar o ato de concessão de aposentadoria e não vai decair do seu
mister de avaliar a legalidade desse ato. A única conseqüência desse
atraso será a obrigatoriedade que o TCU terá de conferir ao cidadão a
ampla defesa e o contraditório (o que numa situação normal não existe,
diante da redação da Súmula Vinculante nº3).
Como se vê, caro candidato, a evolução da jurisprudência do STF
derrubará os candidatos que conhecem somente a redação fria da
Súmula Vinculante nº 3.
Por ser tema de enorme relevância, transcrevo trecho da ementa
do MS 24781, Plenário do STF:

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“II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se


manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla
defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo
de legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de
aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos,
sob pena de ofensa ao princípio da confiança – face subjetiva
do princípio da segurança jurídica. Precedentes.”

Por fim, não podemos encerrar esse tópico sem a transcrição da


Súmula 473, que bem resume o que dissemos sobre a invalidação e da
anulação: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.
As críticas que merecem a redação dessa súmula são a omissão
quanto ao dever do poder público de promover o contraditório e a
ampla defesa ao beneficiado pelo ato que se propõe a anular e a má
colocação do vocábulo “pode”. A Administração está vinculada ao
princípio da legalidade e, por isso, deve anular os seus atos quando
eivados de vício de legalidade. É o que preceitua o art. 53 da Lei nº
9.784/99: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Questões de
concurso

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74. (CESPE - 2010 – MPE/CE – Promotor De Justiça) Como


faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que
considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto
os atos discricionários como os vinculados.
A revogação só alcança os atos discricionário. Por isso, não se pode
revogar o ato vinculado, visto que não há essa liberdade para o agente.
Gabarito: Errado.

75. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) Os atos vinculados são


passíveis de revogação.
A revogação só ocorre nos atos discricionários. Assim, o ato
vinculado não é passível de revogação.
Gabarito: Errado.

76. (CESPE - 2010 – TRE/BA – Analista Judiciário) Apesar


de o ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser
revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.
Não se admite a revogação dos atos: a) que a lei declare
irrevogáveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos
vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) atos integrante de
procedimento administrativo.
Gabarito: Certo.

77. (CESPE - 2010 - TRT 1ª REGIÃO – Juiz Do Trabalho)


O pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela
incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda
abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos
malefícios que causem à coletividade.
A revogação só alcança os atos discricionários e válidos. O ato
inválido deve ser anulado.

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Gabarito: Errado.

78. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) A


revogação não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as
certidões e os atestados.
Atos de meros atos administrativos não são passíveis de
revogação. Portanto, não é possível revogar certidões ou atestados por
serem atos enunciativos.
Gabarito: Certo.

3.5 Convalidação (ou sanatória)


Meu caro aluno, concentre, pois estamos na RETA FINAL da aula de
atos administrativo e o seu concurso se aproxima a cada minuto.
A convalidação é o meio de que se vale a Administração para suprir
a invalidade e aproveitar os atos administrativos já praticados nas
hipóteses em que o vício no ato administrativo é superável. Assim, se
promove a convalidação com efeitos ex tunc, retroagindo para o
momento da edição do ato anulável.
Mas, afinal, a convalidação é um ato discricionário ou vinculado da
Administração? Ela pode escolher entre convalidar ou não convalidar, ou
ela deve convalidar quando o vício for sanável?
O art. 55 da Lei nº 9.784/99, por outro lado, trata a convalidação
como uma faculdade da Administração, ou seja, como um ato
discricionário. Na redação da lei, “em decisão na qual se evidencie
não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração”.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (e a maioria da doutrina),
amparados na redação legal, entendem que o ato de convalidação é
discricionário, pois a Administração pode escolher entre convalidar

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(sanar o vício) ou anular o ato, a depender de sua conveniência e


oportunidade.
Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Melo, de outro lado,
entendem que a convalidação é um ato vinculado, pois a Administração
tem o dever de velar pela legalidade de seus atos. Mas esta é a posição
que não prevalece na doutrina.
A convalidação também sofre limitações. O ato anulável não pode
ser convalidado:
 Quando o ato já se exauriu;
 Se o ato já foi impugnado judicial ou administrativamente;
 Se a convalidação acarretar lesão ao interesse público;
 Se a convalidação acarretar prejuízo a terceiros.
Mas e o decurso do tempo, é uma limitação para a convalidação?
O decurso do tempo não é propriamente uma limitação, pois se a
Administração não pode mais mexer no ato em razão do transcurso do
prazo decadencial de 5 anos previsto na Lei nº 9.784/99, o ato estará
automaticamente convalidado, em atenção ao princípio da estabilização
das relações jurídicas. Essa convalidação tácita (também chamada de
sanatória extroversa por alguns doutrinadores) só não ocorrerá se o
beneficiado pelo ato concorreu para a nulidade e, portanto, age de má-
fé. Nesses casos, a Administração pode anular o ato a qualquer tempo,
afastando a convalidação tácita.

