Ano 1 | Nº 12 | Distribuição gratuita

São Sebastião - 1 a 15 de outubro de 2010

SOS Educação
Prefeitura raciona merenda: “crianças não podem
comer mais que uma vez em escolas e creches”
Funcionários tentam contornar situação imposta pela administração municipal para
reduzir custos. Creche tinha apenas meio quilo de feijão para alimentar as crianças
O JORNAL
A Prefeitura de São Sebas-
tião está limitando o acesso das
crianças à merenda nas escolas
e creches municipais. Isso vem
gerando uma situação de descon-
forto entre funcionários, além de
provocar o inconformismo de pais
de alunos. O JORNAL recebeu
diversas reclamações sobre a triste
situação, considerada inédita na
cidade. A qualidade e a variedade
da merenda também estão sendo
questionadas.
A situação tornou-se insupor-
tável a partir do retorno das férias,
em agosto deste ano, quando a
quantidade de comida feita no
dia deve obedecer ao número de
crianças presentes mais 15% de

Prefeitura não libera carro para levar paciente

à cirurgia e dá “passe vencido”
Quando parece que a desorga-
nização e a falta de respeito com
o contribuinte chegaram ao seu
limite, surge um fato novo. O
JORNAL recebeu uma denúncia,
com documentos que compro-
vam que um usuário do sistema
de saúde recebeu da Prefeitura
de São Sebastião passes venci-
dos para ir a Caraguatatuba, onde
faria uma cirurgia de emergência.
Por sorte, a pessoa viu a tempo
e recorreu a amigos para levá-
lo. Com três dias de antecedên-
cia esteve por diversas vezes na
Secretaria de Saúde; ali foi infor-
mado que não haveria carro dis-
ponível para levá-lo e que seria
possível apenas ceder passes para
ir de ônibus, mesmo com as fortes
dores que estava sentindo. Págs. 3
repetição. A situação é crítica na
Educação. O JORNAL recebeu
também várias reclamações de
pais de alunos da rede municipal
de que a programação desenvol-
vida na Semana da Criança terá
de ser custeada pelos próprios
estudantes. Para ir ao cinema, as
escolas estão pedindo aos pais o
dinheiro do ingresso e do trans-
porte. Comunicado da secretária
proíbe viagens de alunos. Págs. 6 e 7

Cartão postal da cidade, Prefeitura de São Sebastião

Rua da Praia está
abandonada
Nesta edição você confere
imagens inéditas da situação
lamentável que se encontra o
principal ponto turístico da
cidade, a Rua da Praia. Urbani-
zado em 2007, o cartão postal
de São Sebastião sofre com o
vandalismo e, principalmente,
com a falta de manutenção por
parte do atual governo. Pág. 10
fecha Berçário I no
Canto do Mar
A Prefeitura de São Sebas-
tião, sem qualquer justificativa,
simplesmente fechou parte do
Berçário Municipal do Canto
do Mar, que havia sido inau-
gurado em 2007. O espaço
atendia cerca de 50 crianças e
funcionava próximo à Creche
Diva Bernardino e à EMEI
Mundo Encantado. Pág. 4

EDITORIAL
Cidade parada, economia enfraquecida,
população desrespeitada!
O município de São Sebastião
vive hoje dias cada vez mais difí-
ceis. Reflexo da má administra-
ção do poder público. A falta de
investimentos da Prefeitura acaba
afetando diretamente a econo-
mia local. O setor do comércio é
o mais atingido e muitos estabe-
lecimentos já fecham suas portas.
Enquanto outros municípios da
região despontam, a cidade que
é sede do maior terminal marí-
timo de embarque e desembarque
de petróleo e que detém o maior
orçamento do Litoral Norte
patina na incompetência de seu
governante. Parece que os mais
de R$ 300 milhões de receita são
insuficientes para a ambição dos
que comandam. A cidade parou
e é fácil de perceber. Sua rua está
sendo pavimentada? Há escola ou
postos de saúde sendo construí-
dos no seu bairro? A prometida 2ª
fase da urbanização do aterro da
Rua da Praia começou? Os dois
hospitais estão sendo construí-
dos no Centro e Costa Sul? Para
todas as perguntas, uma única res-
posta: nada, absolutamente nada.
A única escola em construção teve
a obra paralisada por suspeita de
superfaturamento. Só o que não
falta é tinta verde. Veja o exem-
plo do cemitério, que em pouco
mais de um ano e meio já recebe
sua terceira pintura, detalhe, agora
CHARGE
num verde mais forte.
Outro indicador é a própria
página da internet do municí-
pio ou mesmo alguns jornais que
dependem dos repasses da Pre-
feitura. Lá estão notícias institu-
cionais como eventos de escolas,
pinturas de guia, operações do
trânsito, enfim, ações rotineiras de
qualquer cidade. Quando não, os
espaços ficam reservados para o
marketing do próprio governante.
Como citamos na edição anterior,
São Sebastião padece e segue sem
rumo . Nem mesmo integrantes do
próprio governo se entendem e as
turbulências não param de ocorrer
no ‘palácio verde’. A última vítima
foi a secretária de Meio Ambiente,
Traud Rossi, que foi exonerada por
afirmar não compactuar com irre-
gularidades e por ter participado de
uma reunião de campanha eleitoral
de candidato a deputado que não faz
parte do círculo político do gover-
nante. Ou seja, perseguição dentro
da própria administração.
Enquanto isso, a população
continua sendo desrespeitada.
Paciente que recebe passe ven-
cido, berçário que se fecha e deixa
mães sem condições de trabalhar,
merenda limitada para crianças e
tantas outras afrontas à nossa dig-
nidade. A sociedade sebastianense
clama por melhores dias, pois pio-
res que estes realmente não há.
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
CARTAS
Onde estão as obras e dinheiro?
Fico espantado e ao mesmo revoltado com as constantes mentiras faladas pelo
prefeito Ernane Primazzi e sua equipe. Gostaria que respondessem à pergunta:
onde estão as 90 obras e os R$ 80 milhões investidos? Basta andar por qualquer
bairro do Município e verificar a situação de penúria e a falta de investimentos. A
cidade está parada e abandonada e as denúncias de irregularidades surgem a cada
momento. Pergunto ainda, onde estão as entidades antes tão combativas, como
OAB, Sindicato dos Servidores e Câmara Municipal? Por que se calam? Aí estão
mais algumas perguntas que eu, como cidadão e contribuinte neste Município,
gostaria de ter respostas. Desculpem o desabafo, mas me incluo na grande maio-
ria daqueles que votaram no atual prefeito e hoje se sentem enganados.
Marcelo Ferreira Moura, do Varadouro
O JORNAL
O resultado observado com as notícias trazidas por este veículo de comunica-
ção tão importante para o momento que vive São Sebastião, só os credencia e
motiva a continuar nesse brilhante trabalho para melhor informar a população
de nossa cidade. São Sebastião padece com uma administração com fortes sus-
peitas de corrupção, ineficiente e incompetente. Obrigado por nos informarem
as mazelas da administração brocha. PARABÉNS pelo trabalho!
Leandro Chaves, do Centro
Saúde
Infelizmente, recorro ao O JORNAL para informar que a situação na saúde
continua um caos. Faltam médicos, remédios e até material básico, como espa-
radrapo e ataduras. O sistema sobrevive graças à dedicação e ao empenho dos
funcionários, porque senão, o caos seria maior. Aliás, estes funcionários, que
prestam o atendimento, na maioria das vezes, são os que escutam as reclama-
ções dos pacientes, sem ter culpa. Afinal, os verdadeiros culpados estão em suas
belas salas com ar condicionado, certamente com outras preocupações. E um
alerta: o Instituto Acqua não é muito diferente do Sollus. Pesquisem e para-
béns pelo trabalho!
Maria Aparecida Soares, do Bairro Itatinga
EXPEDIENTE
O JORNAL é uma publicação da Imagem Assessoria de Comunicação e Eventos Ltda - ME
Editor e Jornalista Responsável: Júlio Buzi (MTB 17.221)
Colaboradores: Gleivison Gaspar, João Bombeiro, Marquinho Souza
Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda.
Tiragem: 5 mil exemplares
Distribuição: São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba
Redação: ojornal.redacao@gmail.com
Publicidade: imagem-assessoria@uol.com.br
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010

