Você está na página 1de 73

Universidade Estadual do Piauí

Organizadores:
Arnaldo Silva Brito
Simone Mousinho Freire
Tereza Maria Alcântara Neves
Vinícius Alexandre da Silva Oliveira

Educação, saúde e meio ambiente:


diversidade biológica em foco.
VOLUME 1

FUESPI
2016
E21 Educação, saúde e meio ambiente: diversidade biológica em foco / Organiza-
do por Arnaldo Silva Brito … [et al.]. - Teresina: FUESPI, 2016

436p ; v.1

ISBN 978-85-8320-168-7

Artigos apresentados ao Curso de Especialização em Biodiversidade e


Conservação do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estad-
ual do Piauí – NEAD/UESPI, 2016.

1. Diversidade Biológica. I. Freire, Simone Mousinho. II. Neves, Tereza


Maria Alcântara. III. Oliveira, Vinícius Alexandre da Silva. IV. Título.

CDD: 577

Ficha elaborada pelo Serviço de Catalogação da Biblioteca Central da UESPI


Presidente da República
Michel Miguel Elias Temer Lulia

Vice-presidente da República
_

Ministro da Educação
José Mendonça Bezerra Filho

Secretário de Educação a Distância


Carlos Eduardo Bielschowsky

Diretor de Educação a Distância CAPES/MEC


Jean Marc Georges Mutzig

Governador do Piauí
José Wellington Barroso de Araújo Dias

Secretária Estadual de Educação e Cultura do Piauí


Rejane Ribeiro Sousa Dias

Reitor da FUESPI – Fundação Universidade Estadual do Piauí


Nouga Cardoso Batista

Vice-reitora da FUESPI
Bárbara Olímpia Ramos de Melo

Pró-reitora de Ensino e Graduação – PREG


Ailma do Nascimento Silva

Coordenador da UAB-FUESPI
Arnaldo Silva Brito

Coordenador Adjunto da UAB-FUESPI


Vinícius Alexandre da Silva Oliveira

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação – PROP


Geraldo Eduardo da Luz Junior

Pró-reitor de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREX


Raimundo Dutra de Araújo

Pró-reitor de Administração e Recursos Humanos – PRAD


Benedito Ribeiro da Graça Neto

Pró-reitor de Planejamento e Finanças – PROPLAN


Raimundo Isídio de Sousa

Coordenadora do curso de Especialização em Biodiversidade e Conservação


Simone Mousinho Freire
SUMÁRIO

Capítulo 1
As Condições de Saneamento Básico das Famílias Cadastradas no Sistema de Informação da
Atenção Básica (Siab) do Distrito De Alto Lindo, Ibiapina-Ce.................................................13

Capítulo 2
Os Impactos Ambientais e Seus Efeitos Degradativos Causados pela a Pecuária de Gado Leitei-
ro em São José Do Divino- Pi................................................................................................... 23

Capítulo 3
Análises Sobre o Tratamento do Lixo na Cidade de Capitão De Campos – Pi.........................33

Capítulo 4
Plantio de Árvores Frutíferas em Locais Públicos no Município de São José do Divino-Pi.......45

Capítulo 5
Queimadas Urbanas: um Estudo de Caso na Cidade de Piripiri - Piauí.....................................59

Capítulo 6
Levantamento Floristico em Três Diferentes Coberturas Vegetais da Floresta Nacional do Ara-
ripe- Apodi.................................................................................................................................79

Capítulo 7
Diversidade de Frutos do Cerrado com Potencial Alimentício Utilizados por Moradores de Si-
mões-Pi..................................................................................................................................... 89

Capítulo 8
Educação Ambiental, Responsabilidade de Todos: Um Estudo de Caso na Escola...................99

Capítulo 9
Uma Abordagem Teorica Sobre a Lei 12.305/10 e a Importância da Sua Prática Para os Mu-
nicípios....................................................................................................................................107

Capítulo 10
A Prática do Turismo em Unidades de Conservação...............................................................115

Capítulo 11
Importância da Educação Ambiental na Conservação do Parque Nacional de Sete Cidades em
Piracuruca-Pi...........................................................................................................................125

Capítulo 12
Relato de Moradores Sobre as Espécies Animais em Risco de Extinção na Zona Rural de Si-
mões-Pi....................................................................................................................................139
Capítulo 13
O Conhecimento Sobre a Pressão de Uso das Espécies Vegetais da Localidade Curralinho Mu-
nicípio de Simões-Pi................................................................................................................147

Capítulo 14
Estudo Etnofarmacologico na Cidade de Campo Grande do Piauí-Pi .................................155

Capítulo 15
Educação Ambiental e Implantação de Horta Escolar Reutilizando Materiais na Unidade Es-
colar João José Ramos, em Campo Grande do Piauí-Pi........................................................167

Capítulo 16
Estratégias e Recursos Didáticos no Ensino de Ciências e Biologia, em Duas Escolas de Curral
Novo-Pi ..................................................................................................................................177

Capítulo 17
Conhecimento Etnobotânico de Plantas Medicinais na Comunidade Capim no Município de
Queimada Nova-Pi .................................................................................................................187

Capítulo 18
Sustentabilidade: Uso da Água de Forma Consciente na Escolinha Aquarela da Cidade de Si-
mões – Pi ................................................................................................................................197

Capítulo 19
A Prática da Educação Ambiental nas Escolas, Como Forma de Exercício da Cidadania.......205

Capítulo 20
Fauna Helmintológica em Rupornis Magnirostris (Gmelin, 1788) Apreendido pelo Cetas/
Ibama de Teresina-Pi ..............................................................................................................213

Capítulo 21
Educação Ambiental no Contexto Escolar um Estudo de Caso com os Alunos do 2º Ano da
Unidade Escolar Cel. Agostinho Valente ................................................................................219

Capítulo 22
Desmatamento e Perda na Biodiversidade no Município de Eliseu Martins-Pi .....................227

Capítulo 23
Levantamento Bibliografico de Plantas Medicinais no Estado do Piauí, Brasil......................241

Capítulo 24
Caracterização do Comércio de Plantas Medicinais em Floriano-Pi ......................................253

Capítulo 25
Conhecimento Etnoornitológico dos Moradores da Comunidade Rural Jardineira, Município
de Nossa Senhora de Nazaré-Pi, Brasil ...................................................................................263

Capítulo 26
A Importancia da Reutilização de Resíduos Sólidos na Construção Civil em Parnaíba – Piauí
.................................................................................................................................................279
Educação, saúde e meio ambiente

Capítulo 29
Estudo da Percepção Sobre A Arborização Urbana dos Moradores do Entorno da Avenida Alui-
sio Portela, em Campo Maior-Pi .............................................................................................287

Capítulo 30
Avaliação dos Fatores Condicionantes de Parasitoses Intestinais em Alunos de uma Escola Pú-
blica do Municipio de Parnaíba- Piauí ....................................................................................295

Capítulo 31
Percepção Ambiental Sobre a Utilização dos Recursos Hídricos nas Comunidades do Entorno
do Rio Surubim em Altos - Pi ...............................................................................................307

Capítulo 32
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica de Direito Privado em Crimes Ambientais no Mu-
nicípio de Corrente-Pi ............................................................................................................319

Capítulo 33
Conscientização de Alunos do 9º Ano Quanto à Reciclagem Ambiental ...............................331

Capítulo 34
Sedimentação das Dunas Móveis no Espaço Costeiro da Cidade de Luís Correia, Piauí ......341

Capítulo 34
Parâmetros Morfométricos de Manjubas Provenientes do Rio Parnaíba ...............................349

Capítulo 35
Ensino de Educação Ambiental: Concepções de Professores em Canto Do Buriti - Pi ..........357

Capítulo 36
Recuperação de Áreas Degradadas: Ações Realizadas para Conservaçãodas Matas Ciliares do
Rio Corrente, Piauí Rio Corrente: A Importância da Conservação das Matas Ciliares ..........365

Capítulo 37
A Biodiversidade de Mamíferos Brasileiros: Avaliação com Alunos do Ensino Fundamen-
tal.............................................................................................................................................371

Capítulo 38
Flora Arbórea - Etnobotânica em uma Comunidade Ribeirinha, Rio Igaraçu, Litoral Piauiense,
Brasil ......................................................................................................................................383

Capítulo 39
Diagnóstico da Fauna Silvestre Depositada no Centro de Triagem de Animais Silvestres, Iba-
ma- Pi – Uma Análise do Tráfico de Animais Silvestres no Estado .......................................395

Capítulo 40
Influência da Biodiversidade e da Educação Ambiental nas Escolas Públicas Municipais da
Cidade de Campo Maior/Pi .....................................................................................................403

13
Educação, saúde e meio ambiente

Capítulo 41
Impactos Causados pela Construção da Barragem de Atalaia, Piauí, Brasil ..........................417

Capítulo 42
Análise Comparativa de Espécie da Entomofauna em Dois Sistemas de Olericultura Agroeco-
lógica no Município de Corrente – Pi ....................................................................................427

14
Educação, saúde e meio ambiente

AS CONDIÇÕES DE SANEAMENTO BÁSICO DAS FAMÍLIAS CADASTRADAS NO


SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA (SIAB) DO DISTRITO DE
ALTO LINDO, IBIAPINA-CE.

Francisco Antônio de Sousa1


Kelly Poliana Pereira dos Santos2
Maria Beatriz Dias Coutinho3

RESUMO

O presente estudo representa uma possibilidade de se evidenciar o acesso aos serviços sanea-
mento básico da população do distrito de Alo Lindo, Ibiapina- CE. O objetivo principal deste
trabalho é analisar as condições de Saneamento Básico das famílias cadastradas no distrito de
Alto Lindo, Ibiapina-CE, a partir do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Reali-
zou- se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa por meio de pesquisa documental
dos relatórios da Ficha A do SIAB, além de ser fundamentada nas ideias e concepções de teóri-
cos como Dutra (2009), Abicalil (2002), Bovolato (2010), Miranda (2002) e Orrico & Gunther
(2002), entre outros. Com isso concluiu- se que a cobertura dos serviços de saneamento básico
na localidade encontra-se precária favorecendo a incidência de contaminação das águas, solo
e disseminado doenças como diarreia, cólera e helmintíases, principalmente, entre as crianças.

Palavras-chave: Saneamento Básico. Famílias cadastradas. SIAB.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema as condições de saneamento básico das famílias
cadastradas no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do distrito de Alto Lindo,
Ibiapina- CE representando uma possibilidade de se evidenciar o acesso aos serviços de sanea-
mento básico daquela população como condição de promoção de saúde e prevenção de determi-
nadas enfermidades que se pode prevenirpela adequada oferta de saneamento básico.
As ações de saneamento básico atuam diretamente no ambiente e, principalmente na
qualidade de vida e saúde da população, além de agirem diretamente na saúde pública. Por to-
dos esses impactos, o saneamento básico no Brasil está marcado por uma grande irregularidade
de distribuição e acesso, tanto em relação ao esgotamento quanto ao abastecimento de água,
destacando-se o atendimento dessas condições á população de baixa renda (RADIS, 2015).
Quando ocorre a baixa oferta ou ausência de saneamento sanitário diversas pessoas vi-
vem em ambientes insalubres e expostos a diversos riscos que podem comprometer a sua saúde.
Esses riscos são aumentados quando o indivíduo acaba por consumir água não potável, more

15
Educação, saúde e meio ambiente

em local sem coleta de lixo, drenagem de água e sistema de coleta e tratamento de esgotos;
ausência de local adequado para destino de fezes e urina.
O acesso ao saneamento básico faz toda diferença para afastar determinadas doenças
que superlotam o sistema de saúde, muitas vezes necessitando de hospitalização, como afetam
as crianças, vítimas do descaso político (RADIS, 2015).
Desta forma, apresentamos como principal questionamento da pesquisa o seguinte pro-
blema: Quais as condições de saneamento básico das famílias cadastradas no Sistema de Infor-
mação da Atenção Básica- SIAB do distrito de Alto Lindo, Ibiapina-CE?
Diante disso, o objetivo principal deste estudo é analisar as condições de Saneamento
Básico das famílias cadastradas no distrito de Alto Lindo, Ibiapina-Ce, a partir do Sistema de
Informação da Atenção Básica (SIAB), e com o intuito de atingir o objetivo geral tiveram-se os
seguintes objetivos específicos: a) Determinar a proporção de famílias que contam com abas-
tecimento de água; b) Determinar a proporção de famílias que contam com destino de lixo; c)
Determinar a proporção de famílias que contam com destino para fezes/ urina; d) Determinar
a proporção de famílias que contam com tratamento de água no domicílio; e) Descrever os im-
pactos na saúde das famílias quando da inadequação do saneamento básico; e f) Identificar as
doenças mais frequentes decorrentes da ausência de saneamento básico.
É sabido que as condições de saneamento básico devem ser ofertadas a toda população,
entretanto, não é o que se ver com frequência em certas cidades e regiões do país. Certos municípios
não contam com o mínimo necessário, já outros a tem de forma precária, o que contribui para a presença
frequente de certas doenças, muitas vezes evitáveis por uma simples situação de saneamento, doenças
essas que acometem principalmente as crianças, estando as doenças diarreicas como as mais comuns
(RADIS, 2015).
Este é o cenário que motivou a realização do presente estudo, pois atualmente o que se
percebe é uma forma de desleixo das autoridades com um assunto de crucial importância para a
saúde da população (especialmente as menos favorecidas economicamente), qualidade de vida
das pessoas e salubridade ambiental.

2 SANEAMENTO BÁSICO, MEIO AMBIENTE E SAÚDE

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), saneamento básico é o


conjunto de ações socioeconômicas que visam alcançar a salubridade ambiental, ou seja, uma
condição de saúde normal. É uma condição indispensável á promoção da saúde.
O Saneamento Básico é denominado como:
“(...) o conjunto de ações socioeconômicas que tem como objetivo alcançar Salu-
bridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável, coleta e disposição
sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de
uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais serviços
e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida
urbana e rural”. (FUNASA, 2001 p.36).

16
Educação, saúde e meio ambiente

A oferta de saneamento básico inclui os seguintes serviços: esgotamento sanitário, abas-


tecimento de água com qualidade, limpeza urbana, drenagem de águas pluviais e manejo dos
resíduos sólidos (RADIS, 2015).
Contudo, sabe-se que ainda há milhões de pessoas que não possuem esse direito de
acesso ao saneamento básico garantido, apesar de saber que o mesmo é questão de saúde pú-
blica. Segundo RADIS (2015), no Brasil apenas 64% dos domicílios tem acesso ao sistema de
esgotamento, o que ajuda a acentuar as desigualdades, uma vez que, os mais pobres são mais
expostos a essa falta de salubridade.
Os serviços de saneamento são fundamentais para a vida, á preservação da saúde, ao
meio ambiente, além de proporcionar bem estar e qualidade de vida ás pessoas. No Brasil ob-
serva- se que esses serviços são irregulares e não universais, apesar de existir uma política que
garante o acesso a esses serviços, constituindo risco á saúde pública (RADIS, 2015).
Para Abicalil (2002), a prestação dos serviços de saneamento é uma obrigação do Esta-
do, que pode ser realizada diretamente ou através de concessão ou permissão.
O Capítulo VI da Constituição Federal do Brasil é dedicado ao Meio Ambiente, garan-
tindo acesso a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à qualidade de vida
sadia, cabendo ao poder público e a sociedade preservá-lo, para as gerações atuais e futuras.
(BRASIL, 1988).
Sabemos que existe uma estreita relação entre saúde e meio ambiente, pois a maioria das
doenças está relacionada com a vida em sociedade, as condições físico-ambientais, a disponibi-
lidade de água potável, alimentos, entre outros.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015) divulgou estudo que revela que 28 mil
pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças provocadas por água contamina-
da, condições sanitárias precárias e falta de higiene.
Existem diversas doenças infecto-parasitárias que tem sua transmissão através de con-
dições inapropriadas de higiene e saneamento, um exemplo disso são as diarreias, leptospirose,
hepatite A e cólera; afetando diretamente as crianças menores de 5 anos, sobretudo em países
em desenvolvimento onde o número de internações de crianças com diarreias é elevado (DU-
TRA, 2009).
A água potável é aquela considerada apropriada para o consumo humano, entendida
como um elemento essencial á vida no planeta, assim o homem necessita de um abastecimento
de água eficiente para poder atender a s suas necessidades, para proteção de sua saúde e desen-
volvimento econômico.
O sistema de esgotamento sanitário também é essencial para afastar o contato de dejetos
humanos com a população, diminuir a poluição ambiental, com as águas de abastecimento e
com vetores de doenças e alimentos.
A coleta do lixo é outro serviço que está incluído nas ações de saneamento básico. O

17
Educação, saúde e meio ambiente

lixo nada mais é que os resíduos oriundos da atividade humana. Quando o lixo é disposto de
forma inadequada, em locais a céu aberto, por exemplo, gera problemas ambientais e de saúde;
atraindo animais e vetores de diversas doenças. Além disso, podem poluir o ar, o solo e as águas
superficiais e subterrâneas (DUTRA, 2009).
O sistema de drenagem de águas facilita a vida urbana prevenindo formações de poços
de água em vias públicas e possíveis focos de proliferação de vetores de doenças. O controle de
vetores é outro serviço que se insere na política de saneamento básico constituindo meio de evi-
tar que certos animais possam estar transmitindo doenças aos seres humanos (RADIS, 2015).

3 METODOLOGIA

Caracterizamos o presente trabalho, de acordo com seus objetivos, como do tipo des-
critivo, com abordagem quantitativa, desenvolvida através de pesquisa documental, onde os
dados serão obtidos da análise documental dos relatórios da Ficha “A” do Sistema de Informa-
ção da Atenção Básica- SIAB. A pesquisa descritiva de acordo com Gil (2006, p.46) “têm como
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.
Foram utilizadas as fichas ‘“A”, que são fichas de cadastramentos das famílias uti-
lizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e preenchidas no momento das visitas
domiciliares e servem para conhecer as características da população, como sexo, idade, tipo
de moradia, nível de escolaridade, doenças dos clientes e informações sobre abastecimento de
água no domicílio, destino do lixo, destino de fezes/urina e tratamento de água no domicílio, de
todo o período do ano de 2015 e realizada a média aritmética dos dados referente a cada que-
sito condicionante inserido nas ações e serviços de saneamento básico, posteriormente, foram
postos os dados em quadros para melhor compreensão. Foram analisadas as 12 fichas “A” do
ano de 2015 consolidadas mensalmente com as informações colhidas pelos 05 ACSs da área de
abrangência da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Alto Lindo, localizado na zona rural
do município de Ibiapina- CE.
O número de famílias cadastradas sob responsabilidade da ESF de Alto Lindo é de
639, perfazendo o total de 2.091 pessoas, o que corresponde a 100% dos moradores do local,
sendo que possui uma microárea sem cobertura por ACS.
As fichas “A” são instrumentos de coletas de dados do SIAB padronizadas e distribuí-
das aos municípios pelo Ministério da Saúde.
A análise dos dados ocorreu a partir da comparação da análise estatística (média) des-
critiva das informações obtidas pelas fichas “A” referentes aos indicadores de condições de saú-
de (saneamento) e de acesso dos indicadores ambientais da população referida. As fichas “A”
apresentam outras informações, porém, para a realização do trabalho, somente foram utilizados
os indicadores referentes a saneamento básico.
Para o alcance dos objetivos deste estudo, o levantamento e a revisão das publicações
18
Educação, saúde e meio ambiente

relacionadas ao tema, foram feitos em banco de dados impressos, revistas, livros, dissertações e
instrumentos eletrônicos (Lilacs, Bireme, Scielo). A partir daí, foram feitas leituras, releituras e
anotações em fichas catalográficas e de anotações pessoais daqueles conteúdos mais pertinentes
à temática.
A elaboração do trabalho foi fundamentada nas ideias e concepções de teóricos como
Dutra (2009), Abicalil (2002), Bovolato (2010), Miranda (2002) e Orrico&Gunther (2002),
entre outros.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados relacionados na construção dos indicadores de saúde foram os que trouxeram


dados a respeito dos serviços ligados diretamente ao saneamento básico como, por exemplo,
abastecimento de água dos domicílios, destino do lixo, destino de fezes e urina e tratamento de
água no domicílio foram extraídos da ficha A do SIAB.

