Assistenciais
de Obstetrícia
Versão 1.0/2018
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH
MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DA BAHIA
Rua do Limoeiro, 137
Bairro Nazaré | CEP: 40055-150 | Salvador-BA |
Telefone: (71) 3283-9211 | mco.ebserh.gov.br
3. AMNIORREXE PREMATURA...............................................................16
SEXUAL......................................................................................................27
6. GRAVIDEZ ECTÓPICA...........................................................................78
7. GRAVIDEZ GEMELAR...........................................................................85
CMV...........................................................................................................163
PUERPERAL............................................................................................172
VIDA..........................................................................................................194
16. PARTO CESARIANO..............................................................................203
ASSISTÊNCIA..........................................................................................216
18. PREMATURIDADE.................................................................................267
GESTAÇÃO..............................................................................................310
25. ECLÂMPSIA.............................................................................................345
1. Introdução
Perdas gestacionais recorrentes, por não se tratar de uma condição atual, mas do
relato de fatos ocorridos no passado, requer uma anamnese minuciosa como o primeiro
passo para um atendimento adequado. Como as perdas tendem a ocorrer na mesma
idade gestacional que as anteriores, o detalhamento das circunstâncias ocorridas e o
desfecho de cada evento representam uma pista inicial para a investigação. A anamnese
também auxilia no fortalecimento da relação médico-paciente, sendo um estímulo para a
tentativa de futura gestação.
1) genéticos;
2) hematológicos;
1
3) imunológicos;*
4) anatômicos;
5) ambientais;
6) hormonais;
7) infecciosos;
8) idiopático.
3. Objetivos assistenciais:
Investigação pré-concepcional
Seguimento pré-natal de mulheres com perdas gestacionais.
4. Recursos essenciais
2
5. Diagnóstico:
Critérios clínicos:
Critérios laboratoriais:
6. Conduta
6.1. Ambulatorial
6.1.1. Condutas Gerais:
3
Triagem no ambulatório de pré natal ou de ginecologia, quando em avaliação
pré-concepcional. Deverão ser encaminhadas para o Ambulatório de Perdas
Gestacionais as pacientes com os seguintes antecedentes:
4
A avaliação do colo uterino deverá sempre ser realizada pela ultrassonografia
transvaginal.
6.3. Enfermaria
5
Referências Bibliográficas
6
Capítulo 2.
1. Introdução
O líquido amniótico é de fundamental importância para o desenvolvimento fetal.
Algumas de suas funções principais são proteger o feto de traumatismos externos,
impedir a compressão do cordão umbilical e permitir o desenvolvimento dos sistemas
musculoesquelético e respiratório fetais.
O conhecimento dos mecanismos de regulação do volume do líquido amniótico
permite um adequado raciocínio clínico quando dos seus desvios de volume. Esse
volume reflete o balanço entre sua produção e seu consumo. A partir do final do
primeiro trimestre, o principal meio de produção do líquido amniótico é a diurese fetal e
seu principal meio de consumo, a deglutição fetal. Tanto a produção quanto o consumo
do líquido amniótico aumentam com a idade gestacional, ambos atingindo valores
próximos a 1000 ml/dia no final da gestação, fazendo com que um pequeno
desequilíbrio entre eles possa resultar em grandes alterações do seu volume, tanto para
menos (oligoidrâmnio) quanto para mais (polidrâmnio).
2. Recursos Essenciais
Equipe de Obstetrícia
Equipe de Neonatologia
Exames Complementares:
Cardiotocografia
7
I. OLIGOIDRÂMNIO
I.1. Definição
Oligoidrâmnio é a diminuição do volume do líquido amniótico. Sua incidência é
estimada entre 1 e 5%.
I.2. Etiologia
O oligoidrâmnio é resultante da diminuição da produção do líquido amniótico ou
da incapacidade do saco amniótico de manter o seu conteúdo; não existem patologias
que cursem com aumento do consumo do líquido amniótico.
I.3. Diagnóstico
8
linhas imaginárias perpendiculares que se cruzam na cicatriz umbilical. Posicionando-se
o transdutor perpendicularmente ao solo, mensura-se, então, o diâmetro vertical do
maior bolsão de líquido amniótico, livre de cordão umbilical e partes fetais, em cada um
dos quadrantes. Por fim, as medidas são somadas e o resultado expresso em
centímetros. O método é utilizado, preferencialmente, em gestações acima de 26
semanas e quando o fundo uterino ultrapassa a cicatriz umbilical. O oligoidrâmnio é
considerado presente se o ILA for menor ou igual a 5,0 cm.
I.4. Prognóstico
9
I.5. Conduta
Enquanto o ILA for maior que 3,0 cm, a avaliação seriada do volume do líquido
amniótico deverá ser feita a intervalos semanais. Da mesma forma, um teste de
vitalidade fetal (cardiotocografia, perfil biofísico fetal ou dopplervelocimetria) deverá
ser realizado duas vezes/semana, enquanto normais.
Quanto à via de parto, caso a vitalidade fetal esteja comprometida, deve-se optar
pela cesariana. Nos casos de oligoidrâmnio idiopático, com vitalidade fetal preservada,
um parto normal pode ser realizado.
10
II. POLIDRÂMNIO
II.1. Definição
II.2. Etiologia
II.3. Diagnóstico
Embora o quadro clínico do polidrâmnio não seja muito rico, ele pode ser
suspeitado quando a altura uterina for maior do que a esperada para a idade gestacional.
Podem ocorrer, ainda, desconforto abdominal, dispneia, edema suprapúbico, pele lisa e
brilhante na região do abdome, dificuldade de palpação das diversas partes fetais e
dificuldade de ausculta dos batimentos cardíacos fetais.
11
II.4. Prognóstico
II.5. Conduta
12
Referências Bibliográficas:
3- REDDY, Uma M. et al. Fetal Imaging. Obstetrics & Gynecology, [s.l.], v. 123,
n. 5, p.1070-1082, maio 2014. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health).
http://dx.doi.org/10.1097/aog.0000000000000245.
13
FLUXOGRAMAS ASSISTENCIAIS
OLIGODRAMNIA
14
FLUXOGRAMAS ASSISTENCIAIS
POLIDRAMNIA
15
Capítulo 3.
Amniorrexe Prematura
Relatores
Docente: Prof. Dr. Rone Peterson C. Oliveira
Preceptores: Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio
Residentes: Dra. Pâmela do Carmo Mesquita Pereira
1. Conceito
16
Os principais agentes envolvidos nos quadros de infecção são:
Estreptococo do grupo B, Gardnerella vaginalis, Neisseria
gonorrhoeae, Escherichia coli, enterococos.
São ainda considerados fatores de risco: história prévia de RPMO em
gestação anterior e sangramento anteparto
4. Complicações:
As principais complicações estão relacionadas à prematuridade e à
infecção:
Enterocolite necrotizante,
Hemorragia intraventricular.
o Endometrite
o Choque séptico
17
o Sepse fetal: pode ocorrer antes da manifestação
clinica de infecção da gestante. O quadro de sepse
neonatal parece ser menor quando o tempo de
latência é superior a 4 semanas, comparado a
situações onde o tempo de latência é curto.
o Sepse no recém-nascido: onfalite, conjuntivite,
pneumonia e sepse neonatal.
5. Objetivos Assistenciais:
6. Recursos Essenciais:
7. Diagnóstico
A. Clínico:
O diagnóstico é eminentemente clínico, sendo confirmado por meio do exame
genital com a utilização de um espéculo estéril, presencia-se a saída de líquido
amniótico através do orifício externo do colo. Durante o exame especular pode
ser utilizada a manobra de Tarnier, que consiste em elevação da apresentação
fetal pelo examinador, enquanto executa-se uma pressão em fundo uterino (ou
manobra de Valsalva). Diante da possibilidade de conduta expectante, o toque
18
genital não deve ser realizado, pois reduz o período de latência e aumenta a
chance de infecção intra-uterina.
B. Exames Complementares:
C. Diagnóstico Diferencial:
8. Conduta:
19
Avaliação de sinais vitais a cada 6h. Atentar para taquicardia e febre.
Exame especular e coleta de cultura para Estreptococo do grupo B.
Rotina infecciosa a cada 48 horas: hemograma, VHS, PCR, sumario
de urina, urocultura com antibiograma.
Ultrassonografia obstétrica para avaliar idade gestacional, estimativa
de peso, apresentação e liquido amniótico.
20
21
9. Orientações quanto à terapia para pacientes com RPMO
A. Corticoprofilaxia
Betametasona: 02 doses de 12mg IM, com intervalos de 24h por 02 dias
Dexametasona: 04 doses de 06 mg IM, com intervalos de 06h por 02 dias
Dose de resgate: se alto risco de parto em 7 dias e se já se passaram 02
semanas do curso completo de corticoterapia feita antes da 28a semana.
Utilizar apenas terapia por 24h.
B. Antibióticos
Antibioticoterapia para aumento do período de latência: tem por
objetivo prolongar o período de latência e reduzir a frequência de
infecção materno-fetal. Esquema: Ampicilina 02 g IV de 6/6h por 48h +
amoxicilina 500 mg de 8/8h por 5 dias + dose única de 1g de
Azitromicina no 1o dia
22
5a opção – Vancomicina 1g de 12/12h (se alergia a penicilinas e resistência
a Clindamicina)
A decisão sobre a conduta a ser adotada para pacientes portadoras do HIV que
cursarem com RPMO, antes de 34 semanas, deve se basear na IG e controle da carga
viral. A mulher está sob uso terapia antiretroviral (TARV) e especialmente, se sua carga
viral for indetectável, devem ser oferecidos corticóide e antibióticos, mantendo-a sob
23
conduta expectante. O uso da TARV é mais importante do que o tempo de latência para
evitar a transmissão vertical. Exceção a essa conduta deve ser feita em casos onde
existam sinais e sintomas de corioamnionite.
Pacientes com lesão herpética ativa em região genital e feto com maturidade
presumida ou comprovada, deve-se proceder ao parto por via alta imediatamente. Em
casos de prematuros, com IG < 32 semanas, pode ser tentada conduta expectante com
uso de corticoterapia, avaliando o uso concomitante de aciclovir.
Referências Bibliográficas
2.Berkowitz GS, Blackmore-Prince C, Lapinski RH, Savitz DA. Risk factors for preterm
birth subtypes. Epidemiology 1998; 9:279.
3.Parry S, Strauss JF 3rd. Premature rupture of the fetal membranes. N Engl J Med 1998;
338:663.
4.Ekwo EE, Gosselink CA, Woolson R, Moawad A. Risks for premature rupture of
amniotic membranes. Int J Epidemiol 1993; 22:495.
24
5.Berkowitz GS, Blackmore-Prince C, Lapinski RH, Savitz DA. Risk factors for preterm
birth subtypes. Epidemiology 1998; 9:279.
8.Mercer BM, Miodovnik M, Thurnau GR, et al. Antibiotic therapy for reduction of infant
morbidity after preterm premature rupture of the membranes. A randomized controlled
trial. National Institute of Child Health and Human Development Maternal-Fetal Medicine
Units Network. JAMA 1997; 278:989. Zugaib (2015). Obstetrícia (3ª edição). Editora
Manole: Barueri, SP. Capítulo 37: Rotura prematura de membrana ovulares; 703-716.
9.Melamed N, Hadar E, Ben-Haroush A, et al. Factors affecting the duration of the latency
period in preterm premature rupture of membranes. J Matern Fetal Neonatal Med 2009;
22:1051.
10.Alexander JM, Mercer BM, Miodovnik M, et al. The impact of digital cervical
examination on expectantly managed preterm rupture of membranes. Am J Obstet
Gynecol 2000; 183:1003.
11.Mercer BM, Rabello YA, Thurnau GR, et al. The NICHD-MFMU antibiotic treatment
of preterm PROM study: impact of initial amniotic fluid volume on pregnancy outcome.
Am J Obstet Gynecol 2006; 194:438.
12.Carlan SJ, O‟Brien WF, Parsons MT, Lense JJ. Preterm premature rupture of
membranes: a randomized study of home versus hospital management. Obstet Gynecol
1993;81:61–4. (Level I)
13.Mercer BM, Miodovnik M, Thurnau GR, et al. Antibiotic therapy for reduction of
infant morbidity after preterm premature rupture of the membranes. A randomized
controlled trial. National Institute of Child Health and Human Development Maternal-
Fetal Medicine Units Network. JAMA 1997; 278:989.
25
15.CDC, Centers for Disease Control and Prevention. Prevention of Perinatal Group B
Streptpcoccal Disease. MMWR 2010;59(No. RR-10).
18.Mandelbrot L1, Berrébi A2, Matheron S3, et al. [HIV and pregnancy: 2013 guidelines
from the French expert working group]. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2014
Sep;43(7):534-48. doi: 10.1016/j.jgyn.2014.01.006. Epub 2014 Jun 17.
22.Major CA, Towers CV, Lewis DF, Gantle TJ. Expectant management of preterm
premature rupture of membranes complicated by active recurrent genital herpes. Am J
Obstet Gynecol, 2003 Jun; 188(6): 1551-.
26
Capítulo 4.
1.Introdução.
27
implementação do registro de informações e coleta de vestígios no SUS para os casos
de pessoas vítimas de violência sexual.
2. Objetivos Assistenciais
- Acolhimento
- Registro da história
- Exames clínicos e ginecológicos
- Coleta de vestígios
- Contracepção de emergência
- Profilaxias para HIV, infecções sexualmente transmissíveis (IST) e Hepatite B
- Notificação compulsória dentro de 24 horas
- Exames complementares; sorologias, tipagem sanguínea e betah-HCG
- Acompanhamento social e psicológico
- Seguimento ambulatorial
2.1.Acolhimento
28
Atendimento Clínico
29
O atendimento deve ser realizado, de preferência, fora do espaço físico do
pronto socorro ou da triagem para garantir privacidade. Evitar identificação
nominal de salas exclusivas para vítimas de violência sexual.
3. Recursos Essenciais:
Material
- Médico
- Enfermeiro
- Técnico em enfermagem
- Assistente social
- Psicólogo
30
- Farmacêutico
4. Conduta:
- Exames Laboratoriais:
31
Quadro 1: exames laboratoriais e época a ser realizado
A AE está indicada para todas as mulheres em idade reprodutiva que tenham sofrido
violência sexual, atrav s de contato certo ou duvidoso com sêmen, independente do
per odo do ciclo menstrual em que se encontrem. A AE desnecessária se a mulher
estiver usando de forma regular e consistente um método anticonceptivo de elevada
eficácia no momento da violência, com DIU, injetável, implante.
32
4.2 Profilaxia das Infecções Sexualmente Transmissíveis não virais (IST)
Segunda opção:
- Sífilis: Doxiciclina 100mg, 12/12h, VO, por 30 dias (exceto para gestantes)
- Gonorréia: Cefotaxima 1000 mg, IM, dose única + Azitromicina 500 mg, 02
comprimidos, VO, dose única
- Clamídia: Amoxicilina 500 mg, VO, 8/8h, por 7 dias
A imunoprofilaxia contra a hepatite B deve ser considerada nos casos em que haja
suspeita ou confirmação de exposição da v tima ao sêmen, sangue ou outros flu dos
corpóreos do agressor. O in cio da profilaxia está indicado nos casos de d vida,
desconhecimento do estado vacinal ou esquema vacinal incompleto e não deve estar
condicionada a coleta e análise de exames. A primeira dose da vacina contra hepatite B
33
deve ser administrada na ocasião do atendimento e as doses posteriores realizadas nas
unidades de atenção primária sa de, após análise dos exames de primeira consulta.
Imunização Ativa
Os fatores de risco para contaminação pelo HIV nas situações de violência sexual
dependem da carga viral em que se encontra o agressor, do in cio precoce da profilaxia
ARV (antirretroviral) quando indicada, das condições de sa de da v tima, presença ou
não de outras ISTs, idade da vítima (adolescentes e idosos são mais vulneráveis)
(Quadro 5). A quimioprofilaxia antirretroviral está recomendada em todos os casos de
penetração vaginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive se o
status sorológico do agressor for desconhecido. A adesão à profilaxia antirretroviral é
um dos fatores principais na redução do risco de transmissão da infecção pelo HIV,
portanto o seguimento ambulatorial é imprescindível.
34
Quadro 5: Recomendações de profilaxia para HIV pós violência sexual
35
Quadro 6: Esquemas de administração antiretroviral para profilaxia de transmissão de
HIV
36
providenciar as medidas necessárias junto s autoridades que compõem a rede de
atendimento para garantir o processo regular de adoção.
37
4.5.1. Métodos de interrupção até 12 semanas de idade gestacional
Referências Bibliográficas
38
Fluxograma de atendimento no CO para mulheres em situação de violência sexual
CO
Acolhimento Humanizado
Notificação Compulsória
Atendimento Clínico
39
ANEXO II
Recebe pedido de
marcação de consulta
em Amb
Multiprofissional
Se > 20 semanas ou
Se < 12 semanas:
desejo de gestar:
Amb Multi + Projeto
Amb Multi + Pré Natal
ATENAS
de alto risco
Encaminhar ao CO para
Opção 1: Desejo de ficar
avaliar Miso, AMIU ou
com o RN
ambos
40
ANEXO III
Paciente relata na
consulta que a gestação
foi fruto de violência
sexual
Se a paciente desistir do
projeto ou em caso de
intercorrência clínica
Encaminhamento para o
CO de acordo com a DPP
Encaminhar ao CO para
avaliar Miso, AMIU ou
ambos
Opção 1: Desejo de ficar
com o RN
41
ANEXO IV
42
43
44
45
ANEXO V
Nome:
Idade: Sexo:
Prontuário:
Responsável: Parentesco:
Contracepção de Emergência
Pílulas de hormônios que vão diminuir a chance de que haja gravidez em decorrência de
estupro – se a mulher for vítima em idade fértil:
46
Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis
Medicamentos utilizados para prevenir doenças que podem ser adquiridas pelo contato
sexual.
Realização de Exames
47
Coleta
_____________________________________________________________________
1º: ___________________________________________________
2º: ___________________________________________________
Testemunhas
________________________________________________________
Data: ____________________________
48
ANEXO VI
Declaro que estou informada da possibilidade de manter a gestação até o seu término,
sendo-me garantido os cuidados de pré-natal e parto, apropriados para a situação; e das
alternativas após o nascimento, que incluem a escolha de permanecer com a criança e
inseri-la na família, ou de proceder com os mecanismos legais de doação.
Declaro, estar esclarecida (os) dos procedimentos médicos que serão adotados durante a
realização da intervenção (abortamento previsto em Lei), bem como dos desconfortos e
riscos possíveis à saúde, as formas de assistência e acompanhamentos posteriores e os
profissionais responsáveis
Local e data:__________________________________
_________________________________
Nome, identificação e assinatura.
______________________________
Testemunha
Nome, identificação e assinatura
______________________________
Testemunha
Nome, identificação e assinatura
49
ANEXO VII
Local e Data:______________________________
__________________________________________
50
ANEXO VIII
Eu,___________________________________________________, brasileira,
_______anos, portadora do documento de identificação tipo ___________, nº________,
declaro que no dia _____, do mês _______________do ano de ________às ________,
no endereço ____ ______________________________________ (ou proximidades –
indicar ponto de referência) _________________________________, bairro
____________, cidade __________________________, fui vítima de crime de
violência sexual, nas seguintes
circunstâncias:_________________________________________
Declaro ainda, que fui agredida e violentada sexualmente por (informação opcional)
____________________________________, sendo meu/
minha_________________________ (indicar grau de parentesco ou de relacionamento
social e afetivo), com ___________anos de idade e que no momento do crime
encontrava-se/ ou não (alcoolizado, drogado)
Local e data:________________________________
___________________________________________________
51
____________________________________________________
TESTEMUNHAS
__________________________________________________
___________________________________________________
52
ANEXO IX
Em face da análise dos resultados dos exames físico geral, ginecológico, de ultra-
sonografia obstétrica e demais documentos anexados ao prontuário hospitalar
no______________ da paciente __________________
______________________________________, documento tipo______
no_______;manifesta-se pela compatibilidade entre a idade gestacional e a da data da
violência sexual alegada.
Local e data:_________________________________
__________________________________________
Médico
(assinatura e carimbo)
53
ANEXO X
Local e data_________________________________
Equipe multiprofissional:
____________________________________________
Carimbo e assinatura
_____________________________________________
Carimbo e assinatura
______________________________________________
Carimbo e assinatura
54
Capítulo 5.
1.Introdução
A gestação em mulheres diabéticas é uma condição reconhecidamente associada
a uma maior frequência de malformações fetais e complicações clínicas maternas,
quando comparada as gestações normais. Grandes são os números de complicações
fetais tais como malformações, macrossomia, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia,
policitemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, cardiomiopatia hipertrófica e síndrome do
desconforto respiratório do recém-nascido. Quanto às complicações maternas, o
inadequado controle glicêmico está relacionado a maiores índices de abortos
espontâneos, infecções, hipertensão arterial, doença hipertensiva específica da gravidez
(DHEG), hoje definida como pré-eclâmpsia leve e grave, partos pré-termo e cesáreas.
Está definido na literatura que um bom controle metabólico está associado a melhores
desfechos maternos e fetais.
Na gestação ocorre o aumento dos níveis de estrogênio, progesterona, cortisol,
prolactina e produção de lactogênio placentário humano. Essas mudanças interferem no
metabolismo dos carboidratos, podendo resultar, em mulheres susceptíveis, no
desencadeamento de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) e, naquelas previamente
diabéticas, em piora do controle glicêmico.
As alterações no metabolismo materno são necessárias para suprir a demanda
fetal, principalmente no segundo trimestre da gestação. O desenvolvimento da
resistência insulínica na gravidez, na maioria destas mulheres, acredita-se já existir
anteriormente, à custa de sobrepeso pré-gestacional, de obesidade e da síndrome dos
ovários policísticos (SOP) prévio.
Pacientes com qualquer tipo de diabetes podem necessitar de insulinoterapia em
algum estágio da sua doença ou durante a sobrecarga metabólica da gestação.
55
2. Conceito de Diabetes Mellitus
3. Classificação
56
tentaram distinguir mulheres com diabetes pré-existente que seja reconhecida pela
primeira vez durante a gravidez daquelas cuja doença é uma manifestação transitória da
resistência à insulina relacionada com a gravidez. Esta alteração reconhece a crescente
prevalência do tipo não diagnosticada Diabetes tipo 2(DM2) em mulheres não grávidas
em idade fértil. Essas organizações normalmente usam o termo "diabetes gestacional"
para descrever diabetes diagnosticada durante a segunda metade da gravidez, e termos
como "detecção de diabetes" ou "diabetes mellitus durante a gravidez" para descrever
diabetes diagnosticada por critérios não grávidas normais no início da gravidez, quando
os efeitos da resistência à insulina são menos proeminentes. As recomendações incluem
o rastreio, diagnóstico e ações terapêuticas que vão influenciar favoravelmente os
resultados da saúde de pacientes com diabetes.
