É comum ouvirmos as pessoas falarem que no dia 20 de novembro
comemora-se a Consciência Negra, o fato é que não há nada para comemorar, em primeiro lugar essa data cuidadosamente escolhida na data da possível morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, logo não há o que comemorar uma data que homenageia um herói brasileiro representante das minorias do seu tempo histórico, não é um dia de festa ou celebração! O dia da Consciência Negra em nosso país deveria ser um momento de profunda reflexão e debate sobre a discriminação, a xenofobia, o preconceito, injustiças sociais e tantas outras questões que ficam escondidas na política de “pão e circo” tão comum nas nossas práticas sociais.
Tratar o 20 de novembro como uma festa, como um feriado a mais, como
se fosse uma síntese de uma (falsa) vitória sobre os horrores da escravidão que atualmente ainda mostram os efeitos do massacre de um povo sequestrado de sua terra natal, separado de sua família, amigos, cultura e religião para uma terra estrangeira, forçados a trabalhos exaustivos sem remuneração, tratados com requintes de crueldade e manejados como “animais de criação e tração”, tendo como justificativa para toda essa insanidade a serviço do capitalismo, apenas a cor da pele. Não há vitória, o nome de Zumbi, de Anastácia e tantos outros heróis ainda não foram honrados com a conscientização do povo brasileiro, que apesar de miscigenado cultiva dissimuladamente o racismo em todas as esferas da sociedade, com uma política corrupta e defensora da representividade burguesa.
Não basta dar aos 20 de novembro o peso de um feriado, uma data
comemorativa, pois esse tratamento a essa data é uma afronta à luta dos guerreiros Quilombolas que sacrificaram a sua vida pela militância, pela luta em busca de justiça social e liberdade. Façamos do dia 20 de novembro uma data de representação social, de protesto, de militância e muito debate para que nosso povo se torne esclarecido, digno e consciente em busca de futuro em que haja paz e de fato vitória dos oprimidos sobre os ímpios.