Mentira: Instrumento do atual governo

Na recente inauguração da
urbanização da orla da Praia das
Cigarras, o prefeito Ernane Pri-
mazzi fez, mais uma vez, afir-
mações que não condizem com a
verdade, desta feita sobre o con-
vênio que possibilitou a realização
da obra. O evento contou com
a presença de pequeno público,
a grande maioria de políticos e
comissionados.
Em seu discurso, o prefeito
afirmou que o convênio para
essa obra era de 2007, mas, os
recursos estavam sendo per-
didos por falta de regulariza-
ção da documentação exigida
pelo Dade (Departamento de
Apoio ao Desenvolvimento das
Estâncias). Ele disse ter recu-
perado a verba e viabilizado a
urbanização.
As afirmações do prefeito
reforçam o editorial da última edi-
ção de O JORNAL, “A Mentira
como Instrumento de Governo”.
Isso porque, ao contrário das suas
afirmações, o convênio foi assi-
nado em 2008 entre o Município
e o Estado, com a liberação de R$
285.781,23, além da contrapar-
tida da Prefeitura.
O JORNAL pesquisou os
arquivos de notícias da Prefeitura
e os jornais da região, constatando
a verdade: a urbanização da orla
da Cigarras foi projeto apresen-
tado pela administração anterior
assim como a solicitação da verba,
mas tanto empenho e iniciativa
foram ignorados no discurso do
atual prefeito.
E tem mais, o projeto origi-
nal, além da urbanização, pre-
via a construção de quiosques e
banheiros públicos e a instalação
de duchas na praia. Estes equi-
pamentos foram retirados do
projeto original, mas não houve
redução de preços, o que causa a
sensação de uma nova rasteira no
povo sebastianense.

Prefeitura dá passe vencido a paciente FOTOS: O JORNAL

Quando parece que a desorgani-
zação e a falta de respeito com o con-
tribuinte chegou ao seu limite, surge
um fato novo. O JORNAL recebeu
uma denúncia, com documentos que
comprovam que um usuário do sis-
tema de saúde recebeu da Prefeitura
de São Sebastião passes vencidos
para ir a Caraguatatuba, onde faria
uma cirurgia de emergência. Por
sorte, a pessoa viu a tempo e recorreu
a amigos para levá-lo.
O paciente disse que teria que
fazer uma cirurgia para retirada de
cálculos renais no último dia 1º de
outubro. Com três dias de antece-
dência esteve por diversas vezes na
Secretaria de Saúde, onde foi infor-
mado que não haveria carro dispo-
nível para levá-lo e que seria possí-
vel ceder passes até Caraguatatuba,
para ir de ônibus, mesmo com as
graves crises que estava passando.
Não tendo alternativa, o
paciente aceitou os passes e
quando chegou à sua casa, se sur-
preendeu ao verificar que os pas-
ses tinham vencido em junho, mente aos nossos governantes. São Itatinga. O JORNAL entrou em
há quase cinco meses. “Isso é um Sebastião está morrendo”, afirmou contato com a Prefeitura e, mais
absurdo, um desleixo. Os passes o paciente, morador no Bairro do uma vez, não obteve resposta.
que me foram dados são mais uma
prova de desperdício de dinheiro
público, pois a Prefeitura pagou
por algo que não usou”.
O paciente procurou O JOR-
NAL para questionar o atual pre-
feito para saber “onde estão as
promessas feitas na campanha? O
prefeito precisa enxergar o que a
população está precisando, que é
de remédio e de mais atenção na
área da saúde”, desabafou. Ele se
disse envergonhado e humilhado
como um cidadão que paga seus
impostos em dia.
O munícipe sugere ao pre-
feito que, em vez de pintar as ruas,
muros e paredes de verde, use os
recursos para melhorar a saúde
em São Sebastião, acrescentando
que chega a levar quatro meses
para marcar uma consulta. “Que
esta situação sirva de alerta aos
vereadores, à Justiça e principal-
 O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010

