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O texto “Os Sobreviventes e seu manejo”, de autoria de Sérgio Perez Barreto, tem

como principal objetivo apresentar a forma como deve ser tratada a família e os indivíduos
próximos a pessoas que acabam cometendo o ato de suicídio. O autor apresenta o termo
inglês survivor (sobrevivente), para designar aquelas pessoas muito ligadas afetivamente a
uma pessoa que cometeu suicídio.
Ao realizar a abordagem da maneira como se deve lidar com a família de uma
pessoa que cometeu suicídio, com relação à culpabilidade que aflora nos familiares após o
ato, o autor estabelece duas importantes relações, bem como a maneira como cada uma
delas pode ser abordada, vejamos:
1. Individuo (suicida) sem responsabilidade alguma sobre a sua vida, ou
apenas responsabilidade parcial: para este caso, a melhor abordagem à família seria
trabalhar a ideia de que o suicídio do ente querido, mesmo tendo ocorrido naquele momento
particular, poderia ter ocorrido muito antes. Se não ocorreu antes, foi em virtude dos cuidados
e atenções fornecidos pela família.
2. Individuo (suicida) com plena responsabilidade sobre a sua vida: já
nestes casos, o autor estabelece que a melhor maneira de abordar a questão da morte por
suicídio do ente querido seria o questionamento de como o suicídio seria evitado se a pessoa
possuía aquela maneira de ser e apresentava resistência a mudanças de vida. Fazer o
familiar entender que não seria possível estar presente e atender as necessidades do suicida
para sempre.
O autor apresenta, também, a questão da culpa refletida em um familiar de um
suicida quando o próprio familiar já realizou tentativas de suicídio no passado, anteriormente
ao suicídio do ente querido. São apresentadas algumas maneiras de se minimizar o
sentimento de culpa e a dor neste caso específico.
Outra importante colocação do autor, é com relação à ideia de que o suicídio
supostamente tem a vantagem de impedir o sofrimento. Quanto a esta temática, são
apresentados os variados pontos que desmistificam esta tese, como por exemplo a
argumentação de que o suicídio é uma solução definitiva e irreparável para um problema
temporário, ou então de que nestes casos, é predominante a parte mais egoísta e menos
inteligente do indivíduo, pois assim está pensando somente no seu sofrimento, e não no
sofrimento que ocasionará em seus entes queridos.
Em seguida, ao abordar de maneira mais enfática a questão do manejo dos
“sobreviventes”, o autor do texto apresenta e aborda as fases do luto (reações que
apresentam os seres humanos diante da perda de seres queridos). Este luto, foi dividido em
duas categorias: o luto normal, e o luto nas mortes inesperadas (mais especificamente
naquelas relacionadas ao suicídio).
 Com relação ao luto normal, é comum a observação das seguintes fases:
negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.
 Já com relação ao luto por um suicida, são comuns, além das encontradas em
um luto normal, algumas outras características, tais como intensos sentimentos de perda,
acompanhados de tristeza e raiva, sentimento de ser responsável pelo ocorrido, sentimentos
de distanciamento, ansiedade, culpabilidade, dentre outras possíveis reações.
Por fim, o texto apresenta a maneira como os familiares, amigos próximos, e até
mesmo médicos e terapeutas interligados à pessoa que cometeu suicídio tendem a lidar com
a situação.

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