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A Intertemporalidade dos Contratos

Contratos são tratos sucessivos, ou seja, relações jurídicas continuativas que se submetem a
diferentes normas.

Art. 2.035 do CC - A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da
entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art.
2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se
subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.

São 3 dimensões (planos) de Pontes de Miranda:

Existência Norma jurídica vigente na data da


Validade CELEBRAÇÃO do contrato
Eficácia Norma jurídica vigente NO PRESENTE
MOMENTO

Elementos para a validade:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz; (PESSOA/CAPACIDADE)

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (OBJETO)

III - forma prescrita ou não defesa em lei. (FORMALIDADE)

OBS.: Acrescente-se a esses requisitos “vontade livre e desembaraçada”

OBS2.: Capacidade ≠ Personalidade – Assim, entres despersonalizados (ex: massa falida,


condomínio edilício, herança vacante, etc) também podem contratar, pois possuem
capacidade, salvo casos especiais.

1. Capacidade do Agente:
Ser agente capaz - Art. 5º - A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil;
OBS.: Atos praticados por representante ou assistente em caso de incapazes
ou relativamente incapazes.
A INCAPACIDADE DO AGENTE PODE :
Nulidade Por incapacidade ABSOLUTA
Anulabilidade Por incapacidade RELATIVA

Legitimação – É quando o agente precisa de mais que a mera capacidade. É um


requisito específico. Ex.: Autorização de cônjuge para comprar ou vender bens
na constância do casamento.

2. Objeto
Licitude - A ILICITUDE GERA NULIDADE – A impossibilidade de um objeto só torna
o contrato nulo se for em caso de impossibilidade inicial absoluta. A
impossibilidade superveniente (posterior), seja absoluta ou relativa, não
invalida o contrato. - Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado;
Pacta Corvina (Pacto sucessório) - Art. 424 do CC - Não pode ser objeto de
contrato a herança de pessoa viva. – EXCEÇÃO – Partilha em vida: É uma
espécie de doação de ascendente para descendente - Art. 2.018 - É válida a
partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade,
contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

3. Formalidade
Todo contrato, em regra, é consensual. Assim, basta a simples manifestação de
vontade. Entretanto, eventualmente, é possível que um contrato precise de
uma forma em caso de disposição legal ou pela vontade das partes.
Art. 109 CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 166 CC - É nulo o negócio jurídico quando: [...] IV - não revestir a forma
prescrita em lei;
Art. 108 CC - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
NEGÓCIO NULO NÃO PODE SER CONVALIDADO. Apenas os anuláveis podem ser
convalidados. - Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes,
salvo direito de terceiro.
4. Vontade livre e desembaraçada
Art. 111 do CC - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
O VÍCIO DA VONTADE IMPORTA EM ANULABILIDADE - Art. 171. Além dos casos
expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: [...] II - por
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores.

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