Sua prevalência está definida entre 3% e 13% na gestação, variando em todo o
mundo entre os grupos raciais e éticos, geralmente em paralelo com a prevalência do
diabetes tipo 2. Também varia por causa das diferenças nas práticas de triagem, as
características da população (por exemplo, o índice de média idade e massa corporal
[IMC] de mulheres grávidas), método de ensaio e os critérios de diagnóstico.
Prevalência tem vindo a aumentar ao longo do tempo, possivelmente devido ao aumento
da idade média materna e peso.
Vários efeitos adversos têm sido associados com diabetes durante a gravidez:
Pré-eclâmpsia
Polidrâmnio
Fetos grandes para a idade gestacional e macrossomia
Organomegalias fetais (hepatomegalia, cardiomegalia)
Traumas no nascimento (parto distócico)
Maior prevalência de parto cirúrgico
Maior mortalidade perinatal
Problemas respiratórios neonatais e complicações metabólicas (hipoglicemia,
hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, policitemia)
5. Objetivos
57
Otimizar tratamento para que a gestação, afim de reduzir complicações na
gestação;
Orientar a paciente sobre a doença e os cuidados a serem tomados.
7. Rastreamento e Diagnóstico
58
DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS PRÉVIO A GESTAÇÃO NO
PRIMEIRO TRIMESTRE
HbA1c ≥ 6,5%
No período de 24-28 semanas seve ser solicitado TTOG 75g para todas as
pacientes com rastreio negativo - rastreio universal. Não aplicar TTOG em pacientes já
diagnosticadas com DMG ou DM prévio. Deve-se realizar o TTOG com dieta sem
restrição de carboidratos ou com, no mínino, ingestão de 150g de carboidratos nos 3
dias anteriores ao teste, com jejum de 8 horas.
Jejum ≥92 mg dl
1h ≥180 mg dl
2h ≥153 mg dl
IADPSG - International Association for the Study of Diabetes and Pregnancy Group,
ADA - American Diabetes Association
Se glicemia jejum ≥ 126mg dl durante o TTOG 75g não deverá prosseguir com
teste (não fornecer a dextrose 75g para a paciente) - O resultado deverá registrar a
glicemia de jejum identificada, justificando a não continuação do exame desde que
basta a glicemia de jejum ≥126mg dl para diagnóstico de DM pr vio.
59
8. Condutas no Ambulatório
60
- Sumário de Urina
- Urocultura
- Fundoscopia
- Lipidograma (individualizar)
- Sódio, potássio e cálcio séricos (individualizar)
- Ácido úrico (individualizar)
- ECG (individualizar)
Na prática clínica, as mulheres muitas vezes exigem 1800-2500 kcal por dia.
Para as mulheres que estão em peso corporal ideal durante a gravidez, as necessidades
calóricas são de 30 kcal/kg/dia; para as mulheres que estão acima do peso, a exigência
calórica é 22 a 25 kcal/ kg/dia; e para as mulheres com obesidade mórbida, o requisito
calórico é de 12 a 14 kcal/kg/dia (peso apresentar grávida). Para aquelas mulheres que
estão abaixo do peso, as necessidades calóricas podem ser até 40 kcal/kg/dia para atingir
ganhos de peso recomendado, metas de glicose no sangue, e ingestão de nutrientes.
61
hidratos de carbono a menos do que 40% do total de calorias, enquanto assegurado que
não se concretiza cetonúria.
Um plano de refeição típica para as mulheres com GDM inclui três refeições de
tamanho pequeno a moderado e dois a quatro lanches. Muitas mulheres vão precisar de
ajuste individual, dependendo dos níveis de glicose pós-prandial, que são diretamente
dependentes do conteúdo de carboidrato da refeição ou lanche. O aumento pós-prandial
da glicose, portanto, pode ser melhorado, se a dieta de hidratos de carbono for restrita.
Além disso, sabemos que uma dieta com baixo índice glicêmico, em que fontes de
carboidratos são compostas principalmente de frutas, legumes e grãos integrais, com
baixo consumo de produtos à base de farinha, tem um efeito favorável sobre a glicemia
pós-prandial, e reduz significativamente a necessidade de terapia com insulina; no
entanto, um efeito claro sobre o resultado da gravidez, particularmente macrossomia,
parto por cesariana, e ganho de peso materno ainda não foi comprovado.
62
8.3. ORIENTAÇÕES EM RELAÇÃO À ATIVIDADE FÍSICA
63
superior ao percentil 75 em uma ultrassonografia realizada ente a 29 a e a 33a
semana de gestação.
A conduta obstétrica de uso de corticosteróides para maturação pulmonar fetal
não é contra-indicada, mas deve-se administrá-los de forma concomitante ao
monitoramento intensivo da glicemia e aos ajustes da dose de insulina, se
necessário.
8.5. INSULINOTERAPIA
Damos preferência a iniciar o esquema insulínico nos horários conforme tabela abaixo:
64
Caso ocorra necessidade de um a terceira dose de NPH, considerar o seguinte esquema:
9. Condutas na Enfermaria
65
• O treinamento da paciente deverá ser realizado durante a internação
pela enfermagem.
Os parâmetros de bom controle são: glicemia de jejum menor que menor que 95
mg/dl; glicemias pós-prandiais de 1 h ≤140 mg dl, e de 2 h ≤120 mg dl.
Em mulheres com risco aumentado para hipoglicemia, esses alvos devem ser
aumentados para um valor de glicemia de jejum de até 99 mg/dl e, ao deitar e/ou
entre 2 e 4 horas da madrugada, de 80 até 120 mg/dl.
Nas enfermarias e ambulatório foi preconizado o valor abaixo de 70mg/dl para
considerarmos hipoglicemia e para que sejam tomadas medidas corretivas.
Proceder conforme protocolo institucional
Sempre se investigar o motivo da hipoglicemia, geralmente houve vômito,
menor ingestão de alimento, atraso na refeição, descida para realizar exames,
etc. Neste caso a chamada hipoglicemia “esporádica” e só necessita de
orientação e correção do fator precipitante.
2) Oferecer:
1 colher de sopa de mel ou
150 ml de refrigerante normal ou
150 ml de suco de fruta com açúcar
66
SE GLICEMIA < 70 MG/DL - PACIENTE SONOLENTA OU DESORIENTADA
67
Pacientes com idade gestacional menor que 36 semanas apresentando sinais de
descompensação metabólica materno e/ou fetal, individualizar o caso em relação
a interrupção;
Nunca ultrapassar 40 semanas independentemente da situação;
Recomenda-se utilizar corticóide para maturação pulmonar fetal nos casos de
complicações clínicas maternas, que indiquem a interrupção da gravidez antes
das 34 semanas (ajustando dose de insulina quando necessário).
68
1. Em gestantes tratadas com dieta: sem condutas diferenciadas no parto.
2. Em gestantes em insulinoterapia:
69
Se glicemia abaixo de 70mg/dl – Glicose a 25% 04 ampolas EV.
Nas DM1, idealmente usar insulina sob bomba EV ao iniciar o jejum. Grande risco
de cetoacidose no parto.
70
• > 301: 08 UI - Avaliar necessidade de insulinização venosa
71
CRITÉRIOS Diabetes Mellitus Pré-diabetes
72
para concepção, seriam valores menores que 6-6,5%. As malformações fetais são
responsáveis por cerca de 50% das mortes perinatais nessa população.
O atendimento à mulher com diabetes que deseja engravidar deve ser realizado
por uma equipe multidisciplinar, com cuidadoso planejamento da gravidez para quando
o diabetes estiver bem compensado. O valore da HbA1c indicado para uma concepção
segura é de no máximo de 6,5%, idealmente <6%, sem a ocorrência de hipoglicemias.
Recomenda-se realizar monitorização da glicemia capilar, devendo manter níveis de
glicose de jejum de 80 a 100 mg/dl e duas horas após refeições de até 160 mg/dl no
período pré-concepcional. O uso de métodos anticoncepcionais deve ser estimulado até
a obtenção do controle metabólico adequado. Suplementação com ácido fólico
periconcepcional pode reduzir o risco de malformações do tubo neural e outras,
devendo ser mantida nas primeiras seis semanas de gestação.
F: Nefropatia diabética
H: Cardiopatia decorrente do DM
73
R: Retinopatia proliferativa
T: Transplante renal
Referências Bibliográficas
74
10. World Health Organization. Diagnostic Criteria and Classification of
Hyperglycaemia First Detected in Pregnancy: a World Health Organization
Guideline. Diabetes Res Clin Pract. 2013;103(3):341-63.
11. Bolognani VC, Souza SS, Calderon IMP. Programa de Pós-graduação em
Ginecologiae Mastologia/ UNESP. Botucatu- SP, Brasil. Rev. Artigo de revisão,
Com. Ciências Saúde - 22 Sup 1:S31-S42, 2011.
12. Diabetes na gestação -Uptodate 2016 (Autor: Donald R Coustan; Editores de seção:
David M Nathan, MD /Michael F Greene, MD. Revisão da literatura atual em abril
de 2016, com ultima atualização em 20 de maio de 2016).
13. Golbert A; Campos MAA. Diabetes tipo 1 e gestação. Publicado pela SBEM, vol.
52, nº 2, São Paulo. Marco 2008. (http://dx.doi.org/10.1590/S0004-
27302008000200018)
14. Manual de Baixo Risco do Ministério da Saúde, 2012.
15. Manual de Alto Risco do Ministério daSaúde, 2011.
16. Montenegro Jr. RM; Paccola GMGF; Milton Cesar Foss3; Torquato MTCG; Yano
RK;MauadFilho F;Nogueira AA;Berezowski AT&Duarte G. Protocol for detection,
diagnosis and tratament of diabetes mellitus during pregnancy. Medicina, Ribeirão
Preto 33: 520-527, out.dez.2000.
17. PimentaWP; Cunha SP & Foss MC. Gravidez e diabetes mellitus – experiência do
período de 1980 a 1985 no Hospital das Clínicas da Faculdadede Medicina de
Ribeirão Preto,Universidade de São Paulo. Rev Bras Ginecol Obstet 3: 54-61,
1988.
18. Reece EA, MD, PhD,MBA; Moore T, MD.Os critérios diagnósticos para diabetes
gestacional: Mudar ou não mudar? Opinião clínica 2013; Vol 13 n-4; 99-103.
19. RudgeMV;CalderonIM;RamosMD;AbbadeJF& Rugolo LM. Perinatal outcome of
pregnancies complicated by diabetes and by maternal daily hyperglycemia not
related to diabetes a retrospective 10 years analysis. Gynecol Obstet Invest
50: 108-112,2000.
20. Zugaib M, Bittar RE. Protocolos Assistenciais, 4ª edição, Editora Atheneu, 2013.
75
TTOG 75g do segundo trimestre entre 24 e 28 semanas
76
FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA NA GESTANTE DIABÉTICA
GESTANTE
DMG e DM tipo 2
Iniciar: Dieta
Exercícios
• Portadoras de SOP
• Obesas e portadoras DM2
Perfil glicêmico semanal
Considerar uso de metformina (500 a
Se glicemias adequadas,
2500mg/dia)
monitorar até final da Personalizar esquema
gestação. Preencher consentimento livre e
INSULINOTERAPIA
esclarecido (em anexo)
Controle inadequado
Intercorrências obstétricas
sugestivas de hiperglicemia
(polidramnia, feto GIG,
circunferência fetal
alterada (≥ percentil 75)
77
Capítulo 6.
Gravidez Ectópica
Relatores
Docente: Prof. Kleber Pimentel
Preceptores: Dra. Luanda Sakaguchi; Dr. Ronald Paulo; Dr. Agnaldo Viana.
1. Conceito
Toda gravidez com implantação e desenvolvimento fora da cavidade
endometrial. Contextualização:
1.1.1. Incidência: 1-2% das gestações e 10-15% das mortes maternas no
1º trimestre
1.1.2. Fatores de risco: Cirurgias Tubárias prévias (odds ratio OR de
21); GE prévia (OR de 8,3); Doença inflamatória prévia - DIP (OR
de 3,4); Uso de Dispositivo Intra-uterino (OR de 5,0); Idade >35 a
39anos (OR de 1,4), ≥40 (OR de 2,9); Fumante ≥ 20 cigarros por dia
(OR de 3,9); Técnicas de reprodução assistida (02 a 10% dos casos),
Endometriose.
1.1.3. Localização pode ser: Trompa (95-96%), ovário (3%), abdominal
(1%), cicatriz de cesárea (<1%) ou cervical (<1%).
2. Objetivos Assistenciais:
Diagnóstico precoce para evitar complicações e permitir a escolha do tipo de
tratamento
Diretrizes para a escolha do tipo de tratamento
Orientações para o tratamento de complicações
3. Recursos Essenciais:
Laboratório para: Beta HCG quantitativo, hemograma, TGO, TGP, tempo de
protrombina, uréia, creatinina, sumário de urina;
Ultrassonografia;
Equipe médica e de enfermagem;
Medicação: Metotrexato;
Centro Cirúrgico com instrumental cirúrgico e anestésico;
Acesso a sangue e hemoderivados;
Se possível, acesso a hematologista para consulta sobre o tipo de reposição a ser
realizada.
78
4. Quadro Clínico:
79
5. Conduta:
Indicação
Procedimento
Acompanhamento
80
BHCG semanal BHCG semanal BHCG semanal
Sem atividade sexual até Sem atividade sexual até Sem atividade sexual até
resolução resolução resolução
Dados retirados de Sagiv R, Debby A, Feit H, Cohen-Sacher B, Keidar R, Golan A. The optimal cutoff
serum level of human chorionic gonadotropin for efficacy of methotrexate treatment in women with
extrauterine pregnancy. Int J Gynaecol Obstet. 2012;116(2):101-104.
Esquema de múltiplas doses: 1mg/kg por dia IM ou EV nos dias 1,3,5 e 7. Associado a
uso por via oral de Leucovorin 0,1mg/kg nos dias 2,4,6 e 8. Dosagem de β-hCG nos
dias 1,3,5 e 7. Se os níveis de β-hCG caírem mais de 15% da medida anterior deve-se
interromper o tratamento. Deve-se manter seguimento semanal do β-hCG até que
permaneça indetectável. Em caso de queda < 15% da última dosagem deve-se repetir
dose de MTX 1mg/kg e no dia seguinte nova dose de Leucovorin.
Mesma eficácia que o de dose única, porém com mais efeitos colaterais.
8. Observações importantes:
o Contra-indicações ao MTX:
- Amamentação
- Imunodeficiência
81
- Discrasia sangu nea, coagulopatias
- Doença pulmonar em atividade
- Hepatopatias
- lcera p ptica
- Disfunção renal
- Hipersensibilidade droga
- Gestação heterotópica
- Sem condições para seguimento
-
o Efeitos Colaterais do MTX:
o Dicas:
82
Referências Bibliográficas:
4.Zugaib (2015). Obstetrícia (3ª edição). Editora Manole: Barueri, SP. Capítulo 30:
Gestação Ectópica; 583-600.
83
ANEXO 1.
HCG +
USG sem gestação tópica
USG indeterminado
Saco gestacional ectópico
com embrião com atividade
cardíaca ou
BHCG quantitativo Anel tubário ou
Massa anexial complexa
BHCG e USG/48h
84
Capítulo 7
GESTAÇÃO GEMELAR
Relatores:
Docente: Prof. Dr. Marcelo Aquino
Médico Residente: Dr. Maurício Grijó
Validado em 02 de março de 2017
1.Introdução
Gestações múltiplas são cada vez mais comuns devido, em parte, aos avanços
das técnicas de reprodução assistida. Nessas gestações, observa-se um aumento de cerca
de 5 a 6 vezes da mortalidade neonatal, quando comparadas com gestações únicas,
sobretudo devido à sua associação com a prematuridade. Além disso, muitas
morbidades obstétricas maternas, como hemorragia pós parto, pré-ecampsia e diabetes
gestacional, são observados mais comumente no contexto da gestação múltipla. A
otimização dos cuidados perinatais visa reduzir tais morbidades.
1. Recursos Essenciais
2. Sinonímia
3. Definição
4. Classificação:
5.1.Dizigótica
85
resultando em uma gestação dicoriônica, diamniótica. São os denominados gêmeos
fraternos, que podem, ou não, ser do mesmo sexo.
5.2.Monozigótica
Quanto mais precoce for essa divisão, menos estruturas serão compartilhadas pelos
gêmeos. Assim sendo, a gestação poderá ser:
Dicoriônica, diamniótica: cada gêmeo terá sua própria placenta e seu próprio
âmnio;
Monocoriônica, diamniótica: os gêmeos compartilharão uma única placenta,
mas cada um deles terá seu âmnio;
Monocoriônica, monoamniótica: os gêmeos compartilharão uma única placenta
e um único âmnio.
Em casos de divisão muito tardia, até mesmo partes fetais poderão ser compartilhadas
pelos gêmeos (gemelidade imperfeita, gêmeos acolados ou gêmeos siameses).
6. Epidemiologia
A gestação gemelar responde por cerca de 3% dos nascidos vivos nos Estados Unidos.
Dois terços das gestações gemelares são dizigóticas e um terço, monozigótica. Todas as
gestações dizigóticas são, obrigatoriamente, dicoriônicas. Dentre as gestações
86
monozigóticas, um quarto é dicoriônica, diamniótica, e três quartos, monocoriônica,
diamniótica. As gestações monocoriônicas, monoamnióticas respondem por apenas 1%
de todas as gestações gemelares monozigóticas, sendo a gemelidade imperfeita, ainda
mais rara.
7. Diagnóstico
8. Prognóstico
87
de uma gestação dicoriônica, sendo sua ausência indicativa de gestação monocoriônica.
Entre 11 e 14 semanas, a identificação de uma gestação dicoriônica pode ser feita pelo
achado de duas massas placentárias ou, em caso de massa placentária aparentemente
única, pela presença do denominado sinal do lambda (projeção do córion na inserção da
membrana interamniótica), sendo sua ausência, indicativa de monocorionicidade.
Embora o achado do sinal do lambda (λ), em qualquer fase da gravidez, seja evidência
de dicorionicidade, sua regressão com o avançar da gestação, torna mais difícil sua
identificação na gestação avançada. Assim sendo, sua ausência após a 14ª semana não
exclui dicorionicidade. Nesses casos, a identificação de fetos de sexos diferentes mostra
se tratar de uma gestação dizigótica e, consequentemente, dicoriônica. Em casos de
fetos de mesmo sexo, a gestação pode ser mono ou dizigótica e, por conseguinte, mono
ou dicoriônica.
Consultas pré-natais
Deverão ser realizadas a intervalos de quatro semanas até a 30ª semana gestacional e a
cada duas semanas entre a 30ª e a 34ª semana. Após a 34ª semana, deverão ser
semanais, até o parto.
Exames complementares
Exames ultrassonográficos deverão ser realizados a cada quatro semanas nas gestações
dicoriônicas e a cada duas semanas, nas monocoriônicas. Os exames laboratoriais
deverão ser solicitados de forma idêntica à solicitada na gestação única. A avaliação da
vitalidade fetal deverá ser realizada sob as mesmas indicações das gestações únicas.
88
Época do parto
Via de parto
A escolha da via de parto de uma gestação gemelar, por sua vez, vai depender de um
conjunto de aspectos. A apresentação do primeiro gemelar é o principal fator a ser
considerado na escolha da via de parto.
12.SITUAÇÕES ESPECIAIS
Em caso de risco de vida para o gêmeo normal, uma autorização judicial para o
fetocídio seletivo do feto anormal pode ser pleiteada. Nos demais casos, adotar conduta
expectante, atentando-se para a possibilidade de polidrâmnio, com risco de parto
prematuro.
89
sanguíneo desviado para o outro feto (feto receptor). O feto doador desenvolve
oligoidrâmnio (maior bolsão menor que 2,0 cm), enquanto o receptor apresenta
polidrâmnio (maior bolsão maior que 8,0 cm).
Para fins prognósticos, a STFF é classificada, segundo critérios sugeridos por Quintero:
Nas gestações dicoriônicas, esse risco inexiste. Tal fato associado à observação de que a
coagulação intravascular disseminada materna é condição rara em gestações gemelares
com um dos fetos morto, torna a conduta expectante a mais adequada nesses casos.
Gemelidade Imperfeita
90
cesáreo deverá ser programado para o termo. Caso a separação cirúrgica pós-natal não
seja viável, uma autorização judicial para a interrupção da gestação pode ser pleiteada.
Gêmeo Acárdico
Devido ao elevado risco de óbito do outro gêmeo (doador ou bomba), por insuficiência
cardíaca ou parto prematuro por polidrâmnio, a oclusão do fluxo para o feto acárdico
(receptor), seja por ligadura endoscópica ou por coagulação a laser do cordão umbilical,
é o tratamento sugerido.
Restrição Seletiva
91
Referências Bibliográficas
92
ANEXO I
93
ANEXO II
94
Capítulo 8
Hemorragia Pós-Parto
Relatores:
Docente: Prof. Rone Peterson C. Oliveira
Preceptora: Dra. Claudia Margaret Smith
1.Introdução
95
1.1.2. Trauma: episiotomia, parto de fetos grandes, uso de fórceps, cicatriz
uterina anterior e parto com manobras.
1.1.3. Tecido: corioamnionite, placenta prévia, placenta sucenturiada, acretismo
placentário
1.1.4. Trombina (coagulopatia): história prévia de coagulopatia, uso de
aspirina, septicemia, hipotermia e situações obstétricas tais como: S. HELLP,
DPP e feto morto retido.
2. Objetivos Assistenciais:
A condução obterá sucesso apenas se, ao mesmo tempo em que estiver sendo
garantida a estabilidade hemodinâmica pela reposição de volume de sangue perdido,
seja identificada e resolvida a fonte do sangramento.
3. Recursos Essenciais:
Espaço para observação clínica das mulheres no puerpério imediato com pessoal
devidamente capacitado, equipamento para monitorização de dados vitais e ponto de
oxigênio,
Laboratório;
Balão intrauterino;
96
Sala de Observação Pós Parto- onde todas as pacientes no 4° período do parto
deverão ser mantidas em observação
.
4. Diagnóstico e Classificação
97
(ml/h)
Extremidade Normais Pálidas Pálidas Pálidas
Estado Alerta Ansioso Agressivo Sonolento
consciência Agressivo Sonolento Inconsciente
*Em vermelho, os achados clínicos alterados.
5. Exames Complementares:
Na sala de parto: uma amostra de sangue coletada deverá ser colocada em um
tubo de ensaio seco e este, fixado na parede. Após 6 minutos, deverá ser
identificada a retração do coagulo da amostra. Caso a mesma não ocorra, a
probabilidade de coagulopatia associada ao caso estará aumentada.
6. Conduta
6.1 No ambulatório:
98
6.1.1.2. Identificar no cartão pré-natal das pacientes com fatores de risco para
HPP, como os descritos na introdução deste texto.