Convalidação tácita = decaiu o direito da Administração de anular o ato

Você já deve estar imaginando como a Administração promove a


convalidação (como ela realiza a sanatória introversa).
Pela (a) ratificação (definição de Celso Antônio) a mesma
autoridade que praticou o ato convalida o seu vício; pela (b)
confirmação (Celso Antônio), a autoridade competente decide sanar
um ato praticado por sujeito incompetente (não é possível nos casos em
que a lei outorga competência exclusiva a uma autoridade); já por meio

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da (c) reforma (José dos Santos Carvalho Filho), a Administração


suprime a parte inválida do ato anterior, mantendo sua parte válida; e
pela (d) conversão (Vicente Paulo e Alexandrino), a Administração
edita um ato de uma nova espécie, pois o ato anterior era inadequado
para realizar aquilo que pretendia a Administração (p. ex: a
Administração concedeu uma concessão de uso de bem público quando
deveria apenas autorizar o uso – a convalidação é promovida, com
efeitos ex tunc, se o ato for corrigido e passar a ser uma autorização).
Mas todos os vícios em quaisquer dos elementos do ato
administrativos podem ser sanados?
Obviamente que não, alguns vícios, como vimos acima, são
insanáveis.
E quais os elementos do ato administrativo possuem vícios
sanáveis?
Di Pietro (2009, p. 247) entende que são convalidáveis os vícios de
competência – quando esta não for exclusiva – e de forma – quando
esta não for essencial à validade do ato.
Carvalho Filho entende que são sanáveis os vícios de competência,
de forma, de objeto ou de conteúdo (quando este for plúrimo). Por
outro lado, são insanáveis os vícios no motivo, no objeto (quando
único), na finalidade e na falta de congruência entre o motivo e o
resultado do ato.
São convalidáveis os vícios de:
Di Pietro Carvalho Filho
 competência (não  competência
exclusiva)
 forma (não essencial)  forma
 objeto (quando este for
plúrimo)

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O STJ, com fundamento no magistério de Di Pietro e de Carvalho


Filho, já teve oportunidade de afirmar que o vício na competência do
sujeito é ato anulável e, por isso, pode ser convalidado (RESP 850270).
Assim, você pode afirmar, com base na doutrina majoritária que
são convalidáveis os vícios de competência e de forma.
Em hipóteses excepcionais, atendendo ao princípio da segurança
jurídica e a consolidação dos efeitos, o STJ já assinalou ser possível
convalidar um ato inconstitucional, como ocorre no caso de provimento
em cargo efetivo sem concurso público. No informativo 347, o STJ
convalidou uma nomeação de uma servidora sem concurso público,
uma vez que já transcorridos cerca de 15 anos entre a sua nomeação e
a decisão do tribunal.
O STJ deixou claro que não se tratava de aplicação do instituto da
decadência da Administração (= convalidação tácita), pois a decadência
só é aplicável ao ato anulável (vício sanável) e não ao ato nulo (vício
insanável).
Assim, admitiu-se, excepcionalmente, a convalidação de um ato
absolutamente nulo (RMS 24339).
ATENÇÃO: O vício na motivação não é convalidável (STJ: RMS
26927)!

Questões de
concurso

79. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente Administrativo)


Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele
poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que
estabeleça os motivos determinantes.
Não se admite ato administrativo sem finalidade pública. Os atos
administrativos que não objetivam o interesse público são nulos. Logo,
está INCORRETA.

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80. (CESPE – 2013 – TJDFT – Técnico Administrativo – Área


Administrativa) O ato administrativo eivado de vício de forma é passível
de convalidação, mesmo que a lei estabeleça forma específica essencial
à validade do ato.

No caso de a lei estabelecer forma específica essencial à validade


do ato, o vício de forma não é passível de convalidação. Logo, está
INCORRETA.

3.6 Caducidade

Segundo Diógenes Gasparine há caducidades "quando a retirada


funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da
situação anteriormente consentida.".
A caducidade nada mais é do que a perda de efeitos jurídicos em
razão da norma jurídica superveniente que contraria a respaldada na
prática do ato.
Carvalho Filho ainda diz: "O ato, que passa a ficar antagonismo
com a nova norma, extingue-se. Exemplo: uma permissão para o uso
de um bem público; se, superveniente, é editada lei que proíbe tal uso
privativo por particulares, o ato interior, de natureza precária, sofre
caducidade extinguindo-se".

4) Prescrição e Decadência

Não podemos encerrar o assunto “atos administrativos” sem


antes estudarmos a prescrição e a decadência.