Prefeitura fecha Berçário I no Canto do Mar

O JORNAL
A Prefeitura de São Sebas-
tião, sem qualquer justificativa,
simplesmente fechou parte do
Berçário Municipal do Canto
do Mar, que havia sido inaugu-
rado em 2007. O espaço aten-
dia cerca de 50 crianças e fun-
cionava próximo à Creche Diva
Bernardino e à EMEI Mundo
Encantado. O atendimento foi
reduzido pela metade.
O Berçário foi inaugurado em
junho de 2007 e era o primeiro
de caráter municipal, que seria
ampliado para outros bairros de
São Sebastião. Eram atendidas
cerca de 50 crianças, distribuí-
das entre o Berçário I (4 meses
a 1 ano de idade) e Berçário II
(crianças de 1 a 2 anos). As crian-
ças de 4 meses a 1 ano deixaram
de ser atendidas.
Ligado à Creche Diva Bernar-
dino e usando o espaço da EMEI
Mundo Encantado, o berçário
contava com o trabalho de cerca
de 10 pajens. A partir dos 2 anos
de idade, as crianças iam para a
creche, divididas por faixa etária:
maternal (a partir de 2 anos) e 1ª
etapa (de 3 a 4 anos).
Muitas mães ficaram revoltadas
com a medida. “Preciso trabalhar
e ganho pouco. Não tenho como
pagar alguém para ficar com meu
filho. Em vez de ampliar as vagas,
cortam o serviço”, disse a diarista
Maria Aparecida da Conceição. Berçário do Canto do Mar tinha toda estrutura para atender crianças de até 2 anos
A balconista Sueli Alves disse deu condições de trabalhar e dei- çado é que eles não se sentem entrou em contato com a Prefei-
que “teve sorte”, pois o berçário xar minha filha bem cuidada. obrigados a dar satisfação para a tura e até o encerramento desta
fechou quando sua filha com- Conheço muitas mães que não comunidade. Fecharam e pronto. edição não teve respostas sobre
pletou 1 ano. “Era um atendi- conseguem trabalhar por falta do A gente que se vire”, solidariza- o fechamento parcial do berçário
mento de primeiro mundo e me berçário”, e ela continua “Engra- -se a moradora. O JORNAL do Canto do Mar.

Vestibular da ETEC de São Sebastião está com

inscrições abertas
A ETEC (Escola Técnica) de
São Sebastião está com as ins-
crições abertas para o vestibular
2011. São 360 vagas divididas em
seis cursos. Além dos cursos há
vagas para o Ensino Médio.
Os cursos oferecidos serão:
Meio Ambiente, Secretariado,
Turismo Receptivo, Adminis-
tração, Informática para Inter-
net e o novo curso da unidade,
Segurança do Trabalho, são 40
vagas por curso. Já para o Ensino
Médio são 120 vagas.
As inscrições já podem ser
feitas pelo site www.vestibuli-
nhoetec.com.br até as 15 horas
do dia 22. Para aqueles que não
possuem computador com inter-
net, a ETEC disponibilizou um
posto de atendimento eletrô-
nico nas dependências da escola,
cujo horário de atendimento é de
segunda a sexta-feira, das 9 às 13
horas e das 14 às 20 horas.
A estimativa é que aproxima-
damente 1.500 alunos se inscre-
vam para a prova, que está prevista
para ocorrer no dia 21 de novem-
bro, em local ainda a ser definido
pelo Centro Paula Souza.
Serviço: A ETEC fica na
Rua Ítalo Nascimento, 366, no
Porto Grande. Mais informa-
ções pelos telefones (12) 3892-
1424 - 3892-2577.
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
Ex-presidente da OAB
processa O JORNAL
Inconformado com a divulga-
ção de sua condenação por um
processo trabalhista movido por
uma ex-funcionária da OAB, o
ex-presidente da entidade, Luiz
Tadeu de Oliveira Prado, resolveu
processar O JORNAL pedindo
uma indenização de R$ 150 mil
por danos morais. Um de seus
advogados é Nehemias Domingos
de Melo, o mesmo que defendeu
a estudante Geisy Arruda no caso
da Universidade Bandeirante.
Na ação, Luiz Tadeu confirma
que a ex-funcionária entrou com
pedido de indenização por danos
morais por assédio moral e sexual
e que o pedido da reclamante foi
acatado quanto ao assédio moral,
mas não junta a sentença. Diz
ainda que a questão do assédio
sexual teria sido arquivada.
Para o advogado, o fato não tem
interesse público, pois não se con-
sidera pessoa pública, pois, como
presidente da OAB seria, “no
máximo, simples pessoa notória”.
Mas como sustentar isso, alguém
que participa de tantas entidades,
tem um blog onde emite opini-
ões, faz acusações e insinuações
contundentes; é exatamente este
acúmulo de atribuições públicas
que evidencia uma pessoa pública,
agora não é hora de querer se
Ocupação de áreas públicas
O JORNAL tem recebido
várias denúncias de ocupação de
áreas públicas, inclusive de ruas,
por particulares. Estamos levan-
tando diversas situações e bre-
vemente iniciaremos uma série
de reportagens sobre o assunto.
Normalmente, estas pessoas se
dizer “anônimo”.
O JORNAL informa aos seus
leitores que toda a divulgação foi
feita dentro dos limites permiti-
dos pela legislação. E no caso da
ação interposta pelo ex-presidente
da OAB, serão tomadas todas as
medidas cabíveis.
Mudanças
O ex-presidente, que sempre se
colocou a denunciar supostas irre-
gularidades e a defender a demo-
cracia e a liberdade de imprensa,
parece que estrategicamente
mudou de opinião. O seu blog, até
então combativo e crítico, a partir
de 2009 mostra-se ameno e con-
templativo, aborda assuntos gené-
ricos ou cita muito superficial-
mente supostas irregularidades da
atual administração, da qual sem-
pre foi um defensor. Nos proces-
sos em que foi réu, sempre usou
como argumento a liberdade de
imprensa. Entretanto como agora
não lhe convém, ataca a liberdade
alheia: quer calar O JORNAL,
mas seguiremos sempre com o
objetivo de estar, conforme nosso
slogan, A Serviço da Verdade.
Por meio de O JORNAL, você
poderá acompanhar o andamento
desta ação passo a passo. Mais
detalhes nas próximas edições.
aproveitam da proximidade que
têm com os detentores do poder,
gozam de privilégios e atrope-
lam a lei. Entre os vários casos,
há até o de uma piscina que foi
construída em uma rua e a Pre-
feitura não tomou qualquer pro-
vidência. Aguardem!