6.1.1.3. Suspender em tempo hábil medicações que predisponham a discrasia
sanguínea:
- AAS: manter até 36 semanas;
-Heparina de baixo peso molecular: suspender ao menos 12h antes do
parto, idealmente 24h antes.
- Heparina não fracionada: suspender ao menos 6h antes do parto.
O manejo ativo do 3°período do trabalho de parto previne cerca de 2/3 das HPP
(OMS 2012 / FIGO 2011 / Cochrane 2014), sendo o elemento principal do
manejo ativo, o uso de uterotônicos.
99
Figura 1 – Tração controlada de cordão. Manobra de Brandt-Andrews
100
Aquecer a paciente;
Solicitar exames laboratoriais (ABO-Rh, Ht/ Hb/ Hemogasometria/ TP/ TPT/
Fibrinogênio /Provas cruzadas);
Contato com Banco de Sangue e Unidade de maior complexidade para posterior
transferência, caso necessário.
- Hemoterapia – Este ponto é definidor do prognóstico materno, pois não basta repor
volume de líquidos, sendo importante repor hemácias para garantir a oxigenação dos
tecidos. Assim, a reposição com hemoderivados é liberal, devendo ser prescrita sempre
que estivermos diante de pacientes com Choque Classe III e Classe IV. Efetuar
transfusão dos elementos hemáticos na proporção de 6:6:4 (06 UI de concentrados de
hemácias/ 06 UI Randômicas de Plaquetas ou 1UI de Aférese de Plaquetas/ 04 UI de
Plasma Fresco Congelado). No caso de Choque classe IV ou IC > 1, deve-se proceder
imediatamente transfusão de 02 bolsas de Concentrado de Hemácias tipo O RH
negativo sem aguardar o resultado de provas cruzadas dessas bolsas iniciais.
- Manter observação:
Após resolução do quadro a paciente deverá ser mantida em observação ainda no CO
antes de ser encaminhada à enfermaria:
Atonia uterina – Por ser responsável por 70% das causas de HPP, assim que a
HPP é constatada deve-se iniciar massagem uterina bimanual contínua e a
administração de agentes uterotônicos, ao mesmo tempo que as medidas
ressuscitativas são iniciadas. Importante realizar a massagem de forma que o
útero mantenha-se angulado sobre seu próprio eixo.
101
Drogas:
102
Cirurgia Conservadora:
o Cirurgia Compressiva – Técnica de B-Lynch (descrição da técnica
cirúrgica em anexo)
o
Figura 5- Ligadura artéria uterina
Trauma:
103
hematomas (< 3 cm). Hematomas maiores ou em expansão deve-se proceder sua
drenagem com identificação e ligadura dos vasos sangrantes.
- Inversão uterina: pode cursar com choque vago vagal, o volume do sangramento não
corresponde ao quadro hemodinâmico. O tratamento envolve o uso de Atropina 0,5 mg
(02 ampolas) IV se bradicardia sintomática e pronta correção da inversão uterina
(manobra de Johnson/ manobra de Taxe).
Retenção de Tecido:
- Acretismo placentário: Pacientes com sangramento ativo com acretismo, na qual não é
possível a identificação da zona de clivagem, a histerectomia é a opção terapêutica.
Trombina:
7. Indicadores Assistenciais:
-Taxa de HPP/ N° de NV;
-Taxa de resolução da HPP com Balão Intra Uterino
-Taxa de hemoterapia/ n° de casos de HPP;
-Taxa de histerectomia por HPP/ n° de casos de HPP;
-Taxa de mortalidade maternidade por HPP.
104
Referências Bibliográficas:
3- Hofmeyr GJ et al. Hipovolemic schok. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol
2001;154:645–62.
6- Lale Say, Doris Chou, Alison Gemmill, zge Tunçalp, Ann-Beth Moller,
Jane Daniels, A Metin G lmezoglu, Marleen Temmerman, Leontine Alkema
. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. Lancet Glob
Health 2014; 2: e323–33
105
106
Anexo I
B-Lynch, Christopher ; Coker, Adeyemi ; Lawal, Adegboyega H. ; Abu, Jaf ; Cowen, Michael J. The B-
Lynch surgical technique for the control of massive postpartum haemorrhage: an alternative to
hysterectomy? Five cases reported. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, March
1997, Vol.104(3), pp.372-375
A técnica preconiza que a paciente esteja sob anestesia, seja cateterizada e colocado na
posição de Lloyd Davies para acessar a vagina e avaliar o controle de sangramento
observado no campo cirúrgico. O abdômen é aberto por uma incisão de Pfannenstiel de
tamanho apropriado ou se o paciente teve hemorragia após a cesariana, a mesma incisão
é reaberta. Ao entrar no abdômen, uma incisão do segmento inferior é feita após a
dissecação da bexiga ou são removidas as suturas de uma cesariana recente. A cavidade
uterina é examinada e esvaziadaa exteriorização uterina seguida de compressão
bimanual, no intuito de prever o sucesso da sutura através da observação simultânea do
sangramento. Inclui também a execução de histerotomia segmentar transversa para
retirada dos coágulos e facilitação da aplicação da sutura. A parede anterior é
transfixada 3 cm abaixo da borda inferior da histerotomia, a 3 cm da margem lateral
direita do útero e emerge 3 cm acima da borda superior da histerotomia, a 4 cm da
margem lateral direita uterina. O fio percorre externamente o corpo do útero, no sentido
longitudinal, e passa a aproximadamente 3 a 4 cm do corno uterino direito. Na face
posterior, o fio desce longitudinalmente até o nível da histerotomia. A parede posterior é
transfixada do lado direito para o esquerdo. O fio sobe pela face posterior esquerda do
útero, percorre externamente o trajeto inverso ao do lado direito, contorna 3 a 4 cm do
corno uterino esquerdo e desce longitudinalmente à face anterior. No sentido inverso, a
parede anterior é novamente transfixada 3 cm acima da borda superior da histerotomia,
a 4 cm da margem lateral esquerda do útero, e emerge 3 cm abaixo da borda inferior da
histerotomia, a 3 cm da margem lateral esquerda do útero. A compressão bimanual deve
ser mantida durante todas as etapas. A sutura é finalizada com um nó duplo seguido de
dois nós simples e histerorrafia. A recomendação é para uso do fio Categute Cromado
N° 2, com agulha grande e romba ou Monocryl® 1 (polyglecaprone 25) montado em
agulha manual cilíndrica de 70 mm, fabricado especificamente para o procedimento, e
cujo perfil de absorção é de 60% da força original após 7 dias, 20% após 14 dias, 0%
após 21 dias e absorção máxima entre 90 e 210 dias.
107
Anexo II
108
− Administração de Medicações: ocitocina,
misoprostol, methilergonovina.
- Administração de Hemoderiv
109
Anexo III
CÓDIGO VERMELHO
Nome:_____________________________________________ Reg;_____________
Hora de Ativação:___________________ Hora de Término:____________________
Equipe Assistente:
Médico:_________________________ Médico 2:____________________________
Enfermeiro:______________________ Anestesista:__________________________
Assistente 1:_____________________ Assistente 2:__________________________
Grau de Choque
Tônus Uterino
TRATAMENTO Tempo 0‟ Tempo 1‟-20‟ Tempo 21‟-60‟ Tempo > 60 „
Cristalóides
(Quanto e Quando)
Uterotônicos:
(Quais e Quanto)
Hemoderivados – Cc.Hemac
(Quanto e Quando) .
Plaquetas
Plasma
Crioprecp.
110
Exames Laboratoriais:
ABO/RH Data Hora Data Hora Data Hora Data Hora
Hb / Ht
Plaquetas
Fibrinogênio
TTP
TP
111
Capítulo 9
1.Introdução
2.Indicações
112
Antifosfolipide)
Comprometimento fetal (ex.: Crescimento Intrauterino Restrito severo,
isoimunização e oligodramnia)
Questões sociais.
3.Contra-indicações:
Absolutas:
Placenta prévia centro-total
Vasa prévia
Apresentação córmica
Prolapso de cordão umbilical com feto vivo
Cesárea clássica anterior e outras cicatrizes uterinas prévias (miomectomias)
Normalidade na pelve materna
Herpes genital ativo com feto vivo
Tumores prévios (tumor de colo ou vagina e mioma uterino em segmento
inferior)
Desproporção cefalopélvica
Relativas:
Frequência cardíaca fetal não-tranquilizadora
Macrossomia fetal (peso fetal estimado pela ultrassonografia >4.000 g)
Gestação gemelar
Apresentação pélvica
Doença cardíaca materna
Polidrâmnio
Grande multiparidade
Oligo-hidrâmnio (ILA<5)
Cesariana anterior (cicatriz transversa)
4.Maturação Cervical
113
de BISHOP. Quando um Índice de BISHOP desfavorável (BISHOP < ou =6), o
amadurecimento do colo torna-se prioridade frente à indução. O amadurecimento
cervical é um processo complexo que resulta em apagamento (afinamento) e dilatação
(distensibilidade) do colo. Esse processo, dito como de remodelamento, envolve a
dissolução enzimática de fibras colágenas, aumento do teor aquoso e modificações
químicas. Estas modificações são induzidas por hormônios (estrógeno, progesterona e
relaxina), bem como citocinas, prostaglandinas e óxido nítrico.
PGE1 (Misoprostol), PGE2 (Dinoprostona) e método de Krause (cateter de Foley) estão
entre os métodos para preparo do colo.
5.2. Misoprostol
Análogo sintético da prostaglandina (PGE1) é usado tanto no preparo do colo uterino
quanto na indução do TP. Usado preferencialmente por via vaginal. Em mulheres com
cirurgia cesariana prévia, o risco de rotura uterina é aumentado.
É recomendado utilizar as doses durante o dia (7, 13 e 19 horas), 01 comprimido de
25mcg, via vaginal, a cada 06 horas. Se não houver resultado, repetir as doses no dia
seguinte. (PROTOCOLO UTILIZAÇÃO DE MISOPROSTOL MINISTERIO DA
SAÚDE)
Define-se falha de indução quando o trabalho de parto não é iniciado 48h após inserção
da primeira dose de Misoprostol
5.3. Ocitocina
A resposta uterina à indução por ocitocina ocorre após três a cinco minutos, o nível
plasmático se estabiliza em quarenta minutos e a meia-vida é de cinco minutos. É ideal
que se use bomba de infusão para manejo controlado das doses. Deve-se diluir 05UI de
Ocitocina em 500ml de SG5% e administrar inicialmente 06 a 12ml/h, acrescentando-se
6 a 36ml/h se resposta inadequada. A dose máxima de infusão é 80ml/h
Geralmente uma indução é considerada bem-sucedida quando resulta em um parto
vaginal após 24 horas do início da Ocitocina.
114
O ACOG considera como falha de indução:
Se as membranas estão intactas: se não ocorrerem contrações regulares a
aproximadamente cada três minutos ou não houver alteração cervical em 24
horas.
Se membranas rotas: se não ocorrerem contrações regulares ou alterações
cervicais por pelo menos 12 a 18 horas após início da administração de
ocitocina.
5.4. PGE2
Recomendado pelo NICE como método de preferência para indução de parto, porém
não disponível no nosso serviço.
5.5. Amniotomia
A amniotomia por si só pode ser um método eficaz de indução do trabalho de parto, mas
só pode ser realizada em mulheres com um colo parcialmente apagado e dilatado.
Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados demonstraram que a
administração de oxitocina intravenosa mais a amniotomia foi mais efetiva que a
amniotomia isolada.
115
sonda retirada e avaliar uma nova passagem ou outro método.
116
com maior risco de gravidez pós-termo são aquelas com gravidez pós-termo anteriores.
Após uma gravidez pós-termo, o risco de um segundo nascimento pós- termo é
aumentado de duas para quatro vezes.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas recomenda a indução do
trabalho de parto após as semanas 42 semanas, mas considera também a indução em 41
a 42 semanas.
A mortalidade perinatal aumenta à medida que a gravidez se estende para além do
termo, particularmente após 41 semanas, devido ao aumento de nascimentos ainda não
anormais e das mortes neonatais precoces.
Nos casos de CIUR, a indução do parto vaginal com monitorização continua pode
ser indicada caso a vitalidade fetal esteja preservada. Porém, se comprometimento fetal
associado a uma CIUR severa a indução de parto não é recomendada. (Vide protocolo
assistencial da unidade: Restrição do Crescimento Fetal).
117
apoio emocional e informações sobre suporte especializado. Se a mulher se apresenta
fisicamente bem, membranas estão intactas, sem evidências de sangramento ou
infecção, pode ser oferecida indução de parto ou conduta expectante. Caso contrário, a
indução de parto imediata deve ser a escolha.
Em mulheres com cesariana prévia, não é aconselhado proceder ao amadurecimento
medicamentoso do colo.
7. Complicações:
118
indução deve ser avaliada a parte fetal que se apresenta e evitar o procedimento caso a
apresentação fetal esteja alta.
Mulheres portadoras de uma cesariana prévia parecem ter chance similar às não
cesariadas previamente, de evoluir para um parto vaginal, quando submetidas a uma
indução do parto. Chances menores são descritas na literatura quando as mulheres são
portadoras de duas cesarianas prévias. Um grande motivo para o sucesso é a presença de
um parto vaginal anterior e uma c rvix favorável ( ndice de Bishop ≥ 6). Em revisões
sistemáticas recentes, observa-se que o risco de rotura uterina é maior com o uso das
prostagladinas do que com a ocitocina. Ressaltando que, este risco parece aumentar,
quando são utilizadas doses máximas de oxitocina.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas reconhece que a indução do
parto pode ser necessária para algumas mulheres com uma ou dois partos cesarianos
anteriores. Eles alertam a informar para estas pacientes, quanto aos riscos e benefícios
da indução de ocitocina e para que seja feita uma adequada seleção das mulheres com
maior probabilidade de que o parto vaginal aconteça.
Para as mulheres com colo desfavorável que optam por serem induzidas, discutimos
os riscos e benefícios das opções mecânicas e farmacológicas de amadurecimento
cervical. Sugerimos amadurecimento mecânico cervical seguido de amniotomia e
administração de ocitocina. Recomendamos não usar o Misoprostol em mulheres com
partos anteriores de cesárea. Outras prostaglandinas podem ser consideradas, mas o uso
sequencial de prostaglandinas seguido de administração de ocitocina pode aumentar o
risco de ruptura uterina e deve ser evitado.
Referências Bibliográficas:
119
of cesarean delivery: a systematic review and meta-analysis. CMAJ 2014;
186:665)
5. Wing, Deborah A. Techniques for ripening the unfavorable cervix prior to
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cervix-prior-to-
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%20unfavorable%20cervix%20prior%20to%20induction&selectedTitle=1~150
> Acesso em 30 de Junho de 2017.
6. Ministério da Saúde do Brasil. Protocolo Misoprostol. Brasília – DF, 2012.
Disponível em <
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_utilizacao_misoprostol_ob
stetricia.pdf> Acesso em 18 de Junho de 2017.
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controlled trial. BMC. Pregnancy and Childbirth 2013 13:67. Disponível em
<https://www.researchgate.net/publication/236058606_Induction_of_labour_wit
h_a_Foley_catheter_or_oral_misoprostol_at_term_The_PROBAAT-
II_study_a_multicentre_randomised_controlled_trial> Acesso em 20 de Julho de
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8. Zugaib M, Bittar RE. Protocolos Assistenciais, 4ª edição, Editora Atheneu,
2013.
9. Zugaib M, Rolnik DL, Fittipaldi FS. Condutas em Obstetrícia, III Edição,
2009.
10. Wing DA; Lockwood C; Barss VA, Contributor Disclosures - “Cervical
ripening and induction of labor in women with a prior cesarean delivery”.
Literature review current through: Jun 2017. | This topic last updated: Sep
22,2016
120
ANEXO I
ESCORE DE BISHOP
121
ANEXO II
Contraindicada Parto
Escore DE BISHOP
< 06 >08 06 - 08
FALHA
TRABALHO
DE PARTO
122
Capítulo 10
1.Introdução
123
amamentação com fornecimento de formula láctea infantil e inibição da apojadura
materna
Considerando-se o curto período de permanência na maternidade, é fundamental
criar oportunidades que visem à orientação quanto às medidas de prevenção, adesão às
recomendações e acompanhamentos necessários. Portanto, faz-se necessário a
vinculação com os serviços de atenção especializada em HIV/AIDS de Salvador, com
encaminhamento imediato da gestante/puérpera vivendo com HIV/AIDS e da criança
exposta ao HIV, sendo esta medida, uma ação necessária para redução da transmissão
vertical do HIV.
2. Objetivos Assistenciais
3. Recursos Essenciais
Ficha de encaminhamento;
AZT venoso;
4. Diagnóstico
4.1. Laboratorial:
A realização do diagnóstico da infecção pelo HIV no pr -natal, parto e
puerp rio, com o uso de testes rápidos (TR), possibilita a adoção quase imediata de
medidas para profilaxia da transmissão vertical do mesmo, em função da rapidez do
diagnóstico. Recomenda-se, portanto, que todas as gestantes realizem TR para HIV na
primeira consulta, ou no primeiro trimestre de gestação. As gestantes cujos resultados
sejam reagentes para o HIV devem ser encaminhadas para o seguimento do pr -natal
124
em serviços de referência para gestantes vivendo com HIV AIDS (Em Salvador:
CEDAP ou SEMAE), não sendo necessário, portanto, aguardar realização de exame
confirmatório ou nova testagem para encaminhamento para o serviço de atenção
especializada. Em caso de resultado não reagente, recomenda-se repetir a testagem para
HIV no terceiro trimestre.
Os TR tamb m devem ser indicados na admissão para o parto e, em ltimo caso, no
puerp rio, em situações especiais, tais como: gestante sem pr -natal; gestante não
testada durante o pr -natal; gestante que não dispõe de resultado do teste (ou do registro
do resultado no cartão de gestante); gestante não testada e ou sem resultado do segundo
teste, no ltimo trimestre de gestação; gestante que se encontre em situação de risco
acrescido, como, por exemplo: mulher soronegativa para o HIV que tenha parceiro
infectado; profissional do sexo; usuária de álcool e outras drogas; troca de parceiro
durante a gestação; ocorrência de uma infecção sexualmente transmiss vel (IST) durante
a gestação, ou parceria sexual com IST; imigrante proveniente de região de alta
prevalência de HIV; infecção por tuberculose, independentemente do tempo
transcorrido desde a realização do ltimo teste anti-HIV.
O diagnóstico do HIV no momento do parto e puerpério não é o ideal, pois
perde-se a oportunidade do uso das medidas profiláticas realizadas no pré-natal. Porém,
existem medidas eficazes que são previstas para utilização no parto (momento de maior
risco de TV) e puerpério (com risco ainda existente, através da amamentação), e que
necessitam desta testagem final para serem realizadas.
Nos casos de diagnóstico no momento do parto, é necessário ainda garantir o
acompanhamento adequado da puérpera e do recém-nascido em serviço de referência
após a alta da Maternidade.
125
diagnóstico da infecção pelo HIV, consultar o “Manual T cnico para o Diagnóstico da
Infecção pelo HIV”, dispon vel em http://www.aids.gov.br/pagina/publicacoes.
Infecção aguda pelo HIV- Quadro semelhante a síndrome viral, com febre,
cefaleia, exantema, adenopatia, faringite, mialgia. Podem estar presentes: diarreia,
vômitos, perda de peso, úlceras orais, letargia, astenia. Mais raramente podem ocorrer:
meningite asséptica, neurite periférica motora ou sensitiva, paralisia do nervo facial,
síndrome de Guillan-Barré. O quadro pode surgir no intervalo de uma a três semanas
após a infecção.
Fase latente - Período sem muita sintomatologia, podendo persistir
linfoadenomegalia, algumas alterações em exames laboratoriais como plaquetopenia,
leucopenia e anemia leves. Essa fase é variável, e pode persistir por cerca de 10 anos.
Com a progressão da infecção e a diminuição dos linfócitos T CD4, começam a
ocorrer infecções bacterianas com infecções do trato respiratório, tuberculose. Ao
apresentar contagem de Linfócitos T CD4 menor que 350 células/mm3, começam a
surgir sintomas constitucionais como febre, perda ponderal, sudorese noturna, astenia),
126
diarreia crônica, leucoplasia oral pilosa, infecções bacterianas mais frequentes, herpes
zoster, candidíase oral.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) – Além dos parâmetros
laboratoriais (linfócitos T CD4 < 200 Células/mm ou 14%), surgem as infecções
oportunistas e neoplasias definidoras de AIDS. Entre as doenças infecciosas definidoras
mais frequentes, temos: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar
atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. O
sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodking, e carcinoma de colo de útero são neoplasias
que definem AIDS em pacientes infectados pelo HIV (13).
5. Condutas
127
gestante se apresente com idade gestacional avançada, com comorbidades e/ou
coinfecções. Para gestantes que nunca fizeram uso de TARV, iniciar o 3 em 1 (tenofovir
– TDF + lamivudina - 3TC+ efavirenz - EFV), na dose combinada de 1 comprimido, à
noite, antes de dormir.
5.2. PRONTO-ATENDIMENTO
5.2.1. Paciente com gestação a termo sem diagnóstico prévio de soropositividade para
HIV e com teste rápido reagente ou com diagnóstico prévio sem uso de TARV ou com
carga viral detectável ou desconhecida após 34 semanas gestacionais:
128
5.2.2. Paciente com diagnóstico prévio de infecção pelo HIV em uso regular de terapia
antirretroviral e carga viral não detectável após 34 semanas gestacionais, sem outra
indicação para cesariana eletiva:
5.3. ENFERMARIA
129
6. Referencial na Rede Pré-Natal Gestantes infectadas pelo HIV
Referências Bibliográficas
1. Gallo RC, Salahuddin SZ, Popovic M, Shearer GM, Kaplan M, Haynes BF, et al.
Frequent detection and isolation of cytopathic retroviruses (HTLV-III) from patients
with AIDS and at risk for AIDS. Science (80- ) [Internet]. American Association for the
Advancement of Science; 1984; 224(4648):500–3. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Cita
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12461410
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15608531
8. The International Perinatal HIV Group. Duration of ruptured membranes and vertical
transmission of HIV-1: a meta-analysis from 15 prospective cohort studies. AIDS
[Internet]. 2001;15(3):357–68. Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11273216
11. Taylor GP, Dhar J, Kennedy MJ, Shea SO. British HIV Association guidelines for
the management of HIV infection in pregnant women 2012 (2014 interim review). HIV
Med. 2014;15(S4):1–77.
131
Anexo I
132
Anexo II
FLUXOGRAMA 1
133
Anexo III
FLUXOGRAMA 2
134
Anexo IV - Adaptação do Protocolo à Maternidade Climério de
Oliveira pelo Grupo de Factibilidade.
B. Notificar no VIGIHOSP
3. Carteira de Identidade
135
4. Cartão SUS
5. Comprovante de residência
________________________________________________________________-
2. preparo pré-operatório,
136
Processo de Internamento para o Parto Eletivo:
c. Carteira de Identidade
d. Cartão SUS
e. Cartão pré-natal
2- Mesmo que não haja leitos vagos, a mesma deverá ser internada e regulada na
Central de Leitos, visto a importância dela não desencadear o trabalho de parto.
