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Professor Sirlo Oliveira

CONHECIMENTOS
BANCÁRIOS
Banco do Nordeste do Brasil 2018
PRÉ-EDITAL

oliveirasirlo@hotmail.com

Sirlooliveira

Sirlo Oliveira

Vamos com calma!


Leia 50 milhões de vezes!

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTE MATERIAL
1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: instituições do Sistema Financeiro Nacional – tipos,
finalidades e atuação. Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional – funções e
atividades. Instituições Financeiras Oficiais Federais – papel e atuação.

2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO: Fundamentos do crédito: a) conceito de crédito; b)


elementos do crédito; c) requisitos do crédito. Riscos da atividade bancária: a) de crédito; b) de
mercado; c) operacional; d) sistêmico; e) de liquidez. Principais variáveis relacionadas ao risco
de crédito: a) clientes; b) operação. Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos,
descontos, financiamentos e adiantamentos). Operações de Crédito Geral: a) crédito pessoal e
crédito direto ao consumidor; b) desconto de duplicatas, notas promissórias e cheques pré-
datados; c) contas garantidas; d) capital de giro; e) cartão de crédito; f) microcrédito urbano.
Operações de Crédito Especializado: a) Crédito Rural: i) conceito, beneficiários, preceitos e
funções básicas; ii) finalidades: operações de investimento, custeio e comercialização; iii)
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal,
finalidades, beneficiários, destinação, condições. B) Crédito industrial, agroindustrial, para o
comércio e para a prestação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e capital de
giro associado), beneficiários. Recursos utilizados na contratação de financiamentos: i) Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal, finalidades, regras,
administração; ii) BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação; iii) Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação.
Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.

3. SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS: conta corrente: abertura, manutenção,


encerramento, pagamento, devolução de cheques e cadastro de emitentes de cheques sem
fundos (CCF). Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Fundos de Investimentos.
Caderneta de poupança. Títulos de capitalização. Planos de aposentadoria e de previdência
privados. Seguros. Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança. Sistema de
Pagamentos Brasileiro (SPB).

4. ASPECTOS JURÍDICOS: Garantias: a) Fidejussórias: fiança e aval; b) Reais: hipoteca e penhor;


c) Alienação fiduciária de bens móveis. Títulos de Crédito – nota promissória, duplicata,
cheque.

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SUMÁRIO – O que você encontrará aqui e onde encontrará

Capítulo 1 - Políticas Econômicas


Políticas Restritivas e Expansionistas..............................................................................................................9
Política Fiscal ................................................................................................................................................10
Política Cambial ............................................................................................................................................11
Políticas Creditícia e de Rendas ....................................................................................................................12
Política Monetária ........................................................................................................................................13
Capítulo 2 – Sistema Financeiro Nacional
Conselho Monetário Nacional ......................................................................................................................25
Banco Central ...............................................................................................................................................37
Copom ..........................................................................................................................................................43
Comissão de Valores Mobiliários .................................................................................................................49
Capítulo 3 – Instituições Financeiras
Principais IF Federais (Caixa, BB, BNDES e BNB)...........................................................................................55
Operações Passivas das IF (Depósito à Vista, CDB, RDB, Poupança).............................................................58
Operações Ativas das IF................................................................................................................................62
Os “C”s do Crédito.........................................................................................................................................65
Riscos da Atividade Bancária.........................................................................................................................67
Principais Modalidades (CDC, Hot Money, Compror e Vendor finance, Leasing e Rotativos)......................69
Operações Especializadas (Crédito Rural, Crédito Industrial, Pronaf e Agroamigo).....................................78
Capítulo 4 – Garantias das Operações de Crédito
Fidejussórias .................................................................................................................................................92
Reais .............................................................................................................................................................94
FGC e FGCOOP...............................................................................................................................................96
Capítulo 5 – Recursos Especiais do BNB
FNE (Fundo Constitucional de Amparo a Região Nordeste)........................................................................102
FINAME.......................................................................................................................................................108
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).....................................................................................................109
Micro finanças.............................................................................................................................................111
CrediAmigo..................................................................................................................................................112
Capítulo 6 – Produtos e Serviços Bancários
Títulos de Capitalização...............................................................................................................................113
Previdência Complementar Aberta.............................................................................................................116
Previdência Complementar Fechada..........................................................................................................119
Seguros.......................................................................................................................................................122
Cobrança Bancária......................................................................................................................................129
Fundos de Investimentos............................................................................................................................130
Abertura e Movimentação de Contas.........................................................................................................142
Capítulo 7 – Títulos de Crédito
Cheque........................................................................................................................................................149
Nota Promissória.........................................................................................................................................156
Duplicatas....................................................................................................................................................157
Capítulo 8 – Sistema de Pagamento Brasileiro
Liquidação Bruta em Tempo Real/Liquidação por Defasagem de Liquidez ...............................................164
Sistema de Transferência de Reservas – STR..............................................................................................165
CETIP...........................................................................................................................................................168
SELIC............................................................................................................................................................169

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CAPÍTULO 1
Políticas Econômicas
Dentro do contexto da nossa matéria, surgirão, inevitavelmente, as políticas adotadas
pelo governo para buscar o bem-estar da população. Como agente de peso no sistema
financeiro brasileiro, o Governo tem por objetivo, estruturar políticas para alcançar a
macroeconomia brasileira, ou seja, criar mecanismos para defender os interesses dos
brasileiros, economicamente.
É comum você ouvir nos jornais notícias como: o governo aumentou a taxa de juros,
ou diminuiu. Essas notícias estão ligadas, intrinsecamente, as políticas coordenadas
pelo governo para estabilizar a economia e o processo inflacionário.
As políticas traçadas pelo governo têm um objetivo simples, que é aumentar ou reduzir
a quantidade de dinheiro circulando no país, e com isso, controlar a inflação.
Para tanto, o governo vale-se de manobras como: aumentar ou diminuir taxas de
juros, aumentarem ou diminuírem impostos e estimular ou desestimular a liberação de
crédito pelas instituições financeiras.

Mas o que é esta tal inflação, ou processo inflacionário?

A inflação é um fenômeno econômico que ocorre devido a vários fatores, dentre eles
um bastante conhecido por todos nos desde o ensino médio, onde os professores
falavam de uma tal “lei da oferta e da procura”, lembra?

A lei é bem simples do ponto de vista histórico, mas do ponto de vista econômico há
varias variáveis que levam a uma explicação do seu comportamento, por exemplo:

O que faria você gastar mais dinheiro? Obviamente ter mais dinheiro. Correto? Então
se você possuir mais dinheiro, a tendência natural é que você gaste mais, com isso as
empresas, os produtores e os prestadores de serviços percebendo que você está
gastando mais, elevarão seus preços, pois sabem que você pode pagar mais pelo
mesmo produto, uma vez que há excesso de demanda pelo produto ou serviço.

Da mesma forma se um produto é elaborado em grande quantidade e a há uma sobra


deste, os seus preços tendem a cair, uma vez que há um excesso de oferta de produto.

“Em resumo, a lei da oferta e procura declara que quando a procura é alta, os preços
sobem e, quando a oferta é alta, os preços caem. Dois exemplos demonstram isso. Se
existe um teatro com 2 mil lugares (uma oferta fixa), o preço dos espetáculos
dependerá de quantas pessoas desejam ingressos. Se uma peça muito popular está
sendo encenada, e 10 mil pessoas querem assisti-la, o teatro pode subir os preços de
forma que os 2 mil mais ricos possam pagar os ingressos. Quando a procura é muito
mais alta que a oferta, os preços podem subir terrivelmente. Nosso segundo exemplo
é mais elaborado. Digamos que você viva numa ilha na qual todos amam doces.
Porém, existe um suprimento limitado de doces na ilha, assim, quando as pessoas

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trocam doces por outros itens, o preço é razoavelmente estável. Com o tempo, você
economiza até 25 quilos de doces, que você pode trocar por um carro novo. Depois,
um dia, um navio se choca com algumas pedras perto da ilha e sua carga de doces é
perdida na costa. De repente, 30 toneladas de doces estão dispostas na praia, e
qualquer pessoa que deseja doces simplesmente caminha até a praia e pega alguns.
Porque a oferta de doces é muito maior que a procura, os seus 25 quilos de doces não
tem valor algum.” (Fonte: Ed Grabianowski)

Esta simples lei é um dos fatores que mais afetam a inflação, pois por definição
inflação é:

“Aumento generalizado e persistente dos preços dos produtos de uma cesta de


consumo”

Ou seja, para haver inflação deve haver um aumento de preços, mas este aumento não
pode ser pontual, deve ser generalizado. Mesmo alguns produtos não aumentando de
preço, se a maioria aumentar já é suficiente. Mas este aumento deve ser persistente,
ou seja, deve ser contínuo.
Como toda pesquisa científica, deve haver um grupo de estudos, e esse grupo
chamamos de cesta de consumo, isso porque ao avaliar a inflação, avaliamos a
evolução de um grupo de produtos ou serviços, e não cada um isoladamente.

Desta forma, você imagina que vai ao supermercado e faz uma feira, nesta feira você
terá vários produtos em seu carrinho como: Água, arroz, feijão, carne, milho, trigo,
frutas, verduras, legumes, etc. E também terá na mesma cesta produtos como: Dólar,
Euro, gasolina, álcool (combustível hein), viagens, lazer, cinema, energia, etc.

Quando você terminou a cesta e foi ao caixa a conta totalizou R$ 500,00 no primeiro
mês.
No segundo mês ao repetir os mesmos produtos a conta totalizou R$ 620,00; no
terceiro R$ 750,00 e no quarto R$ 800,00. Note que os preços estão subindo de forma
persistente.

Quando o preço de algo sobe, o nosso dinheiro perde valor, uma vez que precisaremos
de mais reais para comprar o mesmo produto. A esse processo de perda de valor do
dinheiro damos o nome de INFLAÇÃO.

O processo inflacionário tem um irmão oposto que é chamado de DEFLAÇÃO. A


Deflação ocorre quando os preços dos produtos começam a cair de forma generalizada
e persistente, gerando desconforto econômico para os produtores que podem chegar
a desistir de produzir algo em virtude do baixo preço de venda.

Ambos os fenômenos têm consequências desastrosas no nosso bem-estar econômico,


pois a inflação gera desvalorização do nosso poder de compra e a deflação pode gerar

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desinteresse dos produtores em fabricar, o que, em ambos os casos, pode gerar
desemprego em massa, além de tudo ambas ainda podem culminar na temida
Recessão, que nada mais é do que a estagnação completa ou quase total da economia
de um país.

Tanto a inflação como a deflação são fenômenos que podem ser calculados e
quantificados, para isso nosso governo mantém uma autarquia a postos, pronta para
apurar e divulgar o valor da Inflação Oficial chamada IPCA – Índice de Preços ao
Consumidor Amplo. Esta autarquia chama-se IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e
Estatística. O IPCA é a inflação calculada do dia primeiro ao doa 30 de cada mês,
considerando como cesta de serviços a de famílias com renda até 40 salários mínimos,
ou seja, quem ganha até quarenta salários mínimos entra no cálculo da inflação oficial.

A fim de manter nosso bem-estar econômico o Governo busca estabilizar esta inflação,
uma vez que ela, por sua vez, reduz nosso poder de compra. Para padronizar os
parâmetros da inflação o governo brasileiro instituiu o regime de Metas para Inflação.

Neste regime a meta de inflação é constituída por um Centro de meta, que seria o
valor ideal entendido pelo governo como uma inflação saudável.

Este centro tem uma margem de tolerância para mais e para menos, pois como em
qualquer nota temos os famosos arredondamentos. É como no colégio quando você
tirava 6,5 e o professor arredondava para 7, lembra?! Isso ajudava muito você na hora
de fechar a nota no fim do ano, e para o governo é do mesmo jeito. É uma ajudinha
para fechar a nota. Veja como foram e como estão as principais mudanças referentes a
isto no Brasil.

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ATENÇÃO!
Até 31/12/2016 a margem de tolerância, ou seja, de variação do Centro da meta era
de 2% para mais (teto) ou para menos (piso). Já a partir de 01/01/2017 até
31/12/2018 a nova margem de tolerância passou a ser de 1,5% para mais (teto) ou
para menos (piso).
Para o ano de 2019, o CENTRO DA META para a inflação será de 4,25%, com intervalo
de tolerância de menos 1,50% e de mais 1,50% ; e para o ano de 2020, o CENTRO DA
META para a inflação será de 4,00%, com intervalo de tolerância de menos 1,50% e
de mais 1,50%.

Além disso, o Decreto 9.083 de junho de 2017 alterou a periodicidade de


estabelecimento da meta de inflação para até 30 de junho de cada terceiro ano
imediatamente anterior. Deu um nó não foi?!

É simples, o centro da meta de inflação do ano de 2021 deverá ser decidido pelo
Conselho Monetário Nacional até 3 anos antes, ou seja, até 30 de junho de 2018; e
assim sucessivamente, o de 2022 deverá ser decidido até 30 de junho de 2019, sem
respeitado o limite de 3 anos antes.

Todas essas medidas adotadas pelo governo buscam estabilizar nosso poder de
compra e nosso bem-estar econômico. Para utilizar estas ferramentas o governo utiliza
as tão famosas políticas econômicas, que nada mais são do que um conjunto de
medidas que buscam estabilizar o poder de compra da moeda nacional, gerando bem-
estar econômico para o País. Estas políticas econômicas são estabelecidas pelo
Governo Federal, tendo como agentes de suporte o Conselho Monetário Nacional,
como normatizador, e o Banco Central, como executor destas políticas. As ações
destes agentes resultam em apenas duas situações para o cenário econômico, que são:

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Políticas/Situações Restritivas ou Políticas/Situações Expansionistas

As políticas restritivas são resultado de ações que de alguma forma reduzem o


volume de dinheiro circulando na economia e, consequentemente, os gastos das
pessoas gerando uma desaceleração da economia e do crescimento. Mas porque o
governo faria isso?!
A resposta é simples: Faz isso para controlar a inflação, pois quando há muito dinheiro
circulando no mercado, o que acontece com os preços dos produtos?! Sobem!
Para conter esta subida, o governo restringe o consumo e os gastos para que a inflação
diminua. Neste caso você iria ao shopping não para comprar coisas, mas apenas para
ver as coisas ou dar uma voltinha. Este representa nosso cenário atual desde 2014.

As políticas expansionistas são resultado de ações do governo que estimulam os


gastos e o consumo, ou seja, em cenário de baixo crescimento o governo incentiva as
pessoas a gastarem e as instituições financeiras a emprestar. Isto geral um volume
maior de recursos na economia, para que o mercado não ente em recessão. Portanto,
este resultado faria você gastar mais, se endividar mais e investir mais; logo você não
iria ao shopping só para ver as coisas, mas sim para comprar as coisas, e comprar
muito! Mas temos que ter cuidado, pois com muitos gastos também alimentamos um
crescimento acelerado da inflação! Tivemos este cenário recentemente de 2008 a
2013 e hoje sofremos a crise inflacionaria devido ao crescimento excessivo do
consumo.

Resumindo, as políticas econômicas resultam em suas coisas:


 Serem Expansionistas: quando estimulam os gastos, empréstimos e
endividamentos para aumentar o volume de recursos circulando no país.
 Serem Restritivas: quando desestimulam restringem os gastos, empréstimos e
endividamentos para reduzir o volume de recursos circulando no país.

E quais são estas políticas econômicas e como se dividem?

 Política Fiscal (Arrecadações menos despesas do fluxo do orçamento do


governo)
 Política Cambial (Controle indireto das taxas de câmbio e da balança de
pagamentos)
 Política Creditícia (Influência nas taxas de juros do mercado, através da taxa
Selic)
 Política de Rendas (Controle do salário mínimo nacional e dos preços dos
produtos em geral)
 Política Monetária (Controle do volume de meio circulante disponível no país e
controle do poder multiplicador do dinheiro escritural)

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Política Fiscal

Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e
realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a
redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função estabilizadora consiste na
promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e
estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa
da renda. Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e
serviços públicos, compensando as falhas de mercado.

Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, que podem
focar na mensuração da qualidade do gasto público bem como identificar os impactos
da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para tanto o Governo se utiliza de
estratégias como elevar ou reduzir impostos, pois, além de sensibilizar seus cofres
públicos, buscar aumentar ou reduzir o volume de recursos no mercado quando for
necessário.

A política fiscal consiste em basicamente dois objetivos: primeiro, ser uma fonte de
receitas ou de gastos para o governo, na medida em que reduz seus impostos para
estimular ou desestimular o consumo. Segundo, quando o governo usa a emissão de
títulos públicos, títulos estes emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional, para
comercializa-los e arrecadar dinheiro para cobrir seus gastos e cumprir suas metas de
arrecadação.

Sim o governo tem metas de arrecadação, que muitas vezes precisam de uma forcinha
através da comercialização de títulos públicos federais no mercado financeiro. Como,
segundo a constituição federal no artigo 164 é vedado ao Banco Central financiar o
tesouro com recursos próprios, este busca auxiliar o governo comercializando os
títulos emitidos pela Secretaria do Tesouro.

Desta forma o governo consegue não só arrecadar recursos como, também, enxugar
ou irrigar o mercado de dinheiro, pois quando o Banco Central vende títulos públicos
federais retira dinheiro de circulação, e entrega títulos aos investidores. Já quando o
Banco Central compra títulos de volta, devolve recursos ao sistema financeiro, além de
diminuir a dívida pública do governo. Mas ai você se pergunta. Como assim?

Simples. O governo vive em uma quebra de braços constante, onde, precisa arrecadar
mais do que ganha, mas não pode deixar de gastar, pois precisa estimular a economia.
Então a saída é arrecadar impostos e quando estes não forem suficientes o governo se
endivida. Isso mesmo! Quando o governo emite títulos públicos federais ele se
endivida, pois os títulos públicos são acompanhados de uma remuneração, uma taxa
de juros, que recebeu o nome do sistema que administra e registra essas operações de
compra e venda. Este sistema chama-se SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia). Este sistema deu o nome a taxa de juros dos títulos, logo a intitulamos de
taxa SELIC.

Esta taxa de juros nada mais é do que o famoso juro da dívida pública, isso porque o
governo deve considera-lo como despesa e endividamento. Logo a emissão destes
títulos, bem como o aumento da taxa SELIC, devem ser cautelosos para evitar excessos
de endividamento, acarretando dificuldades em fechar o caixa no fim do ano.

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Este fechamento de caixa pode resultar em duas situações. Uma chamamos de
superávit e a outra chamamos de déficit.

Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas


primárias durante um determinado período. O resultado fiscal nominal, ou resultado
secundário, por sua vez, é o resultado primário acrescido do pagamento líquido de
juros. Assim, fala-se que o Governo obtém superávit fiscal quando as receitas
excedem as despesas em dado período; por outro lado, há déficit quando as receitas
são menores do que as despesas.

No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso
equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida líquida como
percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o crescimento e o
desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente, a política fiscal busca a
criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da rede de
seguridade social, com ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.

Política Cambial

É o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao comportamento


do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa das taxas de
câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos.

A política cambial busca estabilizar a balança de pagamentos tentando manter em


equilíbrio seus componentes, que são: a conta corrente, que registra as entradas e
saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem como pagamentos de
transferências; e a conta capital e financeira. Também são componentes dessa conta
os capitais compensatórios: empréstimos oferecidos pelo FMI e contas atrasadas
(débitos vencidos no exterior).

Dentro desta balança de pagamentos há uma outra balança chamada Balança


Comercial, que busca estabilizar o volume de importações e exportações dentro do
Brasil. Esta política visa equilibrar o volume de moedas estrangeiras dentro do Brasil
para que seus valores não pesem tanto na apuração da inflação, pois como vimos
anteriormente, as moedas estrangeiras estão muito presentes em nosso dia a dia.

Como o governo não pode interferir no câmbio brasileiro de forma direta, uma vez que
o câmbio brasileiro é flutuante, o governo busca estimular exportações e desestimular
importações quando o volume de moeda estrangeira estiver menor dentro do brasil.
Da mesma forma caso o volume de moeda estrangeira dentro do Brasil aumente
demais, causando sua desvalorização exagerada, o governo buscar estimular
importações para reestabelecer o equilíbrio.

Mas porque o governo estimularia a valorização de uma moeda estrangeira no Brasil?

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A resposta é simples, ao estimular a valorização de uma moeda estrangeira atraímos
investidores, além de tornar o cenário mais salutar para os exportadores, que são os
que produzem riquezas e empregos dentro do Brasil.

Desta forma ao se utilizar da política cambial, o governo busca estabilizar a balançam


de pagamentos e estimular ou desestimular exportações e importações.

Política Creditícia

É um conjunto de normas ou critérios que cada instituição financeira utiliza para


financiar ou emprestar recursos a seus clientes, mas sobre a supervisão do Governo,
que controla os estímulos a concessão de crédito. Cada instituição deve desenvolver
uma política de crédito coordenada, para encontrar o equilíbrio entre as necessidades
de vendas e, concomitantemente, sustentar uma carteira a receber de alta qualidade.

Esta política sofre constante influência do poder governamental, pois o governo se


utiliza de sua taxa básica de referência, a taxa SELIC, para conduzir as taxas de juros
das instituições financeiras para cima ou para baixo.

É simples. Se o governo eleva suas taxas de juros, é sinal de que o bancos em geral
seguirão seu raciocínio e elevarão suas taxas também, gerando uma obstrução a
contratação de credito pelos clientes tomadores ou gastadores. Já se o governo tende
a diminuir a taxa Selic, os bancos em geral tendem a seguir esta diminuição, recebendo
estímulos a contratação de crédito para os tomadores ou gastadores.

Política de Rendas

A política de rendas consiste na interferência do governo nos preços e salários


praticados pelo mercado. No intuito de atender a interesses sociais, o governo tem a
capacidade de interferir nas forças do mercado e impedir o seu livre funcionamento. É
o que ocorre quando o governo realiza um tabelamento de preços com o objetivo de
controlar a inflação. Ressaltamos que, atualmente, o Governo brasileiro interfere
tabelando o valor do salário mínimo, entretanto quanto aos preços dos diversos
produtos no país não há interferência direta do governo.

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Política Monetária

É a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de moeda em circulação,


de crédito e das taxas de juros controlando a liquidez global do sistema econômico.
Esta é a mais importante política econômica traçada pelo governo. Nela estão contidas
as manobras que surtem efeitos mais eficazmente na economia.
A política monetária influencia diretamente a quantidade de dinheiro circulando no
país e, consequentemente, a quantidade de dinheiro no nosso bolso.

Existem dois principais tipos de política monetária a serem adotados pelo governo; a
política restritiva, ou contracionista, e a política expansionista.
A política monetária expansiva consiste em aumentar a oferta de moeda, reduzindo
assim a taxa de juros básica e estimulando investimentos. Essa política é adotada em
épocas de recessão, ou seja, épocas em que a economia está parada e ninguém
consome, produzindo uma estagnação completa do setor produtivo. Com esta medida
o governo espera estimular o consumo e gerar mais empregos.
Ao contrário, a política monetária contracionista consiste em reduzir a oferta de
moeda, aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os investimentos. Essa
modalidade da política monetária é aplicada quando a economia está a sofrer alta
inflação, visando reduzir a procura por dinheiro e o consumo causando,
consequentemente, uma diminuição no nível de preços dos produtos.
Esta política monetária é rigorosamente elaborada pelas autoridades monetárias
brasileiras, se utilizando dos seguintes instrumentos:

Mercado Aberto
Também conhecido como Open Market (Mercado Aberto), as operações com títulos
públicos é mais um dos instrumentos disponíveis de Política Monetária. Este
instrumento, considerado um dos mais eficazes, consegue equilibrar a oferta de
moeda e regular a taxa de juros em curto prazo.
A compra e venda dos títulos públicos, emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional,
se dá pelo Banco Central através de Leilões Formais e Informais. De acordo com a
necessidade de expandir ou reter a circulação de moedas do mercado, as autoridades
monetárias competentes resgatam ou vendem esses títulos.
Se existe a necessidade de diminuir a taxa de juros e aumentar a circulação de moedas,
o Banco Central compra (resgata) títulos públicos que estejam em circulação.
Se a necessidade for inversa, ou seja, aumentar a taxa de juros e diminuir a circulação
de moedas, o Banco Central vende (oferta) os títulos disponíveis.
Portanto, os títulos públicos são considerados ativos de renda fixa, tornando-se uma
boa opção de investimento para a sociedade.
Outra finalidade dos títulos públicos é a de captar recursos para o financiamento da
dívida pública, bem como financiar atividades do Governo Federal, como por exemplo,
Educação, Saúde e Infraestrutura.

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ATENÇÃO!

Os leilões dos títulos públicos são de responsabilidade do BACEN que credencia


Instituições Financeiras chamadas de Dealers ou líderes de mercado, para que façam
efetivamente o leilão dos títulos. Nesse caso temos leilão Informal ou Go Around,
pois nem todas as instituições são classificadas como Dealers.

Os leilões Formais são aqueles em que TODAS as instituições financeiras, credenciadas


pelo BACEN, podem participar do leilão dos títulos, mas sempre sob o comando do
deste.

Além destas formas de o Governo participar do mercado de capitais, existe o Tesouro


Direto, que é uma forma que o Governo encontrou que aproxima as pessoas físicas e
jurídicas em geral, ou não financeiras, da compra de títulos públicos. O tesouro direto
é um sistema controlado pelo BACEN para que a pessoa física ou jurídica comum possa
comprar títulos do Governo, dentro de sua própria casa ou escritório.

Redesconto ou empréstimo de liquidez


Outro instrumento de controle monetário é o Redesconto Bancário, no qual o Banco
Central concede “empréstimos” às instituições financeiras a taxas acima das
praticadas no mercado.
Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados pelos bancos
somente quando existe uma insuficiência de caixa (fluxo de caixa), ou seja, quando a
demanda de recursos depositados não cobre suas necessidades.
Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado, ele baixa a taxa
de juros para estimular os bancos a pegar estes empréstimos. Os bancos por sua vez,
terão mais disponibilidade de crédito para oferecer ao mercado, consequentemente a
economia aquece.
E quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do mercado, as taxas
de juros concedidas para estes empréstimos são altas, desestimulando os bancos a
pegá-los. Desta forma, os bancos que precisam cumprir com suas necessidades
imediatas, enxugam as linhas de crédito, disponibilizando menos crédito ao mercado,
com isso a economia desacelera.
Vale ressaltar que o Banco Central é proibido, pela Constituição Brasileira, de
emprestar dinheiro a qualquer outra instituição que não seja uma instituição
financeira.
As operações de Redesconto do Banco Central podem ser:

I - intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez das instituições financeiras


ao longo do dia. É o chamado Redesconto a juros zero!

II - de um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de


descasamento de curtíssimo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;

III - de até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não
ultrapasse quarenta e cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez

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provocadas pelo descasamento de curto prazo no fluxo de caixa de instituição
financeira e que não caracterizem desequilíbrio estrutural; e

IV - de até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total
não ultrapasse cento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste
patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

ATENÇÃO!

Entende-se por operação intradia, para efeito do disposto neste regulamento, a


compra com compromisso de revenda, em que a compra e a correspondente revenda
ocorrem no próprio dia entre a instituição financeira tomadora e o Banco Central.

ATENÇÃO!

Todas as operações feitas elo BACEN são compromissadas, ou seja, a outra parte que
contrata com o BACEN assume compromissos com ele para desfazer a operação assim
que o BACEN solicitar. Sobre a Compra com Compromisso de Revenda temos algumas
observações que despencam nas provas.

Podem ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de compra com


compromisso de revenda, os seguintes ativos de titularidade de instituição financeira,
desde que não haja restrições a sua negociação:

I - títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e de


Custódia -Selic, que integrem a posição de custódia própria da instituição financeira, e

II - outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios,


preferencialmente com garantia real, e outros ativos.

Informação de ouro!
As operações intradia e de um dia útil aceitam como garantia exclusivamente os
títulos públicos federais, as demais podem ter como garantia qualquer título aceito
como garantia pelo BACEN.

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Recolhimento Compulsório
Recolhimento compulsório é um dos instrumentos de Política Monetária utilizado pelo
Governo para aquecer a economia. É um depósito obrigatório feito pelos bancos junto
ao Banco Central.
Parte de todos os depósitos que são efetuados à vista, ou seja, os depósitos das contas
correntes, tanto de livre movimentação como de não livre movimentação pelo cliente,
pela população junto aos bancos vão para o Banco Central. O Conselho Monetário
Nacional e/ou o Banco Central fixam esta taxa de recolhimento. Esta taxa é variável, de
acordo com os interesses do Governo em acelerar ou não a economia.
Isso porque ao reduzir o nível do recolhimento, sobram mais recursos nas mãos dos
bancos para serem emprestados aos clientes, e, com isso, gerando maior volume de
recursos no mercado. Já quando os níveis do recolhimento aumentam, as instituições
financeiras reduzem seu volume de recursos, liberando menos crédito e,
consequentemente, reduzindo o volume de recursos no mercado.
O recolhimento compulsório tem por finalidade aumentar ou diminuir a circulação de
moeda no País. Quando o Governo precisa diminuir a circulação de moedas no país, o
Banco Central aumenta a taxa do compulsório, pois desta forma as instituições
financeiras terão menos crédito disponível para população, portanto, a economia
acaba encolhendo.
Ocorre o inverso quando o Governo precisa aumentar a circulação de moedas no país.
A taxa do compulsório diminui e com isso as instituições financeiras fazem um
depósito menor junto ao Banco Central. Desta maneira, os bancos comerciais ficam
com mais moeda disponível, consequentemente aumentam suas linhas de crédito.
Com mais dinheiro em circulação, há o aumento de consumo e a economia tende a
crescer.
As instituições financeiras podem fazer transferências voluntárias, porém, o depósito
compulsório é obrigatório, isso porque os valores que são recolhidos ao Banco Central
são remunerados por ele para que a instituição financeira não tenha prejuízos com os
recursos parados junto ao BACEN. Para as IFs é vantajoso se estiverem com sobra de
recursos no fim do dia.

Além disso o Recolhimento Compulsório pode variar em função das seguintes


situações:

1) Regiões Geoeconômicas (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)

2) Prioridades de aplicações, ou seja, necessidade do Governo (Redação dada pelo Del


nº 1.959, de 14/09/82)

3) Natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de


14/09/82)

- 16 -
Os valores dos Recolhimentos Compulsórios são estabelecidos pelo CMN ou pelo
BACEN da seguinte forma:

Determinar
Até Somente o BACEN
compulsório sobre
100% determina e recolhe
Depósito à vista

Determinar
compulsório sobre CMN determina OU
demais Títulos Até 60% BACEN determina
Contábeis e e recolhe
Financeiros

ATENÇÃO!

O CMN só determina a taxa do compulsório sobre os títulos contábeis, e mesmo


quando determina, não recebe o recolhimento, apenas determina a taxa, e o
recolhimento é feito sempre pelo Banco Central.

Este recolhimento pode ser feito em espécie (papel moeda), através de transferências
eletrônicas para contas mantidas pelas instituições financeiras junto ao BACEN ou até
mesmo através de compra e venda de títulos públicos federais.

Vamos testar?

1 (Banco do Brasil – Cesgranrio – 2015)

Grande parte das nações indica apenas a meta na qual a autoridade monetária do
país está mirando ao fixar os juros básicos. Outras estabelecem um intervalo de
tolerância, [...], ao mesmo tempo em que sete países adotam o sistema igual ao do
Brasil (meta central e intervalo de tolerância para cima e para baixo).
MARTELLO, A. Governo fixa meta central de inflação... / Globo.com/G1, Brasília, 26
jun. 2015. Disponível
em:<http://www.g1.globo.com/economia/noticia/20150/06/governo-fixa-meta-
central-de-inflamacao...>. Acesso em: 13 ago. 2015. Adaptado
O intervalo de tolerância da meta de inflação, adotado pelo governo para 2017,
sofreu uma alteração em junho de 2015. A alteração foi no:

a) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 6% ao ano.


b) piso do intervalo de tolerância, de 2,5% ao ano para 2% ao ano.
c) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 4% ao ano.
d) valor central do intervalo de tolerância, de 4,5% ao ano para 4% ao ano.
e) teto do intervalo de tolerância, de 6,5% ao ano para 7% ao ano.

2 (Banco do Brasil – Cesgranrio – 2015)


O Banco Central do Brasil tem por objetivo zelar pela liquidez da economia. A
liquidez é um atributo de um ativo que deve, em maior ou menor grau, conservar
valor ao longo do tempo e ser capaz de liquidar dívidas.

- 17 -
Sendo a moeda um ativo líquido, o Banco Central do Brasil interfere na liquidez da
economia quando:

a) as reservas monetárias estão baixas.


b) os empréstimos excedem as reservas bancárias.

c) a inflação está acima do esperado.

d) a inflação está acima do esperado.


e) os empréstimos excedem os depósitos à vista.

3 As previsões para o desempenho da economia brasileira neste ano e no próximo


continuam se deteriorando. As cerca de cem instituições que consultadas para o
boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), projetam uma queda maior para
Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 [...]

Quanto à inflação, os analistas consultados pelo BC aguardam uma alta de 9,23%


para o IPCA deste calendário, acima da taxa estimada antes, de 9,15%. CAPRIOLI, G.
Mercado vê inflação de 9,23% em 2015 e economia mais contraída. Valor
Econômico, São Paulo, 27 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/brasil/4150608/mercado-ve-inflacao-de-923-em-2015-
e-economia-mais-contraida>. Acesso em: 10 ago. 2015. Adaptado.

Nesse contexto, representa uma medida efetiva que poderá ser adotada para
conter a alta inflacionária:

a) aumentar a taxa de juros básica da economia.


b) reduzir drasticamente os principais impostos federais, estaduais e municipais.
c) aumentar a emissão de papel moeda para honrar a folha de pagamento e os demais
gastos do governo, visando a diminuir os depósitos à vista nos bancos.
d) aumentar a produção de bens na indústria.
e) aumentar o nível geral de preços da economia.

4 (Banco do Brasil – Cesgranrio – 2014) No Brasil, a condução e a operação diárias da


política monetária, com o objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de
inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando adequadamente, são uma
responsabilidade do(a).

a) Caixa Econômica Federal.


b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Banco do Brasil.
d) Banco Central do Brasil.
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

- 18 -
5 (Caixa – CESPE – 2014)

Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução da política monetária


no Brasil.

A redução da alíquota do recolhimento compulsório e a compra de títulos em


operações de mercado aberto são exemplos da adoção de política monetária
expansionista, uma vez que ambas elevam a quantidade de moeda em circulação
na economia.

Certo ( ) Errado ( )

6 (BACEN – CESPE – 2013)

No que diz respeito ao mercado monetário, julgue o item.

As operações de redesconto do BACEN incluem a intradia: operação destinada a


viabilizar o ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

Certo ( ) Errado ( )

7 (Banco do Brasil – Cesgranrio – 2015) Uma desvalorização cambial da moeda


brasileira (real) frente à moeda norte-americana (dólar), implica a(o):

a) diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar.


b) diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil.
c) diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA.
d) estímulo às exportações brasileiras para os EUA.
e) aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa de valores.

8 Julgue o seguinte item, relativo à formulação e execução da política monetária no


Brasil.
O BCB está autorizado a instituir recolhimento compulsório de até 100% sobre os
depósitos à vista e de até 60% sobre as demais operações passivas das instituições
financeiras.

Certo ( ) Errado ( )

9 (Caixa – CESPE- 2014) Julgue os seguintes itens, relativos à formulação e execução


da política monetária no Brasil

As operações de mercado aberto são transações, realizadas diariamente, de


compra e venda de títulos da dívida pública emitidos pelo BCB com o objetivo de
controlar a liquidez do sistema bancário.

Certo ( ) Errado ( )

10 (Caixa – CESPE – 2014)

- 19 -
Com relação às características e funções do mercado monetário e do mercado de
crédito, julgue os itens que se seguem.

No mercado monetário, a oferta de moeda é definida pelo BCB e atende à seguinte


relação: quanto maior for a taxa básica de juros da economia, maior será a
demanda por moeda.