4.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Água em quantidade e qualidade é essencial para a qualidade de vida humana, sendo um


elemento essencial á vida, Bovolato (2010, p.12) nos ratifica isso dizendo:

A água constitui elemento essencial à vida vegetal e animal. O homem necessita de


água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender as suas necessi-
dades, para proteção de sua a saúde e para propiciar o desenvolvimento econômico.

A disponibilidade de água adequada para o consumo é uma questão de saúde e apresenta


sua acessibilidade e portabilidade em constante questionamento nas zonas rurais. No distrito
de Alto Lindo a maior parte da população conta com um sistema de abastecimento de água por
conta da Rede Pública. Na Figura 01 observa-se que 95,60% da população do distrito estudado
utilizam fonte de água canalizada e 4,4% dessas famílias ainda recorrem á poços ou nascentes e
outros tipos de fonte para obtenção de água. Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística- IBGE (BRASIL, 1994 apud BRASIL, 2003, p.18), essas outras fontes
de abastecimento de água correspondem a “domicílio abastecido com água de chuva, carro-pi-
pa, ou apanhada em fonte pública, poço, ou bica, fora do domicílio ou peridomicílio.”
Todavia, isso não significa que essa água fornecida seja de boa qualidade, uma vez que a
água distribuída na maioria das comunidades rurais é extraída de poços comunitários que ficam
por conta da responsabilidade da comunidade local, inclusive seu tratamento com cloração, o
qual ocorre de forma não confiável. Além do mais, alguns desses poços podem ser perfurados
próximos a fossas sépticas, o que pode causar a contaminação in locudas redes de águas com
coliformes fecais, fora a contaminação no decorrer da distribuição e armazenamento aumentan-
do o risco de desenvolver doenças, especialmente em crianças; e nem sempre o fornecimento

19
Educação, saúde e meio ambiente

de água é contínuo, que acaba por obrigar as famílias a armazenarem a água em outros locais
que geram riscos de contaminação.
Corroborando para isso, Orrico&Gunther (2002) afirmam que as comunidades rurais
são as que mais sofrem na busca de fontes alternativas de água o que aumenta as possibilidades
de poluição ambiental e adoecimento.

4.2 DESTINO DO LIXO

Referente às formas de destinação do lixo gerado pelas famílias do distrito de Alto


Lindo apenas 36,98% das famílias contam com coleta pública, 36,14% das famílias jogam seu
lixo a céu aberto e 26,88% realizam a queima ou enterram o lixo, como podemos observar na
Figura 02.
A coleta do lixo no distrito é feito em média por três dias e os locais de destinação dos
resíduos não são adequados e há locais onde as casas ficam distantes dos pontos de coletas o
que impossibilita a chegada do carro coletor.
Diante dessa situação preocupante vemos que os riscos á saúde por conta destinação
inadequada do lixo é uma questão que gera a contaminação dos solos, atrai insetos e roedores
potencialmente transmissores de doenças, além do que as queimadas de lixos podem provocar
poluição atmosférica e ambiental, desencadear e agravar doenças respiratórias em idosos e
crianças.

4.3 DESTINO DE FEZES E URINA (DEJETOS HUMANOS)

O destino do esgotamento sanitário (fezes e urina) é de suma importância na prevenção


e disseminação de doenças em uma comunidade. Em relação à destinação de fezes/urina por
parte da comunidade estudada, podemos observar que 12,48% das famílias ainda depositam
em céu aberto (na rua, no quintal, em rios), gerando contaminação de fontes de água e doenças
diarreicas provocadas por vírus e bactérias presentes nas fezes/urina. (Figura 03).
Como podemos observar 87,38% das famílias fazem uso de fossa, porém nem todas
essas fossas são feitas adequadamente o que torna o serviço precário, principalmente nas áreas
rurais, agravando para o risco de diarreias por conta da contaminação do solo e dos lençóis freá-
ticos como aponta Miranda (2002) em seus estudos relatando a relação entre casos de diarreias
e helmintíases com a precariedade da oferta de redes de esgotamento sanitário.

4.4 TRATAMENTO DE ÁGUA NO DOMICÍLIO

Quanto às formas de tratamento da água utilizadas pelas famílias os dados não mostram
uma preocupação estatística, visto que 75,76% fazem uso da filtração da água antes do consumo
e 21,99% fazem uso da cloração, ou seja, utilizam o hipoclorito de Sódio 2,5% distribuído pelos

20
Educação, saúde e meio ambiente

Agentes Comunitário de Saúde (ACSs), Figura 04. Essa ação favorece a prevenção e promoção
da saúde ao atuar como uma barreira na ocorrência de enfermidades de transmissão hídrica para
os adultos, crianças e idosos.
Sabemos que o índice de
doenças de transmissão por via
hídrica é altíssimo quando não se
faz o tratamento adequado da água
a ser consumida. Essa realidade é
mais visível nas regiões mais po-
bres do país pela ocorrência preca-
rizada da cobertura de saneamento
básico onde as crianças com idade
de até 5 anos são as mais atingidas
por essa falta.
Dutra (2009, p. 76) nos mostra que mesmo as famílias tendo acesso à água encanada os
riscos de contaminação ainda existem no momento do fornecimento.

Esse tipo de estudo nos traz o alerta para o fato de que o tratamento da água no do-
micílio possui ligação direta com a saúde das pessoas, e mesmo na possibilidade de
acesso ao serviço de abastecimento público de água os riscos ainda persistem frente à
possibilidade de contaminação no percurso. (DUTRA, 2009, p.76).

5 CONCLUSÃO

Perante o que foi analisado,


ver-se que apesar da maioria das fa-
mílias terem acesso ao sistema de
fornecimento de água por meio da
rede pública, sabe-se que não se pode
confiar na qualidade da água, pois o
sistema de captação, tratamento e
distribuição é aparentemente precá-
rio e não satisfaz as recomendações
sanitárias, pondo em risco a saúde
da população estudada, a saber, as
crianças. Isso se confirma pela pre-
sença de estudos universais e clássicos relativos a casos de diarréia e helmintíases nessa faixa
etária. Assim existe a necessidade de melhorar o sistema de fornecimento de água da comuni-
dade.

21
Educação, saúde e meio ambiente

Outra preocupação diz respeito à


forma de destino do lixo no distrito onde,
mais da metade das famílias queimam/en-
terram os resíduos e jogam a céu aberto o
que gera a poluição ambiental e gatilha cri-
ses respiratórias em idosos e crianças.
No que diz respeito à destinação
dos dejetos humanos (fezes e urina) a lo-
calidade apresenta um dado preocupante já
que é baixíssimo o número de famílias que
têm acesso a sistema de esgoto; eliminando suas necessidades a céu aberto (no quintal, rua e
rios) mostrando risco de adoecimento ás pessoas e potencial fonte de contaminação dos lençóis
subterrâneos e a maioria conta com o sistema e fossas, que muitas fezes são feitas de forma
irregular e inadequada.
É válida também a realização de uma investigação relacionada ao impacto ambiental causado
pelo destino inadequado dos dejetos humanos e do lixo produzido, bem como sobre um estudo que
analise a qualidade da água de consumo fornecida aos moradores no distrito.
Porém, diante das formas de tratamento de água no domicílio as famílias apresentam
uma boa cobertura através do uso de filtros e cloração, o que contribui para minimizar os im-
pactos gerados pela ineficiência do sistema de saneamento básico do distrito.
Assim, é visível a necessidade de melhoramento e ampliação dos serviços de saneamen-
to básico em decorrência da estreita relação da ocorrência de certas doenças, como diarreia, có-
lera, hepatite A e helmintíases em que as mesmas atuam como principais doenças ocasionadas
pela falta de condições de Saneamento básico adequadas, sem falar dos impactos ambientais
gerados.

REFERÊNCIAS
ABICALIL, M. T. Uma Nova Agenda para o Saneamento. In: O Pensamento do
Setor Saneamento No Brasil: Perspectivas Futuras, v. 16, Série Modernização do
Setor Saneamento, pp.115-135, 2002.
BOVOLATO, Luís Eduardo. Saneamento Básico e Saúde. 2010. Disponível em:<http://re-
vista.uft.edu.br/index.php/escritas/article/view/1145/8039>. Acesso em 18 mar. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Bá-
sica. SIAB: Manual do sistema de Informação de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Se-
cretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 4.ª reimpr. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2003.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1988.

22
Educação, saúde e meio ambiente

DUTRA, Carla Daiane Costa. Saneamento, saúde infantil e indicadores epidemiológicos


na Bahia: uma perspectiva de análise através de sistemas de informação. Dissertação (Mes-
trado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente), Programa Regional de Pós-graduação
em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC, Ilhéus,
Bahia. 2009.
FUNASA, Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. Brasília: FUNASA,2001.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos e Pesquisa. 4º ed. São Paulo, Atlas S.A,
2006.
MIRANDA, D.C. Inter-relação entre Saúde Pública e Saneamento no Município
de Vitória. Trabalho apresentado no VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia
Sanitária e Ambiental. Disponível em:<http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/sibesa6/cclxiii.
pdf> Acesso em 30. mai. 2008.
ORRICO, S. R. M; GUNTHER, W. M. R. Saneamento e Morbidade em
Comunidades do Nordeste do Brasil. Trabalho apresentado no XXVII Congresso
Interamericano de IngenieriaSanitariay Ambiental. Cancun, México. 2002.
Disponível em http://www.upb.org.br/pdf/IDH2006.pdf>. Acesso em 01 dez. 2007.
RADIS. Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro. Saneamento é básico,nº 154, jul. 2015.
WHO. World Health Organization. Child Health and diseases related to poor
sanitation. Disponível em: <http://www.who.int/ith/en/> Acesso em 12 jan. 2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – Water, Sanitation and Hygiene Links to Health.
November, 2004.

23
Educação, saúde e meio ambiente

Ficha A- Verso

ANEXO IV

CARTA DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO

ANEXO II

Ficha A - Frente

ANEXO III

24
Educação, saúde e meio ambiente

OS IMPACTOS AMBIENTAIS E SEUS EFEITOS DEGRADATIVOS CAUSADOS


PELA A PECUÁRIA DE GADO LEITEIRO EM SÃO JOSÉ DO DIVINO- PI

VERÔNICA DE SOUSA MACHADO1


KELLY POLYANA PEREIRA DOS SANTOS2
MARIA BEATRIZ DIAS COUTINHO3

RESUMO

Este estudo foi realizado na cidade de São José do Divino-PI, por ser um dos maiores produto-
res do estado do Piauí. Com um grande rebanho de 10.492 bovinos. Dai surgiu a necessidade
de um estudo para evidenciar os impactos ambientais causados pela criação de gado leiteiro.
Portanto, este artigo tem o objetivo de conhecer os principais impactos ambientais causados
pela pecuária leiteira em São José do Divino e seus efeitos degradativos. Mesmo sendo uma
atividade atribulada, é de extrema importância para a humanidade e para região, portanto se
trata de um bem alimentício que gera muitos benefícios socioeconômicos. A metodologia uti-
lizada para o estudo foi uma pesquisa de campo, com aplicação de entrevistas e questionário e
averiguações de documentos, artigos e revista do município. Os resultados comprovam que os
impactos ambientais existem, assim como em outras atividades econômicas, os pecuaristas por
fazerem mau uso dos recursos da natureza, causa empobrecimento do solo, a erosão, a conta-
minação das águas, o rebaixamento dos lençóis freáticos, diminuição da biodiversidade entre
outro. Por isso, a importância de despertar o interesse dos pecuaristas leiteiro, são-joseense
em conservar e respeitar o meio ambiente e de não só buscar o lucro da produção. No que diz
respeito aos recursos naturais, todos têm de ter consciência que são bens coletivos, de uso de
toda sociedade e garantido por lei que eles têm de ser preservados para que possamos usufruir
de um ambiente sadio.

Palavras-chave: Fazendeiros. Produção leiteira. Degradação. Recursos naturais. Preservação.

1 INTRODUÇÃO

Criar gado é uma prática que faz parte da cultura de São José do Divino-PI, pois traz
benefícios para a economia, no entanto os produtores não refletem sobre os malefícios que fo-
ram surgindo ao meio ambiente com a prática dessa atividade, os recursos naturais foram sendo
degradados com o decorre dos anos.
1 Professora graduada em Geografia e Arte Visual e pós-graduada Educação ambiental e Gestão
Escolar, e-mail: veronicasmachado@hotmail.com
2 Mestre em Desenvolvimento em Meio Ambiente –UFPI
4
Mestre em Desenvolvimento em Meio ambiente-UFPI

25
Educação, saúde e meio ambiente

Mesmo a região tendo disposição para produção leiteira por conta das características
ambientais favorecidas pelos os fatores com: bom solo, luminosidade, temperatura, disponibili-
dade de água em razão dos rios Piracuruca, Jacareí e o Longá, contribuindo para boas pastagens,
que é um alimento constante dos animais. Ainda que seja uma prática destruidora do ambiente é
também uma a atividade de valor expressivo para a economia no município. Segunda a revista
da Festa do Leite de São José do Divino (2015, p. 10) o montante do leite produzido em um mês
equipara-se ao repasse mensal do Fundo de Participação do Município, que é a principal fonte
de renda do município.
A pecuária leiteira não pode ser extinta, na região apesar dos impactos causados, é uma
fonte de renda de boa parteda população e alimentos de muitos, em nosso meio social.
No decorrer dos anos a criação de gado leiteiro é exercida no município por homens
que alteram o equilíbrio do meio ambiente, sem respeitar os limites dos recursos naturais, os
produtor não se preocupam com preservação da natureza, o que lhe interessam é o aumento da
produtividade. Portanto os pecuaristas acham queinvestimentos no meio ambiente aumenta-
riam o trabalho e os custos sem trazer aumento proporcional da produção e do lucro.
Segundo Machado (2002), os recursos naturais existentes entre céu e terra devem sa-
tisfazer as necessidades de todos os seres vivos desde que não infrinja os direitos do meio
ambiente. A saúde do homem e do meio ambiente deve levar em conta o estado dos elementos
naturais, como: água, solo, ar, flora, fauna, e paisagens em geral.
É de fundamental relevância a conscientização dos pecuaristas e da população de São
de José do Divino, da necessidade e da urgência de discutir o assunto proposto neste artigo, a
fim de que sejam apresentados ao nosso meio rural social e acadêmico os impactos ambientais
que a criação de gado leiteiro como atividade econômica e financeira pode causar a natureza,
quando não é planejada e desenvolvida de maneira sustentável.
Esse trabalho tem como objetivo conhecer os principais impactos que a pecuária leitei-
ra de São José do Divino causao meio ambiente. Visto que só os fazendeiros conhecendo os
impactos que causaram poderão se sensibilizarem para colocarem em pratica ações que contri-
buam como medidas de prevenção e defesa dos recursos naturais.

2 DADOS DA PRODUÇÃO LEITEIRA SÃOJOSEENSE

A cidade de São José do Divino está localizada ao norte do Piauí, na Microrregião Li-
toral Piauiense, possui uma população segundo o (IBGE, 2010) de 5.148 habitantes, em uma
área territorial de 319,128 km2 e está situada a 18 km da BR 343, ligado a esta pela PI 111. O
município é denominado de maneira informal por muito “Terra do leite”, como forma de ho-
menagear ou fazer menção à grande produção de leite que faz do município um dos maiores
produtores do estado do Piauí.

26
Educação, saúde e meio ambiente

A principal característica da produção do leite de são José do Divino é que a atividade


é denominada por pequenos produtores. Mas somando, os pequenos produtores são os respon-
sáveis pela segunda maior produção de leite do Estado, ficando atrás apenas da cidade de Par-
naíba, o maior produtor, e á frente de municípios como Luiz Correia e Teresina, quem vêm logo
atrás de São José do Divino. (São José do Divino Perfil Municipal-2013, p.33).
Segundo da Revista Festa do Leite de São José do Divino(2015, p.10) um levantamento
feito pela Associação de Produção de Leite (ASPROLE), onde reuniu os criadores de São José
do Divino, revela que a região conta com cerca de 150 produtores. Destes, o maior percentual
produz em sua maioria a média de 200 a 300 litros de leite por dia. Os que produzem acima de
500 litros são na faixa de seis produtores. Apenas dois conseguem produzir acima de 800 litros/
dia. Tendo o município uma produção leiteira em média de 15 a 16 mil litros diária.


Segunda a Agência de Defesa Agropecuária do estado do Piauí (ADAPI), no município
de São José do Divino existem 223 fazendas registradas, pois as mesmas correspondem 70%
das terras do lugar, com predominância dos estabelecimentos pequenos. Com um rebanho que
totaliza 10492 cabeças de gado e para sustentar um rebanho deste porte e fazer que cada dia a
produção crescer, faz-se necessário aumentar a demanda por recursos da natureza. Com isso
crescer os impactos ambientais nas fazendas do município.

2.1 OS IMPACTOS AMBIENTAIS DA PECUÁRIA LEITEIRA DE SÃO JOSÉ DO DI-


VINO
As evidências de desarmonia entre os homens e a natureza têm sido crescente em todo o
planeta. Desde que os recursos naturais têm sido utilizados pelo homem de maneira exagerada
os impactos ambientais se espalham por todo o planeta, vindo a comprometer a sustentabilida-
de.
Segundo a definição trazida pela Resolução n.º 001/86 do CONAMA (Conselho Nacio-
nal de Meio Ambiente), Artigo 1º, o impacto ambiental é:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia re-
27
Educação, saúde e meio ambiente

sultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:


I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades
sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitá-
rias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais.

Todo produtor rural tem o direito de usar sua propriedade livremente, porém obser-
vam-se alguns princípios intrínsecos a esse direito, diz Ribeiro (2001). Então, o proprietário
deve utilizar a propriedade como bem entender, sendo necessário que ele respeite os recursos
naturais existentes.
Portanto, como se diz que o proprietário rural pode usar livremente sua propriedade,
achar que a mesma é apenas o solo superficial e a vegetação e os animais que ali nasce, mas
não faz parte da propriedade o subsolo, o ar e as nascentes os lençóis freáticos, esses recursos
citados pertencem à União e aos Estados, independentemente de estar dentro ou fora da pro-
priedade.
A atividade bovinocultura leiteira de São José do Divino constantemente vê acarretando
lesões ambientais ao município. Muitos destes danos não são compreendidos e nem são levados
a sério pelos pecuaristas, entretanto a maioria não tem consciência de que os recursos naturais
são de necessidades vitais para o ser humano e para os demais seres vivos, sem ar, sem água e
sem solo não há vida. Portanto, a produção da pecuária leiteira deve ser de maneira sustentável,
sem que nenhuma das partes perca.
Nesse processo de criação de bovinocultura leiteira, os produtores alargam a degradação
com a intensificação dos fatores impactantes a natureza com o emprego de máquinas agrícolas,
promoção do desmatamento de grandes áreas para a formação de pastagens ou para o cultivo
e fabricação de rações, o pó emitido para atmosfera na fabricação das rações, monocultura de
milho e capim, irrigação, implemento de matéria orgânica ao solo, queimadas em pastagens
e florestas, poluição por dejetos animais com acúmulo de fezes e urina nos curais, pisoteio
intenso dos animais, mata ciliar destruída, uso intensivo deagrotóxicos, pastagens sem utili-
zação do devido descanso da área, perfuração de muitos poços tubulares, descarte inadequada
de embalagem de agrotóxicos, de remédios e vacinas, geração de resíduos líquidos com altas
concentrações de carga orgânica o leite e o soro da coalhada que possibilita a proliferação de
moscas e mosquitos, podem causar poluição direta nas fazendas.
A construção dos espaços das fazendas é o resultado das profundas transformações do
ambiente para ajustar às necessidades do rebanho, e esses lugares estão se transformando em
áreas degradadas. Falta-nos, entretanto definir a natureza das relações essenciais do ambiente.
Necessitamos racionalizar o uso dos recursos naturais, pois são bens de uso comum do
povo, essencial á sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações sendo, portanto, um
direito transgeracional, pois depende de quem ainda não nasceu, impondo a responsabilidade
pela a manutenção, prevenção ambiental para todos, Poder Público, Empresas Privadas e a so-
ciedade de maneira geral.