3- Caso ela não seja internada, em situação de catástrofe a mesma deverá ser
atendida no ambulatório de pré-natal no mesmo dia.
2.1. Pré-natal:
A. Noticação no VIGIHOSP
B. Pedido de Internamento
137
a. uma para CD4
a. Receita medica
b. SICLOM
138
Na ausência do médico infectologista, o médico assistente na enfermaria deverá seguir o
roteiro acima.
2.2.3. Enfermagem:
a. Relatório médico,
b. Receita médica
c. SICLOM
d. cartão SUS,
e. Carteira de Identidade
f. Comprovante de Residência
2.2.4. Laboratório:
139
b. Coleta de sangue será realizada quando o carro de transporte estiver de
prontidão, devido à necessidade da estabilidade da amostra. A amostra será
conduzida por uma técnica de enfermagem que estiver na função
administrativa
III. Laboratório:
140
C. Coleta de sangue que deverá ser realizada quando o carro de transporte
estiver de prontidão, devido à necessidade da estabilidade da amostra.
a. Receita médica;
b. SICLOM;
e. Cartão SUS
f. Carteira de Identidade
g. Comprovante de Residência
141
II.Farmácia MCO:
III.Cadastramento no CEDAP:
142
viii. Comprovante de Residência
______________________________________________________________________
________________________________________________________________
Cenário 3: Pronto Atendimento: Paciente que tenha identificado HIV+ e não será
internada
143
3.2.Médico Obstétra:
3. Serviço Social:
144
4.2.1. Deverá ter um momento com a paciente na ausência de seu acompanhante,
explicando que a soropositividade para HIV implicará em procedimentos para
redução do risco de transmissão vertical do HIV, tais como:
desestímulo à amamentação.
4.2.2. Caso paciente já vem em uso dos antirretrovirais, este não deve ser
interrompido, mantendo-se os mesmos nos horários regulares, com pequena
quantidade de água, mesmo durante o trabalho de parto ou preparação para
cesariana.
145
4.3.2.2. Continuar com infusão contínua (1mg/Kg/hora) até o
clampeamento do cordão
Importante o uso de AZT por pelo menos 3 horas para que haja efetividade na
prevenção de transmissão vertical.
40 Kg 4mL 35
50 Kg 5 mL 35
60 Kg 6 mL 35
70 Kg 7 mL 36
80 Kg 8 mL 36
90 Kg 9 mL 36
146
se gestante sem previsão de parto nas próximas 6 horas,
ou
- Indicado em: Parturiente em trabalho de parto avançado (colo fino, dilatação > 6 cm,
apresentação cefálica, em progressão, contrações rítmicas e efetivas, bolsa íntegra).
- Como assistir:
. Usar o partograma
147
Em caso de acidente perfuro-cortante durante procedimento realizado em gestante infectada
pelo HIV, o profissional de saúde deverá ser avaliado e realizar a profilaxia adequada, se
necessária. Vide Protocolo de Atendimento ao Profissional Exposto a Material Biológico.
f. Em crianças expostas ao HIV cujas mães não fizeram uso de ARV durante o pré-
natal ou não têm carga viral menor que 1.000 cópias/ml documentada no último
trimestre de gestação, acrescentar Nevirapina, via oral, ao esquema da profilaxia,
com início o mais precoce possível (nas primeiras 48 horas de vida).
148
TODOS OS ASSISTENTES: Rigidez em relação ao SIGILO sobre o status sorológico da
paciente.
v. Na alta hospitalar:
5.3.1.1. Checar se foi administrado: Carbegolina-02 comp via oral em dose única
149
5.3.1.3.Preencher o VIGIHOSP, na área de parto;
Fluxo:
2. Enfermeira da enfermaria:
150
a.Entrar em contato com NIR que irá solicitar o carro para o dia seguinte (24 horas de
antecedência)
Cenário 6: Quando houver risco que a mãe não tenha aderência ao tratamento do
RN:
Cenário 7: Paciente que foi internada na MCO porém não pariu, obtendo alta
hospitalar no fim de semana:.
151
f. Registrar, em prontuário, o contato telefônico avisando o dia da consulta
no CEDAP.
7.3. NIR:
152
Anexo V
I. Princípios básicos:
. Para relatórios destinados a instituições que não sejam de assistência à saúde, (ex: para
benefícios sociais), só inserir o diagnóstico após a autorização da paciente. Esta
autorização pode ser verbal, porém deverá ser registrado em prontuário.
Dentro dos diferentes cenários do Fluxo de assistência (vide Anexo IV), como
proceder de forma a salvaguardar o sigilo do status sorológico da paciente.
Todos os cenários:
Solicitar autorização verbal para realização do teste HIV e registrar em prontuário sua
autorização. Realizar aconselhamento pré e pós teste HIV.
153
Pré - Natal:
Caso a gestante não permita o registro no cartão de pré-natal, a mesma deverá ser
orientada de portar o resultado laboratorial HIV+ sempre que se encaminhar a um
serviço de saúde.
Cenário 1:
154
. a gestante deverá ser conscientizada que a dinâmica do seu parto poderá
diferir das outras parturientes no mesmo pré-parto:
- Estimular e oferecer apoio para que a mesma revele para a parceria ou acompanhante
sobre seu resultado sorológico. Caso a paciente não deseje que seu acompanhante tome
conhecimento da sua situação HIV+, poderá optar:
155
Capítulo 11
Sífilis na Gestação
Relatores
Docente: Prof. Dr. Manoel Alfredo Sarno
Médico Residente: Dr. Vinicius Carruego
1.Introdução
2. Classificação:
Classificação da Sífilis
Formas:
Primária
Latente recente
Formas:
Terciária
156
3. Manifestações Clínicas
Sífilis primária
Cancro duro – caracteriza-se por ser uma lesão erosada ou ulcerada, geralmente
única, indolor, com bordos endurecidos, fundo liso e brilhante, com aparecimento entre
10 e 90 dias (média de 21) após o contato sexual infectante. Na mulher, geralmente
aparece nos pequenos lábios vaginais, paredes vaginais, colo uterino e anus, porém pode
passar despercebida.
Sífilis secundária
Sífilis tardia
Diagnóstico
157
O risco de acometimento fetal varia de 70 a 100%, dependendo da fase de
infecção na gestante e do trimestre da gestação. Essas considerações justificam a
necessidade de testagem duas vezes na gestação (primeira consulta e 3º trimestre) e no
momento da internação hospitalar (seja para o parto ou para a curetagem uterina por
aborto). A realização do teste para sífilis (VDRL, RPR) no início do 3º trimestre (28ª –
30ª semanas) permite o tratamento materno até 30 dias antes do parto, intervalo mínimo
necessário para que o recém-nascido seja considerado tratado intraútero.
Os testes sorológicos podem ser não treponêmicos, como o VDRL e RPR, que
são quantitativos (expressos em títulos 1:2, 1:4 etc.) e utilizados para triagem e
monitoramento da infecção. Os testes treponêmicos são aglutinação passiva (TPHA ou
MHA-TP), teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs) e ensaio imunoenzimático
(Elisa ou EIE). Estes testes são mais específicos e utilizados para confirmar a infecção
treponêmica.
5. Tratamento
TRATAMENTOS DA SÍFILIS
158
< de 1 ano de
evolução
7. Recomendações adicionais:
• Para fins operacionais, recomenda-se que casos de sífilis latente com período
de evolução desconhecido sejam tratados como sífilis latente tardia.
159
• S filis adquirida e congênita são agravos de sa de de NOTIFICAÇÃO
COMPULSÓRIA pelo Sinan. O médico assistente deverá notificar pelo VIGIHOSP
(intranet) para registrar o caso.
Referências Bibliográficas:
MANUAL DE BOLSO
Brasília - DF 2007
Brasília – DF 2010
160
ANEXO I
Fluxograma 1:
161
ANEXO II Fluxograma 2:
162
Capítulo 12
Infecção na Gravidez
Toxoplasmose, Rubéola e Citomegalovírus
Relatores
Docente: Profa. Dra. Milena Bastos Brito, Prof. Dr. Manoel Sarno
Preceptores: Dra. Janaina Morais de Freitas
Residentes: Dra. Melissa Avena, Dr. Vinicius Carruego
1.Introdução
I. TOXOPLASMOSE
Recursos Essenciais: sorologia para toxoplasmose (IgM, IgG, Teste de avidez para
IgG), PCR para toxoplasmose em líquido amniótico e ultrassonografia obstétrica com
especialista em medicina fetal.
163
diagnóstico de toxoplasmose recente; permanece positiva por quatro meses
habitualmente, mas em alguns casos é detectada por mais de um ano. Nos casos dos
testes iniciais de IgG e IgM positivos, realizar teste de avidez para IgG de
toxoplasmose:
Manifestações Clínicas:
1. Infecção materna:
Sintomas específicos são incomuns, podendo ser assintomática ou subclínica. Os
sinais/sintomas mais comuns são fadiga, astenia e linfadenopatia cervical. Durante a
fase da parasitemia pode ocorrer a infecção placentária e a infecção fetal.
2. Infecção fetal:
Durante o primeiro trimestre, a taxa de transmissão é de 15% e está associada com
morte fetal, abortamento e maiores taxas de morbimortalidade neonatal. A
toxoplasmose congênita caracteriza-se por microftalmia, deficiência mental e
psicomotora, pneumonite, hepatoesplenomegalia, calcificações cerebrais e erupção
cutânea. A taxa de transmissão aumenta com idades gestacionais mais avançadas,
podendo chegar à 60% ao final da gestação, porém com menor morbidade.
Exames Complementares:
164
Não reagente Reagente Infecção recente ou toxoplasmose aguda
Conduta:
Todas as gestantes devem ser rastreadas para toxoplasmose na primeira consulta de pré-
natal e avaliadas conforme resultado da sorologia:
165
Se infecção fetal não for confirmada: Repetir USG
mensal
II. RUBÉOLA
166
apresentar p rpura, pele “em amora”, retinopatia, CIUR e hepatoesplenomegalia. As
manifestações tardias incluem diabetes, tireoidopatias e puberdade precoce.
Recursos Essenciais: sorologia para rubéola (IgM, IgG, Teste de avidez para IgG),
PCR para rubéola em líquido amniótico e ultrassonografia obstétrica com especialista
em medicina fetal.
Diagnóstico:
Conduta:
167
o Gestante vacinada no início da gestação deve ser informada de que a
possibilidade de teratogenicidade é teórica e que os dados disponíveis
não apoiam a interrupção da gestação.
Gestante com Rubéola (IgG negativo ou IgG positivo mas com avidez baixa
e IgM positivo), o diagnóstico da infecção fetal poderá ser realizada através
de PCR em líquido amniótico. O teste de avidez só deve ser realizado em
pacientes assintomáticas. Pacientes sintomáticas, a positividade do IgM para
Rubéola é suficiente para diagnóstico de infecção materna.
o Nos casos de infecção fetal não há tratamento disponível e a
interrupção da gravidez não pode ser oferecida em nosso país devido
à falta de respaldo legal.
III. CITOMEGALOVÍRUS
A infecção por CMV ocorre por estreito contato pessoal e é transmitida através
de fluidos, secreções e excreções corporais ou fômites entre os indivíduos, e, também,
pela via vertical (transplacentária e amamentação), resultando em infecção congênita
nos fetos. Atualmente, há pouca consciência dos riscos de CMV congênita, em
particular, o potencial de simples intervenções de higiene destinadas a reduzir a
incidência do CMV em gestantes.
Recursos essenciais: sorologias para IgM e IgG, teste de Avidez para IgG,
ultrassonografia e PCR para CMV em líquido amniótico.
168
Quadro Clínico
Diagnóstico Laboratorial
Conduta
Não existe um tratamento liberado para infecção fetal. As estratégias devem ser
preventivas com orientação às mulheres em idade fértil da importância de higiene
básica, como lavar as mãos antes de refeições e evitar aglomerações de pessoas. Além,
de alertar gestantes a afastarem-se de crianças em creches, idosos que demandem
manuseio de excreções e sexo desprotegido. Os recém-nascidos prematuros podem não
ter adquirido IgG materna suficiente para conferir imunidade adequada, de modo que a
amamentação na infecção ativa deve ser individualizada.
O PCR deverá ser realizado no Laboratório Central (LACEN).
169
Referências Bibliográficas:
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Graham D, Guidi SM, Sanders RC. Sonographic features of in utero periventricular
calcification due to cytomegalovirus infection. J Ultrasound Med 1982; 1:171.
171
Capítulo 13
1.Introdução
172
ITU Nosocomial
Dois ou mais dos seguintes sinais ou sintomas sem outra causa reconhecida:
Febre
Disúria
Urgência miccional
Frequência miccional
Dor supra púbica
+ um dos seguintes:
3. Fatores de Risco
4. Situações especiais:
173
A ITU recorrente é caracterizada pela presença de dois ou mais episódios de ITU
em seis meses ou, três ou mais episódios no ano após a cura da primeira infecção. Atentar
para o antibiograma na escolha de drogas escalonadas (drogas mais potentes para casos
de maior gravidade e resistência). Realizar quimioprofilaxia profilática nos casos de ITU
recorrente (ver adiante).
5. Complicações
6. Objetivos Assistenciais
6.1.2.Pielonefrite:
Tratamento com hospitalização e medicação endovenosa;
Orientar aumento de ingesta hídrica (2L/dia);
Monitorização de sinais vitais e função renal.
174
6.2. Seguimento e Controle de Tratamento
A Nitrofurantoína, dose 100mg via oral à noite, será a droga de escolha para
quimioprofilaxia. Manter até 02 semanas de pós-parto; evitar uso de Nitrofurantoína
antes de 12 semanas e após 37 semanas de idade gestacional por risco de teratogenicidade
e icterícia neonatal associado a anemia hemolítica, respectivamente. Nesse período, optar
por uso de Cefalexina 500mg à noite para quimioprofilaxia.
7. Recursos Essenciais
Sumário de Urina, Urocultura com antibiograma, Hemograma, Ultrassom de vias
urinárias, antibióticos.
8. Diagnóstico
8.1 Clínico
175
8.2 Laboratorial
1. Antes de realizar a coleta da urina, fazer a limpeza das mãos com água e sabão.
2. Realizar uma limpeza rigorosa da região genital.
3. Enxaguar com bastante água e enxugar com uma tolha limpa.
4. Colher o segundo Jato da primeira urina. Opcionalmente pode-se colher o segundo
jato após retenção urinária mínima de 4 horas. Desprezar o primeiro jato de urina
(este só para pesquisa de uretrite por gonococos e clamídia), colher o segundo jato.
Preferência a primeira urina da manhã ou com pelo menos 4 horas de retenção. No
momento da coleta, colher primeiro para a urocultura e depois para o sumário.
5. Volume necessário: aproximadamente 20 ml de urina.
9. Diagnóstico Diferencial
- Vaginites;
- Infecção por clamídia e gonococo;
- Litíase renal.
10. Conduta
176
Deve-se incentivar Ingesta hídrica;
Solicitar Urocultura com antibiograma a partir de 03 dias após final do tratamento.
10.2 Cistite/Uretrite
10.3 Pielonefrite
- lnternar a paciente;
- Monitorização de sinais vitais e débito urinário;
- Hidratação endovenosa;
- Cultura de Urina com antibiograma;
- Sumário de urina: presença de cilindros leucocitários;
- Hemograma e avalia ao de função renal (Ureia e Creatinina)
- Hemocultura, em casos com sinais de sepse;
- Ultrassonografia de vias urinárias (afastar presença de abcessos e outros
comprometimentos renais);
- lniciar antibioticoterapia venosa empírica, somente após coleta de urina para cultura.
Seriar ureia e creatinina, se uso de aminoglicosideos (basal e após 72 horas do uso).
- Optar pelo regime de tratamento intra-hospitalar por 10 dias. Iniciar com esquema
venoso e, se após 72 horas houver melhora clínica e exames laboratoriais em curva de
melhora, transicional para a via oral. Se uso de cefalosporina de 3ª geração transicionar
para cefalosporina de 2ª geração. Se uso de cefalosporina de 1ª geração transicionar para
mesma categoria de via oral, e manter até completar 10 dias de tratamento.
177
As opções terapêuticas sugeridas são:
1ª escolha = Cefalotina 01 g IV de 6/6 horas
2ª escolha= Cefalotina 01 g IV de 6/6 horas + Gentamicina 240 mg IV
dose diária
3ª escolha = Ceftriaxone 2 g IV dose única diária
178
11. Assistência ITU na emergência
179
Referências Bibliografias
180
ANEXO I. Fluxograma de ITU na gestante
Sintomas urinários
e/ou urocultura
positiva
Avaliação clínica
Realizar urocultura 3
dias após o fim do
tratamento Mudar para
antibioticoterapia oral
181
ANEXO II.
Sintomas urinários
S. de Urina e Uroculturas
negativos
a. culturas específicas:
182
Capítulo 14
Infecção Puerperal
Relatores
Docente: Prof. Dr. Kleber Pimentel Santos
Preceptores: Dra. Roberta Karina da Silva Vieira, Dra. Jacielma de Oliveira
Freire
Residente: Dra. Milla Jhansen Melo de Oliveira
1. Conceito
FEBRE PÓS-PARTO
Temperatura corporal de 38° C ou mais, que surge após 24 horas pós-parto até o
10º dia, por 02 ou mais dias;
Considerado um provável sinal de infecção e deve ser investigada;
Febre > 38,5°C nas primeiras 24h associado à hipotensão arterial pode ser
causada por infecção por Estreptococos A e B.
2. Importância
94% dos casos de infecção puerperal são diagnosticados após a alta hospitalar;
Evoluem com infecção: 5,5% dos partos vaginais; 7,4% dos partos cesarianos;
Cerca de 6% dos partos apresentaram infecção;
Risco de sepses grave – 1: 10.823 partos;
Mortalidade – 0,6 / 100.000 nascidos vivos;
Causa polimicrobiana na maioria das vezes.
3. Fatores de Risco
183
Toques vaginais repetidos
Monitorização fetal invasiva
Líquido meconeal no parto
Curagem
Nuliparidade
Anemia severa (perda sanguínea > 800 ml)
Obesidade materna
Diabetes melitus materno
Trabalho de parto prematuro
Pós datismo
Parto vaginal assistido
Lacerações do canal de parto
Tempo cirúrgico > 60 minutos
Técnica cirúrgica inadequada
HIV positivo
Vaginose bacteriana
Pacientes de baixa renda
Colonização vaginal/retal por estreptococos grupo B
4. Sítios Infecciosos
184
bactérias gram positivas (Estafilococos aureus), mas também: anaeróbios, enterococos,
estreptococos do grupo B. Ocorrendo dentro de 30 dias do procedimento.
Classificação:
o Incisional superficial: quando acomete pele e tecido celular subcutâneo
o Incisional profunda: quando acomete fáscia e músculo.
Tratamento:
o Avaliação inicial:
Hiperemia da pele, calor local, com drenagem de secreção
purulenta, mas sem abaulamento da pele que sugira coleção
importante:
o limpeza, curativo, antibiótico e reavaliação com 7 dias
Abaulamento ou palpação de massa que sugira coleção:
o exploração e drenagem.
Caso tenha dúvida quanto à presença de coleção em parede
abdominal:
o solicitar ultrassonografia de parede abdominal.
o Curativos diários: forma e realização em conjunto com a enfermagem.
o Antibioticoterapia: só usar quando houver sinais de celulite ou suspeita
de coleção mais profunda (abaixo da aponeurose). Escolhas:
o Paciente que não houver necessidade de internamento:
Cefalexina 500mg, via oral, de 6/6h por 7 dias.
o Paciente que necessite internamento para tratamento:
Uma das escolhas é a Cefalotina 1g IV 6/6h.
o Analgésicos: Paracetamol ou Ibuprofeno ou Dipirona.
o Reavaliação da paciente com 7 dias. Caso a paciente perceba que não
melhorou em 3 dias ou houver mudança de quadro clínico como
185
calafrios, picos febris mais frequentes, retornar à unidade antes dos 7 dias
para reavaliação.
Tratamento:
Limpeza com água e sabão, drenagem local se houver coleção e banho de assento
com soluções antissépticas. Possibilidade de cicatrização por segunda intenção.
Antibioticoterapia – Em casos que venham a ter sinais de repercussões sistêmicas:
Febre e calafrios (sinais de bacteremia): Tratamento Oral.
o Amoxacilina + Clavulonato (500 + 250mg) VO de 8/8h por 7 dias; ou
Clindamicina 300mg, VO, 6/6h.
Se repercussão sistêmica com queda do estado geral, tendo mal-estar, febre,
calafrios, fraqueza, (situação incomum): Tratamento Venoso.
o Clindamicina 600mg, IV, 6/6h + Gentamicina, IV, 240mg 1x dia -
nesta condição o antibiótico deverá ser mantido por 10 dias, sendo que
após 48h de regressão da sintomatologia deva ser dados alta hospitalar e
completado antibiótico por via oral (Clindamicina 600mg, VO, 6/6h até
completar os 10 dias).
Investigar outros focos: pelve – com ultrassonografia: útero e anexos.
4.3 Endometrite
Conceito: Febre, dor pélvica, dor à mobilização uterina na ausência de outras causas
como laceração. Outros sinais e sintomas: útero com sub-involução, consistência
186
pastosa, doloroso, lóquios fétidos e/ou aumentados, calafrios, taquicardia e dor em
baixo ventre. Pode ser precoce (48h) ou tardia (até 06 semanas).
Agentes mais comuns: Polimicrobiana – geralmente com 2 a 3 organismos:
Ureaplasma urealyticum, Peptostreptococcus, Gardnerella vaginalis,
Bacteroides bivius e Estreptococos do grupo B, Clamídia em infecções de início
tardio. Numa menor frequência pode haver infeções por tuberculose ou herpes.
Geralmente é resultado de infecção uma infecção ascendente, vindo do trato
genital inferior
Exames complementares:
o Hemograma completo
o Culturas: hemocultura, sumário e urocultura
o Ultrassonografia pélvica – para a investigação de restos placentários.