Certo ( ) Errado ( )

1A 2C 3A 4D
5C 6E 7D 8C
9C 10 E

- 20 -
CAPITULO 2
O Sistema Financeiro Nacional
Uma das engrenagens mais importantes, se não a mais importante, para que o mundo
seja do jeito que é, é o dinheiro. Ele compra: carros, casas, roupas, título e, segundo
alguns, só não compra a felicidade. Sendo o dinheiro carregado com toda essa
importância, cada país, cada estado e cidade, se organiza de forma a ter seu próprio
modo de ganhar dinheiro. Essa organização, aliás, é formada de um jeito em que a
maior quantidade possível de dinheiro possa ser adquirida. Há a muito tempo que o
mundo funciona dessa forma. Por isso todos os países já conhecem muitos caminhos e
atalhos para que sua organização seja elaborada para seu benefício.
Essa tal organização que busca o maior número possível de riquezas é definido por
uma série de importantes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador da
estratégia econômicas do país, é chamado de Sistema Financeiro Nacional. Tem,
basicamente, a função de controlar todas as instituições que são ligadas às atividades
econômicas dentro do país. Mas esse sistema tem ainda muitas outras funções. Tem
também muitos componentes que o formam.
Existem grupos, dentro do grupo do Sistema Financeiro Nacional. O mais importante
dentro desse sistema é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho é essencial por
tomar as decisões mais importantes, para a que o país funcione de forma eficiente e
eficaz. O Conselho Monetário Nacional tem sob seu comando muitos integrantes que
são importantes, cada um na sua função. No entanto, o mais importante desses
membros é o Banco Central do Brasil.
O Banco Central do Brasil é o responsável pela produção de papel-moeda e de moeda
metálica, dinheiro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho Monetário
Nacional, um trabalho de fiscalização nas instituições financeiras do país. Além disso,
tem diversas utilidades, como realizar operações de empréstimos e cobrança de
créditos junto às instituições financeiras. O Banco central é considerado o banco mais
importante do Brasil, acima de todos os outros, uma espécie de “Banco dos Bancos”.
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma forma de várias entidades se
organizarem, de modo a manter a máquina do governo funcionando. Sua utilidade é o
acompanhamento e também a coordenação de todas as atividades financeiras que
acontecem no Brasil. Esse acompanhamento acontece na forma de fiscalização. Já a
coordenação está na parte em que funcionários do Banco Central agem segundo suas
responsabilidades, no cenário financeiro.
Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dos anos. O próprio Banco Central era
outra entidade com nome diferente: Superintendência da Moeda e do Crédito. A
mudança ocorreu por meio da lei nº 4.595/64, no art.8º. As moedas do Brasil já
mudaram várias vezes ao longo da história brasileira. A modificação de uma moeda
nacional é, em qualquer circunstância, algo que causa muitas mudanças, mas no caso
da mudança para a atual moeda (real), essa transformação foi grandiosa.
Numa época em que a inflação era um grande terror para economia brasileira, essa
mudança, chamada de plano real, conseguiu frear a inflação e normalizar os preços do
comércio interno. Isso, seguido de uma valorização da moeda nacional, resultou numa
recuperação rápida da economia brasileira.
Quem pega no dinheiro todos os dias, paga as suas contas, recebe seu salário, nem
pensa no grande sistema que há por trás dessas operações. Na verdade, os salários são
do valor que são, para que a atual quantidade de dinheiro circule no país, para que a

- 21 -
economia brasileira seja como é, e o Sistema Financeiro Nacional toma decisões todos
os dias, que são refletidas na nossa realidade.

O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e afins que


controlam, fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à circulação da moeda e
de crédito dentro do país. O Brasil, em sua Constituição Federal de 1988, em seu artigo
192, cita qual o intuito do sistema financeiro nacional: “O Sistema Financeiro
Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e
a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o
integram".
O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: Subsistema
de supervisão e subsistema operativo. O de supervisão se responsabiliza por fazer
regras para que se definam parâmetros para transferência de recursos entre uma
parte e outra, além de supervisionar o funcionamento de instituições que façam
atividade de intermediação monetária. Já o subsistema operativo torna possível que
as regras de transferência de recursos, definidas pelo subsistema supervisão sejam
possíveis.
O subsistema de supervisão é formado por: Conselho Monetário Nacional, Conselho
de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de
Valores Mobiliários, Conselho Nacional de Seguros Privados, Superintendência de
Seguros Privados, Conselho Nacional da Previdência Complementar e
Superintendência da Previdência Complementar.
O outro subsistema, o operativo, é composto por: Instituições Financeiras Bancarias,
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições
Financeiras Não Bancárias, Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As
partes integrantes do subsistema operativo, citados acima, são grupo que
compreendem instituições que são facilmente achadas em nosso dia a dia. As
Instituições Financeiras Bancárias, por exemplo, representam as Caixas Econômicas,
Bancos Comerciais, Cooperativas de Crédito e Bancos Cooperativos. As instituições
Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Sociedades de Crédito ao
Microempreendedor, Companhias Hipotecárias, Bancos de Desenvolvimento.
As autoridade do Sistema Financeiro Nacional também podem ser divididas em dois
grupos: Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio. As autoridades monetárias
são as responsáveis por normatizar e executar as operações de produção de moeda. O
Banco Central do Brasil (BACEN) e o Conselho Monetário Nacional (CMN). Já as
autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autoridades monetárias na
prática da política monetária. Um exemplo desse tipo de instituição é o Banco do
Brasil. Outro tipo de autoridade de apoio são instituições que têm poderes de
normatização limitada a um setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é a
Comissão de Valores Mobiliários.
As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são
definidas como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função
principal ou secundária de guardar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros
(tanto dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em moeda de
circulação nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de
outras pessoas.

- 22 -
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas
também são consideradas instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser
de maneira permanente ou não. No entanto, exercer essa atividade sem a prévia
autorização devida do estado pode acarretar em ações contra essa pessoa. Essa
autorização deve ser dada pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a
partir de um decreto do Presidente da República.
As decisões tomadas pelo Conselho Monetário Nacional têm total ligação com o
estado da economia do país. Suas mudanças são determinantes, para o funcionamento
do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores (mercado onde as mercadorias são
ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações que variam de
acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro investido
nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho das grandes proporções que as
decisões tomadas por esse sistema podem afetar a vida de todas as esferas da
sociedade.

Fonte: sistema-financeiro-nacional.info

- 23 -
O Sistema Financeiro Nacional e a Legislação

O Brasil, buscando a melhor forma de servir ao seu povo, conforme ordena a Carta
Magna, tem por obrigação criar um sistema que seja capaz de organizar, de forma
eficiente, a circulação de dinheiro e suas formas derivadas, buscando a segurança e
desenvolvimento do País, com isso vem o artigo 192 da nossa Constituição Federal.

“Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o


desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em
todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
regulado por LEIS COMPLEMENTARES que disporão, inclusive, sobre a participação do
capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)“.

Criado pela Lei nº 4595/64, que dispõe sobre o sistema que será operado no Brasil, e
as autoridades monetárias que serão os agentes responsáveis por garantir que estas
operações aconteçam, e que sejam seguras e solidas para os agentes financeiros e
seus clientes.

Art. 1º (ADAPTADO) O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela


presente Lei, será constituído:

I - do Conselho Monetário Nacional;

II - do Banco Central do Brasil

III - do Banco do Brasil S. A.;

IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social;

V - demais instituições financeiras públicas e privadas.

VI – Comissão de Valores Mobiliários (Lei 6385/1976) (Adaptação do Professor!)

- 24 -
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
CMN

É o órgão NORMATIVO máximo no SFN. Este órgão é quem dita as Normas que serão
seguidas pelas instituições financeiras, pois para tudo na vida existe alguém superior
que controla e dita as regras do jogo.
Além disso, o CMN é responsável por formular as políticas da moeda e crédito no país,
ou seja, é responsável por coordenar todas as políticas econômicas do país, e
principalmente a política monetária.

Suas REUNIÕES ORDINÁRIAS, ou seja, comuns, são MENSAIS, e ao final de cada


reunião é emitida uma RESOLUÇÃO da qual é lavrada uma ata, cujo extrato é
publicado no DOU (Diário Oficial da União) e no SISBACEN, excluindo-se os assuntos
confidenciais discutidos na reunião.

DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994.

Art. 30. As decisões de natureza normativa serão divulgadas mediante resoluções


assinadas pelo Presidente do Banco Central do Brasil, veiculadas pelo Sistema de
Informações Banco Central (Sisbacen) e publicadas no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. As decisões de caráter confidencial serão comunicadas somente aos


interessados. (Então existem algumas decisões ou informações que não são divulgadas
publicamente).

Art. 33º § 1° Após as atas terem sido assinadas por todos os conselheiros, extratos das
atas serão publicados no Diário Oficial da União, excluídos os assuntos de caráter
confidencial.

Resumindo: Tanto as Resoluções quanto os extratos são publicados no DOU e no


SISBACEN, entretanto, se houver algum assunto confidencial, esse não será divulgado a
todos publicamente, apenas aos interessados, mas a resolução como um todo deve ser
publicada, excluindo-se as partes confidenciais.

- 25 -
O CMN é um órgão colegiado, composto por DOIS MINISTROS e o Presidentes do
Banco Central, que possui status de ministro, todos INDICADOS pelo Presidente da
República e submetidos a Aprovação pelo Senado Federal

Ministro da Fazenda
Nacional
(Presidente do
Conselho)

CMN
Ministro do
Planejamento Presidente do Banco
Desenvolvimento e Central do Brasil
Gestão - MPDG

Importante!
É interessante saber que segundo o DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994.

Art. 8º
O presidente do CMN poderá convidar para participar das reuniões do conselho sem
direito a voto outros Ministros de Estado, assim como representantes de entidades
públicas ou privadas.

Art. 16º

§ 1° Poderão assistir às reuniões do CMN:

a) assessores credenciados individualmente pelos conselheiros;

b) convidados do presidente do conselho.

§ 2° Somente aos conselheiros é dado o direito de voto.

Compete ao Presidente do Conselho


Deliberar ad referendum do colegiado, nos casos de urgência e de relevante interesse.
(Perceba que o Presidente não tem o famoso voto de minerva, ou seja, não possui
voto de desempate, pois ele pode tomar decisões sozinho, em casos de urgência, e
depois submeter essa decisão a votação na reunião ordinária ou extraordinária do
colegiado).

- 26 -
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como
órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do
País. A Comoc manifesta-se previamente sobre os assuntos de competência do CMN.
Além da Comoc, a legislação prevê o funcionamento de sete Comissões Consultivas.

Normas do STN

Política
Monetária e Crédito Rural
Cambial

Mercado de
CMN
Valores Crédito
Mobiliários e Industrial
Futuros

Endividamento Crédito
Público Habitacional

Existe uma oitava comissão, que se chama “Processos Administrativos”, que você já
dever ter notado estar faltando acima, pois não é colocada pelo Banco Central entre as
comissões consultivas ao definir quais são. Mesmo assim vale salientar que esta
comissão existe e que tem o mesmo papel que as demais que citamos, mas com um
enfoque nos processos administrativos que são instaurados para apurar e punir
servidores infratores no exercício de cargos públicos ligados ao sistema financeiro. Esta
comissão é controversa, uma vez que nas atuais resoluções ela não figura no quadro
de comissões, mas quando há necessidade de utilizá-la, o CMN a convoca.

Todas essas comissões têm o papel de dar apoio e consultoria ao CMN, quando este
deseja tomar decisões, em suas reuniões, sobre assuntos específicos de alguma área.

- 27 -
Não temos como saber de tudo, até porque os membros do CMN são apenas 3 seres
humanos, sim são seres humanos, e como tais não podem saber de tudo. Então para
lhes dar suporte, as comissões consultivas vêm atuar em áreas especificas para facilitar
as tomadas de decisões por parte do CMN.

“Art. 11 Compete às Comissões Consultivas, dentre outras atribuições previstas em seu regimento
interno:

I - por solicitação do CMN ou da Comoc, apreciar matérias atinentes às suas finalidades;

II - propor alteração em seu regimento interno, ao CMN;

III - convidar pessoas ou representantes de entidades públicas ou privadas para participar de suas
reuniões.”

O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Executiva do CMN e da COMOC. Compete ao


Banco Central organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar, dar
suporte durante as reuniões, e elaborar as atas e manter seu arquivo histórico).

Objetivos do CMN

Sim! Agora vamos saber o que o CMN faz de fato, qual sua missão, e para isso a Lei deu
ao CMN Objetivos, isso mesmo, objetivos que são sua missão, o motivo de ele existir.
Os Objetivos do CMN são 9, e as atribuições, que são as armas que o CMN tem para
cumprir os objetivos, são 39!

ATENÇÃO!
Você não precisa decorar todos os Objetivos e Atribuições do CMN, basta aprender 7
dos 9 objetivos, pois são os que mais caem nas provas, e adicionar uma regrinha dos
verbos, onde veremos que tanto os objetivos, quanto as atribuições sempre serão
iniciadas com verbos de PODER, MANDAR, AUTORIDADE.

Dos Objetivos do CMN nos descartamos 2 que são: “Propiciar o aperfeiçoamento das
instituições e dos instrumentos financeiros” e o “Estabelecer, para fins da política
monetária e cambial, as condições especificas para negociação de contratos
derivativos...”, pois estes não são cobrados com frequência em provas, até por não
terem contexto ou conexão com assuntos dos editais. Sendo assim, ficamos com 7
objetivos e as atribuições. Mais à frente nos faremos links entre as atribuições e os
objetivos do CMN, o que nos ajudará bastante a lembrar deles na hora da prova.

- 28 -
Vejamos abaixo a sequência dos Objetivos do CMN

ADAPTAR

REGULAR

REGULAR

OBEJETIVOS DO CMN
ORIENTAR

PROPICIAR

ZELAR

COORDENAR

ESTABELECER

ESTABELECER

ATENÇÃO!
Você percebeu algo estranho naquele vermelhinho?! Pois é, ele não é um verbo de
MANDAR, mas sim de FAZER, de “Colocar a Mão na Massa”. Esta é a ÚNICA exceção do
CMN a regra dos verbos, então, CUIDADO com este verbo ZELAR, pois ele cai muito
em provas, por se tratar de uma exceção, mais a frente falaremos dele novamente.

Bom, agora que você viu os verbos vinculados aos objetivos do CMN, você percebeu
que este verbos indicam PODER, MANDAR, AUTORIDADE. Logo, fica fácil memorizar
as competências o CMN, pois estas sempre serão iniciadas por um verbo que indica
MANDAR. Então vejamos na integra os objetivos.

 Adaptar os meios de pagamentos as reais necessidades da economia e seu


processo de desenvolvimento.
Os meios de pagamento, são as formas de dinheiro disponíveis, tais como: Dinheiro,
cheques e cartões. Estes últimos também são chamados de dinheiro de plástico.
Quando o CMN vê que, por exemplo, precisamos de mais dinheiro, ele adapta a
quantidade de dinheiro ao volume saudável que a economia precisa em um dado
momento.

 Regular o valor interno da moeda, corrigindo ou prevenindo os surtos


inflacionários ou deflacionários, de origem interna ou externa.
Neste momento o CMN busca emitir normas para controlar o valor interno de nossa
moeda para a inflação ou a deflação não atinjam a economia de forma catastrófica.
 Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio da balança de pagamentos do
País.

- 29 -
Agora o CMN se preocupa em manter a moeda brasileira em equilíbrio com as moedas
estrangeiras para evitar que ao se valorizar demais o real em detrimento da moeda
estrangeira, acabe por desestimular as exportações, ou se houver uma valorização
exagerada de moeda estrangeira em detrimento do Real, haja um desestimulo a
importação, que também é fundamental para nosso País.

 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou


privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da
economia nacional.
É muito importante que o CMN oriente a forma como as instituições irão investir seus
recursos, pois más decisões no mercado financeiro custam muito dinheiro e até a
falência de várias instituições. Importante destacar que ele orienta TODAS as
instituições financeiras, e quando falamos todas, são todas mesmo, incluindo as
públicas.

 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.

ATENÇÃO!

Este objetivo cai com muita frequência nas provas, pois se trata de uma exceção à
regra dos verbos de mandar. Este objetivo faz com que o CMN sempre tenha como
preocupação em buscar que as instituições financeiras tenham recursos disponíveis
em seu caixa, mantendo-se liquidas e honrando seus compromissos para com seus
credores, mantendo-se solventes.

 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros,


de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamentos e mobilização de recursos.

 Estabelecer, para fins da política monetária e cambial, as condições especificas


para negociação de contratos derivativos, estabelecendo limites, compulsórios e
definindo as próprias características dos contratos existentes, e criando novos.

 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida


pública interna e externa.

É importante destacar que o CMN sempre será o responsável por formular estas
políticas. Como vimos o CMN não costuma fazer coisas, mas apenas MANDAR, então
quando o CMN formula políticas, ele as envia ao BACEN que executa estas políticas.

 Estabelecer a Meta de Inflação.


Este é um dos mais importantes objetivos do CMN e que DESPENCA nas provas! O
CMN passa a ser o responsável por estabelecer um parâmetro para metas de inflação
no Brasil. Ele, com base em estudos e avaliações da economia, estabelece uma meta
para a inflação oficial, que deverá ser cumprida pelo BACEN dentro do ano indicado.

- 30 -
Hoje no Brasil, temos uma meta de inflação que é dividida da seguinte forma até
dezembro de 2016:

PARÂMETROS DA META DE
TETO de 6,5% a.a

Margem de tolerância de 2%
para mais

INFLAÇÃO
CENTRO de 4,5%a.a

Margem de tolerância de 2%
para menos

PISO de 2,5%a.a

O centro da meta é um ideal, no qual o CMN entende que seria a meta ideal para o
senário econômicos do País. Entretanto, engessar um número no mercado financeiro
não é bom, principalmente um índice que avalia os preços do mercado, então o CMN
admite uma pequena variação para mais ou para menos. Caso o índice de inflação,
IPCA, inflação oficial, esteja dentro desta margem de variação, ou margem de
tolerância, entende-se que o Banco Central cumpriu a Meta de inflação Estabelecida
pelo CMN.

Hoje temos como parâmetros de inflação o seguinte senário.

Note que o CMN diminuiu, a partir de 2017, a margem de tolerância de 2% para


1,5%, estabelecendo um novo TETO e um novo PISO.

Por causa dos objetivos, o CMN recebeu da Lei 4595/64 várias atribuições, ou
seja, as armas que ele tem para poder cumprir seus objetivos, das quais
destacamos algumas que mais são objetos de prova e que podemos fazer
conexões com os objetivos, para nos ajudar a memorizar mais, sem ter de

- 31 -
utilizar, apenas, a regra dos verbos. Seguem abaixo os principais verbos ligados
as atribuições:

AUTORIZAR

FIXAR DIRETRIZES

DISCIPLINAR
ESTABELECER
LIMITES
DETERMINAR

ATRIBUIÇÕES
PRINCIPAIS
REGULAMENTAR

OUTORGAR

ESTABELECER

REGULAR

EXPEDIR NORMAS

DISCIPLINAR

DELIMITAR

Conexões entre os Objetivos e Atribuições

Objetivo: Adaptar os meios de pagamentos as reais necessidades da


economia e seu processo de desenvolvimento.
• Atribuição:Autorizar a emissão de papel moeda

Fabrica / Imprime o Emite o Papel e faz a


Autoriza a Emissão de
Papel Moeda, e envia distribuição junto as
Papel Moeda
para o BACEN Instituições Financeiras

Objetivo: Regular o valor interno da moeda, corrigindo ou prevenindo os


surtos inflacionários ou deflacionários, de origem interna ou externa.
• Com isso o CMN necessita coordenar a Política Monetária
Objetivo: Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio da balança de
pagamentos do País.
• Atribuição: Outorgar ao BACEN o monopólio sobre as operações de
CÂMBIO quando o balanço de pagamentos assim o exigir.
• Atribuição: Fixar diretrizes e normas para a política cambial.

- 32 -
Objetivo: Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
• Atribuição: Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o
capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em
conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências
ou filiais

Objetivo: Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras


públicas ou privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao
desenvolvimento equilibrado da economia nacional.
• Atribuição: Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização
de todas as instituições financeiras que operam no País.

Objetivo: Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da


dívida pública interna e externa.

• Atribuição: Disciplinar o crédito e suas modalidades e as formas das operações


creditícias.
• Atribuição: Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços
bancários ou financeiros.
• Atribuição: Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços
bancários ou financeiros.

Existem Algumas atribuições do CMN que não temos como fazer conexões, pois são bastante
independentes. Mas nem por isso deixaremos de comentá-las, pois caem bastante em provas,
logo merecem nossa atenção. São Elas:

 Estabelecer as normas a serem seguidas pelo BC quanto às transações com títulos


públicos. (Quem realiza as transações é o BACEN)
 Regulamentar as operações de redesconto. (Quem realiza o redesconto é o BACEN
– Banco Central)
 Determinar a taxa do recolhimento compulsório até 60% dos títulos contábeis das
instituições financeiras. Lei 4595/64 art. 4, XIV.
(Ainda está valendo para efeitos de banca como a CESGRANRIO, pois mesmo que haja
uma revogação tácita pela lei 7730/89, o mesmo não foi compilado e retirado da lei
original, e já foi objeto de cobrança em prova da CESGRANRIO, portanto torna-se
imprudente de nossa parte não destacar essa informação!)

- 33 -
Esquematizando...

MERCADO ABERTO -
REDESCONTO OU
COMPRA E VENDA DE RECOLHIMENTO
EMPRESTIMO DE
TÍTULOS PÚBLICOS COMPULSÓRIO
LIQUIDEZ
FEDERAIS
• CMN -
REGULAMENTA
• CMN - • BACEN - DETERMINA
• CMN - REGULAMENTA A TAXA E RECEBE OS
REGULAMENTA • BACEN- REALIZA VALORES
• BACEN - REALIZA

RECOLHIMENTO
COMPULSÓRIO

BACEN CMN

ATÉ 100% SOBRE A ATÉ 60% SOBRE AS ATÉ 60% SOBRE AS


CAPTAÇÃO DE CAPTAÇÕES EM CAPTAÇÕES EM
DEPOSITOS A VISTA TÍTULOS CONTÁBEIS E TÍTULOS CONTÁBEIS E
(CONTA CORRENTE) FINANCEIROS (RESTO) FINANCEIROS (RESTO)

 Expedir normas gerais de estatística e contabilidade a serem apreciadas pelas


instituições financeiras. (Cuidado com esta aqui, pois quando uma banca quer
dificultar o item ela sempre põe essa!).

Disciplinar as atividades das bolsas de valores. (Define o que é uma bolsa de valores e
o que elas fazem).

ATENÇÃO!

Nas provas das bancas mais exigentes é comum aparecer o CMN contextualizado com
Congresso Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados.

Então temos uma regra básica que vai te ajudar em qualquer competência do CMN
que possa ser perguntada e contextualizada com o Poder Legislativo.
Regra: O CMN só se relaciona com o Senado Federal, ou seja, Câmara dos Deputados
NUNCA!
Exceto dois casos em que aparece o Congresso Nacional na Lei 4595/64:

- 34 -
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês
subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos
compulsórios.
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de
março de cada ano, relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País
no ano anterior, no qual descreverá, minudentemente as providências adotadas para
cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei, justificando
destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido feitas
para atendimento das atividades produtivas.

Vamos testar?

1 (CESGRANRIO – BB 2014)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é a entidade máxima do sistema financeiro
brasileiro, ao qual cabe.
a) intervir diretamente nas instituições financeiras ilíquidas
b) apurar e anunciar mensalmente a taxa de inflação oficial.
c) autorizar a emissão de papel-moeda.
d) fixar periodicamente a taxa de juros interbancária.
e) aprovar o orçamento do setor público federal.

2 (FUNDATEC – BRDE 2015) O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela
Lei nº 4.595/1964. São integrantes do Conselho Monetário Nacional:

I. Presidente do Banco Central do Brasil.

II. Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.

III. Ministro da Fazenda.

IV. Secretário da Receita Federal.

V. Ministro-chefe da Casa Civil.

VI. Secretário-geral da Presidência da República.

a) Apenas I, II e III.
b) Apenas IV, V e VI. 
c) Apenas I, II, III e IV.
d) Apenas II, III, VI e V.
e) I, II, III, IV, V e VI.

3 (FGV – BNB 2014) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do


Sistema Financeiro. A política do CMN objetiva:
a) regular o valor interno e externo da moeda;
b) controlar exclusivamente o fluxo de capitais estrangeiros;
c) realizar operações de redesconto e empréstimos, como instrumento de política
monetária como auxílio a problemas de liquidez;

- 35 -
d) fiscalizar a interferência de outras sociedades nos mercados financeiros e de
capitais;
e) emitir papel moeda e moeda metálica.

4 (CESPE – CAIXA 2014) Com referência às funções do BCB, julgue os itens


subsequentes.
O CMN, órgão normativo que estabelece as regras de funcionamento e fiscalização
dos entes participantes do SFN, é hierarquicamente subordinado ao BCB.
Certo Errado

5 (CESGRANRIO – BASA 2014) Atualmente, o Sistema Financeiro Nacional é composto


por órgãos normativos, entidades supervisoras e por operadores.

Um dos órgãos normativos que compõe o Sistema Financeiro Nacional é o(a):


a) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
b) Banco Comercial
c) Conselho Monetário Nacional
d) Bolsa de Valores
e) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP

GABARITO

1C 2A 3A 4E 5C

- 36 -
BANCO CENTRAL DO BRASIL
(BACEN)

O BACEN é uma autarquia, colegiada, composta por Nove DIRETORIAS, e até Nove
DIRETORES, incluindo o PRESIDENTE. Todos indicados pelo Presidente da República
com aprovação do Senado Federal.
(Este “até nove diretores” deve-se ao fato do Senhor Luiz Edson Feltrim estar,
atualmente, ocupando o cargo da Dirad (Dir. Administrativa) e Direc (Dir. de
Relacionamento Institucional e Cidadania). Mas, lembrando que isso é momentâneo,
uma vez que a qualquer momento O/A Presente pode indicar um novo diretor para
uma das diretorias copadas pelo Senhor Luiz Feltrim. Portanto, é prudente de nossa
parte entender que o número de Diretorias é FIXO, mas o número de Diretores é
VARIÁVEL.

É o órgão executivo central do SFN, o braço direito do CMN, portanto uma autarquia
Supervisora, com a missão de garantir a estabilidade do poder de compra da moeda
nacional.

Realiza duas reuniões Ordinárias Semanalmente, nas quais são lavradas CIRCULARES.
Sua sede fica em Brasília, e tem outras 9 representações nas capitais dos Estados do
Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Ceará e Pará.

O BACEN tem 4 objetivos:

 Zelar pela adequada liquidez da economia;


 Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema
financeiro.
 Manter as reservas internacionais em nível adequado;
 Estimular a formação de poupança;

Cuidado!

Lembre-se que existe um ZELAR que é competência do CMN: Zelar pela liquidez e
solvência das instituições financeiras. Então caso apareça um verbo ZELAR e não for
associado a este texto acima, automaticamente será competência do BACEN.

Dentre as várias competências do BACEN, vale ressaltar:

 Emitir papel-moeda e moeda metálica;


 Executar os serviços do meio circulante;
 Determinar a Taxa de recolhimento compulsório até 100% dos depósitos a
vista e 60% títulos contábeis das instituições financeiras. (Artº 10, inciso III da Lei
4595/64, alterado pela Lei 7730/89);
 Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras
e bancárias;
 Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;

- 37 -
 Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
 Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
 Exercer o controle do crédito sobre todas as suas formas;
 Exercer a fiscalização das instituições financeiras;
 Autorizar o funcionamento das instituições financeiras no país;
 Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de
administração/direção nas instituições financeiras PRIVADAS;
 Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de
capitais;
 Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

ATENÇÃO!

Autorizar o funcionamento de Instituições Financeiras Estrangeiras no País, só por


Decreto do Poder Executivo.

“Lei 4595/64 - Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no


País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto
do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.”

O BACEN regulamenta o CÂMBIO, a Compensação de Cheques e outros papéis e a


Concorrência entre as instituições financeiras. (Não esqueça isto ok?!).

“Lei 4595/64 - Art. 18º § 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da


fiscalização que lhe compete, regulará as condições de concorrência entre instituições
financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação da pena nos termos desta lei.”

Não caia nas pegadinhas!

O CMN orienta a aplicação dos recursos das Instituições financeiras.

O CMN regulamenta a constituição, funcionamento e fiscalização das instituições


financeiras que operam no país.

O BACEN autoriza o funcionamento das instituições financeiras no país.

O BACEN estabelece as condições para exercer quaisquer cargos de direção nas


instituições financeiras PRIVADAS.

 Zelar pela liquidez e solvência das instituições Financeiras é do CMN!

 Zelar pelo resto que aparecer é com o BACEN!

Esclarecendo um nó na sua cabeça!


Quem determina o valor do recolhimento compulsório?
Artº 4 inciso XIV e Artº10 inciso III

Compulsório sobre Títulos Contábeis e Financeiros – Limite até 60% - pode ser
determinado pelo CMN ou pelo BACEN

Depósitos à Vista – limite até 100% - pode ser determinando apenas pelo BACEN

- 38 -
DECOREBA CLÁSSICO
Os verbos relacionados do CMN são sempre verbos de autoridade, verbos de poder,
verbos de mandar.

São verbos como: Regular, Autorizar, Estabelecer, Coordenar, Fixar Normas,


Disciplinar, Orientar, etc.

Já os verbos empregados ao BACEN são verbos de ação, ou seja, verbos que indicam
botar a mãos na massa ou apenas supervisionar.

São verbos como: Executar, Exercer, Realizar, Controlar, Fiscalizar, Aplicar, etc.

Entretanto, cuidado, pois o BACEN tem 5 exceções a esta regra. Que são 3 regular, 1
Estabelecer e 1 Autorizar.

* Regular a Compensação de Cheques e Outros Papéis.


* Regular o Mercado de Câmbio.
* Regular a Concorrência entre as Instituições Financeiras.
* Estabelecer as condições para o exercício de cargos de
administração/direção das instituições financeiras privadas.
* Autorizar o funcionamento de instituições financeiras no
país.

O BACEN recebe vários apelidos, devido a várias atividades que realiza. São eles:

Banco dos Bancos: quando recebe os depósitos compulsórios e voluntários das


instituições financeiras.

Banqueiro do Governo: quando centraliza o caixa do Governo e administra as reservas


internacionais, bem como as reservas em ouro do Brasil.

Banco Emissor: quando emite o papel moeda autorizado pelo CMN e fabricado pela
Casa da Moeda do Brasil.

Emprestador de última Instância: quando realiza o empréstimo de liquidez, ou


Redesconto, as instituições financeiras. Vale lembrar mais uma vez que o Bacen é
proibido pela Constituição Federal de emprestar dinheiro a qualquer criatura que não
seja uma instituição financeira.

Apenas para relembrar, este empréstimo que nós já conhecemos pelo nome de
Redesconto do Banco Central e que já explicamos no início da matéria, tem 2
modalidades como já vimos antes:

As operações de Redesconto do Banco Central podem ser:

I - intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez de instituição financeira, ao


longo do dia. É o chamado Redesconto a juros zero!

- 39 -
II - de um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de
descasamento de curtíssimo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;

III - de até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não
ultrapasse quarenta e cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez
provocadas pelo descasamento de curto prazo no fluxo de caixa de instituição
financeira e que não caracterizem desequilíbrio estrutural; e

IV - de até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total
não ultrapasse cento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste
patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

ATENÇÃO!

Entende-se por operação intradia, para efeito do disposto neste regulamento, a


compra com compromisso de revenda, em que a compra e a correspondente revenda
ocorrem no próprio dia.

Importantíssimo!!!

Sobre a Compra com Compromisso de Revenda que falamos lá em cima temos


algumas observações que despencam nas provas.

Podem ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de compra com


compromisso de revenda, os seguintes ativos de titularidade de instituição financeira,
desde que não haja restrições a sua negociação:

I - títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e de


Custódia -Selic, que integrem a posição de custódia própria da instituição financeira, e

II - outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios,


preferencialmente com garantia real, e outros ativos.

Informação de ouro!
As operações intradia e de um dia útil contemplam exclusivamente os títulos
públicos federais.

Resumindo...

Redesconto tem 4 formas:

 Intradia – O Bacen só aceita redescontar Titulos Públicos


Federais. (Juros Zero)

 1 dia útil – O Bacen só aceita redescontar Títulos


Públicos Federais. (Há cobrança de juros pelo Bacen)

- 40 -
 Até 15 dias úteis – Qualquer título serve para ser
redescontado, desde que o Bacen entende que é um título
seguro e com garantia. (Há cobrança de juros pelo Bacen)

 Até 90 dias corridos - Qualquer título serve para ser


redescontado, desde que o Bacen entende que é um título
seguro e com garantia. (Há cobrança de juros pelo Bacen)

Vamos testar?

1 (FGV – BNB 2014) O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) foi criado pela lei nº
4595, de 31/12/1964, para atuar como órgão executivo central do sistema
financeiro, tendo como funções cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam
o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN (Conselho
Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco Central estão:

a) emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e exercer a fiscalização das


instituições financeiras, punindo-as quando necessário;
b) determinar as taxas de recolhimento compulsório, autorizar as emissões de papel-
moeda e estabelecer metas de inflação;
c) regulamentar as operações de redesconto de liquidez, coordenar as políticas
monetárias creditícia e cambial e estabelecer metas de inflação;
d) regular o valor interno da moeda, regular o valor externo da moeda e zelar pela
liquidez e solvência das instituições financeiras;
e) determinar as taxas de recolhimento compulsório, regular o valor interno e externo
da moeda e autorizar as emissões de papel-moeda.

2 (CESPE – CAIXA 2014) Nas operações de mercado aberto, o BCB emite títulos no
mercado primário com o propósito de regular a taxa básica de juros SELIC.

CERTO ERRADO

3 (IDECAN – BANESTES 2012) O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante


do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31/12/64, com a promulgação da Lei
nº 4.595. Entre as suas atribuições, pode- se destacar:

a) efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, executar os


serviços do meio circulante e exercer o controle de crédito.

b) exercer a fiscalização das instituições financeiras, autorizar o funcionamento das


instituições financeiras e orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras.

c) controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, estabelecer as


condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras
e autorizar o funcionamento das instituições financeiras.

- 41 -
d) exercer a fiscalização das instituições financeiras e centralizar o recolhimento e
posterior aplicação dos recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS).

e) prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização


e Entidades de Previdência Privada Aberta e zelar pela adequada liquidez da economia.

Gabarito

1A 2E 3A

- 42 -
Comitê de Política Monetária

COPOM

O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o


objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros
básica que será seguida pelos bancos.

O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do


Brasil: o presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores de Administração,
Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização
do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica,
Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e
Cidadania. Também participam do primeiro dia da reunião os chefes dos seguintes
departamentos do Banco Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema
de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab),
Departamento Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep),
Departamento das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Assuntos
Internacionais (Derin), e Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos
Especiais (Gerin). A primeira sessão dos trabalhos conta ainda com a presença do chefe
de gabinete do presidente, do assessor de imprensa e de outros servidores do Banco
Central, quando autorizados pelo presidente.

Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da sistemática de


metas para a inflação como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões
do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas
pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o mesmo Decreto, se as metas não
forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao
Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e
prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.

Formalmente, os objetivos do Copom são:

 Implementar a política monetária;

 Analisar o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central


ao final de cada trimestre civil;

 Definir a meta para a Taxa Selic, ficando viés EXTINTO (circular


3868/17)

A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a Meta para a Taxa Selic (taxa média
dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia - SELIC), a qual vigora por todo o período entre
reuniões ordinárias do Comitê. Vale ressaltar que existe também uma taxa SELIC
chamada SELIC OVER, que nada mais é do que a taxa SELIC de um dia específico, pois o

- 43 -
que é traçado pelo COPOM é uma META, mas o que acontece diariamente chama-se
SELIC OVER, pois como qualquer outro papel que vale dinheiro, os títulos públicos
variam de preço todo dia.

Até dezembro de 2017 o Copom podia divulgar esta Meta da Taxa Selic com um viés,
ou seja, com uma tendência de alta ou de baixa. Este artifício era utilizado para casos
extremos de variação econômica em que, o Presidente do Copom, poderia elevar ou
abaixar a taxa Selic sem, necessariamente, convocar uma reunião extraordinária do
colegiado do comitê.

Entretanto em 19 de dezembro de 2017, através da Circular 3868, o Bacen não mais


autorizou ao Copom divulgar Taxa Selic com vieses de alta ou de baixa, para evitar
quaisquer tipos de especulações no mercado.

As reuniões ordinárias do Copom ocorrem APROXIMADAMENTE de 45 em 45 dias e


dividem-se em dois dias/sessões: geralmente a primeira sessão às terças-feiras e a
segunda às quartas-feiras. O número de reuniões ordinárias foi reduzido para oito ao
ano a partir de 2006, sendo o calendário anual divulgado até o fim de junho do ano
anterior, admitidas modificações até o último dia do ano da divulgação. No primeiro
dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise da conjuntura
doméstica abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados
monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional,
mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, operações de
mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e expectativas
gerais para variáveis macroeconômicas.

No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os membros do Comitê e o


chefe do Depep, sem direito a voto, os diretores de Política Monetária e de Política
Econômica, após análise das projeções atualizadas para a inflação, apresentam
alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem recomendações acerca da
política monetária. Em seguida, os demais membros do Copom fazem suas
ponderações e apresentam eventuais propostas alternativas. Ao final, procede-se à
votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final -
a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver - é imediatamente divulgada à imprensa ao
mesmo tempo em que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do
Banco Central (Sisbacen).

As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 da quinta-feira


da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de até seis dias
úteis após o fim da segunda sessão na quarta-feira, sendo publicadas na página do
Banco Central na internet ("Atas do Copom") e para a imprensa a partir das 18 horas
do dia da segunda sessão, as quartas-feiras. (Em inglês deverão ser publicadas no 7º
dia útil). (circular BACEN 3868/17)

Ao final de cada trimestre civil, o COPOM divulga, através do BACEN, produz o


documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura
econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de
inflação. (Circular 3868 de 19/12/2017 e Decreto 3088/99)

- 44 -
ATENÇÃO!

