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08 AR0UITET08 00 PARAÍSO
VOLUME 1
•O
RIO DE JANEIRO
1992
ZELIA MILANEZ DE LOSBIO E 8EIDLITZ
OS ARQUITETOS DO PARAÍSO
VOLUME II
RIO DE JANEIRO
1992
m u s e u n a c io n a l
DEP- OE ANTROPOLOGIA
BIB LIOTECA
000629-7
N.* RE6. 0 *■’/• A
FflHATA
oMonjolinho 0 Ouro
©Pinheiro ° Murupi
©Boa Esperança © Amparo
o Cachoeira Ouro
©"S.Joao Demora
©Boa jj
Sort
9 Boa Vista
o Onça
0 Cedro
o Onça
e Fortaleza ©Onça °*Taqyara
mea
°-Prova.-
denc
oSts Antonio 3j|
Jacutmga ©Boa Sorte O-St® Antonio
do Paraiso
.° Confusa Bau
o Bom Destino . ' o Pombal
o Vista Alegre •Paraiso
o.Paciencia
Matlnada
d Bola Vinte
Haverá presente melhor do que
uma idéia?
"outro".
intelectuais de realizá-la.
novos que foram chegando, como Paula Montero, Ana Maria Doimo,
devo muito.
Ramos, de Campos, com a ajuda dos quais pude chegar mais perto,
Pascal
REBUMO
cotidiano em Varre-Sari •
ÍNDICE
PAGINA
RESUMO .....................................................vii
INTRODUÇÃO ................................................. 1
NOTAS ................................................. 83
II - 0 CONFRONTO ........................................... 95
II. 1 - As Primeiras Medidas ....................... . 95
11.2 - Reorganizando aDiocese .............. 106
BIBLIOGRAFIA 476
INTRODUÇÃO
Em Campos
Planícies dc cana,
Planlcíct tão verdes,
Nio «ais...
Na rua.
Meninas tão novas
Sucumbem ã amores —
Fat a is
Na missa,
Trento presentes
V en eno » l a t i n o s -
L e ta is
No campo,
Peao e usineiros
Cobiça e loucura -
Morta is
comuni cdvei s •
1
qual if icrf-lo em suas variad»s expresaB^gj ^ t n jCo, de classe.
3
modificação na maneira de atual isar a prática religi°sa
espaço. Chegava à diocese uma "Igreja modernizada t â qja
imed jatamente as
opunha a "Igreja de sempre"r cunhando
categorias "progressist a" e "tradicionalist a para nomear
4
comunidade onde o mesmo
expressado com toda a sua
pujança; e abarcando amb^,
1* a compreensão da Igreja Católica
como um todo.
A busca na 1 it
^tura revelou-se ao mesmo tempo
frustrante e estimulante.
^ustrante porque muito da produção
da sociologia da religj*
contemporânea voltava-se para a
mudança na Igrejar não Pr
leg Iando a outra porção dessa
instituição milenar que Pr
• ^agonizava o drama que eu procurava
entender. Da mesma forma
9 não pretendia entregar-me a uma
análise institucional cl^
s*icar seja tomando-a como um bloco
monolítico, seja considere
hc*o sua diversidade interna.
Conceitos como o de a
influência ou mudança, presentes na
produção de alguns autores (B,lina!lll a 0-
7a u
vüruneau, 1974, Moreira Alves, 1974,
Paiva, 1985) não pareciam suficiente*
»u t i c lentes para meu . . ..
objetivo. Mas
era oportuna a sugestão de levar 1I conta a concepção de Igreja
Querendo contar
*r - =
a» u-
h istór •
ia do
conflito religioso na
diocese de Campos e sua ren~
“epercussüio 5°bre os fidis, decidi-me
P®la descrição densa conm ^ ~ _
Propoe Geertz <í978). Seu conceito de
religião enquanto sistema
cultural ®stimuiava-me a pensar a
instituição Igreja como ■ I
fonte dds fortes disposições e
motivações nos homens Qtl^ .
viveram a situação que pretendia
Interpretar. Da mesma fot. _
>a, a cone>;ão il um inativa" que ele
sugeria (1983) como Proced. ►
“ mento para compreender o universo
simbdlico do observado me p
I, Grécia »it i1 , inclusive para pensar as
linguagens "diferentes" PUe>
6 falam o clero e o fiel.
6
No entanto, para não me restringir à prisão das "telas
Interpretação.
7
Desenvolvimento reside na aplicação particular e redatora do
8
que caracterJzam uma vida apoiada em condições comuns
si mesmas.
10
r
cultura, mas uma cultura que tem tambám de ser considerada como
11
0 processo hegemônico, visto por •:«* ótica, só pode ser
formações•
12
i
deve ser positiva. Mas se isso não for possivel, terá como base
13
exposições generalisadoras de derivação social explícita, ou
14
£
particular, restando-lhes agora apenas a afirmação retrospectIvn
passado que têm de ser postos» de lado- Num nfvel mais profundo
15
registro real ^ efetivamente recup®r^ve^ e muitas
continuidades prãt icasr alternativas oU opostasr ainda são
possíveis. £ também porque a versão seletiva deuma "tradição
como tal, não deve ser pensada "em si mesma como unidade
sociedade ocidental.
16
Talvez uma Pista para compreender a ênfaSe dada à
tradição pela Igreja esteja na refl eM=[0 de Vas
7*) quando
^uer compreender a modernidade de um ponto de vista ím ,
T *losofico.
firmando que a emergência da modernidade está
tiiretamente
^igada a uma mudança na concepção de tempo <mftico/cir
rcuiar para
^ í1 osdf Ico/h ist dr ico) r ou seja: que /7a modernidade pac.-a _
■<*ssa a ser
Um* categoria de leitura do tempo histórico somente q,Jainrl„ ___
18
eclesiástica, os conceitos de tradição seletiva e de vida
19
* •
ESPIRITO santo
4 * \r1
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© C iO A O I _ _ R O O O V U R A v m tH T A O A
o t C D C D iJ T W tT K . . . lt * * iie w u w ic irA i.
v,í>
A coleta de dados abrangeu pesquisa bibliográfica sobre
numa comunidade.
23
I
24
I - A UNIDADE COHO VALOR
26
ir
decidi-me por ambos, assumindo a precariedade relativa como o
doutrina cristã.
comunicativo sorriso.
I.l — A posse
outro, o que se ia ver era, num certo sentido, uma prosaica ação
< 2)
0 poder estava em cena , num palanque instalado n
eterna.
28
indcuos e acessíveis apenas a muito poucos. Que diziam tais
diferenciava ?'