Diagnósticos diferenciais:
o Síndrome viral
o Tromboflebite pélvica
o Apendicite
o Pielonefrite
o Corioamnionite
o Infecção do trato urinário
Tratamento:
o Caso apresente restos placentários: esvaziamento com curetagem e /ou
Aspiração Manual Intra-Uterina (AMIU) - dando preferência a este
último.
o Antibioticoterapia por 10 dias podendo estender a 14 dias.
o Paciente em bom estado geral: picos febris esporádicos, colo uterino
fechado, ultrassonografia mostrando que não está com restos ovulares ou
espessura do conteúdo uterino menor que 15 mm, deambulando com
facilidade e realizado suas atividades diárias, poderia fazer o tratamento
oral sem a necessidade de internamento, mas com o compromisso de
reavaliação na unidade com 48h.
o Antibiótico Oral:
1ª opção: Amoxacilina com Clavulonato 875 mg, VO, 12/12h
187
2ª opção: Clindamicina 600 mg, VO, 6/6h + Gentamicina 4,5
mg/kg - IM a cada 24h (suspendendo a Gentamicina após 48h sem
febre)
3ª opção: Amoxacilina 500mg, VO, 6/6h + Metronidazol 500
mg, VO a cada 8h.
o Antibiótico intravenoso:
1ª opção: Clindamicina 900 mg IV 8/8h + Gentamicina 240mg
IV 1xd
2ª opção: Ampicilina 1g IV 6/6h + Gentamicina 240mg IV 1xd +
Metronidazol 500mg IV 8/8h
No comprometimento renal, substituir aminoglicosídio por
cefalosporina (Ceftriaxona) ou por Aztreonam.
Potenciais complicações:
o Infecção de ferida operatória
o Abscesso pélvico
o Peritonite
o Fleimão parametrial
o Tromboflebite pélvica séptica
o Comprometimento da fertilidade
4.4. Mastite
188
Frequência: 0,4 a 11% das puérperas
Quadro clínico:
intensa dor e vermelhidão da mama, febre, calafrios, mal-estar, prostração.
Exame físico: temperatura corporal acima de 38,5°C, mama hiperemiada,
endurecida e quente, considerar como infeccioso.
Pode formar abscesso
Agente mais comum – Stafilococos aureus
Tratamento
o 1ª opção: Cefalexina 500mg VO 6/6h por 10 dias
o Opções alternativas: Eritromicina 500mg, VO, 6/6h; Clindamicina
600mg, VO, 8/8h; Amoxacilina com Clavulonato 875mg, VO, 12/12h
o Analgésico: Ibuprofeno, Paracetamol ou Dipirona
o Esvaziamento e suporte mamário para evitar ingurgitamento
o Reavaliação semanal até que o processo esteja resolvido
o Mastite sem abscesso, manter amamentação
189
o Compressas frias 4 vezes ao dia, ou mais vezes, caso a paciente deseje
4.5. Sepse:
Condição que pode se desenvolver até 6 semanas no pós-parto
Fatores de risco:
o Obesidade
o Diabetes/intolerância à glicose
o Imunossupressão
o Anemia
o Cerclagem
o Corrimento vaginal
o História de infecção pélvica
o Cesárea, Hematoma de ferida, trauma vaginal
Conduta: vide Protocolo de Sepse
o planejar transferir para unidade de tratamento semi-intensivo ou
intensivo
190
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7.
192
Anexo I
Cefalotina 1g IV 6/6h
Ampicilina 1g IV 6/6h
Clindamicina 600 mg, EV ou VO, 6/6 horas ou 900 mg, EV 8/8 horas
Gentamicina 1,5 mg/kg, EV, 8/8 horas ou 3,5 a 5,0 mg/kg, EV, 24/24 hs; 240
mg/dia (até 70 kg) ou 320 mg/dia (acima de 70 kg)
Metronidazol 500 mg, EV, 8/8 horas ou 250 mg, VO 6/6 horas
193
Capítulo 15
1.Introdução
194
casal. O Brasil apresenta uma das legislações mais rigorosas sobre o aborto, ao lado de
países como Afeganistão, Nigéria e Sudão, de acordo com o Center for Reproductive
Rights, instituição internacional defensora dos direitos à contracepção e ao aborto
seguro. A lei brasileira prevê a possibilidade de interrupção da gestação sem
culpabilidade apenas nos casos de estupro e risco de vida materna e está regulamentada
desde 1940.
As opiniões sobre o assunto no país são variáveis e tanto a sociedade civil quanto as
instituições governamentais se manifestam de maneiras distintas em relação ao tema.
Existem, atualmente, Organizações Não Governamentais (ONGs) favoráveis e
contrárias à prática da interrupção da gestação nos casos de anomalia letal.
195
raquisquise craniana, exencefalia, Síndrome de Meckel-Gruber, hidropsia não-imune
com defeitos cardíacos maiores.
3. Objetivos Assistenciais:
196
4. Recursos Essenciais:
5. Conduta:
Além do cloreto de potássio, outras substâncias podem ser utilizadas para este
fim, a exemplo da solução salina hipertônica, digoxina e lidocaína, bem como a injeção
intravascular de ar ou a exsangüinação. A prática do feticídio pode ser vista como um
possível auxílio à indução do parto, acelerando o processo, sem acarretar malefícios à
gestante. Tal procedimento é aplicável principalmente aos fetos de segundo trimestre
que, mesmo com malformações graves, podem manter-se temporariamente vivos após o
nascimento, ainda que por curto período de tempo, fato com implicações dos pontos de
vista médico, ético e legal. As pacientes são orientadas quanto ao procedimento,
197
estabelecido em protocolo, somente sendo submetidas à interrupção médica da gestação
(IMG), caso estejam de acordo (Anexo V) e tenham assinado o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
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200
ANEXO I
Identificação de feto
com malformação
Se necessário,
realização de
exames
invasivos
Autorização judicial
Assinatura do Termo de
Consentimento Livre e
Esclarecido pela
gestante
201
Indução do parto ou
aborto após feticídio
ANEXO II
Relatório Médico
Breve história.
______________________ ________________________
Médico Assistente Especialista em medicina fetal
CRM: ______________ CRM: _______________
202
Capítulo 16
Parto Cesariano
Relator
Docente: Prof. Dr. Carlos Augusto Santos de Menezes
Médico Residente: Dr. José Eduardo
1. Conceito
Procedimento cirúrgico que consiste em incisão da parede abdominal (laparotomia) e do
útero (histerotomia) com a finalidade de retirar o concepto. (1) (2)
2. Tipo
3. Objetivos Assistenciais:
4. Recursos Essenciais
203
a. Estrutura adequada
b. Instalações de foco luminoso e ar condicionado em bom estado de
funcionamento
c. Berço aquecido para os primeiros cuidados prestados ao recém-nascido
4.2. Material anestésico
4.3. Material cirúrgico
a. Campos estéreis
b. Elementos para antissepsia e assepsia (escova degermante, cuba, gase,
clorexidina, pinça para antissepsia)
c. Kit cesárea (bisturi frio, bisturi elétrico, aspirador, tesouras, pinças de
dissecção e hemostáticas, Allis, afastadores, porta-agulhas, fios)
4.4. Instituição do parto seguro: check-list com contagem de materiais, agulhas
e compressas.
5. Indicações:
5.2. Eletivo:
Normalmente não deve ser feita antes das 39 semanas de gestação pelo risco de
desconforto respiratório neonatal, sepse e hipoglicemia. Devem-se respeitar a
existência de indicações médicas maternas ou fetais.
6. Contraindicações:
7. PARTO CESAREANO:
7.1. PRÉ-OPERATÓRIO:
204
5. Jejum: idealmente (excluindo-se situações de emergência/urgência) 2 horas sem
ingerir líquidos claros, 6 horas sem ingerir dieta leve e 8 horas sem ingerir
refeições regulares.
6. Monitorização da paciente, em decúbito dorsal
7. Acesso venoso periférico
8. Preparo da parede abdominal: tricotomia e antissepsia
9. Sondagem vesical de demora se necessário
10. Antibioticoprofilaxia com Cefazolina, 2 g, dose única – previne endometrite
pós-parto e infecção de parede abdominal. Para as alérgicas à Penicilina indicar
Clindamicina 600 mg antes da incisão da pele. A profilaxia de endocardite
infecciosa não é mais recomendada na cesariana na ausência de infecção
independente do tipo de lesão cardíaca materna.
11. Termo de Consentimento informado, exceto nas emergências, discutido com o
paciente e acompanhante assinado e datado antes do procedimento incluindo
diagnostico, procedimento, fatores de risco mais comuns e importantes e
procedimentos adicionais que podem ser necessários (laqueadura tubaria,
remoção de massas anexiais conhecidas)
12. Anestesia: raquianestesia quando possível. Deve estar disponível material para
progressão de anestesia geral quando indicado ou complementar.
13. Antissepsia e assepsia com clorexidina
7.2. INTRA-OPERATÓRIO:
205
ii. Longitudinal ou segmento corporal minimizando extensão ao
miométrio ativo. Cuidado com risco de lesão vesical, por
propagação.
b. Corporal ou Cesárea Clássica
i. Reservada para os seguintes casos:
1. Prematuridade extrema sem trabalho de parto
2. Falta de formação ou segmento inferior estreito (idade
gestacional abaixo de 32 semanas).
3. Placenta anterior (prévia-cesarea – opcional)
4. Anel contrátil de Bandl
5. Dificuldade no acesso ao segmento inferior (varizes,
bexiga anômala).
6. Post mortem
7. Fetos xifópagos
8. Apresentação transversa de dorso inferior
9. Apresentação pélvica pré-termo
Obs.: caso o feto esteja em apresentação pélvica, a sua retirada obedece aos mesmos
tempos e técnicas propostas para o parto vaginal.
206
e.Aproximação dos músculos retos abdominais com fio tipo Vicryl 2-0
f.Fechamento da aponeurose em chuleio simples com fio tipo Vicry-0.
g.Aproximação do tecido subcutâneo se espessura maior que 2 cm
h.Sutura da pele (contínua ou não, a depender do biotipo da paciente e do
risco
infeccioso) com nylon.
13. Descrição minuciosa, no prontuário, do procedimento, indicação, tipo de
histerotomia, achados intraoperatórios, estado dos anexos e ovários além
de procedimentos complementares.
7.3. PÓS-OPERATÓRIO:
Prescrição:
o Repouso relativo, com estímulo à deambulação assistida após
recuperação anestésica
o Dieta liquida nas primeiras 04 horas de pós-operatória, evoluindo para
branda a seguir, conforme aceitação ou resolução da náusea. (Liberação
imediata de líquidos claros nos procedimentos sem complicações);
o Hidratação venosa proporcional às perdas. Acesso venoso hidrolisado
nas primeiras 24 h;
o Ocitocina venosa. Considerar o uso de misoprostol via retal, 600 mcg
para pacientes de alto risco pra HPP;
o Analgesia sistemática (AINE, Dipirona, Tramadol,
Codeína+Paracetamol);
o Antieméticos;
o Manter sonda vesical, pelo período máximo de 06 horas, se deambulando
bem, devendo ser retirada pela enfermagem na ausência de
recomendação de drenagem de demora.
Observar sangramentos;
Controle de sinais vitais e tonicidade uterina (contração) a cada hora nas
primeiras 6 horas a cada 04 horas nas primeiras 12 horas e a cada 08 h até a alta;
Avaliação da tonicidade uterina conforme indicada reportando e agindo quando
loquiação aumentada;
Estimular precocemente a amamentação, caso não haja contraindicação;
Estimular movimentação no leito e quando possível, deambulação precoce
assistida;
Curativo da ferida operatória:
o Troca no 1º dia pós-operatório (lavar a incisão com soro fisiológico,
secar adequadamente)
207
o Retirada do curativo após 24 horas do parto. Manter a ferida descoberta
com higiene usando agua corrente e sabão. Cobrir cicatriz enquanto
cicatriz for secretante;
Alta hospitalar após, um mínimo de 36 horas nas cesarianas de baixo risco com
puerpério fisiológico e após pelo menos 72 horas se houver alguma patologia.
o Prescrever analgésico, contraceptivo de escolha, Sulfato Ferroso
enquanto estiver amamentando e medicações compensadoras das
possíveis co-morbidades;
o Orientar quanto à dieta, higiene pessoal, cuidados com a ferida operatória
e com as mamas;
o Estimular amamentação
Fornecer relatório de alta com registro da indicação da cesariana, tipo de incisão
histerômica possíveis intercorrências e achados intraoperatórios.
7.4. COMPLICAÇÕES:
7.4.1. INTRAOPERATORIAS
HEMORRAGIA:
o ATONIA UTERINA:
É a causa mais comum de Hemorragia pós-parto. Fundamental a
interação com anestesista para controle da condição hemodinâmica
materna. Procede-se a massagem uterina com exteriorização do útero
quando necessário. De forma escalonada infundir sucessivamente
ocitocina, metilergonovina venosas e misoprostol via retal, conforme
protocolo de HPP. O tratamento cirúrgico da hemorragia também deve
ser escalonado, conforme condição hemodinâmica materna. Suturas
uterinas de compressão, suturas de O`Leary sobre as artérias uterinas
com vicryl 0 ou 1 acima do ureter, suturas de B-lynch, instalação de
balão intra-uterino, sonda de Foley com balão de 30 ml ou balão tipo
Bakri. Uma última opção pode ser a histerectomia puerperal, de
preferência sub-total. (Vide protocolo de Hemorragia Pós Parto).
o LACERAÇÕES:
Mais comuns nos partos com manobras ou segmento muito fino. Nos
segmentos finos preferir histerotomias ligeiramente mais acima da área
adelgaçada. Uma exposição satisfatória deve ser obtida inclusive com a
exteriorização do útero e sutura acima da laceração respeitando o trajeto
ureteral.
208
LESÃO DO TRATO URINÁRIO
Mais comum nas cesarianas de repetição e histerectomias puerperais. Nas lesões
vesicais da cúpula deve ser suturada em 2 planos com fio tipo vicryl 2-0. Se a
base da bexiga, trígono ou ureter for atingido deve-se buscar, de preferência,
avaliação de especialista. Manter sonda vesical de demora aberta por 07 dias.
LESÃO INTESTINAL
Mais comum quando existem aderências intestinais. Minimiza-se com dissecção
cortante apenas quando o peritônio for transparente e longe da parede da alça.
Lesões transversais de toda espessura de menos de um centímetro deve ser
reparado no sentido longitudinal com pontos simples, em dois planos com fios
3-0. Lacerações mais extensas ou complexas podem exigir, de preferência,
avaliação de especialista. Na ocorrência de contaminação fecal além de exigir
irrigação exaustiva e copiosa impõe ampliação da cobertura infecciosa com
aminoglicosídeo e metronidazol.
INFECÇÃO:
o ENDOMIOMETRITE
Tratamento semelhante à infecção puerperal. Resolução esperada em 72 horas
de antibiótico parenteral de amplo espectro. Caso contrário pode complicar com
tromboflebite pélvica, parametrite, abcesso pélvico e peritonite.
209
TROMBOEMBOLISMO
O risco de Trombose Venosa Profunda (TVP) é 3 a 5 vezes maior que no parto
vaginal. A TVP pode complicar com Tromboembolismo Pulmonar (TEP). O
puerpério é o momento com maior risco para o desenvolvimento de TEP/TVP.
Recomenda-se mobilização precoce para todas as puérperas. Tromboprofilaxia
farmacológica (Heparina de baixo peso molecular) ou mecânica (meias
compressivas) para ao menos um fator de risco e para múltiplos fatores a
combinação de métodos. (Vide protocolo de Trombose Venosa no Ciclo
Gravídico-Puerperal).
TROMBOFLEBITE PÉLVICA
210
8. PARTO CESAREANO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
Situações classificadas pela qualidade de evidência cientifica em 2016 (QE).
211
Recomenda-se a cesariana programada nos casos de PP centrototal ou
centroparcial (QE baixa)
Por Lei 9263/1996 o modo de parto não deve ser determinado em função
da realização de ligadura tubária.
212
8.13. PARTO CESARIANO A PEDIDO
213
Incisão uterina clássica ou em T invertido
Miomectomia, ressecção cornual ou cirurgia uterina extensa prévia
Rotura uterina prévia
Obesidade mórbida prévia (IMC > 40 Kg/m2)
Duas ou mais incisões uterinas prévias sem parto vaginal
Indução de parto com Bishop desfavorável e com prostaglandina ou
ocitocina
Fonte: ALSO 2016
214
Referências Bibliográficas
5. NICE - National Institute for Health and Care Excellence. Caesarean section -
Clinical guideline. nice.org. [Online] Nov de 2011. [Citado em: 11 de Maio de 2017.]
https://www.nice.org.uk/guidance/cg132.
215
Capítulo 17
1.Introdução
216
3) Boas práticas baseadas na melhor evidência científica;
2. ROTINA DA ADMISSÃO
Identificação
As classificadas com as cores azul, verde e amarela irão passar pelo técnico de
enfermagem que realizará a aferição de todos os sinais vitais: temperatura axilar (Tax),
frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e Saturação de O 2 (SatO2). As
classificadas como laranja e vermelho terão atendimento médico imediato. (Consultar
Protocolo Manchester)
Vermelho – 0 minutos
217
Laranja – 10 minutos
Amarelo – 60 minutos
A mulher que se apresenta com suspeita de estar em trabalho de parto deve ser
avaliada inicialmente na sala de admissão. O médico deverá conferir a pulseira de
identificação e preencher o checklist de nascimento seguro (Anexo 1). Faz parte da
avaliação inicial as leituras do cartão de pré-natal, uma anamnese breve e exame clínico
geral, além do exame obstétrico, para avaliação do risco obstétrico-neonatal. Os
objetivos do exame inicial da parturiente são buscar condições médicas ou obstétricas
que precisam ser tratadas intraparto, revisando o registro pré-natal, verificar o
desenvolvimento de novos distúrbios, estabelecer o estado cervical inicial para que o
progresso subsequente possa ser determinado e avaliar o estado fetal.
218
Altura uterina – permite estimar idade gestacional, peso, tamanho e crescimento
fetal.
Uso de luvas;
Inspecionar o introito;
219
Neste protocolo, vamos utilizar as seguintes definições de trabalho de parto:
220
disponibilidade de métodos e técnicas; e se a mulher tem um plano de parto por escrito,
ler e discutir com ela. A equipe deve estar empenhada em seguir o plano de parto da
mulher, explicando a mesma o que não for possível, caso haja alguma limitação do
serviço.
AIH;
Ficha de internamento;
Deverá ser assistida segundo normas de alto risco dos protocolos específicos da
unidade ou do Ministério da Saúde, a parturiente que apresentar uma ou mais das
seguintes particularidades:
Síndromes Hipertensivas;
Síndromes Hemorrágicas;
Diabetes;
Tireoideopatias;
Gestação múltipla;
Prematuridade;
221
Cardiopatias;
Pneumopatias;
Lúpus;
Câncer materno;
Anormalidades da FCF;
Apresentações anômalas;
Malformações fetais;
222
A maternidade deve adotar aquelas práticas validadas pela melhor evidência
científica disponível, aliando a arte da atenção obstétrica com a ciência, visando um
nascimento seguro para a mãe e a criança, com o mínimo de intervenções necessárias.
Dieta
Enema
O enema não deve ser realizado de forma rotineira durante o trabalho de parto. É
uma intervenção que traz desconforto à parturiente e aumenta os custos da assistência
ao parto. Tem sido advogada por décadas, com base na teoria de que um reto vazio
facilita o parto, reduz a contaminação fetal ao nascimento e reduz infecção materna e
neonatal. Não há evidências de diferenças nas taxas de infecção puerperal (RR: 0,66;
IC95%: 0,42-1,04) ou neonatal (RR: 1,12; IC95%: 0,76- 1,67), bem como na duração
do trabalho de parto, contratilidade uterina ou satisfação materna.
Tricotomia
223
Acesso Venoso e Sonda Vesical
Livre Posição
Andar durante o primeiro período não influencia o trabalho de parto ativo e não
traz efeitos colaterais. A deambulação pode aumentar a sensação da parturiente de
controle de seu trabalho de parto e facilitar o suporte contínuo intraparto por um
acompanhante, medidas que reduzem a necessidade de analgesia e a indicação de
cesariana. As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem as
posições que lhes sejam mais confortáveis no trabalho de parto, com estímulo as
posições verticalizadas (Anexo 3). Diversos estudos têm demonstrado que a posição
supina durante o primeiro período pode ter efeitos adversos tanto para a mãe como para
o seu feto e para a progressão do trabalho de parto. As posições verticalizadas se
associam à redução da dor e maior grau de satisfação materna, apesar de não
interferirem na duração do primeiro período e na necessidade do uso da ocitocina. As
mudanças frequentes de posição durante o trabalho de parto para aumentar o conforto
materno e promover um melhor posicionamento fetal devem ser estimulados desde que
as posições adotadas permitam monitoramento e cuidados maternos-fetais adequados e
não sejam contra-indicadas por complicações maternas.
224
Suporte Contínuo
225
Através da identificação de modificações na FCF durante o trabalho de parto, espera-se
identificar os fetos que podem estar em risco devido à insuficiência de oxigênio.
226
desta intervenção sem boa evidência de eficácia, particularmente
considerando a sensibilidade do procedimento para as mulheres que o
recebem e o potencial de conseqüências adversas em alguns contextos.
227
profissional, com a dor, os traumas, as reações indesejadas e as intercorrências que o
exame de toque vaginal provoca, sugerem a utilização da "linha púrpura" como uma
opção eficaz para avaliar a dilatação cervical e a descida da cabeça fetal na bacia
materna durante o trabalho de parto.
228
O progresso anormalmente lento pode ser um sinal de distócia do trabalho de
parto, que está associado à morbidade e mortalidade materna e fetal. No entanto, o
diagnóstico exagerado de distócia pode levar a morbidade iatrogênica por intervenção
desnecessária. É particularmente importante que intervenções de rotina não sejam
implementadas sem clara evidência de que melhorem os resultados.
229
alternativo de ocitocina, iniciando a infusão com 2mU/min com acréscimos de
2mU/min a cada 30 minutos (Anexo 5).
A dose deve ser aumentada até que o progresso do trabalho de parto esteja
normal, ou contrações fortes aconteçam a cada 2-3 minutos, ou a atividade uterina atinja
200 a 250 unidades Montevideo. Não há benefício em aumentar a dose após alcançados
esses pontos. Bombas de infusão devem ser usadas para permitir controle preciso da
dose administrada22.
MANEJO DA DOR
O alívio da dor durante o trabalho de parto pode ser obtido apenas com um
suporte psíquico-físico adequado. A grande maioria de mulheres que usam métodos não
farmacológicos para alívio da dor expressa satisfação com esses métodos e desejam usá-
los em gestações subsequentes, apesar de sentirem dor durante o trabalho de parto.
Fisioterapia
230
processo de parturição mais ativo, natural e satisfatório, favorecendo uma vivência
positiva na vida social e familiar da parturiente, como mulher e mãe.
Educação em saúde
Áudio analgesia
231
Hipnose
Acupuntura
Bola suíça
Nos anos 1980, a bola suíça ficou evidenciada como fisicamente benéfico para o
uso durante a gravidez e trabalho de parto, promovendo um ótimo posicionamento e
redução da dor durante as contrações uterinas durante a realização de um movimento
pélvico não usual. Além disso, o exercício com a bola melhora a postura, o equilíbrio, a
coordenação e a consciência devido à atividade dinâmica ajudando a parturiente a
manter o controle sobre o seu próprio corpo e construindo confiança corporal.
