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BLOG DO HELIO GUROVITZ
Mesários começam a contagem dos votos em Boulder, Colorado — Foto: Marc Piscotty/Getty Images/AFP
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09/11/2018 A confusão eleitoral americana | Blog do Helio Gurovitz | G1
Quem reclama das urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aqui no Brasil deveria
prestar atenção à confusão da apuração nas eleições dos EUA. Nosso sistema está
longe de perfeito (mais sobre isso aqui), mas o Brasil consegue toda eleição, num
período inferior a 12 horas, aquilo que os Estados Unidos levam semanas para
saber: resultados corretos e incontestáveis para todas as disputas.
Juridicamente, porém, as duas eleições não poderiam ser mais distintas. A lei
americana confere aos estados o poder de decidir as regras da eleição, como
realizar a votação e como apurar os votos. O resultado é uma profusão de métodos
distintos e sistemas incompatíveis. Há voto em papel, voto pelo correio, máquinas
de votação que imprimem o voto, máquinas que não imprimem, métodos
suscetíveis a toda sorte de manipulação e atrasos.
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09/11/2018 A confusão eleitoral americana | Blog do Helio Gurovitz | G1
· Na Flórida, depois do asco das eleições do ano 2000 – em que George W. Bush
levou o estado graças a um voto na Suprema Corte –, a legislação local exige
recontagem dos votos caso a diferença entre os candidatos seja inferior a 0,25
ponto percentual. À medida que votos continuam a chegar pelo correio, a
distância entre o republicano Rick Scott e o democrata Bill Nelson na disputa ao
Senado caiu a 0,18 ponto percentual, menos de 15 mil votos. Depois que o
democrata Andrew Gillum reconhecera a derrota para o republicano Ron
DeSantis na eleição para governador, a diferença caiu abaixo de meio ponto
(está em 0,4, pouco mais 36 mil votos). Gillum emitiu então comunicado em
que deixa aberta a possibilidade de pedir recontagem. No condado de Broward,
área tradicionalmente democrata, foram somados 24 mil votos a menos para o
Senado que para governador, o su ciente para alterar qualquer resultado. Ao
mesmo tempo, tanto as eleições para comissário de agricultura quanto para
secretário de nanças registraram mais votos que para senador. Ninguém sabe
esclarecer o mistério.
· Na Geórgia, a legislação exige que o governador seja eleito por maioria absoluta
dos votos (50% mais um). O republicano Brian Kemp somou 50,3% do total,
diferença pouco acima de 63 mil votos. Mas a campanha da adversária Stacey
Abrams insiste que, quando todos os votos forem contados, essa proporção
poderá cair abaixo de 50%. Ela se recusa a reconhecer a derrota.
· O Mississipi, outro estado que exige mais de 50% dos votos para declarar um
candidato vitorioso, realizará o segundo turno da eleição para uma das vagas do
Senado no próximo dia 27.
· Na Califórnia, a eleição para a Câmara ainda está inde nida em ao menos cinco
distritos, qua aguardam a chegada de votos pelo correio. A lei californiana obriga
a contar todo voto com o carimbo postal da data da eleição. A contagem ainda
pode levar semanas. O mesmo vale para alguns distritos do estado de
Washington.
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09/11/2018 A confusão eleitoral americana | Blog do Helio Gurovitz | G1
Por causa de todas essa inde nição, a representação democrata na Câmara poderá
variar de 230 a até 238 deputados, a diferença entre uma vitória modesta e uma
lavada. No Senado, os republicanos podem tanto manter a maioria atual de 51 a 49
cadeiras (uma vitória acanhada), quanto ampliá-la para 54 a 46 (outra avassaladora).
Em março, o Congresso destinou US$ 380 milhões para resguardar a segurança dos
sistemas de votação. Apenas 13 dos 50 Estados a rmaram que usariam os recursos
federais em novas urnas eletrônicas, de acordo com um levantamento divulgado
em julho pelo Político.
Pelo menos 22 a rmavam não ter planos de trocar as máquinas, entre eles os 5 que
promovem, como o Brasil, votação exclusivamente digital (Louisiana, Delaware,
Geórgia, Nova Jersey e Carolina do Sul). A maioria adota sistemas mistos. Um
levantamento da Reuters em 2016 revelou que um quarto dos americanos vive em
áreas sem registro físico do voto.
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09/11/2018 A confusão eleitoral americana | Blog do Helio Gurovitz | G1
A confusão abre margem para que o presidente Donald Trump fale em fraude a
cada resultado que o desagrade, ainda que quantidade de violações comprovadas
seja ín ma. No Brasil, apesar de partidários de Jair Bolsonaro terem insistido nessa
tese ao longo da campanha eleitoral, a situação é outra. Com todas as de ciências
que nosso sistema possa apresentar, o TSE nunca registrou caso de fraude. E, em
menos de 12 horas, o país conhece todos os vencedores para todos os cargos.
— Foto: Arte/G1
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