29
doze 1 ínguas de fogo vermelhas, postas de cada lado na ordem
2,1,2,1» Em chefe, campo vermelho. A referência ã nova Catedral
31
Por mais que se queira tamfdm de inspír■„So divina, a
Igreja é uma instituição social e, como tal, seu alvo é a
soc iedade. E que sabia a sociedade daquela sucessão que faz ia
reun ir num palanque os representantes do poder nos seus
diferentes domínios ?
32
k
33
no como proceder, de acordo com a consciência católica,
34
a um todo gozando de perfeita unidade mas composto vária»
várias classes sociais. Tomando São Paulo, Pio XII e Leão XIII,
35
A argumentação do autor ultrapassa a esfera humana e
36
para a sociedade porque, ao reduzir a vida a um fenômeno
N it erd i, etc.
Sab iamente, D.Navarro n*ut ral iz0.j possíveis
ainda que
a Igreja fez a opção pelo homem, mantendo-se livre
<7)
diante de sistemas opostos.
mas de uma Igreja que não ser enraizava apenas nos mitos de sua
39
Os me iíos de comunicaçáo de massa não foram insen * fve i©
às diferenças expostas em praça P'ib 1 Ica s do is .d ias depo is
expi ic itavaro o- antagonismo para os itores ? com reportagens
40
condenar os sistemas que, segundo ele, contradlzem a doutrina
41
Se a "anatlise" feita pelou Jornais chegava apenas a uma
parcela da população, uma coisa, no entanto, é certai os
43
fundamentais, para ^
que velo ser o crlsHanlsma. ,1 I
cono flé| e8o
encanto passíveis de
variação nas i n t e r p r e K ^ ,
bla^oes em funw «o de mu ifne
hiuixios fatores que
•-
vao
se constituindo no
processo histórico,r selas©jano plano ^
das
sociedades, seja n» ,
plano simbálico dos quais sSoelemento
consitutivo ou são, pp in ~
Pelo menos, referencial Importante.
A 4
força das perambulações a que as circunstâncias histdrlcas o
submet ia .
a qualquer sociedade.
<Wackenhe iro,1977*5).
46
Como qualquer sfntese, el» não pode ser reduzida ao»
47
transformação, u \tda do antltético. A pomba, nestes termos, rf
mensagem (nao aparecera ela com suas doze línguas de fogo sobre
aquela.
48
A interdependência ent re mensagem e agentes .propagadores
reforçando-se • mutuamente. é - v
9 produzida e realimentada nao só
pelas crenças culturalmente rnncfif.,n uv
constitutivas do grupo como também
pelas experiências conip^rt i1 Knri^e — , ,,
p '*hadas e entendidas segundo os mesmos
valores» A unidade do c o n t .
udor defendida por quem formulou a
mensagem e respeitada p pelo* „
os seus seguidores - òs discípulos -
ganha densidade no Prdprio Processo d ,SSBra,naçik j alnda mala
feito pelo eco que o tema encontra entre alguns que se dispõem a
49
1
■
(privilegiando inclusive
"as ovelhas perdidas de Israel"), e
(14)
exige a ruptura com as antigas, alianças , sendo a
(15)
exclusividade requerida generosamente recompensada •
maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como
50
o que serve"
(Lucasr22,26) Ao mesmo tempo» destaca a
(16)
preeminência de Pedro *
51
ar ti culador POIrt ico incansávelr possibilitando o trabalho de
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os
Igreja.
p
gentIos", convertido
apds o dramático episddio no caminho de
(20)
Damasco (Cf. Atos, 9,15) , centrará suas forças na divulgação
da universalidade da proposta salvífica do Reino de Deus e no
supremo entre todos que Deus concedeu aos fiéis. Estes dons
53
Romanos , nas duas cartas aos Corfintios, ao- Colossences nas
<22)
duas aos Tessalonicenses, aos Hebreus •
Cristo, que faleis todos a mesma cousa, e que não haja entre vós
à utu r ^ >Uíiê
t 1>oU
mental e no mesmo parecer". Da mesma forma o apóstolo refere-se
<27
ã u n id a d e o r g â n ic a da Ig r e j a e a n e c e s sid a d e de lutar por
(28)
esta unidade
redenção.
povo Judeu teve que enfrentar, atrf a chamada Nova Aliança. E por
referência a este valor que se dão os grandes debates
Como enfatiza
Poupard , „ .
a <op-cit.) Pedro é a "pedra
Aguiar", ponto de sustentacar, ,
do ed if fc io, aquele que é
indicado para realizar a
Promessa entre todos os povos A
consubstanciai idade entre ped
ro e * Igreja, para o crente
r*A^irmada na consequente (2?)
Sacra**2açao de Roma
A gestação da dj
mensao sagrada do lugar *cm
Antecedentes* al«5m do esforÇo
quc impeliu a escolha de um lugar
impróprio (nas Inclinações da
coíina onde os etruscos fazim seus
v*ticfnios>, há que considç
rAr a posterior preocupa^30 em
Arovar cientificamente" que q
lugar tem razão de ser o sfmboloi
r U e i r o uma tumba, depois
b*sriica (que permaneceu intacta
57
té o século X V , quando foi substituída pela atual Basflica de
(30)
SSo Pedro), residência e Estado (Poupard,í9Gi) ..
como preencher o lugar vago por Judas, escolhendo Hat ias para
58
(31 )
divergências foram solucionadas segundo um modelo que
59
Sumo Pontífice da Igreja Uni versai, Patriarca do Ocidente,
( P o u p a r d ,1 9 8 0 s 3 0 s s . )
60
figura do Papa como guardlSo ‘
a utorizado da fé. Luta-se por Boi*o
61
i
compete, podem, no final declarai "0 'splVlto Canto e nós mesmo»
coa os seus bispos, e estes, com o Papa. Nos 2000 anos de sua
62
existência, em que a Igreja complexfficou sua forma original
inspiração inicial.
governar •
63
amor de Cristo nos uniu". São verdadeiros sacerdotes do Novo
sacrifício de Jesus.
títulos específicos, o que não afeta seu estado. Assim, ele pode
64
4~-
Ao mesmo tempo, o bispo deve cuidar para que sua autoridade não
65
Santo. Não existe sem o Papa, enquanto representante da comunhão
hierárquica de todos os seus membros, sendo assim a própria
Igreja. Por isso, as definições deste colégio t£ a mesma
extensão do depósito de Revelação Divina, pois são proferidas
com a assistência do Espfrito Santo. Este poder é exercido no
Concflio Ecumênico, também chamado Santo Sfnodo.
66
2.
67
Cardeais são considerados príncipes de sangue e recebem o
Vat icano I I •
68
principalmente no Novo Nundor onde algumas delas foram mesmo as
mundo cr istao•
* identidade da associação.
69
■
d io c e s a n o .