Prefeitura de São Sebastião limita merenda
em escolas e creches
Os alunos não podem repetir e funcionários tentam contornar situação. Creche tinha
apenas meio quilo de feijão para alimentar as crianças.
A Prefeitura de São Sebastião
está limitando o acesso das crian-
ças à merenda nas escolas e creches
municipais. Isso vem gerando uma
situação de desconforto entre pro-
fessores e merendeiras, além de pro-
vocar reclamações de pais de alu-
nos. O JORNAL recebeu diversas
reclamações sobre a triste situação,
considerada inédita na cidade. A
qualidade e a variedade da merenda
também estão sendo questionadas.
A situação tornou-se insupor-
tável a partir do retorno das férias,
em agosto deste ano, quando a
supervisora da Coan, empresa
contratada pela Prefeitura para
fornecer a merenda, informou que
a quantidade de comida feita no
dia deve obedecer ao número de
crianças presentes mais 15% de
repetição. Uma professora ouvida
por O JORNAL, que não quis se
identificar por medo de persegui-
ção, afirmou que “fica difícil orga-
nizar essa situação, pois qual o cri-
tério para quem vai fazer parte dos
15% que vão poder repetir? Além
disso, as porções foram reduzi-
das. Por exemplo, cada criança
tem direito a 30 gramas de carne
moída, ou seja, uma colher de
sopa por refeição”.
Em algumas escolas, para ten-
tar controlar a situação, as profes-
soras estão dando senha às crian-
ças para evitar que comam mais
de uma vez. Em outros casos, as
mãos dos alunos são carimbadas
para indicar que já tiveram acesso
à merenda, cada vez mais redu-
zida. “Essa situação é vergonhosa
e humilhante para nós e princi-
palmente para as crianças. É a
degradação moral da educação no
município”, afirmou um professor.
Recentemente, em uma creche,
havia apenas meio quilo de feijão
para fazer a merenda. As meren-
deiras resolveram cozinhar o fei-
jão, colocar água em quantidade
superior ao normal e batê-lo, na
tentativa de amenizar a situação.
Falta de dinheiro faz secretária de Educação cortar viagens de alunos
E o pior, na segunda quin-
zena de agosto, foi apresentada
uma nova planilha, com aumento
dos valores das refeições. O lan-
che utilizado para eventos, como
o desfile cívico, aumentou quase
R$ 1,00. Ou seja, a quantidade e
a qualidade da merenda despen-
caram, mas há um inexplicável
aumento dos custos. Uma meren-
deira afirmou que, desde o início
do ano o cardápio se resume à
carne moída com legumes, salada
de ovo cozido, risoto de frango
e farofa de ovo. “O peixe pra-
ticamente sumiu do cardápio e
quando vem não tem gosto, parece
estar há muito tempo congelado.
Não é oferecido feijão todos os
dias e frutas, verduras e sucos são
raros”. Vale lembrar que, durante
sua campanha, o atual prefeito
dizia que o peixe seria servido três
vezes por semana, até em forma
de hambúrguer.
A situação é tão crítica, que
os entregadores dos fornecedo-
res que abastecem as instituições
estão orientados para abrirem cai-
xas de bolinhos e pães e retirarem
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
O JORNAL
nem que seja uma única unidade
caso ultrapasse o número de alu-
nos. Por exemplo, se abrirem um
caixa com 50 bolinhos e tiverem
49 crianças, a ordem é voltar para
a empresa com este bolinho que
sobrou. Isso gerou revolta nos
entregadores, que preferem pagar
do próprio bolso a ter que devol-
ver a mercadoria à Coan.
Reclamações – “O atual pre-
feito disse que a merenda iria
melhorar. Pelo contrário, piorou
muito! Não é possível que uma
das prefeituras mais ricas do país
não consiga dar comida para os
alunos da rede municipal. Esta
situação é humilhante”, afirmou
L.D.M., mãe de aluno da Escola
Municipal de Maresias.
J.T.C., pai de um aluno da
Escola Verena Dória, considera a
situação absurda. “Nunca vi impor
limites para as crianças repetirem
a merenda. Como definir quais os
15% que podem repetir? Como é
que essa gente pode dormir com a
consciência tranquila sabendo que
a criança está com fome? Gos-
taria muito de saber onde está o
dinheiro que a Prefeitura arrecada,
que sabemos que não é pouco”.
Vale ressaltar que nesta gestão
já ocorreu mais um lamentável
fato relacionado à merenda. Por
ordem da secretária de Educa-
ção, Ângela Couto, os professo-
res foram proibidos de comer a
merenda e a comida seria apenas
para os alunos, interrompendo
uma prática que ocorria há anos.
Muitos professores se rebelaram
contra a mesquinharia e alguns
procuraram a imprensa, afinal
não compreendiam a proibição
diante de tanto merenda jogada
no lixo. A atitude da Prefeitura
foi abrir um processo administra-
tivo e quatro professoras foram
advertidas, segundo a portaria
nº 677/2010, assinada pelo pre-
feito Ernane Primazzi em 24 de
setembro último.
Histórico
A situação começou a se dete-
riorar nestes últimos dois anos.
Em 2008, ainda na administra-
ção passada, as crianças comiam
à vontade e “a comida era de boa
qualidade, havia uma variação no
cardápio, com grande oferta de
frutas, verduras, legumes, suco e
peixe. Havia também um cardápio
especial para datas comemorativas,
como por exemplo festa junina e
dia das crianças”, comparou uma
professora que não quis se identifi-
car por medo de perseguição.
A partir de 2009, a determina-
ção da Prefeitura era para servir as
crianças apenas com uma repetição,
porém todas as crianças repetiam.
O controle da merenda passou a ser
realizado pela instituição, por meio
de uma planilha encaminhada à
Secretaria de Educação. O cardápio
passou a ser repetitivo, com queda
da qualidade dos produtos alimen-
tícios e notória diminuição a quan-
tidade de frutas, verduras, legumes
e sucos, tão necessários para uma
infância saudável.
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010

Falta de dinheiro na Educação corta

transporte de alunos
com transporte de alunos para o
desenvolvimento de atividades
extra classe, já foram cumpridas,
informamos que as viagens e pas-
seios pedagógicos ficam suspen-
sas (sic), resguardando somente
aquelas já planejadas nas ações
conjuntas com a Seduc”.
Por outro lado, se falta trans-
porte para as comemorações da
Semana da Criança, não ocorre o
mesmo com a “Festa à Fantasia”
para o Dia dos Professores. Em
seu informativo, a Seduc informa
que a festa será no Sirena, em
Maresias, e cada professor poderá
levar um acompanhante. A novi-
dade para este ano será a disponi-
bilização de transporte com saída
das costas Norte e Sul para levar
os interessados. Ao que parece,
a crise do transporte na Edu-
cação resume-se à definição
de prioridades. Para se fazer
uma média com os professores,
a secretária ignora qualquer
espécie de planejamento.

