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An o XXII • N º 5428• 22 / 1 0 / 2 0 1 8 • Ed it o r : Re f i na l d o C h i l e ngue
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Rejeitados recursos da Renamo política

CnDH condena
violência e

a resultados eleitorais
Os tribunais distritais das cin-
ameaças durante
eleições em
moçambique
páG 3
co autarquias em que a Ren-
amO submeteu recursos dos negócios
resultados das eleições au- esperança
tárquicas de 10 de Outubro
rejeitaram as contestações da
Bias eleita
principal força de oposição
embaixadora da
em moçambique, disse fonte Total
do partido. páG 4
“Estas decisões não nos sur-
preendem, a avaliar pelas sociedade
posições que estes órgãos Treinar
têm tomado em casos simi- autoridades no
lares”, declarou o manda- pior teatro para
tário nacional da Resistência os elefantes em
nacional moçambicana (Re- moçambique
namO), André Magibire.
páG 5
em causa estão recursos que
contestam os resultados de
monapo, na província de nam-
negócios
pula, alto molocué, na provín- Vale reforça
cia da Zambézia, matola, na actuação
província de maputo, moatize, sustentável em
na província de Tete,... moatize
paG 2 páG 6

tiku 15!
Liberdade de
expressão
- R. Chilengue
páG 5

Rejeitados recursos da Renamo
As alegações de atrasos nem fazem sentido porque os resultados foram divulgados
praticamente na sexta-feira e eles não trabalharam no domingo. Então, fomos obrigados
a submeter os documentos na segunda-feira. Os documentos que dizem que estão em falta
só não os submetemos porque ainda não estavam disponíveis - mandatário nacional da
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), André Magibire
Os tribunais distritais das
cinco autarquias em que
a Renamo submeteu re-
cursos dos resultados das
eleições autárquicas de
10 de Outubro rejeitaram
as contestações da princi-
pal força de oposição em
Moçambique, disse fonte do
partido.
“Estas decisões não nos sur-
preendem, a avaliar pelas
posições que estes órgãos
têm tomado em casos simi-
lares”, declarou o manda-
tário nacional da Resistência
Nacional Moçambicana (Re-
namo), André Magibire.
Em causa estão recursos que
contestam os resultados de
Monapo, na província de
Nampula, Alto Molocué, na
província da Zambézia, Ma-
correio da manhã • outubro 2018
política
a resultados
tola, na província de Mapu-
to, Moatize, na província de
Tete, e Marromeu, em Sofala.
As fundamentações para a
rejeição dos recursos variam
entre alegados atrasos para
a submissão e a falta das de-
liberações oficiais e editais
anexados aos documentos
dos recursos, de acordo com
André Magibire.
“As alegações de atrasos
O ano de 2017
nem fazem sentido porque
caracterizou-se
os resultados foram di-
vulgados praticamente
por uma
na sexta-feira e eles não
tendência de
trabalharam no domingo.
Então, fomos obrigados a
aumento de preços
submeter os documentos
de Janeiro a Abril
na segunda-feira. Os docu-
mentos que dizem que es-
tão em falta só não os sub-
metemos porque ainda não
eleitorais
estavam disponíveis”, refe-
riu o mandatário nacional da
Renamo.
Magibire disse que o princi-
pal partido de oposição em
Moçambique não vai desistir
e já submeteu novos recur-
sos ao Conselho Constitu-
cional (CC).
“Nós vamos continuar a con-
fiar nos órgãos de Justiça. É
claro, queríamos ver tudo
resolvido, mas a decisão foi
essa, infelizmente”, conclui
Magibire.
A plataforma de observação
eleitoral Votar Moçambique,
que junta sete organizações
da sociedade civil do país,
‘chumbou’, na quarta-feira
da semana passada, o pro-
cesso eleitoral, denunciando
a existência de “vários casos
2
de intimidação” sobre jor-
nalistas, eleitores e candida-
tos da oposição que provo-
caram “claras situações de
violência eleitoral”, referiu.
No mesmo dia, a Amnistia
Internacional (AI) denun-
ciou uma alegada “caça às
bruxas” na província de
Nampula, norte de Moçam-
bique, com várias queixas
de ameaças de morte depois
da derrota do partido no
poder, a Frente de Libertação
de Moçambique (Frelimo),
naquela região, nas eleições
autárquicas.
“Esta é uma caça às bruxas
pós-eleitoral que tem como
alvo qualquer pessoa que
expresse opiniões críticas
do Governo e que seja sus-
peito de se associar ao prin-
cipal partido da oposição,
a Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo), em
Nampula”, referiu a AI, em
comunicado.
Apesar destas denúncias, o
Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, considerou na
quinta-feira que o escrutínio
foi um “exemplo eloquente
de convívio democrático”,
apelando à calma até à di-
vulgação dos resultados de-
finitivos naquelas que são as
quintas eleições autárquicas
de Moçambique.
redacção
 correio da manhã • outubro 2018