70
Prelazia, assim definido seja porque é área nova a evangelizar,
propicia a sua emergência ou, pelo menos, nãb coibe esta forma
71
As paróquias s§o unidades especiais em que se divide a
ou impedimento da Sé Episcopal.
na diocese.
72
A C»Ir ia é integrada por sacerdotes e leigos e sus* funç*C
deve ser divjdida em sessões! administrativa, pastoral
(35)
A Ciír ia Romana é a de maior complexidade , fruto de
creações sucessivas de Papas preocupados em ter a sua disposição
imediata os meios de fazer face ãs tarefas incessantemente
crescentes e diversificadas, ã escala de Igreja universal. Para
isso eles se cercam de corselheiros e colaboradores escolhidos
pelo Código do Direito Canônico. Paulo VI, por sua vez, fez
73
Alguns órgãos foram suprimidos, outros criados,
7 A
quadro, o governo, pastoreio, c o m e ç a com C r i a t o e prossegue
com os apdstolos.
75
4 - Penitência, sacramento de reconciliação depois de uma
pecado»
enfrentar a morte.
76
A configuração atual da doutrina, cuja elaboração não
77
grandes sfnteses doutrinais da tfpoca trazem a marca de um
espírito Jurídico forte que vai permear as quatões disciplinares
que eram tratadas nos concílios, onde as questões teológicas
também eram colocadas em termos jurídicos»
78
anunciou também que estes acontecimentos seriam necessariamente
a preparação para instituir a desejada renovaçãc do código»
pelo fato de que não visava apenas uma nova ordenação das leis.
79
adversidades
'lUe x .
alcançados, Se colocavam, ® “espeito dos resultados
Para
°s firf,
'^is, esta é a condição mesma da existência da
Igreja: dado um
S 's t e m a de crençasr sacralizado e perpetuado na
tradição, expandi^
ás diferentes culturas e cuja promessa final
equaciona um
p|" o b l e m a 'comum, nao serão as desavenças
conjunturais que
f>re v a l e c e r ã o sobre á totalidade do sistema. De
algum ponto sur<
® 'r a o os defensores de 'dêjas tão fecunda,
09
se auto-promoveu, visando a sua periwanênc ia em nome dos valores
porque sZo inspirados pelo Espírito Santo, mas tambdm porque são
81
os seus atual izadores, rçsp o n s á v is pelo * ísmo dos fiáís,
(Cf •P o u p a r d » o p , c i t s i 6 )
NOTAS
63
- "Ao RevntQ Clero e aos ficais da Diocese de Camposs
84
destituída de elementos, reiigiosos'(AAS.43,p.í03>, Cf* "Por
um Cristianismo autêntico'7r "Aggiornamento e Tr ad 1ção77,p .355
e ss.) 7
As palavras de Paulo VI são claras» trata-se de substituir a
Igreja Tradicional, por outra nova, com eleme n t o s
*psicológicos e sociológicos laicizados, sem vínculo com a
Tradição Apostdl ica•As palavras são claras e, podemos d iz e r ,
de quem sabia o que tinha pela frente.
Renovo, pois, aqui a observação que fiz quando vos escreví a
circular sobre a integridade e pureza da Fés sobretudo
tratadas no 2 q Concilio do Vaticano, têm dado ensejo às
posições destoantes da verdade tradicional revelada,
denunciadas por Paulo VIs a liberdade religiosa e o
ecumenismo, que leva o Estado à neutralidade diante das
várias confissões religiosas, e isso por princípio, não em
conseqüència de uma situação de fato. 0 que constitui a
negação do Reinado Social de Jesus Cristo. A c o nsequência
natural é a apostasia descrita por Paulo VI nas palavras que
acima citamos.
Compete-nos mantermo-nos firme na verdade tradicional,
resistindo a toda e qualquer inovação que dela nos afaste.
Nesta união na Fé que recebemos do Divino Salvador e s t a r e m o s
presentes nas nossas oraçoes junto ao Coração Maternal de
Maria Santíssima.
OS
Discurso Inaugural de Puebla, no 1). Em vosso nome e com
vossa autor idade r o Bispo perpetua e torna visível ao mundo
a vossa pessoa e a vossa missão..
Como pastor sei per f e itament e que não fui instituído para
assumir s o zinho toda a missão salvTfica da Igreja de Campos
(Lumen Gentium, 75). A meu lado estarão os presbíterosr que
partilham do sagrado ministério, seus auxiliares e
conselheiros necessários <Presbiteroum Ordinlsl 1162). Como
também os r e i i g i o s o s e leigos. A todos exorto para, cada um
ero sua vocação, adotar como programa de vida da diocese,
Vossa palavras - "Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos se vos amardes uns aos outros" (Jo.,13,35).
Seremos assim, verdadeiros construtores da unidade, agentes
de participação e comunhão.
Lembro ainda. Senhor, as palavras pronunciadas por Vosso
Papa, João Paulo II no Méxicos "Não ignoro quan.tos problemas
se colocam hoje em relação ã promoção e defesa da dignidade
humana. Como bispos não podeis desinteressar-vos deles.Jesus
declarou que no Juízo Final se identificará com os
deserdados - enfermos, encarcerados, famintos, solitários -
a quem se tenha estendido a mão. Fiel a este compromisso, a
l 9 reja que m a n t e r - s e livre diante dos sistemas opostos para
optar sò pelo homem. Mediante a evangelização, chegaremos ao
Homem" (Discurso inaugual 3.1.2=3.5).
0 Santíssimo Salvador não basta porém ao mundo uma justiça
fria pela qual cada um reivindica apenas seus próprios
direitos. EÍ preciso notar - como diz o Papa em encíclica
memorável - que Vós ao revelardes o amor misericórdia de
Deus, exigíeis dos homens que se deixassem guiar na própria
vida pelo amor e pela misericórdia (Dives in M iser icor d ia ,
3-14). Termino, pois, esta prece, implorando a misericórdia
divina sobre mim, sobre nossa diocese, particularmente sobre
as famílias e os jovens, e para toda a geração contemporânea.
E agora, meu coração me pede que eu cumpra o dever de
grad idão •
Muito obrigado, Senhor Cardeal, por ne haver permitido
trabalhar a seu lado durante 10 anos, apesar de minhas
iniimerat falhas. Na pessoa de Vossa Eminência, quero
a flradecer a toda a Igreja do Rio de Janeiros seus Bispos
Auxiliares, Vigários Episcopais, presbíteros, religiosos e
le igos. Sou devedor a todos!
Muito obrigado, O.Antonio de Castro Mayer, por vosso longo
pastoreio de 33 anos ã frente desta porção do rebanho de
Cr ito. Por toda a vossa dedicação, por vossa coragem, por
vc cansei r a s , aceitai a homenagem deste povo aqui
reunido. C , portanto, com muita alegria que teremos Vossa
Excelência entre nós.