O JORNAL recebeu tam-

bém várias reclamações de pais
de alunos da rede municipal de
que a programação desenvolvida
na Semana da Criança terá de ser
custeada pelos próprios estudantes.
Para ir ao cinema, as escolas estão
pedindo aos pais o dinheiro do
ingresso e também do transporte.
“A Prefeitura não está dando
nem o ônibus. Nas escolas mais
próximas, os alunos estão indo a
pé. Isso é um absurdo”, afirmou
G.P.N., pai de dois alunos da rede
municipal. A comprovação de que
a situação está crítica é o docu-
mento a que O JORNAL teve
acesso; nele a secretária de Edu-
cação, Ângela Couto, informa aos
professores que “considerando
que as dotações orçamentárias Professoras são advertidas
por meio de portaria
previstas para o exercício 2010,

Associação Sebastianense de
Skate encerra atividades
Associação já havia reclamado do abandono das pistas de skate
O presidente da Associação
Sebastianense de Skate, Allan Schi-
mdt, distribuiu e-mail informando
o encerramento oficial das ativi-
dades da entidade, “Fazemos isso
com tristeza e alívio. Tristeza por-
que a associação foi e é a menina
dos meus olhos, criada com muito
amor. Dediquei a ela quase dois
anos inteiros de minha energia,
tempo, idéias e força de vontade,
porém, infelizmente sem alcançar
os resultados esperados. Tivemos
inúmeros bons momentos, muitas
conquistas e trabalhos realizados”.
Allan disse que desde pequeno
foi ensinado por seu pai a ser
cumpridor de sua palavra e com-
promissos e foi com essa aborda-
gem que tratou todos os assuntos
relacionados à ASSKT. “Aprendi
muita coisa nesse tempo, cresci
bastante e sou grato por isso, pois
por meio desse processo de apren-
dizado conheci pessoas e empre-
sas com as quais dá gosto fazer
parcerias, pois amam o que fazem,
são sérias e responsáveis. Entre-
tanto, do outro lado da história,
há coisas e pessoas que conheci
que dão nojo e que nunca irei
compartilhar a mesma opinião e
ponto de vista”.
O presidente disse ter orgulho
de saber que hoje tem ainda mais
amigos trazidos pela ASSKT,
compartilhando da mesma visão,
não esperando acontecer, indo
O JORNAL
atrás e lutando pelo que acreditam;
esse é o estilo de vida, essas são
as ideias de um skatista. “Abaixo
a politicagem, abaixo a repressão
governamental e policial, abaixo
as grandes corporações que que-
rem lucrar sem oferecer nada em
troca!! Nunca precisamos deles e
nunca iremos precisar!”
Allan agradeceu a todos que
contribuíram com a ASSKT ao
longo dessa estrada. Ele disse que
se sente aliviado com esse fim,
pois tinha uma tristeza constante
em ver que apesar de todo o apoio,
“a cena nesse município só parece
diminuir, os esforços são em vão e
o interesse parece não existir. Irei
a partir de hoje atrás dos meus
sonhos e minhas alegrias, andar
de skate do nascer ao pôr do sol ao
lado de bons amigos em todas as
piscinas que eu conseguir alcançar
com a vaquinha da gasolina, não
importa se almoçamos mortadela
ou caviar, importa as risadas que
damos e isso nunca vai mudar.
Muitos irão nos invejar, pois
nunca terão o que somente o skate
pode nos dar, a união, a alegria, as
amizades, a persistência e a von-
tade de lutar. Quem olha para nós
deve ficar se imaginando o porquê
de mesmo após um tombo, estam-
pamos um sorriso inabalável no
rosto e a resposta, está na idade
de nosso espírito quando sente as
rodinhas deslizarem pelo chão”.
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
OPINIÃO
INVASÃO DE MSN
O RACKER
MÔNICA DIZ:
- Eeeeeeeeiii, pq você estava chorando na escola hoje?
MAGALI DIZ:
- A tia não deixou repetir a comida. Ela disse que a ordem agora é
racionar comida.
MÔNICA DIZ:
- Que absurdo! Nem pra comida eles deixaram um dinheirinho?
MAGALI DIZ:
- A merendeira carimbou minha mão e disse que comida só no outro dia...
MÔNICA DIZ:
- Magali, o que esta acontecendo com a nossa cidade? Ela está abandonada e
agora não tem dinheiro pra merenda?
MAGALI DIZ:
- A professora foi pedir um cachorro-quente na cozinha e quase soltaram um
rottweiler verde atrás dela.
MÔNICA DIZ:
- A professora também não pode comer? Onde vamos parar?
MAGALI DIZ:
- E o cardápio, Mônica? É sempre a mesma coisa, eu até já decorei onde fica
o arros e o ovo.
MÔNICA DIZ:
- Sua burra, arroz é com Z. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
MAGALI DIZ:
- É que o da prefeitura é com S de sem-vergonha! É cada alimento zuado que
chega pra gente! kkkkkkkkkkkk
MÔNICA DIZ:
- Você não está reclamando de barriga cheia?
MAGALI DIZ:
- De barriga vazia você quer dizer... Lógico que não. Por que você não pede
pra sua mãe sondar o que estão servindo nas creches e nas escolas de São
Sebastião?
MÔNICA DIZ:
- Se ela pega alguém negando merenda, a coisa fica feia.
MAGALI DIZ:
- Conta pra ela que estão fazendo o feijão virar sopa pra disfarçar. Aí nem ligo,
não gosto de feijão mesmo.
MÔNICA DIZ:
- Mas a secretária de Educação, não é professora? Ela devia
saber disso.
MAGALI DIZ:
- Aff! É que ela faz tanta coisa pra não ficar dentro de uma sala de aula, que
nem imagina mais como deve ser...
MÔNICA DIZ:
- Puxa, que decadência! Apostilas vencidas, uniformes malfeitos, passeios
cancelados, professores perseguidos, quadras caindo, escola superfaturada,
merenda insuficiente. A educação está uma zona só! E conseguiram isso tudo
em dois anos!!!!
MAGALI DIZ:
- Zona mesmo! E olha que o slogan deles é “Construindo uma cidade melhor!”
MÔNICA DIZ:
- Mas faz sentido sabia? Primeiro pintaram umas dez vezes o cemitério, agora
matam a gente de fome... Quem garante que a cidade melhor deles não seja lá
pro lado das almas penadas????
MAGALI DIZ:
- Nossa! Eu só estava com fome, agora estou com medo também... Será????
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
Lawanteam coloca o Brasil
como a 12º potência mundial
do Supermoto
Equipe comemora o feito inédito em Nações, 12º lugar em Cahors, na França
Pela primeira vez na disputa
da maior competição do planeta
na modalidade, o Supermoto das
Nações, o Brasil, representado
pelos atletas da equipe Lawan-
team, Cauê Aguiar (Open),
Juliano Meira (SM2) e Rafael
Fonseca (SM1), conquistou uma
expressiva 12ª posição.
Mesmo sendo uma estreia, o
resultado representou o melhor
desempenho de uma seleção no
Nações, seja ele de Supermoto ou
Motocross. Vale ressaltar que a
equipe viajou para a França sem o
respaldo de nenhum grande patro-
cinador ou apoio de alguma marca
fabricante de motos. Além disso, a
delegação desembarcou apenas um
dia antes dos treinos e classificató-