política & sociedade

CNDH condena violência tão destes processos, como

forma de minimizar os po-
tenciais conflitos futuros
documento, evitando apon-
tar nomes.
No total, até ao momento,

e ameaças durante no país.

“Exortamos também as
73 ilícitos eleitorais entra-
ram nos tribunais desde

eleições em Moçambique
Forças de Defesa e Segu- a campanha eleitoral nas
rança para usarem a força 53 autarquias e vilas que
armada como último recur- cobrem parte do território
so e ainda aos partidos po- nacional, indicam dados do
A Comissão Nacional dos A Comissão Nacional dos Di- líticos para terem respeito Tribunal Supremo, também
Direitos Humanos (CNDH) reitos Humanos entende que pelos direitos humanos, avançados na passada sex-
condenou casos de violên- é necessário que os órgãos princípios de paz e de Esta- ta-feira.
cia entre partidos políti- eleitorais humanizem a ges- do democrático”, conclui o redacção
cos e ameaças a jornalis-
tas registados durante as
eleições autárquicas em
Moçambique, assinalando
“graves violações dos di-
reitos humanos” durante o
processo.
“Estes actos configuram,
sem sombra de dúvidas e,
independentemente da
sua motivação, uma grave
violação dos direitos hu-
manos, designadamente
os direitos da segurança,
liberdade de voto, infor-
mação, integridade física,
moral e psíquica”, refere a
Comissão Nacional dos Di-
reitos Humanos, num comu-
nicado distribuído sexta-
-feira da semana passada à
imprensa.
Para a Comissão Nacional dos
Direitos Humanos, as agres-
sões físicas, ilícitos eleitorais
e ameaças a jornalistas man-
charam a votação de 10 de
Outubro, contribuindo para o
retrocesso dos esforços que
visam a paz definitiva em
Moçambique.
Houve casos de “ligeiros
atrasos de início do pro-
cesso de votação em algu-
mas assembleias de voto,
fraco domínio sobre a le-
gislação eleitoral por par-
te dos membros de mesas
de voto, falta de rigor na
interdição da posse e uso
de telemóveis durante a
votação, a não priorização
de pessoas com voto es-
pecial, sobretudo pessoas
com deficiência, idosos e
mulheres grávidas”, refere
o comunicado.