O COPOM se reúne 8 vezes ao ano, e isso dá aproximadamente 45 em 45 dias, mas é


aproximadamente mesmo, não exatamente.

E note que o famoso viés ou tendência de variação da taxa Selic foi extinto, ou seja, o
COPOM não pode mais indicar um viés para a taxa Selic estabelecida nas reuniões.

Dentro das políticas monetárias, o CMN e o BACEN, buscando facilitar a confecção


deste relatório de inflação, criaram os aglomerados monetários, e dentro deles, os
meios de pagamento, que nada mais são do que a forma como o dinheiro está
presente na economia, quer em dinheiro vivinho ou em “papel que vale dinheiro”.

Meios de Pagamento

Incluem-se nos Agregados Monetários - Meios de Pagamentos: M1, M2, M3 e M4.

São adotados conceitos/definições internacionalmente aceitos e fundamentados na


Teoria Econômica. Os detentores dos meios de pagamentos no sentido amplo
compõem-se do setor não financeiro da economia e das instituições financeiras que
não emitem instrumentos considerados como moeda. Vale salientar a existência de
particularidades na abrangência, mensuração e convenções contábeis de cada uma das
variáveis que compõem cada tipo de agregado, as quais são discutidas nos itens a
seguir. Sob o aspecto de ordenamento de seus componentes, definem-se os agregados
por seus sistemas emissores.

 O M1, ou Base Monetária RESTRITA, compreende os passivos de liquidez


imediata. É composto pelo Papel-moeda em Poder do Público (PMPP) e pelos
Depósitos à Vista (DV). O PMPP é o resultado da diferença entre o Papel-moeda
Emitido pelo Banco Central do Brasil e as disponibilidades de "caixa" do sistema
bancário. Os DV são aqueles captados pelos bancos com carteira comercial e
transacionáveis por cheques ou meios eletrônicos. Portanto, as instituições
emissoras incluem os bancos comerciais, os bancos múltiplos e as caixas
econômicas. Neste segmento, não são incluídas as cooperativas de crédito, em
razão da insignificância de seus depósitos, como também pela dificuldade de
obtenção global dos dados diários e mesmo de balancetes mensais. Os
depósitos do setor público estão incluídos nos depósitos à vista, com exceção
dos recursos do Tesouro Nacional, depositados no Banco do Brasil.

Base Monetária Ampliada

 O M2 engloba, além do M1, os depósitos para investimento e as emissões de


alta liquidez realizadas primariamente no mercado interno por instituições
depositárias - as que realizam multiplicação de crédito.
 O M3 inclui o M2 mais as captações internas por intermédio dos fundos de
investimento classificados como depositários e a posição líquida de títulos
registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), decorrente de
financiamento em operações compromissadas.
 O M4 engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez.

- 45 -
Observe-se que, dentre os títulos federais, apenas os registrados no Selic são
considerados nos meios de pagamento. Apesar da alta liquidez dos instrumentos de
captação do Tesouro Nacional, entendeu-se que o reconhecimento de tais emissões
como quase-moeda nos conceitos de meios de pagamento deva ser o mais restrito
possível, dado que aquele Órgão não integra o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Para tanto, assume-se que, entre os haveres integrantes do agregado monetário, as


diferenças de velocidade potencial de conversão em disponibilidade imediata
associadas a perdas de valor nesses procedimentos não sejam significativas no atual
estágio de desenvolvimento do sistema financeiro. Caso contrário, o ordenamento
teria que contemplar tais diferenças, uma vez que, por hipótese, quanto maior aquela
velocidade, maior exposição do componente à demanda por liquidez.

Desse modo, o critério adotado permite discriminar a exposição do sistema financeiro


à demanda por liquidez ao incluir no M3 somente exigibilidades das instituições
depositárias e fundos de renda fixa junto ao público. Nesse sentido, os títulos públicos,
apesar de não possuírem liquidez potencial mais reduzida que os títulos privados e
depósitos de poupança foram alocados no conceito mais abrangente a fim de destacar,
no M3, a exposição do sistema financeiro, exclusive o Banco Central, tratado apenas
como provedor de meio circulante. Cabe observar que, embora não usual na maioria
dos países, a inclusão da dívida mobiliária pública em agregados monetários baseia-se
nas especificidades da economia brasileira, com o setor público mantendo participação
expressiva no dispêndio total por longo período, cujo financiamento dependia
significativamente da captação de poupanças privadas por meio da emissão de títulos.
Tais circunstâncias exigiram elevada liquidez desses instrumentos, propiciando sua
adoção generalizada como “quase-moeda” até os dias atuais. Observe-se que, dentre
os títulos federais, apenas os registrados no Selic são considerados nos meios de
pagamento. Apesar da alta liquidez dos instrumentos de captação do Tesouro
Nacional, entendeu-se que o reconhecimento de tais emissões como “quase-moeda”
nos conceitos de meios de pagamento deva ser o mais restrito possível, dado que esse
Órgão não integra o Sistema Financeiro Nacional (SFN). O Banco Central, por sua vez,
tem suas operações com títulos já concentradas no Selic.

Os fundos de renda fixa foram incluídos no M3, embora possuam personalidade


jurídica própria e não multipliquem crédito, dado que em geral funcionam em
colaboração com instituições depositárias, exercendo atividades típicas de tais
instituições, como transformar a liquidez de uma carteira de ativos e captar recursos,
emitindo quotas como alternativa de aplicação financeira aos clientes. O desempenho
e a exposição dos fundos de renda fixa afetam a instituição administradora, uma vez
que a maior parte dos clientes não faz a distinção estabelecida formalmente.

As operações compromissadas do restante da economia junto ao sistema emissor –


correspondentes ao financiamento líquido de títulos tomado por tal sistema –
funcionam como moeda para transações, sendo incluídas no conceito M3.

- 46 -
Resumindo os Conceitos atuais

Meios de Pagamento Restritos:

M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista

Meios de Pagamento Ampliados:

M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos


emitidos por instituições depositárias

M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas


no Selic (operações com títulos públicos federais)

Poupança financeira: M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez

M1 - DINHEIRO NAS MÃOS DO


Base Monetária Restrita PÚBLICO E NOS DV DAS
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

M2 = M1 + DEPÓSITOS REMUNERADOS
(POUPANÇA, CDB, RDB, TITULOS EMITIDOS NO
MERCADO PRIMÁRIO)
Base Monetária M3 = M2 + DEPÓSITOS DE FUNDOS DE RENDA
FIXA E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS
Ampliada REGISTRADAS NO SELIC

M4 = M3 + TÍTULOS PÚBLICOS DE ALTA LIQUIDEZ

Vamos Testar?
1 (CESGRANRIO – BB 2015) Periodicamente, o Banco Central do Brasil determina,
nas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (Copom), o(a):

a) valor máximo do volume de operações de compra e venda de títulos públicos pelo


sistema bancário brasileiro.
b) quantidade de papel moeda e moeda metálica em circulação, dentro dos limites
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
c) valor máximo de todas as formas de crédito no país.
d) valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais financeiros vindo do exterior.
e) taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos.

- 47 -
2 (FCC – BB 2013) O Comitê de Política Monetária (COPOM), instituído pelo Banco
Central do Brasil em 1996 e composto por membros daquela instituição, toma
decisões:
a) sobre a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
b) a respeito dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais.
c) de acordo com a maioria dos participantes nas reuniões periódicas de dois dias.
d) a serem ratificadas pelo Ministro da Fazenda.
e) conforme os votos da Diretoria Colegiada.

3 (CESGRANRIO – BB 2014) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco


Central do Brasil estabelece as ações que definem a política monetária do governo.
O Copom.

a) administra as reservas em divisas internacionais do Brasil

b) determina periodicamente a taxa de juros interbancários de referência, a taxa Selic.

c) é presidido pelo Ministro da Fazenda.

d) impõe limites mínimos de capitalização aos bancos comerciais.

e) impede a entrada de capitais financeiros especulativos no país.

Gabarito

1E 2E 3B

- 48 -
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

(CVM)

Lei 6.385/76

Apenas em 1976, portanto, 12 anos após a criação do SFN, é criada a CVM, uma
autarquia, em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, colegiada,
independente, composta por 5 Diretores, incluindo o presidente, todos indicados pelo
Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Todos com mandato fixo e
estabilidade, mas cuidado, este mandato é de 5 anos, proibida a recondução, ou seja,
a “reeleição”, e a cada ano se renovam em um quinto, ou seja, sai um dos 5 e entra
um novo.

É só lembrar que a CVM adora o número 5! Qualquer coisa diferente de 5 está errada!

 5 diretores

 Mandato de 5 anos

 Renovados a cada ano e 1/5

Suas reuniões ordinárias são semanais, das quais são emitidas Instruções Normativas
de vinculação Nacional.

Responsável por:

Regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o Mercado de Valores Mobiliários do


país. A CVM sempre vai ter suas atribuições ligadas ao termo Valores Mobiliários ou
Mercado de Capitais.

ATENÇÃO!

Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:

I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do


mercado de valores mobiliários;

VI - estabelecer, para fins da política monetária e cambial, condições específicas para


negociação de contratos derivativos, independentemente da natureza do investidor
(Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011)

§ 1o Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do mercado financeiro e de


capitais continuará a ser exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco
Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011), ou seja, TUDO que não for
dado como responsabilidade da CVM será do BACEN.

Para este fim, a CVM exerce as funções de:

Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;

- 49 -
Proteger os titulares de valores mobiliários;

Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;

Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e


sobre as companhias que os tenham emitido;

Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores


mobiliários;

Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

ATENÇÃO!
Estimular a formação de poupança é do BACEN. Mas estimular a formação de
poupança para aplicação em valores mobiliários é da CVM.

Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e


estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias
abertas.

São atribuições da CVM fiscalizar os seguintes valores mobiliários:

- AÇÕES (e suas distribuições públicas)


- DEBÊNTURES (e suas distribuições públicas)
- BONÚS DE SUBSCRIÇÃO (e suas distribuições públicas)
-NOTAS PROMISSORIAS COMERCIAIS (COMMERCIAL PAPERS) (e suas distribuições
públicas)
- DERIVATIVOS (Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de
um ativo subjacente, taxa de referência ou índice).

São atribuições da CVM fiscalizar os seguintes mercados de valores mobiliários:

- FUNDOS DE INVESTIMENTO
- BOLSAS DE VALORES

ATENÇÃO!
Cabe ao CMN disciplinar as atividades das Bolsas de Valores.

- MERCADO DE BALCÃO
ATENÇÃO! Cabe ao CMN estabelecer, para fins da política monetária e cambial,
condições específicas para negociação de contratos de derivativos,
independentemente da natureza do investidor. (Incluído pela Lei nº 12.543, de 2011)

Não são títulos de responsabilidade da CVM

 Títulos Públicos (Federais, Estaduais e Municipais)


 Títulos Cambiais

- 50 -
Pois esses são competência do Banco Central.

 COMPETE AO BACEN fiscalizar o Mercado de Capitais quando de títulos de valores


mobiliários não contemplados pela Lei 6.385/76.

Logo o BACEN fiscaliza tudo o que a CVM não fiscalizar no Mercado de Captais.

Vamos testar?
1 (CESGRANRIO – BB 2015) Admita que um empresário brasileiro, acionista
majoritário de uma empresa em situação pré-falimentar, venha a ser acusado pelos
acionistas minoritários de uso de informação privilegiada e manipulação de preços
das ações negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
(BM&F Bovespa). O órgão responsável pelo eventual julgamento do processo
administrativo contra o empresário é o(a):
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
b) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F Bovespa)
c) Supremo Tribunal Federal (STF)
d) Supremo Tribunal de Justiça (STJ)
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

2 (CESGRANRIO – BB 2015) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão


que regula e fiscaliza o mercado de capitais no Brasil, sendo:
a) subordinada ao Banco Central do Brasil
b) subordinada ao Banco do Brasil
c) subordinada à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)
d) independente do poder público
e) vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda)

3 (cesgranrio – basa 2014) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade


que compõe o sistema financeiro nacional, além de ser uma autarquia vinculada ao
Ministério da Fazenda.
A CVM é responsável por:

a) realizar transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado


livre e aberto.

b) regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários


do país

c) controlar e fiscalizar o mercado de seguro, a previdência privada aberta e a


capitalização.

d) negociar contratos de títulos de capitalização.

e) garantir o poder de compra da moeda nacional.

- 51 -
4 (FCC – Metrô de SP 2014) Alguns dos principais objetivos da Comissão de Valores
Mobiliários são:
I. Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário.
II. Assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e
instituições auxiliares.
III. Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos
pelas sociedades anônimas de capital aberto.
IV. Fiscalizar o mercado interbancário de câmbio e das operações com certificados
de depósito interfinanceiro.
É correto o que consta APENAS em:

a) I e II

b) I e IV

c) II e III

d) II, III e IV

e) I, II e III

5 (cespe – caixa 2014) As bolsas de mercadorias e futuros têm autonomia financeira,


patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela CVM.

Certo errado

Gabarito

1E 2E 3B 4E 5C

- 52 -
CAPITULO 3
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Ótimo, agora sabemos tudo sobre quem normatiza e quem fiscaliza as instituições
financeiras, mas quem são de fato estas instituições financeiras?

Lei 4595/64

Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor,


as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou
acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de
terceiros.

Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às


instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades
referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no


País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou
decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.

Basicamente, uma instituição financeira tem como objetivo a intermediação, dos


recursos de clientes que tem dinheiro sobrando (agentes superavitários), para os
clientes que precisam de dinheiro (agentes deficitários). Ou seja, nada mais é do que
pegar de quem tem sobrando, e emprestar para quem está com falta.

Entretanto, quando a instituição busca captar dinheiro, ela oferece aos seus clientes
uma recompensa para que este cliente aceite assumir os riscos de emprestar dinheiro,
essa recompensa nós chamamos de remuneração por aplicação, e esta operação, para
a instituição, é uma operação PASSIVA.

Já quando o cliente necessita de dinheiro, a instituição financeira busca emprestar o


dinheiro captado, mas cobra do cliente uma taxa de juros, que nada mais é do que o
preço do dinheiro emprestado, mais o seu lucro. Esta operação, para a instituição
financeira, é chamada ATIVA.

Estas atividades realizadas pelas Instituições Financeiras levam ao desenvolvimento


dos produtos financeiros ou bancários, que estudaremos mais à frente.

FORMAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS

Muitas pessoas se perguntam: como um banco determina uma taxa de juros?

Para estabelecer uma taxa de juros, os bancos seguem o mesmo raciocínio de


um vendedor de qualquer produto ou serviço. Para estabelecer esta taxa o
banco busca saber a quantidade de demanda pelo produto financeiro, bem como
os custos para vendê-lo e a sua margem de lucro.

- 53 -
Para se construir esta taxa os bancos levam em consideração:

1. Custo da captação do dinheiro (valor que irá ser pago ao cliente que deposita
os recursos no banco).

2. Custos administrativos do banco como: salários, impostos, água, luz,


telefone, despesas judiciais, etc.

3. Custos com recolhimento compulsório, pois os valores que ficam retidos no


banco central, mesmo sendo remunerados, não tem o mesmo ganho que
teriam se estivessem sendo emprestados aos clientes.

4. Inadimplência do produto, uma vez que quanto maior for a inadimplência,


maior será o risco de prejuízo, e este prejuízo é repassado aos clientes com
aumentos de taxas e tarifas.

5. Margem de lucro desejada.

Quando os bancos avaliam as taxas de juros cobradas, levam em consideração


uma equação matemática simples: Receita de Crédito – Custo da Captação.

Esta equação mostra o lucro bruto da liberação dos créditos, uma vez que
apenas deduziu o custo da captação, e como vimos ali em cima, este não é o
único custo que o banco possui.

O resultado desta equação chama-se SPREAD. Este termo nada mais é do que a
diferença entre a receita das taxas de juros que o banco recebe, e as despesas
que o banco tem para captar os recursos que serão emprestados.

ATENÇÃO!

Este spread não pode ser confundido com lucro do banco, pois se considerarmos
que o spread é o lucro, estamos afirmando que a única despesa que o banco
possui é o custo de captação, o que não é verdade!

O spread bancário funciona como um lucro bruto, do qual ainda serão deduzidas
as despesas administrativas, as provisões de devedores duvidosos
(inadimplência) e despesas gerais, ficando o que sobrar depois destas deduções
o real lucro do banco.

- 54 -
Taxa de Juros do Mercado x Taxa Selic

A taxa de juros chamada SELIC, que é a taxa que remunera os títulos públicos e
que falaremos bastante ainda no decorrer da matéria, serve como balizadora das
taxas de juros cobradas pelos bancos, ou seja, se a taxa de juros Selic subir, as
taxas de juros dos bancos sobrem também, e vice-versa.

Com isso temos a formação das taxas de juros, onde os bancos levam em
consideração:

1. Custos administrativos (salários, inadimplência, indenizações, etc.0

2. Custo da captação (pago aos poupadores)

3. Tendência da taxa SELIC (determinada pelo governo)

Desta forma temos a taxa de juros de uma instituição financeira, que será
cobrada em muitas operações de crédito.

Mais à frente entenderemos como o governo determina esta taxa Selic e como
ela influência de forma abrangente a formação das taxas de juros.

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS FEDERAIS

Caixas Econômicas

A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12
de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-
se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica
distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a
programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho,
transportes urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor,
financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial
e caução de títulos, bem como tem o monopólio do empréstimo sob penhor de bens
pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria
federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos
oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação
(SFH).

BANCO DO BRASIL S/A

O BB é uma S/A, Múltipla, Pública, de capital aberto, onde o Governo Federal é o


acionista majoritário, portanto é uma Sociedade de Economia Mista, onde existe
capital público e privado, juntos.

É o principal executor da política oficial de crédito rural.

- 55 -
Tem algumas funções atípicas, pois ainda é um grande parceiro do Governo Federal,
são elas:

 Executar e administrar os serviços da câmara de compensação de cheques e outros


papéis.
 Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da
União.
 Aquisição e financiamento dos estoques de produção exportável.
 Agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do País.
 Operador dos fundos setoriais, como Pesca e Reflorestamento.
 Captação de depósitos de poupança, com direcionamento para o crédito rural, e
operacionalização do FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste.
 Execução dos preços mínimos dos produtos agropastoris.
 Execução dos serviços da dívida pública consolidada.
 Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e,
por conta do BACEN, nas condições estabelecidas pelo CMN.
 Arrecadação dos tributos e rendas federais, a critério do Tesouro Nacional.
 Executor dos serviços bancários para o Governo Federal, e suas autarquias, bem
como de todo os Ministérios e órgãos acessórios.

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Criado em 1952 como autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa pública
federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei
5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo:

 Apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.

Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos


competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a
comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como
para o incremento das exportações brasileiras. Contribui, também, para o
fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do
mercado de capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacionais
através da subscrição de ações e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de
fundamental importância, na execução de sua política de apoio, a observância de
princípios ético-ambientais e assume o compromisso com os princípios do
desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES
atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor,
estabelecidas no país. A parceria com instituições financeiras, com agências
estabelecidas em todo o país, permite a disseminação do crédito, possibilitando um
maior acesso aos recursos do BNDES.

- 56 -
O Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB)

É uma instituição financeira múltipla criada pela Lei Federal nº 1649, de


19.07.1952, e organizada sob a forma de sociedade de economia mista, de capital
aberto, tendo mais de 90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. É
composto por 7 Diretores, sendo um deles o Presidente, e um dos 7 será um
funcionário do Banco, em exercício ou aposentado. Com sede na cidade de
Fortaleza, Estado do Ceará, Centro Administrativo Getulio Vargas inaugurado em
1984, o Banco atua em cerca de 2 mil municípios, abrangendo os nove Estados da
Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o norte de Minas Gerais (incluindo os
Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo.

Maior instituição da América Latina voltada para o desenvolvimento regional, o


BNB opera como órgão executor de políticas públicas, cabendo-lhe a
operacionalização de programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) e a administração do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de recursos operacionalizada
pela Empresa, além do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), fundo este
introduzido em 1994. Além dos recursos federais, o Banco tem acesso a outras
fontes de financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e
alianças com instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições
multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID).

O BNB é responsável pelo maior programa de microcrédito da América do Sul e o


segundo da América Latina, o CREDIAMIGO, por meio do qual o Banco já
emprestou mais de R$ 3,5 bilhões a microempreendedores. O BNB também opera
o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur/NE), criado
para estruturar o turismo da Região com recursos da ordem de US$ 800 milhões.

São clientes do Banco os agentes econômicos e institucionais e as pessoas físicas.


Os agentes econômicos compreendem as empresas (micro, pequena, média e
grande empresa), as associações e cooperativas. Os agentes institucionais
englobam as entidades governamentais (federal, estadual e municipal) e não
governamentais. As pessoas físicas compreendem os produtores rurais (agricultor
familiar, mini, pequeno, médio e grande produtor) e o empreendedor informal.

O BNB exerce trabalho de atração de investimentos, apoia a realização de estudos


e pesquisas com recursos não reembolsáveis e estrutura o desenvolvimento por
meio de projetos de grande impacto. Mais que um agente de intermediação
financeira, o BNB se propõe a prestar atendimento integrado a quem decide
investir em sua área de atuação, disponibilizando uma base de conhecimentos
sobre o Nordeste e as melhores oportunidades de investimento na Região.

- 57 -
AS TRÊS PRINCIPAIS OPERAÇÕES PASSAIVAS DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

1) Depósitos à vista ou depósitos em conta corrente ou depósitos a Custo Zero:

São a captação de recursos junto ao público em geral, pessoas físicas e jurídicas. Os


depósitos à vista têm como características não ser remunerados e permanecem no
banco por prazo indeterminado, sendo livres as suas movimentações.

Para o banco, geram fundos (funding) para lastrear operações de créditos de curto
prazo, porém, uma parte deve ser recolhida ao BACEN, como depósito compulsório,
servindo portando como instrumento de política monetária. Outra parte destina-se ao
crédito contingenciado, conforme parâmetros definidos pelo CMN, e o restante são os
recursos livres para aplicações, pelo banco.
A movimentação das contas correntes, cujos recursos são de livre movimentação pelos
seus titulares, são movimentadas por meio de depósitos, cheques, ordens de
pagamento, documentos de créditos (DOC), transferências eletrônicas disponíveis
(TED) e outros.

A abertura e movimentação de contas correntes são normatizadas pelo CMN, por meio
das Resoluções n. 2025 e 2.747 e dispositivos complementares.

De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco, que recebe o dinheiro e autentica a
ficha de depósito, que vale como prova de que foi feito o depósito e que o cliente
entregou tal dinheiro ao Banco.

As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo cliente ou por funcionário do


Banco, constando, especificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sendo que
uma das vias da ficha será entregue ao cliente e a outra será o documento contábil do
caixa.

O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente, como em cheques, que serão
resgatados pelo Banco depositário junto ao serviço de compensação de cheques, ou
pelo serviço de cobrança.

Os depósitos em dinheiro produzem o imediato crédito na conta corrente em que foi


depositado, mas os depósitos em cheque só terão o crédito liberado após seu resgate.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

É importante mencionar que o deposito a vista é uma das principais formas


que as Instituições Financeiras têm de criar MOEDA ESCRITURAL, ou seja,
moedas que são dados em um computador, ou seja, não existem de fato.
Logo, só os captadores de deposito a vista criam moeda escritural!

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2) Depósito a Prazo ou depósito a prazo fixo:
São depósitos em que o cliente dá ao banco um prazo para sacar o dinheiro, ou seja, o
cliente não poderá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso o banco fica mais seguro
para emprestar esse dinheiro captado, portanto, paga uma remuneração, em forma de
taxa de juros, pelo prazo que o dinheiro permanecer aplicado.
Com esses valores o banco empresta-os para os deficitários e nesta ponta realiza uma
operação ATIVA, pois está em posição superior, uma vez que o cliente agora deverá
devolver o dinheiro ao banco.

Cuidado!
Se sua prova pedir para você definir se tal operação é ativa ou passiva, atente para
um referencial que a questão estiver indicando, caso contrário, poderá se confundir.
Nosso referencial acima foi o BANCO.

Os depósitos a prazo mais comuns são o CDB e o RDB.


O CDB e o RDB nada mais são do que, como vimos acima, o cliente superavitário
emprestando dinheiro ao banco, para que este empreste dinheiro aos deficitários.

O CDB – Certificado de Depósito Bancário é materializado quando o cliente faz um


deposito, em um banco comercial e o banco entrega um certificado de que o cliente
depositou aquele dinheiro, e pagará uma remuneração em forma de taxa de juros,
geralmente atrelada a outro certificado de depósito, chamado CDI – Certificado de
Depósito Interfinanceiro.
A vantagem deste papel é que pode ser “passado para frente”, ou seja, pode ser
endossado (para quem nunca viu este termo, nada mais é do que poder passar para
frente).
O CDB possui duas modalidades: Pré-fixado, quando determinamos a remuneração do
cliente no momento da contratação; Pós-fixado quando a remuneração do cliente está
atrelada a um índice futuro.
Na modalidade pós-fixada, há uma submodalidade chamada FLUTUANTE, esta
modalidade permite que a remuneração varie todo dia, ou seja, o cliente será
remunerado por período que deixar o dinheiro aplicado. Neste caso dizemos que o
CDB possui liquidez diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é possível resgatar
os valores obtendo juros proporcionais ao período aplicado.
O RDB – Recibo de Depósito Bancário é materializado quando o cliente faz uma
entrega de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta não pode emitir um
certificado, pois não capta em contas correntes. Então a instituição emite apenas um
recibo, um simples recibo, que diz: “este cliente deixou comigo um valor e eu
remunerarei por uma taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
O problema deste papel é que, por não ser um certificado, e sim apenas um recibo,
não pode ser passado para frente, ou seja, não pode ser endossado.
São essas instituições as Sociedades de Crédito e as Cooperativas de Crédito, pois só
podem captar deposito a prazo SEM emissão de CERTIFICADO, ou seja, apenas RDB.

- 59 -
O RDB possui duas modalidades: Pré-fixado e Pós-fixado, entretanto o RDB não possui
liquidez diária, visto que não pode ser resgatado, sob hipótese alguma, enquanto não
acabar o prazo acordado com a instituição financeira.

3) Caderneta de Poupança:
As instituições financeiras captadoras de poupança são geralmente as que aplicam em
financiamento habitacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado na poupança e
emprestam boa parte do valor em financiamentos habitacionais. Entretanto existem as
poupanças rurais que são captadas pelos bancos comerciais, para empréstimos no
setor rural.

As instituições que captam poupança no País são: Sociedades de Crédito Imobiliário


(SCI), Associações de Poupança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econômica Federal (CEF),
além de outras instituições que queiram captar, mas deverão assumir o compromisso
de emprestar parte dos recursos em financiamentos habitacionais.
A caderneta de poupança constitui um instrumento de aplicação de recursos muito
antigo, que visa, entre outras coisas, a aplicação com uma rentabilidade razoável para
o cliente. Esta rentabilidade é composta por duas parcelas sendo uma básica e a
outra variável.
A parcela Básica chamamos de TR ou Taxa de referência, que nada mais é do que a
média diária dos CDBs dos maiores bancos do país. Já a parcela Variável é a
remuneração ADICIONAL, que pode ser de 0,5% ao mês ou 6,17% ao ano; ou 70% da
Meta da taxa Selic.

Atenção!

Para que o dinheiro da poupança tenha rendimento, é necessário que o mesmo


permaneça por ao menos 28 dias na conta, caso contrário não terá rentabilidade. Os
depósitos feitos nos dias 29, 30 e 31 de cada mês serão considerados como sendo
feitos no dia 1 do mês seguinte. A remuneração incidirá sobre o menor saldo de cada
ciclo de 28 dias. Estes ciclos eu chamo de aniversários, ou seja, quando a poupança
fizer aniversário, você é quem ganha o presente, os jurinhos!

Estes ciclos são diferentes para as Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas:

- 60 -
 Para PF e entidades sem fins lucrativos, o rendimento é creditado
MENSALMENTE.

 Para as demais PJ, esses juros são creditados TRIMESTRALMENTE. Além disso, as
pessoas jurídicas pagam imposto sobre os rendimentos auferidos sob alíquota de
22,5% sobre o rendimento nominal.

Vamos testar?
1 (CESGRANRIO – BASA 2014) A caderneta de poupança é um dos investimentos
mais populares do Brasil, principalmente por ser um investimento de baixo risco.
A poupança é regulada pelo Banco Central, e, atualmente, com a meta da taxa Selic
superior a 8,5%, sua remuneração é de :
a) 0,3% ao mês, mais a variação do CDB
b) IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), mais TR (Taxa Referencial)
c) TR (Taxa Referencial), mais 0,5% ao mês
d) 0,5% ao mês
e) 6% ao ano

2 (FCC – BB 2010) Os depósitos a prazo feitos pelo cliente em bancos comerciais e


representados por RDB:
a) são aplicações financeiras isentas de risco de crédito.
b) oferecem liquidez diária após carência de 30 dias.
c) são títulos de crédito.
d) são recibos inegociáveis e intransferíveis.
e) contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito - FGC até R$ 20.000,00.
3 (FCC – BB 2011) (Atualizada pelo Professor) O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social- BNDES financia investimentos de empresas por meio do Cartão
BNDES, observando que:
a) uma empresa pode ter até 4 cartões de bancos emissores diferentes e somar seus
limites em uma única transação.
b) o faturamento bruto anual deve ser superior a R$ 90 milhões.
c) o limite de crédito mínimo deve ser de R$ 1 milhão por cartão, por banco emissor.
d) o prazo máximo de parcelamento deve ser de 36 meses.
e) as taxas de juros sejam pré-fixadas.
4 (CESGRANRIO – BNDES 2011) O BNDES é uma empresa que:
a) tem sede no Rio de Janeiro e foro em Brasília, Distrito Federal.
b) tem atuação limitada ao território nacional.
c) exerce suas atividades visando a estimular a iniciativa privada.
d) está sujeita à supervisão do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
e) é autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público e patrimônio
próprio.

Gabarito

1C 2D 3E 4D

- 61 -
Mercado de Crédito – OPERAÇÕES ATIVAS
Crédito é um conceito presente no dia-a-dia das pessoas e empresas, mais do que
possamos imaginar a princípio. Todos nós estamos continuamente às voltas com o
dilema de uma equação simples: a constante combinação de nossos recursos finitos
com o conjunto de nossas imaginações e necessidades infinitas, gerando desta forma
a procura por Crédito.

Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é um assunto de extrema


importância para o concessor de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam na
hora da decisão de emprestar ou não, funcionando como orientadores da concessão.

E como a literatura técnica define CRÉDITO?

“CRÉDITO é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder,


TEMPORARIAMENTE, parte do seu PATRIMÔNIO a um terceiro, com a EXPECTATIVA de
que esta parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido o TEMPO
ESTIPULADO.”(Wolfgang Kurt Schrickel)

Em outras palavras: "crédito é a expectativa gerada através da disponibilidade de


uma quantia em dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de tempo
limitado".

Para uma instituição financeira, a palavra crédito é sinônima de confiança. A atividade


bancária fundamenta-se nesse princípio, que envolve a instituição propriamente dita,
seu universo de clientes, empregados e o público em geral. Afinal, confiança é um
sentimento, uma convicção que se constrói ao longo do tempo, através de
acontecimentos e experiências reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade
de propósitos, cumprimento de regulamentos e compromissos assumidos.

O banco, no exercício da sua função principal, que é a de intermediar recursos de


terceiros, promover a captação de riquezas e poupanças, apóia-se nos princípios da
segurança e confiança para consolidação de um relacionamento construtivo.

São 3 os elementos fundamentais do crédito, sendo eles:


 Montante;
 Prazo;
 Prêmio ou Juros;

MONTANTE (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a instituição vai liberar para você).

É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que irá receber emprestado para


a satisfação das suas necessidades que, posteriormente, terá que devolver à Entidade
Financiadora, o banco.
No entanto, são as necessidades ou finalidades que determinam o montante do
crédito, pois, não é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado para comprar
um carro.

- 62 -
É igualmente aceitável que o risco que a Entidade Financeira está disposta a correr
pela concessão de determinado montante seja condicionado a um colateral ou
garantia que lhe proporcionará a segurança ou conforto para disponibilização desse
montante.
Assim sendo, o montante, de grosso modo, está condicionado pela finalidade, risco e
garantias associadas.

PRAZO (é o tempo para devolver o dinheiro ao banco)

Período no qual o montante terá que ser restituído à Entidade Financeira, este varia
de acordo com as preferências e necessidades subjacentes ao pedido de crédito.
A título de exemplo, não é considerado correto, proporcionar um crédito para comprar
carro com um prazo demasiado alargado, pois se considera que o prazo de 4 a 6 anos é
um período aceitável para este tipo de crédito.

De igual modo, a garantia do crédito surge novamente como variável determinante


na definição do prazo do empréstimo, pois, se oferece como colateral o penhor de um
depósito a prazo, então poderá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior
flexibilidade.
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e relaciona-se com a finalidade do crédito
e a garantia associada.

PRÊMIO OU JUROS (é o famoso pagamento que você dá a instituição para ela te


emprestar o dinheiro)

Surge como compensação pela antecipação do montante necessário para a satisfação


das necessidades de consumo ou bem-estar.
Do ponto de vista das Entidades Financiadoras ou Bancos é considerado o lucro, ou a
variável que carrega a parte dos lucros.

Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variável sendo que a primeira permite
maiores níveis de segurança para o consumidor, pois permite saber antecipadamente
o valor de todos os reembolsos. Já a segunda reflete a evolução do mercado, sendo
que, o consumidor terá ganhos, se a variação for para menos e terá gastos adicionais
se a variação for para mais.

De igual modo, a finalidade e garantia associada ao pedido de crédito define o prêmio


ou juros que terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao consumo ou crédito
de consumo, como os cartões de crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de
juro que os créditos hipotecários para compra de casa, denominados créditos
habitacionais.

Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como as variáveis determinantes do valor


do dinheiro no tempo, pois permite atualizar e compensar as Entidades financiadoras
do custo em conceder o crédito em detrimento de outras opções de investimento.
O prêmio ou juros está igualmente condicionado à finalidade e garantia da operação,
pois este será tão elevado quanto menor a importância da necessidade, menor o valor
da garantia ou maior nível de risco da operação.

- 63 -
FINALIZANDO

É da conjugação destes três elementos que surge a prestação do crédito, pois esta é a
junção do capital, prazo e os juros.

A prestação terá maior ou menor valor a depender da taxa de juros e o tempo do


empréstimo, mantendo-se o capital constante.
Em outras palavras, o reembolso do montante financiado pode ser efetuado mediante
o pagamento de prestações que serão determinadas em função do tempo e do prazo.
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-fundamentais-do-credito-3840068.html

Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois


elementos fundamentais:

a. A vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas


contratuais estabelecidas;
b. A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja, de pagar.

A vontade de pagar pode ser colocada sob o título Caráter, enquanto que habilidade
para pagar pode ser nominada tanto como Capacidade, quanto como Capital e
Condições.

Considerando que "o risco de crédito cresceu em progressão geométrica nos anos 90,
em face das dramáticas alterações econômicas, políticas e tecnológicas em todo o
mundo", as instituições financeiras e as empresas que praticam o crédito vêm
utilizando-se dos conceitos dos "Cs" do Crédito, para desenvolverem seus sistemas de
análise de crédito e de gestão de risco de crédito.

Os "Cs" do crédito são utilizados para:

1) o estabelecimento da política de crédito

2) a organização dos departamentos de crédito

3) a estruturação dos sistemas de avaliação de riscos

4) a normatização da área de crédito.

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Os 6 C do Crédito

Caráter

Colateral Capacidade

Conglomerado Condições

Capital

CARÁTER

É o mais importante e decisivo parâmetro na concessão de crédito,


independentemente do valor da transação. O caráter refere-se à intenção de pagar.

O que observar?

O levantamento da performance do tomador de crédito obtida em experiências


anteriores com bancos, com outras empresas, com fornecedores e clientes, nos
seguintes aspectos:

 Identificação
 Pontualidade
 Existência de Restrições
 Experiências em Negócios
 Atuação na Praça

Desabono do Caráter
 Impontualidade
 Protestos
 Concordata
 Falência
 Ações judiciais de busca e apreensão

Para a análise dos desabonos, é sempre importante verificar a procedência


daocorrência.

Falhas e negligências quanto da avaliação do Caráter do tomador de empréstimos


conduzem, inevitavelmente, a surpresas inabsorvíveis pelo emprestador. O caráter é o
“C” insubstituível e nunca negligenciável. Se o caráter for inaceitável, por certo todos
os demais “C” também estarão potencialmente comprometidos por questão de
credibilidade.

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O levantamento das boas ou más qualidades de uma pessoa começa na identificação
de pontos fortes e fracos obtidos em experiências anteriores com bancos, com outras
empresas, com fornecedores e clientes.

Os pontos fracos do Caráter são chamados de desabonos, sendo a impontualidade,


protestos, concordata, falência e ações judiciais de busca e apreensão os pontos mais
frequentes nas avaliações dos emprestadores.

Deve-se ressaltar que somente a pontualidade, por si só, não determina o conceito de
Caráter do cliente. Há empresas que pagam suas dívidas em atraso, não em função do
caráter, mas de dificuldades financeiras. Há outras situações em que a empresa não
tem a intenção de pagar, porém a continuidade de seu negócio depende do
cumprimento de suas obrigações para continuar recebendo crédito e subsistindo em
suas atividades.