rias, o que tornou o trabalho ainda
mais difícil pela falta de tempo
para acertar as motocicletas.
As dificuldades foram supe-
radas com garra e dedicação e a
equipe nacional conquistou um
resultado jamais alcançado por
um time brasileiro em compe-
tições internacionais. O sucesso
foi tão grande que o time rece-
beu diversos convites para com-
petir em outros países (Eslovênia,
Argentina, Bélgica e Itália).
“É inexplicável o que estamos
sentindo agora. Só quem esteve
aqui sabe o que tivemos de pas-
HISTÓRIAS DE UM REPÓRTER
RONALDO KOTSCHO
Faltam 812 dias
DIVULGAÇÃO
Meus caros leitores,
Vocês já devem ter visto em algum jornal da cidade a propaganda da
prefeitura de São Sebastião. Apesar das noventa obras cantadas em
verso e prosa pelo “Coronel”, nem na dita propaganda aparece alguma.
Em duas páginas, nenhuma obra!
O que aparece é a sua brilhante ação na educação.
No texto tem informação sobre as Olimpíadas da Língua Portuguesa,
vaga para concursados no posto do SEBRAE, o concurso de poesias
NHÔ BENTO, e pasmem, professores da rede pública recebem
capacitação para utilizar o Atlas Ambiental.
Li esta informação, quando acabava de dar um passeio pela
Rua da Praia.
No passeio constatei várias ações da prefeitura contra o meio ambiente.
Árvores cortadas de maneira grosseira, sem o mínimo cuidado, e um
“novo lixão” ao lado do córrego que deposita suas águas no canal. Sim,
meus caros, um verdadeiro lixão!
Aí pergunto: Será que esse Atlas vai mostrar estas barbaridades da nossa
sar para conquistar esse grande prefeitura?
resultado. Por isso, saio daqui de Até quando o IBAMA, a Secretaria do Meio Ambiente, a Polícia Flo-
alma lavada e com o sentimento restal e outros órgãos governamentais irão se calar vendo tamanho des-
de dever cumprido. Foi melhor
respeito com a cidade e o meio ambiente? E as dezenas de ONGs que
do que imaginávamos e, o mais
importante: colocamos o nome do tem no município? E os comerciantes da região?
Brasil entre as melhores nações do Já não é hora de se proclamar um BASTA?
planeta” disse emocionado Cauê Como pode uma prefeitura que alega não ter dinheiro, fazer um Atlas
Aguiar, piloto da classe SM Open. sobre o meio ambiente e ela mesma não respeitar?
Simão Lawant, chefe de equipe Mas eu posso responder: Uma prefeitura que não respeita os mais
e principal responsável pela ida velhos, que não respeita as suas próprias leis, que governa de costas para
à França, também se emocio- a população, pode!
nou com o resultado obtido pela
Pode tudo, ou não?
equipe brasileira. “Eu estava um
pouco preocupado com a falta de
potência de nossas motos em rela- Outros comentários, no site: www.programalinhaverde.com.br
ção ao das outras equipes. Estáva- Sugestões, escrevam para: ronaldokotscho@gmail.com
mos perdendo mais ou menos 1,5
segundo por volta, mas, graças à
grande habilidade de nossos pilo-
tos compensamos, essa perda em
outros trechos do circuito e atin-
gimos o nosso objetivo que era
ficar entre as 15 melhores nações
do planeta”.
A classificação final do SM das
Nações ficou assim: 1- França;
2-Itália; 3-Alemanha Júnior;
4-Finlândia; 5- Alemanha; 6-
Inglaterra; 7- França Júnior; 8-
Estônia; 9- Suécia; 10- República
Tcheca; 11- Eslovênia; 12- Brasil;
13- Espanha Júnior; 14- Bélgica;
15- Dinamarca; 16- Espanha; 17-
Argentina; 18- Letônia; 19- Ingla-
terra Júnior.
 O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
REGIÃO
Rua da Praia em estado de penúria
A Rua da Praia, um dos principais cartões postais de São Sebastião, está em estado de
completo abandono por parte da Prefeitura. As imagens falam por si sós.
Sebastianense se destaca na
Copa São Paulo de Motocross
O piloto sebastianense Igor
Santos conseguiu excelente resul-
tado ao vencer a prova da cate-
goria Nacional Open da 5ª etapa
da Copa São Paulo de Moto-
cross, realizada no mês passado
na cidade de Praia Grande (SP).
A chuva que caiu durante todo
o final de semana fez com que
a pista ficasse bastante pesada, o
que dificultou a vida dos pilotos.
Mas quem teve coragem e perí-
cia para enfrentar este desafio, foi
recompensado com uma pista téc-
nica que ao longo do dia se trans-
FOTOS: O JORNAL
DIVULGAÇÃO
formou em um excelente traçado
para a prática do Motocross. Do
Litoral Norte, o grande destaque
foi o piloto revelação Igor Santos,
de São Sebastião, que largou na
frente e não tomou conhecimento
de ninguém. O sebastianense lar-
gou na frente e venceu a disputa de
ponta a ponta, competindo com
outros 27 pilotos. Ele aproveitou
a oportunidade para agradecer aos
seus patrocinadores: Ecopav ,Res-
taurante Família, Academia do
Alemão, Lanchonete Renascer e
Restaurante Daykon.
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
ARRELÁ
Água no chope 1
Foi o que aconteceu com alguns can-
didatos a deputado da região. Espera-
vam principalmente pelo que gastaram,
uma votação muito maior do que tive-
ram, para se cacifarem para disputar a
Prefeitura de São Sebastião em 2012.
Um falava em 10 mil votos e outro em
8 mil somente em São Sebastião. Fica-
ram bem distantes e talvez tenham
recebido um choque de realidade.
Água no chope 2
Alguns candidatos queriam ter vota-
ção expressiva para poder sair das asas
do prefeito Ernane, medida urgente
para aqueles que querem sobreviver
politicamente. Agora, ficam numa
situação difícil. Ou param com o
faz de conta e assumem efetiva-
mente a sua relação umbilical com o
atual prefeito ou rompem e passam a
tomar uma posição mais verdadeira e
honesta com a população.
Água no chope 3
Foi o que aconteceu com Said Mou-
rad, candidato a deputado estadual
supostamente apoiado pelo prefeito
e seu grupo. Além de ter recebido
pífios 654 votos em São Sebastião,
o deputado não conseguiu se reele-
ger. Enquanto isso, candidatos apoia-
dos por outros grupos políticos e até
por dissidências internas do atual
governo tiveram votação maior. Nada
de votos. Nada de prestígio. Nada de
moral com o povo.
Resultado das prévias
Como havíamos dito, as candidaturas
a deputado federal de Manoel Mar-
cos (PSDB) e Valdir Veríssimo (PPS)
poderiam ser uma prévia do que está
por vir em Ilhabela. O ex-prefeito teve
6.213 votos, 43,06% do total. Verís-
simo, que é do partido do atual pre-
feito Colucci e teve seu apoio, recebeu
387 votos, 2,66%. Há quem diga que
estes números acenderam a luz ama-
rela pelos lados do governo Colucci,
que não esperava uma diferença tão
grande, diria estratosférica, de votos.
Há quem diga também que o pre-