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A prescrição traduz a perda do prazo para ajuizamento de uma


ação (ou apresentação de uma petição administrativa) mediante a qual
se pretendesse defender um direito contra uma lesão ou ameaça de
lesão (o prazo de prescrição tem curso antes de ser iniciado o processo
judicial ou administrativo).

A finalidade da prescrição é assegurar a estabilidade das


relações jurídicas entre a administração pública e os administrados, ou
entre ela e seus agentes, depois de transcorrido determinado lapso
temporal, em atenção ao princípio da segurança jurídica.

Falaremos, inicialmente, da prescrição da pretensão do


particular contra a Administração, subdividindo-a em dois grupos: a
pretensão formulada na via administrativa e a formulada perante o
Judiciário. Depois falaremos da prescrição da pretensão da
Administração contra o particular.

Na via administrativa, o interessado tem o direito de


apresentar sua pretensão contra a Administração em um ano contado
da data do fato que originou a pretensão (art. 6º do Decreto
20.910/32). Assim, o prazo prescricional para o administrado perante a
Administração é de um ano. Se houve o requerimento nesse prazo,
suspende-se o curso do prazo prescricional até a decisão final da
Administração (STJ: AgRg no REsp 698268 e RESP 571310).

OLHO ABERTO!

Na via judicial, o administrado tem 5 anos para ingressar com


uma demanda contra a Administração (art. 1º do Decreto 20.910/32).
Essa regra vale para pretensões contra a União, Estados, Municípios e
Fazendas federais, estaduais e municipais, bem como contra as
autarquias, e demais entidades da administração indireta e órgãos
paraestatais.

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Se ocorreu algum fato que fez interromper a prescrição, o prazo


de cinco anos recomeça a ser contado pela metade, a partir do evento
interruptivo. Mas, nos termos da Súmula 383/STF, “a prescrição em
favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos,
embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do
prazo”.

É bom você ter em mente que a prescrição só poderá ser


interrompida uma única vez.

Mas a partir de quando é contado esse prazo prescricional de 5


anos?

O termo inicial é o nascimento do dano, de acordo com o


princípio da actio nata (STJ: RESP 911841 e AgRg no RESP 1108801).

IMPORTANTE: Esse é o prazo geral do Decreto 20.910/32.


Existem outros prazos prescricionais?

Sim, o disposto no art. 1º da Lei nº 7.144/83, assim consignado:


“prescreve em 1 (um) ano, a contar da data em que for publicada a
homologação do resultado final, o direito de ação contra quaisquer
atos relativos a concursos para provimento de cargos e empregos na
Administração Federal Direta e nas Autarquias Federais”.

Lembre-se de que na responsabilidade extracontratual do Estado


o prazo prescricional da pretensão de reparação de danos contra o
Estado é de 5 anos, conforme entendimento mais recente do STJ.

Há casos em que a pretensão é imprescritível para o particular?

Sim! Por incrível que pareça, contrariando o princípio da


segurança jurídica, o STJ admite como imprescritível a pretensão
indenizatória decorrente de violação a direitos humanos fundamentais
durante o Regime Militar de exceção (REsp 890930).

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Mas e o prazo prescricional da pretensão da Administração se


voltar contra o particular ou o administrado, esse prazo prescricional
existe?

Existe sim! Assim como a lei protege a Administração contra


pretensões tardias formuladas contra ela, por uma questão de
isonomia, o particular também tem o direito a essa proteção perante o
poder público.

Por isso, a regra geral é a aplicação inversa do art. 1º do


Decreto 20.910/32: o prazo prescricional contra o poder público é de
cinco anos.

Há legislação específica com relação a algumas situações.

É de 5 (cinco) anos a “prescrição da ação punitiva da


Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente
ou continuada, do dia em que tiver cessado” (Lei nº 9.873/99).

Há também os prazos prescricionais previstos na legislação


tributária.

E há hipóteses de imprescritibilidade para a Administração?

OLHO ABERTO: Sim! Assim como o particular não se submete à


prescrição nos atos decorrentes da violação aos direitos humanos pelo
regime militar, a Administração não se submete a qualquer prazo
prescricional para promover a reparação de dano ao erário em
decorrência de atos ilícitos. Esse é o entendimento do STF (MS
26210 e 24519) e do STJ (AgRg no RESP 1038103, RESP 1067561,
RESP 801846 e RESP 1107833) na interpretação da parte final do art.
37, § 5º, da CF, que assim dispõe: “A lei estabelecerá os prazos de
prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,

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que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de


ressarcimento”.

ATENÇÃO PARA O RESUMO:

Com relação à prescrição, você já observou: o prazo do


particular perante a Administração é de 1 ano, perante o
Judiciário é de 5 anos. Este é reduzido para 1 ano para concurso
público. Para pretensão de atos que violaram direitos humanos
na ditadura: imprescritível. Para a Administração a regra geral
também é de 5 anos, havendo a imprescritibilidade para a
reparação ao erário.