28
Educação, saúde e meio ambiente

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipos de pesquisa


A metodologia adotada neste trabalho foi uma pesquisa de campo, por meio de questio-
nário e entrevistas orais com criadores de gado de São José do Divino. A mesma caracteriza-se
como descritiva exploratória de caráter qualitativo, utilizando-se a entrevista e a observação
como procedimentos de coleta de dados. Os dados coletados foram analisados e avaliados todo
o conteúdo.
Logo em seguida as analises das respostas dos fazendeiros foram identificados os prin-
cipais impactos ambientais das fazendas da região. Com os dados em mãos, todas as respostas
foram transcritas e pautadas em posicionamento de teóricos para que se possam propor ideias
ou até mesmo promover discussões sobre o tema que venha favorecer no desenvolvimento de
conceitos, valores e atitudes que forme conhecimentos necessários para que os mesmos ad-
quiram um bom relacionamento com o meio ambiente e cheguem a uma pecuária sustentável.
Depois das análises dos resultados apresentação para toda comunidade.

3.2 Áreas de estudo


O estudo foi desenvolvido emfazendas de São José do Divino, por ser intensa a pecuá-
ria leiteira e com grande produtividade, também os impactos ambientais são enormes e visíveis
os efeitos em todas as estâncias.

3.3 Perfil do produtor


A pesquisa foi realizada com 30 fazendeiros todos residentes em São José do Divino e
do sexo masculino, com faixa etária em media de 35 a 55 anos, todos com pouco estudo a maio-
ria só sabem assinar o nome. Quase todos já atuam nessa atividade aproximadamente 20 anos.
Outra característica importante é que todos são proprietários de suas fazendas e são pequenos
produtores com a produção media de 0 a 200 litros/dias.

3.4 A aplicação do questionário e como está organizado


A primeira etapa elaboração do questionário com 18 questões subjetivas em seguida
aplicadas a 30 fazendeiros da região. Os mesmos foram respondidos de forma individual e suas
respostas foram transcritas no tópico de resultados e discussão dos dados.

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos dados coletados dos questionários e das observações feitas nas visitas das
fazendas pela a pesquisadora, pode-se constatar que as informações foram relevantes para co-
nhecer e identificar os impactos ambientais da pecuária leiteira de São José do Divino.O posi-

29
Educação, saúde e meio ambiente

cionamento dos fazendeiros foram o seguinte:


• 100% dos fazendeiros entrevistados têm suas terras desmatadas;
• 90% fazem queimadas no período da limpeza do pasto;
• 100% também usam agrotóxicos para limpeza de novas áreas de pastagem ou no mane-
jo das já existentes;
• 100% responderam que o descartes das embalagens dos agrotóxicos, das vacinas e re-
médios usados são jogados na fazenda a céu aberto ou enterrados;
• 80% disseram que tem área irrigadanas fazendas a irrigação é direta de rio ou é de poços
tubulares;
• 80% perfuraram poços tubulares em suas fazendas;
• 100% praticam em suas fazendas a monocultura de milho e capim, as duas produções é
costada na máquina forrageira e misturada com a ração que é comprada ou usada para
fazer silagem;
• 100% falaram que as fezes e as urinas são acumulo nos currais e dispersas por toda a
fazenda
• 30% dos fazendeiros poluem as águas dos rios, por a região ficar entre três rios Pira-
curuca, Jacareí e Longá;
• 20% de outros impactos.

Observando o gráfico a cima é possível identificar os principais impactos ocasionados


pela pecuária leiteira de São José do Divino: desmatamento, queimadas, usa de agrotóxicos,
descarte inadequado de embalagens agrotóxicas, vacinas e remédios, irrigação, perfuração de
poços tubulares, prática de monocultura, acúmulos de fezes e urina, poluição das águas dos rios
e outros.
Conforme os dados analisados no gráfico 2, percebe-se que cinco impactos ambientais se

30
Educação, saúde e meio ambiente

repetem em todas as fazendas que o proprietário foi entrevistado desde as grandes propriedades
até as pequenas.
Dos impactos citados no gráfico 2, dois foram considerados como mais preocupantes
pelo os entrevistados o desmatamento e a grande perfuração de poços tubulares.
Oprimeiro impacto o desmatamento que corresponde a 75% das terras fazendas, trazendo
consequência preocupante como transformação das paisagens, aumento da velocidade do ven-
to, rápida escoamento da água, compactação do solo, redução da fertilidade do solo, redução
dos mananciais de água, erosão, desertificação, diminuição da biodiversidade da área.Além de
está matando a natureza o desmatamento está comprometendo a continuidade futura da pecuá-
ria leiteira da região. (Ver no gráfico 3).

O segundo impacto ambiental é a perfuração do grande número de poços tubularesno mu-


nicípio em quase todas as fazendas existe um poço, em algumas até dois, poisde acordo comos
entrevistados cada vez mais necessita de uma profundidade maior de metros cavados para se
encontrar água.Em 2011 encontrava-se água de 20 a 50 metros de profundidade, hoje essa pro-
fundidade aumentou para mais de 120metros, isso mostra que está havendo um rebaixamento
dos lençóis freáticos da região.(Verno gráfico 4).

O município de São José do Divino, por ser uma das maiores bacias leiteira da região
Norte do estado do Piauí, apresenta sérios impactos ambientais que foram apresentados no grá-

31
Educação, saúde e meio ambiente

fico2. Esses impactos são decorrentes de diversos fatores que vão desde a falta de informação
até a ambição dos produtores por quererem produzir sempre mais não se importando com as
consequências ocasionadas por essa prática econômica.
Mesmo diante de todos esses danos nas fazendas, a resposta da última questão do ques-
tionário é preocupante, pois 90% dos fazendeiros estão preocupados com o aumento da produ-
ção e que as agressões à natureza sãonecessárias para produzir.Apenas 10% responderam que se
preocupavam, mas que não podem fazer nada para amenizar essa situação. Isso comprova que
o mais importante para eles é o aumento da produção.
Portanto é de responsabilidade do ser humano ter cuidados permanentes com o ambien-
te e adquirir conhecimento, habilidades, valores e determinação que nos tornem capazes de agir
individualmente ou coletivamente na busca de soluções para os problemas ambientais presentes
e futuros.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática da atividade agropecuária provoca grandes benefícios mais também malefí-
cios devidos uma grande demanda pelos recursos naturais, para sustentar a produção leiteira
de São José do Divino. A falta de conhecimento e o descaso por parte dos produtores causam
enormes danos ao meio ambiente que por si só não consegue retornar o equilíbrio indispensável
para um ambiente sadio. Este artigo atingiu o objetivo de conhecer e demonstrar os impactos
causados pela criação de gado da região.
Se de um lado há a pressão pelo aumento da produtividade e, do outro, esse aumento
provoca a destruição do meio ambiente, é necessário, então, que sejam aplicadas técnicas de
produção que minimizem os impactos e gerem retorno financeiro para serem atrativas ao pro-
dutor.
Precisa-se buscar conhecimento para desenvolvimento sustentável desta atividade para
que possa beneficiar não apenas o meio ambiente, mas também a sociedade como um todo é de
extraordinária importância. A realidade atual exige uma reflexão cada vez menos unidimensio-
nal, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam identidades
e valores comuns e ações solidárias diante da apropriação da natureza, numa perspectiva que
privilegia o diálogo entre saberes.
Precisa conscientizar os produtores a respeito da importância da preservação do meio
ambiente e com auxílio técnico, financeiro e social dos órgãos governamentais para que se re-
duzam os danos ambientais que a bovinocultura leiteira vem causando ao meio ambiente.
Portanto, apesar do risco eminente de que o crescimento econômico prejudica o meio
ambiente, uma vez que ele aumenta a pressão sobre os recursos ambientais, é fundamental que
todas as nações se unam para estabelecer políticas públicas que levem a um desenvolvimento
sustentável.
6- REFERÊNCIAS

32
Educação, saúde e meio ambiente

ADAP, Agência de Defesa Agropecuária do estado do Piauí. (Arquivo), São José do Divino,
2016.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente - MMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CO-
NAMA. Resolução CONAMA nº 001/1986, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios
básicas e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 17 jan. 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/
res0186.html>. Acesso em: 22: 10h de 27/06 /2016.

GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/areaterritorial/area.php?nome=%acessado dia 11-


04-2016 as 16;15h.

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23 acessado 20:01 de 18/04/2016.

IBAMA. Curso de Gestão Ambiental – Instrumentos Aplicados ao Licenciamento (Apos-


tila). Brasília: 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo Populacio-


nal 2010.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 10. ed. São Paulo: Malhei-
ros,2002.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO DIVINO, São José do Divino: Perfil Muni-
cipal, 2013.

RIBEIRO, Augusto. A Produção Agropecuária e o Meio Ambiente. DBO Rural, a revista


denegócios do criador, São Paulo, Ano 20, nº 254. Dez.2001 p.137..

SABINO, Aleidiano. Festa do Leite (Revista).2ª.ed.São José do Divino, PI: Editora Silar
Gráfica, 2015.

33
Educação, saúde e meio ambiente

Suany Rocha Rodrigues3


Maria Beatriz Dias Coutinho4
Kelly Polyana Pereira dos Santos5

RESUMO

O presente trabalho buscou problematizar questões relacionadas ao lixo produzido na cidade de


Capitão de Campos – PI, buscando evidenciar os problemas ocasionados pela falta de serviços
relacionados ao tratamento dos resíduos sólidos. A pesquisa teve como objetivo discutir sobre o
problema do lixo na cidade de Capitão de Campos-PI. Além disso, buscou analisar o perfil dos
entrevistados sobre a percepção que eles apresentam sobre o lixo. Para atingir o nível de análise
pretendido foi utilizada como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica destacando
alguns autores que trabalham sobre essa temática, e a pesquisa de campo, essa foi desenvolvida
a partir de um trabalho de investigação que contou com a observação direta além da aplicação
de um conjunto de questionários aplicados com uma amostra formada por vinte moradores. As
análises permitiram compreender que embora as pessoas colaborem com a limpeza dos espaços
urbanos, ainda é necessário uma maior mobilização dos moradores em parceria com o poder
público para que a população não seja atingida pela forma inadequada em que o lixo é deposi-
tado. Diante os resultados alcançados com a pesquisa concluiu-se que o lixão precisa de mais
investimentos, ou seja, a forma como o mesmo é utilizado oferece sérios problemas para todos,
pois não há uma fiscalização que possa impedir a entrada de animais como porcos, e com isso
oferecendo sérios riscos a saúde humana e também para o meio ambiente.

Palavras-chave: Lixo Urbano. Meio Ambiente. Saúde.

1. INTRODUÇÃO

Observa-se que a problemática do lixo é uma das maiores causas que trazem danos ao
planeta Terra. A destinação inadequada do lixo provoca sérios problemas ao meio ambiente e
isso contribui para o surgimento de doenças, poluição dos rios, do solo entre vários outros efei-
tos negativos. Desse modo trata-se de um problema socioambiental.
Diante dessa realidade percebe-se que ainda há pouca conscientização da sociedade e
dos órgãos competentes para ajudar a minimizar esse problema que afeta a vida de todos os
seres vivos. Vale ressaltar que a problemática do lixo não está presente apenas nos grandes cen-
tros, pois nos pequenos núcleos urbanos é notável pontos negativos ocasionados principalmente

3 Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.


4 Mestre em Desenvolvimento em Meio Ambiente – UFPI.
5 Mestre em Desenvolvimento em Meio Ambiente – UFPI. Tutora EAD.

35
Educação, saúde e meio ambiente

pelos maus costumes e hábitos culturais que as pessoas têm em relação a coleta e ao tratamento
do lixo.
Muitos são os fatores que contribuem para o desgaste do planeta, e a problemática do
lixo é um ponto de fundamental importância para ser estudado, pois é necessário que a popu-
lação tenha conhecimento adequado sobre o tema para que possa tomar atitudes que ajudem a
resolver esse problema. Outro ponto negativo, não apenas do município de Capitão de Campos,
mas de muitos municípios brasileiros é a falta de um aterro sanitário, por isso que em muitos
lugares o lixo é depositado de forma inadequada, pois geralmente eles são colocados em depó-
sitos a céu aberto, ou seja, os lixões.
Na cidade de Capitão de Campos, muitas pessoas desconhecem se no local onde vivem
existe algum tipo de tratamento do lixo, além disso, não sabem informaro que é feito com o lixo
que é coletado das suas casas, assim como seu destino final.
O presente trabalho pretende, de forma geral, discutir sobre o problema do lixo na cida-
de de Capitão de Campos-PI, para isso, será analisado fatores como a percepção dos moradores
a respeito do lixo urbano na área de estudo eo destino dado ao lixo urbano da cidade de Capitão
de Campos.
Para a execução dessa pesquisa, optou-se por utilizar os seguintes procedimentos meto-
dológicos: de início foi feito o aprofundamento teórico com autores que trabalham essa temáti-
ca, em seguida foi realizado um questionário com os moradores da cidade em estudo, após esses
procedimentos foram realizadas reflexões baseadas nas contribuições teóricas e nas respostas
obtidas nos questionários.
O trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro tópico trás uma abordagem so-
bre o tema em apreço, nessa parte do trabalho foi realizado um diálogo a partir dos teóricos que
discorrem sobre a importância da coleta e tratamento do lixo, discutindo osprincipais impactos
ambientais provocados pelo acúmulo de lixo, depois desse levantamento foram apresentados
os resultados encontrados na pesquisa de campo,no último tópico foram realizadas reflexões
baseadas no confronto entre as contribuições teóricas e a realidade encontrada na pesquisa, e
por fim as conclusões obtidas após o desenvolvimento da pesquisa.
Em relação aos impactos ambientais conclui-se que muitos deles são causados pelo
próprio ser humano. Mesmo necessitando de todos os recursos naturais presentes na natureza
as pessoas nem sempre se preocupam com as consequências provocadas por atitudes irrespon-
sáveis que impossibilita e dificulta o desenvolvimento dos recursos presente na Terra.

2. METODOLOGIA
O estudo foi de caráter qualitativo, na perspectiva da pesquisa participante. O objetivo
principal dessa investigação foi discutir sobre o problema do lixo na cidade de Capitão de Cam-
pos-PI, além disso, buscou-se tecer algumas reflexões sobre essa temática pautada na realida-

36
Educação, saúde e meio ambiente

de que se manifesta no local de estudo. Esse tipo de investigação permitiu, conforme aponta
Ricardson, (1999) descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação
de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais,
contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de pro-
fundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos.
Além da revisão bibliográfica que serviu de suporte para o desenvolvimento da pesquisa
foi realizado uma visita de campo no lixão localizado na zona rural de Capitão de Campos. O
contato direto com a realidade contribuiu para analisar de que forma acontece o tratamento do
lixo e também conhecer os impactos presentes no terreno em que é destinado o lixo.
O campo de pesquisa desse trabalho abrangeu a cidade de Capitão de Campos-PI, para a
realização do estudo foram entrevistados 20 moradores. O critério de escolha foram os funcio-
nários da escola Educandário Pré-Vida, devido os mesmos residir em bairros diferentes e com
isso ter uma visão mais ampliada sobre o conhecimento de cada participante sobre a questão
do lixo.
O estudo visou mostrar essa realidade na cidade de Capitão de Campos, a atual realidade
encontrada em relação aos serviços oferecidos a população como também o destino que o lixo
recebe após ser recolhido, apresentando os pontos positivos e negativos presentes na cidade.

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COLETA E DO TRATA-


MENTO DO LIXO
Atualmente o planeta Terra vem passando por vários problemas ocasionados pela fal-
ta de consciência da população. Muitos são os impactos que afetam a vida de todos os sérios
vivos, porém ainda são poucas as atitudes tomadas pela população para amenizar os riscos ao
nosso planeta e com isso prejudicando e alterando muitos ambientes.
Em virtude disso, é cada vez maior o número de pesquisassobre os impactos socioam-
bientais ocasionados pela deposição e o tratamento incorreto do lixo nas grandes, médias e pe-
quenas cidades. Propor uma abordagem conceitual sobre o problema do lixo, envolvendo desde
a coleta à destinação final, configura-SE como uma proposta salutar no âmbito dessa pesquisa.
Sobre o conceito de lixo, Soares afirma que:

O lixo, tecnicamente chamado de resíduo sólido, pode ser considerado como


qualquer material que seu proprietário ou produtor não considera mais com
valor suficiente para conservá-lo. Por outro lado, o lixo resulta da atividade
humana, sendo, por isso, considerado inesgotável, além de diretamente pro-
porcional à intensidade industrial e ao aumento populacional (SOARES, et.
al. 2007).

O tratamento e a deposição de resíduos sólidos provenientes da atividade urbana têm


preocupado atualmente, tanto as autoridades do município, como os demais grupos da socieda-

37
Educação, saúde e meio ambiente

de interessados em refletir sobre essas questões. Mas na grande parte dos municípios brasileiros
considerados pequenos, as prefeituras limitam a apenas em varrer os logradouros e recolher lixo
domiciliar (Alexandre, 2014, p. 5).
No que se refere à temática do lixo urbano no Brasil, há de se considerar que mais de
70% dos municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes, ou seja, são municípios
pequenos, e que a concentração urbana da população no país ultrapassa a casa dos 80%. Isso
reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos e, entre estes, o gerenciamento
dos resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração pública local (Montei-
ro, et. al. 2001).
As pessoas consomem diversos tipos de produtos descartáveis, devido à correria do
cotidiano é mais fácil utilizar esses tipos de produtos porque são mais práticos e ajudam as pes-
soas a ganharem mais tempo devido a simplicidade. Esses tipos de produtos ajudam a aumentar
ainda mais a quantidade de lixo presente nos lixões, jogados nas ruas, nas lixeiras e em outros
locais que nem sempre são adequados para serem despejados.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o lixo produzido no Brasil é composto
majoritariamente por 52% de lixos orgânicos; 26% de papel ou papelão; 3% de Plásticos; 2%
de metais e 2% de vidros, entre outros de menores proporções. (BRASIL, 2013).
Para Siqueira e Semensato, existe uma grande carência de gestão e gerenciamento de
resíduos sólidos, isso implica dizer, que o tratamento dos resíduos deve ser melhorado desde
a etapa de geração até a disposição final, ou seja, em toda a trajetória do lixo. Para os autores
“é importante buscar a inovação das atividades de planejamento, procedimentos e processos
aplicados ao tratamento dos resíduos de modo a garantir a qualidade ambiental” (2012, p.4).
O lixo que é armazenado de maneira inadequada pode ocasionar sérios problemas para
o meio ambiente contribuindo para que tanto o solo como a água seja contaminado, além disso,
o surgimento de organismos que geram doenças atribui uma dimensão, além de ambiental, so-
cial para essa discussão.

Entre os impactos ambientais negativos que podem ser originados a partir do


lixo urbano produzido estão os efeitos decorrentes da prática de disposição
inadequada de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou
cursos d’água. Essa práticas habituais podem provocar, entre outras coisas,
contaminação de corpos d’água, assoreamento, enchentes, proliferação de ve-
tores transmissores de doenças, tais como cães, gatos, ratos, baratas, moscas,
vermes, entre outros. Some-se a isso a poluição visual, mau cheiro e contami-
nação do ambiente (MUCELIN, et. al. 2008, p. 113).

Segundo Grippi (2006), as situações são bem diferentes de municípios para municípios,
porém pode-se garantir que, frente aos recursos humanos e materiais atualmente existentes e
disponíveis em cada administração pública, as suas dificuldades serão evidentes.

