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FEUDALISMO CAPITALISMO
Atividades
1. Procure no dicionário as palavras que não sabe o significado e faça um
glossário em seu caderno.
2. Enumere os principais fatos que compõem a crise que ocorreu na Europa no
Século XIV.
3. O século XIV foi um período de crise para a Europa. Cite e explique 3
elementos que revelam esta crise.
4. Descreva resumidamente de que forma a fome e a peste negra contribuíram
para a desagregação do mundo feudal.
5. Interprete a frase: “Esta crise é o ponto de partida para se compreender o
processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo.”
Nos séculos XII a XV, diversas alterações puderam ser vistas na Europa
Ocidental. O poder dos senhores feudais e o poder universal da Igreja foram
superados pela centralização política monárquica e o conseqüente fortalecimento do
poder real.
Esta centralização, ou, como é normalmente conhecida, a formação dos
Estados Nacionais, acelera-se bastante a partir da crise do século XIV, quando a
nobreza, atemorizada pelas revoltas camponesas, compreende que é necessário uma
mudança na forma de seu poder, para que ela possa continuar a ser o grupo
socialmente dominante. Paralelamente, a unificação política agrada também à
nascente burguesia, visto que abre espaço para a unificação do sistema de pesos e
medidas, da moeda, o que proporciona facilidades para a atividade comercial.
É importante salientar que o surgimento dos Estados Nacionais não significou,
em absoluto, a liquidação do Modo de Produção Feudal, uma vez que as relações
sociais de produção permaneceram essencialmente feudais.
O que caracterizava os novos Estados Nacionais era a centralização do poder
político, obtida graças à unificação dos sistemas legais; do surgimento de uma
burocracia; da formação de um exército comandado pelo rei; do enfraquecimento da
justiça senhorial, em detrimento da justiça real; da arrecadação de impostos agora
devidos ao rei; da unificação monetária, da eliminação da autonomia das cidades.
Tal processo, não ocorreu ao mesmo tempo e do mesmo modo em todos os
lugares. Algumas regiões da Europa sequer conseguiram completar o processo de
unificação nessa época: é o caso da Alemanha e da Itália, que apenas o realizam no
século XIX.
O poder monárquico torna-se absoluto. O Absolutismo é o sistema de governo
no qual o poder é concentrado nas mãos do monarca, característico dos regimes da
maioria dos Estados europeus entre os séculos XVII e XVIII. Normalmente, os
governantes possuem sólida base de apoio social, sem o que dificilmente poderiam
governar. A Nobreza e o Alto Clero são os grupos sociais que asseguram o apoio ao
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rei; são também eles o grupo de pressão e que contribuem para limitar o poder real
em determinados aspectos. A Reforma Protestante, do século XVI, também colabora
para o fortalecimento da autoridade do rei, pois enfraquece o poder papal e coloca as
igrejas nacionais sobre o controle do soberano.
Com a evolução das leis, com base no estudo do direito romano, surgem teorias
que justificam o absolutismo, como as de Nicolau Maquiavel ( 1469-1527); Jean
Bodin (1530-1595); Thomas Hobbes ( 1588-1679).
O Estado absolutista típico é a França de Luís XIV (1638-1715). Conhecido
como o “Rei Sol”, a ele é atribuída a frase que se torna o emblema do poder absoluto:
“O Estado sou eu”. Na França, o absolutismo é derrubado com a Revolução Francesa
(17890.
Despotismo esclarecido:
forma de governo que se instala em alguns Estados absolutistas europeus no século
XVIII. Inspirados pelo Iluminismo, os déspotas esclarecidos limitam o poder da igreja
Católica, reduzem os privilégios da aristocracia e do clero, centralizam o poder,
favorecem o progresso econômicos e estimulam as artes e as ciências. Os principais
déspotas esclarecidos e seu tempo de reinado são: Frederico II. da Prússia (1740-
1786); Marquês de Pombal, de Portugal ( 1750-1777); Catarina II, da Rússia ( 1762-
1796); José II, da Áustria (1780-1790).
Os REIS controlam: a administração do Estado, formam exércitos
permanentes, dominam a padronização monetária e fiscal, estabelecem fronteiras
territoriais, intervém na economia nacional, criam uma organização judiciária
nacional, a Justiça real.
Com o crescimento comercial. A BURGUESIA tem interesse em disputar o
domínio político com os nobres e apóia a concentração do poder.
CAPITALISMO: Sistema econômico que se caracteriza pela propriedade
privada dos meios de produção, pelo trabalho livre assalariado e pela acumulação de
capital. Na Europa, essas características aparecem desde Idade Média,do século XI
ao XV, com a transferência do centro da vida econômica, social e política dos feudos
para as cidades. Nas regiões mais desenvolvidas como Itália e Holanda, já havia
bancos, letras de câmbio, intensa atividade de comércio e divisão de trabalho.
Na Idade Moderna, do século XV ao XVIII, os reis absolutistas expandem o
comércio por meio do MERCANTILISMO: política econômica desenvolvida pelos
Estados europeus, baseada no absolutismo estatal e na propriedade privada.
Corresponde á transição do feudalismo para o capitalismo, portanto á era de
acumulação do capital. Caracteriza-se pela interferência do governo na economia, na
acumulação de metais preciosos, na balança de comércio favorável (menos
importação, mais exportação). Com a formação das monarquias nacionais surge o
desejo das nações de se tornarem potências, apoiadas pela burguesia. Nessa época,
a riqueza é determinada pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que se
possui. Para controlar a riqueza e a economia, os ESTADOS utilizam-se de barreiras
alfandegárias, tarifas de comércio, incentivo às empresas privadas, controle da
produção interna e promoção de atividades comerciais. A criação de companhias de
comércio para a exploração colonial também é um elemento da política mercantilista.