Com relação à decadência, lembramos que, na esfera federal, o


art. 54 da Lei nº 9.784/99 estatui que é de 5 anos o prazo de
decadência para a administração pública anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo
comprovada má-fé.

Não há prazo para a administração proceder à revogação de seus


atos administrativos que se tornem inoportunos ou inconvenientes ao
interesse público.

Nesse sentido, declarou o STF, recentemente, que “o art. 54 da


Lei 9.784/99 não estabeleceria o prazo decadencial de cinco anos para
que a Administração revisse seus atos, mas sim para a anulação de atos
administrativos dos quais decorressem efeitos favoráveis para os
destinatários, salvo comprovada má-fé” (Informativo-STF nº 656, RMS
30795).

As hipóteses de prescrição administrativa concernentes aos prazos


para a administração pública aplicar sanções administrativas aos seus
próprios agentes ou aos administrados em geral seguem as mesmas
regras acima já expostas.

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Lembre-se que as ações de ressarcimento ao erário são


imprescritíveis.

5) Resumo da aula.

Atos administrativos são declarações humanas (e não meros


fenômenos da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem
contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no
exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos
jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob
regime de direito público e sujeitas a controle.
Os elementos do ato administrativo são: SUJOBMOFOFI = Sujeito,
objeto, motivo, forma e finalidade.
Pensou em sujeito – pense em capacidade e competência.
A competência pode ser objeto de delegação e avocação. A
delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art.
11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de
competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a
competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único,
do Decreto nº 83.937/79).
A Lei nº 9.784/99 proíbe a delegação da competência:
 de editar atos normativos;
 de decidir recursos administrativos; e
 das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.

Importante lembrar que: (I) o ato de delegar pressupõe a


autoridade para subdelegar; (II) pode haver delegação de competências
a órgãos não subordinados; (III) a delegação pode ser parcial; (IV) ela
deve ser feita por prazo determinado; (V) a autoridade delegante pode

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permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta


com a delegatária.
A forma pode ser verificada em sentido estrito (exteriorização do
ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta) e em sentido
amplo (as formalidades que devem ser observadas durante o processo
de formação da vontade da Administração, e até os requisitos
concernentes à publicidade do ato).
O objeto é o conteúdo material, é o que o ato realiza, é a resposta
às seguintes perguntas: “O quê é o ato?”, “Para quê serve o ato?”. O
objeto deve ser lícito, certo e moral.
A finalidade, por sua vez, pode ser analisada sob duas acepções:
em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o agente
quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir
ao praticar o ato; em sentido amplo, a finalidade se confunde com o
interesse público, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito,
a finalidade dele é a consecução do interesse público.
Com relação aos vícios na finalidade e no sujeito, temos:

Desvio de poder – vício na


finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência

O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser


definido como a causa imediata do ato administrativo, é a situação de
fato (ocorrida no mundo empírico) e de direito (previsão legal ou o
princípio) que determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).
Apresentamos o seguinte quadro para a distinção dos conceitos
que se relacionam:

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Motivo Móvel Motivação


Causa imediata dos atos Intenção do Justificativa
administrativos ocorrida no agente ao formalizada pelo
mundo dos fatos. praticar o ato. agente para a prática
do ato.
No estudo do motivo, vimos também a teoria dos motivos
determinantes, segundo a qual, a validade do ato se vincula aos
motivos – fáticos e legais – indicados como seu fundamento. Os
motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve
ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso contrário, o ato
será inválido.
Os atributos do ato administrativo são o PAI .
Com relação à classificação dos atos administrativos, vimos que o
ato administrativo é perfeito e passa a existir quando completa todas
as suas fases de elaboração. Ele é válido quando expedido em
conformidade com as exigências do ordenamento. É eficaz quando está
pronto para produzir efeitos.
Com relação à margem de liberdade conferida pela lei para a
prática de um ato, temos:
A lei não dá margem de liberdade ato vinculado
A lei confere alguma margem de liberdade ato
discricionário.

Juízo de mérito = conveniência + oportunidade

O Poder Judiciário, salvo em situações excepcionais, não pode se


inserir no mérito administrativo para declarar inválido um ato
administrativo discricionário. É vedado ao juiz substituir a
discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta à
separação dos poderes. Contudo:

Ato discricionário ≠ Ato arbitrário

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Não há ato administrativo praticado com liberdade absoluta ou com


margem total e irrestrita de liberdade. Por isso, em hipóteses
excepcionais, o Poder Judiciário acaba retirando do ordenamento ato
discricionário da Administração.
E quais são os elementos discricionários de um ato?
Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello
objeto objeto conteúdo
motivo motivo motivo
finalidade em sentido finalidade
amplo
momento
forma