38
Educação, saúde e meio ambiente

Outro ponto negativo em relação ao lixo é a falta de tratamento, pois a maneira adequa-
da seria o aterro sanitário. Porém a maneira mais utilizada são os lixões a céu aberto, nesse local
tanto o lixo domiciliar, hospitalar, industrial entre outros tipos são jogados no mesmo lugar sem
receber nenhum tipo de tratamento.Segundo o Ministério do Meio Ambiente:

Diante de um orçamento restrito, como ocorre em grande número das muni-


cipalidades brasileiras, o sistema de limpeza urbana não hesitará em relegar a
disposição final para o segundo plano, dando prioridade à coleta e à limpeza
pública. Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte a
presença de “lixões”, ou seja, locais onde o lixo coletado é lançado diretamen-
te sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer cuidados ambientais,
poluindo tanto o solo, quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais das
vizinhanças (BRASIL, 2001, p. 149).

Além da falta de consciência da população, outro ponto que contribui para o aumento
do lixo é a negligência do poder público, pois as medidas destinadas a resolver tais problemas
não conseguem reduzir os impactos de maneira significativa.

No Brasil, o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é de responsabi-


lidade das Prefeituras Municipais. Ainda é bastante reduzido o número de
municípios que possuem um bom gerenciamento de resíduos sólidos, com sis-
temas adequados de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos. Segun-
do dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE
em 2000, 64% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos em lixões.
Apenas 14% possuem aterros sanitários e 18% possuem aterros controlados
(BRASIL, 2005, p. 121).

Com as mudanças ocorridas na sociedade moderna, o aumento na produção mercadorias


e o acelerado crescimento da população resultam na deposição de resíduos sólidos em lugares
inadequados sem que haja qualquer tipo de tratamento ou reciclagem. Esses fatores se tornam
ainda mais evidentes nas cidades de pequeno porte.
Embora muitas campanhas aconteçam e medidas sejam tomadas, muito tem que ser
feito ainda para ajudar a evitar a degradação no meio ambiente. A cada dia, mais lixos são pro-
duzidos pela população e a medida que sua quantidade aumente mais difícil fica para encontrar
uma solução ou um meio que minimize os prejuízos causados pelo lixo.
Autores como Morais (2015), relacionam o aumento dos resíduos sólidos com o desen-
volvimento do sistema capitalista de produção, pois as pessoas estão se adaptando a um modelo
consumista através do modismo, ou seja, muitos sentem a necessidade de possuir produtos
novos, mais modernos, além disso, o aumento do uso de produtos descartáveis que geram uma
maior quantidade de lixo diariamente.

O crescimento do volume de resíduos sólidos, em decorrência desse consumo


[provocado elo capitalismo] agride de diversas formas o ambiente, como por

39
Educação, saúde e meio ambiente

exemplo, a poluição visual, natural, atmosférica, causando doenças, e ajudan-


do na proliferação de mosquitos e outros agentes transmissores de doenças
perigosas. Os resíduos sólidos são uma característica comum do meio urbano
contemporâneo, não só de grandes metrópoles como também de pequenos
municípios (DIAS, et. al. 2013, p. 3).

Segundo o caderno de gestão ambiental, a ocupação urbana desordenada que vem ocor-
rendo em nossos dias tem causado acúmulo de grande quantidade de lixo, representando fatores
de riscos crescentes à saúde e à vida da população (Penteado, 2011, p. 43).
A concentração demográfica nos centros urbanos e principalmente o aumento do con-
sumo de bens materiais são alguns dos fatores que contribuíram para que surgissem impactos
no espaço urbano como também nas localidades onde o lixo é despejado.Muitos municípios
brasileiros apresentam deficiências na oferta de serviços relacionados a limpeza do local.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O lixo produzido pelos moradores de Capitão de Campos é coletado duas vezes por
semana e depois é despejado em um lixão que fica localizado na área rural do município. O
terreno que compreende a área do lixão é bastante extenso e possui grande quantidade de lixo e
animais que se alimentam diariamente do lixo que é despejado no local.Durante o percurso que
liga a área urbana até o lixão percebe-se que em alguns pontos há materiais jogados na estrada.
Quando o caminhão que recolhe o lixo passa, consequentemente muito cheio acaba deixando
materiais na estrada, pois conforme a velocidade e quantidade de resíduos sólidos presentes no
transporte acabam caindo no caminho.
Outro ponto negativo no local é a quantidade de porcos que se alimentam no lixão. Ao
chegar ao terreno é notável um grande número de suínos se alimentando nas proximidades e
dentro do lixão.Percebe-se que não há nenhum impedimento em relação à entrada desses ani-
mais, pois não há fiscalização e também os donos dos porcos não se preocupam em prendê-los
evitando que eles se alimentem dos restos jogados no lixão.
Além dos riscos à saúde que os animais perigosos que surgem com o aumento do lixo
representam , as pessoas também podem sofrer sérios riscos ao ingerir a carne dos porcos que se
alimentam constantemente nessa área. A entrada dos animais é de fácil acesso, embora o local
seja cercado há uma parte da cerca derrubada que facilitada à entrada dos suínos e também o
portão que serve de entrada para o caminhão fica aberto.

40
Educação, saúde e meio ambiente

Imagem 01– Consequência do despejo de lixo a céu aberto à vida animal.

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

Ao analisar essa realidade encontrada no município, percebe-se que o lixo não afe-
ta apenas o meio ambiente, pois muitas pessoas desconhecem o fato e por vezes acabam se
alimentado desse tipo de carne, onde a animal come restos provenientes de diversos lugares.
Nesse sentido, obtêm-se uma maior reflexão a respeito do lixo urbano, pois de nada adianta ser
recolhido pelos caminhões coletores para depois ser depositado de forma inadequada afetando
ainda mais o meio natural e também a saúde das pessoas.
Retirar o lixo da área urbana para depositá-lo em um terreno que não fique tão visível
para a população não é a melhor opção, ou seja, de forma direta ou indireta o acúmulo do lixo
acaba prejudicando toda a população.
No local há um grande número de sacolas, alumínios, entre outros materiais que demo-
ram muitos anos para se decompor. Seria interessante se no município tivesse um local destina-
do para a reciclagem, pois com essa opção além de gerar lucros também ajudaria a diminuir a
quantidade de materiais que podem ter algum tipo de utilidade para o nosso dia a dia.
Em alguns pontos do terreno foram feitos buracos para depositar o lixo, porém quando
chove o mesmo acumula água, com isso facilitando ainda mais a permanência dos porcos nessa
área.
Verifica-se que a questão do lixo apresenta diversos problemas abrangendo temas am-
bientais, sociais, econômicos entre outros. Por isso, que o acúmulo desses dejetos devem ser
evitados pela população e também a falta de fiscalização e tratamento no local deve ser denun-
ciada, principalmente em relação o fato de o lixão servir de moradia para os porcos.
Além de evidenciar alguns pontos a respeito do destino que é dado ao lixo de Capitão de
Campos, foram aplicados questionários com alguns moradores da cidade. São de suma impor-
tância a coleta e o tratamento do lixo para que minimize os problemas que ele pode trazer para a

41
Educação, saúde e meio ambiente

saúde humana como também para o meio ambiente, por isso surge a necessidade de saber como
a população participa desse processo.
Nesse sentido procurou-se conhecer sobre o que os entrevistados fazem com o lixo pro-
duzido em sua residência. Dos 20 entrevistados que participaram da pesquisa 60% responderam
que costuma colocar em sacolas plásticas para que seja levado pelo caminhão do lixo, porém
30% relataram que queimam para evitar acúmulo de lixo no quintal e 10% revelaram jogar em
terrenos baldios que ficam próximos de suas moradias.
Conforme os resultados obtidos, compreende-se que a maioria dos que participaram da
pesquisa estão agindo de forma correta, pois na cidade de Capitão de Campos o poder público
disponibiliza de uma caminhão para coletar o lixo. É de fundamental importância esse tipo de
serviço, porém o mesmo só acontece duas vezes por semana, por isso alguns moradores acabam
queimando o lixo para evitar lixo nos quintais ou em frente às residências.

Para muitos moradores a melhor atitude é a queima dos resíduos sólidos, mas essa práti-
ca é imprópria porque além de contribuir para a poluição do ar também prejudica o solo. Devido
tais consequências, a queima de lixo se constitui em um crime ambiental estabelecido pela Lei
(n° 9605/1998). No entanto, existem pessoas que preferem queimar mesmo sabendo que há
serviços para transportar o material descartado.
Muitos moradores desconhecem para onde o lixo é levado, pois coloca nas cestas desti-
nadas ao lixo residencial para que o caminhão possa recolher. Cuidar da limpeza das moradias,
das ruas não se trata apenas da estética do local e sim questão de saúde. A questão do lixo é
um tema sério que traz graves problemas para todos, porque existem muitas maneiras do lixo
prejudicar o meio ambiente.
Percebe-se que a população compreende os riscos oferecidos pelo lixo, e também co-
nhecem os reflexos negativos que ele oferece a sociedade. Conscientizar, praticar ações que
ajudem a melhorar esse quadro é um desafio para a sociedade moderna, pois não se trata de
uma questão simples, porque é preciso a participação de todos para que se tenha um controle
ambiental e principalmente melhorias no destino final do lixo, evitando o surgimento de doen-
ças e prejuízos para a natureza.

42
Educação, saúde e meio ambiente

A produção do lixo é um dos malefícios gerados principalmente na área urbana. Na


cidade há uma maior quantidade de habitantes e com isso aumenta ainda mais o número de
embalagens de plásticos, vidros, papéis que são jogados diariamente.
Para 100% dos entrevistados, a limpeza das ruas é de responsabilidade do poder público
em parceria com a população, mesmo assim há situações em que ambos deixam a desejar, sendo
que há moradores que não se preocupam em selecionar o lixo para que o caminhão possa cole-
tar, como também o poder público não está agindo de maneira correta depositando os resíduos
sólidos no lixão.
Buscou-se investigar sobre o que é feito com os materiais que podem ser reaproveitados.
Dos entrevistados 30% relataram que não reaproveita, devido considerar que o lixo não possui
nenhuma utilidade, e 70% costumam reaproveitar alguns materiais como caixas, plásticos, en-
tre outros. Nesse quesito verifica-se que maior parte tem a preocupação em reutilizar os mate-
riais e assim evitar maior acúmulo de resíduos sólidos.
Sobre a limpeza da cidade de Capitão de Campos, 40% dos entrevistados consideram
péssima, devido ter muito lixo na rua, 50% relataram que a limpeza da cidade está regular, po-
rém 10% consideram ótima, porque as pessoas contribuem de forma significativa para a limpe-
za das ruas. Alguns pontos da cidade estão precisando de mais cuidados e limpeza. De acordo
com a imagem acima verifica-se que no Centro da cidade não existe uma maior preocupação
da população sobre o lixo que é despejado fora da lixeira como também sobre os trabalhadores
responsáveis pela coleta do lixo .

43
Educação, saúde e meio ambiente

O reaproveitamento de sacolas, garrafas pets, papéis são exemplos de materiais que po-
dem ter outras utilidades. Usando a criatividade, as pessoas podem até gerar renda, contribuir
para o meio ambiente, entre outros benefícios.
Vários são os impactos causados ao ambientem devido ao acúmulo do lixo e para que se
tenham bons resultados é necessário que toda a população trabalhe de forma coletiva visando
melhorias para o bem estar de todos. Nesse sentido, buscou-se investigar quais as possíveis
atitudes que os entrevistados sugerem como forma de ajudar a reverter essa situação.

Várias foram as contribuições a respeito desse problema que afeta todas as cidades
brasileiras, principalmente as de grande porte, onde a produção do lixo é maior e consequente-
mente os impactos são mais elevados. Ao verificar os dados obtidos percebe-se que a população
conhece os problemas que causam alterações no ambiente físico e biológico.
Infelizmente a problemática ambiental gerada pelo lixo ainda é um tema que gera mui-
tos transtornos devido nem todos participarem com ações que poderão minimizar os prejuízos
que afetam a natureza constantemente. No caso de Capitão de Campos, mesmo sendo uma
cidade de menor porte verifica-se que existem perigos em relação a disposição final do lixo e
também há pessoas que não possuem hábitos corretos que contribuam para a limpeza do local
e principalmente para o meio ambiente.
Muitas atitudes devem ser tomadas para que não apenas diminua a poluição visual e o
mau cheiro causado pelos resíduos sólidos, mas para que as pessoas possam viver melhor, sem
riscos a saúde e também não sejam prejudicadas pelas agressões causadas ao meio natural e
social.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para compreender a problemática do lixo é necessário conhecer os principais fatores
que ajudaram na sua expansão. Ao longo dos anos, o crescimento populacional nas cidades
contribuiu de forma exagerada para o aumento do lixo, além disso, o sistema capitalista através

44
Educação, saúde e meio ambiente

da expansão do sistema de produção e o aumento do consumismo favoreceram para que essa


temática gerasse prejuízos ao meio ambiente.
Analisando o perfil adotado pelos moradores de Capitão de Campos verifica-se que
estamos precisando melhorar nossos hábitos em relação ao lixo produzido no cotidiano, além
disso, a ausência do poder público nessa questão faz com que gere ainda mais impactos negati-
vos em virtude do local inadequado para a disposição final dos resíduos sólidos.
Nesse sentido, percebe-se que Capitão de Campos, necessita de mais recursos para me-
lhorar a coleta e tratamento do lixo urbano. Para evitar a queima ou despejo do lixo o mais
viável seria que o caminhão que recolhe esses tipos de materiais passasse mais dias por semana,
dessa forma as pessoas não precisariam passar tanto tempo com lixo em frente suas residências,
evitando o surgimento de animais causadores de doenças e também diminuiria o mau cheiro.
Sobre o local em que o lixo é destinado é necessário que se tenha maiores cuidados. O
local deveria ser cercado por muro evitando a entrada dos animais que se alimentam dos restos
que são depositados, o portão que dar acesso ao lixão deveria ser fechado para evitar que os
porcos, por exemplo, não façam do lixão a sua moradia. Conscientizar e alertar os donos desses
animais, sobre os riscos que eles oferecem para as pessoas que poderão se alimentar desse tipo
de carne, pois além dos porcos, cabras e bois também costumam visitar o local para se alimen-
tar.
Vale ressaltar sobre as agressões presentes na vegetação e também no solo, pois esses
elementos foram e são alterados de acordo com o aumento do lixo no local. Analisar a atual
situação dessas ações é uma forma de chamar a atenção da população, despertando interesse em
conhecer como acontece todo o processo que envolve esse tema, pois a limpeza das ruas não se
limita apenas em retirar os dejetos, é necessário que se tenha compromisso com o local onde ele
é despejado, evitando impactos e também problemas que afetam a saúde da população.
Contudo, seja na análise crítica da realidade, pautadas no confronto entre a própria
realidade e a teoria, a pesquisa aponta à necessidade de maior investimento por parte do poder
público e também é preciso que a população participe e ajude na limpeza da cidade, não visando
apenas a estética do local, mas principalmente tentando diminuir os possíveis impactos ao meio
natural.

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, D. A. P. O problema da destinação final dos resíduos sólidos no municí-


pio de Guarabira – PB. 2014. (monografia) – Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira,
2014.

BRASIL. / MMA/ MEC/ IDEC, CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação.

45
Educação, saúde e meio ambiente

ISBN 85-87166-73-5, 160 p. Brasília, 2005.

DIAS, A. C. H. et. al. Problemas Ambientais Causados pelos Resíduos Sólidos Urbanos
no Município de Iracema/Ce: Uma Aplicação do Pressão - Estado – Resposta (Per).
XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEP. Salvador, BA, Brasil, 2013.

GRIPPI, Sidney. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. 1. Ed.
Rio de Janeiro: Interciência, 2001.

MONTEIRO, J. H. P. et al. Gestão integrada de resíduos sólidos: Manual de gerenciamento


integrado de resíduos sólidos. p. 200, Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

MORAIS, C. O. O lixo nas cidades, desdobramentos da política nacional de resíduos só-


lidos. 2015, 67 f. (monografia) – Universidade de São Paulo/ Departamento de geografia, São
Paulo, 2008.

MUCELIN, C. A e BELLINI, M. Lixo e Impactos Ambientais Perceptíveis no Ecossistema


Urbano. Sociedade & Natureza, Uberlândia, p. 11-124, jun. 2008. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pddf/sn/v20n1/a08v20n1.pdf. acesso em: 15 de abril de 2016.

PENTEADO, M. J. Cadernos de Educação Ambiental: Guia Pedagógico do Lixo. São


Paulo (Estado) Secretaria do Meio Ambiente/ Coordenadoria de Educação Ambiental. Guia
Pedagógico do Lixo. 6ª edição (revista e atualizada). ISBN 978.85.62251 – 01 – 6, São Paulo,
2011.

RICHARDSON, Roberto Jerry: Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999.

SIQUEIRA, A. A; SEMENSATO, L. R. Resíduos Sólidos: Problemas e Desafios. Revista Sa-


ber Eletrônico, Vol. 3, num. 03, Ago.-Dez./2012. Disponível em: < http://www.unifaj.edu.br/
revista_unifaj.asp?secao=artigos>acesso em: 11 de abril de 2016.

SOARES, L. G. da C; SALGUEIRO, A. A E GAZINEU, M. H. P. Educação ambiental apli-


cada aos resíduos sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco – um estudo de caso. Revista
Ciências & Tecnologia.n 1. julho – dezembro, 2007. Disponível em: <http://web – resol.org/
textos/artigo5.pdf >acesso em: 15 de abril de 2016.

46
Educação, saúde e meio ambiente

PLANTIO DE ÁRVORES FRUTÍFERAS EM LOCAIS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO


DE SÃO JOSÉ DO DIVINO-PI

Maria Machado de Cerqueira Neta De Aguiar6


Maria Beatriz Dias Coutinho2
Kelly Polyana Pereira dos Santos3
.

RESUMO

O estudo justifica-se pela comprovação de que a importância da realização desse projeto no


município está relacionada ao fato de que possa vir futuramente, contribuir com uma alimen-
tação orgânica de qualidade e melhorar a climatização desses espaços. Pressupõe-se que este
trabalho representa um esforço na conscientização e responsabilidade de preservação do meio
ambiente. Autores renomados como Almeida (2014), Manica (1997), Santos (2001) e Teixeira
(2001) foram consultados para enriquecer a bibliografia desse estudo. O mesmo tem como
objetivo analisar a importância da implantação de áreas verdes nas vias públicas do município
a partir do plantio de árvores frutíferas. Tendo como objetivos específicos: Refletir sobre espé-
cies de árvores frutíferas típicas da região; Contribuir com o desenvolvimento sustentável. Os
resultados sugerem que as espécies frutíferas seguem um padrão de escolha devido à tradição e
também pela qualidade. Constatou-se, que com a produção desses frutos será elevada, pois os
maiores beneficiados do cultivo dessas árvores serão as pessoas e diversas espécies de animais
que se alimentam destas.

Palavras-chave: Arborização. Frutas. Cuidados. Diversidade. Preservação ambiental.

1 INTRODUÇÃO
O território brasileiro foi abençoado com uma enorme diversidade de árvores frutíferas
em sua natureza; são frutas das mais variadas espécies e sabores tão comuns encontradas
nos campos e mais recentemente encontradas próximas às calçadas e praças públicas
de áreas urbanas.Essa questão é extremamente cultural, muitas árvores possuem frutos
pequenos que não atrapalham em momento algum o funcionamento da infraestrutura

6 Professora graduada em Ciências Biológicas e Pós-graduada em Gestão e Docência do


Ensino Superior. E-mail: netadeaguiar@gmail.com
² Mestre em Desenvolvimento em Meio Ambiente –UFPI
3Mestre em Desenvolvimento em Meio ambiente-UFPI

47
Educação, saúde e meio ambiente

urbana, o que pode beneficiar o equilíbrio do meio ambiente.


