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CULTIMAR
O Projeto Cultimar foi criado em 2005 pelo
Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambi-
entais (GIA), da Universidade Federal do Paraná 1
(UFPR). O Cultimar acredita na geração de ren-
da para as comunidades da região litorânea do
estado do Paraná, por meio do investimento em
ações de valorização da cultura local, da con-
servação do meio ambiente, da educação, do
turismo, da produção de organismos marinhos,
da capacitação técnica e do aperfeiçoamento
profissional nos seus mais variados níveis.
Para desenvolver suas ações, o Cultimar tra-
balhar em parceria com diferentes instituições,
entre elas a Secretaria Municipal de Educação
de Guaratuba (Paraná), colaboradora do pre-
sente produto, o CD “A Floresta dos Sonhos”.
Conheça um pouco mais essa ideia, navegue
em nosso site, entre em contato conosco (www.
cultimar.org.br).
FIM
a floresta dos sonhos: Construindo Ideias na Educação Ambiental Biorregionalista
‘
musicas
16
~ ÁRVORE
A MAE
A floresta é a casa da Mãe Árvore
E ela é a mãe de todas as outras
Todas suas filhas têm um nome diferente
Cada uma delas está tão viva quanto a gente
Oh Mãe, oh Mãe!
Todas elas são filhas da mesma mãe.
Oh Mãe, oh Mãe!
Todas elas são filhas da mesma mãe.
Oh Mãe, oh Mãe!
Todas elas são filhas da mesma mãe.
INICIANDO O TRABALHO
Para começar essa experiência lúdica, é recomendável que você,
professor, crie em sala de aula uma atmosfera apropriada. Organize
um espaço que proporcione calma, com poucos elementos que pos-
sam desviar a atenção dos alunos. Em seguida, acomode-os confor-
tavelmente sentados em roda ou deitados em colchonetes, iniciando
o trabalho com algum exercício de relaxamento. A voz do professor
pode ser guia para que os alunos, de olhos fechados, prestem aten-
ção em sua respiração. Eles podem imaginar uma floresta onde tudo é
possível, desde a conversa entre os animais até a existência de seres
mágicos. Peça para que, ao longo da história, eles imaginem os de-
talhes desse cenário, a paisagem desde o amanhecer até o anoitecer,
as cores e formas das plantas, os diferentes tipos de animais, os rios,
o céu, o solo, o cheiro e os sons da mata e também as características
dos personagens.
A proposta é que, em sala, a turma então escute a fábula “Floresta
dos Sonhos”, para depois pensar em trabalhar as atividades que se
seguem.
Depois de ouvida a narrativa, os professores podem trabalhar o
texto transcrito nesse material. Quem sabe agora, com cópias do
texto nas mãos, a turma não gostará de escutar mais uma vez a
fábula? Além disso, cada música pode também ser trabalhada em
sua forma textual e poética. Vamos a essas dicas complementa-
res!
IDEIAS DE ATIVIDADES EM
SALA DE AULA OU NA ESCOLA
TRABALHANDO COM A FÁBULA “FLORESTA DOS SONHOS”
Trabalhe o texto tirando todas as possíveis dúvidas dos alunos
em relação à história ouvida. Uma boa forma de iniciar o tra-
balho é reconhecendo o meio onde se passa a narrativa e quem
são os personagens envolvidos.
É interessante também trabalhar as dúvidas em relação ao vo-
cabulário das crianças, construindo um dicionário a partir dessa
fábula e das letras das músicas. Esse dicionário pode trazer pa-
lavras novas e também temas ambientais que surgirem ao longo
da discussão, para que os diferentes conceitos sejam trabalhados
de acordo com a faixa etária, enriquecendo, assim, o vocabu-
lário dos alunos.
O significado de algumas palavras de origem indígena que
aparecem no material também pode ser explorado. Mutirão, por
exemplo, deriva do tupi mutiró ou mutirõ; é um costume indígena
que se associou aos costumes locais. Também pode ser chamado
de pexirão, puxirão, pixirão, pixirunga pixurum, mutiró e metirão, e
significa uma forma de trabalho coletivo associado à cultura caiçara.
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Trabalhando com as musicas
Para trabalhar com as músicas, proponha uma roda com os alunos,
prestando atenção para que todos estejam à vontade para ouvi-las
e para que possam compreender o que está sendo comunicado por
meio de suas letras, de suas características rítmicas e melódicas.