232
Quando usada na posição sentada, a bola aplica uma pressão não dolorosa ao
períneo, que pode bloquear parte da mensagem nociceptiva ao nível da medula espinhal
e assim reduzir a sensação de dor. As bolas são fáceis de usar e podem ser usadas junto
com outras intervenções para o conforto da paciente. Apesar de proporcionar redução
modesta na dor, tem custo e risco mínimo.
Banhos de imersão
Massagem
233
Relaxamento e respiração
Aplicações de calor/frio
Aromaterapia
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A aromaterapia pode ser usada para uma variedade de propósitos: reduzir o
medo, ansiedade e dor; reduzir náuseas ou vômitos; promover bem-estar das mulheres;
e para melhorar as contrações. Não se deve coibir mulheres que desejem usar o método.
TENS
A maioria das pacientes que utiliza a TENS relata seu uso em gestação futura.
Métodos farmacológicos
Há uma variedade de opções farmacológicas para lidar com a dor do parto.
Classicamente, vários métodos farmacológicos foram propostos. A técnica ideal para
analgesia de parto deveria ter mínima ou ausente transferência placentária, ausência de
efeitos sobre o fluxo sanguíneo uteroplacentário, efeitos mínimos e reversíveis sobre o
feto e neonato, ausência de efeito ocitócico ou tocolítico e ausência de bloqueio motor.
A solicitação materna por si só é uma indicação médica suficiente para a analgesia do
trabalho de parto.
Analgesia Inalatória
O óxido nitroso a 50% pode ser oferecido como método farmacológico para
alívio da dor no trabalho de parto, quando possível e disponível, devendo-se informar
que podem haver efeitos adversos, como náuseas, tonturas, vômitos e alteração da
memória. Como o óxido nitroso é eliminado rapidamente através dos pulmões, não se
acumula na mãe ou no feto/neonato, nem causa depressão do recém-nascido, é
considerado geralmente seguro. Uma vantagem adicional é que não afeta a atividade
contrátil. Para as mulheres que optam por evitar analgesia regional ou não têm acesso a
235
ela, o óxido nitroso pode fornecer um meio alternativo para conseguir algum alívio da
dor. Não deve ser usado em mulheres com saturação de oxigênio <95% e algumas
condições pulmonares, e deve ser usado com cautela em combinação com opióides por
causa do risco de depressão respiratória.
Analgesia Regional
As técnicas analgésicas regionais são os meios mais confiáveis para aliviar a dor
do trabalho de parto. Ao bloquear a resposta ao estresse materno, a analgesia epidural e
espinhal pode reverter as conseqüências fisiológicas adversas da dor do parto. Uma
vantagem distinta da inserção de um cateter peridural é que ele pode ser usado para
administrar anestésicos para proporcionar alívio da dor para parto instrumental ou
cesariana, se necessário. Recomenda-se o uso de analgesia regional para controle da dor
do trabalho de parto e parto para parturientes que desejem analgesia farmacológica, na
ausência de contra-indicação.
A analgesia regional de parto deve ser discutida com a gestante durante o pré-
natal. O procedimento é acompanhado de aumento na complexidade da assistência ao
parto, com maior necessidade de monitorização e acesso venoso.
236
exemplo de aumento da duração do segundo período; da necessidade do uso de
ocitocina; do número de partos vaginais assistidos; e do número de cesariana indicadas
por traçado não tranquilizador na CTG.
Os bloqueios dos nervos pudendos bilaterais são úteis para aliviar a dor
decorrente da distensão vaginal e perineal durante o segundo estágio do trabalho de
parto. Podem ser realizados para fornecer analgesia para fórceps baixo. A vagina
inferior, o períneo e a vulva obtêm a maior parte da sua inervação sensorial e motora a
partir das raízes 2, 3 e 4 do nervo sacral através do nervo pudendo. A infiltração de um
anestésico local em torno do tronco do nervo pudendo ao nível da espinha isquial
resulta em analgesia destas áreas. Não diminui a dor associada às contrações uterinas e
dilatação cervical. Pode ser utilizada uma abordagem transvaginal ou transperineal para
a espinha isquial. Dentro de quatro minutos após a injeção, um bloqueio bem sucedido
permitirá ao clínico comprimir a vagina inferior e a vulva posterior sem provocar dor
materna. A anestesia máxima é alcançada após 10 a 20 minutos. A dose injetada total
não deve exceder 30 mL (300 mg) de lidocaína a 1%. A duração média é de 30 a 60
237
minutos. As complicações são raras e incluem: formação de hematoma; infecção no
local da injeção; parestesias da região isquiática ou neuropatia sacral; toxicidade
sistêmica após administração intravascular.
PARTOGRAMA
O partograma é uma ferramenta simples e barata para fornecer uma visão gráfica
contínua do trabalho de parto. Trata-se de um formulário pré-impresso, geralmente em
versão em papel, no qual parteiras e obstetras registram observações do trabalho de
parto. Amplamente aceito como método útil para avaliação do progresso do trabalho de
parto, é uma ferramenta simples e barata. O partograma preconizado por Philpott, em
1972, composto de “linha de alerta” que representa o progresso na dilatação cervical
de 1 cm por hora e “linha de ação”, constru da 4 horas direita da linha de alerta. Esse
tempo seria suficiente para a decisão clínica de transferir a parturiente ou intervir sem
comprometimento do binômio mãe-bebê.
A maioria dos partogramas tem três seções distintas onde são inseridas
observações sobre: as condições maternas, condições fetais e progresso do trabalho.
Esta última seção auxilia na detecção de trabalho de parto prolongado. A detecção de
trabalho prolongado é importante, uma vez que tanto a hemorragia pós-parto como a
infecção são mais comuns em mulheres com essa condição. O profissional deve
considerar as variações individuais da normalidade ao avaliar a progressão do trabalho
de parto, e também variáveis como paridade, variedade de posição fetal, condição das
membranas amnióticas e movimentação materna, entre outras. Estas podem influenciar
a duração do trabalho de parto. A condição de vitalidade fetal sempre deve ser avaliada
concomitantemente à evolução do trabalho de parto.
238
Os critérios estabelecidos por Friedman para caracterizar a progressão normal do
trabalho de parto em 1950 foram usados durante décadas para manejo do parto. No
entanto, os dados atuais mostram que mudanças no manejo obstétrico e anestesia e nas
próprias mulheres influenciaram a curva de progressão do trabalho de parto. Nesse
contexto, os critérios de progressão normal do trabalho de parto foram revisados.
239
Existe a preocupação de que o uso do partograma possa levar a intervenções
desnecessárias (aumento da frequência da amniotomia, uso de ocitocina e analgesia),
por assumir que todas as parturientes têm evolução similar no trabalho de parto.
Intervenções precoces, simplesmente aumentam as intervenções obstétricas, sem reduzir
as taxas de cesárea ou aumentar a satisfação da mulher com sua experiência do parto.
6. Os toques vaginais devem ser feitos de acordo com a progressão do parto (a cada
4 horas, na ausência de suspeita de distócia), não sendo esquecido o seu registro
com a hora correspondente;
7. Nos toques vaginais devem ser avaliadas as condições do colo uterino (dilatação
e esvaecimento), altura e variedade da apresentação e integridade ou não da
bolsa e características do líquido amniótico;
240
Entre a linha de alerta e a linha de ação, a EO deverá comunicar a equipe médica e
já iniciar as intervenções de acordo com os anexos das técnicas não farmacológicas. Na
linha de ação a equipe médica será chamada para definição de conduta e assistência
(Anexo 4).
A conduta ideal a ser adotada no segundo período deveria se basear no balanço entre a
probabilidade de um parto vaginal, que deve ser maximizada, contra os riscos maternos e perinatais,
que devem ser minimizados. Entretanto, ainda não existe consenso sobre o manejo ideal do período
expulsivo do trabalho de parto, a começar por sua definição e os limites estabelecidos para sua
duração.
Nulíparas:
o sem analgesia 2,8h;
o com analgesia 3,6h.
Multíparas:
o sem analgesia 1,3h;
o com analgesia 2h.
241
Atingindo esses limiares a mulher deve ter assistência adicional solicitada, a
médico treinado na realização de parto vaginal operatório se o nascimento não for
iminente.
242
Pode-se utilizar a aplicação de compressas quentes como meio de amolecimento
e alongamento do períneo para reduzir o trauma perineal durante o parto. O uso
de compressas quentes no perineo está associado a uma menor ocorrência de
trauma perineal. O procedimento mostrou-se aceitável para mulheres e parteiras,
e pode, portanto, ser oferecido às mulheres.
Tanto a t cnica de „mãos sobre‟ (proteger o per neo e flexionar a cabeça fetal)
quanto a técnica de „mãos prontas‟ (com as mãos sem tocar o per neo e a cabeça
fetal, mas preparadas para tal) podem ser utilizadas para facilitar o parto
espontâneo. A t cnica „mãos sobre‟ pode prevenir a expulsão precipitada do
recém-nascido, podendo reduzir o risco de lesão obstétrica e do esfíncter anal. Se
a t cnica de „mãos sobre‟ for utilizada, controlar a deflexão da cabeça e orientar
a mulher a não empurrar nesse momento.
CUIDADOS COM O RN
243
do recém-nascido tem sido geralmente no nível ou abaixo do nível da placenta,
com base no pressuposto de que a gravidade facilita a transfusão placentária. No
entanto, não há diferença de volume de transfusão placentárias em bebês
saudáveis a termo nascidos vaginalmente colocados no abdôme ou peito
materno em comparação com os bebés mantidos ao nível do introito vaginal.
244
Ensaios clínicos randomizados tem demonstrado que o agente uterotônico é o
componente mais importante do manejo ativo. A ligadura precoce do cordão não é mais
recomendada, uma vez que evidências recentes comprovam os benefícios da ligadura tardia do
cordão para o recém-nascido. Alternativamente, a drenagem espontânea do sangue do cordão (sem
clampear a extremidade materna) foi avaliada em uma revisão sistemática, associando-se com
redução do terceiro estágio e perda sanguinea.
Medidas:
245
ela deve ser monitorada para sinais de bexiga distendida (palpável abdominalmente) ou
dispnéia / dor pleurítica, que poderia estar relacionada com um embolia pulmonar.
246
de tecnologias não farmacológicas de alívio da dor (Anexo 11) e a ficha de
monitoramento da atenção ao parto (Anexo 12); orientar a puérpera para o autocuidado
e aleitamento; o cuidado deve ser contínuo e integrado, portanto evitar um grande
número de informações que ainda estão sendo processualmente absorvidas.
Referências Bibliográficas
5. Funai EF, Norwitz ER, Management of normal labor and delivery: Nov 04,
2016. UpToDate
247
7. Zhang J, Troendle J, Mikolajczyk R, et al. The natural history of the normal
first stage of labor. Obstet Gynecol 2010; 115:705.
8. Ehsanipoor RM, Satin AJ, Overview of normal labor and protraction and
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9. Singata M, Tranmer J, Gyte GML. Restricting oral fluid and food intake
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11. Reveiz L, Gaitán HG, Cuervo LG. Enemas during labour (Cochrane
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13. Albers LL. The evidence for physiologic management of the active phase
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14. Gallo RBS, Santana LS, Marcolin AC, Ferreira CHJ, Duarte G, Quintana SM.
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251
ANEXO I
CHECK LIST - ASSISTÊNCIA AO PARTO
252
ANEXO II
1) Gestante de risco habitual com idade gestacional entre 37s e 41s e 6d,
com os seguintes parâmetros:
a. Gestação única;
b. Apresentação cefálica fletida;
c. BCF dentro da normalidade (entre 110 bmp e 160 bmp, sem
desacelerações após a contração) (NICE, 2007; Cunningham et
al., 2010) e/ou após avaliação de cardiotocografia, com categoria
1;
d. Peso fetal estimado entre 2500 g e 3999g;
e. Altura Uterina igual ou menor que 37 cm
2) Gestante que tenha no mínimo 04 consultas pré-natal, com os exames
laboratoriais e USG dentro da normalidade.
O histórico de cesárea anterior não é critério excludente para assistência por EO,
desde que o intervalo entre os partos seja maior ou igual há 2 anos.
253
ANEXO III
CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA A GESTANTE E ACOMPANHANTE –
Livre movimentação
254
ANEXO IV
QUANDO NOTIFICAR À EQUIPE MÉDICA
Presença de líquido amniótico meconial moderado ou espesso e/ou
fétido;
Alterações na frequência cardíaca fetal à ausculta intermitente como:
bradicardia, desacelerações e taquicardias;
Cardiotocografia não tranquilizadora (Categoria II ou III do NICHD);
Suspeita de prolongamento do trabalho de parto;
Parada de descida da apresentação por duas horas após 6 cm de dilatação
cervical, com atividade uterina adequada (4 a 5 contrações em 10
minutos, durando 40 a 60 segundos) e membranas rotas, após adoção de
medidas corretivas simples que não corrigirem o problema;
Alterações na atividade uterina hipertonia e/ou hiperdinamia, que são
definidas como mais de 5 contrações em 10 minutos;
Hipertensão materna (PAS ≥ 160 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg);
Hipotensão materna (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg);
Febre materna;
Lacerações extensas ou de 4º grau;
Retenção placentária, após 30 minutos de manejo ativo;
Hemorragia materna.
255
ANEXO V
ESQUEMA PARA USO DE OCITOCINA
256
ANEXO VI
PRESCRIÇÃO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA
DOR, SEGUNDO NECESSIDADE DA MULHER.
257
ANEXO VII
POSOLOGIA DE MORFINA PARA ANALGESIA DURANTE O TRABALHO
DE PARTO.
258
ANEXO VIII PARTOGRAMA
1
AM
0
9 -3
8 -2
7 -1 Altura
De
6 0
Lee
Dilatação 5 +1
∆ Descida
4 +2
○
3 +3
2 +4
1 Desp.
1 1 1 1 1 1 1
Horas de TP 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6
HOR
Data e Hora BCF
A
Bolsa I; R; A*
LA Cl; Mec **
PA / Temperatura
* íntegra; rotura espontânea; amniotomia **Claro; Meconial
BCF e
DINÂMICA
UTERINA
BCF
Contrações
Forte >40 seg ■
Média 20-40 seg
Fraca <20 seg
X
CONDUTAS
Deambulação
Bola
Massagem
Banho
259
Banqueta
Cavalinho
Ocitocina mU/min
Analgesia por
bloqueio
Analgesia venosa
Assinatura e
carimbo
do responsável
260
ANEXO IX - ADAPTAÇÕES PARA POSTURAS VERTICALIZADAS DURANTE O
TRABALHO DE PARTO.
261
ANEXO X
262
ANEXO XI
ALÍVIO DA DOR
Cócoras
Bola Suíça Banqueta
Deambulação
Semi-Vertical
De Joelhos
4 apoios
Respiração em
4 segundos
Agachamento
Movimentação
Penumbra
Musicoterapia
Contato pele a pele
(mín. de 1h) e
Clampeamento Cavalinho
tardio (1-3 min.) 263
Aromaterapia Rebozo
ANEXO XII FICHA DE MONITORAMENTO DA ATENÇÃO AO PARTO
Paciente: __________________________________________________
Registro MCO:_________________________
Idade: _____anos Paridade: G__PN__C__A__FV__ IG:_____sem____dias
Trabalho de parto:
Partograma: Doula: Acompanhante: Quem? Dieta:
( ) Sim ( ) Sim ( ) Sim __________________ ( ) Sim
( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não
264
Parto: ( ) Vaginal ( ) Com manobras ( ) Vácuo ( ) Fórceps ( ) Cesárea
Indicação:____________________________________________________
Apresentação: ( ) Cefálica ( ) Pélvica ( ) Córmica
Local de Parto: ( ) Sala de Parto ( ) PPP ( ) Outro________
Acompanhante na Sala de Parto: ( ) Sim -Quem?_________________ ( ) Não
Posição no período expulsivo: ( ) Deitada ( )Cócoras ( ) Semi-sentada ( ) Gaskin
( ) Outra____________
Conduta:_________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Qual?_____________________________________________________________________
__________________________________
Assinatura e Carimbo
265
ANEXO XIII
PRESCRIÇÃO PÓS PARTO
1) Repouso relativo
2) Dieta adequada às características da paciente (livre, hipossódica, laxativa,
entre outros)
3) Ocitocina 10UI, IM, na sala de parto
4) Sulfato ferroso 300mg VO, 30 minutos antes do almoço
5) Paracetamol 750mg VO 6/6 horas se dor ou febre
Ou
6) Dipirona 500 mg VO 6/6 horas se dor ou febre
7) Escopolamina + Dipirona (10/500mg), VO de 6/6 horas se dor tipo cólica
8) Diclofenaco 50mg VO de 8/8h (se laceração extensa)
9) Estimular amamentação sob livre demanda
10) Observar involução uterina e loquiação
11) Deambulação precoce (permitir e estimular 3 a 4 horas após parto)
12) Encaminhar ao Alojamento Conjunto
13) SINAIS VITAIS DE 6/6h
14) Crioterapia /SN
266
Capítulo 18
Prematuridade
Relatores
Docente: Prof. Dr. Rone Peterson C. Oliveira
Residente: Dra. Marla Niag dos Santos Rocha
1.Introdução
267
Extremo baixo peso - <1.000g
268
9. Objetivos Assistenciais
11. Diagnóstico
12.1. Ambulatório:
269
A busca pela identificação e condução adequada dos fatores de risco para
prematuridade deve existir de forma transversal em todos os ambulatórios de
pré-natal da instituição, favorecendo a utilização de forma racional das medidas
de predição e prevenção vigentes.
OBS: Até o momento, não existem evidências para utilizar a progesterona como
tocolíticos, como terapia pós-tocólise ou em gestação gemelar.
270
1. História de uma ou mais perdas de 2o trimestre relacionadas à dilatação
cervical pouco dolorosa na ausência de DPP ou TPP;
2. Relato de cerclagem prévia devido a dilatação cervical pouco dolorosa no 2o
trimestre;
3. Gravidez atual única, com passado de prematuridade (< 34 sem) e colo < 25
mm antes de 24s (16-24 sem). Pacientes com colo curto, sem passado de
prematuridade, não devem ser submetidas à cerclagem, pois não há
efetividade comprovada. Nas pacientes com passado de prematuridade
abaixo de 34 semanas, porém sem história clássica de incompetência istmo
cervical, deve-se seriar o comprimento cervical sem realizar a cerclagem a
partir de 16 semanas. Esta atitude é considerada segura, reduzindo a
realização de procedimentos desnecessários;
4. Dilatação cervical pouco dolorosa no 2o trimestre (cerclagem de emergência)
- embora considerada um procedimento com risco de morbidade materna e
fetal, a realização desta técnica nestas condições, onde a membranas já se
expuseram ao canal vaginal com risco de infecção, quando comparado com a
conduta expectante, oferece melhores resultados neonatais e de prolongação
da gestação. Não utilizar amniodrenagem e antibióticos de forma rotineira,
pois não existem evidências de beneficios.
271
o Ultrassonografia (avaliar condição fetal, peso, liquido e vitalidade. Realizar
cervicometria se dilatação < 3 cm).
272
Beta–agonistas (ex.: terbutalina)
- Modo de ação: Ativação da enzima adenilciclase, que catalisa a conversão do
ATP em AMP c clico, que diminui o Ca ++ livre intracelular e determina o
relaxamento da fibra muscular.
- Efeitos colaterais: dor torácica, taquicardia, dispneia, mal-estar e edema agudo
de pulmões, cefaleia, tonturas e tremores, limitando o uso do tratamento. No
RN, taquicardia, hiperinsulinismo, hipoglicemia, hipocalemia e hipotensão
arterial. Deve-se realizar ECG materno pr vio; controlar com cuidado o pulso e
a pressão arterial, mantendo o pulso materno abaixo de 120 bpm; auscultar
periodicamente os pulmões e coração; e monitorar os batimentos card acos
fetais. Deve-se salientar que os efeitos colaterais cardiovasculares, como o
edema agudo de pulmões, são mais frequentes em situações de hipervolemia
materna, como no polidr mnio, na gestação gemelar e em pacientes submetidas
infusão de grande quantidade de l quidos, não devendo ultrapassar 2L 24h.
- Modo de uso: diluir 05 ampolas de terbutalina (01 amp = 0,5mg) + 500 ml de
SG 5%.
Ataque 2,5 g min (10 gts min), aumentando-se 10 gts min de 20 20
min at cessarem as contrações (máx. 80 gts min);
Manutenção manter a dose capaz de cessar as contrações por 24h,
diminuindo 10 gts de 20 20 min at suspensão total da mesma após este per odo.
Caso as contrações não diminuam em 6h ou se a tocólise for necessária
por mais de 24 horas, deve-se pesquisar a presença de corioamnionite ou
insuficiência placentária. Possui comprovada capacidade para prolongar a
gravidez por 48h e até 7 dias.
273
Manutenção 25-50 mg de 4/4h por 48h (não ultrapassar 200 mg/24h).
Antibióticos:
274
Risco de parto iminente em 24h (TPP com ≥ 4 cm com ou sem RPMO ou
programação de interrupção da gestação por cesariana)
Iniciar idealmente 4h antes do parto se possível
Suspender tocolíticos ao iniciar o uso do MgSO4
Dose:
Ataque de 4g IV 20-30 min
Manutenção de 01 g/h
Garantir a vigilância do bem-estar fetal, que deve incluir o uso de CTG, pois
fetos prematuros tem menor tolerância a asfixia do que no termo );
Alargar o período entre os exames da cérvice e retardar a amniotomia para
reduzir a chance de infecção;
Evitar o uso de entorpecentes;
Comunicar previamente ao neonatologista, para organização dos equipamentos
necessários para suporte ao RN prematuro, de acordo com suas características;
Fórceps não é recomendado quando o peso fetal estimado for inferior a 1.500g
pelo maior risco de trauma fetal e hemorragia intracraniana;
Vácuo extrator não deve ser utilizado com IG < 34 semanas, pelo maior risco de
hemorragia intracraniana;
Retardar o clampeamento do cordão por período superior a 30-120s se RN em
boas condições de nascimento, pois reduz a necessidade de transfusões, a
ocorrência de enterocolite necrotizante, de hemorragias ventriculares e
melhorando a estabilidade circulatória;
Realizar episiotomia apenas de forma seletiva.
275
Via de parto
276
6. Referencial na Rede
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280
ANEXO I
281
ANEXO II
Tabela 3. Drogas utilizadas para corticoterapia em pacientes com trabalho de
parto prematuro na Maternidade Climério de Oliveira (EBSERH / UFBA), 2016.
Droga Posologia
Betametasona 12 mg, IM, 24/24h por 02 dias
consecutivos
Droga Posologia
1ª opção – Penicilina G Cristalina Ataque 5.000.000UI IV
282
Vancomicina Regime único 1g EV, 12/12h até o parto.
(se cultura evidenciar resistência à
Clindamicina)
Fonte: CDC, 2010.