Santos e Teixeira (2001) analisam que as árvores frutíferas em vias públicas terão efeito
ornamental, além de atrair a fauna local através de seus frutos. Nesse entendimento, para que
elas sejam cultivadas, deve-se ter noção sobre o limite de tamanho que a árvore poderá atingir,
pois há espécies que produzem frutos grandes e estes podem sujar as vias e até mesmo cair
sobre alguns transeuntes.
Este estudo tem como objetivo analisar a importância do cultivo de árvores frutíferas
no município de São José do Divino – PI visando à preservação ambiental e sua sustentabili-
dade a partir do plantio de árvores frutíferas.Tendo como objetivos específicos: Entender quais
espécies de árvores frutíferas típicas da região devem ser cultivadas; Contribuir com o desen-
volvimento sustentável; Desenvolver hábitos de alimentação saudável a partir da introdução de
frutas na alimentação.
O problema norteador refere-se ao seguinte questionamento: Quais benefícios que o
cultivo de árvores frutíferas da região pode trazer para a comunidade local e para o equilíbrio
da natureza? O estudo justifica-se pela comprovação de que a comunidade deve despertar para
a responsabilidade de preservação do meio ambiente tornando-se consciente dos benefícios da
implantação de árvores frutíferas em espaços públicos urbanos.Para melhor compreensão, o
artigo foi dividido em tópicos.

2 A importância do plantio de árvores frutíferas em áreas urbanas

As cidades estão cada vez mais cinzas, dessa forma a arborização de áreas verdes tende
a dar uma nova dinâmica às cidades cobertas por afasto e poluição de diferentes formas.Muito
tem sido dito sobre a importância do estudo e conservação do meio ambiente nas cidades.
A importância da presença de áreas não se dá apenas pela paisagem, mas, pelo forne-
cimento de frutos produzidos por árvores espalhadas nas vias publicas das cidades. Comple-
mentam Silva, Andrade e Carvalho (2010) que a alimentação se caracteriza como uma questão
mundial, pois afeta as pessoas em todo mundo não importando a classe social, uma vez que não
abrange apenas a falta de alimentos, mas, outros problemas relacionados à utilização de agrotó-
xicos ou a forma como é consumido o alimento gerando riscos à saúde humana.
Segundo o Ministério da Saúde (2002) e Madaleno (2000) as árvores que produzem
frutos comestíveis são de suma importância para alimentação podendo ajudar no metabolismo
fisiológico humano, além de oferecer sombra para aqueles que ficam próximos a ela. As arvo-
res plantadas em uma cidade não só melhora a aparência da paisagem urbana, mas fornecem
uma série de benefícios para seus habitantes, pois abafam densidade de ruído e sons irritantes,
servem como uma barreira que impede a dispersão de partículas de ar, como poeira, fumaça e
fuligem.

2.1 As árvores em ambiente urbano

As cidades se constituem na mais artificial dos ambientes e paisagens. Essa é uma clara
indicação do grau de modificação que pode chegar a um habitat criado pelo homem, em com-
paração com o ambiente rural circundante, em temperatura ambiente urbano, nebulosidade,
precipitação são mais elevados, enquanto a velocidade do vento e umidade relativa diminui.
Segundo Almeida (2014), um local com mais incidência de verde remete conforto e
tranquilidade aqueles que apreciam a natureza. Nesse sentido, são muitos os benefícios que as

48
Educação, saúde e meio ambiente

árvores proporcionam, o conhecimento limitado que se tem sobre a importância das árvores
frutíferas em áreas urbanas tem gerado a necessidade de se pensar em maneiras inteligentes
para o seu desenvolvimento.
Winkler Prins (2002, p. 16) afirma que “na Amazônia, os quintais residenciais são de
grande importância tanto na vida rural como na urbana, quase sempre expressando um ‘con-
tínuo rural-urbano’”. É importante ter em conta a influência do meio ambiente urbano sobre a
vegetação que está exposta, há vários fatores que podem ser decisivos para a presença ou não
desta.
Entre os principais fatores que podem incluir o seguinte: a diminuição no abastecimen-
to de água como resultado de pavimentação de ruas, calçadas cobertura e drenagem de águas
pluviais, a diminuição da radiação e tempo de exposição solar, redução vital para o desenvol-
vimento das raízes e folhagem espaço, corte intermitente de raízes por obras públicas para a
introdução de tubos e tubulações subterrâneas, ações como vandalismo, acidentes de carro,
afundamentos, destruição, dentre outros.

2.2As espécies de árvores frutíferas mais utilizadas em vias públicas urbanas

Sem árvores, a cidade é uma paisagem estéril, feita de tijolo, aço e asfalto. As mesmas
tornam as comunidades mais habitáveis ​​para as pessoas, acrescentam beleza e criar um ambien-
te benéfico para a saúde mental.
A árvore urbana ideal não existe, é necessário escolher uma espécie ideal e, que a mesma
esteja em concordância com a função esperada e o local a ser estabelecido não cause nenhum
transtorno. Muitas vezes são plantadas em cidades, sem planejamento adequado, sem preparo
do solo, sem seleção adequada de espécies, etc. Como resultado, as árvores nascem fracas e
doentes, ocorrem quedas por serem mal colocadas no chão, danificando o mobiliário urbano e
a manutenção se torna cara.
Milano (2000) e Soares (1998) desaconselham a utilizar árvores com frutos comestíveis
que sujem a pavimentação; essas árvores podem ter melhor aproveitamento se forem cultivadas
em áreas rurais principalmente na alimentação do gado. Dessa forma, a melhor maneira seria
buscar frutos que fossem mais fácil de colhe-las para que as mesmas não recaiam sobre as cal-
çadas.
Manica (1997), Santos e Teixeira (2001) concordam em relação ao plantio de árvores
cujos frutos são de tamanho grande, como o abacateiro e a mangueiras devem ser plantadas
em locais onde não ocorra trânsito de pessoas ou veículos. Os autores afirmam que árvores de
grande porte podem causar problemas, ou por quedas abruptas ou até mesmo interferir no fun-
cionamento da rede de energia elétrica, podendo ser plantadas em locais de espaço maior como
praças ou parques.

[...]já é hora de lutar-se por uma arborização mais racional, sem ter eternamente pre-
sente à carência de educação ambiental do povo brasileiro. Há chances de obterem-se
bons resultados, até porque já se teve oportunidade de se presenciar algumas iniciati-
vas de particulares nesse sentido. (SANCHOTENE, 1985, p. 111)

Entende-se, que por mais danos que certas árvores podem causar, é importante o seu
plantio, pois as mesmas contribuem para o equilíbrio da umidade e temperatura no planeta.
Complementa Mascaró (2002, p. 200) sobre uma experiência positiva de plantio em Belém-PA:
“Em ruas centrais foram plantadas mangueiras que, além de proporcionarem uma excelente

49
Educação, saúde e meio ambiente

sombra, fornecem frutos muito apreciados pela população local”.


Considerando as árvores não apenas pela questão visual, mas, pela sua adaptação aos
pequenos espaços, há espécies que se adéquam melhor às calçadas, como: o limoeiro, as pitan-
gueiras, cerejeiras, dentre outras, pois produzem pequenos frutos.Os plantios de árvores frutí-
feras no Brasil acontecem de maneira artesanal, espontânea e sem nenhum planejamento, cabe
assim a “tarefa de planejar e implantar uma arborização urbana racional e equilibrada, especial-
mente com árvores que florescem e frutificam, formando belos frutos” (MANICA, 1997, p.17).
Cada município possui sua própria legislação ambiental, com espécies e restrições que
vão de acordo com o clima do local e o seu impacto com a natureza. Qualquer pessoa pode
plantar uma árvore frutífera em espaços urbanos, mas, sabendo escolher local adequado obser-
vando a legislação vigente e, tomando todos os cuidados necessários para que a árvore tenha
vida longa e a população a preserve.
Segundo Manica (1997, p. 34) “Em muitas ruas, avenidas e praças de Valência, na Espa-
nha, desfruta-se da presença de muitas espécies de árvores frutíferas tais como, caquizeiro, [...],
laranjeira-doce, laranja-azeda [...]”. Essa experiência de cultivo na Europa é visto com bons
olhos, uma vez que Alguns centros urbanos espalhados pelo mundo acabam sacrificando sem
escrúpulos grandes árvores frutíferas para construir obras e melhorar a infraestrutura.
Sem dúvida, o aspecto mais controverso da gestão da arborização urbana é a política
poda de árvores nas ruas. Raramente há um planejamento real e coordenado sobre esta ques-
tão. O ideal seria que cada município deveria dispor de um plano de conservação, onde pudes-
sem incluir um inventário de todas as árvores existentes nos espaços públicos e privados e,
incluir a política de poda a fim de manter a saúde das árvores para que possam ser usufruídos
pelos cidadãos.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipo de pesquisa

Este estudo tem como objetivo desenvolver uma pesquisa-campo. Os entrevistados para
elucidar os questionamentos foram selecionados a participarem do processo de amostragem de
forma espontânea e voluntária a afim avaliar a importância do plantio de árvores frutíferas em
locais públicos na cidade de São José do Divino – PI. Para que esse estudo respondesse às in-
dagações do pesquisador, o trabalho passou por algumas fases: a elaboração de um questionário
semiestruturado e sua respectiva aplicação com intenção de relacionar os comportamentos de
cada entrevistado.

3.2 Área de estudo

O estudo foi desenvolvido no município de São José do Divino, nesse aspecto, a cidade
apresenta enorme potencial de plantio de árvores frutíferas em sua área urbana.

3.3 Participantes

Diante do caráter desse estudo, o mesmo foi realizado a partir de dados coletados numa
amostra composta por 10 pessoas que residem no município estudado, sendo a maioria formada

50
Educação, saúde e meio ambiente

por 6 pessoas do sexo feminino e 4 pessoas do sexo masculino. O critério para a inclusão dos
participantes nesse estudo foi: Residir na cidade onde foi realizada a pesquisa e dar o consen-
timento para a realização do mesmo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados foram coletados entre os meses de março e abril de 2016 de forma voluntária. A idade
dos pesquisados variam entre 18 a 50 anos.

3.4 Instrumentos e procedimentos de coleta e análise de dados

Em primeiro momento, foi elaborado um questionário semiestruturado. Em segundo


momento se deu pela escolha dos participantes de forma aleatória. Foi elaborado e encaminha-
do aos entrevistados um termo de consentimento para que os mesmos pudessem participar des-
se estudo. A escolha do questionário se deu pela facilidade de aplicação a partir de uma pequena
amostra, com ampla quantidade de informações sobre o tema a ser pesquisado. O questionário
contou com 6 questões com múltipla escolha e, em determinadas categorias os mesmos pode-
rão relatar algumas sobreposições. Com os dados coletados, as respostas foram transcritas sem
nenhuma alteração, ou seja, a opinião dos entrevistados durante o trabalho foi suficiente na elu-
cidação de alguns questionamentos propostos na entrevista.Os questionários foram respondidos
de forma individual e, suas respostas foram transcritas no tópico dos resultados e discussão dos
dados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante da leitura a partir da coleta dos dados obtidos através do questionário semiestru-
turado, pode-se constatar que as informações foram relevantes para a discussão acerca da im-
portância da cultura de plantio de árvores frutíferas em vias urbanas do município de São José
do Divino e a sua relação com a melhoria nutricional, ambiental e social local.
A partir da tabulação dos dados do questionário, os sujeitos da pesquisa em sua maioria
são compostos por mulheres num total de 60% e 40% totalizam a participação de homens, todos
residem no município pesquisado. Ficou constatado nesse estudo a importância de se plantar
árvores em vias urbanas no município estudado bem como em quintais urbanos.
Ao se investigar, em primeiro momento quais seriam os benefícios que o cultivo de ár-
vores frutíferas poderia trazer para a comunidade local, nesse aspecto foi possível sistematizar
os dados a partir da opinião dos entrevistadose serão visualizado no gráfico abaixo:

51
Educação, saúde e meio ambiente

Diante do gráfico acima, notou-se pelo posicionamento dos entrevistados sobre o culti-
vo de árvores frutíferas nas áreas urbanas, o plantio das mesmas geram muitos benefícios, pois
os frutos estão livres de agrotóxicos, evitando futuramente problemas de saúde.Em primeiro
lugar, 50% dos entrevistados por sua vez afirmaram que a população local será a mais benefi-
ciada, pois muitas frutas compradas nos mercados possuem diversos agrotóxicos. Em segundo
lugar, 20% dos entrevistados acreditam que a cidade fica mais bonita; os outros 20% acreditam
que o clima tende a melhorar quando as arvores são cultivadas nas áreas urbanas. Cerca de 10%
dos entrevistados entendem que as pessoas podem se proteger do calor através da sombra das
árvores e nenhum dos entrevistados optou pela opção “Outros”.
Conforme Almeida (2014) as frutas servem como alimento para a fauna urbana. Nesse
sentido, as árvores também fornecem além de frutos, abrigo para animais como aves e insetos,
bem como um valor estético e psicológico, porque o verde produz tranquilidade.
No questionário, foi solicitado aos participantes que ordenassem os fatores ou benefícios
a partir do plantio de árvores frutíferas em vias urbanas, em suas falas os mesmos discorreram
que: Além da influência benéfica ao clima, restabelecimento da relação entre o homem e o meio
natural, proteção contra a proteção ao calor do sol e dos raios ultravioletas. Por fim, todos os
participantes acreditam fidedignamente que as árvores só trazem benefícios à população. As
respostas dos mesmos comungam de mesmo entendimento acerca dos benefícios obtidos pelo
plantio de árvores fornecedoras de frutos.
Em segundo momento, foi investigado o posicionamento dos entrevistados sobre a im-
portância da conscientização da população para o aproveitamento das árvores frutíferas locais
na melhoria da qualidade de vida. Os entrevistados deram sua opinião que poderá visualizada
no gráfico abaixo:

Diante do que está exposto no gráfico, é importante observar para um dado significa-
tivo: todos os entrevistados afirmaram que a conscientização é importante porque gera valor,
aumenta a consciência na preservação ambiental. A maioria dos entrevistados, ou seja, 40%
admitem que a redução da poluição é uma tarefa de todos e, corroboram que a as pessoas devem
se conscientizar dos benefícios das árvores não apenas no meio urbano, mas com a preservação
de florestas e matas; além da melhoria do clima a partir do benefício da sombra. Os 30% dos
entrevistados afirmaram que se devem buscar as frutas locais e os seus benefícios e, daí partir
para o cultivo delas. Os outros 30% analisam que comercialmente o cultivo de árvores frutí-
feras em pequenos pomares pode ser uma boa fonte de renda, principalmente no seguimento

52
Educação, saúde e meio ambiente

de indústrias que produzem polpas e doces, mercado esse crescente na região norte do Estado.
Os autores Coltro e Miranda (2007) afirmam que não basta apenas plantar árvores, antes
de tudo é necessário adequado planejamento e manutenção frequente. Esse cuidado deve ser
direcionado aos administradores municipais e comunidade em geral, pois com esse esforço
mútuo haverá significativo aumento da qualidade ambiental de árvores frutíferas.
Os dados do Gráfico 2 foram confrontados com a análise das entrevistas e foi possível
observar que na fala dos entrevistados que:“a população de uma comunidade precisa conhe-
cer os tipos e espécies de árvores frutíferas de sua área local bem como os benefícios ligados
a cada um para poder despertar o interesse pelo uso desses produtos ou recursos naturais”,
“o cultivo de árvores frutíferas melhora significamente a qualidade nutritiva da alimentação
e a saúde de modo geral”, “outro fator importante observado nas árvores frutíferas é o valor
econômico e comercial que pode ser explorados em pequenos quintais da comunidade”. E
“Poderá está sendo utilizada como fonte de renda e contribuirá numa alimentação saudável”,
“A população terá frutas livres de agrotóxicos e de graça” e “Conhecer grande variedade de
árvores frutíferas e seus benefícios nutricionais”.
Notou-se no discurso dos entrevistados que eles veem o cultivo das árvores como uma
saída para melhoria de toda a população a ser abastecida com frutas de alto teor nutricional
como também poderá servir futuramente como fonte de sustento através da comercialização
das mesmas.É necessário ressaltar que a visão dos entrevistados na análise das entrevistas não
apresentou uma significativa oscilação de posturas durante suas falas e, foi possível identificar
algumas vezes na fala dos mesmos praticamente o mesmo posicionamento.
Diante do olhar dos entrevistados foi levantada aos mesmos a questão de quais ações
individuais e coletivas que poderiam contribuir para a expansão de árvores frutíferas regionais
nos diferentes espaços na cidade, os mesmos responderam e, suas opiniões serão visualizadas
no gráfico abaixo:

Mediante a relevância do posicionamento dos entrevistados, para 60% dos sujeitos in-
vestigados o aspecto mais visível está na ajuda mútua da preservação e,acreditam que indivi-
dualmente e coletivamente as pessoas devem adotar políticas de preservação, embora que de
forma amadora, as pessoas devem ter consciência que as árvores são patrimônio da cidade e
de todas as pessoas que ali vivem. Os entrevistados dividiram o mesmo posicionamento ao
afirmarem que devem ser feitos reparos rotineiros nas árvores. Os 30% dos entrevistados con-
cordam que as árvores frutíferas devem cultivadas nos a partir de uma variedade de frutos, pois
as mesmas irão ajudar na alimentação e os 10% dos entrevistados por sua vez ponderam que
a criação de cooperativas tende a ser uma boa opção para a expansão de árvores frutíferas. A
opção “Pomares coletivos” não pontuou nesse gráfico.