CAPACIDADE

O Caráter e a Capacidade são dois atributos que se misturam ou confundem a partir


do momento em que se depara com uma situação do tipo "quero pagar, mas não
posso”. No que diz respeito à caráter, é inquestionável a vontade e disposição para
pagar, porém, essa vontade não se concretiza quando há incapacidade para fazê-lo.

Deve-se observar os itens:

1 Decisões Estratégicas da Empresa;

2 Estrutura Organizacional da Empresa;

3 Capacitação dos Dirigentes e Tempo de Atividade.

CONDIÇÕES OU CONJUNTURA ECONÔMICA

O "C" Condições envolve fatores externos à empresa. Integra o macroambiente em


que ela atua e foge ao seu controle. Medidas de política econômica, fenômenos
naturais e imprevisíveis, riscos de mercado e fatores de competitividade são os
principais aspectos que moldam a análise deste aspecto de risco de crédito.

Quatro são os quesitos avaliados para apurar os riscos ligados ao "C" Condições:

Ambiente macroeconômico (geral) e setorial (especifico da empresa)


Ambiente competitivo
Dependência do Governo
Informações sobre o mercado e os produtos

CAPITAL

Refere-se à situação econômica e financeira da empresa, no que diz respeito aos bens
e recursos disponíveis para saldar débitos.

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CONGLOMERADO

O “C” Conglomerado refere-se à análise não apenas de uma empresa específica que
esteja pleiteando crédito, mas também ao exame do conjunto, do conglomerado de
empresas no qual a pleiteante de crédito esteja contida.

Não basta conhecer a situação de uma empresa, é preciso que se conheça também
suas empresas coligadas ou controladoras para se formar um conceito sobre a solidez
do conjunto. Muitas vezes, o pedido de um empréstimo de uma empresa com boa
situação financeira, será transferido para outras empresas em situação financeira
precária ou até mesmo em fase falimentar.

COLATERAL

Trata-se do sexto "C" do crédito, referindo-se à garantia do empréstimo, ou seja, o


que pode ser oferecido

por um tomador como um meio de compensar as fraquezas com relação aos outros
"Cs".

Deve-se ter em mente que a garantia não deve justificar a concessão de um


empréstimo.

RISCOS DA ATIVIDADE BANCÁRIA

Além dos “Cs” do crédito, as instituições financeiras e demais operadores do mercado


financeiro devem ficar atentos aos principais riscos envolvidos na atividade, pois
alguns podem ser decisivos para a realização ou não de uma operação. Os principais
riscos da atividade bancária são:

Risco de mercado é o risco de que mudanças nos preços e nas taxas no mercado
financeiro reduzam o valor das posições de um título ou de uma carteira. Com base em
um índice ou carteira benchmark, de acordo, os riscos de mercado de um fundo
normalmente são medidos. É O Risco da desvalorização de um ativo ou de uma
empresa.
Por exemplo: Uma empresa vende ações, e estas ações tem um preço no mercado.
Mas se de repente esta empresa começa a ter problemas em sua imagem, as ações
começam a cair de preço. Isto é risco de mercado, pois há o risco do mercado diminuir
o valor daquela ação.
Risco crédito é definido como sendo “risco de que uma mudança na quantidade do
crédito de uma contraparte afetará o valor da posição de um banco”. Neste tipo de
risco, pode-se enquadrá-lo a um fato quando uma contraparte não quer ou não pode
cumprir com suas obrigações contratuais ou quanto que a contraparte sofre um
rebaixamento por parte de uma agência classificadora.
O risco de liquidez compreende tanto risco de financiamento de liquidez quanto risco
de liquidez relacionado às negociações. Risco de financiamento de liquidez se relaciona
à capacidade de uma instituição financeira de levantar o caixa necessário para rolar
sua dívida, para atender exigências de caixa, margem e garantias das contrapartes e
(no caso de fundos) de satisfazer retiradas de capital. O Risco de Liquidez relacionado
às negociações é o risco de que uma instituição não seja capaz de executar uma

- 67 -
transação ao preço prevalecente de mercado porque não há, temporariamente,
qualquer apetite pelo negócio “do outro lado” do mercado.
Exemplo: Eu comprei um apartamento por 120 mil, mas em 1 ano ele vale 300 mil,
entretanto não tenho para quem vender, pois os possíveis compradores não têm
capacidade financeira para comprar à vista, ou financiar o imóvel. Tenho um bem, mas
não tem quem queira ou tenha dinheiro para comprar.
O Risco Operacional, por sua vez, “se refere às perdas potenciais resultantes de
sistemas inadequados, falha da gerência, controles defeituosos, fraude e erro
humano". Relacionado ao risco operacional, existem vários casos de falhas
operacionais relacionadas a uso de derivativos, caracterizadas por transações
alavancadas, ao contrário das transações à vista. Um negociante pode fazer
comprometimentos muito grandes em nome da instituição financeira, gerando
exposições futuras enormes, utilizando pequeno volume de dinheiro.
O Risco Sistêmico é o risco do colapso do sistema financeiro, ou do colapso de pelo
menos uma parte importante do sistema financeiro e não apenas de uma ou duas
instituições financeiras, com implicações negativas significativas para a economia do
país. A globalização aumentou a importância do risco sistêmico porque veio alargar o
conjunto de fatores que podem dar origem ao risco sistêmico; este risco passou a
poder resultar não só de problemas internos ao país mas também de acontecimentos
vindos do exterior, como assistimos nos últimos anos com a crise do subprime ou a
crise da divida soberana.

As agências de rating têm um papel importante no sistema financeiro porque a


informação que produzem tem um uso generalizado, influenciando as decisões de um
vasto conjunto de agentes econômicos e empresas que atuam no sistema financeiro. A
crescente prática de desenvolver regulamentações que dependem dos ratings de
crédito veio dar ainda mais importância às agências de rating.

Principais variáveis em relação ao risco do crédito

I - em relação ao devedor e seus garantidores:

a. situação econômico-financeira;
b. grau de endividamento;
c. capacidade de geração de resultados;
d. fluxo de caixa;
e. administração e qualidade de controles;
f. pontualidade e atrasos nos pagamentos;
g. contingências;
h. setor de atividade econômica;
i. limite de crédito.

II - em relação à operação:

a. natureza e finalidade da transação;


b. características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez;
c. valor

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Principais modalidades de Crédito

Para nossa prova consideramos mercado de crédito TUDO relacionado a crédito,


entretanto vamos salientar os tipos que nossa banca mais gosta de cobrar. Lembrando
que quando uma instituição financeira está liberando recursos, ela se encontra na
posição ATIVA, ou seja, está liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário
deverá devolver o recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros pactuada entre
as partes. As principais operações ATIVAS são:

 Financiamentos para Capital de Giro

São linhas de crédito geralmente solicitadas por empresas ou microempreendedores


para solucionar problemas eventuais de fluxo de caixa ou para compra de matéria
prima e produtos acabados para revenda imediata. Vinculada a um contrato específico
que fale sobre os prazos, taxas, valores e garantias necessárias e que atendem as
necessidades das empresas.

Geralmente seu prazo é de até 180 dias, ou seja, um empréstimo de curto prazo.

Podem ser garantias as duplicatas, notas promissórias, cheques pré-datados. Podendo


admitir também garantias reais e até mesmo fidejussórias como aval e fiança. Não se
preocupa em entender essas garantias agora não, a gente vai falar delas mais a frente.

 O CDC – Crédito Direto ao Consumidor

Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas,
como: Automático, Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debitado do
contracheque) e o CDC para bens de consumo duráveis: carros, motos, etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo sem garantias.

Obs.: Existe ainda o CDC-I (Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é
realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do cliente na operação, ou seja, o
banco fornece crédito ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da operação
junto ao banco, para que este libere o recurso parcelado ao cliente.

 HOT MONEY

Inicialmente uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade. Trazido
para o Brasil, ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias.
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa.
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de juros por ter como principal característica
o curso prazo.

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 Vendor Finance
É uma operação de financiamento de vendas baseadas no princípio da cessão de
crédito, que permite a uma empresa vender seu produto a prazo e receber o
pagamento à vista.

A operação de Vendor supõe que a empresa compradora seja cliente tradicional da


vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco.

A empresa vendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma taxa
de intermediação, paga o vendedor à vista e financia o comprador.

A principal vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é


financiada diretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos,
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de fabricação, torna-se menor.

É uma modalidade de financiamento de vendas para empresas na qual quem contrata


o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador. Assim, as
empresas vendedoras deixam de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma
param de recorrer aos empréstimos de capital de giro nos bancos ou aos seus recursos
próprios para não se descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa.

Como em todas as operações de crédito, ocorre a incidência do IOF, sobre o valor do


financiamento, que é calculado proporcionalmente ao período do financiamento.

A operação é formalizada com a assinatura de um convênio, com direito de regresso


entre o banco e a empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato de Abertura de
Crédito entre as três partes (empresa vendedora, banco e empresa compradora).

 Compror Finance
Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando
pequenas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o
vendedor (indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona
como tal.

Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de


compra sem envolver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funciona como
“lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data futura pré
combinada, acrescido de juros e IOF, sem incidência imediata da CPMF no
empréstimo. Como o Vendor, este produto também exige um contrato mãe definido
as condições básicas da operação que será efetivada quando do envio ao banco dos
contratos-filhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.

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 Adiantamentos ou Descontos

Consistem basicamente em adiantar ao cliente ou credor, um valor referente a um


crédito que este receberá somente em uma data futura. Logo, aquele crédito já
contará no caixa do cliente ou da empresa. O banco, por não ser mãe do cliente, cobra
uma taxa de juros, que DIMUNUI do valor de face do título, ou valor nominal.

Exemplo: Um cliente possui um título, que tem valor de face, valor escrito, de R$
1.000,00. De posse desse título o cliente vai até o banco e solicita ao banco que
adiante a ele o valor referente àquele título. O banco cobra uma taxa de juros que
diminui do valor de face do título um determinado valor, exemplo: o banco irá cobrar
R$ 200,00 pela antecipação.

Logo, o banco faz o crédito na conta do cliente no valor de R$ 800,00. O banco fica
com a custódia do papel, e quando o devedor pagar o título, o banco ficará com o valor
de R$ 1.000,00. Lucrando, assim, R$ 200,00 na operação.

Esses títulos podem ser boleto, cartões de crédito, CHEQUES PRÉ-DATADOS,


DUPLICATAS E NOTAS PROMISSORIAS.

Quando falamos de desconto de DUPLICATAS, CHEQUES OU NOTAS PROMISSÓRIAS,


temos alguns detalhes:

Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o banco tem direito de regresso contra
o credor, ou cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai atrás do cliente
(credor), para que este efetue o pagamento ao banco.

 Financiamentos para Capital de Giro

As linhas de crédito para capital de giro são basicamente voltadas para problemas de
fluxo de caixa ou para compra de matéria prima e produtos acabados para revenda
imediata. Vinculada a um contrato específico que fale sobre os prazos, taxas, valores e
garantias necessárias e que atendem as necessidades das empresas.

Geralmente seu prazo é de até 180 dias, ou seja, um empréstimo de curto prazo.

Podem ser garantias as duplicatas, notas promissórias, cheques pré-datados ou aval.

 Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal produto das Sociedades de


Arrendamento Mercantil (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na legislação
brasileira como “arrendamento mercantil”. As partes desse contrato são denominadas
“arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade
de arrendamento mercantil, o arrendador, e, de outro, o cliente, o arrendatário.
O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo
arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem,
sendo que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário.
Residindo ai a principal vantagem do leasing, pois o arrendatário, ou seja o cliente que
irá usar o bem, o utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o que em um
financiamento comum não será possível, pois o cliente estaria comprando o bem e não

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apenas alugando. Desta forma o Leasing é um serviço e por isso não incide sobre suas
operações o IOF, mas sim o Imposto Sobre Serviço, o ISS.

Bem objeto do leasing

Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário

Deve leiloar o bem


após o fim do contrato Pode optar por ficar
caso o cliente não o com o bem no final
adquira no final

O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo


arrendatário, do bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no
momento da contratação.
Caso o cliente deseje almeje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o
Valor Residual Garantido (VRG) que nada mais é do que um valor de mercado do bem.
Este VRG pode ser diluído nas parcelas do aluguel durante todo o contrato se assim for
pactuado.

Duas das principais vantagens do Leasing são:


1) A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata.
2) A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como
despesa operacional as parcelas do Leasing.

Como nos empréstimos normais é possível quitar o leasing antes do prazo definido
no contrato?

Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e
na regulamentação (artigo 8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de
1996), o contrato não perde as características de arrendamento mercantil. Entretanto,
caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua
caracterização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada
como de compra e venda a prazo (artigo 10 do citado Regulamento).

Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que
essa descaracterização pode acarretar.

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Quadro resumo

Leasing financeiro Leasing operacional


Prazo mínimo de duração 2 anos para bens com vida útil < 5 anos
90 dias
do leasing 3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor residual garantido -
Permitido Não permitido
VRG*
Pactuada no início do contrato,
Opção de compra Conforme valor de mercado
normalmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo VRG,
O somatório de todos os
deverá garantir à arrendadora o retorno
pagamentos devidos no contrato
Pagamentos financeiro da aplicação, incluindo juros
não poderá exceder 90% do
sobre o recurso empregado para a
valor do bem arrendado
aquisição do bem
* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)

OBS1: Os bens que podem ser arrendados são moveis ou imóveis, nacionais ou
estrangeiros. Para os estrangeiros é necessário que estes estejam em uma lista
elaborada pelo CMN.

OBS 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o
dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo
contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem para o vendedor, entretanto
esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.

OBS3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser


arrendados ao próprio fabricante do bem, ou seja, por exemplo: A EMBRAER que
fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.

Dentro das principais operações de crédito temos os Créditos Rotativos

Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode
reutilizar o valor liberado pelo banco sempre que liquidar a operação anterior.

 Conta Garantida

Crédito voltado também para PJ.


Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco ao cliente e uma conta de não
livre movimentação, onde o mesmo só pode movimentá-la por cheque.
Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso o cliente não tenha fundos na sua
conta corrente, esta conta cobre a emissão de cheques, desde que haja aviso prévio do
saque.

 Cheque Especial

Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF


ou PJ que não tenham saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis

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para o cliente movimentá-los com seus cheques, cartões, TED e DOC. Os juros são
mensais e não há necessidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando o
cliente pagar os juros e IOF do período.

 Cartão de Crédito

Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com
o cartão e pode pagar de uma só vez ou parcelado.
Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode ser
reutilizado.

As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras


estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e
pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos artigos 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964.
Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de
instituição financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.

Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que
instituições não financeiras que operam recebendo e processando os pagamentos dos
cartões dos clientes. Estas instituições se submetem a regulamentação do CMN e do
BACEN.

Tipos de instituição de pagamento

Gerencia conta de pagamento do tipo pré- Exemplo: emissores dos cartões de


Emissor de moeda
paga, na qual os recursos devem ser vale-refeição e cartões pré-pagos em
eletrônica
depositados previamente. moeda nacional.

Exemplo: instituições não financeiras


Emissor de Gerencia conta de pagamento do tipo pós-
emissoras de cartão de crédito (o cartão
instrumento de paga, na qual os recursos são depositados
de crédito é o instrumento de
pagamento pós-pago para pagamento de débitos já assumidos.
pagamento).

Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam


habilita estabelecimentos comerciais para contrato com o estabelecimento
Credenciador
a aceitação de instrumento de comercial para aceitação de cartão de
pagamento. pagamento.

Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)

Tipos de Cartão de Crédito

Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é


aquele utilizado somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos
credenciados. Já o cartão diferenciado é aquele cartão que, além de permitir a
utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está associado a
programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais,

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como programas de milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e
serviços, atendimento personalizado no exterior, etc.

O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras


de cartão de crédito. Esse cartão básico pode ser nacional ou internacional, mas o
valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do
cartão diferenciado, por este motivo o cartão básico não tem direito a participar de
programas de recompensas oferecidos pela instituição emissora.

Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na
rede da loja especifica, por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Branded Cards, que
são cartões de crédito que fazem parcerias com outras empresas de grande nome no
mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade.

Tarifas Cobradas

Os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços de cartão


de crédito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa para uso na função
saque, para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação
emergencial do limite de crédito.

Podem ser cobradas ainda tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem
automática relativa à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculado
ao cartão de crédito, pelo fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato
personalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de segunda via de cartão de
crédito. Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.

Importante!

Atualmente a valor mínimo para pagamento da fatura de cartão de credito é de 15%.

Circular 3512/2010 com alterações da 3563/2011


Art. 1º O valor mínimo da fatura de cartão de crédito a ser pago mensalmente não
pode ser inferior ao correspondente à aplicação, sobre o saldo total da fatura, dos
seguintes percentuais:

I - 15%, a partir de 1º de junho de 2011; (o que vale hoje!).

II - Revogado. (Revogado pela Circular nº 3.563, de 11/11/2011).


(Aqui ficavam os 20% que não existem mais)

§ 1º O disposto no caput não se aplica aos cartões de crédito cujos contratos prevejam
pagamento das faturas mediante consignação em folha de pagamento. (Incluído pela
Circular nº 3.549, de 18/7/2011.)

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§ 2º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco

Importante!

Vale destacar que caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor
será financiado pelo Banco e não pela administradora do cartão. Da mesma forma,
caso o cliente queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de efetuar o pagamento
total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do cartão, pois estas estão
proibidas pelo BACEN a realizarem tal operação.

“Na verdade, os financiamentos são feitos por bancos, pois administradoras de cartão
de crédito são proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, o detentor do cartão
de crédito aparecerá no SCR como cliente do banco, que é o real financiador da
operação intermediada pela administradora de cartão de crédito.”

Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN

Com base nisto que aprendemos, é bom saber que para que o cartão funcione, é
preciso uma estrutura completa de instituições financeiras, credenciadores, bandeiras
e estabelecimentos. Mas quem é quem?

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ou EMISSOR: É o banco ou uma instituição não bancária


que fornece o cartão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do cartão). É quem
se relaciona com o titular do cartão, estabelecendo os limites de crédito, enviando o
cartão para utilização, emitindo as faturas e aprovando as compras realizadas nas
lojas.

CREDENCIADOR: Responsável pela filiação dos estabelecimentos comerciais para uso


de cartões nas operações de venda. É responsável pelo fornecimento e manutenção
dos equipamentos de captura, a transmissão dos dados das transações eletrônicas e os
créditos em conta corrente do estabelecimento comercial.

ESTABELECIMENTO CREDENCIADO: Empresa de qualquer porte, incluindo o


empreendedor individual ou profissional autônomo que aceita o sistema de cartões
com suas respectivas bandeiras nas vendas de bens ou serviços.

BANDEIRA: É quem licencia a marca para o emissor e para o credenciador e coordena


o sistema de aprovação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa, Mastercard,
Diners Club e American Express são exemplos de bandeiras internacionais e a
Hipercard, Elo, Sorocred, Sicred são bandeiras nacionais ou regionais

- 76 -
Cartão BNDES

O Cartão BNDES é um produto que, baseado no conceito de cartão de crédito, visa financiar os
investimentos dos Micro Empreendedores Individuais (MEI) e das micro, pequenas e médias
empresas de controle nacional.

Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com faturamento bruto anual de até R$ 300
milhões), (caso a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o faturamento bruto total de
todas as participantes deve ser somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), sediadas
no País, de controle nacional, que exerçam atividade econômica compatíveis com as Políticas
Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos
federais.

O portador do Cartão BNDES poderá comprar exclusivamente os itens expostos no Portal de


Operações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br) por fornecedores previamente
credenciados.

As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do Cartão BNDES são:

Banco do
Brasil
Banco do
Sicredi
Nordeste

Sicoob Santander

Emissores
Itaú Banestes

Caixa Banrisul

BRDE Bradesco

- 77 -
Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, MasterCard e Visa.

As condições financeiras em vigor são:

• Limite de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco emissor.

• Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses.

• Taxa de juros pré-fixada (informada na página inicial do Portal).

Obs1: O limite de crédito de cada cliente será atribuído pelo banco emissor do cartão, após a
respectiva análise de crédito. Uma empresa pode obter um Cartão BNDES de cada bandeira
por banco emissor, podendo somar seus limites numa única transação.

Obs2: O cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele desejar. Caso
um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o cliente poderá
ter, nesse banco, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma dos limites não
ultrapasse R$ 2 milhões.

Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): Os bancos estão autorizados a cobrar a TAC desde que
esta não exceda 2% do limite de crédito concedido.

Atenção!

IOF (Imposto sob Operação Financeira) no cartão BNDES agora pode ser cobrado, devido ao
Decreto Nº8.511 de agosto de 2015.

Operações de Crédito Especializado

 Crédito Rural

É uma linha de crédito barata, com taxas determinadas por legislação que buscam
ajudar aos produtores rurais e suas cooperativas em suas atividades.

Beneficiários

 Produtor rural (pessoa física ou jurídica);


 Cooperativa de produtores rurais;
 Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das
seguintes atividades:

a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;

b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;

- 78 -
c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais,
inclusive para proteção do solo;

d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;

e) medição de lavouras;

f) atividades florestais.

Cuidado!
Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não podem ser beneficiários do crédito rural.

Atenção!

Pode ser concedido, com finalidades especiais, crédito rural a pessoa física ou jurídica
que se dedique à exploração da pesca e da aquicultura, com fins comerciais,
incluindo-se os armadores de pesca. (Resolução BACEN 4.106/2012)

O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da Instituição Financeira.

Da origem dos Recursos

Controlados: são controlados por Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao
crédito rural.

Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam multa e o valor desta multa será
revertida em recursos ao credito rural.

a) os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista);

b) os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Fazenda;

c) os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável,


quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos
financeiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);

d) os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas


para os recursos obrigatórios;

e) os dos fundos constitucionais de financiamento regional;

f) os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

Não controlados: todos os demais. O banco capta se quiser e empresta como quiser.

Quais são as modalidades da operação?

Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos como aquisição de
bens e insumos, suplemento do capital de trabalho, além de atender às pessoas

- 79 -
dedicadas à extração de produtos vegetais. (é comprar insumos para plantar grãos,
vegetais, etc.).

Investimentos: destina-se às aplicações em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda


por vários períodos de produção. (Modernização)

Comercialização: destina-se a assegurar ao produtor ou cooperativas os recursos


necessários à colocação de seus produtos no mercado, podendo compreender a pré-
comercialização, os descontos de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o
Empréstimo do Governo Federal (EGF).

Taxa de Juros

A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é de 8,75% a.a. (oito inteiros e
setenta e cinco décimos por cento), podendo ser reduzida a critério da instituição
financeira.

Quais são os limites de financiamento?

O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em todo o


Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos
mil reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio
tomados com recursos controlados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos
constitucionais de financiamento regional.

Nas operações de investimento, o limite de crédito é de R$385.000,00 (trezentos e


oitenta e cinco mil reais), por beneficiário/ano safra, em todo o Sistema Nacional de
Crédito Rural (SNCR), independentemente dos créditos obtidos para outras
finalidades.

Para a comercialização o valor máximo será liberado de acordo com a garantia


ofertada que poderá ser uma Nota Promissória Rural ou uma Duplicata Rural.

O que é Nota Promissória Rural?

Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa
ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas
cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza
entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo,
feitas pelas cooperativas aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.

O que é Duplicata Rural?

Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril,


quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá
ser utilizada também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata
rural pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador,
que a devolverá depois de assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

- 80 -
Como pode ser liberado o crédito rural?

De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de acordo com as


necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obedecer a cronograma de
aquisições e serviços.

Atenção!

Para liberação do credito rural a instituição financeira pode exigir um projeto,


podendo este ser dispensado caso haja garantias de Notas Promissórias Rurais ou
Duplicatas Rurais.

Os objetivos do credito rural são:

 Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas


cooperativas;
 Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de
produtos agropecuários;
 Fortalecer o setor rural;
 Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao
aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à
adequada utilização dos recursos naturais;
 Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos
produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
 Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
 Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar.

As garantias da operação:

 Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;


 Alienação fiduciária;
 Hipoteca comum ou cedular;
 Aval ou fiança;
 Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(Proagro); (Isento de IOF)
 Proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de
direitos, contratual ou cedular;
 Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.

A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?

 Remuneração financeira (taxa de juros);


 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações
relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF);
 Custo de prestação de serviços;
 As previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);
 Prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho
Nacional de Seguros Privados;
 Sanções pecuniárias, as famosas MULTAS por descumprimento de normas, que
acabam virando recursos para o crédito rural.

- 81 -
 Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário
objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de
mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas
operações de contratos de opção.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos
efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas
disposições legais.

Cuidado!

A Alíquota do IOF é ZERO, mas existe um IOF adicional de 0,38% sobre o Crédito
Rural.

Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural?

Deve ser efetuada nos seguintes momentos:

 Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita;


 Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;
 Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em
época que seja possível verificar sua correta aplicação;
 Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de
benfeitorias: até a conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto;
 Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para
comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições.

Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o


desenvolvimento das atividades financiadas e a situação das garantias, se houver.

 Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços:


conceito, finalidades (investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários.

Conceito
Fomentar o desenvolvimento do setor industrial, promovendo a modernização, o
aumento da competitividade, ampliação da capacidade produtiva e inserção
internacional.

O que o Programa financia?


Implantação, expansão, modernização, reforma e realocação de empreendimentos
industriais, inclusive do setor de mineração e indústrias vinculadas à economia da
cultura, contemplando:

 Investimentos, inclusive a aquisição de empreendimentos com unidades


industriais já construídas ou em construção.
 Capital de giro associado ao investimento.
 Aquisição isolada de matérias-primas e insumos.
 Aquisição de matérias-primas e insumos para fabricação de bens para
exportação.

- 82 -
Público-alvo
Empresas industriais privadas (pessoas jurídicas e empresários registrados na Junta
Comercial), inclusive de mineração e da economia da cultura, constituídas sob as leis
brasileiras.
*Beneficiários de micro e pequeno portes e Microempreendedores Individuais (MEIs)
poderão ser financiados, exclusivamente, por meio do Programa de Financiamento às
Micro e Pequenas Empresas - FNE-MPE.

Prazos
Fixados em função do cronograma físico-financeiro do projeto e da capacidade de
pagamento do beneficiário, respeitados os prazos máximos a seguir:

 Investimentos fixos e mistos - até 12 anos, incluídos até 4 anos de carência.


 Matérias-primas, insumos e formação de estoques - até 24 meses, incluídos até
6 meses de carência.

Garantias
As garantias serão, cumulativa ou alternativamente:

 Fiança ou aval
 Penhor
 Alienação fiduciária
 Hipoteca

Capital de Giro Associado

 O capital de giro pode ser financiado, de forma associada ao investimento, em


percentuais que variam de acordo com o porte do mutuário.

 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base


legal, finalidades, beneficiários, destinação, condições.

O que é o Pronaf?

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) destina-se a


estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar, por meio do
financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários
desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas.

Quem são os beneficiários do Pronaf? São beneficiárias do Pronaf as pessoas que


compõem as unidades familiares de produção rural e que comprovem seu
enquadramento, mediante apresentação da Declaração de Aptidão ao Programa
(DAP), em um dos seguintes grupos:

I - Grupo "A"

Agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária


(PNRA), ou beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que não
contrataram operação de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial

- 83 -
para a Reforma Agrária (Procera), ou que ainda não contrataram o limite de
operações ou de valor de crédito de investimento para estruturação no âmbito do
Pronaf.

II - Grupo "B"

Beneficiários que possuam renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção
normal, que antecedem a solicitação da DAP, não superior a R$20.000,00 (vinte mil
reais) e que não contratem trabalho assalariado permanente.

III - Grupo "A/C"

Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou beneficiários do PNCF que:

a) tenham contratado a primeira operação no Grupo "A";

b) não tenham contratado financiamento de custeio, exceto no próprio Grupo


"A/C".

IV - Agricultores familiares que:

a) explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário,


comodatário, parceiro, concessionário do PNRA ou permissionário de áreas públicas;

b) residam no estabelecimento ou em local próximo, considerando as características


geográficas regionais;

c) não detenham, a qualquer título, área superior a quatro módulos fiscais, contíguos
ou não, quantificados conforme a legislação em vigor;

d) obtenham, no mínimo, 50% da renda bruta familiar da exploração agropecuária e


não agropecuária do estabelecimento;

e) tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do


estabelecimento, utilizando mão de obra de terceiros de acordo com as exigências
sazonais da atividade agropecuária, podendo manter empregados permanentes em
número menor que o número de pessoas da família ocupadas com o
empreendimento familiar;

f) tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção normal,
que antecedem a solicitação da DAP, de até R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais), considerando neste limite a soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP),
100% do valor da receita recebida de entidade integradora e das demais rendas
provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, recebida por
qualquer componente familiar, excluídos os benefícios sociais e os proventos
previdenciários decorrentes de atividades rurais;

V – Demais beneficiários

São também beneficiários do Pronaf, mediante apresentação de DAP válida, as


pessoas que:

- 84 -
a) atendam, no que couber, às exigências previstas no tópico IV e que sejam:

1 - Pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, com fins


comerciais, explorando a atividade como autônomos, com meios de produção
próprios ou em regime de parceria com outros pescadores igualmente artesanais;

2 - aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na água


seu normal ou mais frequente meio de vida e que explorem área não superior a
dois hectares de lâmina d'água ou ocupem até 500 m³ de água, quando a
exploração se efetivar em tanque-rede;

3 - silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o


manejo sustentável daqueles ambientes;

b) se enquadrem nas alíneas "a", "b", "d", "e" e "f" do tópico IV e que sejam:

1 - extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no meio rural,


excluídos os garimpeiros e faiscadores;

2 - integrantes de comunidades quilombolas rurais;

3 - povos indígenas;

4 - demais povos e comunidades tradicionais.

Obs. A Lei 11.326, de 2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política da


Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, e o seu artigo 3º define
quem é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural.

Quem deve fornecer a Declaração de Aptidão ao Pronaf?

A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) válida, nos termos estabelecidos pela


Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), deve ser emitida por agentes credenciados pelo MDA, observado ainda que:

a) é exigida para a concessão de financiamento no âmbito do Pronaf;

b) deve ser elaborada para a unidade familiar de produção, prevalecendo para


todos os membros da família que compõem o estabelecimento rural e explorem as
mesmas áreas de terra;

c) pode ser diferenciada para atender a características específicas dos


beneficiários do Pronaf.

A que pode se destinar o crédito do Pronaf?

Os créditos podem destinar-se a:

a) Custeio – Destinam-se a financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias,


de beneficiamento ou de industrialização da produção própria ou de terceiros

- 85 -
enquadrados no Pronaf, de acordo com projetos específicos ou propostas de
financiamento.

b) Investimento - Destinam-se a financiar atividades agropecuárias ou não


agropecuárias, para implantação, ampliação ou modernização da estrutura de
produção, beneficiamento, industrialização e de serviços, no estabelecimento rural ou
em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo com projetos específicos.

c) Integralização de cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção –


Destinam-se a financiar a capitalização de cooperativas de produção agropecuárias
formadas por beneficiários do Pronaf.

Os créditos individuais, independentemente da classificação dos beneficiários a que


se destinam, devem objetivar, sempre que possível, o desenvolvimento do
estabelecimento rural como um todo.

Como podem ser concedidos os créditos do Pronaf?

Os créditos podem ser concedidos de forma individual ou coletiva, sendo


considerado crédito coletivo quando formalizado por grupo de produtores para
finalidades coletivas.

É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento do


Pronaf? Como é feita a escolha dessas garantias?

A escolha das garantias é de livre convenção entre o financiado e o financiador, que


devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito.

Qual o caso em que é vedada a concessão de crédito do Pronaf?

É vedada a concessão de crédito ao amparo do Pronaf relacionado com a produção


de fumo desenvolvida em regime de parceria ou integração com indústrias
fumageiras. No entanto, admite-se a concessão de financiamento de investimento ao
amparo do Pronaf a produtores de fumo que desenvolvam a atividade em regime de
parceria ou integração com agroindústrias, desde que:

a) os itens financiados não se destinem exclusivamente à cultura do fumo e sejam


utilizados para outras atividades que fomentem a diversificação de explorações,
culturas e/ou criações pela unidade familiar;

Quais são os limites e taxas de juros do crédito de custeio?

Taxa efetiva de juros máxima de 3,5% a.a. para custeio e valor Maximo de até
R$100.000,00 (cem mil reais) por mutuário em cada safra.

Quais as condições básicas para concessão dos créditos de investimento?

Os créditos de investimento devem ser concedidos mediante apresentação de


projeto técnico, o qual poderá ser substituído, a critério da instituição financeira, por
proposta simplificada de crédito, desde que as inversões programadas envolvam

- 86 -
técnicas simples e bem assimiladas pelos agricultores da região ou se trate de crédito
destinado à ampliação dos investimentos já financiados.

Os créditos de investimento se destinam a promover o aumento da produção e da


produtividade e a redução dos custos de produção, visando a elevação da renda da
família produtora rural.

Os créditos de investimento estão restritos ao financiamento de itens diretamente


relacionados com a implantação, ampliação ou modernização da estrutura das
atividades de produção, de armazenagem, de transporte ou de serviços agropecuários
ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais
próximas, sendo passível de financiamento, ainda, a aquisição de equipamentos e de
programas de informática voltados para melhoria da gestão dos empreendimentos
rurais, de acordo com projetos técnicos específicos.

Quais são os limites, taxas de juros e prazos do crédito de investimento?

a) limites de crédito por beneficiário a cada ano agrícola:

I - até R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); e

II - até R$300.000,00 (trezentos mil reais) para atividades de suinocultura,


avicultura e fruticultura;

b) admite-se o financiamento de construção, reforma ou ampliação de benfeitorias e


instalações permanentes, máquinas, equipamentos, inclusive de irrigação, e
implementos agropecuários e estruturas de armazenagem, de uso comum, na forma
de crédito coletivo, com limite de até R$750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais),
desde que não ultrapasse o limite de até R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais)
por beneficiário e por ano agrícola.

c) encargos financeiros:

Máximo de 2% a.a.

Quais as finalidades dos créditos de investimento do Pronaf - Agroindústria?

Os financiamentos ao amparo da Linha de Crédito de Investimento para Agregação


de Renda (Pronaf Agroindústria) têm como finalidades investimentos, inclusive em
infraestrutura, que visem o beneficiamento, armazenagem, o processamento e a
comercialização da produção agropecuária, de produtos florestais, do extrativismo, de
produtos artesanais e da exploração de turismo rural, incluindo-se a:

a) implantação de pequenas e médias agroindústrias, isoladas ou em forma de rede;

b) implantação de unidades centrais de apoio gerencial, nos casos de projetos de


agroindústrias em rede, para a prestação de serviços de controle de qualidade do
processamento, de marketing, de aquisição, de distribuição e de comercialização da
produção;

- 87 -
c) ampliação, recuperação ou modernização de unidades agroindustriais de
beneficiários do Pronaf já instaladas e em funcionamento, inclusive de armazenagem;

d) aquisição de equipamentos e de programas de informática voltados para


melhoria da gestão das unidades agroindustriais, mediante indicação em projeto
técnico;

e) capital de giro associado, limitado a 35% (trinta e cinco por cento) do


financiamento para investimento;

f) integralização de cotas-partes vinculadas ao projeto a ser financiado;

g) admite-se que no plano ou projeto de investimento individual haja previsão de uso


de parte dos recursos do financiamento para empreendimentos de uso coletivo.

Quais são os beneficiários e as finalidades da Linha de Crédito “Pronaf Custeio e


Comercialização de Agroindústrias Familiares”?

A Linha de Crédito de Custeio do Beneficiamento, Industrialização de Agroindústrias


Familiares e de Comercialização da Agricultura Familiar (Pronaf Custeio e
Comercialização de Agroindústrias Familiares) tem como beneficiários:

I - agricultores familiares beneficiários do Pronaf;

II - os empreendimentos familiares rurais que apresentem DAP pessoa jurídica


válida para a agroindústria familiar;

III - as cooperativas e associações constituídas pelos beneficiários do Pronaf


que apresentem DAP pessoa jurídica válida para esta forma de organização.

Observar ainda que para os beneficiários definidos nos incisos II e III admite-se que os
contratos de financiamento sejam formalizados diretamente com a pessoa jurídica.

As finalidades desta linha de Crédito são: o custeio do beneficiamento e


industrialização da produção, inclusive aquisição de embalagens, rótulos,
condimentos, conservantes, adoçantes e outros insumos, formação de estoques de
insumos, formação de estoques de matéria-prima, formação de estoque de produto
final e serviços de apoio à comercialização, adiantamentos por conta do preço de
produtos entregues para venda, financiamento da armazenagem, conservação de
produtos para venda futura em melhores condições de mercado e a aquisição de
insumos pela cooperativa de produção de agricultores familiares para fornecimento
aos cooperados.

Quais são as finalidades e beneficiários do Microcrédito Produtivo Rural (Grupo “B”)?