Não podemos deixar de classificar os atos administrativos quanto à


formação da vontade. É simples o ato editado por um só órgão (seja
esse órgão composto de uma ou de várias autoridades, como ocorre,
por exemplo, em um julgamento colegiado). É complexo o ato editado
por dois ou mais órgãos distintos. Esses dois órgãos realizam um ato
único e só após a passagem pelo segundo órgão o ato é perfeito e
passa a existir (ex: aposentadoria de servidor público e nomeação de
desembargador por meio de lista tríplice). Regra do 2 x 1. Já o ato
composto é aquele em que um órgão promove dois atos secundários
para a realização de um ato principal Regra do 1 x 2.
Quanto aos atos administrativos em espécie, destacamos:
Licença: é ato unilateral pelo qual a Administração, verificando
que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o
desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490). É ato
administrativo vinculado.
Permissão: é o ato administrativo unilateral pelo qual a
Administração faculta ao particular a execução de serviços de interesse

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coletivo ou o uso especial de um bem público (Carvalho Filho, 2005, p.


114), a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pelo
poder público. Além de ser negocial, é discricionário e precário.
Autorização: é ato administrativo unilateral, discricionário e
precário pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de
atividade material ou a utilização de bem público no interesse dele.
Revisando a teoria das nulidades, apresentamos o seguinte
quadro:
Ato irregular Ato nulo Ato Ato inexistente
anulável
Apresentam Nasce com vício Nasce com Tem aparência de
defeitos insanável nos vício manifestação regular da
irrelevantes. seus elementos. sanável. Administração, mas
constitutivos. resta ausente um dos
elementos do ato
administrativo.

O critério para se distinguir os tipos de invalidade (se nulo ou


anulável) reside na possibilidade ou não de convalidar-se o vício do ato.
Ato anulável = convalidável, ato nulo = não convalida.
A invalidação é a retirada do ordenamento de um ato
administrativo produzido em desconformidade com a ordem jurídica (=
razões de legalidade) e se opera com efeitos retroativos (ex tunc). Ou
seja, com a invalidação, não só o ato viciado é retirado do ordenamento
jurídico, mas também todas as relações jurídicas que foram por ele
produzidas.
Destacamos as seguintes características e distinções dos atos nulos
e anuláveis:

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Ato nulo Ato anulável


não pode ser convalidado; pode ser convalidado;
pode ser retirado do mundo pode ser retirado do mundo
jurídico pela Administração e pelo jurídico pela Administração e pelo
Poder Judiciário; Poder Judiciário;
o Poder Judiciário pode retirar até o Poder Judiciário só retira
mesmo de ofício (sem que mediante provocação;
ninguém tenha alegado);
a Administração retira de ofício ou a Administração retira de ofício ou
por provocação. por provocação.

O poder-dever da Administração de invalidar atos nulos ou


anuláveis sofre as seguintes limitações:
 decurso do tempo (=decadência do direito da
Administração de anular): 5 anos, salvo comprovada má-fé;
esse prazo conta-se apenas a partir da data da edição da Lei
nº 9.784/99; se o ato anulável gerou efeitos financeiros
periódicos, os cinco anos serão contados a partir do primeiro
pagamento recebido pelo servidor (RMS 15433).
 consolidação dos efeitos produzidos: hipóteses em que
a situação decorrente do ato nulo já se consolidou de tal
maneira que atenderá mais ao interesse público a
manutenção do ato do que a sua invalidação (princípio da
segurança jurídica e da confiança);
 impossibilidade material de se retornar ao estado
anterior: é a aplicação da teoria do fato consumado (mesmo
que o fato seja nulo, ele continua produzindo efeitos, diante
da consolidação da situação fática que não pode retornar ao
status de antes). Essa teoria, via de regra, não é adotada
pelo STJ em se tratando de servidor público.

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 proteção aos indivíduos de boa-fé: a Administração não


promove o ressarcimento ao erário daquele que tomou posse
e assumiu cargo após a aprovação em concurso público
declarado ilegal. Além disso, está pacificado no STJ que os
servidores não devem restituir ao erário as verbas recebidas
indevidamente, quando o erro na aplicação da lei foi da
Administração e eles estavam de boa-fé.
A revogação, por sua vez, é o ato discricionário utilizado pela
Administração para extinguir um ato administrativo e/ou seus efeitos
por razões de conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos
precedentes (ex nunc) e o direito adquirido.
Como vimos, em decorrência do princípio da separação dos
poderes constitucionalmente determinado (art. 2º da Constituição),
entende-se que a autoridade administrativa é o sujeito ativo da
revogação, não podendo o Poder Judiciário analisar o mérito do ato
administrativo para retirá-lo do mundo jurídico (STJ: MS 14182 e RESP
973686). Essa é a regra geral.
Atualmente, contudo, observa-se tendência crescente na doutrina e
na jurisprudência, sobretudo amparada nos princípios da
proporcionalidade, razoabilidade e da eficiência, no sentido de se
admitir o controle judicial da conveniência e oportunidade dos atos
administrativos discricionários em hipóteses excepcionais.