Exato*• Gr*. B i s p o s , minha gratidão, na certeza de que
a Pregação melhor que podemos fazer é a demonstração veraz e
visível que podemo* dar da comunhão entre nós <cf. João
P*ulo XX, D i s c u r s o aos Bispos, em Fortaleza,CE.)
86
8 - Geffcken (Í978) aprofunda a compreensão do cHistianismo ao
mostrar a prçsenca de elementos da religiosidade paga,
oriental, grega nas primeiras formulagSes dos fjóis. Sem
incidir sobre trocas concretas de "tragos culturais", o
autor aponta no encontro de vários planos (doutrinai,
ritual, cultural) aspectos que são provas do diálogo que se
atualizava entre diferentes culturas-
H —"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno
de mi mt quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim
nao é digno de mim. E quem não toma a sua cruz e vem após
mim, não é digno de mim" (Mateus,10-37 e 38)
16- "St mão, «is que Satanás vos reclamou para vos peneirar romo
trigo. Eu, porém, rogue i por ti, para que tua fé não
desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os
teus irmãos" (Lucas, 22:31 e 32)
87
40 ***Uro» n u v v m l u m i n o s a os e n v o l v e u ; e eis v i n d o da nuvem uma
vo2 que dizia* 'este é o meu Fil h o amado, em q u e m me
compressos a e l e ouvi o que os fez p r o s t r a r - s e ao solo, de
MC d o" <Ma t eu s , 1 7 s2 - 6 ; frlarc o s ,9 s2 - 0 ; L u c a s ,9 s20-36)
08
.0 -"Uma n u v e m l u m i n o s a os envolveu; e eis v i n d o da nuvem uma
vos que dizia” este é o meu F i lho a m a d o , em quem me
c o m p r a z o 2 a e l e ouvi o que os fez p r o s t r a r - s e ao solo, de
medo" ( M a t e u s , 1 7 s2-ó; M a r c o s ,9»2-8; L u c a s , ? s 28-36)
1?
-"Eu te d i g o que tu és Pedro, e sobre esta p edra e d i f i c a r e i a
minha igreja, e as port a s do N ades não p r e v a l e c e r ã o contra
ela". " D a r - t e - e i as c h a v e s do reino dos céus. o que 1 igares
na terra, t e r á s ido ligado nos céus ( M a t e u s , i ó s 18-20)
88
lasclva, desejo maligno, c a avureza, que ó idolatria? i»or
esta» coutas ó que vem a iria cic Dou*./' <Colr3>
25 -"Rogo-vos po is r ©ur pr 1r»iono iro do Senhor , que andei r» de
modo digno da vacacSo a que fostes chamado» com toda a
humildade e mansidão, com longan imidade, suporl ando-vos uns
aos outros em amor? esforçando-nos diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Há
somente um corpo e um Espírito, coroo também fostes chamado
numa só esperança da vossa vocação. Há um só Senhor, uma só
fé» um só batismo. Um só Deus e Pai de todos, o qual é
sobre todos» age por meio de todos, e está em todos"(Ef ,4,1-
6) .
26 -//Se alguém aspira ao eplscopado, excelente obra
almeja"<ÍT im ,3) e lista seus atributos* irrepreensib11 Idade»
temperança» sobriedade, modéstia» hospitalidade, aptidão
para ensinar» não violência* cordura, inimizade com as
contendas, não avareza, Da mesma forma, os diaconos devem
ser respe itáve is , conservando o mistério da fé com a
consc iencia li mpa".
27 -"Assim como o corpo é um, e tem muitos membros» sendo
muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a
Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados
em um corpo, que judeu, quer gregos, quer escravos, quer
livres. E a todos foi dado a beber de um só espfrito"
(ICor,12)• .
89
31 -0 que pode ser tido como o primeiro concilio da Igreja <cra
torno, do ano 48, em Jerusalém) foi o palco dc importante
debate, onde Pedro e Paulo defendiam posiçoes divergentes.
Da argumentação resultou que Pedro e os demais apdstolor»
acolheram o método paulino, vendo nele a presença da
inspiração divina (Poupard, 1980:37).
32 -w ...Irmãos, escolhei dentre vds sete homens de boa
reputação, cheio do Espfrito e de sabedoria, aos demais
encarregaremos deste serviço; e quanto a nds, nos
consagraremos ã oração e ao ministério da pal avra" (At os, 6 :3-
4) -
33 -Reunidos, os cardeais formam o Sacro Colégio dos Cardeais
que data de 1150. Desde 1179 sao eleitores do Papa e também
desde aquela época começaram a ser nomeados cardeais alguns
prelados não residentes em Roma, embora todos eles possuam
uma igreja titular em Roma. Participam do conclave até os
oitenta anos e, desde que devem dar o testemunho de sangue
pelo Pontífice e pela Igreja »a fidelidade que lhes juram,
são também chamados "purpurados".
34 -''Marcaram a missão no Brasil sobretudo os frstnc iscan os ou
"capuchos", os carmelitas, os beneditinos. Temos um sinal
fraco da presença dos agost in ianos na Bahia num documento da
Biblioteca Nacional,, nenhum dos dominicanos, alguns dos
mercedár ios no Estado do Maranhão, enquanto oratorianos e
capuchinhos atuaram sobretudo nos sertões do rio São
Francisco, como teremos oportunidade de verificar. As tres
ordens "clássicas" que encontramos em Olinda, Salvador e Rio
de Janeiro são as dos franc iscanos, beneditinos,
carmelitas". CHoornaert,1979:54)
35 -Em 1980 a Ciir ia Romana dispunha dos seguintes drgãoss
1 ~ ^SECRETARIA DE ESTADO - que responde por todas as
questões que lhe são confiadas pelo Papa.*
2 — CONGREGAÇÕES ROMANAS — que foram reduzidas de doze para
nove, por Paulo VI- São comissões estáveis de cardeais que
assistem o Papa em sua missão pastoral. Juridicamente
iguais, eventuais conflitos entre elas são submetidos ao
Tribunal Supremo do Vaticano. São elas:
2.1- CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FE, herdeira da
Congregação da Inquisição, depois Santo Offcio, foi
o primeiro drgão a ser reformado pelo Concflio
Vat icano II.
©O
2.A- CONGREGAÇÃO PAí O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS
SACRAMENTOS, c -da em 1975 a partir Ue duas outras
est abei ec idi\s Paulo VI.
91
3.3- ROTA ROMANA, constituída a partir d„ ntlrt,f
assistentes do Papa. £ um tribunal de apelação de
causaa já Julgadas pelos tribunais eclesiástico*-
part icularmente aquelas referentes l\s anulaçBes dé
casamento. Funciona nela um StudiQ voltado ú
formação de advogados, Jufzes, Promotores de
justiça e defensores.