- 88 -
O AgroAmigo
Criado em 2005, o Agroamigo é o Programa de Microfinança Rural do Banco do
Nordeste, operacionalizado em parceria com o Instituto Nordeste Cidadania (INEC) e o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em sete anos de atuação, tornou-se o
maior programa de microfinança rural da América do Sul.

O Programa se propõe a melhorar o perfil social e econômico do agricultor(a) familiar


do Nordeste e norte de Minas Gerais, atendendo, de forma pioneira no Brasil, a
milhares de agricultores(as) familiares, enquadrados no Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
Com metodologia própria, adaptada às condições do meio rural, cuja principal
característica é o atendimento integral, a partir da forte presença do Assessor de
Microcrédito nas comunidades, o Programa incentiva o desenvolvimento de
atividades produtivas agropecuárias e não agropecuárias.
Em 2012, o Agroamigo, inicialmente voltado para o grupo B do Pronaf, ou seja,
agricultores rurais com renda anual de até R$ 20mil, passou a contar com o
Agroamigo Mais, que atende operações de até R$ 15 mil e se destina aos demais
grupos do Pronaf, exceto A e A/C.
Assim, o Agroamigo, em reposta a necessidade de expansão, passa a ter dois
produtos. Um voltado para agricultores com renda bruta familiar nos últimos 12
(doze) meses, de até R$ 20 mil, com financiamentos de até R$ 3.500,00; outro
direcionado a agricultores com renda bruta familiar, nos últimos 12 (doze) meses,
máxima de R$ 360 mil, em financiamentos de até R$ 15 mil e um limite total de
endividamento de R$ 30 mil em operações contratadas no Agroamigo.
Em 2014, o Agroamigo Mais já está sendo operacionalizado pelas 170 Unidades de
atuação do Programa, atendendo a 1.954 municípios.

Objetivos
• Conceder crédito orientado e acompanhado, de forma gradativa e sequencial.
• Atender aos clientes na própria comunidade, por meio do Assessor de Microcrédito
Rural.
• Expandir, de forma quantitativa e qualitativa, o atendimento com redução de custos
para o cliente.
• Agilizar o processo de concessão do crédito.
• Promover a inclusão financeira do (a) agricultor (a) familiar e seu acesso aos
produtos e serviços do Banco.
• Sensibilizar os (as) agricultores (as) familiares quanto à importância da educação
financeira.
• Conscientizar os (as) agricultores (as) quanto à necessidade de exploração
sustentável do meio ambiente.

- 89 -
Vamos testar?
1 (FCC – BB 2013) As linhas bancárias de crédito rural possibilitam ao cliente acessar
financiamento:
a) para atividades de comercialização da produção.
b) do custeio das despesas pessoais e familiares.
c) com liberação de uma só vez, independentemente do cronograma de aquisições e
serviços.
d) sem apresentação de garantias ao financiador.
e) para investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por um
único ciclo produtivo.

2 (FCC – BB 2011) Nas operações de arrendamento mercantil do


tipo leasing operacional de um bem,
a) há sempre um valor residual garantido.
b) a eventual compra pelo arrendatário costuma ser pelo valor de mercado.
c) o arrendatário tem assegurada sua propriedade legal e contábil.
d) há incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
e) este deve ser novo.

3 (CESPE – Caixa 2014) A respeito dos meios de pagamento eletrônico conhecidos


como cartões de crédito e cartões de débito, julgue o item.

A cobrança do uso de cartões de crédito emitidos por instituições financeiras está


limitada a três tarifas específicas: anuidade, segunda via do cartão magnético e uso
da função saque.

Certo Errado

4 (CESGRANRIO – BB 2012) Atualmente, os bancos possuem diversos tipos de


produtos para financiar as relações comerciais, desde as realizadas por
microempresas até as realizadas por grandes empresas.

Qual é o nome da operação realizada quando pequenas indústrias vendem para


grandes lojas comerciais e estas procuram os bancos para dilatar o prazo de
pagamento mediante a retenção de juros?
a) Compror Finance
b) Vendor Finance
c) Capital de Giro
d) Contrato de Mútuo
e) Crédito Rotativo

5 (CESPE – Caixa 2014) A respeito dos meios de pagamento eletrônico conhecidos


como cartões de crédito e cartões de débito, julgue os itens subsecutivos.

- 90 -
O valor mínimo da fatura de cartão de crédito emitida por instituições financeiras,
a ser paga mensalmente, não pode ser inferior a 20% do saldo total da fatura.

Certo Errado

6 (CESGRANIO – BB 2015) Uma das medidas adotadas para mitigar os efeitos da


crise financeira de 2008 foi a ampliação do acesso ao crédito, aumentando, com
isso, ainda mais, o papel dos bancos no desenvolvimento do país.
O Crédito Direto ao Consumidor (CDC):
a) é um empréstimo pessoal de operação não vinculada à aquisição de bens ou
serviços.
b) exclui as compras no cartão de crédito.
c) é um crédito concedido através de bancos e instituições financeiras para aquisição
de bens.
d) é um empréstimo descontado diretamente na folha de pagamento.
e) possui um prazo mínimo de 2 anos para o vencimento.

1A 2B 3E 4A 5E
6C

- 91 -
Capítulo 4

Garantias das Operações de Crédito


As Garantias de operações de crédito existem como uma forma de proteção para os
bancos e credores em geral que querem garantir o pagamento, por parte do devedor,
de compromisso assumidos por este para com os credores. As garantias possuem dois
grandes grupos: Fidejussórias e as Reais.

As garantias Fidejussórias são relacionadas a PESSOAS, ou seja, a garantia passa a ser


uma pessoa física ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem BEM ou DIREITOS que são
dados em garantia do cumprimento de alguma obrigação, por exemplo: veículos,
imóveis, títulos de crédito e até direitos de crédito.

 Garantias Fidejussórias

Do prefixo latino "fides", fé, sinceridade, crença, confiança, crédito, esse tipo de
garantia está baseada na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, caso o
devedor não o faça e, de outro lado, na confiança do credor, no retorno de seu crédito,
seja por parte do devedor ou por parte do garantidor.

Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a garantia do cumprimento das


obrigações assumidas pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do garantidor
respondem pelo cumprimento da dívida do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a
fiança.

Aval: Ato pelo qual alguém, pela aposição de sua assinatura no verso ou anverso de
um título de crédito, declara-se responsável solidariamente com o devedor pelo
pagamento da quantia expressa no título.

Ou seja, o AVAL é uma garantia dada em TÍTULOS DE CRÉDITO e é SOLIDÁRIA, ou seja,


tanto o devedor como seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo credor na
ordem que este preferir. Desta forma dizemos que o aval é AVACALHADO, ou seja,
bagunçado e SEM ORDEM de execução.

O novo Código Civil exige a autorização do cônjuge, casado sob o regime de comunhão
parcial e total de bens, para a prestação de aval, sob pena de invalidade das
respectivas garantias.

No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso o devedor não o faça. Vencido o
título, o credor pode cobrar indistintamente do devedor ou do avalista.

ATENÇÃO! O aval é uma garantia tipicamente cambiária, ou seja, não vale em


contrato, somente pode ser passado em títulos de crédito e o avalista se
responsabiliza APENAS pelo valor expresso no título avalizado.

Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual alguém, chamado fiador, garante o
cumprimento da obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante o pagamento

- 92 -
de uma indenização ou multa pelo não cumprimento de uma obrigação de fazer ou de
não fazer do afiançado.

ATENÇÃO! A fiança é uma garantia dada em CONTRATOS, ou seja, diferentemente do


aval, a fiança exige um contrato para ser formalizada.

Na fiança, existem três figuras distintas:

 O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça;
 O Afiançado: é o devedor principal da obrigação originária da fiança,
 O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual a obrigação deve ser cumprida.

A fiança, em relação ao crédito, representa uma obrigação subsidiária, ou seja, ela só


existe até o limite estabelecido e somente pode ser cobrada caso o devedor não
pague a dívida afiançada.

A fiança é SUBSIDIÁRIA, o que permite o direito de ORDEM na execução da dívida, ou


seja, o fiador, ou codevedor, só efetivamente será executado após cobrança ao
devedor principal.

Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa ser compelido a pagar,
independentemente de o devedor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá
conter cláusula específica.

A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz física ou jurídica. Quando o fiador,
pessoa física for casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge.

Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se conta o bem de família – único imóvel
residencial – por força da impenhorabilidade prevista na Lei 8009/90 e no Código Civil.
Esse bem de família somente pode responder pela dívida se for recebido em garantia
hipotecária.

Fiança Bancária: Nada mais é do que um contrato por meio do qual o banco, que é o
fiador, garante o cumprimento da obrigação de seus clientes (afiançado) e poderá ser
concedido em diversas modalidades de operações e em operações ligadas ao comércio
internacional.
A fiança nada mais é do que uma obrigação escrita, acessória, assumida pelo banco, e
que, por se tratar de uma garantia e não de uma operação de crédito, está isenta do
IOF.
Os Bancos somente poderão prestar fiança que tenha perfeita caracterização do valor
em moeda nacional e vencimento, ou seja, o prazo de validade da fiança.
Além disso os bancos não poderão contratar fianças que acumulem valor superior a 5
vezes o montante dos seus capitais realizados e reservas livres, bem como as fianças
não poderão, isoladamente superar a metade da soma dos recursos livres e dos
capitais realizados.

- 93 -
É vedado aos bancos:
a) a assunção de responsabilidades por aval ou outorga de aceite;
b) a concessão de fiança ou qualquer outra garantia que possa, direta ou
indiretamente, ensejar aos favorecidos a obtenção de empréstimos em geral, ou o
levantamento de recursos junto ao público;
c) a concessão de aval ou fiança em moeda estrangeira ou que envolva risco de
variação de taxas de câmbio, exceto quando se tratar de operações ligadas ao
comércio exterior.
A prestação de fiança pela Caixa Econômica Federal depende de prévia e expressa
autorização deste Banco Central, em cada caso.
As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos não poderão prestar fiança
nem aval.
As informações acima não se aplicam aos bancos privados de investimento ou de
desenvolvimento, os quais ficam regulados, no particular, pela Resolução nº 18, de 18
de fevereiro de 1966.
As demais Instituições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito e Seção de
Crédito das Cooperativas Mistas, não poderão outorgar aceite, fiança ou aval.

 Garantias Reais

Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do garantidor asseguram o


cumprimento da obrigação. Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou
garantidor destaca um bem específico que garantirá o ressarcimento do credor, na
hipótese de inadimplência do devedor. Diante da hipótese de inadimplemento do
devedor, o credor pode oferecer à venda o bem onerado, pagando-se com o preço
obtido, devolvendo ao devedor a diferença entre o valor da dívida e o preço alcançado
na venda.

Caso o preço da venda não baste para a liquidação da dívida, o devedor continua
obrigado ao pagamento da diferença.

O credor com garantia real não necessita habilitar-se em concordata do devedor, visto
que o bem garantidor da operação já está destacado em sua garantia. Na hipótese de
falência, vendido o objeto garantidor, primeiramente o credor é pago e, restando
algum valor, é esse distribuído entre os credores quirografários. Se o valor da venda
não for suficiente para o ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no processo
de falência pela diferença, na qualidade de credor quirografário.

- 94 -
PENHOR

Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, em que o devedor, ou outra pessoa


por ele, entrega ao credor um ou vários bens móveis, como garantia de obrigação.

ATENÇÃO! O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente fica na posse do banco ou


de quem este indicar como fiel depositário. A Propriedade é do devedor!

O contrato lastreado por garantia de penhor mercantil é levado a registro no Cartório


de Títulos e Documentos, para que surta os efeitos legais contra terceiros. A
origem/propriedade do bem a ser penhorado é comprovada através de documentação
hábil.

De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor:

 Extinguindo-se a obrigação;
 Perecendo a coisa;
 Renunciando o credor;
 Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
 Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: É a garantia representada pela transferência da propriedade


resolúvel do bem móvel para o credor fiduciante, ficando o devedor fiduciário na
posse direta desse bem, na condição de fiel depositário, até o cumprimento total das
obrigações.

Essa garantia veio resolver o problema das Sociedades Financeiras que, ao financiar a
aquisição de bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para garantir o
pagamento da obrigação. Esta garantia é típica em financiamento de BENS DURÁVEIS.

Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novidade de, caso o devedor não liquide
sua obrigação no vencimento, poderá requerer a ação de busca e apreensão do bem
alienado e, após se apossar desse, vendê-lo a terceiros, aplicando o valor de venda no
pagamento de seu crédito, ou seja, com a alienação fiduciária, o bem pode ser
executado sem o tramite judicial completo, bastando o devedor ser declarado
irremediavelmente insolvente, ou seja, não vai pagar de jeito nenhum.

No entanto, convém salientar que o credor não pode ficar com o bem objeto da
garantia, devendo vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquidação da
operação.

HIPOTECA – Direito real de garantia, constituído sobre imóvel do devedor ou de


terceiros, sem tirá-lo da posse direta do proprietário, objetivando sujeitá-lo ao
pagamento da dívida.

- 95 -
Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária, aqui o devedor dá o bem em garantia
mas continua o dono dele, ou seja, não há transferência de propriedade do devedor
para o credor, mas apenas a sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de uma
operação de crédito e, caso ele seja vendido, o valor arrecadado será voltado
preferencialmente a quitação da dívida contraída.

A hipoteca pode ser formalizada em um Instrumento à parte ou por cláusula adjeta a


contratos de empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a averbação na
matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Quando o imóvel for de propriedade de pessoa física casada, é obrigatório o


comparecimento de seu cônjuge na hipoteca.

Finalmente, convém salientar que toda garantia é acessória de uma obrigação


principal e que, portanto, com a extinção da obrigação principal, a garantia deixa de
existir. Por outro lado, a garantia se prende somente à obrigação garantida, não
podendo, por ato unilateral do credor se estender a outra obrigação, ainda que as
partes sejam as mesmas.

FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO

Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, de 31.08.1995, o Conselho Monetário


Nacional - CMN autoriza a "constituição de entidade privada, sem fins lucrativos,
destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra
instituições financeiras".

Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento da nova entidade são aprovados.


Cria-se, portanto, o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação civil sem fins
lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado, através da Resolução 2.211,
de 16.11.1995.

O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos contra instituições dele
associadas, nas situações de:

 Decretar da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada;


 Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de instituição
associada que, nos termos da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes
referidos no item anterior.

Integra também o objeto do FGC, consideradas as finalidades de contribuir para a


manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e prevenção de crise
sistêmica bancária, a contratação de operações de assistência ou de suporte
financeiro, incluindo operações de liquidez com as instituições associadas, diretamente
ou por intermédio de empresas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas
controladores.

- 96 -
ATENÇÃO!
Critérios para Pagamento

O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por instituição financeira ou conglomerado.

Limite de Cobertura Ordinária

Até R$ 250.000,00 por conta ou conglomerado financeiro. Se a conta possuir mais de


um titular, o valor de 250 mil será dividido pelo número de titulares, ou seja, não são
250 mil por cada, mas sim por todos, ok?

Adesão Compulsória

A adesão das instituições financeiras e as associações de poupança e empréstimo em


funcionamento no País - não contemplando as cooperativas de crédito e as seções de
crédito das cooperativas, é realizada de forma compulsória. As autorizações do Banco
Central do Brasil para funcionamento de novas instituições financeiras estão
condicionadas à adesão ao FGC.

O FGC possui norma legal que explicita os critérios e limites de proteção ao Sistema
Financeiro Nacional - Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.

Depósitos Garantidos

 Depósitos à vista (contas correntes)


 Depósitos de poupança;
 Depósitos a prazo CDB e RDB;
 Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas a salários;
 Letras de câmbio;
 Letras imobiliárias;
 Letras hipotecárias;
 Letras de crédito imobiliário;
 Letras de crédito do agronegócio (LCA);
 Operações compromissadas que têm como objetivo títulos emitidos após 8 de março
de 2012 por empresa ligada.

ATENÇÃO! O atraso no recolhimento da contribuição ordinária devida implica, para a


instituição associada ao FGC responsável pela contribuição, multa de 2% sobre o
respectivo valor, acrescido de atualização com base na taxa Selic. Conforme Circular
3.164 de 2002.

ATENÇÃO! A regra padrão é que o FGC garante os depósitos até 250 mil reais por
conta ou conglomerado financeiro, entretanto existe uma forma de depósitos a prazo
chamada DPGE – Depósitos a Prazo com Garantia Especial do FGC – que é garantido
pelo FGC até o limite de 20 milhões de reais, o que o torna especial. Vale destacar que
nesta modalidade o FGC não admite conta conjunta, mas apenas individual.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que estabelece a forma de


contribuição das instituições associadas ao Fundo Garantidor do Cooperativismo de

- 97 -
Crédito (FGCoop), bem como aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previsto
na Resolução nº 4.150, de 30.10.2012, esse fundo terá como instituições associadas
todas as cooperativas singulares de crédito do Brasil e os bancos cooperativos
integrantes do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC).

De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por objeto prestar garantia de créditos nos
casos de decretação de intervenção ou de liquidação extrajudicial de instituição
associada, até o limite de R$250 mil reais por pessoa, bem como contratar operações
de assistência, de suporte financeiro e de liquidez com essas instituições.

A contribuição mensal ordinária das instituições associadas ao Fundo será de 0,0125%


dos saldos das obrigações garantidas, que abrangem as mesmas modalidades
protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos dos bancos, o FGC, ou seja, os depósitos
à vista e a prazo, as letras de crédito do agronegócio.

ATENÇÃO! As Cooperativas de Crédito e os Bancos Cooperativos não fazem mais parte do


FGC, apenas fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo Garantidor do Cooperativismo) tem
as mesmas coberturas do FGC, mesmos critérios e mesmos objetivos.
ATENÇÃO! Algumas mudanças que ocorreram no FGC em 2017.

Vamos testar?

1 (CESGRANRIO – BB 2015) Ao conceder uma fiança bancária a determinado cliente,


um banco garante o cumprimento de uma obrigação pelo cliente, mediante uma
remuneração. A fiança bancária:

a) não precisa ser aprovada pela área de crédito dos bancos.


b) é proibida pelo Banco Central do Brasil no caso de operações que não tenham
perfeita caracterização do valor em moeda nacional.
c) tem remuneração limitada à taxa de juros de referência da economia.
d) não é utilizada nas negociações registradas na Bolsa de Mercadorias e Futuro.
e) é uma operação de crédito e, portanto, sujeita ao Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF).

- 98 -
2 (CESGRANRIO – BB 2015) Sr. X é concitado por Sr. Y a atuar como avalista em título
de crédito no qual Sr. Y é devedor. Dado o alto grau de amizade entre os dois, o ato
é praticado. Algum tempo depois, Sr. X recebe comunicação de que pende de
pagamento a dívida resultante do aval.
Diversas dúvidas acudiram ao avalista que, consultando profissional especializado
em títulos de crédito, assentou que o seu dever de pagamento estaria relacionado
a

a) obrigações portadas por devedor, mesmo ilíquidas


b) cláusulas contratuais estipuladas em desfavor do devedor
c) títulos de crédito derivados do original
d) obrigação líquida constante do título
e) estoque de débito do avalizado junto ao credor

3 (CESGRANRIO – BASA 2014) Nos termos da Resoluçao CMN nº 4.222/2013, que


regula o Fundo Garantidor de Crédito, o atraso no recolhimento das contribuições
devidas sujeita a instituição associada sobre o valor de cada contribuição à multa
de:

a) 2%
b) 3%
c) 4%
d) 5%
e) 6%

4 (CESGRANRIO – BB 2014) Um gerente participa de processo de treinamento sobre


títulos de créditos e garantias do Sistema Financeiro Nacional.
Durante a avaliação dos itens abordados no treinamento, o gerente, que se
dedicou com afinco aos estudos, responde, apropriadamente, que o aval, nos
termos do Código Civil,

a) gera direito de regresso contra o avalizado em caso de pagamento pelo avalista.


b) é garantia típica dos contratos bancários.
c) pode ser parcial quando firmado em título de crédito.
d) pode ser considerado até declaração judicial quando cancelado.
e) deve ser subscrito exclusivamente no anverso do título.

5 (CESGRANRIO – BB 2014) Um bancário, almejando promoção na carreira, realiza


diversos cursos propostos pelo seu empregador. Ao final de um desses cursos, foi
apresentada uma questão exigindo do aluno o conhecimento de que a hipoteca.
a) é inaplicável sobre as acessões do imóvel hipotecado
b) é relacionada aos títulos de crédito documentados
c) acarreta a proibição de alienação do imóvel hipotecado.
d) pode incidir sobre navios e aeronaves.

- 99 -
e) pode ser realizada por pessoa absolutamente incapaz.

6 (CESGRANRIO – BB 2014) O Fundo Garantidor de Crédito foi criado para, dentre


outras finalidades, proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema
financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação.

Tal fundo é pessoa jurídica caracterizada como:


a) sociedade por ações
b) sociedade de economia mista
c) autarquia especial
d) associação civil
e) empresa financeira

7 (CESGRANRIO – BASA 2013) Para se resguardarem de possíveis inadimplências nas


operações de cessão de crédito aos seus clientes, os Bancos estabelecem alguns
tipos de garantia.
O aval é uma garantia:

a) real extrajudicial e incide sobre bens imóveis ou equiparados que pertençam ao


devedor ou a terceiros.
b) pessoal autônoma e solidária destinada a garantir títulos de crédito, permitindo que
um terceiro seja coobrigado em relação às obrigações assumidas.
c) real vinculada a uma coisa móvel ou mobilizável que ficará em poder do Banco
durante a operação de empréstimo.
d) vinculada a um bem móvel que fica em nome do Banco até o término do pagamento
do empréstimo.
e) exigida pelo emprestador de acordo com o risco da operação e pode ser real ou
impessoal.

8 (FCC – BB 2013) O penhor mercantil é modalidade de garantia que pode ser


exigida por operadores do Sistema Financeiro Nacional na formalização de
operações de crédito em que:
a) haja dispensa de fiel depositário.
b) o valor atualizado do bem não exceda 50% do valor financiado.
c) esse direito recaia sobre bens móveis.
d) o devedor possa substituir os bens empenhados sem autorização prévia do credor.
e) os recursos liberados permaneçam depositados na mesma instituição financeira.

9 (FCC – BB2013) A operação por meio da qual a instituição financeira garante em


contrato, perante terceiros, o cumprimento de obrigações decorrentes de riscos
assumidos por parte do seu cliente é denominada:
a) fiança bancária.
b) penhor mercantil.
c) alienação fiduciária.

- 100 -
d) adiantamento de contrato de câmbio.
e) aval.

10 (CESGRANRIO – BB 2012) Devido à grande exposição ao risco de crédito, os


bancos precisam utilizar meios para garantir suas operações e salvaguardar seus
ativos.
Qual o tipo de operação que garante o cumprimento de uma obrigação na compra
de um bem a crédito, em que há a transferência desse bem, móvel ou imóvel, do
devedor ao credor?

a) Hipoteca
b) Fiança bancária
c) Alienação fiduciária
d) Penhor
e) Aval bancário

1B 2D 3A 4A 5D
6D 7B 8C 9A 10C

- 101 -
CAPITULO 5

Recursos utilizados na contratação de financiamentos pelo BNB:


i) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal,
finalidades, regras, administração.

(Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste)


Lei 7827/89 com alterações posteriores.
Finalidades e Objetivos

Art. 2° Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-


Oeste têm por objetivo contribuir para o desenvolvimento econômico e social das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através das instituições financeiras federais
de caráter regional, mediante a execução de programas de financiamento aos setores
produtivos, em consonância com os respectivos planos regionais de desenvolvimento.

§ 1° Na aplicação de seus recursos, os Fundos Constitucionais de Financiamento do


Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficarão a salvo das restrições de controle monetário
de natureza conjuntural e deverão destinar crédito diferenciado dos usualmente
adotados pelas instituições financeiras, em função das reais necessidades das regiões
beneficiárias.

§ 2° No caso da região Nordeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do


Nordeste inclui a finalidade específica de financiar, em condições compatíveis com as
peculiaridades da área, atividades econômicas do semiárido, às quais destinará
metade dos recursos ingressados nos termos do art. 159, inciso I, alínea c, da
Constituição Federal.

Art. 3° Respeitadas as disposições dos Planos Regionais de Desenvolvimento,


serão observadas as seguintes diretrizes na formulação dos programas de
financiamento de cada um dos Fundos:

I - concessão de financiamentos exclusivamente aos setores produtivos das


regiões beneficiadas;

II - ação integrada com instituições federais sediadas nas regiões;

III - tratamento preferencial às atividades produtivas de pequenos e


miniprodutores rurais e pequenas e microempresas, às de uso intensivo de matérias-
primas e mão-de-obra locais e as que produzam alimentos básicos para consumo da
população, bem como aos projetos de irrigação, quando pertencentes aos citados
produtores, suas associações e cooperativas;

IV - preservação do meio ambiente;

- 102 -
V - adoção de prazos e carência, limites de financiamento, juros e outros encargos
diferenciados ou favorecidos, em função dos aspectos sociais, econômicos,
tecnológicos e espaciais dos empreendimentos;

VI - conjugação do crédito com a assistência técnica, no caso de setores


tecnologicamente carentes;

VII - orçamentação anual das aplicações dos recursos;

VIII - uso criterioso dos recursos e adequada política de garantias, com limitação
das responsabilidades de crédito por cliente ou grupo econômico, de forma a atender
a um universo maior de beneficiários e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e
retorno às aplicações;

IX - apoio à criação de novos centros, atividades e polos dinâmicos, notadamente


em áreas interioranas, que estimulem a redução das disparidades intra-regionais de
renda;

X - proibição de aplicação de recursos a fundo perdido.

XI - programação anual das receitas e despesas com nível de detalhamento que


dê transparência à gestão dos Fundos e favoreça a participação das lideranças
regionais com assento no conselho deliberativo das superintendências regionais de
desenvolvimento; (Incluído pela Lei Complementar nº 129, de 2009).

XII - divulgação ampla das exigências de garantias e outros requisitos para a


concessão de financiamento. (Incluído pela Lei Complementar nº 129, de 2009).

Os Beneficiários
Art.4o São beneficiários dos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do
Norte, Nordeste e Centro-Oeste os produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas,
além das cooperativas de produção, que desenvolvam atividades produtivas nos
setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, de empreendimentos
comerciais e de serviços das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com
as prioridades estabelecidas nos respectivos planos regionais de
desenvolvimento. (Redação dada pela Lei nº 12.716, de 2012)

Atenção!

O FNE tem atuação regional, ou seja, os beneficiários só podem ter atuação na região
onde existem, não podendo, por exemplo, uma empresa de São Paulo contratar
através do FNE.

Pode haver empréstimo com dinheiro do FNE inclusive para Infra-Estrutura econômica
(entenda como movimentação da economia. Produzir bens para comprar e vender),
desde que haja comprovada prioridade para a economia em decisão do Conselho
Deliberativo. (Sim existe um conselho deliberativo para o FNE, onde esses
conselheiros decidem o que é útil ou não para utilização do FNE).

- 103 -
Art. 5° Para efeito de aplicação dos recursos entende-se por:

II - Nordeste, a região abrangida pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, além das partes dos Estados
de Minas Gerais e Espírito Santo incluídas na área de atuação da SUDENE; (Redação
dada pela Lei nº 9.808, de 20.7.1999).

IV - semiárido, a região natural inserida na área de atuação da Superintendência de


Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, definida em portaria daquela
Autarquia. (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007)

Art. 6° Constituem fontes de recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento


do Norte, Nordeste e Centro-Oeste:

I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação do imposto sobre renda (IR) e


proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados (IPI),
entregues pela União, na forma do art. 159, inciso I, alínea c da Constituição Federal;

II - os retornos e resultados de suas aplicações;

III - o resultado da remuneração dos recursos momentaneamente não aplicados,


calculado com base em indexador oficial;

IV - contribuições, doações, financiamentos e recursos de outras origens,


concedidos por entidades de direito público ou privado, nacionais ou estrangeiras;

V - dotações orçamentárias ou outros recursos previstos em lei.

Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I deste artigo, será
observada a seguinte distribuição: (no caso dos 3% lá de cima quanto fica para o
Nordeste?).

II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste.

Art. 7o A Secretaria do Tesouro Nacional liberará ao Ministério da Integração


Nacional, nas mesmas datas e, no que couber, segundo a mesma sistemática adotada
na transferência dos recursos dos Fundos de Participação dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, os valores destinados aos Fundos Constitucionais de
Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, cabendo ao Ministério da
Integração Nacional, observada essa mesma sistemática, repassar os recursos
diretamente em favor das instituições federais de caráter regional e do Banco do
Brasil S.A. (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)

Art. 8° Os Fundos gozarão de isenção tributária, estando os seus resultados,


rendimentos e operações de financiamento livres de qualquer tributo ou contribuição,
inclusive o imposto sobre operações de crédito, imposto sobre renda e proventos de
qualquer natureza e as contribuições do PIS, Pasep e Finsocial.

- 104 -
Art. 9o Observadas as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional,
os bancos administradores poderão repassar recursos dos Fundos Constitucionais a
outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com
capacidade técnica comprovada e com estrutura operacional e administrativa aptas a
realizar, em segurança e no estrito cumprimento das diretrizes e normas
estabelecidas, programas de crédito especificamente criados com essa
finalidade. (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)

Art. 9º-A. Os recursos dos Fundos Constitucionais poderão ser repassados aos
próprios bancos administradores, para que estes, em nome próprio e com seu risco
exclusivo, realizem as operações de crédito autorizadas por esta Lei e pela Lei
nº 10.177, de 12 de janeiro de 2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de
24.8.2001)

§ 1º O montante dos repasses a que se referem estará limitado à proporção do


patrimônio líquido da instituição financeira, fixada pelo Conselho Monetário
Nacional. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)

§ 3º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais, em decorrência de redução


do patrimônio líquido das instituições financeiras, será regulamentado pelo Conselho
Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)

§ 2º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais se subordina à manutenção


da proporção a que se refere o § 3º e independe do adimplemento, pelos mutuários,
das obrigações contratadas pelas instituições financeiras com tais recursos. (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)

§ 8º As instituições financeiras, nas operações de financiamento realizadas nos


termos deste artigo, gozam da isenção tributária a que se refere o art. 8º desta
Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)

Art. 13. A administração dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte,


Nordeste e Centro-Oeste será distinta e autônoma e, observadas as atribuições
previstas em lei, exercida pelos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de
12.1.2001)

I - Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvolvimento da


Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste; (Redação dada pela Lei Complementar nº
129, de 2009).

II - Ministério da Integração Nacional; e (Redação dada pela Lei nº 10.177, de


12.1.2001)

III - instituição financeira de caráter regional e Banco do Brasil S.A. (Incluído pela
Lei nº 10.177, de 12.1.2001)

- 105 -
Art. 14. Cabe ao Conselho Deliberativo da respectiva superintendência de
desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste:(Redação dada pela Lei
Complementar nº 125, de 2007)

I - estabelecer, anualmente, as diretrizes, prioridades e programas de


financiamento dos Fundos Constitucionais de Financiamento, em consonância com o
respectivo plano regional de desenvolvimento; (Redação dada pela Lei Complementar
nº 125, de 2007)

II - aprovar, anualmente, até o dia 15 de dezembro, os programas de


financiamento de cada Fundo para o exercício seguinte, estabelecendo, entre outros
parâmetros, os tetos de financiamento por mutuário; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 125, de 2007)

III - avaliar os resultados obtidos e determinar as medidas de ajustes necessárias


ao cumprimento das diretrizes estabelecidas e à adequação das atividades de
financiamento às prioridades regionais; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125,
de 2007)

IV - encaminhar o programa de financiamento para o exercício seguinte, a que se


refere o inciso II do caput deste artigo, juntamente com o resultado da apreciação e o
parecer aprovado pelo Colegiado, à Comissão Mista permanente de que trata o § 1o do
art. 166 da Constituição Federal, para conhecimento e acompanhamento pelo
Congresso Nacional. (Incluído pela Lei Complementar nº 125, de 2007)

Parágrafo único. Até o dia 30 de outubro de cada ano, as instituições financeiras


federais de caráter regional encaminharão, à apreciação do Conselho Deliberativo da
respectiva superintendência de desenvolvimento regional, a proposta de aplicação
dos recursos relativa aos programas de financiamento para o exercício seguinte, a
qual será aprovada até 15 de dezembro.

Art. 14-A. Cabe ao Ministério da Integração Nacional estabelecer as diretrizes e


orientações gerais para as aplicações dos recursos dos Fundos Constitucionais de
Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de forma a compatibilizar os
programas de financiamento com as orientações da política macroeconômica, das
políticas setoriais e da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. (Incluído pela
Lei Complementar nº 125, de 2007)

Cuidado para ele não colocar na prova CMN, e você colocar como correto. É o
Ministério da Integração Nacional que vai dar as diretrizes gerais para aplicação dos
recursos.

Art. 15. São atribuições de cada uma das instituições financeiras federais de
caráter regional e do Banco do Brasil S.A., nos termos da lei:(Redação dada pela Lei nº
10.177, de 12.1.2001)

I - aplicar os recursos e implementar a política de concessão de crédito de acordo


com os programas aprovados pelos respectivos Conselhos Deliberativos; (Redação
dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)

- 106 -
II - definir normas, procedimentos e condições operacionais próprias da atividade
bancária, respeitadas, dentre outras, as diretrizes constantes dos programas de
financiamento aprovados pelos Conselhos Deliberativos de cada Fundo; (Redação dada
pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)

III - analisar as propostas em seus múltiplos aspectos, inclusive quanto à


viabilidade econômica e financeira do empreendimento, mediante exame da
correlação custo/benefício, e quanto à capacidade futura de reembolso do
financiamento almejado, para, com base no resultado dessa análise, enquadrar as
propostas nas faixas de encargos e deferir créditos; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 125, de 2007)

IV - formalizar contratos de repasses de recursos na forma prevista.

V - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempenho e estado dos


recursos e aplicações ao Ministério da Integração Nacional e aos respectivos conselhos
deliberativos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007)

VI - exercer outras atividades inerentes à aplicação dos recursos, à recuperação


dos créditos, e à renegociação de dívidas, de acordo com as condições estabelecidas
pelo Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)

(Formular a política de Crédito e Creditícia sobre todas as suas formas, lembra


que é competência do CMN????)

§ 1o O Conselho Monetário Nacional, por meio de proposta do Ministério da


Integração Nacional, definirá as condições em que os bancos administradores
poderão renegociar dívidas, limitando os encargos financeiros de renegociação aos
estabelecidos no contrato de origem da operação inadimplida. (Incluído pela Lei nº
12.793, de 2013) (Formular a política de Crédito e Creditícia sobre todas as suas
formas, lembra que é competência do CMN????)

§ 2o Até o dia 30 de setembro de cada ano, as instituições financeiras de que


trata o caput encaminharão ao Ministério da Integração Nacional e às respectivas
superintendências regionais de desenvolvimento, para análise, a proposta dos
programas de financiamento para o exercício seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.793,
de 2013)

Cuidado! Esse aqui é para os programas de financiamento, mas tem uma lá em


cima que nos falamos que é para aplicação dos recursos relativivas as propostas de
financiamento, esta até dia 30 de outubro!

Resumindo: até 30 de setembro as Instituições sugerem os programas a serem


feitos, e até 30 de outubro elas enviam proposta de como aplicar o dinheiro.

Art. 16. O Banco da Amazônia S.A. - Basa, o Banco do Nordeste do Brasil S.A. - BNB e o
Banco do Brasil S.A. - BB são os administradores do Fundo Constitucional de
Financiamento do Norte - FNO, do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste - FNE e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO,
respectivamente.

- 107 -
ii) BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação;

Programa de Financiamento à Produção e Comercialização de Máquinas e


Equipamentos (FINAME)

Objetivo
Financiar a produção e a comercialização de máquinas e equipamentos novos de
fabricação nacional, cadastrados na FINAME, nas modalidades:

a) financiamento à compradora;

b) financiamento à fabricante;

O que financia
O programa contempla:

a) na modalidade “financiamento à compradora” - Aquisição de máquinas e


equipamentos nacionais novos;

b) na modalidade ”financiamento à fabricante” – financiamento à produção de


máquinas e equipamentos, bem como a sua comercialização, desde que os bens já
tenham sido negociados com os respectivos compradores. Em ambos os casos, os
equipamentos deverão se encontrar cadastrados na FINAME.

Público-alvo
Empresas de controle nacional (pessoas jurídicas e empresários registrados na junta
comercial) e pessoas jurídicas brasileiras de controle estrangeiro.

 Não são passíveis de atendimento pela FINAME os seguintes


setores: empreendimentos imobiliários, tais como edificações residenciais,
time-sharing, hotel-residência e loteamento; comércio de armas; atividades
bancárias e/ou financeiras; motéis, saunas, termas e boates; mineração que
incorpore processo de lavra rudimentar ou garimpo; jogos de prognósticos e
assemelhados; edição de jornais e outros periódicos; produção,
beneficiamento, industrialização ou comercialização de fumo; beneficiamento
de madeiras nativas não-contempladas em licenciamento e planos de manejo
sustentável ; ações e projetos sociais contemplados com incentivos fiscais.

Fonte dos Recursos


Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por intermédio de
sua subsidiária, a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME).

Prazos
Até 60 meses, inclusive carência de até 24 meses, podendo o prazo total ser
elevado no caso de aquisição de locomotivas, vagões ferroviários de carga e ônibus
de passageiros. O prazo é determinado conforme a capacidade de pagamento do
proponente.