feito apoiou vários candidatos, mesmo
assim, pelo que se sabe, eles todos jun-
tos não chegaram a mil votos.
Fato ou foto?
A secretária de Meio Ambiente,
Traud Rossi, foi exonerada do cargo
pelo prefeito Ernane Primazzi no
último dia 30 de setembro. A ale-
gação da Prefeitura foi “incompati-
bilidade de metas”. Sabe-se que há
algum tempo o prefeito tentava achar
uma forma de exonerá-la. Os mais
afoitos afirmam que a exoneração se
deu à foto publicada em O JORNAL,
onde a secretária aparece ao lado do ex-
-prefeito Juan Garcia no ato de apoio
à reeleição do deputado estadual Cam-
pos Machado. Na verdade, se a exone-
ração tem a ver com a participação da
ex-secretária, se deve ao fato – a sua
presença no evento – e não com a foto
– mero registro da sua participação.
E agora, amiga?
Qual será a postura da empresária
Maria Antônia Civita, amiga da ex-
secretária Traud? Mostra que a amizade
é sincera, fica ao lado da amiga e briga
com o prefeito? Ou os negócios falarão
mais alto, afinal o Instituto Verdescola,
presidido pela empresária, recebeu da
Prefeitura a doação de um terreno ava-
liado em R$ 4 milhões e teve o seu con-
vênio renovado, por mais R$ 270 mil
anuais. Ou seja, em menos de dois anos,
o “sortudo” Verdescola já ganhou um
valioso terreno e mais de meio milhão
de reais do governo Ernane.
Agora é a amiga
Para quem não sabe, Traud foi uma
das muitas intervenções de Maria
Antônia no atual governo. A empresá-
ria tem interesses ambiciosos, porque
além do terreno doado e do dinheiro
recebido, tem a usina térmica de lixo.
Mas não é nas horas difíceis que reco-
nhecemos os amigos? Ou os negócios
e os altos valores envolvidos valem
mais que a amizade? Aliás, amizade
não tem (ou não deveria) ter valor.
Crise Política 1
A exoneração de Traud Rossi da
Secretaria do Meio Ambiente pro-
mete ter novos capítulos. A ex-secre-
tária disse em entrevistas que não
aceita a justificativa da Prefeitura de
que sua saída foi por incompatibili-
dade de metas. Ela disse que a admi-
nistração não tinha metas e que estas
eram definidas pela própria Secretaria,
além da falta de recursos.”Não com-
pactuo com irregularidades”, citando,
entre outros exemplos, a abertura por
parte da Prefeitura de uma rua com
desmatamento em Boracéia, que gera-
ram várias denúncias e uma multa
de R$ 30 mil aplicada pela Polícia
Ambiental. E pior, a ex-secretária che-
gou a fazer um BO por ameaça.
Crise Política 2
E as denúncias não pararam. Disse
que foi retirado areia de praia para
aterrar ruas não oficiais e terrenos
particulares. Traud garantiu que vai
apresentar todas estas denúncias,
com documentação, ao Ministé-
rio Público. E acrescentou que aju-
dou o prefeito Ernane na campanha
e que o acordo era que a Secretaria
do Meio Ambiente ficaria com o seu
grupo, leia-se Maria Antônia Civita,
do Grupo Abril. Nitroglicerina pura!
Mais detalhes na próxima edição de
O JORNAL.
Crise Política 3
O prefeito Ernane Primazzi rebateu
as críticas, afirmando que a insatisfa-
ção de Traud se deve à sua incompe-
tência pessoal à frente da pasta e que
ela tinha dificuldade de relaciona-
mento com secretários de outras pas-
tas. Ele disse que não há descaso ou
irregularidades no Meio Ambiente
e atribuiu a si mesmo a falha de ter
nomeado alguém que apenas goste,
mas que não entenda de Meio
Ambiente. O prefeito disse que os
servidores da Secretaria estão traba-
lhando aliviados e contentes com a
saída de Traud. Ele afirmou também
não ter aceitado a participação da ex-
-colaboradora em evento político de
oposição, referindo-se a um ato de
apoio à reeleição do deputado esta-
dual Campos Machado, liderado pelo
ex-prefeito Juan Garcia.
Festa à Fantasia
Há quem diga que a Festa dos Pro-
fessores será à Fantasia para, diga-
mos, camuflar algumas situações.
Principalmente a de alguns políticos,
entre eles, o prefeito e a secretária de
Educação, que muito prometeram aos
servidores e em especial aos professo-
res e até agora nada. A secretária con-
tinua fazendo aquilo que mais sabe:
bater primeiro e dar festinha depois.
Resta saber quais serão as fantasias do
prefeito e da secretária ex-sindicalista.
Há também o caso de alguns que vão
à festa por dever de ofício e não que-
rem ser reconhecidos nem vistos com
a cúpula do atual governo.
Faps nos States? Eu acho
que vi um gatinho...
PREFEITURA “HOMENAGEIA” IDOSOS
Em “homenagem” ao Dia do
Idoso, a Prefeitura de São
Sebastião não recolocou os
equipamentos de ginástica
para os idosos, denominados
Parques da Longevidade.
Este é um flagrante do “ex-
Parque” da Rua da Praia. To-
dos os equipamentos foram
retirados, sem qualquer
explicação ou justificativa.
Uma “bela homenagem” que
poderia se chamar Dia do
Desrespeito aos Idosos.
Eis uma proposta indecente: parece
que a empresa Plena, contratada para
prestar “assessoria” na administração
dos recursos do FAPS, quer “interna-
cionalizar” as aplicações do dinheiro
do servidor. Em recente palestra em
São Paulo, teriam sugerido e indi-
cado aplicações nos Estados Unidos.
Só para lembrar: a economia ameri-
cana está tão capenga quanto ao atual
governo sebastianense. Portanto, lá
como cá, não é bom arriscar. Existe
algo de podre no ar... essa história
está parecendo aquele desenho em
que o Frajola espera um descuido pra
pegar o Piu-Piu de todo jeito, nesse
caso é bom o servidor ser a vovó por-
que a fome dos gatunos é grande.
Aliás, será que os conselheiros do
FAPS já pediram explicações sobre as
bisbilhotagens em suas contas?
Novo concurso
Atendendo pedido de diversos lei-
tores, O JORNAL está preparando
e finalizando um concurso que será
lançado em São Sebastião. A per-
gunta que o leitor deverá responder
é complexa e exigirá muita criativi-
dade: “Onde estão Construindo uma
Cidade Melhor?” Estamos definindo
o prêmio e em breve lançaremos o
concurso.
Esquecimento ou mentira?
Em sua campanha, o atual prefeito
sempre dizia que em seu governo não
haveria perseguição e que a cidade
viveria tempos de paz em seu governo.
Quem não se lembra daquela história
de “nova era”? Na prática, o que se vê
é exatamente o contrário. Nunca houve
tanta perseguição e ameaças como nes-
ses quase dois anos do atual governo.
As ameaças vão de servidores públicos
a comerciantes, sem qualquer pudor.
O prefeito se esqueceu da promessa de
campanha ou era só mais uma men-
tira no meio de tantas que fez? Dolo-
rosamente, muitos acreditam que a cor
verde é para lembrar o período de dita-
dura que estamos vivendo.
O JORNAL