A medida da necessidade, outros órgãos foram sendo criados:
4 - CftMARA APOST0LICA
ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO OA SÊ APOSTÓLICA
PREFEITURA DOS ASSUNTOS ECONOMICOS DA SANTA SE
5 - CONSELHOS, criados na segunda metade deste sóculo:
92
<5.03-• CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A CONSER VACÍ\0 DO
PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E HISTÓRICO DA IGREJA
6.04-- COMISSftO PONTIFÍCIA PARA A REVISÃO DO CODIGO DO
DIREITO CANÔNICO ORIENTAL
6.05-• SALA DE IMPRENSA DA SANTA SE
6.06-- DEPARTAMENTO CENTRAL DE ESTATÍSTICA DA IGREJA
6.07-■ PONTIFÍCIA COMISSSO tllDLICA
6.08-• COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL
6.09-■ COMITÊ PONTIFÍCIO PARA REVISÃO E CORRECAO DA
VULGATA
OUTRAS INSTITUIÇÕES:
7.01- ARQUIVO SECRETO DO VATICANO
7.02- BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA
7.03- TIPOGRAFIA POLIGLOTA VATICANA
7.04- LIVRARIA EDITORA VATICANA
• 7.05- L 'OSSERVATORE ROMANO
7.06- RADIO VATICANA
7.07- CENTRO TELEVISIVO VATICANO
93
7.03- FrtDRICA DE S'AO PEDRO
7>09- ESMOLARIA APOSTÓLICA
7.Í0- PONTIFÍCIO colégio pio brasileiro ,
II - 0 CONFRONTO
95
prog^css ivament e atá chegar a filigranas teológicas cuja
complexidade e sutileza inibem soluções simples.
adequados 3
ATENC&0
97
Naquele mesmo domingo» o %ale«lanu que presenciara o
Igreja ex ig iia "trajes cond izentes", mas convocou uma reun ião do
posição. Em ent rev ist a aos jornais ele afi r ma que "A I gr e j a não
98
membros da TFP causaram tumulto à porta da Catedral trntando
impedir mocas g senhoras de ingressarem naquele templo vest idas
99
Em circular ao clero datada de 8 de dt. wbro, D. N a v a r r o
1 C 0
consciência, comunicado desde a chegada do novo bispo, o qual,
igreja.
iOi
0 bispo, na ocasião, recebeu muitas demincia* de
bispo quanto ã rejeição que ele vinha sofrento por parte de uma
menos para boa parte dos fiéis, a não alteração de um quadro com
102
0 ca*. dc Bom Jesus é exemplar: Mons. Apol iano, ao lado
103
a missa c omeroorat iva, rezada pe 1 o Mons. A p o 1 ia n o • A
para CT
hoa | ] jar p ro fe r id a pelo padre mais J o v e m do gr u po * Ps , «Jostf
Onofre de Abreu, terminou com um patático "Pai , seja feita a
Vossa Vontade/"
da diocese» o sudoeste.
104
pelo pároco, de quem recebeu uma placa de prata» comemorativa dm
acusar a imprensa de sansac ional ist a e disse que não admitia ser
naquilo que ele nos pede. Acatamos o que precisamos acatar. Não
podemos admitir que a missa, como a nova, seja apenas uma Ceia*
Pe. Jonas dos Santos e o Vigário Emár ito Mons. Ovídio Simon
Í05
p op u l a r . Oq adeptos de D.Mayer acompanharam seus d o is padres
juridicamente o problema.
107
0 mie In ic ialmente compunha os oito processos dc São
que os terrenos loteados por Mons. Ovfdio ter iam sido doados &
confusos:
comunicadas ã Mitra.
Varre-Sa i.
108
»eu sustento. Na ocasião, o Pródio esta alugado a terce. s.
temporais q u e pertencem ã I g r e j a u n i v e r s a l , ã Só A p o s t ó l i c a o u a
109
outras pessoas Jurídicas na Igreja, saobens eclesirfs/ os e
Igreja 8216-226) -
para v e l h o s .
110
Tais fatos, d e p o i s d e s s a fase de tdent if jcaç 5o t *1
determ in a d a s r e d e s *
#
professores de religião.
comunicados
do Seminário Menor.
112
De outro lado, ficam suspensas , tempor ar it ut e. pmr m
uma r e s t r u t u r a ç ã o as at iv idades do seminár1u rt?nor q ut
tem, atualmente, 5 (ciinco) seminaristas#
diocesana" •
113
proposto o retorno do padre a sua paróquia de origem, • 0Of«
as t o l e r a r á .
115
2 “ 0 Re vmu • Gttr«lüu a 1a n d í ^ us t a n e n t e d ü k t 1 1 u Tdo dcj
tantos s ó c u l o s ? "
116
vida ÜC Deu«» no*- cunudtr tamanha sldr ia*. e conelu«*
ROMANA".
i 17
importante na cunsolidacSo de identidade» até então de contorno»
hecóticQ»?
suas o b r a s .
118
romanosr apoiando-se numa citação de Paulo VI que d In* "Diante
ftí ao abrigo do erro” , razao pela qual rejeitam e anal cmat izam
(A)
Os 17 pontos assinalados sao, segundo eles,
119
Nossa S e n h o r a , O Santo Rosário e o ce lib ato sace rd otal".
fiéis".
120
D.Navarro r e c e b e r a em abril de 1VÜ2 a visita de Hon».
cátedra e p i s c o p a l .
121
de wod If Ic r ui dtfwlotur Ia a pi* b*t ium a l , que do U d o cmuvrdo
o que sIgi ica que não estaremos cassando nenhum santo, apenas
123
de Campos proceder em nossa Catedral.<'•••) Sentimo-nos no dever
de protestar( .. .) por nós também termos uma humilde participação
na contribuição para a contrução da Catedral. 0 quadro pintado
no alto da parede que fica do lado esquero da Capela do
Santíssimo foi doado pela família Faez.(.•.) a Catedral<-.•) é
obra do povo campista (...) Sabemos da destruição de outros
Henor•
124
há alguns meses, findam por se tornar pdfblicas guando de •nua
exoneração que punha em diivida a palavra de D.Navarro.
o bispo a exonerá-lo.
125
autorização do bispo, participaram da processão em trajes
pároco. Nisto tudo o padre via uma guerra de nervos com intóito
do novo b is p o .