ANEXO III
283
ANEXO IV
284
ANEXO V
285
Capítulo 19
1.Introdução
2.Recursos Essenciais
Cardiotocografia
Testes sorológicos
Cariotipagem fetal
3. Diagnóstico
286
sua suspeita e impõe a realização de uma ultrassonografia obstétrica para a
determinação do peso fetal.
4. Diagnóstico Etiológico
287
cromossomopatias), são comuns em fetos portadores de defeitos cromossômicos ou
infecções congênitas. Seu diagnóstico pode ser confirmado, respectivamente, pela
determinação do cariótipo fetal e por testes sorológicos maternos.
5. Conduta
288
maternas associadas à insuficiência placentária, o achatamento da curva de crescimento
e o oligoidrâmnio.
Assim sendo, sugerimos que, uma vez o Doppler das artérias umbilical e cerebral
média se mostre alterado, o mesmo seja repetido duas vezes por semana (em conjunto
com Doppler do ducto venoso) e a gestação interrompida com 37 semanas, mesma
conduta adotada quando presente algum outro fator de agravamento do quadro clínico
(peso fetal abaixo do percentil 3, achatamento da curva de crescimento, oligoidrâmnio
ou patologias maternas associadas à insuficiência placentária) (vide fluxograma abaixo).
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290
ANEXO I
FLUXOGRAMA ASSISTENCIAL 1
291
ANEXO II
FLUXOGRAMA ASSISTENCIAL 2
292
Capítulo 20
1. Conceitos
Choque Séptico: Hipotensão induzida por sepse (PAS <90 mmHg PAM < 70
mmHg, ou PAS com diminuição de 40 mmHg ou dois desvios padrão abaixo do
293
normal, excluídas outras causas de hipotensão) persistente apesar de ressuscitação fluida
adequada.
IMPORTANTE:
Pacientes imunodeprimidos (idosos, portadores de doenças crônicas, uso de medicações
imunossupressoras) podem não apresentar critérios de SIRS mesmo em sepse. Dessa
forma, nesse grupo de pacientes, uma dessas disfunções, sem outra explicação, deve
deflagrar o pacote de sepse. Em qualquer tempo que esteja afastado o diagnóstico de
infecção o antimicrobiano pode ser suspenso.
Considerações:
Congresso do International Sepsis Forum:
Revisão das definições de Sepse (a definição de um caso de sepse só era
realizada com os critérios de disfunção orgânica);
Excesso de sensibilidade do diagnóstico de sepse em países desenvolvidos, o
que não agrada médicos, pesquisadores e fontes pagadoras;
Escolha dos fatores para o qSOFA (taquipneia, hipotensão e alteração mental)
para definir sepse na presença de infecção. (São realmente os fatores que logo
chamam a atenção num paciente que chega na emergência ou está numa
enfermaria de hospital);
Esperar que o paciente tenha 2 destes 3 para definir sepse pode atrasar o
tratamento.
O trabalho de triagem em emergência ou no andar (time de resposta rápida)
requer sensibilidade alta, e não priorizar especificidade.
Outro grande ponto de controvérsia é a ausência do lactato sérico nas definições
de sepse, ficando apenas para definir choque séptico. A presença do lactato não
acrescentou sensibilidade ou especificidade ao modelo devido: a ausência da
medida de lactato em mais de 80% dos pacientes com infecção na coorte da
UPMC; um fator associado à hiperlactatemia é a hipotensão, que pode ter sido
mais forte estatisticamente no modelo de regressão logística que definiu o
qSOFA.
294
O qSOFA não mostrou acurácia suficiente nos pacientes em UTI. A
recomendação é de usar alterações de mais de 2 pontos no escore SOFA para
ajudar a definir sepse.
295
2. Aplicação do Score SOFA
Aplica-se a todas as unidades assistenciais que identifiquem pacientes com perfil
estabelecido neste protocolo. Dessa forma todo paciente com suspeita ou certeza de
infecção com um aumento maior igual a 2 pontos no qSOFA em resposta a uma
infecção tem critério de Sepse. Se está definido sepse associada a necessidade de
vasopressores para manter PAM>65 E lactato > 2mmol/l após reanimação volêmica
adequada então define-se choque séptico.
3. Justificativa
Considerando a gravidade da patologia relacionada nesse protocolo, a necessidade
de abordagem sistemática das condutas nas unidades da assistência visa garantir melhor
eficiência terapêutica, protegendo a saúde objetivando preservar a vida.
4. Objetivos
Reconhecer a partir de critérios padronizados um quadro de sepse e suas escalas de
gravidade. Otimizar a abordagem multidisciplinar da sepse e choque séptico nas
unidades assistenciais com o objetivo de melhor qualidade no atendimento, redução de
morbi-mortalidade e custos.
5. Material Necessário:
. Suporte diagnóstico laboratorial especializado (hematológicos, microbiológicos e
bioquímicos);
. Suporte para transferência de pacientes com necessidade de tratamento em
Unidade de Terapia Intensiva,
. Bomba de infusão contínua,
. Glicosímetro e fitas para glicemia capilar,
. Esfigmomanômetro, estetoscópio e termômetro,
. Cateteres: Cateter Arterial Vascular Central, Jelcos para Pressão Invasiva Arterial
. Medicamentos preconizados nos protocolos individuais (antimicrobianos, aminas,
cristalóide, sedativos, curares, etc).
6. Pessoal Necessário:
. Equipe médica e especialidades de suporte;
. Enfermeiro e técnico de enfermagem;
. Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional; Fisioterapia;
. Bioquímicos;
. Farmacêuticos;
. Fonoaudiologia;
. Psicologia;
296
. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
. Comissão Local de Protocolos Clínicos;
. Equipe de terapia dialítica;
. Equipe de terapia transfusional.
7. Atividades Essenciais:
Registrar o momento da suspeita, data e hora; no prontuário ou na folha específica de
triagem do protocolo institucional.
297
9. Pacote inicial de Sepse – Primeiras 3 horas a partir do registro.
9.1 Exames
Pacote de exames
Solicitar lactato arterial inicial e ao final da terceira hora. Encaminhar
imediatamente para que o resultado esteja disponível em menos de 30 min.
Gasometria venosa central 60/60 min até ScvO ≥ 70 mmHg (anote hora ScvO2
≥70), se acesso central disponível
298
Metronidazol: 1g na dose inicial, seguido de 500 mg a cada 6 horas até estabilização do
quadro e/ou definição do foco quando reduzirá para 500 mg a cada 8 horas.
9.3 Procedimentos
9.5 Vasopressores
9.6 Avaliações/reavaliações
Aferição de PA
299
Solicitar lactato ao fim da sexta hora.
Transfusão de hemoderivados.
Se PVC, PAM e Ht foram otimizadas, e SvcO2 < 70%, considerar terapia inotrópica.
10.1. Corticosteroide
Iniciar infusão contínua e insulina se duas medidas de glicemia > 180 mg/dl.
Ventilação mecânica
300
10.3. Nutrição
Administração de alimentação oral ou enteral, se necessário, conforme tolerância da
paciente, ou fornecimento exclusivo de glicose intravenosa dentro das primeiras 48
horas de diagnóstico.
12.1 Laboratório
São atribuições dos profissionais de laboratório: receber solicitação médica,
cadastro do paciente e do exame solicitado, identificação do paciente no setor
solicitante, coleta dos materiais necessários do paciente, preparo de amostras para
análise, manutenção preventiva dos equipamentos, provimento de insumos e reagentes
necessários, realização dos exames, análise dos resultados pelo laboratório,
liberação/informação dos resultados para o setor, entrega dos laudos para o setor.
Na sepse:
Realizar a coleta de exames imediatamente (Idealmente em 15 minutos, máximo
em 30 minutos), tão logo seja solicitada por telefone, pela enfermagem, e desde
que seja informado que se trata de sepse;
Coleta de gasometria venosa. Liberar resultado de “gasometrias” em 15 minutos;
Tempo ideal máximo para resultado do lactato: 30 minutos;
Liberar os demais resultados dos enxames do “Pacote de Sepse” em 2 horas e 30
minutos (exceto culturas).
Entrada solicitação de exame pelo profissional médico
Coleta de material para exame no setor solicitante
Solicitação da Enfermagem por telefone com comunicação de alerta de sepse
por meio eletrônico e/ou manual
Idealmente em 15 minutos, máximo em 30 minutos.
Hemoculturas
301
Coleta em dois sítios diferentes
Tempo < 45 minutos.
Gasometria Arterial e Venosa e Lactato inicial, final da terceira e da sexta hora
Demais exames: 2 horas e 30 minutos.
12.2. Enfermeiro
Realizar acolhimento com classificação de risco – Protocolo de Manchester e
aferição de dados vitais orientada;
Comunicar ao médico plantonista alterações de dois ou mais sinais vitais e
demais achados no exame físico;
Registrar o horário de alteração, quais alterações e demais comunicações
realizadas ao médico;
PREENCHER NOTIFICAÇÃO DE ENFERMAGEM
Coordenar junto ao médico as ações da equipe de assistência na execução do
pacote de seis horas e realizar supervisão de enfermagem;
Em conjunto com o médico, preencher formulário de Sepse e Choque Séptico
sobre ações de pacote de seis horas;
Providenciar oxigenoterapia se necessário:
Realizar monitorização;
Orientar o técnico de enfermagem (mensuração PVC, PA, oximetria,
monitoramento cardíaco, balanço hídrico, glicemia capilar, etc.);
Observar meta de PVC, 8 a 12 mmHg (se em VM até 15 mmHg), diurese
maior/igual 0,5 ml/Kg/h, saturação venosa maior 70%;
Solicitar laboratório registrando o horário da solicitação (tempo entre o pedido e
a coleta deve ser inferior a 15 minutos);
Verificar resultados junto a equipe (primeiros resultados devem estar disponíveis
em, no máximo 30 minutos);
Coletar sangue de acesso venoso central, se solicitado;
Identificar a prescrição com o diagnóstico de Sepse e Choque Séptico;
Orientar o técnico de enfermagem quanto à necessidade de envio imediato a
farmácia local;
Supervisionar prescrições, como infusão de fluídos, vasopressores e
administração de antibióticos;
Realizar cateterismo vesical se prescrito e coletar urina, se necessário;
Atender intercorrências;
Encaminhar solicitação transferência para a regulação;
Acompanhar transporte do paciente para ambulância equipada para Cuidados
Intensivos;
Organizar registros do prontuário e realizar comunicações necessárias.
302
12.3. Técnico de Enfermagem
Admissão do paciente (sala de observação apropriada para urgência);
Aferir sinais vitais na admissão e conforme prescrição, assim como nas
reavaliações em caso de instabilidade hemodinâmica;
Comunicar ao enfermeiro no caso de dois ou mais sinais vitais alterados, e na
ausência deste, ao médico plantonista;
Registrar o horário de alteração, quais alterações e demais comunicações
realizadas ao enfermeiro e/ou médico;
Administrar oxigênio conforme prescrito;
Auxiliar o enfermeiro na monitorização do paciente e no atendimento de
emergências;
Dirigir-se à farmácia para atendimento da prescrição de antimicrobianos
rapidamente, com prescrição carimbada assinada pelo prescritor e comunicação
verbal na apresentação à farmácia;
Administrar antimicrobianos, imediatamente após coleta de cultura;
Se forem prescritos dois antibióticos, sendo um deles em bolus, administrar
primeiro este e, logo após, o outro com diluição. Se necessário, puncionar duas
veias periféricas, para que a administração ocorra o mais rápido possível;
Realizar registro das ações e horários de execução das mesmas, comunicar
alterações à equipe.
12.4. Médico
Identificar pacientes que devem ser incluídos no protocolo, comunicar equipe e
proceder registros necessários, inclusive hora do diagnóstico e da disfunção na
SEPSE; (obstetra)
Responsabilidade pela implementação de protocolo e compartilhamento do
monitoramento de ações do pacote de seis horas com a equipe de enfermagem;
(obstetra)
Se necessário, providenciar acesso venoso profundo observando rotinas de
barreira máxima (CCIH); (verificar com anestesista)
Solicitar coleta de exames laboratoriais e exames de imagem se
necessárioOBSTETRA;
Avaliar resultados de exames e solicitar nova dosagem de lactato ao final da
terceira e da sexta hora. Avaliar saturação venosa central; (sangue coletado do
acesso central, com leitura no hemogasômetro)
Prescrever bolus de fluídos e vasopressores se hipotensão refratária; (anestesio/
obstetra)
303
Avaliar antibiótico adequado de acordo com provável foco infeccioso; (obstetra
discutir com infecto se necessário)
Se necessária remoção de foco, solicitar parecer da equipe cirúrgica
imediatamente (prazo de 12 horas);
Preencher ficha de antimicrobiano;
Solicitar transferência através da regulação para Unidade de Terapia Intensiva
(UTI); (obstetra)
Monitorar e executar ações para atingir as metas das primeiras 6 horas;
Responsável pelo tratamento até transferência do PacienteOBSTETRA;
Notificar em Impresso Ficha e ficha de Sepse e Choque Séptico.
12.5. Farmácia
Dispensar antimicrobianos prescritos e diluentes específicos, soluções de
reposição volêmica e outros medicamentos em até 15 minutos, com prioridade
para prescrições identificadas por sepse /choque séptico;
Acompanhamento do farmacêutico clínico.
Avaliar prescrição e ficha de antimicrobiano.
304
. Administrar plaquetas profilaticamente quando a contagem estiver abaixo de
10.000/mm3 na ausência de sangramento aparente. Se risco de hemorragia, administrar
quando as plaquetas estiverem abaixo de 20.000/mm3. Quando evidência de
sangramento ativo, necessidade de cirurgia ou procedimentos invasivos, administrar
mesmo com plaquetas mais altas.
305
Interpretar com cautela os níveis obtidos por glicemia capilar, uma vez que valores
obtidos em sangue ou plasma são mais fidedignos.
14. Indicadores:
Serão realizadas pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), auditorias rotineiras para
verificação do cumprimento deste protocolo, visando a correta aplicação dos critérios de
identificação de sepse e respeito ao tempo de aplicação do pacote de sepse inicial. Serão
utilizados dois indicadores:
306
Referências Bibliográficas:
307
Fluxograma de Protocolo de Sepse
Abordagem multidisciplinar
COMUNICAR A
AFERIR OS DADOS SUPERVISÃO DE
NOVAMENTE ENFERMAGEM
Alteração de 2
ou mais Não
SINAIS Manter observação
VITAIS
SOLICITAR AVALIAÇÃO MÉDICA
SEPSE
PARA SER
CHOQUE SÉPTICO OU PELO MENOS 01 SINAL DE COMPLETADO
DISFUNÇÃO ORGÂNICA– REGULAR A PACIENTE EM 6 HORAS
5.Utilizar vasopressor
LIBERAÇÃ quando indicado
O 6.implantar cateter de e
RÁPIDA DA
monitorar PVC e
PACOTE 3 HORAS MEDICAÇÃ
O saturação venosa
quando indicado
1. Medir lactato
7.Nova medida de
2.Obter hemocultura
antes do antiocoterapia
3.Administrar antibióticos
de largo espectro
4.Administrar 30 ml/kg de
TERAPIA DE
cristalóide para METAS:
SUPORTE
hipertensão ou PVC 8-12 mm/Hg;
Uso de corticóide
hiperlactatemia PAM > 65 mmHg
50 mg
6/6 h em pacientes Saturação Venosa
com altas doses de Central > 70
vasopressor; mmHg
Controle glicêmico < Diurese > 0,5
180 mg/dl; ml/kg/h
Ventilação mecânica
com pressão de Platô
< 30 cmH20
Adaptado do Fluxograma do Protocolo
de Sepse da Rede FHEMIG – Fundação
Hospitalar do estado de Minas Gerais.
308
309
Capítulo 21.
1.Introdução
- Placenta prévia
Conceito
Diagnóstico
310
É essencialmente clínico, baseia-se na sintomatologia e pode apresentar-se sob
várias formas de gravidade. Pode ser auxiliado pela ultrassonografia e sugerido por
achados de cardiotocografia fetal. Incide em 0,4% a 1,3% das gestações.
Quadro Clínico
311
• GRAU III- grave. Feto morto
III a: sem coagulopatia
Diagnóstico Ultrassonográfico
Exames Laboratoriais
Dosagem de Fibrinogênio (VN 300a 600 mg%), coagulopatia: < 100 mg%
Diagnóstico Diferencial
Conduta
312
Na vigência de hemorragia aguda, a assistência imediata é fundamental para
assegurar um melhor prognóstico materno-fetal.
Conduta Obstétrica:
Amniotomia imediata é fundamental e são considerados seus benefícios:
• Redução da compressão da cava inferior
• Dificulta ampliação do descolamento
• Melhora a hipertonia uterina
• Coordena as contrações uterinas
• Diminui a hemorragia
• Evidencia o hemoâmnio
• Diminui a pressão intra-uterina
• Reduz a incidência de coagulopatia
• Induz ou acelera o parto
313
Feto vivo > 26 semanas, resolução via alta.
Feto vivo < 26 semanas e/ou feto morto, na presença de estabilidade
hemodinâmica materna, pode-se proceder:
o amniotomia,
o indução do parto com ocitocina
o misoprostol (Prostokos) até 2 horas, com evolução;
o Caso não ocorra evolução em 1 hora Parto cesárea.
Sempre tomar cuidados especiais com o pós-operatório dessas pacientes que podem
evoluir com necrose tubular renal aguda e Síndrome de Sheehan (alterações necróticas e
isquêmicas da hipófise).
Complicações no Pós-Parto:
Conceito
Diagnóstico Clínico
A Placenta Prévia deve ser suspeitada em qualquer gestante que se apresente com
sangramento vaginal indolor, a partir de 24 semanas.
314
Contrações uterinas após episódio hemorrágico (10 a 20 % das gestantes),
observando-se tônus normal nos seus intervalos;
Exame especular (EE): Pode evidenciar colo uterino de aspecto normal, tampão
mucoso sanguinolento, coágulo na vagina ou sangramento proveniente da
cavidade uterina. Na maioria dos casos, o colo está congesto e aberto, com
sangue dentro do canal.
Condições associadas:
Classificação:
315
Diagnóstico Diferencial
Conduta
Via de Parto:
316
Marginal Tangencia o OI Parto vaginal em
sem ultrapassá-lo casos selecionados
Conceito
Diagnóstico
317
Quando o diagnóstico da vasa prévia é feito nos primeiros meses de gestação, a
gestante pode ser hospitalizada antes do desencadeamento o trabalho de parto,
garantindo assim o rápido acesso aos cuidados médicos. No caso de detecção durante o
trabalho de parto, indica-se a cesariana de emergência.
Clínico
Realizado eventualmente pelo toque digital dos vasos junto à bolsa aminiótica
e/ou pela visualização à amnioscopia.
Ultrassonográfico
318
2- Tipos histológicos: o carcinoma de células escamosas tem melhor prognóstico
do que o adenocarcinoma.
9- Invasão da vagina: os tumores que invadem a vagina têm pior prognóstico do que
aqueles que não a invadem.
319
12- Invasão linfática vascular: a sobrevida em cinco anos foi de 97%, sem invasão, e
de 88%, com invasão.
13- Data do último parto: alguns trabalhos relatam que as pacientes que tiveram o
diagnóstico do tumor até dois anos após o último parto tiveram um prognóstico pior
do que aquelas que tiveram o diagnóstico do tumor com intervalo maior. Outros
trabalhos não consideram relevante a data do último parto.
Referências Bibliográficas:
1. Cunningham FG; Gant, NF; Leveno KJ; Gilstrap III, LC; Hauth JC; Wenstrom KD.
Williams Obstetrics. 21 st Edition. McGraw-hill Companies, Obstetrical hemorrhage.
619:69, 2001.
2. Norwitz ER, Park JS, Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in
pregnant women- Contributor disclosures, UP TO DATE- Literature review current
through: May 2016.
3. Waissman M; Basso Filho F. Protocolo de condutas do Hospital São Luiz,
Hemorragias do terceiro trimestre. www.saoluiz.com.br/files/artigos/hemorragias,
julho, 2013.
4. Zugaib M, Bittar RE. Protocolos Assistenciais, 4ª edição, Editora Atheneu, 2013.
5. Zugaib M, Rolnik DL, Fittipaldi FS. Condutas em Obstetrícia, III Edição, 2009.
320
ANEXO I
FLUXOGRAMA 1
Avaliação de imagem
e/ou laboratorial
sim não
CESÁREA
Paciente Paciente
IMEDIATA
Estável Instável
Placenta Prévia
TERMO
Interrupção no
termo
322
Capítulo 22.
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA
GESTAÇÃO
Relatores
Docente: Prof. Dr. Carlos Augusto Santos de Menezes
Preceptores: Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio, Dra. Licemary G. Lessa
Residentes: Dra. Marla Niag dos S. Rocha, Dra. Tereza Cristina Figueiredo
Teixeira, Dra. Rebecca Maia Fontes, Dr. José Gabriel de Freitas Silva
Benevides, Dra. Pâmela do Carmo Mesquita Pereira
Colaboradora: Sra. Marluy Ramos (Farmacêutica)
1.Considerações Gerais
1.1.Complicações:
Dentre as complicações maternas que pode causar, podemos apontar: Descolamento
Prematuro da Placenta (DPP), Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), Edema
pulmonar, Insuficiência Hepática e/ou Renal, Hemorragia Cerebral, Convulsões e
Coma. Sobre as complicações neonatais, podemos associar: Prematuridade, Restrição
de Crescimento Intrauterino, Lesão Neurológica. A Hipertensão na gestação pode
ocasionar morte tanto materna, quanto fetal.
323
2. Aferição correta da Pressão Arterial
A gestante deve estar sentada, com o braço no mesmo nível do coração e manguito
de tamanho apropriado. Importante ser questionado sobre a ingestão de refeições,
bebidas (alcoólicas, café) e repouso de pelo menos 30 minutos.
3. Definição de Proteinúria
a. Hipertensão Crônica
PAS maior ou igual a 140mmHg e/ou PAD maior ou igual 90mmHg antes da
gravidez ou diagnosticada antes de 20 semanas de gestação.
PAS maior ou igual 140mmHg e/ou PAD maior ou igual 90mmHg antes da
gravidez ou diagnosticada antes de 20 semanas de gestação, que acrescentou apenas
proteinúria.
324
PAS maior ou igual 140mmHg e/ou PAD maior ou igual 90mmHg antes da
gravidez ou diagnosticada antes de 20 semanas de gestação com proteinúria, que
acrescentou ao quadro:
Exacerbação da hipertensão ou aumento da demanda de drogas anti-
hipertensivas, em pacientes inicialmente bem controladas.
Alteração de enzimas hepáticas (maior que 2 vezes o valor habitual).
Queda de plaquetas abaixo de 100.000/mL.
Dor em quadrante superior direito e/ou cefaleia severa.
Desenvolvimento de congestão pulmonar ou edema.
Desenvolvimento de Insuficiência renal.
Aumento substancial e sustentado de proteinúria.