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Não podem ser revogados:


 Atos vinculados;
 Atos que já exauriram seus efeitos;
 Quando já exaurida a competência da autoridade que
praticou o ato;
 Meros atos administrativos, cujos efeitos decorrem de lei;
 Atos que integram um procedimento e se submeteram à
preclusão em razão da edição de outro ato posterior;
 Atos que já geraram direitos adquiridos (A súmula 473 do
STF manda ressalvar os direitos adquiridos, ou seja, os
direitos que já integram o patrimônio do particular e que
foram gerados pelo ato que se pretende revogar.).
Casos em que se dispensa o contraditório em hipótese de
revogação de ato administrativo: revogação de ato administrativo de
caráter precário e situação em que o afastamento de servidor nomeado
para cargo em comissão pode ser promovido a qualquer momento,
segundo um juízo de conveniência e oportunidade, nos termos do art.
37, II, da CF.
Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”.

A prescrição traduz a perda do prazo para ajuizamento de uma


ação (ou apresentação de uma petição administrativa) mediante a qual
se pretendesse defender um direito contra uma lesão ou ameaça de
lesão (o prazo de prescrição tem curso antes de ser iniciado o processo
judicial ou administrativo).

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Na via administrativa, o interessado tem o direito de apresentar


sua pretensão contra a Administração em um ano contado da data do
fato que originou a pretensão (art. 6º do Decreto 20.910/32).
Na via judicial, o administrado tem 5 anos para ingressar com uma
demanda contra a Administração (art. 1º do Decreto 20.910/32). Essa
regra vale para pretensões contra a União, Estados, Municípios e
Fazendas federais, estaduais e municipais, bem como contra as
autarquias, e demais entidades da administração indireta e órgãos
paraestatais.
Com relação à prescrição: o prazo do particular perante a
Administração é de 1 ano, perante o Judiciário é de 5 anos. Este é
reduzido para 1 ano para concurso público. Para pretensão de atos que
violaram direitos humanos na ditadura: imprescritível. Para a
Administração a regra geral também é de 5 anos, havendo a
imprescritibilidade para a reparação ao erário.
Com relação à decadência, lembramos que, na esfera federal, o
art. 54 da Lei nº 9.784/99 estatui que é de 5 anos o prazo de
decadência para a administração pública anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo
comprovada má-fé.
Lembre-se que as ações de ressarcimento ao erário são
imprescritíveis.

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6) Questões

1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) A


função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo
Poder Executivo.
2. (CESPE – 2013 – TJDFT – Oficial de Justiça) A designação de
ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela
administração.
3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um banco
estatal que celebra com o particular um contrato para fornecimento de
cheque especial pratica um ato administrativo.
4. (CESPE – 2010 - MPS – Técnico Em Comunicação Social –
Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um
contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato
administrativo.
5. (CESPE - 2012 - ANATEL – Analista) A formalização de
contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira
sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito
de ato administrativo.
6. (CESPE – 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função
administrativa consiste em ato da administração.
7. (CESPE - 2012– TJ/AL – Analista Judiciário – Administrativa)
Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico constitucional.
8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados
pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas
normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não
podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.
9. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou
material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício

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concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por


órgãos administrativos.
10. (CESPE - 2011 – STM – Analista Judiciário – Administração)
Os atos administrativos têm origem no Estado ou em agentes investidos
de prerrogativas estatais.
11. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de
encaminhamento de papéis e os processos.
12. (CESPE – 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto)
Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade superior,
delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de
descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez
nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o
objeto da delegação.
13. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Taquigrafia -
Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No
entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato
passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo.
Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato
administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos
motivos determinantes.
14. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros
órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente
subordinados ao órgão originalmente competente, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
15. (CESPE/2011 – PC/ES – Perito Papiloscópico) O poder legal
conferido ao agente público para o desempenho específico das
atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou
seja, o requisito da competência.

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16. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)


A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de delegação.
17. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) A
competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as
hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos
normativos.
18. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A delegação da
competência para a realização de um ato administrativo configura a
renúncia da competência do agente delegante.
19. (CESPE - 2010 – MPS – Agente Administrativo) A
competência é delegável, mas não é passível de avocação.
20. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A
motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico
que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a
exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.
21. (CESPE - 2012 – TJ/AC – Juiz) O motivo, como pressuposto
de fato que antecede a prática do ato administrativo, será sempre
vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a apreciações
subjetivas por parte da administração.
22. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) Julgue os itens
subsequentes, referentes aos atos administrativos.
O motivo do ato administrativo não se confunde com a motivação
estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição
dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação
subjetiva e psicológica que corresponde à vontade do agente público.
23. (CESPE - 2010 – INSS – Perito Médico Previdenciário) A
alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal
ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de
poder.