3

Esperança Bias eleita
embaixadora da Total
Esperança Bias, à direita (de preto)
Esperança Bias, ministra dos
Recursos Minerais, no Ex-
ecutivo de Armando Emílio
Guebuza, foi recentemente
designada Embaixadora do
programa Startupper Total,
uma iniciativa que se destina
a apoiar jovens empreende-
dores e inovadores, baseados
nos diversos países de África,
incluindo Moçambique.
A apresentação da ex-gov-
ernante nas novas funções foi
feito num evento público que
marcou o relançamento do
aludido programa na cidade
de Maputo, onde o director-
geral da Total em Moçam-
bique, Frederik de Vos, jus-
tificou a escolha da antiga
ministra moçambicana agora
com 60 anos de idade como
resultado das suas “grandes
qualidades” na promoção de
causas nobres.
correio da manhã • outubro 2018
negócios
De Vos apontou, nomeada-
mente, o empreendedoris-
mo e a inovação como partes
das ditas “grandes quali-
dades”, salientando que, a
serem implementados com
alguma “seriedade”, podem
contribuir para o desen-
volvimento do país.
Frederik de Vos explicou
ainda que o programa Start-
upper Total tem como lema
“Energizando as suas id-
eias” e a ele podem concor-
rer ao financiamento jovens
de diversos pontos do país e
do continente africano, me-
diante a apresentação dos
seus projectos, tendo em
conta a componente da ino-
vação.
“Após o sucesso do primeiro
Desafio Startupper do Ano,
realizado em 2015, em mais
de 30 países Africanos, a To-
4
tal traz de volta este desafio
a quase 40 países ao longo do
continente”, fundamentou,
acrescentando que tal como
aconteceu no primeiro evento
de 2015, o Desafio Startupper
do Ano 2018-2019, irá apoiar
e premiar jovens empresários
locais em qualquer sector em-
presarial com um projecto ou
negócio a operar há menos de
dois anos.
Cada país Africano partici-
pante, segundo a fonte, tem
um júri local, que inclui peri-
tos da Total, especialistas de
incubadoras e aceleradores,
líderes empresariais e partes
interessadas da comunidade
local, irão seleccionar os três
vencedores.
“Os projectos serão avalia-
dos com base na sua natureza
inovadora, impacto social
e comunitário, viabilidade
e potencial para o desen-
volvimento”, frisou, aludindo
que cada vencedor receberá
a designação de “Startup-
per do Ano da Total” e ainda
apoio financeiro assim como
treinamento profissional e
publicidade extensa para di-
vulgar o seu projecto.
Prioridade para mulheres
Neste ano, segundo a fonte,
a iniciativa irá consistir ba-
sicamente no apoio às mul-
heres, mas sublinha que os
homens também podem
apresentar os seus projec-
tos devendo, no entanto, ao
fazê-lo, estarem claros de
que a grande prioridade é
oferecida às mulheres, razão
suficiente para se ter como
embaixadora a antiga gov-
ernante moçambicana para,
na base das suas influências,
mobilizar muita população
feminina a aderir à iniciativa.
Na hora da sua apresen-
tação como embaixadora do
programa, Esperança Bias
agradeceu a escolha e com-
prometeu-se a promover a
difundir mais esta iniciativa
em todos os meios que es-
tiverem ao seu alcance.
A Total, ao que se sabe, é um
produtor e provedor global
integrado de energia, uma
empresa internacional líder
em petróleo e gás, e um inter-
veniente principal na área das
tecnologias energéticas com
baixa produção de carbono.
Os 98.000 colaboradores da
Total estão comprometidos
em aperfeiçoar uma energia
que é mais segura, mais lim-
pa, mais eficaz, mais inova-
dora e acessível a um maior
número de pessoas possível.
Como organismo corpora-
tivo responsável, a Total ga-
rante que a sua operação,
em mais de 130 países no
mundo inteiro, forneça, de
forma consistente, benefí-
cios económicos, sociais e
ambientais.
mpm/r
cDH/R