Encargos

- 108 -
Tarifas de contratação e IOF cobrados conforme a regulamentação e perfil das
empresas.

Garantias
As garantias serão, cumulativa, ou alternativamente, compostas por garantias reais e
fidejussórias, em função do prazo, valor e pontuação obtida na avaliação de risco do
cliente e do projeto. Será obrigatória a alienação fiduciária do bem financiado.

Linhas de Crédito

As condições financeiras de uma operação realizada pelo Produto


BNDES Finame dependerão da linha de financiamento utilizada. As linhas disponíveis
para o BNDES Finame são:
 Micro, Pequenas e Médias Empresas – Aquisição de Bens de Capital
Apoio à aquisição de maquinas e equipamentos nacionais novos, exceto ônibus e
caminhões, para micro, pequenas e médias empresas.
 Micro, Pequenas e Médias Empresas – Aquisição de Ônibus e Caminhões (Ônibus
e Caminhões)
Apoio à aquisição de ônibus e caminhões, para micro, pequenas e médias
empresas, e para transportadores autônomos de cargas.
 Bens de Capital – Comercialização – Aquisição de Bens de Capital (Aquisição)
Apoio à aquisição de maquinas e equipamentos nacionais novos, exceto ônibus e
caminhões, para médias-grandes e grandes empresas.
 Bens de Capital – Comercialização – Aquisição de Ônibus e Caminhões (Aquisição
Ônibus e Caminhões)
Apoio à aquisição de ônibus e caminhões, para médias-grandes e grandes
empresas.
 Bens de Capital – Produção de Bens de Capital (Produção)
Apoio à produção de máquinas e equipamentos fixos, para empresas de qualquer
porte.
 Bens de Capital – Concorrência Internacional (Concorrência Internacional)
Apoio à aquisição e produção de máquinas e equipamentos, exceto ônibus e
caminhões, que demandem condições de financiamento compatíveis com as
ofertadas para congêneres estrangeiros em concorrências internacionais.

iii) Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma
de atuação.

Art. 1° A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração


Social (PIS), criado pela Lei Complementar n° 7, de 7 de setembro de 1970, e para o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), criado pela Lei
Complementar n° 8, de 3 de dezembro de 1970, será destinada, a cada ano, à
cobertura integral das necessidades do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), de
que trata o art. 10 da Lei n° 7.998, de 11 de janeiro de 1990.

Art. 2° Conforme estabelece o § 1° do art. 239 da Constituição Federal, pelo menos


40% da arrecadação mencionada no artigo anterior serão repassados ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aplicação em
programas de desenvolvimento econômico.

- 109 -
§ 1° Os recursos repassados ao BNDES na forma do caput deste artigo serão
corrigidos, mensalmente, pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

§ 4° Correrá por conta do BNDES o risco das operações financeiras realizadas com os
recursos mencionados no caput deste artigo.

Art. 3° Os juros de que trata o § 2° do artigo anterior serão recolhidos ao FAT a cada
semestre, até o décimo dia útil subsequente a seu encerramento.

Art. 6o O Tesouro Nacional repassará mensalmente recursos ao FAT, de acordo com


programação financeira para atender aos gastos efetivos daquele Fundo com seguro-
desemprego, abono salarial e programas de desenvolvimento econômico do
BNDES. (Redação da pela Lei nº 10.199, de 2001)

Art. 9º As disponibilidades financeiras do FAT poderão ser aplicadas em títulos do


Tesouro Nacional, por intermédio do Banco Central do Brasil, e em depósitos
especiais, remunerados e disponíveis para imediata movimentação, nas instituições
financeiras oficiais federais. (Redação dada pela Lei nº 8.352, de 1991)

§ 1º Parcela das disponibilidades financeiras do FAT constitui a reserva mínima de


liquidez, destinada a garantir, em tempo hábil, os recursos necessários ao pagamento
das despesas referentes ao Programa do Seguro-Desemprego e do Abono (Incluído
pela Lei nº 8.352, de 1991)

§ 3º Os recursos da reserva mínima de liquidez somente poderão ser aplicados em


títulos do Tesouro Nacional, por intermédio do Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei nº 8.352, de 1991)

§ 6º O resultado da remuneração das disponibilidades financeiras de que trata este


artigo constituirá receita do FAT. (Incluído pela Lei nº 8.352, de 1991)

§ 7o O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES poderá


utilizar recursos dos depósitos especiais referidos no caput deste artigo, para
conceder financiamentos aos Estados e às entidades por eles direta ou
indiretamente controladas, no âmbito de programas instituídos pelo Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, tendo em vista as
competências que lhe confere o art. 19 da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, e
destinados à expansão do nível de emprego no País, podendo a União, mediante a
apresentação de contragarantias adequadas, prestar garantias parciais a operações da
espécie, desde que justificado em exposição de motivos conjunta dos Ministérios do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda. (Parágrafo incluído pela
Lei nº 10.199, de 2001)

Art. 12. O valor do abono a ser pago pelo FAT, nos casos de empregados participantes
do Fundo de Participação PIS/Pasep, corresponderá à diferença entre o salário mínimo
vigente na data do respectivo pagamento e os rendimentos de suas contas individuais,
apurados na forma das alíneas b e c do art. 3° da Lei Complementar n° 26, de 11 de
agosto de 1975.

Parágrafo único. O pagamento do rendimento das contas individuais mencionadas no


caput deste artigo é de competência do Fundo de Participação PIS/Pasep.

- 110 -
Art. 13. A operacionalização do Programa Seguro Desemprego, no que diz respeito às
atividades de pré-triagem e habilitação de requerentes, auxílio aos requerentes e
segurados na busca de novo emprego, bem assim às ações voltadas para reciclagem
profissional, será executada prioritariamente em articulação com os Estados e
Municípios, através do Sistema Nacional de Emprego (Sine), nos termos da lei.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho poderá requisitar servidores, técnicos e


administrativos, da Administração Federal direta, das autarquias, das fundações
públicas e do Governo do Distrito Federal, para o desempenho das tarefas previstas
no caput deste artigo e no art. 20 da Lei n° 7.998, de 1990, ouvida a Secretaria de
Planejamento e Coordenação da Presidência da República.

Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.

As normas que dispõem sobre as operações de microcrédito destinadas a população


de baixa renda e a microempreendedores estão atualmente estabelecidas pela
resolução 4.000 de 25/08/11.

Nelas ficou determinado que os Bancos Múltiplos com carteira comercial, os bancos
comerciais e a CEF deverão observar condições especificas na realização de operações
de microfinanças, tais como:

 O valor das operações deverá corresponder a, no mínimo, 2% dos saldos


médios dos depósitos à vista captados por cada uma das instituições
mencionadas, com algumas restrições nos casos das instituições financeiras
públicas federais e estaduais.
 As taxas de juros não poderão ser superiores a 2% a.m, salvo se operações de
MPO ao Microempreendedor, onde o limite é 4%a.m.
 Os valores dos créditos irão até o limite máximo permitido ao cliente, de
acordo com cada perfil.
 O prazo das operações não poderá ser inferior a 120 dias, salvo se a TAC for
proporcional ao período de utilização.

Para ter certeza de que as instituições estão cumprindo a Circular 3.566, que discorre
sobre a alocação de 2% dos saldos de seus depósitos à vista para as operações, o
BACEN verifica periodicamente a exigibilidade das aplicações, são elas:

 Os recursos repassados para outras IF, por meio de depósito interfinanceiro


vinculado a operações de microfinanças – DIM- , exclusivamente para
aplicações em Microfinanças,
 Os créditos oriundos de operações de adiantamentos, empréstimos e
financiamentos que atendam as condições estabelecidas na Resolução 4.000,
adquiridos de: - outras IF, - OSCIP, - ONGs, e Entidades. Todos voltados para o
microcrédito.

As operações vencidas e não pagas podem se computadas para o cumprimento da


exigibilidade, desde que observado os percentuais de 100% no primeiro ano após o
vencimento e 50% no segundo ano.

- 111 -
O valor das deficiências das aplicações em relação a exigibilidade, se houver, deverá
ser recolhido ao BC em moeda corrente sem remuneração, permanecendo
indisponível até a próxima data de verificação periódica do cumprimento das
exigibilidades, feita pelo BACEN.

Importante!!! Sobre o microcrédito não incide IOF, pois é um programa social.

O CREDIAMIGO

É o maior Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da América do Sul, que


facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores pertencentes aos setores
informal ou formal da economia (microempresas, enquadradas como
Microempreendedor Individual, Empresário Individual, Autônomo ou Sociedade
Empresária).

O Crediamigo faz parte do Crescer - Programa Nacional de Microcrédito do Governo


Federal - uma das estratégias do Plano Brasil Sem Miséria para estimular a inclusão
produtiva da população extremamente pobre.

O Programa atua de maneira rápida e sem burocracia na concessão de créditos em


grupo solidário ou individual. Grupo solidário consiste na união voluntária e
espontânea de pessoas interessadas em obter o crédito, assumindo a
responsabilidade conjunta no pagamento das prestações. A metodologia do aval
solidário consolidou o Crediamigo como o maior programa de microcrédito do país,
possibilitando o acesso ao crédito a empreendedores que não tinham acesso ao
sistema financeiro.

Associado ao crédito, o Crediamigo oferece aos empreendedores acompanhamento e


orientação para melhor aplicação do recurso, a fim de integrá-los de maneira
competitiva ao mercado. Além disso, o Programa de Microcrédito do Banco do
Nordeste abre conta corrente para seus clientes, sem cobrar taxa de abertura e
manutenção de conta, com o objetivo de facilitar o recebimento e movimentação do
crédito.

Outras Informações:

 Os documentos necessários para o cadastro de um o cliente do Crediamigo são


CPF, Documento de Identificação com foto e Comprovante de Residência atual.
 O empréstimo é liberado de uma só vez em no máximo sete dias úteis após a
solicitação;
 Os valores iniciais variam de R$ 100,00 a 6.000,00, de acordo com a
necessidade e o porte do negócio;
 Os empréstimos podem ser renovados e evoluir até R$ 15.000,00, dependendo
da capacidade de pagamento e estrutura do negócio, permanecendo esse valor
como endividamento máximo do cliente.

- 112 -
CAPÍTULO 6

PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS


Sistema de Seguros Privados

Sociedades de Capitalização

Constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de


capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo
contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar
parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida
contratualmente; conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios
de prêmios em dinheiro.

O Título de Capitalização

É um produto em que parte dos pagamentos realizados pelo subscritor é usado para
formar um capital, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio
título (Condições Gerais do Título) e que será pago em moeda corrente num prazo
máximo estabelecido.

O restante dos valores dos pagamentos é usado para custear os sorteios, quase
sempre previstos neste tipo de produto e as despesas administrativas das sociedades
de capitalização.

Os prazos dos títulos de capitalização são, basicamente, dois:

Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o Subscritor compromete-se a


efetuar os pagamentos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possibilidade,
como colocada acima, é a de o título ser de Pagamento Periódico (PP) ou de
Pagamento Único (PU).

Prazo de Vigência: é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo


administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao título, em
geral, atualizado monetariamente pela TR e capitalizado pela taxa de juros informada
nas Condições Gerais. É o prazo em que o cliente ou subscritor concorre aos sorteios.
Tal período deverá ser igual ou superior ao período de pagamento. Mínimo de 12
meses.

 Forma de pagamento:

• POR MÊS (PM)

É um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título.

• POR PERÍODO (PP) – PRATICAMENTE EXTINTA

- 113 -
É um título em que não há correspondência entre o número de pagamentos e o
número de meses de vigência do título.

• PAGAMENTO ÚNICO (PU)

É um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua
vigência estipulada na proposta. (no mínimo 12 meses)

Note que nem sempre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir!

 Modalidades:

• Modalidade Tradicional:

Define-se como Modalidade Tradicional o Título de Capitalização que tem por


objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor total dos
pagamentos efetuados pelo subscritor (cliente), desde que todos os pagamentos
previstos tenham sido realizados nas datas programadas.

 Remuneração mínima de 0,35% (Circular SUSEP 459/2012)

• Modalidade Compra-Programada:

Define-se como Modalidade Compra-Programada o Título de Capitalização em que a


sociedade de capitalização garante ao titular, ao final da vigência, o recebimento do
valor de resgate em moeda corrente nacional, sendo disponibilizada ao titular a
faculdade de optar, se este assim desejar e sem qualquer outro custo, pelo
recebimento do bem ou serviço referenciado na ficha de cadastro, subsidiado por
acordos comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas comerciais.

 Remuneração mínima de 0,35% (Circular SUSEP 459/2012)

• Modalidade Popular:

Define-se como Modalidade Popular o Título de Capitalização que tem por objetivo
propiciar a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral dos
valores pagos.

Normalmente, esta modalidade é a utilizada quando há cessão de resgate a alguma


instituição.

 Remuneração mínima de 0,08% (Circular SUSEP 459/2012)

• Modalidade Incentivo:

Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de Capitalização que está vinculado a


um evento promocional de caráter comercial instituído pelo Subscritor.

- 114 -
O subscritor neste caso é a empresa que compra o título e o cede total ou
parcialmente (somente o direito ao sorteio) aos clientes consumidores do produto
utilizado no evento promocional.

 Remuneração mínima de 0,08% (Circular SUSEP 459/2012)


Como é estruturado um título de capitalização?

Os títulos de capitalização são estruturados com prazo de vigência igual ou superior a


12 meses e em séries cujo tamanho deve ser informado no próprio título, sendo no
mínimo de 10.000 títulos. Por exemplo, uma série de 100.000 títulos poderá ser
adquirida por até 100.000 clientes diferentes, que são regidos pelas mesmas condições
gerais e se for o caso, concorrerão ao mesmo tipo de sorteio.

O título prevê pagamentos a serem realizados pelo subscritor. Cada pagamento


apresenta, em geral, três componentes:

 Cota de Capitalização: parte que será devolvida ao cliente, corrigira monetariamente


por um índice fixado no contrato.

 Cota de sorteio: parte destinada ao pagamento dos prêmios aos sorteados.

 Cota de Carregamento: parte destinada as despesas administrativas da sociedade de


capitalização.
Os valores dos pagamentos são fixos?

Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os pagamentos são obrigatoriamente fixos.
Já nos títulos com vigência superior, é facultada a atualização dos pagamentos, a cada
período de 12 meses, por aplicação de um índice oficial estabelecido no próprio título.
O resgate é sempre inferior ao valor total que foi pago?

Não. Alguns títulos possuem ao final do prazo de vigência um percentual de resgate


igual ou até mesmo superior a 100%, isto é, se fosse, por exemplo 100%, significaria
que o titular receberia ao final do prazo de vigência, tudo o que pagou, além da
atualização monetária, que é o caso do produto Tradicional.

- 115 -
Entidades Abertas de Previdência Complementar

Entidades abertas de previdência complementar - são entidades constituídas


unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar
planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda
continuada, pagamentos por período determinado ou pagamento único, acessíveis a
quaisquer pessoas físicas.

Os planos de previdência complementar Abertos

Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por
qualquer pessoa física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos
planos de Previdência Privada é a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é
ligada ao Ministério da Fazenda.

Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL. PGBL significa Plano Gerador de
Benefício Livre e VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre.

São planos previdenciários que permitem que você acumule recursos por um prazo
contratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido e
rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido.

Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por duas fases: o período de
investimento e o período de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando
estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de formação de patrimônio. Já
o período de benefício começa a partir da idade que você escolhe para começar a
desfrutar do dinheiro acumulado durante anos de trabalho. A maneira de recebimento
dos recursos é você quem escolhe. É possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou
contratar um tipo de benefício (renda) para passar a receber, mensalmente, da
empresa seguradora.

É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de


benefício não precisam ser contratados com a mesma seguradora. Desta forma, uma
vez encerrado o período de investimento, o participante fica livre para contratar uma
renda na instituição que escolher.

Diferença entre PGBL e VGBL

A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor
das contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da
sua renda bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar
sua restituição de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto
anual de R$ 100 mil. Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os
R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas
atenção: esse benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do
Imposto de Renda pelo formulário completo e são tributados na fonte.

- 116 -
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos,
o VGBL é ideal. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus
investimentos ou para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em
previdência. Isto porque, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de
capital.

“* É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício

Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)?

R. Não, a portabilidade só é permitida entre planos do mesmo segmento, isto é, entre planos de

previdência complementar aberta (PGBL para PGBL), ou entre planos de seguro de vida com

cobertura por sobrevivência (VGBL para VGBL).”

Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-

complementar-aberta#duvidasfaq

Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o período de diferimento, terão como


critério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a
rentabilidade da carteira de investimentos do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE),
instituído para o plano, ou seja, DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO HÁ
GARANTIA DE REMUNERAÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.

Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados
na hora da contratação: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.

A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do


fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com
as condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos
em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do
que aqueles que investem apenas em renda fixa.

Importante: A taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor


total da reserva e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de
administração já debitado.

- 117 -
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve
para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança
dessa taxa não ultrapassa 5%, sendo o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o
valor de cada contribuição que você fizer. No mercado há três formas de taxa de
carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:

 Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do


valor do aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou
quanto maior o montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.

 Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em


função do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto
maior o tempo de permanência, menor será a taxa.

 Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto
na saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem
produtos que extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros
atrelam esse percentual ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a
taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de
previdência.

Alíquotas do Imposto de Renda (IR)


A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final
do plano quando for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Claro
que a receita federal não ficaria de fora desse seu dinheirinho não é? Logo, esta
alíquota pode ser cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.
Lembrando que esta escolha é IRRETRATÁVEL, ou seja, você não pode mudar.

A alíquota Progressiva
Esta forma de tributação é ideal para quem não declara imposto de renda ou se
declara como isento, pois o imposto cobrado na previdência no momento do resgate
será de 15%, independente do prazo. Entretanto, caso sua renda passe a ser
tributável, ou seja, você passe a ganhar o suficiente para pagar imposto de renda, a
tributação que era 15% passa a acompanhar a tributação do seu salário, e quando você
efetuar o resgate terá de fazer um ajuste no seu imposto de renda para mais ou para
menos, a depender o valor do seu salário e da alíquota cobrada, por isso o nome
Progressiva, pois aumenta conforme seu salário progride, por exemplo:
Ganho 10 mil reais por ano, portanto não preciso declarar imposto de renda, e se eu
declarar não preciso pagar imposto, logo minha previdência está sujeita a imposto de
15% e quando você efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você não deve
pagar imposto de renda, pode receber o valor cobrado de volta como restituição.

Agora um outro exemplo:


Ganho 70 mil reais por ano, logo, devo declarar imposto de renda e devo pagar
imposto, ou este pode ser retido no meu salário pelo meu empregador se eu for
assalariado. Para quem ganha 70 mil reais por ano o imposto devido é de 27,5%, ou

- 118 -
seja minha previdência sairá de um imposto de 15% para um imposto de 27,5%. Desta
forma você deverá pagar imposto a mais por ela e não receberá nada de volta a título
de restituição.
É de MATAR nosso bolso!!!!!!

Por isso esta forma de tributação deve ser escolhida com cuidado, e com o
pensamento no fato de que se sua renda subir demais você pagará mais imposto.

A alíquota Regressiva
Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na forma inversa a Progressiva, ou
seja, começará alto, em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou seja, a
alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modalidade é mais indicada para aqueles que
desejam ficar no plano de previdência por MUITO TEMPO, e que queiram utilizar a
aplicação como benefício futuro de aposentadoria. Indicada para aqueles clientes que
estão pensando em muito longo prazo. Deve, também, ser escolhida com atenção,
pois esta escolha entre progressiva ou Regressiva é IRRETRATÁVEL, ou seja, você não
pode mudar.

Cuidado! Alguns bancos estão vendendo a ideia de que você pode trocar de alíquota
progressiva para regressiva. Esta manobra não encontra amparo legal, é apenas uma
brecha encontrada em lei. Vale salientar que não há regulamentação da SUSEP ou de
qualquer outro órgão que permita claramente esta manobra. É o famoso
“cambalacho”. Lembrando que os bancos vendem a ideia de trocar de progressiva para
regressiva e não ao contrário.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA

Como vimos anteriormente, além das Sociedades de Capitalização, das seguradoras e


das Entidades Abertas de Previdência Complementar, existem as Entidades Fechadas
de Previdência complementar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP nem,
tampouco, são fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:

CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é um órgão colegiado que


integra a estrutura do Ministério da Fazenda Nacional, REUNINDO-SE
TRIMESTRALMENTE, e cuja competência é regular o regime de previdência
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar
(fundos de pensão).

O CNPC é o novo órgão com a função de regular o regime de previdência


complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar,
nova denominação do Conselho de Gestão da Previdência Complementar.

- 119 -
SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

(PREVIC)

LEI Nº 12.154, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2009.

Art. 1o Fica criada a Superintendência Nacional de Previdência Complementar -


PREVIC, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e
financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda Nacional, com
sede e foro no Distrito Federal e atuação em todo o território nacional.

Parágrafo único. A Previc atuará como entidade de fiscalização e de supervisão


das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução
das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas entidades
fechadas de previdência complementar, observadas as disposições constitucionais e
legais aplicáveis.

Art. 2o Compete à Previc:

I - proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência


complementar e de suas operações;

II - apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis;

III - expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas


relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional
de Previdência Complementar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no 10.683,
de 28 de maio de 2003;

IV - autorizar:

a) a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência


complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de
planos de benefícios;

Cuidado! Aqui, a PREVIC manda, pois estas instituições serão subordinadas ao


Ministério da Previdência. Por isso o CMN não tem atuação forte neste segmento.

Entidades Fechadas de Previdência Complementar

As entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) são


organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são
acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas
ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes
denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de
caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.

As entidades de previdência fechada devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo


Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 de setembro de
2003, no que tange à aplicação dos recursos dos planos de benefícios.

- 120 -
O plano de previdência Fechado

Também conhecido como fundos de pensão, é criado por empresas e voltado


exclusivamente aos seus funcionários, não podendo ser comercializado para quem não
é funcionário daquela empresa. A Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência
Social, responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão).
Atenção! Em ambas as entidades a aplicação do recursos das reservas é orientada
pelo CMN!

- 121 -
Sociedades seguradoras

São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, especializadas em


pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante
(segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha o
risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.

O seguro
Contrato mediante o qual uma pessoa denominada Segurador, se obriga, mediante o
recebimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada Segurado, do
prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).

Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado e em troca disto recebe um prêmio


em dinheiro, logo cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do segurado.

Para se proteger as seguradoras se valem de pesquisas e questionários sobre o


segurado para buscar calcular a probabilidade de um evento acontecer ou não. Estes
eventos são os fatos geradores ou, simplesmente, sinistros. Quando estes sinistros
ocorrem o segurador deve indenizar o segurado conquanto que o sinistro esteja
previsto no contrato firmado entre os dois. Este contrato chamamos de apólice.

As partes da proposta de seguro:

 Apólice: proposta formal aceita pela seguradora.


 Endosso: poder que se tem de mudar o bem em garantia ou características do bem
garantido.
 Prêmio: prestação paga periodicamente pelo segurado.
 Sinistro: o valha meu Deus!
 Indenização: valor que segurado recebe caso o sinistro ocorra.
 Franquia: contribuição do segurado para liberação da indenização, é a coparticipação
do segurado no prejuízo.

Dentro do mercado de seguros, nós temos dois grandes grupos de seguros:

 Seguros de Acumulação:
Onde eu invisto um capital por um determinado prazo e, ao final, recebo o valor de
volta, corrigido por um indexador de juros. Então é chamado de acumulação porque
há um acumulo de dinheiro que ao final poderá ser devolvido ao segurado caso o
sinistro não ocorra.
Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL, VGBL), Títulos de Capitalização.

 Seguros de Risco:
São os famosos “valha... meu Deus” aconteceu ou simplesmente, fatos geradores.

- 122 -
Esses seguros foram criados para o segurado contribuir com um valor, e através dessa
contribuição ele recebe uma indenização caso algum sinistro aconteça com o bem
segurado, que pode ser um bem material ou até mesmo a própria vida.

Neste tipo de seguro o acumulo de capital não é devolvido ao segurado ao final do


prazo contratado, pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segurador para
assumir o risco do sinistro do segurado.

Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde, residenciais e viagem.

O RESSEGURO OU RETROCESSÃO

O resseguro é o seguro das seguradoras.


É um contrato em que o ressegurador assume o compromisso de indenizar a
companhia seguradora (cedente) pelos danos que possam vir a ocorrer em
decorrência de suas apólices de seguro.
Para garantir com precisão um risco aceito, as seguradoras usualmente repassam
parte dele para uma resseguradora que concorda em indenizá-las por eventuais
prejuízos que venham a sofrer em função da apólice de seguro que vendeu. O contrato
de resseguro pode ser feito para cobrir um determinado risco isoladamente ou para
garantir todos os riscos assumidos por uma seguradora em relação a uma carteira ou
ramo de seguros. O seguro dos riscos assumidos por uma seguradora é definido por
meio de um contrato de indenização. Os Resseguradores fornecem proteção a
variados riscos, inclusive para aqueles de maior vulto e complexidade que são aceitos
pelas seguradoras. Em contrapartida, a cedente (segurador direto) paga um prêmio de
resseguro, comprometendo-se a fornecer informações necessárias para análise,
fixação do preço e gestão dos riscos cobertos pelo contrato.

Resumindo é o famoso: “me ajude minha joia!”.


A seguradora fica com medo de dar um problema sério na apólice de seguro, ou o
valor a indenizar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir o risco, dividindo com
uma resseguradora. É o seguro do Seguro!

O COSSEGURO

O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice de seguro e distribuí-la para mais
de uma seguradora, ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras dividem,
entre elas, o risco daquela apólice, pois caso haja algum problema, o sinistro, o
prejuízo é dirimido entre elas.

Algumas características dos seguros:

 Os seguros podem ser também classificados em seguros individuais ou em grupo.

- 123 -
O seguro individual é uma relação entre uma pessoa ou uma família e uma
seguradora. A seguradora, evidentemente, terá de aferir corretamente o risco
segurado e pulverizá-lo colocando-o numa carteira onde existem diversos riscos
semelhantes, mas independentes entre si.

O seguro em grupo é o seguro de um conjunto de pessoas ligadas entre si de modo


que se estabelece uma relação triangular entre a seguradora, o segurado e o grupo a
que ele pertence. O grupo pode ser constituído por uma empresa, por uma
organização sem fins lucrativos, por uma associação profissional, ou por uma pessoa
física. Os seguros contratados por empresas são chamados de empresariais ou
corporativos. É um seguro em grupo, formalizado por uma única apólice que garante
coberturas estabelecidas de acordo com um critério objetivo e uniforme, não
dependente exclusivamente da vontade do segurado. A seguradora, com base nos
contratos de adesão ao seguro, emite para cada segurado um documento que
comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro). Nesse documento constam a
identificação do segurado e a designação dos seus beneficiários.

 Os seguros diferem também segundo o regime de financiamento, ou seja, a técnica


atuarial que determina a forma de financiamento das indenizações e benefícios
integrantes do contrato.

Os regimes se dividem em repartição e capitalização. O regime de repartição, por sua


vez, se divide entre repartição simples e repartição de capitais de cobertura.

No regime de repartição simples, todos os prêmios pagos pelos segurados em


determinado período forma um fundo que se destina ao custeio de indenizações a
serem pagas por todos os sinistros ocorridos no próprio período (e às demais despesas
da seguradora). Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de forma que
corresponda à importância necessária para cobrir o valor das indenizações relativas
aos sinistros esperados. Não há, assim, a possibilidade de devolução ou resgate de
prêmios e contribuições capitalizadas ao segurado, ao beneficiário ou ao estipulante,
como nos casos de planos de previdência. Tipicamente, esse regime se aplica aos
planos previdenciários ou de seguro de vida em grupo em situações em que a massa
de participantes é estacionária e as despesas com pagamento de benefícios são
estáveis e de curta duração. É usado também na previdência social estatal (INSS e
regimes próprios do Estado), porém, sem a condição de estabilidade mencionada. É o
caso também dos seguros de vida em grupo, de seguros de automóveis, de saúde etc.

Ocorrido o sinistro, o segurado recebe uma indenização pré-estabelecida


independentemente do valor que pagou. No mercado de seguros, entretanto, para
garantia da solvência das empresas, a legislação impõe a formação de provisões de
prêmios não ganhos, de oscilação de riscos e de sinistros, devidamente atestadas pelos
atuários em Nota Técnica e Avaliação Anual.

O regime de repartição de capitais de cobertura é o método em que há formação de


reserva apenas para garantir os pagamentos das indenizações e benefícios iniciados no
período, ou seja, arrecada-se apenas o necessário e suficiente para formação de

- 124 -
reserva garantidora do cumprimento dos benefícios futuros que se iniciam neste
período. Em outras palavras, há formação de um fundo correspondente ao valor atual
dos benefícios de prestação continuada iniciados no período em questão. Nesse
regime, há a obrigação de constituição de provisão de benefícios concedidos.

O regime de capitalização é o método que consiste em determinar a contribuição


necessária para atender determinado fluxo de pagamento de benefícios,
estabelecendo que o valor da série de contribuições efetuadas ao longo do tempo seja
igual ao valor da série de pagamentos de benefícios que se fará no futuro. Esse modelo
de financiamento constitui reservas tanto para os participantes assistidos como para
os ativos e obviamente pressupõe a aplicação das contribuições nos mercados
financeiros, de capitais e imobiliários a fim de adicionar valor à reserva que se está
constituindo. A capitalização é dividida em duas fases distintas: a primeira
denominada "fase contributiva" e a segunda "fase do benefício". A legislação vigente
torna obrigatória a utilização do regime financeiro de capitalização para os benefícios
de pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas. Nesse regime,
obriga-se a empresa a constituir provisão de benefícios concedidos, como no caso
anterior, e provisão de benefícios a conceder. Assim, no regime de capitalização, o
objetivo não é apenas pagar indenização ou benefício pré-estabelecido, mas permitir
ao segurado ou participante retirar ao final do contrato uma poupança que,
idealmente, cubra os riscos de morte, invalidez, aposentadoria, etc.

- 125 -
Vamos testar?
1 (CESPE – BB 2007) Do valor aplicado pelo investidor em títulos de capitalização, a
instituição financeira separa um percentual para a poupança, outro para o sorteio e
um terceiro para cobrir suas despesas.
Certo Errado

2 (CESPE – BRB 2011) Se a taxa de carregamento do plano PGBL for igual a 5%, isso
significará que, anualmente, será debitado o valor equivalente a esse percentual do
saldo mantido no referido plano.
Certo Errado

3 (CESGRANRIO – BB 2015) Uma cliente bancária está decidida a contratar um plano


de previdência privada para si. No entanto, ela está em dúvida se seu perfil está
mais adequado ao “Plano Gerador de Benefício Livre” – PGBL ou ao “Vida Gerador
de Benefício Livre” - VGBL.

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Sabendo que a cliente é solteira e que sempre estará isenta de imposto de renda,
a escolha adequada seria o:
a) PGBL, pois ela não conta com a vantagem fiscal do VGBL.
b) VGBL, pois ela não conta com a vantagem fiscal do PGBL.
c) PGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo simplificado.
d) PGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo completo.
e) VGBL, pois ela declara seu imposto de renda no modelo completo.

4 (CESGRANRIO – BB 2015) O Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) é uma


aplicação que tem como objetivo a complementação da aposentadoria do seu
investidor. Pode-se dizer que o PGBL é bom para o empregado que possui renda
tributável e declara o imposto de renda no modelo completo, pois ao investir num
PGBL, tem-se restituído o Imposto de Renda (IR) retido na fonte pelo empregador
sobre o valor da aplicação.

Como a tributação do PGBL ocorre no resgate sobre o(s) seu(s)


a) rendimentos, o IR é postergado, mas não há a sua isenção.
b) rendimentos, o IR é diferido, mas não há a sua isenção.
c) rendimentos, há isenção do IR.
d) valor integral, o IR é adiado, mas não há a sua isenção.
e) valor integral, há isenção do IR.

5 (CESPE – BASA 2010) Os seguros do tipo vida gerador de benefício livre (VGBL)
possibilitam o desconto integral dos prêmios mensais para aqueles contribuintes
que utilizam o formulário de declaração simplificada.

Certo Errado

6 (FCC – BB 2010) As entidades fechadas de previdência complementar, também


conhecidas como fundos de pensão, são organizadas sob a forma de:
a) planos que devem ser oferecidos a todos os colaboradores e que também podem
ser adquiridos por pessoas que não tenham vínculo empregatício com a empresa
patrocinadora.
b) fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e acessíveis, exclusivamente, aos
empregados de uma empresa ou grupo de empresas.
c) fundos PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre.
d) fundos VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre.
e) empresas vinculadas ao Ministério da Fazenda e fiscalizadas pela SUSEP -
Superintendência de Seguros Privados.

7 (FGV – BNB 2014) O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) se difere do Vida
Gerador de Benefício Livre (VGBL) no que tange ao tratamento fiscal. No caso do
PGBL:
a) o imposto de renda é pago no resgate e incide sobre o total do valor resgatado;
b) o imposto de renda é pago no resgate e incide sobre os ganhos de capital;

- 127 -
c) o imposto de renda é pago semestralmente e incide sobre os ganhos de capital;
d) ambas as aplicações são isentas de cobrança de imposto de renda;
e) ambas as aplicações estão sujeitas a alíquota fixa de 6% de imposto de renda.

8 (CESPE – BASA 2010) Os títulos de capitalização são adequados para os recursos


de curtíssimo prazo, considerando a alta liquidez, sendo vedada a distribuição de
prêmios aos detentores desses títulos por meio da realização de sorteios.

Certo Errado
9 (CESPE – BB 2009) As entidades fechadas de previdência complementar
correspondem aos fundos de pensão e são organizadas sob a forma de empresas
privadas, sendo somente acessíveis aos empregados de uma empresa ou a um
grupo de empresas ou aos servidores da União, estados ou municípios.

Certo Errado

10 (FCC – BB 2013) Produto que, após um período de acumulação de recursos,


proporciona aos investidores uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por
período determinado - ou um pagamento único, é o:
a) CDB - Certificado de Depósito Bancário.
b) FIDC - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.
c) Ourocap - Banco do Brasil.
d) BB Consórcio de Serviços.
e) PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre.

1C 2E 3B 4D
5E 6B 7A 8E
9E 10E

- 128 -
COBRANÇA

Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos atualmente é a cobrança, um serviço


indispensável para qualquer banco comercial. Com este instrumento, os bancos
estreitaram seu relacionamento com os clientes, PF e PJ, e engordaram as aplicações
com recursos transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.

Quando um cliente vende algo para alguém, bem ou serviço, emite um boleto ou
bloqueto, estes possuem código de barras, logo podem transitar pelos serviços de
compensação, sem sua movimentação física. Vimos, inclusive, que estes boletos
transitam pelo SILOC, até o VLB 25mil. Boletos de valor igual ou superior ao VLB 250
mil transitam diretamente no STR.

Nesta história nos temos três personagens:

o O Credor ou cedente – cliente do banco que irá emitir ou contratar os


serviços de emissão boletos de cobrança.
o O Banco – instituição que disponibiliza o programa para emissão destes
boletos, e que pode realizar a cobrança de duas formas: simples¹ ou
registrada².
o O devedor ou sacado – cliente do credor que adquiriu produto ou
serviço, e pagará o boleto emitido.

A cobrança como falamos anteriormente, é um produto de relacionamento entre


banco e cliente (cedente). Com isso o cedente possui conta no banco e os valores
resultantes da cobrança são creditados diretamente na conta do cedente, em D+0 ou
D+1, a depender do que for pactuado.

Graças ao sistema de compensação, o sacado (devedor) pode pagar o título em


qualquer praça, até a data do vencimento. Após o vencimento, somente na agencia
bancaria do cedente ou emissor do título.

1- A cobraça simples é a mera emissão dos boletos. O cedente preenche,


emite, envia e especifica o banco onde deve ser pago, tudo isso sem
aviso prévio ao banco. Quando do pagamento, o banco envia uma
informação ao cliente e credita em sua conta.
2- A cobraça registrada é mais completa, pois o banco vai processar a
emissão dos títulos, com base em informações previamente enviadas
pelo cedente, e vai processar inclusive a cobrança do pagamento ao
sacado. Caso não realize o pagamento, o banco pode lançar o nome do
sacado em protesto ou até mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.

Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado FLOAT, que nada mais é do que
quando o banco recebe um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X, porém só
repassa a quantia correspondente depois de 3 dias. Durante esse período (float) o
Banco permanece com o recurso, a custo zero, investe a quantia. Para que isso existe

- 129 -
deve estar previsto no contrato da prestação do serviço. Geralmente esta liberdade
dada ao banco deixa as tarifas de cobraça mais baratas.

CEDENTE MERCADORIA SACADO


CREDOR DEVEDOR
ACEITA A DÍVIDA

BANCO
COBRADO

FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas


ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em
títulos e valores mobiliários. Um fundo é organizado sob a forma de condomínio, e
seu patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da
divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas em circulação. Em outras
palavras é como um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores
(cotistas), com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma
carteira de títulos ou valores mobiliários. Se o gestor do fundo fizer um bom trabalho,
o patrimônio do fundo aumentará, aumentando o valor das cotas do fundo.

Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja, lucro, este valor é distribuído
proporcionalmente ao número de cotas de cada participante.

É a comunhão de recursos sob a forma de condomínio em que os cotistas têm os


mesmos interesses e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais, ou
seja, todos têm os mesmo direitos, e o valor das cotas é igual para todos.

Funciona exatamente como um condomínio de apartamentos, em que cada


condômino é dono de uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para

- 130 -
administrar e coordenar as tarefas do prédio (o síndico). Nele são estabelecidas as
regras de funcionamento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de
música alta nas dependências dos apartamentos, entre outras). Essas regras são
seguidas por todos os moradores, sem exceção.

Um fundo de investimento funciona da mesma forma. Os cotistas (os moradores)


compram uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a
um terceiro (o Gestor, o síndico) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus
recursos no mercado. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está
aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc.), e
passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, independentemente da
quantidade de cotas que cada um possui.

Agora, imagine que você não mora num prédio, portanto está fora do condomínio, e
precisa escolher quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra esportiva ou
quem vai contratar os seguranças. Provavelmente, terá mais trabalho para encontrar
esses prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse num condomínio, essa seria
uma tarefa para o síndico, com a vantagem de poder ratear com os outros condôminos
esses custos.

Situação semelhante poderia acontecer com você, caso estivesse sozinho no mercado
financeiro. Caberia a você escolher os ativos para compor uma carteira de
investimento. Isso significa analisar com frequência riscos, nível de endividamento e
expectativa de resultados de cada empresa da qual você comprou ação ou de cada
banco do qual você adquiriu um CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando
em um grupo, este grupo terá um gestor, e esse gestor se preocupará com isso para
você.

Fonte: XP Investimentos

Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou condomínio, ele deve atestar, mediante
termo apropriado, que recebeu o Regulamento e o Prospecto de Divulgação, e que
tomou ciência da política de investimentos e dos riscos do produto.

Caso o investidor que comprou parte desse fundo queira vender, ele pode?

Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos: Abertos e Fechados.

Os Fundos Abertos permitem que o investidor resgate o valor aplicado a qualquer


momento, ou seja, ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fundo de alta liquidez.
O resgate será feito com base no valor em que a cota estiver valendo no mercado.
Embora existam fundos que pedem prazo de carência para resgate, por exemplo: 30
ou 60 dias após a aplicação; os fundos são considerados como tendo alta liquidez.

Já os Fundos Fechados não permitem o resgate antecipado, ou seja, se você comprar


vai ter de ficar com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entretanto, como nada é
eterno, você pode vender as COTAS para outra pessoa, mas como elas já foram

- 131 -
comercializadas a primeira vez com você, você terá de vendê-las no mercado
secundário, ou seja, na bolsa de valores ou no mercado de balcão.

ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Mas o que são esse Regulamento e o Prospecto de Divulgação?

O Regulamento é o documento de constituição do fundo. Nele estão estabelecidas


todas as informações e as regras essenciais relacionadas, entre outras estabelecidas no
capítulo IV da instrução CVM 409:(i)à administração; (ii) à espécie, se aberto ou
fechado; (iii) ao prazo de duração, se determinado ou indeterminado; (iv) à gestão; (v)
aos prestadores de serviço; (vi) à política de investimento, de forma a caracterizar a
classe do fundo; (vii) à taxa de administração e, se o caso, às taxas de performance,
entrada e saída; (ix) às condições de aplicação e resgate de cotas. As alterações no
regulamento dependem de prévia aprovação da assembleia geral de cotistas e devem
ser comunicadas à CVM. É importante saber que as alterações feitas no regulamento
do Fundo de Investimento implicam modificações nas condições de funcionamento do
Fundo. Portanto, o cotista deve analisar as modificações propostas de acordo com
seus interesses como investidor.

Prospecto

O Prospecto é o documento que apresenta de forma destacada as principais


informações relevantes para o investidor contidas no regulamento, tais como as
relativas à política de investimento do fundo, às taxas de administração e aos
principais direitos e responsabilidades dos cotistas e administradores, assim como
quaisquer outras necessárias para uma tomada de decisão mais consciente por parte
dos investidores, como os riscos envolvidos.

É documento de apresentação obrigatória aos investidores, exceto no caso de fundos


destinados exclusivamente a investidores qualificados. O prospecto atualizado deve
estar à disposição dos investidores potenciais durante o período de distribuição, nos
locais em que esta for realizada. Quaisquer alterações realizadas deverão ser
comunicadas imediatamente à CVM, e serão colocadas à disposição para consulta
pública.

Além disso, O prospecto deve conter, de forma destacada, e isso é importante para o
investidor, os dizeres: "A concessão de registro para a venda de cotas deste fundo não
implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de
adequação do regulamento do fundo ou do seu prospecto à legislação vigente ou
julgamento sobre a qualidade do fundo ou de seu administrador, gestor e demais
prestadores de serviços.”

- 132 -
Ainda, os fundos que pretendam realizar operações que possam resultar em perdas
patrimoniais ou, em especial, levar à ocorrência de patrimônio líquido negativo,
devem inserir na capa de seu prospecto, de forma clara, legível e em destaque, uma
das seguintes advertências, conforme o caso: (i) este fundo utiliza estratégias que
podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas; ou (ii) este
fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para
seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a
consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo
do fundo.

Em resumo, o prospecto é documento de leitura imprescindível para os investidores


tomarem conhecimento das principais informações relacionadas ao fundo que possam
de alguma forma, influenciar na decisão de investir ou não em suas cotas. A relação
completa dessas informações está disposta no artigo 40 da instrução CVM 409.

Lâmina de Informações Essenciais

A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012, que promoveu alterações na instrução


409, trouxe modificações na Lâmina de Informações Essenciais, documento já utilizado
no mercado para a venda de fundos de investimento para investidores de varejo. A
ideia é padronizar o material utilizado, de forma que os investidores possam melhor
comparar os fundos.

Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informações mais importantes em formato


simples e sempre na mesma ordem. Além das informações sobre taxas e despesas, a
lâmina traz uma tabela com os retornos dos últimos cinco anos, que enfatiza a
existência, caso exista, de anos com rentabilidade negativa, além de outras mudanças,
conforme disposto na instrução.

A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os
dados relativos ao mês imediatamente anterior, e enviá-la imediatamente à CVM. O
administrador deve entregar a lâmina ao futuro cotista antes do seu ingresso no fundo
e divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet, e sem proteção de senha,
a lâmina atualizada.

ATENÇÃO

Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar, por meio de termo próprio, que
recebeu o regulamento e o prospecto (a partir de 1º de janeiro de 2013, a lâmina),
que tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimentos, como também
da possibilidade de ocorrência de patrimônio negativo e de sua responsabilidade por

- 133 -
contribuições adicionais de recursos, quando for o caso. Por isso, atenção ao ler esses
documentos, pois neles o investidor vai encontrar informações muito importantes.
O Papel de cada pessoa nesse jogo

- O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de


investimentos, muitas vezes atraído por ganhos superiores ao de investimentos
tradicionais como poupança, CDB e RDB e que foge de risco elevados como os
investimentos diretos em ações.

- O investidor Qualificado: Pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento


sobre investimentos ou que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que
estão dispostas a aplicar de forma diferenciada.

São considerados investidores qualificados:

I – instituições financeiras;

II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor


superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por
escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio.

V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores


qualificados;

VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados


pela CVM, em relação a seus recursos próprios;

VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios. IN CVM 450.

Os Administradores dos Fundos: São Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM,


que serão os responsáveis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como
distribuidor das cotas do Fundo.

O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que
acompanha o mercado financeiro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia
o cenário econômico, toma decisão sobre quais ativos comprar ou vender,
obedecendo as diretrizes legais e a política de investimentos do fundo.

Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos
anteriormente, pode ser o próprio administrador, ou outra instituição que integre o
sistema de distribuição de valores mobiliários.

- 134 -
O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o
mesmo esteja disponível quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou
caso não seja credenciado pela CVM para essa atribuição, uma instituição contratada.

Fonte: Intrag.com.br

A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o
administrador irá conduzir o Fundo, se procura retorno de curto ou longo prazo, no
que irá aplicar e qual o tipo de risco que ele está disposto a correr na compra dos
papeis.

Essa política pode ser ATIVA ou PASSIVA:

 Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e


tenta ultrapassar esse índice.
 Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e
tenta acompanhar esse fundo, mas apenas acompanhar.

Benchmark: É o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a


referência para saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda

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fixa p mais usado é o CDI e para os de renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice
Brasil.

Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de


gerenciamento do fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e
são cobrados diariamente. Esses recursos servem para remunerar o administrador, ou
seja, é o salário do administrador.

Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam
seu benchmark, ou seja, rende mais do que o esperado. Ocorre quando o
administrador faz o dever de casa muito bem, e por isso ganha uma recompensa.

Taxa de entrada ou de saída: É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor
quando da aquisição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou
quando o investidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse caso a taxa de entrada ou
de saída não está computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do
fundo divulgado pelo administrador não contém essa taxa. Como todas as demais
taxas, esta também deverá estar definida no regulamento e no prospecto do fundo.

Um conceito importante!

Chinese Wall: Como os recursos da empresa do administrador poderiam se misturar


com os recursos dos investidores, esse termo foi criado para separar estes recursos, ou
seja, o dinheiro do administrador não pode ficar junto do dinheiro do investidor, para
evitar que o dinheiro do investidor fosse utilizado pelo administrador em proveito
próprio.

Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos
ver o que pode haver dentro deles.

Os Tipos de fundos quanto a sua Rentabilidade

Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de
Renda Fixa ou de Renda Variável.

Renda Fixa: Rendimento pactuado no momento da emissão do título. Podem ser pré
ou pós-fixados. Os pré-fixados são aqueles que temos uma remuneração determinada
no momento da contratação, já os pós-fixados são aqueles em que atrelamos a um
índice pactuado previamente (TR, IPCA, IGP-M, etc.).

Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade não pode ser avaliada na emissão,
podendo ao final gerar ganhos ou prejuízos, ou seja, o mercado dirá quando aquele
papel irá valer no futuro. O maior exemplo que temos são as ações.

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A NOVA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS

IN CVM 555

Renda Fixa: Os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%)
composta por títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos
e títulos privados de bancos de baixo risco de crédito. Este fundo não pode ter taxa de
performance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qualificado.

Na modalidade renda fixa existe um segundo nível chamada fundos SIMPLES que nada
mais são do que os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de
rentabilidade, proporcionar uma rentabilidade atrelada a um indexador financeiro, e
a sua carteira de investimento deverá ser composta por, no mínimo, 95% da carteira
em títulos públicos e títulos de bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os
fundos simples também têm a comunicação com os investidores feita de forma
eletrônica apenas, e eles não podem cobrar taxas de performance, o que reduz custos
e aumenta seu potencial de retorno.

Cambial: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por
(80%) títulos de renda fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a
variação de preços de uma determinada moeda estrangeira.

Multimercados: Os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade,


fundamentalmente, a partir de várias operações arriscadas. Os derivativos financeiros
são contratos que visam a simular um conjunto de operações de modo a permitir que
o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada
estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de
poder aplicar o patrimônio do fundo em papeis mais arriscados como ações de
empresas alavancadas, derivativos, e títulos de variação de preços elevadas.

Ações: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por
67% (no mínimo) em ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

(Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate e IOF zero)

FICA LIGADO!

Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova


categoria, que entra no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual
são incluídos os fundos com carteiras que têm mais de 40% dos ativos alocados em
papéis internacionais.

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Fonte: comoinvestir.com.br

Outros tipos de fundos

Direitos Creditórios: A carteira de investimento desses fundos é composta em sua


totalidade por títulos que representam operações realizadas nos segmentos
financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de arrendamento mercantil e de
prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos
possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas
modificações).

Fundos de Previdência: São fundos de investimento destinados a acolher os recursos


captados pelo plano gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL).

Imobiliário: São fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para
empreendimentos imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções
CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modificações). (Isentos de Imposto de Renda.)

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 Riscos em Fundos de Investimentos

É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de


investimento temos duas dimensões para o risco:

 Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a


carteira do fundo não pague o valor do título no seu vencimento.

 Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de


investimento do gestor do fundo não produza os resultados esperados, o risco
de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se isso ocorrer o
cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio
negativo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata


noção dos riscos que está correndo ao investir em um fundo de investimento.

A marcação a mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia o
preço. Ou seja, mesmo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha
uma taxa determinada (prefixada ou pós-fixada), é necessário que, diariamente, seu
valor seja atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado,
e se faz necessário, a cada momento, definir o valor do título em função das novas
taxas vigentes em relação ao rendimento definido na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de
investimento e carteiras administradas, que negociam frequentemente títulos de
acordo com a sua necessidade de caixa ou de seleção de novas modalidades de
aplicação financeira para suas carteiras.
Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do
momento composta da taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas
variáveis de risco que envolvem o título negociado.
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda FIXA podem ter volatilidade.

A Tributação dos Fundos

Fundos de Longo Prazo – Carteiras acima de 365 dias

Prazo das Até 180 dias De 181 a 360 De 361 a 720 Acima de 720
Aplicações dias dias dias
Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15%
 As pessoas físicas estão isentas de IR até o limite de R$ 20 mil por mês, no
mercado a vista de ações.
 Para operações Day-Trade, o IR será de 1% na fonte.

- 139 -
Vamos testar?
1 CESPE- BRB 2011) Desde que consigam replicar o retorno de um índice de
referência, os fundos de renda fixa referenciados têm liberdade para decidir como
investir seus recursos, já que até 49% do patrimônio desses fundos pode ser
investido em ações e derivativos.
CERTO ERRADO

2 (FCC – BB2011) As normas para funcionamento dos fundos de investimento


dispõem que:
a) os cotistas, no caso de condomínio fechado, podem solicitar o resgate de suas cotas
a qualquer tempo.
b) o prospecto deve conter a política de investimento do fundo e os riscos envolvidos.
c) são dispensados de proceder à marcação a mercado dos respectivos ativos.
d) o valor das cotas deve ser divulgado ao final de cada mês.
e) podem ser administrados por pessoas físicas autorizadas pela CVM.

3 (FCC – BB2011) Em prospectos de fundos de investimento encontra-se:


I. Seu objetivo.
II. Os riscos assumidos.
III. Sua política de investimento.
Está correto o que consta em
a) I, II, III.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

4 (CESPE – BASA 2010) Ao aplicar em um fundo de investimentos, assim como em


um CDB, o cliente tem seus recursos garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos
(FGC).

CERTO ERRADO

5 (CESPE – BASA 2010) A taxa de administração é a principal remuneração obtida


pela instituição financeira quando oferece um fundo de investimentos aos clientes.
Ela é devida mesmo quando o fundo em questão apresenta retorno negativo.

CERTO ERRADO

6 (CESPE – BASA 2010) A alavancagem é uma técnica que provê total garantia
quanto a possíveis perdas, por estar baseada na manutenção de operações restritas
a um único mercado e indexador.

CERTO ERRADO

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7 (CESPE – BB 2009) A normatização, a concessão de autorização, o registro e a
supervisão dos fundos de investimento são de competência do BACEN.

CERTO ERRADO

8 (CESPE – BB 2007) O imposto de renda (IR) sobre os rendimentos em fundos de


investimentos de renda variável são devidos apenas no momento do resgate das
aplicações.

CERTO ERRADO

9 (FCC – BB 2006) É correto afirmar:


a) Os fundos de investimento devem contabilizar mensalmente todos os ativos
integrantes de suas carteiras pelos seus preços médios ao longo do mês.
b) Fundos abertos são aqueles com prazo determinado de duração, cujos valores
investidos não podem ser resgatados.
c) O recolhimento do Imposto de Renda, nos fundos de investimento, ocorre sempre
no momento do resgate.
d) O valor diário da cota de um fundo é obtido dividindo o seu patrimônio líquido pelo
número de cotas emitidas, ambos calculados no mesmo momento de tempo.
e) Sobre os rendimentos obtidos nos fundos de investimento há incidência de IR à
alíquota de 25%.

10 (CESGRANRIO – BASA 2015) Os fundos de investimento que, por determinação de


norma da CVM, devem ter como principal fator de risco de sua carteira a variação
da taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou ambos, sem limitação de
prazos dos títulos que a compõem, são classificados como:

a) de renda fixa
b) de dívida externa
c) de curto prazo
d) de ações
e) cambiais

1E 2B 3A 4E
5C 6E 7E 8E
9D 10 A

- 141 -
ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTAÇÃO

Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou
assistir alguém abrir uma conta. A conta que abrimos no banco nada mais é do
que um CONTRATO, e como tal precisa de regras e de orientações sobre sua
forma.

Lembrando que esse contrato é composto de uma FICHA-PROPOSTA e um


Cartão de Assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante,
endereço residencial e comercial completos, telefone com DDD, referencias
pessoais, data da abertura da conta e o numero dessa conta, e a assinatura
do depositante.

Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 2.025/1993, que dita às


regras básicas que devem nortear as Instituições Financeiras quando da
Abertura e manutenção de contas de depósito.

Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:

No caso de pessoa física:


- documento de identificação (carteira de identificação ou equivalente, como,
por exemplo, a carteira nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carreiras de
órgão de classe);
- inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
- comprovante de residência.

 Para que exista uma pessoa física basta que esta nasça com vida, e se
extingue com a morte do indivíduo.
No caso de pessoa jurídica:
- documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta
comercial);
-inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
- documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou
prepostos a movimentar a conta.

 Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado exista é necessário que o
contrato social seja registrado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a
empresa se situa.
 Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar o estatuto no TSE – Tribunal
Superior Eleitoral. (estes são pessoas jurídicas de direito PRIVADO).
 As pessoas jurídicas podem ser também de direito Público Interno: União,
Estados, Distrito Federal e Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são
criados por Lei)

- 142 -
 Existem ainda as de Direito Público Externo: que são os territórios e entidades
governamentais no exterior.

A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução desta, mediante acordo entre


os sócios ou por decreto judicial, exceto para as públicas, que serão por meios
específicos.

Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para


abertura de conta de depósito, desde que seguidos os procedimentos previstos
na regulamentação vigente (Resolução CMN 2.025/1993).

Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir outros documentos ou termos


para abrir esta conta, mas desde que não firam a resoluçãozinha ai de cima
OK?!
 Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.

De posso destes documentos vamos a FICHA-PROPOSTA.


Esta deve conter no mínimo:

 Condições para fornecimento de talonário de cheques;


 Necessidade de comunicação pelo depositante, por escrito, de qualquer
mudança de endereço ou número de telefone ou no cadastro;
 Condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de
Cheque sem Fundos (CCF);
 Informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão
ser destruídos; (estas microfilmagens devem permanecer por no mínimo 10
anos no arquivo).
 Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser
cobrados;
 Saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta se houver essa
exigência.
 Atenção! A Ficha-Proposta somente poderá ser microfilmada
depois de transcorridos no mínimo cinco anos, a contar do inicio
do relacionamento com o cliente.

Além disso, é FACULTADO à instituição financeira abrir, manter ou encerrar


contas de depósito caso o cliente esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente
de Cheques sem Fundos.

O cliente será incluído no CCF nas seguintes condições:

12- Devolução de cheque sem provisão de fundos na segunda apresentação.

13- Devolução de cheque por conta encerrada.

14- Devolução de cheque por pratica espúria. (práticas ilegais)

Veremos com mais detalhes em CHEQUE.

- 143 -
Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua conta veja:

Quando se fala em serviços do Banco, lembramos que são 4 categorias de


serviços:

 Serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados;

 Emissão da primeira via do cartão de débito. (segundas vias exceto nos


casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não
imputáveis a Instituição emitente).

 4 saques mês. (No caso de poupança são 2 saques por mês)

 Até 10 folhas de cheque mês.

 2 extratos mês.

 Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco deve enviar ao cliente um


extrato consolidado, mostrando seus rendimentos no ano anterior, geralmente
para fins de Imposto de Renda.

 2 Transferências entre contas da mesma instituição por mês. (No caso da


poupança 2 transferências entre contas de mesma titularidade).

 Consultas via internet.

 Prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas


cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos.

 Compensação de cheques.

 Serviços prioritários: O banco é obrigado a fornecer um pacote básico destes


serviços prioritários, que são aqueles relacionados a contas de depósitos,
transferências de recursos, operações de crédito e de arrendamento mercantil,
cartão de crédito básico e cadastro, somente podendo ser cobrados os serviços
constantes da Lista de Serviços da Tabela I anexa à (Resolução CMN 3.919, de
2010, devendo ainda ser observados a padronização, as siglas e os fatos
geradores da cobrança, também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
 Serviços especiais: aqueles cuja legislação e regulamentação específicas
definem as tarifas e as condições em que aplicáveis, a exemplo dos serviços
referentes ao crédito rural, ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, às chamadas
"contas-salário”, bem como às operações de microcrédito de que trata
a Resolução CMN 4.000, de 2011;
 Serviços diferenciados: aqueles que podem ser cobrados desde que
explicitadas ao cliente ou ao usuário as condições de utilização e de
pagamento.

No encerramento da conta você deve tomar alguns cuidados:

- 144 -
 Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente ou banco,
desde sempre acompanhada de aviso prévio, por meio de carta
registrada ou meio eletrônico.
 Informar se há cheques a serem compensados, pois havendo, o
banco pode ser negar encerrar a conta, sem a devida
comprovação de que eles foram liquidados.
 Devolver as folhas de cheque restantes ou declarar que as
inutilizou.
 Deixar depositado na conta valores para compensar débitos e
compromissos assumidos na relação do cliente com o banco.

Atente para algumas coisinhas:

 Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não emancipadas, podem ter
conta de depósitos, e acesso a crédito também, desde que na abertura ou na
assinatura do contrato sejam ASSISTIDAS por seus responsáveis legais!
ASSISTIDAS!
 Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, podem ter contas de
depósitos, e devem ser Representadas por seus representantes legais.
REPRESENTADAS!
 Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem ter contas de depósitos, e até
firmar contratos de empréstimo, desde que sejam assistidas por duas
testemunhas e que o contrato seja lido em VOZ ALTA!
 Os residentes e domiciliados no exterior podem ter conta no Brasil, mas as
movimentações ocorridas em tais contas caracterizam ingressos ou saídas de
recursos no Brasil e, quando em valor igual ou superior a R$10 mil, estão
sujeitas a comprovação documental, registro no sistema informatizado do
Banco Central e identificação da proveniência e destinação dos recursos, da
natureza dos pagamentos e da identidade dos depositantes e dos beneficiários
das transferências efetuadas. (LEMBRANDO QUE SÓ INSTITUIÇÕES
AUTORIZADAS A OPERAR COM CÂMBIO PODEM TER ESSE TIPO DE CONTA!).

Pessoa física e Pessoa Jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e


domicilio.

Dizemos que uma pessoa física tem capacidade civil, quando esta pode praticar, por
conta própria, atos da vida civil, ou seja, é uma pessoa plenamente capaz. Este evento
acontece quando a Pessoa Física adquire a Maioridade, 18 anos, ou se for emancipada.

As pessoas abaixo desta idade, ou os não emancipados, são absolutamente ou


relativamente incapazes.
Se ela for absolutamente incapaz, como o nome já diz, ela não pode fazer NADA, sem
a representação de alguém. É o caso dos:

I - os menores de dezesseis anos;

- 145 -
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Os Relativamente incapazes, como o nome já diz, podem fazer algumas coisas, mas
devem sempre ser ASSISTIDOS por seus responsáveis legais.
São os:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,


tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos.

Lembrando: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Os emancipados são as pessoas físicas que receberam, antes do tempo, a maioridade,


ou seja, receberam a autorização para realizarem os atos da vida civil como se
tivessem 18 anos, com algumas exceções.

O código Civil diz a condições em que se pode emancipar uma pessoa ( Art. 5º)

1. A pedido dos pais, ou por decisão judicial, desde que tenha 16 anos completos.
2. Pelo casamento
3. Por colação de grau em curso de nível superior
4. Por posse em Concurso Público de cargo EFETIVO.
5. Por ser detentor de economia própria, desde que tenha 16 anos completos.

O domicilio para as Pessoas Físicas é onde estas estabelecem sua residência com
ânimos DEFINITIVOS.

AS PESSOAS JURIDICAS:

Estas passam a ter capacidade jurídica a partir de sua constituição, e do registro do


contrato Social na Junta Comercial do Estado.

Cuidado: quanto ao domicilio das PJ, existem um tipo chamado Domicilio Especial, que
ocorre quando o local é informado no Contrato Social da empresa. (Questão da prova
de 2010 da CEF)

- 146 -
Vamos testar?

1 (CESPE – CAIXA 2014)

Candidato a cargo legislativo que esteja inscrito no CCF não pode abrir conta corrente.

Certo Errado

2 (CESPE – CAIXA 2014)

A instituição financeira é obrigada a fornecer, gratuitamente, até dez folhas de


cheques por mês ao correntista que reúna os requisitos legais para o uso desse
documento.

Certo Errado

3 CESPE - 2011 - BRB - Escriturário

Embora todos os bancos possam cobrar tarifas sobre as contas de poupança, os


correntistas dessas contas terão direito, em qualquer banco e sem custo algum, a
extratos ilimitados nos terminais de autoatendimento.
Certo Errado

4 CESPE - 2011 - BRB - Escriturário

O saldo na conta de poupança só pode ser resgatado no dia do aniversário; caso


precise do dinheiro antes desse dia, o titular dessa conta não poderá sacá-lo, ainda
que abra mão dos rendimentos daquele mês.
Certo Errado

5 CESPE - 2002 - Banco do Brasil - Escriturário - 001

Uma pessoa física foi abrir uma conta corrente em uma instituição bancária. No ato
de abertura da conta, demandou que certas informações fossem prestadas pelo
banco e que essas informações estivessem previstas em cláusulas explicativas na
ficha-proposta, que é o contrato de abertura da conta, celebrado entre o banco e a
pessoa física. Em face dessa situação, é dever do banco informar ao cliente que os
cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos.

Certo Errado

- 147 -
6 CESPE - 2003 - Banco do Brasil - Escriturário - 002

Julgue os itens a seguir quanto aos tipos de conta bancária existentes no mercado
brasileiro.

Na conta de depósito à vista, o dinheiro depositado fica à disposição do titular para


ser sacado a qualquer momento.
Certo Errado

7 CESPE - 2003 - Banco do Brasil - Escriturário - 001

Conta-analfabeto é um tipo especial de conta de depósito à vista que só pode ser


aberta se o titular apresentar procurador, nomeado por procuração passada em
cartório, com poderes específicos para abrir e movimentar a conta em nome do
depositante analfabeto.
Certo Errado

8 CESPE - 2002 - Banco do Brasil - Escriturário - 001

Uma pessoa física foi abrir uma conta-corrente em uma instituição bancária. No ato
de abertura da conta, demandou que certas informações fossem prestadas pelo
banco e que essas informações estivessem previstas em cláusulas explicativas na
ficha-proposta, que é o contrato de abertura da conta, celebrado entre o banco e a
pessoa física. Em face dessa situação, é dever do banco informar ao cliente a
necessidade de o cliente comunicar, por escrito, qualquer mudança de endereço ou
número de telefone.

Certo Errado

1E 2C 3E 4E
5C 6C 7E 8C

- 148 -
CAPÍTULO 7
TÍTULOS DE CRÉDITO

CHEQUE

LEI 7357/85

Requisitos essenciais do cheque:

 Denominação cheque
 Ordem INCONDICIONAL de pagar quantia DETERMINADA ou DETERMINAVEL.
 Nome do Sacado.
 Lugar de Pagamento
 Data e lugar de emissão do título.
 Assinatura do titular ou mandatário.

Cuidado!
Os requisitos essenciais do cheque são os que estão na Lei 7357/85,
entretanto, em 2011, o BACEN editou uma circular 3972/11, que versa sobre
exigências quanto a IMPRESSÃO das folhas de cheque pela instituição
financeira.

Art. 3º As folhas de cheques fornecidas pelas instituições financeiras devem trazer


impressas as seguintes informações na área destinada à identificação do titular ou
titulares de contas de depósitos à vista:
I - o nome do correntista e o respectivo número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ);

- 149 -
II - o número, o órgão expedidor e a sigla da Unidade da Federação referentes ao
documento de identidade constante do contrato de abertura e manutenção de conta
de depósitos à vista, no caso de pessoas naturais;

III - a data de início de relacionamento contratual do correntista com


instituições financeiras, na forma estabelecida na Resolução nº 3.279, de 29 de
abril de 2005, e regulamentação complementar; e

IV - a data de confecção da folha de cheque, no formato "Confecção: mês/ano",


na parte inferior da área destinada à identificação da instituição financeira, no
anverso do cheque.

Note que são requisitos técnicos para a impressão das folhas do cheque. Logo os
requisitos essenciais são os que estão na LEI 7357/85, pois o BACEN não tem poderes
para alterar leis, mas como o CMN delegou a ele o poder de Regulamentar a
Compensação de Cheques e outros papéis, ele pode ditar regras para melhorar o
sistema.

Vamos a algumas observações que despencam nas provas.

O cheque é uma ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA e um TÍTULO DE CRÉDITO


Este papelzinho é uma ordem de pagamento a vista, ou seja, se eu emitir um
cheque para você hoje, hoje mesmo você pode ir ao banco e sacar o cheque,
mesmo que a data do cheque seja futura. Atualmente o poder judiciário
entende que, mesmo o cheque sendo uma ordem de pagamento à vista é um
acordo comercial, e como tal deve ser honrado de acordo com o que foi
pactuado entre as partes, ou seja, se eu emitir um cheque para você com data
de amanhã, nos dois concordamos que só deverá ser apresentado a instituição
financeiras a partir de amanhã, e não hoje. Apresentá-lo hoje seria quebra de
acordo comercial.
Desta forma o Superior Tribunal de Justiça editou a SÚMULA 370, que diz que
o cheque apresentado antes da data indicada acarretará dano moral em favor
do emitente.

Mas atenção!
O cheque apresentado antes da data do vencimento acarreta dano moral, mas
posterior a data do vencimento não, ou seja, se eu emitir um cheque para você
com data de amanhã e você apresentar hoje, eu te lasco, mas se você
apresentar depois de amanhã, depois da data acordada, não posso fazer nada.

Não existe ACEITE em cheque, ou seja, o reconhecimento da dívida, uma vez


que o cheque é emitido pelo próprio devedor, correto?
E se o próprio devedor está emitindo o cheque, então já é um reconhecimento
de dívida, concorda?
O aceite está presente em títulos de crédito como a duplicata mercantil, pois
quem emite este papel é o credor, ou seja, o vendedor do produto, e cabe a

- 150 -
mim aceitar o papel reconhecendo que comprei algo dele e devo um
determinado valor. O mais interessante sobre a duplicata é que ela é um título
de crédito como o cheque, mas só existe em vendas a prazo, ou seja, vendas
parceladas.

O Prazo de Apresentação de um cheque é o período em que o cheque deve ser


apresentado junto à instituição financeira que detém a conta corrente do
emitente do título. É o prazo legal que você para ir ao banco e receber o
dinheiro. Este prazo varia conforme a praça de emissão do cheque, que pode
ser de 30 dias se for emitido na mesma praça, e 60 dias se for emitido em
praça diferente.

 A praça é o local onde a conta do emitente do cheque está. Dizemos que é


de mesma praça quando o cheque foi emitido na cidade onde a conta corrente
do emitente está, e dizemos que a praça é diferente quando o emitente emite
um cheque em uma cidade diferente de onde sua conta corrente está.

Lembrando que o cheque tem prazo de prescrição, que é de 6 meses, a contar


do fim do prazo de apresentação que já vimos ali em cima que pode ser de 30
dias ou de 60 dias. (Caso o titular não apresente até a data limite, o prazo
prescricional começa a contar do fim destas datas limite)

Que nó não é? Mas é o seguinte.

Se o cheque está com a data de emissão 24/05/2015, temos dois prazos de


apresentação: mesma praça (30 dias) – 24/06/2015; praça diferente (60 dias) –
24/07/2015.
Então vamos usar o de mesma praça com exemplo e vamos esquecer os
feriados e finais de semana, pois estamos apenas na teoria.
Tenho até 24/06/2015 para apresentar e vamos supor que ainda não
apresentei.
Se eu apresentar no dia 27/06/2015 o banco recebe e me paga normalmente,
mesmo o prazo de apresentação tendo acabado, pois o cheque ainda está
valendo. Entretanto desde o dia 25/06/2015 o cheque começou a prescrever.

Se o prazo de apresentação acabou no dia 24/06/2015, então o prazo de


prescrição vai até dia 25/12/2015 (Feliz Natal!), ou seja, 6 meses depois do
fim do prazo de apresentação.
Se eu apresentar o cheque no dia 25/12/2015 o banco me paga normalmente,
mas se apresentar no dia 26/12/2015 o banco devolve o cheque pelo motivo 44,
cheque prescrito, pois o prazo de 6 meses já acabou.

- 151 -
O Aval no cheque pode ser total ou parcial

O Aval nada mais é do que uma garantia a mais no cheque. Mas como assim
garantia?
Se eu emitir um cheque para pagar a você, e você não confiar muito em mim,
você pode me pedir que eu encontre alguém para se responsabilizar pelo
pagamento deste cheque junto comigo, caso ele volte sem fundos, o famoso
cheque voador ou borrachudo.
Desta forma o maluco que aceitar garantir junto comigo o pagamento do
cheque é o chamado avalista. Ele por sua vez pode garantir o valor total do
cheque, aval total, ou pode garantir apenas uma parte do valor, ou seja, aval
parcial.
No nosso atual Código Civil do ano 2002, no artigo 897, há a vedação do aval
parcial, ou seja, em regra o aval parcial é proibido. Entretanto, no mesmo
dispositivo legal, no artigo 903 há a importante ressalva que diz que nenhuma
lei geral se sobreporá a uma lei especifica, salvo quando esta for omissa em
relação ao assunto. Trocando em miúdos, seria dizer que: o código civil não
pode ser sobrepor a lei do cheque, a Lei 7357. Desta forma a lei do cheque fala
que o aval parcial é permitido no cheque e com isso o código civil não pode se
sobrepor. Logo, AVAL PARCIAL EM CHEQUE PODE! Também é valido para
outros títulos de crédito que tem leis especificas e que não são omissas em
relação ao aval parcial.
O aval no cheque tem prazo, e ele é limitado ao prazo para apresentação do
cheque.
O endosso

O endosso do cheque é a forma que o beneficiário do cheque tem para passá-lo


para frente, ou seja, para transferir o direito do credito do cheque para outra
pessoa. Este endosso é materializado, ou seja, efetivado, quando o beneficiário
assina atrás do cheque. Neste momento ele está endossando o cheque, ou
seja, transferindo para alguém seu direito de receber aquele dinheiro escrito
no cheque. Este tal endosso pode ser em branco, quando não digo quem é o
novo beneficiário, ou pode ser em preto, quando digo que é o novo
beneficiário.
A expressão A ORDEM ou NÃO A ORDEM:

Quando falamos que o cheque é A ORDEM, estamos dizendo que o cheque


permite cadeia de endosso, ou seja, permite que eu passe o cheque para
frente, ou seja, para minha ordem.
Já no NÃO A ORDEM, o cheque fica impedido de produzir uma cadeia de
endosso, ou seja, o cheque não pode ser passado a minha ordem, ou seja, para
quem eu quiser.

- 152 -
Lembrando!
 Cheque NOMINAL é aquele em que existe o nome do beneficiário, mas a Lei do
cheque permite que haja o CHEQUE AO PORTADOR limitado ao valor de
R$ 100,00, ou seja, qualquer cheque até R$ 100,00 está dispensado de indicar o
nome do beneficiário, mas a partir deste valor deve ser indicado o nome do
beneficiário a quem a instituição financeira irá pagar o valor.

Cruzamento

O cruzamento do cheque é um mecanismo que serve para proteger o emitente


e o beneficiário do cheque, pois ao cruzar o cheque, o banco entende que não
deve pagar ao beneficiário em dinheiro vivo, e sim depositar em sua conta.
Desta forma caso o cheque seja extraviado ou roubado, o banco tem como
rastrear aonde o cheque foi depositado.
Este cruzamento é sinalizado através de duas barrinhas paralelas feitas no
anverso do cheque, ou seja, na frente do cheque. Este cruzamento pode ser
feito de duas formas em branco, o cheque deverá ser depositado em uma
conta. Ele não pode ser sacado na “boca do caixa”.
Ou em preto, e neste caso o emitente do cheque está complicando a vida do
beneficiário, pois neste tipo de cruzamento em que entre as duas barrinhas
paralelas o emitente diz em QUAL BANCO o cheque deverá ser depositado
apenas em uma conta daquele banco específico, e em nenhum outro.
Mas e se o beneficiário não tiver conta naquele banco?
Deverá proceder a abertura de uma conta para depositar o valor do cheque ou
transferir o cheque mediante endosso para outro beneficiário que possa ter
conta naquele banco.