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24. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente


exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a
nulidade do ato.
25. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em
decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a
administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial,
interditar determinado estabelecimento comercial.
26. (CESPE - 2010 – MS – Analista Técnico-Administrativo) Os
atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de
legitimidade.
27. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) Inerente aos
atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por ser
um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova em
contrário.
28. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)
Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se
denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar
provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,
interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as
unilateralmente em obrigações
29. (CESPE - 2011 - IFB – Professor) Por meio da
imperatividade, uma das características do ato administrativo, exige-se
do particular o cumprimento do ato, ainda que este contrarie
disposições legais.
30. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) A cobrança
de multas, em caso de resistência do particular, é um ato administrativo
autoexecutório.
31. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) A presunção de legitimidade,
como atributo do ato administrativo, representa a faculdade ou a
prerrogativa conferida à administração pública para impor,

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unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na esfera


alheia independentemente de anuência prévia.
32. (CESPE - 2010 – AGU – Agente Administrativo) No caso de
um administrado alegar a existência de vício de legalidade que invalide
determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá fundamentar sua
alegação com provas dos fatos relevantes, por força da obrigatoriedade
de inversão do ônus da prova, originada no princípio da presunção de
legitimidade do ato administrativo.
33. (CESPE - 2010 – AGU – Contador) O ato administrativo,
uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que
esteja eivado de vícios.
34. (CESPE - 2011 – TJ/ES – Analista Judiciário –
Administrativa) Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela
administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá
normalmente seus efeitos.
35. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)
Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os
praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha
conceitos jurídicos indeterminados.
36. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) Os
elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a
competência, a finalidade e a forma.
37. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente Administrativo) O
motivo, que autoriza a prática do ato administrativo, representa um
pressuposto subjetivo, por estar relacionado ao agente público, e é
reconhecido como requisito de natureza vinculatória.
38. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) Ato
administrativo vinculado é aquele que depende de requerimento do
interessado para ser praticado.
39. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Psicologia) Incluem-se na classificação de atos administrativos

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discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que


contenha conceitos jurídicos indeterminados.
40. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Psicologia) Os atos vinculados são passíveis de revogação.
41. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A revogação,
uma das formas de extinção dos atos administrativos que faz cessar os
efeitos do ato precedente considerado inoportuno ao atual interesse
administrativo, justifica-se pela conveniência e oportunidade da
administração e tem necessariamente efeitos ex nunc.
42. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) No que
se refere aos atos administrativos e aos direitos e deveres do servidor
público, julgue os itens seguintes.
A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à
data em que ele tiver sido praticado.
43. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos.
Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da
legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto
não só da legalidade, mas também do mérito.
44. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos.
O poder de revogação de ato administrativo por parte da
administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas
que não rendem ensejo à revogação.
45. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista)
Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado
mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU
tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética,
esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a
que estava vinculado o servidor.

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46. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)


Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os
praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha
conceitos jurídicos indeterminados.
47. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Em uma
situação de decisão, a possibilidade de o agente público adotar mais de
um comportamento, de acordo com a ótica da conveniência e da
oportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.
48. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) São exemplos
de atos de gestão a desapropriação de um bem privado, a interdição de
um estabelecimento comercial e a apreensão de mercadorias.
49. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O
estabelecimento que obtenha do poder público licença para
comercializar produtos farmacêuticos não poderá, com fundamento no
mesmo ato, comercializar produtos alimentícios, visto que a licença
para funcionamento de estabelecimento comercial constitui ato
administrativo vinculado.
50. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) O ato de
aplicação de penalidade administrativa deve ser sempre motivado.
51. (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA – FINEP –
ANALISTA CESPE 2009): O direito da administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram
praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

52. (CESPE/ACE TI-TCU/2010) Sempre que a lei expressamente


exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inoberv6ancia dessa exigência acarretara a
nulidade do ato

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53. (CESPE – 2013 – DPE/TO – Defensor) A presunção de


legitimidade é atributo de todos os atos administrativos, estando
presente mesmo nos casos de desrespeito ao devido processo legal pela
administração pública

54. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) A


ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua
anulação deve decorrer expressamente de violação da lei

55. (CESPE - 2005 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - adaptada) Um dos significados do princípio da
impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do
chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na
função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à
pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe.

56. CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)


Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a
administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando
estes estiverem eivados de vícios.

57. (CESPE/ACE-TCU/2009) A revogação e a invalidação são


modalidades de extinção do ato administrativo. Quanto ao tema, é
pacífico o entendimento o do STF no sentido de que a administração
pública somente poderá revogar seus próprios atos por motivo de
conveniência e oportunidade, mas não poderá anulá-los, haja vista que
a análise relacionada aos vícios de legalidade do cabe Poder Judiciário.

58. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Biologia) A legalidade dos


atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à
apreciação judicial.

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59. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.

60. (CESPE/Anac/2009) A revogação, possível de ser feita pelo


Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já
produzidos pelo ato administrativo.

61. (CESPE/DPU/2010) Pedro Luís, servidor público federal,


verificou, no ambiente de trabalho, ilegalidade de ato administrativo e
decidiu revoga-lo para não prejudicar administrados que sofreriam
efeitos danos em consequência da aplicação desse ato. Nessa situação,
a conduta de Pedro Luís está de acordo com o previsto na Lei n.
9784/1999.

62. (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) Segundo a


jurisprudência do STF, na hipótese de serem afetados interesses
individuais, a anulação do ato administrativo pela administração pública
não prescinde da instauração de processo administrativo para oitiva
daqueles que terão modificada a situação já alcançada.

63. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)


Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido
praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/99, a Administração
tem o prazo de cincos anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

64. (CESPE - 2012 – TC/DF – Auditor) A extinção de ato


administrativo perfeito por motivo de conveniência e oportunidade é
denominada anulação.

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65. (CESPE - 2010 – TI – AFCE) O Poder Judiciário pode, de


ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua
nulidade, caso seja considerado ilegal.

66. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.

67. (CESPE - 2012 – MPE/PI – Analista Ministerial) A anulação


de ato administrativo pela administração pública independe de
provocação e produz efeitos ex tunc.

68. (CESPE - 2012 – TRE/RJ - Analista Judiciário – Judiciária)


Tratando-se de nulidade superveniente, os efeitos da declaração de
nulidade de determinado ato administrativo não retroagem.

69. (STJ 2012 - CESPE - Técnico Judiciário - Apoio


Especializado/Telecomunicações e Eletricidade) A administração pode
anular seus próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade.

70. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo - Área 1) A


revogação do ato administrativo, que implica extinção de um ato válido,
produz efeitos retroativos.

71. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) A administração


pública pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, hipótese em que a anulação produz efeitos retroativos à
data em que tais atos foram praticados.

72. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE


INTELIGÊNCIA – ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E

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PROPAGANDA) A revogação de um ato revogador não restaura,


automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.

73. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)


Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no sentido de
admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa evolução tem o
propósito de substituir a discricionariedade do administrador pela do
Poder Judiciário.

74. (CESPE - 2010 – MPE/CE – Promotor De Justiça) Como


faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que
considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto
os atos discricionários como os vinculados.

75. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) Os atos vinculados são


passíveis de revogação.

76. (CESPE - 2010 – TRE/BA – Analista Judiciário) Apesar de o


ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser
revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.

77. (CESPE - 2010 - TRT 1ª REGIÃO – Juiz Do Trabalho) O


pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela
incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda
abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos
malefícios que causem à coletividade.

78. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) A revogação


não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as certidões e
os atestados.

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79. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente Administrativo)


Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele
poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que
estabeleça os motivos determinantes.

80. (CESPE – 2013 – TJDFT – Técnico Administrativo – Área


Administrativa) O ato administrativo eivado de vício de forma é passível
de convalidação, mesmo que a lei estabeleça forma específica essencial
à validade do ato.

Gabarito: 32) C
1) E 33) C
2) E 34) C
3) E 35) C
4) E 36) C
5) E 37) E
6) C 38) E
7) E 39) C
8) E 40) E
9) E 41) C
10) C 42) E
11) E 43) C
12) E 44) C
13) C 45) C
14) C 46) C
15) C 47) C
16) E 48) E
17) E 49) C
18) E 50) C
19) E 51) E
20) E 52) C
21) E 53) E
22) E 54) E
23) C 55) C
24) C 56) E
25) C 57) E
26) E 58) C
27) E 59) E
28) E 60) E
29) E 61) E
30) E 62) C
31) E 63) E

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64) E 74) E
65) E 75) E
66) E 76) C
67) C 77) E
68) E 78) C
69) E 79) E
70) E 80) E
71) C
72) C
73) E

7) Referências

ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 18ª Ed., São Paulo, Método, 2010.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Intervenção no VI Fórum da
Reforma do Estado. Rio de Janeiro, 1º. de outubro de 2007.
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito
Administrativo. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1977.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo, 13ª Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª Ed.
Editora Atlas, São Paulo, 2009.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 13ª Ed., Editora
Saraiva, São Paulo, 2008.
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, Tomo I, 3ª Edição,
Salvador, 2007, Jus Podivm.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23ª ed.,
São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo,
27ª Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010.
TALAMINI, Daniele Coutinho. Revogação do Ato Administrativo,
Malheiros Editores, 2002.

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SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo –


24ª edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos
Administrativos, 3ª Ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2008.
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo – Série Advocacia
Pública, Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo,
2011.
Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em
www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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