PAS maior ou igual 140mmHg e/ou PAD maior ou igual 90mmHg com intervalo de 4
horas após as 20 semanas de gestação em mulheres previamente normotensas. Quando
associado à proteinúria, caracteriza-se pré-eclâmpsia.
Obs.: O diagnóstico de Hipertensão gestacional é retrospectivo, devido à ausência de
proteinúria.
CRITÉRIOS DE GRAVIDADE
PAS maior ou igual 160 mmHg e/ou PAD maior ou igual 110 mmHg em 2 ocasiões
com intervalo de 4 horas.
Não retardar abordagem terapêutica enquanto completa-se diagnóstico, agir se a
PA persistir elevada após 5 minutos.
Distúrbios visuais ou cerebrais (Confusão mental, amaurose, turvação visual ou
escotomas cintilantes).
Dor epigástrica ou em quadrante superior direito do abdome.
Oligúria (< 500ml em 24h).
Edema de pulmão ou cianose.
Insuficiência hepática (elevação de aminotransferases maior que 2 vezes o valor
ideal).
Trombocitopenia (Plaquetas < 100.000).
Hemólise (Anemia microangiopática).
325
Obs.: A ausência de proteinúria não exclui a gravidade do quadro.
f. Eclâmpsia
g. Síndrome HELLP
5. Objetivos assistenciais
Este protocolo tem como principais objetivos promover uma melhor vigilância
materna e fetal com o intuito de evitar evolução para complicações da doença,
assegurando desta forma melhores desfechos materno-fetais, com redução da
morbimortalidade, pela atuação da Equipe multidisciplinar.
- Taxa de progressão de casos sem critérios de gravidade para casos com critérios
de gravidade.
- Frequência de Descolamento prematuro da placenta (DPP) e Acidente vascular
cerebral (AVC) em hipertensas.
- Óbitos maternos e neonatais em pacientes com DHEG.
Referências Bibliográficas:
326
5. Expectant management of severe preeclampsia remote from term: The
MEXPRE Latin Study, a randomized, multicenter clinical trial, AJOG;
November 2013.
327
Capítulo 23.
1. Conceito
Definida como pressão sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão
diastólica maior ou igual a 90 mmHg (em duas medidas com intervalo mínimo de 4
horas) que antecede a gravidez, está presente antes da 20ª semana de gravidez, ou
persistir por mais de 12 semanas após o parto. Neste conceito também está incluído o
diagnóstico de hipertensão essencial latente, aquela diagnosticada a primeira vez
durante a gestação.
2. Contextualização
A hipertensão crônica em conjunto a gravidez está associada a um aumento
significativo da morbimortalidade materno-fetal. A hipertensão essencial ou primária
constitui a principal causa de hipertensão crônica na gravidez. A doença do parênquima
renal constitui a principal causa secundária de hipertensão crônica em gestantes. Outras
causas, com incidência bem reduzida, podem existir tais como: feocromocitoma e
coarctação da aorta. Estas últimas causas citadas merecem uma atenção maior no que
diz respeito ao manejo clínico dessas gestantes, uma vez que estão relacionadas a
maiores taxas de morte materna quando não diagnosticadas precocemente e sem
instituição de um tratamento adequado. Gestantes hipertensas crônicas apresentam risco
maior para desenvolvimento de pré-eclâmpsia sobreposta, que por sua vez aumenta o
risco de parto pré-termo e complicações gestacionais como descolamento prematuro de
placenta e restrição de crescimento fetal.
3. Classificação
A hipertensão crônica em gestantes é classificada em complicada e não complicada. A
gestante classificada como hipertensa crônica não complicada apresenta funções renal e
cardíaca normais. Na dita hipertensão complicada, já surgem alterações nas funções
328
renal e cardíaca ou ainda pode existir a pré-eclâmpsia superajuntada, apresentando ou
não critérios de gravidade (Vide Protocolo de Pré-eclâmpsia).
4. Conduta
a. Atendimento Ambulatorial
- Durante as consultas:
.Exame físico,
.Medida cuidadosa da pressão arterial
.Proteinúria de fita devem ser realizadas.
.Orientações sobre: Medidas comportamentais e alimentares também devem ser
encorajadas tais como diminuir ou até mesmo abolir consumo de alimentos
industrializados, abandono do tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Restrição ao
sódio não é recomendada. Orienta-se repouso físico em decúbito lateral esquerdo e pelo
menos 8 horas de sono à noite e 1 hora de descanso pela manhã e à tarde.
- Tratamento hipotensor:
Introduzir caso PAS maior ou igual 150 ou PAD maior ou igual 100mg, em duas
medidas, confirmadas com repouso, sem ingesta de alimentos, sem atividade física e
329
com bexiga vazia ou quando não há melhora dos níveis tensionais à mudança de hábitos
de vida / ocupacional.
Objetivo:
Nas hipertensas crônicas sem lesão de órgão-alvo a pressão arterial diastólica
não deve ser mantida abaixo de 80 mmHg.
Naquelas com lesão de órgão- alvo secundária à hipertensão crônica a terapia
anti-hipertensiva tem como meta níveis tensionais inferiores a 140 x 90 mmHg.
Opções Terapêuticas:
330
Furosemida 20 a 40 mg⁄dia Hipotensão, Uso restrito às
hiperuricemia, emergências, como
hiponatremia, edema agudo de pulmão
hiperglicemia
- Profilaxia de Pré-eclampsia:
- Solicitar exames:
- Laboratoriais:
Hemograma,
AST, ALT, DHL,
Ac Úrico, Creatinina
Bilirrubinas totais e frações
Pesquisa de Proteinúria.
- US Obstétrico com dopplerfluometria
-Internamento:
Estas pacientes devem ser internadas para vigilância, desde que não preencha
critérios para interrupção imediata.
331
Nos casos de pré-eclâmpsia superajuntada o internamento hospitalar também
deve ser preconizado, bem como nas pacientes com controle insatisfatório dos níveis
tensionais mesmo após introdução do tratamento medicamentoso e em qualquer
situação onde há comprometimento do bem-estar fetal, tais como redução do líquido
amniótico oligodramnia ou alteração no doppler.
CRITÉRIOS DE GRAVIDADE
PAS maior ou igual 160mmHg e/ou PAD maior ou igual 110mmHg em 2 ocasiões com
intervalo de 4 horas. (Não retardar abordagem terapêutica enquanto completa-se
diagnóstico, agir se a PA persistir elevada após 5 minutos).
332
Oligúria (< 500ml em 24h).
c. Atendimento na Enfermaria:
Avaliação materna:
Proteínúria de 24h a cada 2 semanas,
Relação proteinúria/ creatinina urinária uma vez por semana.
Avaliação fetal:
Dopplervelocimetria uma vez por semana,
Bbiometria fetal a cada 15 dias,
Perfil Biofísico Fetal duas vezes por semana (Avaliar ILA)
Cardiotocografia diária a partir da 28º semana.
333
d. Atendimento no Puerpério:
Alta Hospitalar:
Quando: Após mínimo de 72 horas após o parto, se controles tensionais estáveis nas
últimas 24 horas (inferior a 150 x 100mmHg).
Orientações: A paciente deverá ser orientada a realizar MRPA (Monitorização
residencial da pressão arterial) diária até consultas de revisão.
334
80mg
Captopril Comprimidos de 50 a 150mg Via oral; dividida em
12,5mg, 25mg e 2 vezes/dia.
50mg
Obs.: Nas pacientes com hipertensão crônica pode-se considerar a adição de diuréticos
como terapia coadjuvante.
335
ICO
336
Capítulo 24.
1.Diagnóstico
3. Conduta
A. Prevenção de Pré-eclâmpsia:
337
SAAF,
Diabetes tipo 1 ou 2 pre-existente
Hipertensão crônica.
-Cálcio: 1,5 a 2g por dia até o fim da gestação. Iniciar com 12 semanas de
gestação em mulheres com alto risco para Pré-eclâmpsia e carência
alimentar de cálcio.
B. Atendimento no Pré-Natal
C.1. Cenário 1:
Gestante com Hipertensão Gestacional/ Pré-eclampsia sem critérios de gravidade:
c) Exames:
c) Tratamento hipotensor:
- Quando iniciar: PAS maior ou igual a 150 mmHg ou PAD maior ou igual a 100
mmHg, em duas medidas.
-Opções Terapêuticas:
338
Alfametildopa Comprimidos de 250mg 2g/dia
d) Quando internar?
a) Exames solicitados:
a. Rotina laboratorial,
b. Cardiotocografia,
e. Avaliação do ILA.
C.2. Cenário 2:
339
vômitos e alterações visuais acompanhada de hiperreflexia. A reatividade vascular pode
produzir resistência suficientemente capaz de gerar descompensação cardíaca como
edema pulmonar.
CRITÉRIOS DE GRAVIDADE
PAS maior ou igual 160 mmHg e/ou PAD maior ou igual 110 mmHg em 2 ocasiões
com intervalo de 4 horas. (Não retardar abordagem terapêutica enquanto completa-
se diagnóstico, agir se a PA persistir elevada após 5 minutos).
Tratamento na Emergência:
- Infusão de fluidos: Deve ser criteriosa para evitar que a hipovolemia reduza a
perfusão visceral e a infusão excessiva não desencadeie sobrecarga cardiovascular. O
debito urinário deve ser mantido em 30 ml/hora e a infusão deve ser no máximo de 100
ml/hora.
340
DROGAS POSOLOG VIA DE INTERVA DOSE FORMA
HIPOTENSO IA/ DOSE ADMINISTRAÇ LO TOTAL DE
RAS ÃO ENTRE MÁXIMA APLICAÇ
DOSES ÃO
- Seguimento da TA:
na 1ª hora: a cada 10 minutos
na 2ª hora: a cada 15 minutos
na 3ª hora: a cada 30 minutos
na 4ª hora até ser encaminhada à enfermaria: a cada 60 minutos
Atendimento na Enfermaria
Exames:
- Rotina laboratorial 2x/semana
- USG com Doppler de artéria umbilical semanalmente;
- Cardiotocografia diária a partir de 28 semanas;
- Perfil biofísico fetal 2x/semana (Avaliar ILA);
- Biometria fetal a cada 15 dias.
D. Interrupção da Gestação:
341
O parto é o tratamento definitivo da pré-eclampsia e da hipertensão gestacional
podendo haver rápida melhora tão logo se ultime o parto.
Interrupção: 37 semanas.
E. Atendimento no Puerpério:
342
E.1. Tratamento da Hipertensão aguda no puerpério:
Obs 1: Nas pacientes com hipertensão crônica pode-se considerar a adição de diuréticos
como terapia coadjuvante. Além disso, o regime hipotensor prévio deve ser restituído
para o controle pressórico no puerperio.
Obs 2: Cuidado deve ser considerado na retirada súbita da Alfametildopa no puerpério
pela possibilidade de hipertensão por rebote.
343
344
Capítulo 25.
ECLÂMPSIA
Relatores
Docente: Prof. Dr. Carlos Augusto Santos de Menezes
Preceptores: Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio, Dra. Licemary G. Lessa
Residentes: Dra. Marla Niag dos S. Rocha, Dra. Tereza Cristina Figueiredo
Teixeira, Dra. Rebecca Maia Fontes, Dr. José Gabriel de Freitas Silva
Benevides, Dra. Pâmela do Carmo Mesquita Pereira
Colaboradora: Sra. Marluy Ramos (Farmacêutica)
1. Conceito
Ocorrência de convulsões tônico-clônicas generalizadas em mulheres com
DHEG, excluindo-se as convulsões de causas neurológicas, anestésicas, farmacológicas
ou por complicações metabólicas.
2. Contextualização
A Eclampsia ocorre em 2-3% das mulheres com Pré-eclâmpsia/ Hipertensão
gestacional com critério de gravidade que não receberam anticonvulsivante e em 0,6%
das mulheres sem critérios de gravidade.
3. Diagnóstico
- Eclâmpsia: convulsão.
345
4. Conduta
A. Tratamento na convulsão:
Iniciar quando PAS maior ou igual 160 mmHg ou PAD maior ou igual a 110mmHg.
346
DROGAS VIA DE INTERVA DOSE FORMA
HIPOTENSO DOSE ADMINISTRAÇ LO TOTAL DE
RAS ÃO ENTRE MÁXI APLICAÇ
DOSES MA ÃO
Hidralazina Diluir
5 a Endovenoso 20 minutos 20mg ampola em
10mg
Por 2 minutos solução
1:19; fazer a
cada dose
05 ou 10mL
da solução
347
b. Esquema de Sibai - administrar em Bomba de Infusão:
348
abolir a convulsão inicial com uso de drogas como Benzodiazepínicos, devido ao risco
de depressão respiratória.
Esquema de Hidantalização:
Fenitoína 250 mg, correr em 10 minutos (01 ampola – 5mL diluída em 250mL
de SF a 09% em BI a 1.500mL/h). Repetir o esquema a cada 30 minutos até dose
máxima de 750mg de Fenitoína.
Situações especiais:
Seguimento:
Manter o controle:
- 1ª hora: a cada 10 minutos
- 2ª hora: a cada 15 minutos
- 3ª hora: a cada 30 minutos
- 4ª e 5ª horas: a cada 60 minutos
- a partir de então, a cada 2 horas, até ser encaminhada à enfermaria.
B. Interrupção da Gestação:
Conduta obstétrica
349
fetal. Considerar a via vaginal se condição materno-fetal adequada e colo favorável ao
parto até 24 horas (lembrar que gestações com IG < 32 semanas, especialmente em
condições fetais desfavoráveis, tem elevada taxa de insucesso de tentativa de
amadurecimento cervical).
Parto cesáreo é opção razoável quando IG < 32 a 34 semanas e colo
desfavorável. Se colo uterino favorável, parto normal poderá ser considerado, desde que
a duração do trabalho de parto não ultrapasse 24 horas.
C. Exames Complementares:
350
DROGA APRESENTAÇÃO DOSE DIÁRIA FORMA DE
HIPOTENSORA ADMINISTRAÇÃO
351
352
ANEXO II
353
Capítulo 26.
Síndrome Hellp
Relatores
Docente: Prof. Dr. Carlos Augusto Santos de Menezes
Preceptores: Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio, Dra. Licemary G. Lessa
Residentes: Dra. Marla Niag dos S. Rocha, Dra. Tereza Cristina Figueiredo
Teixeira, Dra. Rebecca Maia Fontes, Dr. José Gabriel de Freitas Silva
Benevides, Dra. Pâmela do Carmo Mesquita Pereira
Colaboradora: Sra. Marluy Ramos (Farmacêutica)
1.Conceito
A Síndrome HELLP é uma forma multissistêmica grave da Doença Hipertensiva
Específica da Gestação (DHEG) que se caracteriza pela presença de anemia hemolítica
microangiopática, disfunção hepática e trombocitopenia (o que justifica o acrônimo
“Hemolysis, Elevated Liver enzymes, Low P ”).
2. Contextualização
3. Classificação
354
3.2. Classificação de Tennessee:
4. Diagnóstico
Clínico: A maior parte das pacientes que desenvolvem Síndrome HELLP
apresentam sintomas entre 28 e 36 semanas de gestação, mas não é incomum
ocorrer inclusive após o parto. As manifestações clínicas são geralmente
múltiplas e imprecisas, como náuseas, vômitos e mal-estar, perda de apetite,
cefaleia ou sintomas visuais (que podem confundir com infecções virais) e dor
abdominal, principalmente epigástrica e/ou no hipocôndrio direito. A
proteinúria, associada a hipertensão arterial, poderá ocorrer em 85% dos casos.
Laboratorial:
o Trombocitopenia: Contagem de Plaquetas < 100.000/mm³ (Estabelece
critério de gravidade quando abaixo de 50.000/mm³).
Diagnóstico Diferencial:
355
Sindrome HELLP. Contudo, como geralmente é associada a CIVD e Hipoglicemia
grave, deve-se solicitar a fim de diferenciá-las: TP, TTPA e glicemia.
5. Complicações:
6. Conduta
356
Solicitar Regulação para unidade de cuidado terciário materno.
6.1. Pronto-atendimento:
Hidralazina Diluir
5 a Endovenoso 20 minutos 20mg ampola em
10mg solução
em 2 1:19; fazer a
minuto cada dose
s
05 ou 10mL
da solução
357
D. Prevenção de convulsões: Magnesioterapia (VIDE Capítulo Eclampsia).
E. Uso de Fluidos/Hemoderivados:
Deveremos considerar o uso nas seguintes condições:
- Plaquetopenia + sangramento ativo.
- Profilaticamente (prevenção do sangramento excessivo durante o parto) -> Se
Plaquetas < 20.000.
- Se cesárea eletiva: transfusão para obter alvo de Contagem de Plaquetas > a 40.000 a
50.000 células.
OBs.: Cada unidade de Plaquetas transfundida produz aumento de 5.000 na contagem
de plaquetas. Avaliar necessidade de reposição de demais hemocomponentes, nas
pacientes politransfundidas.
358
b. Rotina de exames: Após estabilização (Contagem de plaquetas > 50.000,
em elevação), realizar avaliação laboratorial a cada 24 horas até 72 horas,
quando é esperada melhora dos parâmetros laboratoriais.
Obs.: É esperado melhora dos parâmetros laboratoriais após 24 horas do parto.
Hidralazina
Nifedipina
Atensina na forma oral em doses de 0,1 a 0,2 mg a cada hora até a dose total
máxima de 0,6 mg.
359
d. Alta Hospitalar
Quando: Mínimo de 72h de observação. Alta após melhora ou estabilização dos
parâmetros laboratoriais e controle dos níveis pressóricos.
Orientar e escrever em relatório de alta sinais e sintomas de iminência de
eclâmpsia ou complicações da Síndrome HELLP.
Realizar controle ambulatorial rigoroso de PA, com retorno à emergência se PA
> 150x100mmHg. Consulta de revisão em 8 dias.
360
361
Capítulo 27.
1.Introdução
Os anticoagulantes orais não devem ser utilizados na gravidez, mas podem ser
utilizados no puerpério. No 1º trimestre da gravidez pode causar malformações fetais
(síndrome warfarínica) e aborto. No 2º trimestre pode ser responsável por alterações
oculares e cerebrais. No 3º trimestre, pode ocorrer sangramento fetal no parto.
A anticoagulação na gestação deve ser feita com heparina, que tem peso molecular
entre 4.000 a 40.000 kDa e não atravessa a placenta. Este anticoagulante facilita a ligação
da AT III com fatores da cascata de coagulação (via intrínseca).
362
- deficiência congênita de inibidores de coagulação como proteína C, proteína S, anti-
trombina III (AT III);
- imobilização prolongada por cirurgia de grande porte e internação em UTI.
- Meias compressivas
363
Conduta: Utilização de heparina de baixo peso molecular e meias compressivas
4. Recursos Essenciais
5. Diagnóstico
Exames complementares
6. Conduta
364
O período de manutenção da profilaxia dependerá do tempo de imobilização - nas
cirurgias de risco moderado ou elevado manter por 5 a 7 dias.
Fatores de risco para sangramento durante a profilaxia: neoplasia, uso associado de anti-
inflamatórios, antiagregantes plaquetários ou plaquetopenia
Deambulação precoce
Medidas mecânicas
365
Pré procedimento:
Pré procedimento:
- HBPM, na dose plena SC até 24h antes do procedimento ou HNF, na dose plena SC
até 12h antes do procedimento
- suspender anticoagulação oral 3 dias antes
- na véspera, realizar TP e caso RNI > 1,7 administrar vitamina K (Kanakion) 1 a 1/2
ampola VO ou IM
Pós procedimento, na ausência de complicações hemorrágicas:
366
Uso de heparina profilática:
Nas situações listadas acima, a anticoagulação profilática com heparina deve ser iniciada o
mais precocemente possível com 200 U/kg/dia, dividida em duas tomadas, via subcutânea
(SC).
- urticária
- plaquetopenia (1 a 10% das pacientes)
- osteoporose, que ocorre em usuários de doses diárias maiores que 20.000 U/dia por, no
mínimo, 20 semanas
- hemorragia
367
preferencialmente de vidro (heparina adere ao plástico). O nível sérico ideal de heparina é
de 0,2-0,4U/ml.
O tempo de uso agudo de heparina é de 5 dias EV. O tempo máximo geralmente não deve
ser ultrapassar 6-7 dias por causa da plaquetopenia. Nestes casos, pode ser usada heparina
de baixo peso molecular. A contagem de plaquetas deve ser realizada a cada 2 dias neste
período.
Em gestantes, após a fase aguda, passar para heparina SC, 100 - 120U/kg/dose em
intervalos de 12/12hs, em doses ajustáveis pelo R. Durante a fase de manutenção, deve ser
realizada contagem de plaquetas uma vez por semana inicialmente espaçando-se a seguir.
Se o tratamento é iniciado na gestação, deve ser continuado até 6 semanas após o parto. As
pacientes com TVP pós-parto devem receber tratamento por 6 semanas (TVP distal) ou 12
semanas (TVP proximal). Tromboflebite pélvica deve ser tratada por uma semana EV
(fase aguda), seguida por 6 semanas de manutenção. Em casos de embolia, está indicada
anticoagulação por 6 meses.
Caso a paciente esteja usando anticoagulante oral, é necessário mudar para heparina no
mínimo 15 dias antes do parto. Embora o efeito anticoagulante na mãe possa desaparecer
em três dias, no feto/RN pode levar de 7 a 10 dias. Manter a heparina até 6-8h antes do
parto, quando deve ser suspensa para desaparecer seu efeito anticoagulante até o momento
do procedimento. Há um risco de 0,35% de hematomas no espaço peridural, seguido por
paralisia, se a paciente recebe uma anestesia epidural enquanto anticoagulada ou se as
368
drogas anticoagulantes são iniciadas enquanto ainda está com cateter. Nestas pacientes, a
melhor opção seria anestesia local, devendo ser evitado também o bloqueio pudendo.
Se a anticoagulação está excessiva, mas não há hemorragia, deve ser reduzida a dose da
medicação. Se ocorrer hemorragia, a primeira medida deve ser a suspensão do
anticoagulante, seguida de uso de antídotos se clinicamente necessário.
369
Referências Bibliográficas
2- Clark, S.L. et al. - Critical Care Obstetrics. 2nd ed. Blackwell Scientific
Publication, Boston, 1991.
5- James AH, Jamison MG, Brancazio LR, Myers ER. Venous thromboembolism
during pregnancy and the postpartum period: Incidence, risk factors, and
mortality. Am J Obstet Gynecol. 2006;194(5):1311-5.
6- Marik PE, Plante LA. Venous thromboembolic disease and pregnancy. N Engl J
Med. 2008;359(19):2025-33.
8- Ray JG, Chan WS. Deep vein thrombosis during pregnancy and the puerperium:
a meta-analysis of the period of risk and leg of presentation. Obstet Gynecol
Surv. 1999;54(4):265-71.
370
FLUXO ASSITENCIAL DE TVP NA GESTAÇÃO
Fonte: Andrade BAM et al. Femina, nov 2009, vol 32, (11), 612-618.
371