ESTAMOS DE OLHO!
São Sebastião é lembrado na Semáforo desativado gera
Bienal das Artes em São Paulo reclamações no Porto Grande
O município de São Sebastião foi
lembrado na 29ª Bienal das Artes
em São Paulo por meio de um de
suas mascotes atuais: os urubus, con-
siderados por muitos o novo símbolo
turístico do Município.
É que uma obra de um artista
mantém três urubus confinados e
provocou protestos de ativistas e
QUEM PODE, PODE
Nada como ser filho do prefeito...
Gozar de privilégios... O aviso
estava afixado no Posto de Saúde de
Boiçucanga, na parede da farmácia.
Um leitor de O JORNAL tirou
a foto e enviou junto o seguinte
comentário: “Será que é o futuro?
Saúde por correspondência ou UCS
– Unidade de Correio e Saúde. Este
mesmo leitor lembrou que foi proi-
bido de colocar nas escolas cartazes
da audiência pública sobre o toque
de recolher.
O JORNAL
protetores dos animais. Há quem
diga que são fortes os pedidos
de libertação dos animais e a sua
transferência imediata para São
Sebastião, onde há uma grande
fartura de alimentos para as aves,
devido à grande quantidade de
lixo espalhada ao longo de todo
o Município.
O JORNAL
O JORNAL | São Sebastião, 1 a 15 de outubro de 2010
A desativação do semáforo na
esquina da Avenida Guarda Mor
Lobo Viana com a Rua Ítalo
Nascimento, no Bairro Porto
Grande, está causando reclama-
ções de moradores e estudantes da
FATEC e ETEC. Eles questio-
nam a medida tomada pela Ditraf
– Divisão de Tráfego – da Prefei-
tura de São Sebastião.
Segundo o morador João Carlos
Marques, a decisão está colocando
em risco moradores e estudantes.
“Com o semáforo, ficava fácil de
atravessar, agora é uma dificul-
dade, sem contar que também
MAIS TINTA!!!
A atual administração con-
tinua com sua obsessão em
pintar os prédios públicos.
Depois de já ter pintado o
cemitério de verde, o local está
sendo repintado, isso mesmo:
é novamente alvo de broxas e
pincéis. Adivinha a cor? Verde.
Só que agora um verde limão
daqueles de arder os olhos.
O JORNAL
mudaram a faixa de pedestre de
local”. A estudante Milene Souza
Dias disse que é difícil de atraves-
sar. “O semáforo era a nossa segu-
rança. Principalmente à noite, os
carros passam em alta velocidade.
Qualquer hora vai acontecer um
acidente. Aí são capazes de acio-
nar o semáforo novamente”.
Moradores ouvidos pela repor-
tagem reclamaram também da
mudança do ponto de ônibus e da
retirada de alguns bancos nas pro-
ximidades. O JORNAL entrou em
contato com a Prefeitura, mas não
obteve respostas sobre as reclamações.
O JORNAL