Treinar autoridades
no pior teatro para
os elefantes em
Moçambique
As autoridades de Moçam-
bique vão receber formação
numa das regiões onde mor-
rem mais elefantes devido à
caça ilegal, anunciou a Pro-
curadoria-Geral da Repúbli-
ca (PGR).
Ao todo, 25 participantes,
entre magistrados do Mi-
nistério Público, investiga-
dores do Serviço Nacional
de Investigação Criminal
(Sernic) e funcionários da
Administração Nacional
das Áreas de Conservação
(ANAC) vão reunir-se a par-
tir desta segunda-feira e
durante toda a semana em
Lichinga, capital da provín-
cia do Niassa.
Os participantes exercem
funções naquela região, mas
correio da manhã • outubro 2018
sociedade
também nas províncias vi-
zinhas de Cabo Delgado e
Nampula.
A PGR e parceiros interna-
cionais de cooperação pre-
tendem que todos estejam
despertos e prontos a actuar
quanto à prevenção e com-
bate à caça furtiva da zona
norte de Moçambique.
Várias espécies estão de-
baixo de fogo, mas o abate
ilegal de elefantes é um
dos que atinge proporções
mais alarmantes em Mo-
çambique: o número de
animais mortos ascende a
16 mil em sete anos, numa
só reserva, no Niassa, com
uma área de 42 mil metros
quadrados.
“De acordo com dados lo-
5
cais, em 2009 existiam
20.118 elefantes na reser-
va, mas em 2016 restavam
apenas 3.675”, ou seja, cer-
ca de 16.443 foram abati-
dos, segundo dados divulga-
dos em Setembro por jornal
moçambicano.
O ritmo de abate ilegal de
elefantes em Moçambique
está a ameaçar a reprodução
da espécie, disse em Março
Carlos Lopes, director de
Proteção e Fiscalização da
ANAC.
“Continuamos a perder ele-
fantes a um ritmo que, se
não for radicalmente altera-
do, vai conduzir à extinção
ou, pelo menos, à inviabili-
dade das populações desta
espécie”, referiu.
A falta de fiscais é apontada
como uma das principais di-
ficuldades para travar os ca-
çadores furtivos.
A PGR e parceiros acreditam
que a formação desta pró-
xima semana é igualmente
importante para “melhorar
a eficiência na aplicação da
nova lei de conservação da
biodiversidade e na trami-
tação processual de casos
de crimes contra a fauna
bravia”, refere fonte da ins-
tituição.
A formação vai incidir sobre
a identificação de crimes e
redes criminosas, proteção
de testemunhas, declara-
ções de impacto e técnicas
de investigação.
Por outro lado, pretende-se
melhorar a articulação en-
tre serviços, no caso, “aper-
feiçoar os mecanismos de
interação entre o Ministé-
rio Público, os agentes do
Sernic e fiscais da ANAC
durante a instrução dos
processos-crime contra a
fauna bravia”.
A acção que vai decorrer
em Lichinga faz parte do
Projecto de Combate a Cri-
mes Contra a Fauna Bravia
em Moçambique, rubricado
pela PGR e Fundo Mundial
para a Natureza (WWF), atra-
vés de fundos do Governo
alemão da cooperação nor-
te-americana e do Escritório
das Nações Unidas para a
Droga e Crime (UNODC).
redacção

Vale reforça actuação
sustentável em Moatize
a Vale está a implementar
uma série de projectos com
o objectivo de evoluir nos
seus sistemas de controles
ambientais e minimizar os
impactos nas operações de
moatize, disse fonte da com-
panhia.
Dentre essas acções,
destacam-se a ampliação
e reforma dos sistemas de
supressão de poeira nas vias
e instalações internas e do
processo de monitoramento
da qualidade do ar, ruído e
vibração, acrescentou.  a Vale está num braço-de-
no âmbito social, a Vale rea-
liza obras para reforçar a se-
gurança da comunidade.
Uma dessas obras é a ve-
dação da área de operação
mineira para proteger a co-
munidade, evitando que
moradores se aproximem
dos equipamentos de gran-
de porte, como: camiões, es-
cavadeiras, entre outros.
Também está a ser amplia-
frase
a integridade é um valor neutro. as hienas têm integ-
ridade, também
Jonathan Franzen (1959-), escritor
PREVISÃO DE TEMPO
SEGUNDA TERÇA QUARTA
22 Outubro 23 Outubro 24 Outubro
24º 15º 25º 15º 28º 16º
correio da manhã • outubro 2018
sociedade & negócios
do a rede de distribuição
de água para as comunida-
des vizinhas, assim como, a
construção de bebedouros
para o gado e ampliação dos
pontos de fornecimento de
lenha para a comunidade.
a empresa reforça o seu
compromisso com o desen-
volvimento sustentável das
comunidades em que está
presente e reafirma que está
aberta ao diálogo e que res-
peita a legislação vigente,
enfatizou a fonte.
-ferro com comunidades
circunvizinhas do empre-
endimento ao ponto de se
ter paralisado algumas ope-
rações da mineradora em
moatize, com os residentes
a alegar que estão a ser pre-
judicadas pelas poeiras emi-
tidas na sequência das ativi-
dades carboníferas da firma
sedeada no Brasil.
redacção
mpm/r
CANAL DO TEMPO
QUINTA SEXTA
25 Outubro 26 Outubro
FONTE
30º 19º 29º 17º