São companhias privadas nas quais se associam governo e empresas comerciais para
ampliar e defender, inclusive militarmente, os negócios nos territórios então
descobertos. Um exemplo é a Companhia das Índias Ocidentais , cujo objetivo era
garantir à Holanda, o mercado fornecedor de açúcar.
O Estado controla a economia e busca colônias para incentivar o
enriquecimento das metrópoles. Esse enriquecimento favorece a burguesia. A
expansão marítima que produziu o fortalecimento dos Estados Nacionais, produziu
também o desenvolvimento do tráfico de escravos para da África para a América; o
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1. O príncipe não precisa ser fiel, piedoso, humano, íntegro e religioso, bastando
que aparente possuir tais qualidades. Um príncipe não pode observar todas as coisas
a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado,
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2. O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a
liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos
sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e
com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição
de guerra que é a consequência necessária (conforme se mostrou) das paixões
naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em
respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento dos seus pactos e ao
respeito àquelas leis de natureza. (Thomas Hobbes)
3. Todo o poder vem de Deus, Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e
seus representantes na terra. Consequentemente, o trono real não é o trono de um
homem, mas o trono do próprio Deus. Três razões fazem ver que este governo (o da
monarquia hereditária) é o melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua
por si próprio. (....) A segunda razão (...) é que esse governo é o que interessa mais
na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha
para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo reino,
confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural. (...) A terceira razão
tira-se da dignidade das casas reais. (....) A inveja, que se tem naturalmente daqueles
que estão acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes
obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual
se não conhece outra que a possa igualar (...).O trono real não é o trono de um
homem, mas o trono do próprio Deus (...). Os reis são deuses e participam de alguma
maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve
acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o
murmúrio é uma disposição para a sedição. ( Jacques BOSSUET.)
O Renascimento Cultural
Essa visão de mundo não combinava com a experiência burguesa. Essa nova
classe devia a sua posição social e econômica ao seu próprio esforço e não à vontade
divina, como o nobre. O sucesso nos negócios dependia da observação, do raciocínio
e do cálculo. Características que se opunham às explicações sobrenaturais, próprias
da mentalidade medieval. Por outro lado, era uma classe social em ascensão,
portanto otimista. Sua concepção de mundo era mais materialista. Queria usufruir na
terra o resultado de seus esforços. E também claro que o comerciante burguês era
essencialmente individualista. Quase sempre, o seu lucro implicava que outros
tivessem prejuízo. A visão de mundo da burguesia estará sintonizada com a
renovação cultural ocorrida nos fins da Idade Média e no começo da Idade Moderna.
A essa renovação denominamos Renascimento.
O Renascimento teve início e atingiu o seu maior brilho na Itália. Daí irradiou-se
para outras partes da Europa. O pioneirismo italiano se explica por diversos fatores:
b- a Itália foi o centro do Império Romano e por isso tinha mais presente a
memória da cultura clássica. Como vimos, o Renascimento inspirou-se na cultura
greco-romana.
“Deus criou vasos para a salvação e vasos para a danação eterna. Se a Mão de Deus
estiver sobre a tua cabeça tu será beneficiado aqui na terra com muita saúde e
prosperidade. Por este indício compreenderás que estás predestinado à salvação” –
João Calvino
como nossos governantes hoje fazem, dizem uma coisa e fazem outra...). Por outro
lado ao burguês que enriquecera comprando barato (ou saqueando) e vendendo com
largo lucro, além de cobrar juros, não era interessante:
a) Partilhar a sua riqueza com um clero cuja prática era incongruente com seu
discurso.
Numa Epístola de Paulo aos Romanos encontrou a “chave” para consolidar uma
idéia nova de salvação: “O justo viverá pela fé.”E “não são as obras, mas é a fé que
conduz à salvação”. Não importa como você aja no mundo. Se a sua fé for “do
tamanho de uma raiz de mostarda” você está no caminho da salvação, não importa o
que faça. Desprezando olimpicamente os vários trechos bíblicos que rezam: “o que é
a fé sem as obras?”; “A fé sem as obras é morta!” e “Mostra-me a tua fé sem as obras
que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé!” Lutero criou um novo sistema
religioso abrindo um cisma com a Igreja Católica Romana.
Lutero encontrou terreno fértil à sua pregação nas regiões em que era
interessante aos nobres se apoderarem das terras da Igreja Católica. Aliando-se aos
príncipes, conseguiu principalmente o apoio do Imperador do Sacro Império Romano-
Germânico Carlos V, que convocou a “Dieta de Worms” em 1521. As doutrinas
luteranas causaram grande agitação, principalmente sua idéia subversiva de
confiscar os bens da Igreja.
Sua aliança aos príncipes fica mais clara à medida em que analisamos sua
reação aos camponeses da região da renânia que, uma vez convertidos, passaram a
apoderar-se dos bens da Igreja Católica Romana. Lutero apoiou uma violenta
repressão aos camponeses em 1525 dizendo: “A espada deve se abater sobre estes
patifes! Não punir ou castigar, não exercer esta sagrada missão é pecar contra
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Deus!”
b- Salvação pela fé. Com base em São Paulo, Lutero afirmava que o homem
está destinado a pecar. Para São Paulo o homem não é capaz de fazer o bem que quer
mas faz o mal que não quer. Assim não se salvará pelas obras, mas sim pelo
arrependimento e pela fé.
outro lado, aqueles ligados ao catolicismo e à ética do amor ao próximo, que não
foram profundamente tocados pelo protestantismo, seguem subdesenvolvidos do
ponto de vista capitalista – casos dos países Ibéricos e da América Latina, por
exemplo.