^®**eat• das moças entoando cánt icos pela cidade, teve o apoio
126
de outra sociedade, masculina, a Congregação Mariana. Segundo o
instrutor desta, Sr. Gerson Ramos, o incidente pode ser assim
resumido: o Pe. Oltvácio Nogueira Martins, Vigário Geral e atual
Presidente da Federação, apresentou uma chapa dnica, quando, de
acordo com os estatutos, são necessárias tres para que ocorra a
eleição. Além disso, tal chapa era expiei tada com a "chapa de
D.Navarro". Para completar a arb itrar iedade, a votação era em
forma de plebiscitos sim ou não, para a chapa «inica. A despeito
da irr egul ar idade, e sob protesto, as associadas votaram! das
133 Filhas de Maria presentes, 99 foram contra, 28 a favor e 6
votaram em branco. 0 tumulto começou quando, apesar do
resultado, o padre quiz empossar a diretoria eleita por menos de
25% das associadas. Ante a pressão da maioria, Pe. Olivácio
recorreu ao bispo que decidiu marcar nova eleição, nos próximos
30 d ias.
127
aproxima, para que eataiu palavra* do U^lmo mcuuitor <1®
II. 3 - 0 Decreto
d iocesanos•
128
"considerando" cabfveis, decreta que os sacerdotes diocesanos
(9)
cumpram as normas vigentes na diocese.
129
iu .\t. • ai» o r d e m » de seu superior.
131
K
embora sua formulação final possa ser rcarranjada pelo Papa que,
em dltima instância, a aprova. As decisões conciliares têm a
forca de verdade porque representam a vontade de toda a Igreja
unida, e esta, em comunhão com Cristo tf, para os fiáis,
13
Assim ”To i desde: suele primeiro encontro , considerada
estão presentes.
133
À
Ui 11 i anis ( 1 9 7 8 )
134
experiência Bento de Nársia constitui um marco no
estol ic ismo.
135
I
I
K-ricu lares <jue a
Em m e i o aos conteddo s substantivos e pare <
„ „ s garantindo a
/ história vai c o lo c a n d o , o "p o d e r de comunhão va
ada a gu a r d a —
/ sobrevivénc ia d a m e n s a g e m e d a organisaeao dest»n ^
. ri ia t a * im«*s
- Poder de med i a ç a o , nem sempre de v i t ó r i a i me
*" j ac a gir e
, atingir
.a perseverantemente, o momento possível de
guarda, Pers (tnsp irado
Oo íncr.mento— — #
13á
«
Os
concílios seguintes verifjcar-se-ão no Ocidente* o»
Ci 7)
quatro primeiros no Palácio Pontificai, os cinco seguintes
excomunhões miituas.
138
vai forjar a condenação explícita de uns e a identi f icacão
exclusiva de outros como os legítimos detentores e defensores do
<20)
bem. Desde o chamado Gnosticismo , no século II ou o
<21 )’
Donatismo , no norte da África, no século IV, esta tendência
se apresenta.
pelos concflios romanos. Mas nem por isso suas raízes conseguem
vezes assimiláveis por Roma, como foi o caso dos fr anc iscanos.
139
<24 )
lembrado o papel lovlmenfco crusacl Iiiit.a, responsável , de
XIV que se daí talvez a mais grave crise de sua h Ist dr ia, o Cisma
<25 >
do Ocidente . Este resulta das relações que a Cdria romana
140
(Concilio d e B a s i 1 é ia - F e r r ar a — F1 or e n ç a r R o m a ) indicava as muitas
primeiros a t a q u e s de Lutero.
141
da erra cristã, ® ma ia do que acontecerão entre os séculos XV e
XX.
^ Preocupação
Q Papa Inocèncio III (1198-1216) e-|
consolidar a igreja se e * &
Pressa em sua política, onde o conceito
Plenitudo potestas"
lfat iza a subordinação do temporal ao
espiritual, e este, ao et«s r- *
v^rno. Esta perspectiva, elaborada no
bojo das grandes tensões , . ~ ,
s que redundarão no chamado Cisma do
Ocidente (1378-1417), qu_ . . ~
^ * n d o surgirão os anti-papas, em plena
subordinação aos i n t e r e s s a ^
=»5»es franceses, vai se desenvolver até o
final do século passado ~ _ r_y, . ,,
u o * quando o Concilio Vaticano I define
esta plenitude de poder" do papa "como o supremo e imediato
143
deve desencadear uma curiosidade em que natureza e graças são
para uma diminuição do poder papal, seja pela pressão das forças
seculares, seja das próprias forcas conciliares.
144
soberana. O de Constanca (1414-1418, com Martinho V) Já mo * va
III, Julio III, Marcelo II, Paulo IV e Pio IV) quando nova face
145
perme a r a m a ^ Po c a e que, de algu.a forBa se d e s d o b r a r a m ^
iá£
s ia> o a c i r r a m e n t o do c o n f l . t o f«í x razão, que c o l o c a Par
hoJe
lgreja un> c o n j u n t o de h e r e s i a s como 0 Jansenísmo, o Guietís.o,
Ass jn r o c on
j u n t o d e ssas e x p er.ências r e g u l a d o r e s d ã o a
.edida do dirflogo e s t a b e l e c i d o entre a I
9reja e o Bundo, onde a,
teaática -Foi senpr
e a niesraa — guardar o Papel dela de
responsável pel
° pr o j e t o d e salvação, discutindo e refinando
seus instrumentos
c u m p r jr Q que te|B CO(BO sua a j s s 3 o . E s t e v e
sempre em j o g o s ua defini
u e T , , M v a 0> como sacramento de Cristo, e coro
*ssor a n o ç ã o de
unidade, imprescindível k manutenção da
Pretendida a u t o r i d a d e .
146
NOTAS
P r e z a d o . ••'
147
"Surpreenu os pela publicarão da imprensa da Circular de
8/12 do corrente, censurando a atitude do Vigário de Vinhosa
(Xtaperuna) « acenando para possfveis punições, os
signatários desta carta» sacerdotes com ministério na
Diocese de Campos» tendo em vista o bem das almas» queremos
manifestar a V.Exa as seguintes ponderaçõess
14 8
aos quais devemos a "Oboedientia maior", que é o
"Obsequium fidei". A obediência está a serviço da fé
porque declara o IV Com. M l o de Constant Inòplas "Prima
salus est rectae fidei reyulum custodiré" (Denz.Sch.
3 Q ó ó >.
149
- Pe. E d m u n d o G. D e l g a d o - V i g ário de C&mbucl
- Pe. Eílc io h u r u c c » - V i gár \o de Urura f
PAZ!
Apds ler h o j e a s d e c l a r a ç õ e s nos jornais, resolvo quebrar o
silêncio qu e por p r u d & n c i a . e esforço de caridade. tenho
tentado c o n s e r v a r , para, em sua pessoa de Secretári,. Geral
da CNBB, a g r a d e c e r o apoio que tenho recebido de tan t o s
bispos, p a d r e s e l e i g o s de várias partes do Brasil.