53
Educação, saúde e meio ambiente

Entende Ferreira (1985) que a maior parte dos problemas enfrentados na plantação de
árvores nas cidades está o desconhecimento sobre as mesmas. Complementa Velasco (2003)
que é recomendável a utilização de árvores que suportem bem as podas. Ao selecionar determi-
nadas espécies deve-se estudar sobre as mesmas e atentar para a sua preservação.
Ao analisar a entrevista foi possível conhecer a opinião dos entrevistados a cerca das
ações e contribuições para a expansão do cultivo de árvores frutíferas, de acordo com a fala de
alguns dos entrevistados que de forma individual discorreram sobre a melhor saída é: “o plantio
de árvores frutíferas” e coletivamente “montar cooperativas para ajudar no sustento local”
e “Hortas comunitárias”.Observa-se pelas respostas que a maioria dos entrevistados de posi-
cionaram de forma unilateral quanto ao plantio ou montagem das cooperativas, isso significa
que as pessoas estão tornando-se conscientes da inúmeras possibilidades que as árvores e seus
frutos podem fazer para uma sociedade, desde a alimentação até uma maneira de aumentar a
renda mensal.
Os entrevistados foram interpelados a darem o seu posicionamento acerca de quais es-
pécies frutíferas existentes na comunidade local seriam importantes no consumo da população,
as respostas dos mesmos foram reproduzidas no gráfico abaixo:

Conforme apresentado no gráfico acima, a escolha por determinadas árvores a serem


cultivadas e sua preferência se dá pela presença das mesmas na região o que tornaria o seu cul-
tivo mais fácil, sem gastar muito. De acordo com o posicionamento de 50% dos entrevistados
acreditam que entre a maioria das árvores existentes destacam-se a presença das goiabeiras,
aceroleiras e cajueiros tão comumente encontrados nos quintais da população. Entre 40% dos
entrevistados preferem todas as espécies frutíferas e observam que o diferencial dessas frutas é
o seu potencial vitamínico no tratamento e prevenção contra a gripe e outras doenças. Por outro
lado, 10% dos entrevistados pontuaram a preferência por manga, carambola e laranja. Nenhum
dos entrevistados assinalou a opção “seriguela, araçá e azeitona”, talvez devido ao seu cresci-
mento em longo prazo o que dificultaria a população de se alimentar com as mesmas.
Roppa (2007, p. 16) pontua que “quanto à presença de frutos nas árvores, observa-se
um ganho ambiental e econômico, pois serve de atrativo e muitas vezes de refúgio”. Entende-se
que muitas árvores frutíferas não precisam ser cultivadas apenas em pomares isolados, como
também devem ser integradas à paisagem urbana.
Com a análise do questionário em mãos, pode-se observar quanto à presença de frutos,
conforme as respostas dos questionários, observa-se ainda há muitas outras frutas na região
e que podem perfeitamente serem cultivadas e produzidas como: limão-doce, tangerina, ata,
abacate, graviola e jaca, de acordo com a opinião dos sujeitos investigados. Ainda, é neces-
sário observar que o cultivo delas gera menos despesas, pois os frutos podem se reverter em
polpas a serem consumidas e/ou vendidas, como também complementarão o consumo familiar

54
Educação, saúde e meio ambiente

e ajudarão a desenvolver a economia local. Muitas dessas frutas citadas pelos munícipes acre-
ditam que muitas árvores têm o seu crescimento acelerado quando as mesmas são cuidadas.
Os entrevistados foram consultados a responder sobre como as árvores frutíferas que
são cultivadas nas áreas urbanas do município poderão de certa forma causar algum transtorno,
atrapalhar o transito de pessoas ou ocasionar possíveis acidentes. O posicionamento dos entre-
vistados pode ser visto no gráfico a seguir:

Diante do gráfico acima 90% dos entrevistados possuem mesmo posicionamento, eles
afirmam que o cultivo dessas árvores no meio urbano não tende a prejudicar o trânsito e tam-
pouco os transeuntes, no entanto, é necessário ficar atento para algum problema que a árvore
venha apresentar em sua estrutura e os 10% acreditam que os acidentes podem ocorrer de outra
forma, mas, que é algo muito difícil de acontecer, mas, consideram que algumas espécies de
árvores não devem ser cultivadas de qualquer forma em meio a áreas urbanas, pois, elas podem
quebrar calçadas devido ao crescimento de suas raízes ou a sua poda seja realizada de manei-
ra irregular causando algum tipo de dano. A opção “Sim, poderá trazer transtornos” não foi
escolhida e, portanto, não teve pontuação.
Santos e Teixeira (2001, p. 19) analisam que “a frutificação das espécies poderá re-
presentar um efeito ornamental e servir de atrativo para a fauna local”. Conforme os autores
não são aconselhados o cultivo de espécies de árvores de frutos grandes como o abacateiro, a
jaqueira ou mangueira, pois estes podem sujar as calçadas e vias urbanas e causar acidentes, as
árvores ideais a serem plantadas deve respeitar o espaço das vias públicas.
Ao analisar a entrevistas, ficou claro que o entrevistado tem posicionamento firme a
respeito do posicionamento das árvores em vias públicas, pois, “Se comparando aos benefícios
que elas vão trazer para a população seus transtornos são mínimos”, “Fazer o plantio de so-
mente de árvores que não atrapalhe a circulação do transito e pedestre”. “[...] nem todos os
tipos de árvores frutíferas devem ser cultivados nos meios urbanos, pois muitas podem ocasio-
nar acidentes ou até mesmo, suas raízes destruírem calçadas” e “a população devem cultivar
plantas cujos frutos não causem acidentes e arvores que não ocupem muito espaço e com isso
não atrapalhem os pedestres”, “o correto é que haja uma fiscalização e dessa forma ter cuida-
do com as árvores” e “a prevenção é o melhor caminho”.
Assim, é necessário um diagnóstico parcial do estado de conservação de cada árvore, da
via pública e, a elaboração de um projeto paisagístico que envolva a administração pública no
sentido de fomentar um plano de ação no tocante à inclusão de árvores em vias públicas sem
gerar desequilíbrio ambiental.
Diante do questionamento sobre como a população deve fazer para conservar as árvores

55
Educação, saúde e meio ambiente

frutíferas e como consequência tenha aumento na produção e a qualidade desses frutos na cida-
de, os entrevistados puderam responder à indagação e a mesma pode ser vista no gráfico abaixo:

É possível observar que 100% dos entrevistados afirmaram que é muito bem-vinda
a ajuda na manutenção das árvores, pois hoje em dia as mesmas têm um papel muito im-
portante já que produz frutos e deve receber cuidados, senão a comunidade deixa de receber
sombra, frutas, dentre outros benefícios. As opções “Utilizar água e adubos naturais” e a “De
outra forma” não obtiveram pontuação/preferência dos entrevistados.
Amir & Misgav (1990) apud Filho (2005) acreditam que “a conscientização da popula-
ção a respeito da importância da arborização e sua participação como co-responsável no pro-
cesso, é instrumento fundamental para o sucesso e o estabelecimento dos indivíduos arbóreos”.
Complementa Santos e Teixeira (2001) que “a árvore é um elemento estruturador de espaços,
responsável por qualidades estético-visuais e de bem-estar, mas passa a constituir um problema
urbano decorrente de planos ineficientes, [...] falta de conscientização da população”. É impor-
tante que os usuários finais da arborização percebam que a importância dessas árvores nas vias
urbanas, essas árvores são símbolos sociais presentes como um elo que aproxima pessoas nos
centros urbanos.
Ainda conforme a entrevista, os sujeitos da pesquisa mostraram que é possível a ajuda
de todos que fazem parte da comunidade cuidar das árvores ao explicitar que “As árvores de
modo geral, contribuem para o bem estar da população fornecendo, sombra, frutos e, a po-
pulação deve sempre cuidar, podar quando for necessário e não deixar que as mesmas sejam
destruídas”, “As pessoas devem levar em consideração que as árvores frutíferas ajudam o
homem na sua alimentação diária e, nada melhor que as mesmas sejam conservadas”, “Culti-
vando bons hábitos”, “[...] não jogando lixo perto delas”, “Ajudando na sua podação”, “[...]
na manutenção e manejo adequados”.
Em vista dos posicionamentos dos entrevistados, se faz necessário repensar os caminhos
no qual a comunidade e demais agentes devem se guiar para que haja o cuidado com o meio
ambiente como um todo, é importante que criem leis municipais que determinem a responsabi-
lidade pelo cuidado das árvores através do poder público.
O grau de importância no cultivo de árvores que dispõe frutos nas vias públicas em são
Jose do Divino sugere a associação direta com a renda da população residente no município.
Ainda não há projetos que viabilizem a criação de comércio de pequena escala como alternativa
de melhoria da renda local, no entanto, urge a criação de projetos que melhorem a vida da po-
pulação da cidade. A variedade de árvores e frutos na região desperta para o cultivo necessário
permitindo a colonização em novas áreas e tornaria a cidade mais bela e agradável.

56
Educação, saúde e meio ambiente

A suplementação alimentar na comunidade irá acontecer devido à diversificação de es-


pécies aptas a produzir frutos com alto valor nutritivo, principalmente a vitamina C presente
na acerola e goiaba e, que são mais cultivadas em quintais e pomares devido o seu rápido cres-
cimento, como também o seu sabor de fácil assimilação humana e não necessitando de muitos
cuidados no seu cultivo. Muitas destas frutas nativas da região são apreciadas pela população
desde tempos remotos e sua introdução em locais públicos vai intensificar seu consumo e des-
pertar a curiosidade de quem ainda não as degustou.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todo trabalho de pesquisa exige paciência seja qual for o seu objetivo. A importância
do trabalho está em responder alguns questionamentos. Nesse sentido, o estudo trouxe à tona a
importância da arborização em vias públicas do município de São José do Divino.
Foi observado que a população da cidade de São José do Divino tem preferência por
árvores frutíferas em calçadas das vias públicas e em pomares nos quintais das casas e, mantém
esse cultivo em áreas que a administração pública não desenvolve um projeto que planeje o
cultivo dessas árvores em diversas áreas do município. Os resultados sugerem que as espécies
frutíferas como a goiaba, a acerola e manga encontradas em pomares caseiros e em vias públi-
cas seguem um padrão de escolha nessas espécies devido à tradição e também pela qualidade
na produção de seus frutos.
Percebeu-se que a produção desses frutos é elevada, gerando muitos benefícios para a
comunidade, como a colheita desses frutos estarem ao alcance de pessoas que transitam pe-
las calçadas além de fornecer néctar a pequenos animais, principalmente os pássaros. Assim,
elencam-se inúmeras qualidades sobre o cultivo dessas árvores que vão desde a formação e um
ambiente mais equilibrado e mais verde como o fornecimento de alimentos para a população,
dessa forma a natureza se torna mais próxima da sociedade.
Dessa forma, tudo o que foi exposto nessa pesquisa teve o seu objetivo: contribuir sobre
o entendimento da suplementação alimentar garantida pelo cultivo de árvores que proporcio-
nam frutos, sombra e uma aproximação maior entre as pessoas.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. L. S. Impacto da arborização em ambientes de grande circulação selecio-


nados na UNICAMP: uma análise de conforto. Revista Ciências do Ambiente On-Line, Ju-
nho, 2014 Volume 10, Número 1, p. 10-15.

COLTRO, E. M.; MIRANDA G. M. Levantamento da Arborização Urbana Pública de Irati-


-PR e sua Influência na Qualidade de Vida de seus Habitantes. Revista Eletrônica Lato Sen-
su, Ano 2, n.1, p.2, 2007.

FERREIRA, L. A. B. Usos da vegetação In: Encontro Nacional sobre Arborização Urbana,


10, 1985, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Prefeitura Municipal de Porto Alegre: Secreta-
ria Municipal do Meio Ambiente, 1985.

57
Educação, saúde e meio ambiente

FILHO, J.A.L. et al. Diagnóstico da Arborização Urbana do Bairro Bivar Olinto, na


Cidade de Patos-PB . In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA,
2005, Belo Horizonte, Minas Gerais

MADALENO, I. 2000. Urban agriculture in Belém, Brazil. Cities, 17(1): 73-77.

MANICA, I. Fruticultura em Áreas Urbanas. Porto Alegre: Cinco Continentes Editora.


1997. 154p.

MASCARÓ, J. L. Loteamentos urbanos. Porto Alegre: L. Mascaró. 2002. 242p.

MILANO, M.; DALCIN, E. Arborização de vias públicas. Rio de Janeiro: LIGHT, 2000.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alimentos regionais brasileiros. Diretoria Técnica da Coorde-


nação Geral da Política de Alimentação e Nutrição, Brasília. Série Comunicação e Educação
em Saúde. 2002

ROPPA, C.; FALKENBERG, J.R.; STANGERLIN, D.M.; BRUN, F.G.K.; BRUN, E.J.; LON-
GH, S.J. Diagnóstico da Percepção dos Moradores sobre a Arborização Urbana na Vila Esta-
ção Colônia – Bairro Camobi, Santa Maria – RS. Revista da Sociedade Brasileira de Arbo-
rização Urbana, v 2, n 2, 2007.

SANCHOTENE, M. C. C. Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas e Comunidade


Interativa para Porto Alegre. Ecos, Porto Alegre, n. 9, p. 12-15, jan. 1997.

SANTOS, N. R. Z. ; TEIXEIRA, I. F. Arborização de Vias Públicas: Ambiente x Vegetação.


Santa Cruz do Sul: Instituição Souza Cruz, 2001. 135 p.

SANTOS, N. R. Z. dos; TEIXEIRA, I. F. Arborização de vias públicas: ambiente x vegeta-


ção. Santa Cruz do Sul: Instituto Souza Cruz, 2001.

SILVA, D. F.; ANDRADE, A. C. S. & CARVALHO NETO, A. Escola ambiental: transferên-


cia de tecnologia para a segurança alimentar e a valorização da agricultura urbana nas escolas.
Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2010.

SOARES, M. P. Verdes urbanos e rurais: Orientação para a arborização de cidades e sítios


campesinos. Porto Alegre: Cinco Continentes. 1998.

VELASCO, G.N. Arborização Viária x Sistema de Distribuição de Energia Elétrica: Ava-


liação dos Custos, Estudos das Podas e Levantamento de Problemas Fitotécnico. 2003. 94 f.
Dissertação (Mestrado). Escola Superior Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piraci-
caba.

58
Educação, saúde e meio ambiente

WINKLERPRINS, A. M. G. A. Jardins das Casas em Santarém, Pará, Brasil: Ligando o


rural com o urbano: Ecossistemas urbanos. 2002.

1 – Em sua opinião quais benefícios que o cultivo de árvores frutíferas poderá trazer
para a comunidade local?
( ) Amenização do clima
( ) Melhora na qualidade da alimentação da população
( ) Melhora na qualidade ambiental restabelecendo o elo Homem Natureza
( ) Melhora a paisagem da cidade
( ) Outros: _____________________________________________________________

2 – Na sua concepção qual a importância da conscientização da população para o apro-


veitamento das árvores frutíferas locais na melhoria da qualidade de vida?
( ) Geração de renda para inúmeras famílias
( ) Qualidade nutritiva e consequentemente melhoria na saúde
( ) Ajuda na redução da poluição atmosférica
( ) Outros: _______________________________________________________________

3 – Que ações que podem contribuir para a expansão de árvores frutíferas regionais nos
diferentes espaços na cidade?
( ) Plantação de espécies frutíferas no seu quintal
( ) Pomares coletivos
( ) Todos ajudando na preservação e manutenção das árvores
( ) Criação de cooperativas para o beneficiamento das frutas.

4 – O conhecimento das espécies frutíferas locais e seus benefícios nem sempre é conheci-
da pela população, quais espécies frutíferas existentes na comunidade local seriam impor-
tantes no consumo da população?
( ) Goiaba, Acerola, Caju
( ) Manga, Carambola, Laranja
( ) Seriguela, Araçá e Azeitona
( ) Todas

59
5 – As árvores frutíferas sendo cultivadas nas áreas urbanas do município poderão de cer-
ta forma causar algum transtorno, atrapalhar o trânsito de pessoas ou ocasionar possíveis
acidentes?
( ) Sim, as árvores frutíferas expostas em vias urbanas poderão trazer transtornos.
( ) Não, pois a conscientização e preservação da população é a melhor forma de evitar aciden-
tes.
( ) Outra forma:_____________________________________________________________

6 – Como a população pode conservar as árvores frutíferas e como consequência tenha


aumento na qualidade e produção desses frutos na cidade?
( ) Utilizar água, adubos nas árvores frutíferas nos quintais
( ) Ajudando na manutenção e manejo adequados das árvores
( ) De outra maneira:_____________________________________________________
Educação, saúde e meio ambiente

QUEIMADAS URBANAS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE


DE PIRIPIRI - PIAUÍ

Miciane dos Santos Cardoso7


Maria Beatriz Dias Coutinho8

RESUMO
Todos os anos às queimadas atingem proporções gigantescas que vêm afetando de forma negativa a
biodiversidade do meio ambiente, a qualidade do ar, do solo e prejudicando a sociedade, principalmen-
te com relação à saúde. As queimadas urbanas são consideradas um dos problemas ambientais graves
presentes no cotidiano dos habitantes da cidade de Piripiri- PI, principalmente, nos meses de seca que o
fogo rapidamente se espalha e agrava a situação do local. Nosso trabalho objetivou analisar os impactos
na saúde da população residente no munícipio de Piripiri em decorrência da fumaça produzida pelas
queimadas. Quanto à metodologia utilizada foi baseada na pesquisa qualitativa com entrevista semies-
truturada e aplicação de questionários com os moradores. Nos resultados ás consequências das quei-
madas na saúde da população observou-se que 42% responderam que são doenças respiratórias,
tosse, asma, bronquite, e 30% que causam muita irritação nos olhos e apenas 28%, náuseas e
vômitos. Conclui-se que a população sofre pelas consequências das queimadas, mas que deve
haver mais sensibilização por parte da gestão do município.

palavras-chave: queimadas; problemas ambientais; saúde.


INTRODUÇÃO

As queimadas todos os anos atingem proporções gigantescas que vêm afetando de


forma negativa a biodiversidade do meio ambiente, a qualidade do ar, do solo e prejudicando
a sociedade, principalmente com relação à saúde. As queimadas urbanas são consideradas um
dos problemas ambientais graves presentes no cotidiano dos habitantes da cidade de Piripiri- PI,
principalmente, nos meses de seca que o fogo rapidamente se espalha e agrava a situação do
local.

O ser humano é o principal agente transformador do meio, pois mesmo com as leis
e as sanções criadas para reduzir a prática criminosa das queimadas, existe o lado cultural tão
arraigado no brasileiro que somado com atitudes irresponsáveis comprometem áreas enormes
de terras. Os incêndios podem ocorrer de forma natural ou criminosa, mas na maioria das vezes

7 Aluna da Especialização em Biodiversidade e conservação NEAD – UESPI.


Graduada em Ciências Biológicas pela UFPI. Pós-graduada em Docência Superior.
Email: micianecardoso@hotmail.com
8 Orientadora. Graduada em Ciências Biológicas. Mestre em Desenvolvimento
e Meio Ambiente. E-mail: coutinhobiaa@yahoo.com.br.
.

61
Educação, saúde e meio ambiente

ocorrem pela irresponsabilidade do ser humano que insistem em colocar fogo no lixo nos quin-
tais de suas residências ou mesmo em algum terreno baldio, além dessa atitude jogam baganas
de cigarro em qualquer lugar que caso tenha lixo, folhas secas, mato pode provocar queimadas
e alastrar pelo local. Outro caso que a maioria da população desconhece é que as queimadas
podem ser provocadas pelos objetos refletores de raios solares, como por exemplos, vidros.

Segundo o IBAMA (2009), as fumaças provocadas pelas queimadas podem emitir


gases tóxicos com propriedades cancerígenas, além de aumentar as doenças respiratórias. A
queima também contribui para o aquecimento global, influindo diretamente nas condições cli-
máticas, alterando, principalmente, a qualidade e o período das chuvas.

Desta forma, nosso trabalho objetivou analisar os impactos na saúde da população re-
sidente no munícipio de Piripiri em decorrência da fumaça produzida pelas queimadas. Tendo
com objetivos específicos: Observar os hábitos e as atitudes da população do município com
relação às queimadas; Identificar o papel dos órgãos competentes no município de Piripiri;
Identificar os principais focos das queimadas no município de Piripiri-Piauí.

A realização deste projeto se justifica na possibilidade de analisar os impactos na saúde


da população residente no munícipio de Piripiri - PI em decorrência da fumaça produzida pelas
queimadas, na perspectiva de melhorar a qualidade de vida dos residentes, bem como prevenir o
meio ambiente desse desastre ecológico para a biodiversidade em geral com a intensa fiscaliza-
ção por partes dos órgãos competentes para inibir esta prática de queimadas entre a população.