Sugerimos que coloque as músicas para as crianças escutarem, em
um primeiro momento com elas sentadas ao chão. Depois, com as
crianças já em pé, tentem marcar o tempo da música com palmas
ou com os pés, aprendendo a cantar suas letras. Quando terminada a
diversão, proponha, ainda em roda, uma conversa sobre o que apren-
Atividades para as
diferentes disciplinas
Geografia
Procure explorar elementos do texto relacionados a difer-
entes cenários. Relacione com os ambientes conhecidos pelas
crianças, indicando os nomes dos rios e dos acidentes ge-
ográficos, por exemplo. Se esse local for próximo a uma área
urbana ou rural com comunidades, indique como se chega
nesse local, quais seus moradores.
Aproveite as saídas da escola para trabalhar com con-
fecção de mapas sobre a comunidade ou explorar os mapas
já existentes do seu município.
Matemática
Trabalhe com os elementos naturais para discutir a ideias
de conjuntos: utilize sementes ou plantas locais para tra-
balhos com unidade, dezena, dobro e metade, por exemplo.
Ciências
Retome a atividade já citada sobre os hábitos dos animais,
pensando agora em trabalhar com a cadeia alimentar, época de
reprodução (e lendas relacionadas).
É interessante abordar a temática da água em sala de aula:
benefícios do seu uso e problemas relacionados, o ciclo da água,
noções sobre importância de nascentes, rios, lagoas, praias,
mangue e mata ciliar.
Outras ideias de temas relacionados: o Sol, a Terra e a Água
como partes dos processos de existência da vida e a represen-
tação das partes das plantas e suas funções.
Português
Aproveite o trabalho com a fábula para inserir temas como
coletivo, construção de textos continuados, resumos, inter-
pretação da história, leitura de temas ambientais (ressaltando
problemas municipais e estaduais).
Faça uma redação sobre a flora e a fauna da região. Pesquisem
notícias e entrevistas envolvendo as questões ambientais para
colaborar com esse trabalho.
Você pode ainda utilizar partes das músicas citadas nesse
material para construir poemas e rimas. Por exemplo:
O primeiro é rima A
O segundo também A
O terceiro é rima B
O quarto também B
Artes
Procure trazer instrumentos que apareçam na fábula para
o trabalho em sala de aula e crie instrumentos com mate-
riais reaproveitados que possam reproduzir sons semelhan-
tes aos escutados ao longo da narrativa.
Resgate o trabalho com imagens, desenhos, teatro, inter-
pretação musical.
A LENDA DE PIRAGUI
30 Em uma antiga lenda,
Nhãnderu, deus dos índios
guarani, havia prometido
paraísos guardados a seus
filhos caçulas. Em um deter-
minado momento, então, esses
guaranis, que viviam no interior,
começaram a andar em direção ao
oceano, guiados pela crença que de
que se caminhassem para onde o sol
nasce, encontrariam a terra sem mal.
Andaram durante muito tempo, até
que chegaram ao litoral, e lá, bem perto
do mar, enfim avistaram as ilhas cerca-
das pelo oceano. Entenderam que afinal
tinham chegado ao paraíso. Assim, em-
briagados pela fé que estimulava a possi-
bilidade do cumprimento de uma promessa
divina, os escolhidos começaram a travessia.
Passaram por Jacutinga (Ilha da Cotinga), por Ieretã (Ilha do
Mel) e, quando estavam indo à Ilha de Superagüi (Ju Piragüi),
foram apanhados por uma tempestade. Uma mulher já bem
velha e por isso muito fraca, não suportou as provações da
travessia, seu corpo foi “comprado” pelo mal e o mar a levou.
Piragüi, como era chamada, ficou então temida pela redon-
deza. Ela aparecia nos rios e não gostava que as pessoas desre-
speitassem o mar.
Um dia um homem estava tentando pescar e não conseguia 31
pegar nada, quando, revoltado, resolveu fazer cocô na água
do rio para provocar Piragüi. Ela apareceu, bateu na bunda do
pescador e disse: “Por que você está fazendo isso?”. O homem
então reclamou da falta de peixeszv. E Piragüi fez uma propos-
ta a ele: “Tenho observado a aldeia onde mora e vi que sua
mulher está grávida. Vamos fazer assim: eu lhe dou agora to-
dos os peixes que você puder levar e quando seu filho nascer,
você o dará para mim.”
O homem chegou em casa com muitos, mas muitos peixes
e disse à sua mulher: “Já pesquei tanto neste rio que nunca
mais quero pescar por lá de novo”. E nunca mais voltou! Mas
seu filho cresceu e um dia foi pescar. Quando entrou no rio,
Piragüi, que não havia se esquecido do trato, estava lá, esper-
ando por ele. Então, ela o enrolou com seus longos cabelos e
o levou para o fundo do mar. Os pais do rapaz o procuraram
por todos os lugares e não o encontraram. Foi quando seu pai,
apavorado, lembrou-se do antigo acordo: ele tinha trocado o
seu próprio filho com Piragüi.
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