Atenção!
Estar cruzado não significa que o cheque deve ser depositado em uma conta
corrente, exclusivamente. Estar cruzado significa que o cheque deve ser
depositado em uma conta, não exigindo exclusivamente uma conta corrente, a
menos que o cruzamento em preto determine tal exigência.
A Compensação

Esta etapa ocorre quando o beneficiário deposita o cheque em sua conta junto
ao banco dele. Este banco, por sua vez, tem um prazo para comunicar ao banco
do emitente que existe um cheque emitido por um cliente dele para ser pago.

O Cheque é compensado na COMPE – Câmara de Compensação de Cheques,


câmara esta gerenciada pelo Banco do Brasil e regulamentada pelo Banco
Central. Esta câmara processa de forma eletrônica cópia digitalizada do
cheque emitido, para que o banco do emissor informe se há condições de
pagamento ou não do cheque.

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O prazo da compensação do cheque é de 24H para cheques a partir de
R$ 300,00; e de 48H para cheques até R$ 299,99.

Nestes dois casos o valor ficará bloqueado na conta do beneficiário até acabar
o prazo de compensação, mas na noite que antecede o fim do prazo, o valor já
fica disponibilizado para pagar débitos programados na conta do beneficiário.
Mas vale ressaltar que sacar o dinheiro somente após o fim do prazo de
compensação.

Na compensação o Cheque pode ser devolvido por diversos motivos, que são
chamados de sem fundos, impeditivos de pagamento e erros de
preenchimento, mas devemos destacar os que levam a inclusão do nome do
emitente no CCF - Cadastro de Cheques sem Fundos:

 11 – Sem fundos na primeira apresentação (Não inclui diretamente, mas é uma


etapa para que o motivo 12 aconteça)
 12 – Sem fundos na segunda apresentação. Ai vai para o CCF.
 13 – Conta encerrada. Passagem direta e sem escalas para o CCF
 14 – Prática Espúria. Práticas ilegais feitas com o cheque, como tentativas de
fraude ou falsificação da própria assinatura, ou até mesmo apresentação de
vários cheques de mesmo valor seguidos no mesmo dia. Também ganha
passagem direta e sem escalas para o CCF.

OBS 1: Os bancos e seus agentes de compensação devem tomar muito


cuidado com a devolução de cheques, pois a SÚMULA 388 STJ diz que a
simples devolução indevida de um cheque acarreta DANO MORAL para o
emitente do cheque.
OBS 2: Caso uma instituição financeira atrase a compensação de um cheque,
ou retenha o valor por mais tempo que o previsto em lei, a instituição deverá
remunerar a beneficiário pela taxa SELIC por dia de atraso.

Atenção!

A Circular 3535 do BACEN alterou a Resolução 3972 do CMN no sentido de


que nas devoluções de cheques os bancos só poderão devolver pelo motivo
de falta de fundos (11 ou 12), ou conta encerrada (motivo 13), se não houver
nenhum outro motivo pelo qual o cheque pode ser devolvido, por exemplo:

Um cheque que está sem fundos, mas que a assinatura do emitente também
não confere, deve ser devolvido pelo motivo 22 (divergência de assinatura) e
não pelo 11 ou 12 (sem provisão de fundos).

- 154 -
- 155 -
Nota promissória
“Amarelinha”

É um título cambiário em que seu criador assume a obrigação direta e principal de


pagar o valor correspondente no título. A nota promissória nada mais é do que uma
promessa de pagamento, e para seu nascimento são necessárias duas partes: o
emitente ou subscritor (devedor), criador da promissória no mundo jurídico, e o
beneficiário ou tomador que é o credor do título.
Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a seguinte hipótese:
Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo André, que por sua vez se
compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta dias. Assim sendo,
emite uma nota promissória no valor do empréstimo onde o beneficiário é o Pedro,
com vencimento para trinta dias da data.
Como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser transferida a terceiro
por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval.
Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser protestada,
como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança judicial, a qual ocorre por
meio da ação cambial que é executiva. No entanto, a parte só pode agir em juízo se
estiver representada por advogado legalmente habilitado. Obs.: Para valores menores
que 20 salários mínimos, não é necessário advogado, bastando procurar um Juizado
Especial Cível (antigo Juizado de Pequenas Causas).
A nota promissória é prevista no decreto 2044 de 31 de dezembro de 1908 e na Lei
Uniforme de Genebra, seus requisitos são os seguintes:
1. A denominação "nota promissória" lançada no texto do título.
2. A promessa de pagar uma quantia determinada.
3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento será considerado
à vista.
4. A indicação do lugar do pagamento e, em sua falta, será considerado como o
domicílio, o do subscritor (emitente).

- 156 -
5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a promissória.
(Beneficiário)
6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passada, em caso de
omissão do lugar será considerado o designado ao lado do nome do subscritor.
7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor ou emitente ou
devedor).
8. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória.
Nota Promissória_ Decreto n. 57.663, de 24-1-1966, artigo 75 em diante.

DUPLICATA
“pá pé pio/30, 60, 90, 120, 180 DIAS SEM ENTRADA E SEM JUROS”

A duplicata mercantil ou simplesmente duplicata é uma espécie de título de


crédito que constitui o instrumento de prova do contrato de compra e venda,
de mercadorias ou prestação de serviços. A lei regulamentadora em nossa
legislação é a: N° 5.474/68 - Lei das Duplicatas.

O prazo mínimo para a duplicata é de 30 dias, exceto se as partes concordarem


que o meio de pagamento será por meio de duplicata, neste caso poderá ser
menor, mas a regra é prazo mínimo 30 dias, contados da entrega ou despacho
da mercadoria ou da prestação do serviço.

O vendedor entrega a mercadoria e emite uma FATURA, onde serão


discriminados os valores das mercadorias ou dos serviços prestados e as
parcelas de cada um. Através desta fatura o vendedor pode emitir varias

- 157 -
duplicatas, discriminando cada uma quanto a sua origem, ou pode emitir uma
única duplicata, onde discriminará os produtos ou serviços.

Deve-se sempre informar o valor líquido das vendas ou serviços prestados!

Requisitos da duplicata

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;

II - o número da fatura;

III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;

V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;

VI - a praça de pagamento;

VII - a cláusula à ordem;

VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la,


a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;

IX - a assinatura do emitente.

Obs.: Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura, mas uma
fatura pode ter mais de uma duplicada.

Fluxo da emissão das duplicatas

Vendedor, ou seu representante, produz uma fatura, com esta em mãos, emite uma
duplicata. Esta duplicada pode ser entregue diretamente ao comprador, ou o
vendedor pode contratar um intermediador, (instituição financeira ou
correspondente), que se encarrega da entrega ao comprador, e se responsabiliza pela
custodia do titulo até sua liquidação.

Se o vendedor entregar diretamente, tem o prazo de 30 dias, a contar da data da


emissão para fazê-lo, e o comprador tem o prazo de 10 dias, para devolver a duplicata
reconhecendo a divida ou não, através de um instrumento chamado “aceite”.

Se a entrega for feita pela instituição financeira, o vendedor tem o prazo de 30 dias
para entregar a instituição, e esta tem o prazo de 10 dias, a contar da data de
recebimento pelo vendedor, para entregar ao comprador, e este ultimo tem 10 dias
para devolver, com aceite ou não, a instituição financeira. A instituição, por sua vez,
deve informar ao vendedor, se o comprador aceitou ou não o titulo, e se ira custodiar
ou não o papel até sua liquidação.

O comprador só pode recusar o titulo nas seguintes condições:

- 158 -
 Se houver avaria ou não recebimento das mercadorias ou
serviços.
 Vícios, defeitos ou diferença na quantidade ou qualidade dos
bens ou serviços.
 Divergência no prazo ou valor do titulo.

Fora essas condições o vendedor pode protestar o titulo, caso o comprador se recuse a
aceitá-lo. Este protesto deve ser feito na praça de pagamento do titulo e após este
protesto, o vendedor pode requerer a cobrança judicial.

Atenção! A duplicata pode ser alterada ou ter seu prazo prorrogado, desde que
concordem o vendedor, o comprador e os coobrigados ( avalistas ou endossantes).

Para formalizar o pagamento da duplicata, e se livrar dessa dívida, o comprador pode:

 Pagar em dinheiro e receber um recibo, no qual verse que o


mesmo corresponde a quitação da duplicada.
 Cheque a favor do vendedor, onde verse que o cheque
corresponde à liquidação da obrigação.

Obs.: No pagamento pode haver dedução de creditos a favor do


comprador, decorrentes, por exemplo, de devolução de
mercadorias ou ressarcimento por danos a mercadorias ou
serviços.

Caso o comprador não pague o título, este irá a protesto, sempre na praça de
pagamento. Além disso, o vendedor pode requerer a execução judicial do título, mas
esse direito tem prazo:

 3 anos para o sacado ou avalistas, a contar da data de


vencimento.
 1 ano para executar os coobrigados. (Estes respondem
solidariamente pelo aceite e pelo pagamento do título).

Atenção: Existe um papel chamando TRIPLICATA, que nada mais


é do que a segunda via da duplicata, decorrente de perda ou
extravio desta.

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Vamos testar?
1 (CESPE – CAIXA 2010 – ADAPTADA) Os prazos de apresentação, de pagamento e de
bloqueio de cheque de valor igual ou superior ao VLB-cheque não podem ser
prorrogados.

Certo Errado

2 (CESPE – CAIXA 2010 – ADAPTADA) Na compensação de cheque de valor igual ou


superior a valor de referência para liquidação bilateral de cheques (VLB – Cheque), o
pagamento à instituição acolhedora será efetuado por intermédio do Sistema de
Transferência de Reservas, em caráter irrevogável e incondicional.

Certo Errado

3 (CESPE – CAIXA 2010 – ADAPTADA) Segundo a regulamentação do sistema de


compensação de cheques, a apresentação dos cheques à instituição financeira sacada
caracteriza-se pela entrega física do título, não sendo admitida a apresentação de
cheques por meio da remessa dos correspondentes registros eletrônicos.

Certo Errado

4 (CESPE – CAIXA 2010 – ADAPTADA) Segundo a regulamentação do sistema de


compensação de cheques, a instituição financeira sacada não será responsabilizada,
em hipótese alguma, por eventuais prejuízos causados aos clientes em caso de
retardamento do pagamento de cheques tempestivamente apresentados.

Certo Errado

5 (CESPE – CAIXA 2010 – ADAPTADA) Na compensação de cheque de valor igual ou


superior ao VLB-Cheque, o cheque acolhido em depósito será pago diretamente pela
instituição financeira sacada à instituição financeira acolhedora no mesmo dia de sua
apresentação.

Certo Errado

6 (CESPE - 2006 - Caixa)

Um cheque acima de cem reais somente pode ser emitido ao portador caso o
emitente e o favorecido sejam a mesma pessoa.
Certo Errado

7 (CESPE - 2002 - Banco do Brasil)

Os valores depositados ficam disponíveis para compensar débitos, na respectiva


conta corrente do depositante, na noite do último dia do prazo de bloqueio,

- 160 -
podendo ser sacados, diretamente no caixa do banco, no dia útil seguinte ao último
dia do prazo de bloqueio.

Certo Errado
8 (CESPE - 2006 - Caixa)

O prazo prescricional de um cheque é de doze meses, contados da data de sua


emissão.

Certo Errado

9 (CESPE - 2003 - Banco do Brasil)

O entendimento das razões da devolução de um cheque é relevante para o


profissional que atua na área bancária. Norma do BACEN identifica, mediante
codificação numérica, os motivos para a devolução de um cheque. Com referência a
esse tema, é correto afirmar que o cheque cuja assinatura o banco entender
divergente da do correntista dele emissor será devolvido e receberá o código 12.
Certo Errado

10 (CESPE - 2003 - Banco do Brasil)

O entendimento das razões da devolução de um cheque é relevante para o


profissional que atua na área bancária. Norma do BACEN identifica, mediante
codificação numérica, os motivos para a devolução de um cheque. Com referência a
esse tema, é correto afirmar que o cheque devolvido em razão de contra ordem
receberá o código 21, nos casos usuais, e o código 28, se a contra ordem for
motivada por furto ou por roubo.
Certo Errado

1E 2C 3E 4E
5C 6E 7C 8E
9E 10E

- 161 -
CAPÍTULO 8

Sistema de Pagamentos Brasileiro


O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte
à movimentação financeira entre os diversos agentes
econômicos do mercado brasileiro, tanto em moeda local quanto estrangeira, visando
a maior proteção contra rombos ou quebra em cadeia de instituições financeiras.
Sua função básica é permitir a transferência de recursos financeiros, o processamento
e liquidação de pagamentos para pessoas físicas, jurídicas e entes governamentais.
Toda transação econômica que envolva o uso de cheque, cartão de crédito, ou TED,
por exemplo, envolve o SPB.
O SPB passou por mudanças recentes e com elas vieram a nova definição de SPB.

1- A criação do STR (Sistema de Transferência de Reservas) que ocasionou a criação da


TED (Transferência Eletrônica Disponível). Este tipo de transferência é aquele que ao
enviar os recursos, este levam no máximo 1 hora e meia para serem creditádos na
conta do destinatário.
Cuidado! Limite mínimo para envio de R$ 0,00, ou seja, posso enviar uma TED de
qualquer valor.

2- Limitação máxima de R$ 4.999,99 para envio de DOC (Documento de Ordem de


Crédito). Esta forma de transferência é aquela em que o cliente envia o recursos para
o destinatário, mas este só perceberá o dinheiro em sua conta após um prazo de 24h,
pois esta operação irá para a compensação no fim do dia e ficará condicionada a
existência de saldo na conta do banco para ser efetivada.

3- Cobrança de taxa de 0,11% sobre cheques emitidos que sejam iguais ou superiores a
R$ 5.000,00, para Pessoas Jurídicas.

Então resumindo, o NOVO SPB veio para dar mais segurança para o sistema financeiro
do País, uma vez que seu gestor, o BACEN, tem a competência de fiscalizar e
determinar quais são os Sistemas sistemicamente importantes, que merecerão maior
atenção quanto a seus procedimentos.

O BACEN exige que as instituições financeiras tenham contas de reservas bancárias


para poder operar no SPB, pois é destas contas que sai o dinheiro para pagar as
operações do dia-a-dia.
Lembrando que estas contas nunca podem estar negativas, pois suas transações só
acontecem se existir saldo.

Caso não haja saldo no momento da transação, a operação ficará aguardando, em uma
fila de espera, fundos para poder ser executada. O BACEN também pode exigir

- 162 -
garantias das Instituições Financeiras para que operem no SPB, e caso não tenham
saldo nas contas, o BACEN pode executar essas garantias para pagar os
compromissos assumidos.

Mas, cuidado!
Para algumas instituições existe essa exigência, são elas:
 Bancos Múltiplos COM carteira Comercial
 Bancos Comerciais
 Caixas Econômicas

É Facultado ter essa conta aos:


 Bancos de desenvolvimento, investimento, de câmbio, e bancos múltiplos SEM
carteira comercial.

Para esses, caso não queiram ter essas contas de reservas bancárias, posto que seja
caro mantê-las, podem abrir contas de Liquidação, que tem por objetivo a simples
liquidação de suas operações durante o dia. Essas contas, assim como as de reserva
bancária não podem ter seu saldo negativo, inclusive devem fechar o dia com saldo
ZERO, ou ligeiramente positivo, e essa sobra deve ser transferida para uma conta
corrente de titularidade da instituição.

Essas contas de liquidação são obrigatórias para operadores de Câmaras de


Compensação e liquidação, e de prestadores de serviços de compensação de sistemas
considerados sistemicamente importantes.

Para os demais será facultativo, e nesses casos, esses podem firmar parcerias com
instituições titulares de contas de reservas bancárias para operar por intermédio
delas, mas sobre limites e condições preestabelecidas pelas titulares.
Resumindo:

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Conta de reservas Conta de Liquidação


Bancárias.
Banco Múltiplo Com carteira
Obrigatória comercial.
Banco Comercial xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Caixas Econômicas

Banco de desenvolvimento.
Facultativa Banco de investimento.
Banco de Câmbio. Demais instituições
Banco Múltiplo SEM carteira autorizadas a funcionar pelo
comercial. BACEN.

O SPB é um sistema macro, ou seja, é algo global, entretanto, dentro dele, existem
subsistemas que operam e “fazem a coisa acontecer”.

Antes disso lembre-se das 2 formas de liquidação, ou seja, as formas como os


pagamentos entre os bancos, e entre estes e o Banco Central ocorrem:

- 163 -
1) LBTR- Liquidação Bruta em Tempo Real é a mais segura e rápida forma de liquidar,
pois como o nome já diz, é “na hora”. É a forma pela qual o BACEN exige que as
instituições financeiras operem com saldo na hora da operação.

O BACEN opera exclusivamente pelo LTBR, pois como gestor dá o exemplo, e este
sistema previne possíveis “calotes” das instituições financeiras, pois aos realizar uma
operação o dinheiro sai imediatamente da conta do devedor e vai para a conta do
credor. Caso não haja saldo no momento da operação, esta entra em uma fila de
espera, aguardando possuir saldo suficiente para realizar a transação.

Lembre-se!
Operações com LBTR são IRREVOGAVEIS e INCONDICIONAIS, ou seja, não podem ser
estornadas ou exigirem qualquer condição para serem efetivadas, bastando a
identificação do destinatário e a existência de saldo na conta do emitente.

2) LDL – Liquidação Defasada pelo valor Líquido que é uma forma não muito segura de
operacionalizar os pagamentos, mas que o BACEN ainda autoriza sua utilização para não
ocasionar quebra no sistema financeiro, pois nem sempre as instituições tem grana para pagar
tudo na hora.

Esta forma de pagamento, ou liquidação, permite instituir transferências de fundos sem que
haja efetivamente saldo na conta do devedor, ou seja, é uma transferência a descoberto. Mas
o mesmo se compromete ao final do dia cobrir a transação.

Esta forma de liquidação ocorre para ajudar às instituições financeiras quanto ao seu encaixe
financeiro, pois neste caso elas não precisam desembolsar a grana toda na hora, elas têm até o
final do dia para poder captar esse dinheiro.

Para associar melhor, lembre-se que LDL parece aquele famoso mau colesterol, e mau
colesterol não é bom, então o BACEN não gosta, ou seja, não opera via este instrumento,
embora autorize as instituições financeiras a o fazerem.

De posse deste conhecimento vamos conhecer os principais sistemas e câmaras de


compensação e liquidação, ou sistemas sistemicamente importantes, que operam no SPB.

Primeiro vamos dar uma olhada na Resolução 2882/2001 que fala sobre o sistema de
pagamentos e as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação que o
integram.

Art. 2º Sujeitam-se ao disposto nesta Resolução as câmaras e os prestadores de serviços de


compensação e de liquidação que operam qualquer um dos sistemas integrantes do sistema
de pagamentos, cujo funcionamento:

I - resulte em movimentações interbancárias

II - envolva pelo menos três participantes diretos para fins de liquidação, dentre instituições
financeiras ou demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Resolução, considera-se:

- 164 -
I - câmara de compensação e de liquidação: pessoa jurídica que exerce, em caráter principal, a
atividade de que trata o caput;

II - prestador de serviços de compensação e de liquidação: pessoa jurídica que exerce, em


caráter acessório, a atividade de que trata o caput;

III - participante direto para fins de liquidação: pessoa jurídica que assume a posição de parte
contratante para fins de liquidação, no âmbito do sistema integrante do sistema de
pagamentos, perante a câmara ou o prestador de serviços de compensação ou outro
participante direto;

Titulares das Contas de Reservas Bancárias ou de Liquidação!!!

IV - participante indireto para fins de liquidação: pessoa jurídica, com acesso a sistema
integrante do sistema de pagamentos, cujas operações são liquidadas por intermédio de um
participante direto.

Os outros que fazem parceria com os titulares de contas de reservas bancárias.

VIII - os critérios de acesso aos sistemas devem ser públicos, objetivos e claros, possibilitando
ampla participação, admitidas restrições com enfoque, sobretudo, na contenção de riscos.

Art. 6º No que concerne às câmaras e aos prestadores de serviços de compensação e de


liquidação, compete à Comissão de Valores Mobiliários, no que diz respeito a operações com
valores mobiliários:

I - regulamentar suas atividades;

II - autorizar o funcionamento de seus sistemas;

III - exercer a supervisão de suas atividades, e à aplicação de penalidades.

Pronto! Agora você já sabe, pela resolução o que são as câmaras e quem são os caras que
participam dela, agora vamos ver detalhadamente...

STR- Sistema de Transferência de Reservas

Este sistema é a essência do novo SPB. É um software, ou seja, é uma ferramenta


tecnológica para liquidar as operações via LBTR, operado pelo BACEN.
Este sistema liquida as TEDs, os CHEQUES a partir do VLB 250 mil ou a partir de R$
250.000,00; e BLOQUETOS a partir do VLB 250 mil ou a partir de R$ 250.000,00.
VLB- Valor de Referência para liquidação Bilateral.

CIP – Câmara Interbancária de Pagamentos

Criada pelos bancos em 2001, a CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos é uma


associação civil sem fins lucrativos que participa do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
A CIP é responsável pela compensação e liquidação de instrumentos de pagamentos
e operacionalização da C3 (Câmara de Cessões de Crédito) que controla cessões de
crédito e bloqueio de contratos relacionados a financiamentos de veículos e créditos
consignados.

- 165 -
Através de alguns sistemas regulados pelo Banco Central do Brasil e de reconhecida
governança corporativa, a CIP proporciona padronização aos Participantes de seus
sistemas, minimiza os riscos operacionais e contribui para o desenvolvimento de um
mercado financeiro sólido e robusto, em benefício de toda a sociedade brasileira.

 Operada pela FEBRABAN e tem suas operações registradas na CETIP.


 Liquida a TECBAN, REDECARD, CIELO e MASTERCARD.
 Os DDAs – Débitos Diretos Autorizados (convênios, ex: SKY, GVT, telefone,
água, luz, etc.).

Dentro da CIP temos algumas câmaras que fazem as liquidações citadas


anteriormente. São elas:

 O Sitraf – Sistema de Transferência de Fundos, sistema operado pela Câmara


Interbancária de Pagamentos (CIP), liquida Transferências Eletrônicas Disponíveis
(TED) com valor unitário inferior a R$1 milhão.

Esse sistema utiliza dois mecanismos de liquidação: liquidação bruta em tempo


real, que é a forma mais utilizada, e compensação contínua de obrigações, realizada a
cada cinco minutos. Por utilizar esses dois mecanismos, o Sitraf é considerado um
sistema híbrido de liquidação, pois em linhas gerais opera LBTR e LDL.

Os participantes enviam as ordens de pagamento (TED), que são liquidadas nas


contas mantidas no próprio Sitraf, debitando-se as contas dos participantes emitentes
e creditando-se as contas dos participantes beneficiários.

Os saldos dos participantes no Sitraf são provenientes dos depósitos feitos pelo
próprio participante e dos recebimentos de ordens de transferências de fundos
provenientes dos demais participantes, sendo que esses saldos nunca podem ficar
negativos. (Aqui é LBTR puro!)

O ciclo completo de liquidação do Sitraf é constituído pelo ciclo principal e pelo ciclo
complementar:

 Durante ciclo principal, os participantes podem transitar recursos entre suas


contas mantidas no Banco Central e no Sitraf; e
 No ciclo complementar, os participantes podem cancelar ordens de
transferência de fundos remanescentes ou depositar recursos para liquidação
de mensagens de pagamento pendentes.

Ao final do dia, as contas mantidas no Sitraf são zeradas, passando-se os valores


para as contas dos participantes no Banco Central. (Aqui vem o LDL)

Os participantes se sujeitam ao pagamento de tarifa, que é cobrada tanto do


participante emissor da ordem de transferência de fundos quanto da instituição
destinatária. O preço da tarifa é fixado com o propósito de cobertura dos gastos de
operação do sistema e de recuperação dos recursos investidos em sua implantação.
Com o mesmo propósito, os participantes pagam à CIP uma contribuição anual.

- 166 -
 COMPE – Câmara de Compensação: É a mais conhecida e lembrada por todos. É
Regulamentada pelo BACEN e Executada pelo Banco do Brasil S/A. mas também existe
um limite para as operações do Banco do Brasil.
 CHEQUES até VLB 250 mil ou até R$ 249.999,99.
Obs.: prazo de compensação de cheques!
24H a partir de R$ 300,00 ( cheques superiores)
48H até R$ 299,99 ( cheques inferiores)

 O Siloc – Sistema de Liquidação de Ordens de Crédito, sistema operado pela


Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), liquida obrigações interbancárias
relacionadas com:

 Boletos de pagamento de valor inferior ao VLB R$250 mil ou R$ 249.999,99 em


D+1.
 Documentos de Crédito (DOC) em D+1.
 Transferências Especiais de Crédito (TEC) em D+0 ou D0.
 Cartões de pagamento.
 Operações realizadas nas redes compartilhadas de caixas eletrônicos (ATM).

Assim como a Compe, o Siloc utiliza mecanismo de liquidação diferida líquida - LDL,
isto é, as obrigações são acumuladas por um período e, posteriormente, liquidadas
em bloco pelo valor multilateral líquido, em sessões de liquidação específicas.

A cada dia útil (D), são realizadas duas sessões de liquidação, uma pela manhã e
outra à tarde. Na primeira sessão, fora a liquidação de cartões de pagamento, cujo
prazo de liquidação varia em função do produto, são liquidadas as obrigações
interbancárias relacionadas com os documentos tratados na rede bancária no dia útil
anterior (D-1). Na segunda, são liquidadas principalmente obrigações relacionadas a
documentos liquidados na sessão da manhã que, por qualquer razão, foram devolvidos
pelos participantes devido à inconsistência nos dados informados.

A cada sessão, o resultado multilateral é informado aos participantes. De posse


dessa informação, os participantes devedores transferem para a Câmara o valor
devido; em seguida, a Câmara transfere os valores recebidos aos participantes
credores, encerrando o processo de liquidação. Todas essas movimentações ocorrem
nas contas mantidas pelos participantes e pelo próprio Siloc no Banco Central.

 A C3 (Câmara de Cessões de Crédito) operacionalizada pela CIP permite às


Instituições Financeiras e aos Fundos de Investimento registrar suas operações de
cessão e bloqueio de contratos de crédito, de tal forma que um mesmo contrato não
seja cedido mais de uma vez pela mesma IF ou oferecido como lastro em mais de uma
operação.

 A Câmara de Liquidação de Ativos da BM&F Bovespa – B3


(CBLC – Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia)
 Liquida títulos de renda fixa privados em D+0 ou D+1.

- 167 -
 Liquida operações de compra e venda de ações bloqueando os títulos em D+2
(liquidação física) e débito na conta do comprador e transferência dos títulos
para o comprador em D+3 (liquidação financeira).

 A CETIP S/A Mercados Organizados

Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos

A Cetip é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos


estaduais e municipais. e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do
Tesouro Nacional, de que são exemplos os relacionados com empresas estatais
extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa
de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA)

As operações de compra e venda, são realizadas no mercado de balcão, incluindo


aquelas processadas por intermédio do Cetipnet (sistema eletrônico de negociação).

Conforme o tipo de operação e o horário em que realizada, a liquidação é em D+0 ou


D+1. As operações no mercado primário, envolvendo títulos registrados na Cetip, são
geralmente liquidadas com compensação multilateral de obrigações (a Cetip não atua
como contraparte central). Compensação bilateral é utilizada na liquidação das
operações com derivativos e liquidação bruta em tempo real, nas operações com
títulos negociados no mercado secundário.

A liquidação financeira final é realizada via STR em contas de liquidação mantidas no


Banco Central do Brasil (excluem-se da liquidação via STR, as posições bilaterais de
participantes que têm conta no mesmo banco liquidante).

Podem participar da Cetip:

Bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, bancos de investimento,


bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades
distribuidoras de valores, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de
valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurídicas
não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada,
investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar
nos mercados financeiros e de capitais.

Os participantes não titulares de conta de reservas bancárias liquidam suas obrigações


por intermédio de instituições que são titulares de contas dessa espécie.

Exemplos de títulos liquidados e custodiados na CETIP:

CDB, RDB, Depósitos Interfinanceiros, Letras de Câmbio, Letras Hipotecárias,

debêntures e commercial papers, entre outros.

- 168 -
 O SELIC
(Sistema Especial de Liquidação e Custódia)

O Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal
interna (DPMFi) de emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a
emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. É também um
sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira das operações
realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo
segurança, agilidade e transparência aos negócios.

Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de


redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária. O
sistema conta ainda com módulos complementares, como o Ofpub e o Ofdealer, por
meio dos quais são efetuados os leilões, e o Lastro, para especificação dos títulos
objeto das operações compromissadas contratadas entre o Banco Central e o
mercado.

Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica.


A liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do STR,
ao qual o Selic é interligado.

O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e por ele operado em parceria
com a Anbima, tem seus centros operacionais (centro principal e centro de
contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. O horário normal de
funcionamento segue o do STR, das 6h30 às 18h30, em todos os dias considerados
úteis para o sistema financeiro. Para comandar operações, os participantes liquidantes
encaminham mensagens por meio da RSFN, observando padrões e procedimentos
previstos em manuais específicos da rede. Os demais participantes utilizam outras
redes, conforme procedimentos previstos no Regulamento do Selic.

Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do


Selic bancos, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores
mobiliários e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. As
câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação têm a sua
participação no Selic definida no Regulamento do Selic.

São considerados participantes liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação


financeira de operações, além do Banco Central do Brasil, os participantes titulares,
no STR, de conta Reservas Bancárias ou Conta de Liquidação, desde que, nesta última
hipótese, tenham optado pela condição de liquidante no Selic.

Os não-liquidantes liquidam suas operações por intermédio de participantes


liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro de limites fixados por
estes. Cada participante não liquidante pode utilizar os serviços de mais de um
participante liquidante, exceto no caso de operações específicas, previstas no
Regulamento do Selic, tais como pagamento de juros, amortização e resgate de títulos,
que são obrigatoriamente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão
previamente indicado pelo participante não liquidante.

Tratando-se de um sistema de liquidação bruta em tempo real (LBTR), a liquidação de


operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de

- 169 -
custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a
conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é
mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até às 18h30, o que
ocorrer primeiro, com exceção de algumas operações previstas no Regulamento do
Selic. A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o
bloqueio dos títulos negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de
fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo Selic.

Lembretes importantes!

A Lei 10.214/01 instituiu algumas regrinhas para o SPB:


 Permite-se a compensação Multilateral e Bilateral.
 Os bens dados em garantia no SPB são IMPENHORÁVEIS.
 Permitiu a utilização de mais de um tipo de sistema de liquidação.
 Permitiu o compartilhamento de perdas ou prejuízos causados por falhas nas
operações entre as instituições financeiras.

Resumindo...

Vamos testar?

1 (CESPE – CAIXA 2014) Acerca das funções e das características da CETIP e do SELIC,
julgue o item subsecutivo.
A liquidação das operações na CETIP restringe-se à compensação bilateral.

Certo Errado

2 (CESPE – CAIXA 2014) Acerca das funções e das características da CETIP e do SELIC,
julgue o item subsecutivo.
O SELIC funciona em tempo real, com liquidação da operação mediante a
transferência dos recursos para a instituição financeira vendedora e a transferência
dos títulos para a instituição financeira compradora

Certo Errado

- 170 -
3 (IDECAN – BANESTES 2012) Sobre o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB),
analise.

I. Apresenta alto grau de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos


para transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substituição aos
instrumentos baseados em papel.

II. Com a implantação e evolução do Sistema de Pagamentos Brasileiro, atualmente,


todas as transferências de fundos entre contas de reservas bancárias têm de ser
feitas por intermédio do STR – Sistema de Transferência de Reservas.

III. Em 1988, entrou em operação um sistema de liquidação bruta em tempo real, o


Sistema de Transferência de Reservas – STR, operado pelo Banco do Brasil, o qual
somente foi transferido para o Banco Central do Brasil, em 2002.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):


a) I
b) II
c) I, III
d) I, II
e) I, II, III

4 (IDECAN – BANESTES 2012) Em relação à reforma do Sistema de Pagamentos


Brasileiro conduzida pelo Banco Central, no biênio 2001 e 2002, assinale a
afirmativa INCORRETA.

a) Com a implantação do novo SPB houve um redirecionamento do foco para a


administração de riscos no âmbito dos sistemas de compensação e de liquidação.
b) Com o novo SPB, as transferências de fundos interbancárias passam a ser liquidadas
em tempo real, em caráter irrevogável e incondicional.
c) A complexidade do novo sistema elevou os riscos de liquidação nas operações
interbancárias, com consequente aumento do risco sistêmico.
d) O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) gerido pelo Banco Central do
Brasil e por ele operado em parceria com a ANBIMA, é o depositário central dos títulos
emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil.
e) A CETIP é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos
públicos estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de
responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os relacionados com o
FCVS, o PROAGRO e os Títulos da Dívida Agrária (TDA).

5 (IDECAN – BANESTES 2012) (adaptada) Em relação ao Sistema de Pagamentos


Brasileiro, assinale a afirmativa INCORRETA.

- 171 -
a) Participam obrigatoriamente da COMPE, as instituições titulares de conta reservas
bancárias ou de conta de liquidação, nas quais sejam mantidas contas de depósito
movimentáveis por cheque.
b) O sistema CBLC liquida exclusivamente operações realizadas no âmbito da
BM&FBOVESPA.
c) O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
d) A CETIP é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos
públicos estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de
responsabilidade do Tesouro Nacional.
e) A Câmara de Ativos da BM&FBOVESPA liquida operações com títulos públicos
federais.

6 (CESGRANRIO – CAIXA 2012) Atualmente, o Sistema de Pagamentos Brasileiro


(SPB) apresenta alto grau de automação.
Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil, em 2001 e 2002, o foco foi
redirecionado para o gerenciamento de riscos relativos aos:
a) sistemas de compensação e de liquidação
b) sistemas de transferência eletrônica direta (TED)
c) pagamentos de fichas de liquidação e compensação
d) pagamentos de títulos e cobranças nos caixas eletrônicos
e) documentos de ordem de crédito (DOC) realizados pela internet

7 (CESGRANRIO – CAIXA 2012) O Sistema de Pagamentos Brasileiro é um conjunto de


procedimentos, operações e instrumentos que, integrados, possuem a função
básica de:
a) transferir recursos, processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas,
governo, Banco Central e instituições financeiras.
b) transferir bens e direitos para pessoas físicas, jurídicas, entidades filantrópicas e
organizações não governamentais.
c) liquidar e processar todas as operações realizadas na Bolsa de Valores, em dois dias
úteis a contar da data da operação.
d) liquidar e compensar as operações de financiamento a longo prazo realizadas pelo
BNDES.
e) regular e fiscalizar as operações realizadas pelas instituições financeiras e pelas
empresas atuantes no mercado.

8 (FCC – BB 2010) A CETIP S.A. tem por finalidade:


a) assegurar que as operações somente sejam finalizadas caso os títulos estejam
efetivamente disponíveis na posição do vendedor e os recursos relativos a seu
pagamento disponibilizados integralmente pelo comprador.
b) dispensar a supervisão e normatização da Comissão de Valores Mobiliários para os
casos de administração de carteiras e custódia de valores mobiliários.
c) garantir a liquidação financeira de transações de títulos privados entre instituições
bancárias no Mercado de Balcão.

- 172 -
d) operar como substituta no caso de interrupção das operações diárias do Sistema de
Pagamentos Brasileiro - SPB.
e) atuar internacionalmente, em tempo real, tendo como participantes bancos,
corretoras, distribuidoras, fundos de investimento, seguradoras e fundos de pensão.

9 (CESPE – BASA 2010) Em uma transação de compra e venda de determinado título


realizada pela CETIP, o preço do título é definido por ela, sendo as partes obrigadas
a aceitar as condições estipuladas por essa empresa.

Certo Errado

10 (BACEN – CESPE 2009) Segundo estatísticas do BACEN, entre 2003 e 2007, o


número de cartões com função de crédito passou de 44 milhões para 117,7
milhões. No mesmo período, o número de transações com cheques processados
em sistema de liquidação interbancária caiu de 2,13 bilhões para 1,99 bilhões.
Quanto ao SPB, assinale a opção incorreta.

a) Além da compensação de cheques e outros papéis, o SPB admite sistema próprio


para compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias.
b) Não se admite o compartilhamento de perdas entre os participantes dos sistemas
de compensação e liquidação, razão pela qual tais sistemas devem adotar mecanismos
de controle de riscos.
c) Advertência e cassação da autorização de funcionamento das instituições
financeiras privadas ou públicas, exceto as federais, são penas aplicáveis pelo BACEN
nos casos de infração à lei que rege o SPB.
d) A liquidação extrajudicial de instituição participante do SPB não afeta o
adimplemento de suas obrigações, assumidas no âmbito das câmaras ou dos
prestadores de serviços de compensação e de liquidação.
e) Operações com derivativos estão submetidas ao sistema de compensação e
liquidação.

1E 2C 3D 4C
5B 6A 7A 8A
9E 10B

- 173 -
Ser Feliz

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se
esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá
a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.

Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem
tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem
desilusões.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do
medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas
comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos
aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria
história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter
coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que
injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um
de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”.
É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu
te amo”. É ter humildade da receptividade.

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz. E,
quando você errar o caminho, recomece. Pois assim você descobrirá que ser feliz não
é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as
perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os
obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.


Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se
apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

Augusto Cury

- 174 -

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