2 QUEIMADAS URBANAS

As queimadas na zona urbana do município de Piripiri, Piauí, em geral, ocorrem pela


queima do lixo domésticos no fundo do quintal da população, pelo fato desta não ter paciência
de esperar o carro de lixo passar, pois existe a coleta de lixo na Cidade. E, consequentemente,
o que era para ser uma simples limpeza do lixo acaba provocando fogos altos que não se con-
segue o controle, alastrando-se e provocando poluição do solo, do ar, e problemas de saúde a
população.
Conforme Silva (2007) descreve as principais consequências das queimadas são: im-
pacto na atmosfera, impacto no solo, perda da biodiversidade, desequilíbrio ecológico, impacto
na fauna, impacto na saúde humana, problemas com tráfego aéreo e prejuízo financeiro.
A cidadania ecológica, contudo, somente se solidificará quando for possibilitado o
acesso à informação ambiental, ou seja, é preciso antes de tudo conhecer a realidade do meio
ambiente e as leis que regulamentam o Direito Ambiental. Sem estas premissas fundamentais
não há como exigir da sociedade que interfira nas questões que envolvem o meio ambiente e sua
preservação. A necessidade de tutelar o meio ambiente pelo Direito é imprescindível, segundo
Milaré (2004, p. 112)

62
Educação, saúde e meio ambiente

Devido à intensidade das queimadas e incêndios, originados tanto por fenômenos na-
turais quanto pelo Homem, em 10 de abril de 1989, o governo federal criou o Sistema Nacional
de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO), através do Decreto 97635,
que atribui ao IBAMA a competência de coordenar as ações necessárias à organização, imple-
mentação e operacionalização das atividades relacionadas à educação, pesquisa, prevenção,
controle e combate aos incêndios florestais e queimadas. (RAMOS, 1995).
A Constituição Federal (1988) garante que as queimadas prejudicam a natureza e
saúde pública, e todo ato que prejudica a saúde pública, assim como o meio ambiente é crime.
Portanto, a queimada além de ser criminosa, ocasiona vários problemas à humanidade, prin-
cipalmente no que se refere às doenças respiratórias, através da produção de gases nocivos à
saúde humana.
É notório que o ser humano vem prejudicando o meio ambiente quando resolvem pra-
ticar esse crime de colocar fogo, principalmente, nesse período de seca em que a umidade do ar
está alta, e consequentemente o fogo irá se espalhar e causar danos que podem ser irreversíveis
para o município. O fato é que deve ter uma intensa fiscalização por parte dos órgãos compe-
tentes nesse período de estiagem, e aplicar a lei para aqueles que desrespeitá-la.
Para Malcom (1975) dependendo da intensidade do fogo são gerados efeitos devasta-
dores. A intensidade e os efeitos posteriores do fogo dependem, por sua vez, da frequência e do
tempo de duração do incêndio.
Portanto, sempre se deve analisar na execução de uma queimada, a possibilidade de o
fogo ultrapassar a linha permitida, gerando focos nos terrenos vizinhos, ou que escape à capa-
cidade de controle do pessoal envolvido na operação.
Segundo Radojevic (1998) cita que os principais sintomas das doenças causadas pelas
queimadas são: infecções do sistema respiratório superior, asma, conjuntivite, bronquite, irri-
tação nos olhos e garganta, tosse, falta de ar, nariz entupido, vermelhidão e alergia na pele, e
desordem cardiovasculares.
A fumaça das queimadas provoca efeitos sérios na saúde do ser humano, uma vez que
existem ainda aquelas pessoas alérgicas a fumaça que nesse período de seca sofrem bastantes
com essas queimadas intensas.
Para Milaré (2004) o meio ambiente é o conjunto de elementos abióticos e bióticos,
organizados em diferentes ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem, individual
e socialmente, num processo de interação que atenda ao desenvolvimento das atividades huma-
nas, à preservação dos recursos naturais, dentro das leis da natureza e de padrões de qualidade
definidos.
A população é responsável pelos seus atos, então praticou um crime deve parar e se
colocarem no lugar do próximo no que diz respeito às queimadas e a fumaças que causam pre-
juízos não só ao município, mas toda a sociedade, os gastos são altos. E existe várias formar
de prevenir as queimadas, cabem aos órgãos competentes sensibilizar mais ainda seu publico.

63
Educação, saúde e meio ambiente

METODOLOGIA DA PESQUISA

Tipo de pesquisa

A análise dos dados é de cunho qualitativo que envolve a obtenção de dados descriti-
vos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo
do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LUDKE e ANDRÉ,
1986), sendo que o pesquisador é motivado a se voltar atentamente para os dados da pesquisa
e sobre estes, deleitar-se exaustivamente a fim de evitar conclusões superficiais e equivocadas.

Área de estudo

O estudo foi feito no município de Piripiri, localizado no estado do Piauí, apresenta


uma área de 1. 408,928 km², uma população de 62. 600 habitantes e fica a 160 km da capital do
Piauí. O município tem como pontos turísticos principais: Açude Caldeirão, Complexo Turísti-
co Nossa Senhora dos Remédios, Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, e dentre outros.

Coleta de dados

Para coleta de dados foi feito um questionário com perguntas abertas e fechadas que
foi aplicado 30 (trinta) moradores residentes nos arredores dos pontos mais próximos aos focos
de queimadas, e uma entrevista semiestruturada com o superintendente do Meio Ambiente do
município de Piripiri, além dos dados disponíveis, na secretaria do meio ambiente do município
e no IBAMA.
Os critérios utilizados para escolha da amostra foram os pontos estratégicos em que se
observaram intensas queimadas de acordo com os sites da cidade de Piripiri (Piripiri Repórter,
Repórter 10) os quais destacam os arredores do Horto Florestal, nas margens da Br-343, canto
das palmas e dentre outros.

RESULTADOS E DISCURSSÕES

Propomos aqui apresentar, bem como discutir os resultados dos questionários respon-
didos por habitantes da cidade de Piripiri, além da entrevista semiestruturada com o superinten-
dente da Secretaria de Meio Ambiente da cidade.
Em entrevista com o Superintendente do Meio Ambiente de Piripiri, ele relata:
“que às queimadas ocorrem principalmente em terrenos baldios e que os pontos mais
críticos mesmo é nas mediações da Br-343 e que são ocasionadas por limpeza do terreno para
fazer roças, baganas de cigarros, e que muitas vezes são de forma proposital, mas que ainda
não pegaram de fato, apenas especulações porque não existe uma fiscalização eficaz para vis-
toriar essas áreas de maiores casos”

64
Educação, saúde e meio ambiente

Segundo (Pereira, 2012) a Lei Complementar nº 140/11, qualquer pessoa legalmente


identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utili-
zadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representa-
ção ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia.
Quando foi perguntado sobre o que a secretaria faz para sensibilizar a população, nos
respondeu:
“que tem parcerias com algumas escolas da cidade e com associação de moradores
para ajudarem nesse processo. Sempre ocorrem palestras no Horto Florestal de Piripiri, que
é uma área onde há muitas queimadas e que estava praticamente abandonada pelos órgãos
responsável, mas que já existem muitos projetos, além do que já fizeram vários mutirões nesse
local, e que há um projeto sendo discutido de revitalização desse local e implementar também
uma trilha de ciclismo, já que essa prática é muito apreciada pelos moradores da cidade”
O que se observou que a secretaria tem no papel vários projetos, mas que a prática
não se vê isso porque o Horto, por exemplo, está abandonado por parte da gestão. Que projetos
escolares mesmo são vários, algumas escolas até ganharam prêmios quando se falam no Horto,
mas as autoridades não levam o projeto à frente, sempre param pelo meio do caminho.
Como afirma Silva e Silva (2006) dizem, que “cabe às autoridades competentes, de-
senvolver campanhas educativas de conscientização da população, quanto aos possíveis proble-
mas que as queimadas ocasionam, trabalhando juntamente com as escolas, no desenvolvimento
de atividades de educação ambiental, visando à conscientização da população no geral, mas
principalmente jovens e crianças, com objetivo de conservar o meio ambiente e melhorar a
qualidade de vida”.
E com relação à Secretaria ser acionada quando acontecem queimadas na cidade?
“já procuraram a gente, mas que o máximo que procuramos fazer foi ligar para briga-
da que fica no Parque Nacional de Sete Cidade, localizada na cidade vizinha Piracuruca-PI, já
que nossa cidade não possui corpo de bombeiros ou mesmo uma brigada para atende-la nessa
ocasião, mas sempre contam com a ajuda da população e da policia da cidade que enfrenta o
fogo para tentar minimizá-lo.
Observa-se que o papel da secretária nesse momento é bem restrito, pois a cidade não
possui um corpo de bombeiros que minimizem a situação, mas já existe a possibilidade de atua-
ção de uma brigada com cinco pessoas para o mês de agosto desse ano 2016 que ficará no Par-
que da Conceição para atender toda redondeza junto com a de Sete Cidades, mas é necessário,
ainda que a população faça sua parte para proteger o meio ambiente, como está na Constituição
que todos têm o direito de um meio ambiente equilibrado.
O superintendente ainda nos fala que: “nos períodos que mais acontecem às queima-
das são setembro e outubro, no período de outubro a cidade sempre recebe o Corpo de Bom-
beiros da capital Teresina que vem auxiliar nos festejos, e consequentemente, é acionada para
combater o fogo nesse período”, sendo assim, une-se o útil ao agradável, pois nesse período é
justamente o de maior descaso na cidade, época muito seca na região.

65
Educação, saúde e meio ambiente

O superintendente relata que: “o principal foco das queimadas nesses pontos, princi-
palmente na Br-343 é devido a baganas de cigarros que os motorista jogam e que fica difícil o
controle das queimadas, que chegam a se lastrar por vários dias, mas que são focos de quei-
madas pequenos não chegam a proporções altas não”. Isso leva em consideração a falta de
responsabilidade para com o meio ambiente por parte dos motoristas que passam por essa via.

Resultados dos questionários respondidos pela população resultados

Após a coleta dos dados os mesmos foram tabulados e apresentados em forma de grá-
ficos e tabelas para auxiliar na análise das informações obtidas sobre as queimadas na cidade
de Piripiri, Piauí.
Ao observarmos o sexo dos moradores nos arredores dos locais com focos de queima-
das na cidade de Piripiri, Piauí, foi possível observar que 50% dos entrevistados pertencem ao
sexo masculino, enquanto 50% compõem o sexo feminino.

Gráfico 1 – Idades

Fonte: Cardoso, 2015.

Os entrevistados apresentam diferentes faixas etárias (gráfico 1). Sendo que 23% dos
moradores responderam que estão na faixa de 1 a 20 anos; 34% estão na faixa de 20 a 40 anos;
23% afirmam estar na faixa de 40 a 60 anos; 20% possuem mais de 60 anos. Observa-se que a
maioria dos pesquisados estão na faixa de 20 a 40 anos.

Tabela 1 – Queimadas e a saúde


Consequências (%)
Doenças respiratórias, tosse, asma, 42,00
bronquite
Irritação nos olhos 30,00
Náuseas e vômitos 28,00
Nada causam 0,00
Outros 0,00
34 100,00
Fonte: Cardoso, 2015.

66
Educação, saúde e meio ambiente

Analisando a questão sobre as consequências das queimadas na saúde da população


observou-se que 42% responderam que são doenças respiratórias, tosse, asma, bronquite, e 30%
que causam muita irritação nos olhos e apenas 28% náuseas e vômitos (Tabela 1), sendo assim
a fumaça que fica é muito prejudicial a saúde da população que tem que conviver com essa
questão que a gestão nada faz para amenizar a situação do seu povo levando a problemas sérios.
Sabe-se que nas queimadas são liberados vários poluentes (CO, HC), além de substân-
cias tóxicas, e esse efeito fica restrito a população circunvizinha ás queimadas e consequente-
mente seu efeito pode ser desde asfixia até a morte.
Na questão sobre o que você faria se visse seu vizinho colocando lixo num terreno
baldio, as respostas foram variadas:
“ denunciava para secretaria e esta para a policia”
“entraria em discursão com o atuante, falando o mal que que isso iria fazer para sua saúde
e para todos que estavam ao seu redor, mas isso não resolveria o problema”
“pediria que não fizesse mais, pois esta poluindo o ar e fazendo mal a nossa saúde”
“pediria para ele não fazer isso explicando os problemas que isso causaria a saúde não só
dele mais da população e ao meio ambiente, se isso não resolvesse, eu acionaria o ministério publico
para que resolvesse”
“pediria que utilizasse a coleta municipal para descartar seu lixo”
“reclamava que não pode porque faz mal a saúde dos velhos”

Diante das falas da população, fica claro que todos tomariam uma atitude cabível, pois
se trata da sua saúde e do meio ambiente, estes que são muito importante para continuarmos a
nossa trajetória nessa vida.

De acordo com Brandão et al. (2, p. 8), as queimadas não se constituem apenas em
simples ato de desrespeito a legislação urbanística e ambiental, mas também a falta de respeito
a saúde própria e a do próximo, e esses atos advêm de um a falha nas políticas públicas que não

possuem nenhum tipo de trabalho voltado a essa questão.


Gráfico 3 – Maneiras de tratar o lixo produzido em residências

Queimando no quintal

Jogando no terreno baldio e depois


40% colocar fogo

60% armazenar de forma correta para que


o carro do lixo passe e leve-o

Jogar no meio da rua

Fonte: Cardoso, 2015.

67
Educação, saúde e meio ambiente

Questionando sobre como se deve ser tratado o lixo produzido nas residências, 60%
da população responderam que armazenaria de forma correta para que o carro do lixo passe e
leve-o, sendo que 40% responderam que queimam no quintal (Gráfico 3).

Diante disso, percebe-se que a população ainda não entende o perigo de queimar o lixo
no quintal, pois muitos responderam que praticam esse ato, mas que mais da metade da popula-
ção estão agindo de forma correta, e consequentemente ajudam o meio ambiente.
Tabela 2 – Maneiras para discutir sobre queimadas

Maneiras (%)
Palestra 33,00
Nas escolas 37,00
Conversas com seus vizinhos 30,00
Outros 0,00
Total 100,00
Fonte: Cardoso, 2015.

A população foi questionada sobre qual a melhor maneira de discutir sobre as quei-
madas, 37% responderam que seria nas escolas, 33% com palestras e 30% em conversas com
seus vizinhos (Tabela 2). Nas escolas da cidade de Piripiri sempre se ouvem falar nos projetos
desenvolvidos pelas as mesmas em se tratando de questões ambientais.

Como afirma Cabral et al. (2002) a educação ambiental deve, portanto acontecer por
meio do envolvimento dos alunos em atividades que analisam e investigam a realidade vivida,
contribuindo para uma correlação entre a forma correta de tratar o meio ambiente, e as ações
atribuídas à falta de informação e conhecimento, onde estes passarão a ser capazes de promover
interação sobre a forma correta de ação, que vise ao cuidado e novas formas de agir, sem causar
danos ao meio ambiente do qual este mesmo aluno faz parte.
Tabela 3 – Motivos que levam a queimar o lixo

Motivos (%)
Limpar o terreno 37,00
Por acidente 20,00
Diminuir o lixo 20,00
Outros 23,00
Total 100,00
Fonte: Cardoso, 2015.

Em se tratando dos motivos que levam a população a queimar o lixo, 37% responde-
ram para limpar do terreno, 20% por acidente, 20% diminuir o lixo, e 23% outros. Verifica-se
que a prática de limpar o terreno é frequente na cidade, mas que a população tivesse uma cons-
ciência do real prejuízo que fazem com essa prática, diminuiriam mais.

68
Educação, saúde e meio ambiente

CONCLUSÃO

A intenção do trabalho foi realizar uma pesquisa com a população de Piripiri, Piauí para
saber os impactos na saúde da população residente no munícipio em decorrência da fumaça pro-
duzida pelas queimadas que ocorre na cidade, principalmente no período de agosto a outubro,
período esse mais quente na cidade.
No planeta Terra, a temperatura está aumentando a cada dia, devido às ações de irres-
ponsabilidade do ser humano, em que fazem suas travessuras, e consequentemente não querem
que o meio ambiente não reaja as suas ações.
Conclui-se, portanto, que a população sofre pelas consequências das queimadas, mas
que deve haver mais sensibilização por parte da gestão do município, da secretária do meio
ambiente, pois mesmo com tantos meios de comunicação, noticiários, a população ainda é ca-
rente nos reais problemas ocasionados tanto no meio ambiente como na saúde da população da
cidade.

REFERÊNCIAS
BRANDÃO, R.; CARVALHO, J. A. S.; CORTEZ, L. S. L; SANTOS, M. J. D. Implicações
Ambientais Decorrente das Queimadas no Bairro Olímpico de Boa Vista/RR. In: SEMI-
NÁRIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA
AMAZÔNIA, 1., Anais..., 2010.

CABRAL, C. F. B; PELICIONI, M. C. F. Agenda 21 em casa e na escola: da teoria à prática.


In: PHILIPPI JR., A.; PELICIONI, M. C. F. (Eds.) Educação ambiental: desenvolvimento de
cursos e projetos. São Paulo: Signus, 2002, p.68-75.

IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Proble-
mas causados pelas queimadas. Disponível em < www.ibama.gov.br>. Acesso em 29.11.2009.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas.


São Paulo: EPU, 1986.

MALCOM, G.A. Fire and the australian flora: A review. Aust. For., 38(1):4-25, 1975.

MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: Doutrina-Jurisprudência-Glossário. 3ª ed. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 2004. 

PEREIRA, Henrique Albino. Competência para fiscalizar na Lei Complementar nº 140/11. Jus


Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3363, 15 set. 2012.

69
Educação, saúde e meio ambiente

RADOJEVIC, M. Burning issues. Chemestry in Britain, v. 34, n. 12, p. 38-42, 1998.

RAMOS, P. C. M. Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. I


Fórum Nacional sobre Incêndios Florestais e III Reunião Conjunta IPEF/FUPEF/SIF sobre
Incêndios Florestais. Piracicaba, 1995.

SILVA, A. S.; SILVA, M. C. Práticas de queimadas e as implicações sociais e ambientais


na cidade de Araguaina, TO. Caminhos da Geografia (revista on line), v.7, n.18, p.8-16,
jun.2006.

SILVA, S. Queimadas, Perguntas e Respostas. Ed. Aprenda Fácil. Viçosa – MG, 2007. pág.
29-32.

70
Educação, saúde e meio ambiente

EU CUIDO, EU FAÇO PARTE DESTE MEIOPERCEPÇÕES E PRÁTICAS SOBRE


EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO INFANTIL

Maria Suele Ribeiro De Sousa. ¹

Maria Beatriz Dias Coutinho ²

RESUMO

Este trabalho abordará questões referentes como o meio ambiente está sendo mudado de acordo
com o crescimento populacional e tecnológico do homem, visto que esse processo e acelerado
pela necessidade que o ser humano tem durante sua história de criar novas tecnologias e melho-
rar sua qualidade de vida. Mas nesses processos fauna e flora são destruídas e aos poucos o que
sobrou vai se esvaindo aos poucos da natureza, pois as diversas poluições por vezes vencem
a força de regeneração do meio ambiente. Na época em que vivemos nunca foi tão importante
para o desenvolvimento do homem saber dosar os impactos ambientais, pois as mudanças cli-
máticas do planeta estão sendo aceleradas por efeito do desenvolvimento do homem e nós ainda
dependemos muito dos insumos da natureza, é preciso conscientizar a todos da importância da
preservação para nosso futuro.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Ambiente. Problemas sociais.

_________________________________________

1. Maria Suele Ribeiro de Sousa é aluna do Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade. E-mail: suellenribei-
ro2@hotmail.com

2. Maria Beatriz Dias Coutinho e orientadora NEAD/UESPI.

INTRODUÇÃO

Atualmente, a questão ambiental é um dos grandes focos das discussões mundiais.


Toda a sociedade sente que é uma questão de necessidade, de sobrevivência. Sabemos que zelar
pelo meio ambiente é zelar pela própria existência, mas o sistema de vida da sociedade atual
tem resultado num crescente agravamento dos problemas ambientais.
Diante de tudo o que foi explicado sobre o Meio Ambiente, surgir a seguinte proble-
mática: O que poderíamos fazer para ajudar no processo de desenvolvimento da conscientiza-
ção ambiental nos alunos?

71
Educação, saúde e meio ambiente

O objetivo deste trabalho é espertar nos alunos a consciência para que possam não
apenas agir corretamente no processo de preservação do meio ambiente, como também ser um
colaborador dessa consciência junto à sua família e a comunidade.
É corriqueiro constar, nos meios de comunicação, notícias de catástrofes ambientais
em todos os lugares. Há em todo o mundo a preocupação com o meio ambiente, pois a cada dia
que passa temos observado e testemunhado que o nosso planeta está ameaçado pela poluição,
desmatamento e outros desastres. Somos nós, seres humanos, os responsáveis por esse grande
dano. Diante da situação na qual nos encontramos, a Educação Ambiental assume uma impor-
tante missão, a de promover possibilidades de conscientização a que venham resultar numa mu-
dança na forma de compreendemos e de nos relacionarmos com o meio ambiente, tornando-se
essencial a sua atuação em todos os setores da sociedade, inclusive na instituição Escola.
Compreendemos que, ao se tratar de meio ambiente, é importante enfatizarmos que
o ser humano também faz parte dele e estabelece com ele relações sócias, econômicas e cul-
turais, na época em que vivemos precisamos saber lidar com nosso desenvolvimento evitando
ao máximo os impactos ambientais, pois tudo que possa vir a mudar o meio onde vivemos e a
natureza nos afeta direta e indiretamente.
Esse projeto justifica-se na necessidade que há em se repensar a ação humana ao rela-
ciona-se com o meio ambiente (desenvolvimento insustentável), e esse novo modo de pensar
deve ser construído desde a infância, sendo que a escola é uma instituição que tem o papel de
promover essa mudança.
A criança deve perceber-se como parte do meio ambiente e deve compreender que seus
atos têm impactos sobre a natureza e sobre as outras pessoas e por fim sobre as futuras gerações
que colherão os maus frutos da geração passada.