Dois f a t o s p r i n c i p a i s sucedem em Campos.
0 primeiro,, é o da c e l e b r a ç ã o das missas quanto v i s i t o ’ as
pardqu ias s
A a c l a m a ç ã o p o p u l a r nas ruas é vibrante, alegre e calo r o s a .
É a fé do p o v o que vê no bispo o sucessor dos'aptíst ol os de
Cr ist o .
Ao chegar ã s igrejas, sou saudado pelas a s s o ciações com
sinais de r e v e r ê n c i a . Entro no templo uso os paramentos que
me são o f e r e c i d o s .
Dirijo-me ao a l t a r para celebrar a missa em latiml lendo em
português os t r e c h o s que o pároco também o fas, em altar em
que fico de c o s t a s para o povo. Em certas pardquias, sucede
então o insdl ito: quando faço o sinal da cruz e digo "In
nomine Patr is, et Filii et Spiritus Sanct i.•." as pess o a s
das a s s o c i a ç õ e s , que dever iam ser as mais bem formadas pelo
sacerdote, c o m e ç a m a se retirar af r on t osamen t e .
Em resumo, a m i n h a simples atitude de celebrar segundo o
Missal Romano, a p r o v a d o por Paulo VI é considerada como
terr Tvel a g r e s s ã o que faço a alguns dos presentes.
Sem d e s e j a r a l o n g a r a questão, limito-me a perguntars Que
doutrina e r r ô n e a inspira o comportamento deste pequeno grupo?
E isto que t e n h o procurado aprofundar em contatos com -os
sacerdotes - a quem sugeri uma exposição de motivos a ser
enviada à A u t o r i d a d e Suprema da Igreja - bem como os leigos.
E claro que, c o m o pastor, venho formando meu juízo sobre o
assunto, para um a futura ação.
0 segundo fato, que também causou repercussão nacional,
trata da d e m i n c i a da venda de terras, apés a minha posse,
com procurações caducas. 0 senho sabe como o Direito
C#n6n ic p é s e v e r o no que se refere a este ponto.
0 assunto está sendo devidamente tratado conforme os
preceitos e c l e s i á s t i c o s e civis.
Nest es dltimos dias voltou h baila, muito fort ement e , a
questão doutrinária. Estarão levanto esta conh e c i d a
problemática — que nao é entendida pelo povo simples para
encobrir a s e g u n d a situação? Não sei.
Finalmente estou consciente de que, em cada diocese, o
principal j u i z é o Bispo, é claro que sempre em comunhão com
o Papa e. os d e m a i s Bispos unidos ao Santo Padre.
Fortalecido p ela graça de Deus e pelas preces de tantos
irmãos, continuo, suave ma is f irmement e , a pastorear as
ovelhas que me f o r a m confiadas por Jesus e pelo Papa João
1 oO
Paulo II-
Grato pela atitude de apoio,
Pede e oferece orações,
0 irmão e servo em Cristo e Maria
151
1 1 - "A Obsedante Preocupação com’ a Promoção Humana" que
prejudica a especifica finalidade da Igreja, a salvação dai»
almas •
12- "A Diluição" da espiritualidade scérla num vayo
sentimenta1 ismo religioso.
152
or I©ntadores, objetivo*», opções estrato«íQ ias, in ic iat ivas
prát icasy etc
153
C o m o * b e n f e i t o r e s q u e o er g u e r m m e mantinham? para com
o* J n v r n u 1 e v 11 ttb q u e al I e w t u d a v a m e dedicavam ao latim*
rtn wr^yur UitOr tudo que a Constituição *Sacr o b a n c t u m
C o n e I 1 Iu m mandou (.onser vai* i sos J o v e n u» que <t\1 i faziam
•*«t Ir o a * m e d i t a n d o na o v e r d a d e » e ternas para* c o m t e m o r de
D^u»* nKü c a í r e m n o d e s c a l a b r o » d a 1 Ic e n c Io s Id a d e que Já
invadiu atií otu r e c i n t o s s a g r a d o » ; p a r a c o m o s menino» do
C a t e c i s m o p a r o q u l w l q u e wl l r e c e b i a m a f o r m a ç ã o r e l i g i o s a e
t u recreavam ao» domingo»? para com os professores que
fic ar am u c m t r a b a l h o n e m teto»
*"* que Gacerdoteiu uár l o w r cultos* z e l o s o s sejam punidos*
destituídos de seus c a r g o s ou convidados a deixarem a
dluiruw', a l g u n s J á e m idade a v a n ç a d a ? e aqui radicados h«(
wuito tempo. I? preferível nau ter sacerdotes a termos
tradldionali&tafor por que est e s n S u podem calar-se ante
t a n t a a r b i t r a r Itfdadtf •
A Catedral construída com esmola do puvo, - e m campanhas
aemor tfve i» e n c a b e ç a d a s por h o n s . J o ã o d e B a r r a s Uchoar que
nao se a c a n h a v a d e mendigar r c o m o nds o a j u d á v a m o s r s e r á o
p r ó x i m o » ] v o d o u d e m o l i dor e s * d o s m o d e r n o s i c o n o c l a s t a s que
** i n s t a l a r a m na I g r e j a para demolirem. Ê preciso que o
provo se levante por m a i s e s t e a t e n t a d o contra o nosso
patrimônio r e l i g i o s o e artístico.
0 h o n s . G i l b e r t o Schubert: d e c l a r o u q u e o r e m p l o " d e estilo
ni'íu. 1 áviii Ic o p e r f e i t o " nao exige reformas. Mas... em função
d. n u s s a l l t u r g i a r d p r e c i s o s m u t i l a r o t r o n o * t r a n s f e r i r o s
pú J p i t o s tu. 1 f o u i m o » de mármore* a mesa de comunhão* o
b*t ist tfrio r d e m o l i r u m d o s a l t a r e s l a t e r a i s . . . T e r e m o s quem
srja c a p a z d e f a z e r t a n t a s m o d i f i c a ç õ e s s e m d a n i f i c a r o que
há d c a r t íst l e o c* v a i io u o ?
D.Carlos Alberto precisa l e m b rar-se de que ele nao é o
primeiro e n e m s e r á o tiltimo b i s p o d e C a m p o s para mandar
a p a g a r a l e m b r a n ç a ciou a n t e c e s s o r e s .
A Catedral n ã o d dc n e n h u m bispo* d do provo que a e r g u e u . 0
brnimcfrito G o n ç n l o d e V a s c o n c e l o s d o o u um d o s piilpitos a n t e s
que hons. U c h o a »e ajoelhasse diante dele* implorando a
doacZo. Outros doadores ainda.vivem como este. Que sejam
ouvidos.