1 O HOMEM E AS MUDANÇAS EM SEU MEIO

Havia um tempo em que a natureza era mais forte que o homem e afetava, mas do que
era afetada, as variações naturais que ocorriam mudavam corriqueiramente o modo de vida do
homem, um exemplo bem comum dessas mudanças são as estações do ano, que ao longo da
história influenciaram o povoamento e a mudança de hábitos das mais diversas civilizações hu-
manas, nessa questão podemos destacar população do Egito que no inverno diante do rigoroso
clima trabalhavam para colher e estocar comida para sobreviver ao verão árido no deserto.
Aos poucos, com a revolução industrial no século XVIII, veio o desenvolvimento,
surgiram às cidades e a sociedade capitalista e com ela as máquinas a vapor iniciando assim
a era do combustível fóssil, pois a partir de então as mais variadas máquinas construídas pelo
homem eram movidas pela queima de carvão e madeira, dessa forma o homem começa progres-
sivamente a contribuir para o processo de aceleração de mudanças climáticas, pois a revolução
industrial também ajudou a aumentar a população local, pois os mais diversos locais de traba-

72
Educação, saúde e meio ambiente

lho precisavam de muitas pessoas para trabalho, essas pessoas por si só precisavam de casas
para morar e suas casas foram construídas hoje onde eram no passado mata nativa com fauna
e flora virgens.
Tozoni Reis (2004, p.03) confirma:

Desde a Revolução Industrial, a atividade interventora e transformadora do homem


em sua relação com a natureza vem tornando-se cada vez mais predatória. A década
de 1960 pode ser considerada uma referência quanto á origem das preocupações com
as perdas da qualidade ambiental.

Assim, de acordo com a autora, a Revolução Industrial desencadeou um crescimento


populacional urbano estarrecedor de uma forma que não havia preparo estrutural para suportar
tamanhas proporções. Como consequências, o homem passa a explorar a natureza de forma
descontrolada e exploratória, considera-se superior ao mundo natural, como se não dependes-
se deste para sua sobrevivência. Deste então essa exploração passa a ser depredatória. Com a
revolução industrial muitos anos depois nasceu a tendência do capitalismo, que é algo muito
agressivo até hoje para a natureza, o capitalismo desde sua emancipação pelo mundo piorou
bastante a relação homem versus natureza, pois o acumulo de riquezas tem feito com que o
homem utilize de maneira inadequada os meios naturais e explore de forma rápida os recursos
naturais esgotáveis e essenciais para a sua vida diária, um exemplo dessa ação é a poluição de
rios e lagos, a poluição humana destrói os mananciais, mata os peixes e transforma rios em
ambiente propensos a doenças e reduza água doce disponível para consume, pois como se sabe
a porcentagem de água doce disponível devidamente para consumo é mínima para o homem.

1.1 Atitudes concretas de preservação ambiental

O Brasil é um pais mundialmente conhecido pelas suas riquezas naturais e pelas suas
leis que são referência na proteção e manutenção de suas riquezas naturais, tanto que elas são
usadas e copiadas para uso em outras nações.
Mesmo assim, o desmatamento que ocorre principalmente na Mata Atlântica e na
Amazônia legal brasileira é intenso, principalmente para geração de áreas de pasto para os
animais de porte para abate e obtenção de carne e produção e extração de madeira para móveis
e utensílios.
Durante a colonização do Brasil o mesmo sofreu uma exploração em massa de recursos
naturais por parte dos portugueses, e nessa exploração até mesmo os índios foram explorados
eles foram escravizados para obtenção de mão de obra para trabalho e por destino o índio bra-
sileiro sem ter a devida consciência colaborou sem recusa nessa época para o enriquecimento
dos portugueses através, muitas vezes das suas produções de trabalho, ou seja os filhos da terra
não usufruíam mais do meio de vida que tinham, mas o exploravam pra que outros detivessem
o controle da extração e enriquecessem.

73
Educação, saúde e meio ambiente

Em alguns pontos do país, a destruição só não é maior devido, a nesses pontos houver
reservas indígenas e quilombos, aonde índios e negros são protegidos por leis federais, e, por-
tanto, existe uma demarcação, de território que é um perímetro onde a mata é preservada para a
vida desses povos e utilizada para sua sobrevivência, dessa forma estes pontos ficam livres da
ação do homem moderno impedindo que eles trabalhem com extração desordenada de insumos
naturais do meio ambiente.
Com o passar do tempo os desastres ecológicos começam a repercutir como conse-
quência dessa exploração demasiada, muitas vezes o homem não detém o controle necessário
sobre suas atividades extrativista e pode agravar uma situação que já é péssima para o ambiente
de convívio de sua atividade.
Depois de muitos desastres, começa a surgir por todo o mundo um sentimento de
valorização pelo meio ambiente, pois quando falamos em desastres ambientais não são fatores
pequenos são ações do homem que levará a natureza a passar muito tempo para ser recuperar
por completa em determinada região.
Começam a serem organizados movimentos políticos – sociais em prol das causas
ambientais, surgindo assim à educação ambiental, hoje em dia já existem até mesmo partidos
e ONGS, que trabalham com conscientização e medidas para melhorar a preservação do meio
ambiente.
Entre as ONGS mais conhecidas podemos destacar, a SOS Mata Atlântica, O Instituto
Akatu, a ECOAR e a WWF, que lutam pela melhoria da preservação do meio ambiente e uso
adequado dos recursos auferidos pela natureza.

2 O DESPERTAR DO INTERESSE PELA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental é uma prática educativa dinâmica, continua transversal e trans-


formadora, que integra um conjunto de relações sociais que se constitui em torno da preocupa-
ção com o meio ambiente (CARVALHO, 2008).
O ensino a preservação do meio ambiente nas escolas públicas ainda é muito delimi-
tado, na situação atual em que vivemos é preciso ampliar a visão das crianças, não vivemos a
mesma situação de anos atrás a degradação ao meio ambiente hoje é muito maior, essas crianças
precisão aprender que no futuro elas serão as responsáveis por cuidar e manter essas riquezas
naturais, seus filhos, netos e assim sucessivamente.

No Brasil, o conceito legal de meio ambiente encontra-se disposto no art. 3º, I, da Lei
nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que diz que
meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Trata-se de um conceito restrito ao meio ambiente natural, sendo inadequado, pois
não abrange de maneira ampla todos os bens jurídicos protegidos. (SILVA 2009 p. 02).

74
Educação, saúde e meio ambiente

No Brasil, durante o século XX, foram instalados muitos projetos de educação am-
biental nas escolas, mas embora eles fossem uma forma de conscientizar as pessoas a sua atua-
ção foi pequena diante do dilema da preservação da natureza, mas foi um grande passo para o
que hoje, nós temos de concreto para preservação de nossas riquezas naturais.
Em 1988, na nova constituição federal, teve um capítulo inteiro dedicado apenas ao
meio ambiente, um fato notável e importante para nossa evolução social, esse desfecho teve até
um impacto positivo na economia, esse capitulo da constituição promove a proteção do meio
ambiente através de inúmeras leis, auxiliares sendo que ao longo dos anos algumas dessas leis
foram reformuladas devido as necessidades de crescimento do país, essas leis diminuíram a
incidência de empresas que possuem alto teor de produção de poluição em curto prazo, preve-
nindo, assim a proliferação de doenças contagiosas, manutenção de rios e afluentes e empresas
de grande porte que produzem agentes tóxicos ao ambiente ser humano.
De acordo com a lei n.9.795/99, art.1º, entende-se por Educação Ambiental:

Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores so-
ciais, conhecimentos, habilidades atitudes e competências voltadas para a conserva-
ção do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial á sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

Trata-se, portanto, de um processo de construção de valores, que refletirão nas atitu-


des dos cidadãos, praticadas no âmbito individual e coletivo, em prol do meio ambiente, sendo
reconhecida sua importância para preservação da vida.
No contexto escolar, muito é ensinado sobre formas de se proteger o meio ambiente,
mas não se ensina como se fazer ainda para esse processo se tornar eficaz fora da escola. Não
se aborda esse tema para as crianças, e nem a lei de proteção e educação ambiental é explicada,
repassada, ensinada, como deveria ser o que normalmente acontece é que só se repassa em sala
o nome da lei e o que ela protege e sugere, mas não se dá atenção ao fato de ensiná-la e repassar
copias para os alunos dessa lei, não se ensinam os incisos que a regulamentam ou sequer as
mudanças que a mesma sofreu.

2.1 Melhorias para o meio ambiente

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados pelo MEC (Ministério da Educação e do


Desporto), no objetivo de contribuir e estimular iniciativas em torno da questão ambiental diz que:

A perspectiva ambiental oferece instrumento para que o aluno possa compreender


problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e a do planeta.
Para que essas informações os sensibilizem e provoquem o início de um processo de
mudança de comportamento, é preciso que o aprendizado seja significativo isto é, os

75
Educação, saúde e meio ambiente

alunos possam estabelecer ligações entre o que aprendem e a sua realidade cotidiana
e o que já conhecem. (...) nesse sentido, o ensino deve ser organizado de forma a
proporcionar oportunidades para que os alunos possam utilizar o conhecimento sobre
o meio ambiente, para compreender a sua realidade e atuar sobre ela, por meio do
exercício da participação em diferentes instancias. (BRASIL, 1997, p.48)

O trabalho pedagógico com a temática ambiental não pode se restringir apenas à ex-
planação em sala de aula deve ser uma prática articulada com a realidade para que a criança
tenha uma aprendizagem significativa.
Os parâmetros curriculares precisam de melhorias por fato de que estão começando a
se tornar um pouco ultrapassados de acordo com nossa atualidade de ensino, precisam ser pre-
cisamente remodelados para melhor atender as necessidades das crianças no ensino.
O aluno necessita estar conscientizado dos problemas ambiental que afeta sua comu-
nidade, um exemplo simples é que em algumas cidades onde há extração de pedra preciosas
as escolas não repassam o fato da degradação e proteção o que elas repassam é a importância
da riqueza material da cidade para que essas crianças se orgulhem do que a cidade possui de
diferente da demais.
A sensibilização é a única forma pela qual possa surgir oportunidade de mudança de
comportamento. É papel da escola trabalhar no objetivo de facilitar essas oportunidades de
sensibilização e conscientização.
No Brasil há muitas campanhas motivacionais de combate a degradação do meio am-
biente, mais as mesmas não são campanhas de longo prazo, são de curto, problemas a serem
combatidos como a preservação do meio ambiente requerem medidas mais árduas e duradouras
dentro da sociedade.
Nem sempre no país houve leis que protegesse o patrimônio e a riqueza nacional; a
fauna e a flora, antes a produção de bens era exacerbada e não havia órgão com tanta eficiência
como em nossos dias atuais para fazer um controle de extração de recursos naturais, evoluiu-
-se muito no Brasil em alguns pontos na preservação, mas em outros por exemplo o tráfico de
animais nativos das florestas brasileiras para venda em outros países é uma realidade negativa,
não só animais mas plantas também, um bom exemplo é a produção de borracha através da
seringueira.
A seringueira sendo uma planta nativa do Brasil foi levada para fora e cultivada em
outros países e houve a desvalorização e quase extinção nacional do ciclo da borracha, se ante
o Brasil era o líder na produção de borracha, hoje já não está nem entre os 10 primeiros.

3 -METODOLOGIA

Na perspectiva de procurar compreender os fatos que se referem à temática abordada,


este estudo compreendeu elementos da pesquisa qualitativa, que, segundo Gil (2009), busca
abranger um dado específico em profundidade, e trabalha preferencialmente com descrições,
76
Educação, saúde e meio ambiente

comparações e interpretações. Segundo o mesmo autor, a pesquisa qualitativa é um processo de


análise sistemático e compreensível, mas não rigoroso, tendo como principal ferramenta inte-
lectual a comparação de dados. Apesar de haver a preocupação com a descrição, a ênfase maior
é colocada na profundidade e não na precisão, o que leva o pesquisador a preferir a utilização
de depoimentos e entrevistas com níveis diversos de estruturação.
Em função dos objetivos supracitados neste projeto, o estudo empregou como instru-
mentos de coleta de dados a observação sistemática e a realização de uma oficina. Segundo Gil
(2009, pág.104), a observação sistemática é utilizada em pesquisas que têm como objetivo des-
crever precisamente os fenômenos, e o pesquisador sabe quais os aspectos do grupo que são sig-
nificativos para alcançar os objetivos pretendidos. Nas pesquisas desse tipo, precisa-se elaborar
um plano prévio do que deve ser observado, em que momentos, bem como a forma de registro
e organização das informações. Atos, atividades, significados, participação, relacionamentos e
situações foram analisados durante a observação para que fosse possível obter os dados alme-
jados. Portanto, manteve-se uma postura não participativa, mas apenas para presenciar os fatos,
e, sendo de caráter sistemático, pois seguiu a um plano elaborado previamente. A observação se
deu de forma consciente, dirigida e ordenada para um determinado fim.
Para alcançar o objetivo de apreender as percepções de meio ambiente e Educação
Ambiental adquirida pelas crianças, optou-se pela realização de uma oficina com as mesmas, na
qual elas teriam a oportunidade de expressar suas subjetividades através de desenhos e da pró-
pria fala após serem estimuladas pela pesquisadora com um ambiente propício e uma historinha
envolvendo o tema. Optou-se por essa metodologia, pois se considerou uma atividade adequada
para trabalhar com crianças nessa faixa etária, onde lhes é dada total liberdade para, a qualquer
momento, expressarem suas opiniões.

3.1 Caminhos percorridos


No primeiro momento, realizou-se uma pesquisa bibliográfica da literatura existente
sobre a temática abordada, que é o primeiro passo para a construção do referencial teórico e a
análise dos resultados.
No segundo momento da pesquisa, iniciaram os trabalhos realizados em campo. Pri-
meiramente realizou-se o período de observação da sala de aula e sua rotina durante uma sema-
na, na perspectiva de detectar as formas que a professora aborda temas relacionados ao meio
ambiente. Observou-se a rotina escolar, seguindo um roteiro escrito previamente estabelecido,
que pontuava aspectos a serem observados.
No terceiro momento, selecionou-se um grupo de oito crianças da mesma sala obser-
vada, quatro meninas e quatro meninos, para a realização de uma pequena oficina. Este trabalho
tinha como objetivo averiguar as percepções relativas ao meio ambiente que as mesmas têm
formado durante o período pré-escolar. As crianças foram convidadas a se dirigir a uma sala
específica dentro da escola, na qual foi criada um ambiente propício à concentração e comodi-
dade. Primeiramente, foram feitas apresentações para logo depois dar início a conversas rela-
77
Educação, saúde e meio ambiente

cionadas à natureza, preservação e perspectivas de futuro dentro da temática. Seguindo a socia-


lização inicial, foi lhes contada uma história criada pela pesquisadora que abordava a questão
da Educação Ambiental. Após a história, disponibilizaram-se papel e giz de cera, e as crianças
foram solicitadas a desenhar o que seria para elas Meio Ambiente e Educação Ambiental. Nos
momentos finais, cada uma relatava à pesquisadora explicações sobre seu respectivo desenho.

3.2 Caracterização do lócus da pesquisa


A pesquisa foi realizada em uma Unidade Escolar pública municipal situada na zona
urbana da cidade de Piracuruca, norte do Estado do Piauí. A referida instituição atende do ma-
ternal ao 2° ano, sendo cinco turmas no turno matutino e quatro no turno vespertino, totalizando
184 alunos divididos em nove turmas. O corpo pedagógico de funcionários é composto por uma
diretora, uma coordenadora e oito professoras. Optou-se pela referida escola devido estar loca-
lizada no mesmo bairro da pesquisadora, portanto compreendemos que seria mais significativo
para a mesma adentrar na realidade mais próxima.

3.3 Sujeitos da pesquisa


A referida pesquisa realizou-se com uma professora e alunos do pré II, Educação In-
fantil. A observação foi feita com a professora e os dezoito alunos, com faixa etária entre cinco
e seis anos. A oficina foi executada com apenas oito dentre estas dezoito crianças, sendo quatro
meninas e quatro meninos. Justifica-se a escolha dessa turma pelo fato das crianças do pré II
terem melhor desenvoltura de expressão do que as séries anteriores da Educação Infantil.
O projeto procurou ser aplicado de forma lúdica, criativa e inovadora para que as
crianças compreendam de forma mais efetiva a importância de zelar pelo meio em que vivem
e para que os mesmos sintam como coparticipantes desse processo de interdependência entre
homem e natureza.

CONCLUSÃO

Esse trabalho através de pesquisas bibliográficas mostrou o quanto é importante a


conscientização do homem perante a preservação da natureza, mesmo com toda a tecnologia
atual o homem não pode-se desfazer da natureza ,pois ele precisa dela para gerenciamento de
sua vida, hoje em dia mesmo ainda com pontos negativos na manutenção do meio ambiente no
Brasil proteção do mesmo é algo de grande importância, tanto para o pais como para o mundo,
apelidado de “celeiro do mundo” o Brasil alimenta não só ele mesmo, mas outros países através
da produção e vendas dos mais diferenciados alimentos que aqui são plantados e revendidos
para fora.
O Brasil poderia sim melhorar a qualidade de ensino e proteção do meio ambiente
atualmente, mas leva-se em conta o fato de que algumas áreas sugerem mudanças de forma ine-
78
Educação, saúde e meio ambiente

ficaz na proteção de recurso naturais que são ensinados na escola, devemos lembrar que quando
falamos em meio ambiente nãos estamos falando de um, mas de todas e de seus mais variados
recursos naturais extraídos para nossa vida e manutenção social.
Mesmo como tantos problemas o desenvolvimento do processo de ensino sobre a pre-
servação do meio ambiente está mudando e absorvendo melhorias estruturais, sendo debatido
de forma mais ampla dentro das escolas, agora já temos influência e somos influência de outros
e para outros países que assim como nós tentam proteger o patrimônio nacional para manu-
tenção e conservação para as futuras gerações, por isso que hoje há muitas indagações sobre a
questão de que “O que será deixado para as próximas gerações!? O que você deixará para as
próximas gerações!?
A cada dia estão se trabalhando novas maneiras e métodos para ajudar a minimizar de
forma eficaz este tipo de estorvo ao ensino e proteção de nossas riquezas naturais, talvez nunca
se tenha dada tanta atenção a esse problema social quanto hoje em nosso dia a dia.
Precisamos dar mais ênfase escolar no apoio e ajuda a esses ensinamentos, para que
no futuro essas crianças saibam a importância de se viver de forma consciente consumindo e
vivendo de forma a reduzir impactos ambientais.
A escola, mesmo com tantos problemas, está melhorando o desenvolvimento de cons-
trução tanto do conhecimento empírico como do cientifico para os alunos, assim está se melho-
rando consecutivamente a qualidade dos processos de reflexão social.
Quando se está protegendo o meio ambiente, não se está protegendo só para si, mas
para todos, pois não só nos dessa geração precisaremos do meio ambiente, nossos filhos e de-
mais sucessores precisaram do mesmo para manutenção de suas vidas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Governo Federal. Lei n°9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e das outras providencias, Bra-
sília, 1999.

______. Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais –PCN’s.Brasília: MEC/


SEF, 1997.

CARVALHO, IsabelCristina de Moura; Educação Ambiental no BRASIL. Salto para o futu-


ro, boletim 01; TV escola, mar.2008.

SILVA, Thomas de Carvalho. O meio Ambiente na Constituição Federal de 1988. 2009.


Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/4873/O-meio-ambiente-na-Cons-
tituicao-Federal-de-1988>.

TOZONI REIS, Marília Freitas de Campos. Educação Ambiental: natureza, razão e histó-
ria. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

79

Você também pode gostar