Sr há recursos para estas d e s t r u Iç o e s * por que nao
canalizá-los para r e s t a u r a r os vitrals d a n i f i c a d o s e p a r a a
c o n s e r v a ç ã o d o u o u t r o s p e r f e i t o s a i n d a ? Que as r e c o m e n d a ç õ e s
do V a t i c a n o II v e j a m c o n c r e t I z a d a s n o s t e m p l o s e m c o n t r u ç ã o *
t temos v á r io*. n a d i o c e s e * c o m p r e e n d e - s e * embora nao se
just if i q u e m •
Has que Igrejas cm ótimos estado de conservação sejam
d e f o r m a d a s n S o se e n t e n d e » <••*)
Guc algumas imagens sejam removidas* não estranho*
Pr inc ip a 1 m e n t e d r G a o P i o X q u e d e v e i n c o m o d a r m u i t o a quem
#*
Por e l e f o i c o n d e n a d o . ••
154
040 U W m m *•» •*
4 tmtft 4 lápsi nfit® pübliciçai
7 - Publicada na imprensa ao mesmo tempo em que come ç a v a m a vir
à tona r e c l a m a ç õ e s do Pároco de Itâlva, compõe com estas um
episódio mu i t o constr a n g e d o r . Eis o teor da carta do liltimo
exonerado s
DESPEDIDA
Meus c a r í s s i m o s paroquianos
de Bom Jesus do Itabapoana
155
fidelidade à Igreja de sempre*
Amém •
Bom Jesus do I t a b a p o a n a r 10 de junho de 1982
Festa de C o r p u s Christi
g ~ <mm m)
Embora nos a c u s e m do contrário (somos chamados de f a n á t i c o s
Intolerantes, v i o l e n t o s ) r sempre agimos de acordo com
princfpios e x i g i d o s pela dignidade humana e r mesmo quando
vítimas de cal dn ias e arb it r ar ie d a d e s , jamais revidamos com
insultos ou violências. Apesar de certa publicidade
difamatória e malévola, nosso modo de proceder desmente
qualquer d e s t a s acusações.
Na questão s u s c i t a d a em Campos, fomós os primeiros a propor
o d i álogo e no s empenhamos em conduzir o caso num nível
elevado de d e b a t e doutrinário, em qúe c\ argumentos se opõem
argumentos, de m a n e i r a a chegai* *se a uma concórdia na posse
da verdade demons t r a d a . Neste sentido, atendemos a sugestão
do Exrno Sr. B i s p o Diocesano, encaminhamos à Santa Sé m o t i v o s
doutrinários que fundamente nossa posição. Aliás, e ssa
lealdade co m os superiores hieráquicos sempre foi nossa
forma de p r o c e d imento.
Tínhamos o d i r e i t o de esperar, da parte de nossos opositore,
um t r a t a m e n t o análogo. Nao obtivemos essa lealdade. Somos
vítimas de uma injusta campanha de desprestígio de
desmoralização. A pretexto de nada, cria-se um tumulto
publicitário que impede a solução normal da essência do
problemas a q u e 1,t ao doutrinária.,
(...)
Hoje há c e r t a s itudes, gestos e ensinamentos da H i e r a r q u i a
que não po d e m .r aceitos, pois promovem uma 'renovação',
que não e stá em iinha de continuidade com a Tradição, com os
ensinamentos tradicionais do Supremo Magistério, mas
constituem um ro m p i m e n t o com eles está nesse caso o "Ordo
M is s a e " .
(...)
Mais do que a quantidade, a qualidade da vida religiosa
decaiu, f a l t a de convocação profunda na fé, permissividade
M o r a 1, naturalismo, falta de piedade sólida, incoerência c o m
as pr á t i c a s da Religião, geral mente superficial, e a vida.
(...)
Que fique b e m c l a r o a todos, que não estamos pedindo nenhum
privilégio que acomode nossa situação pessoal.
Absolutamente, não pedímos isso, mas queremos que se
conheça e s o l u c i o n e uma questão que angustia não s o m e n t e a
nós mas *a m i l h a r e s de nossos fiéis, podendo dizer, a m a i o r i a
de noss o s f i é i s que n ã o . r econhecem aquilo que se passe em
muitas paróquias e dioceses 'renovadas' o que estavam
acostumados a ver na Igreja Católica.
Não r e s p o n d e r a isso é fugir ã seriedade do debate ou do
diálogo, é fugir da verdade, é temê-la. Oualqer medida que
viesse c o n t r a n ó s r e s p o n d e n d o a esses questões, seria c o n t r a
toda a m a n e i r a t r a d i c i o n a l de agir na Igreja".
156
9 - Tendo em vistas i~ "quanto consta na carta r.l«* Bagrada
Congregarão para os bispos a Nôs d irígida pelo Lhmu.Sr Cardea* •
Prefeito. D . S e b a s t i ã o Bayglo; 2 Que a Santa S(í já respondeu
diretamente no mesmo mentido e amplamente aos gue a ela
recorreram? 3- as normas gerais da Igreja com especi a 1 menção
dos Cânones 1 3 r17,22,24,79,00*1257 c 2195 com seus respectivos
pará gr af o s , do C ó d i g o do Direito Canônico? 4~ Depois de madura
reflexão sobre o C â n . 2214112 que á t ran»c ri rao literal do
Cone í1 io Tr ident ino» sess.XIXI, cap •X? bavemos euc bem baitfac u
seguinte
DECRETO
157
Nosso s i l ê n c i o c a u s a r i a grave* escândalos aos d im n 1 ce
dos quais t e m o s o dever de dissipar qualquer ddvida sobre a
coerência de n o s s o procedimento com a fé cattíbVca. Cf pois,
diante de. D e u s Ju iz Supremo que um dia vai julgar a todo*
nós, que ■Pagemos esta dec 1ar ação - Temos presentes as
consequências que nos possam advir da parte dos h o m e n s r mas
teremos m u i t o m a i s as que nos adviríam da parte de Deus»
i- Somos s a c e r d o t e s catélicos apostdl icos romanos filhos da
Santa Igreja que ama m o s com todas as veras de nossa alma e
eiw cujo seio q u e r e m o s viver e morrer, como esperamos pela
graça de Deus.
Renovamos, pois, nossa profissão de fé, já conhecida de
nossos fiéis. Mais particularmente, declaramos que damos
plena e a m o r o s a a d e s ã o e obediência ao Santo Padre, o papa,
Vigário de J e s u s Cr isto*na terra, Chefe Risível da Igreja.
Aceitamos t odos os direitos e. atr ibu iç.8es, honras e
privilégios que ao Romano Pontífice conferem a*Tradição e o
Direito Canônico, dentro dos limites especificados no
Concilio V a t i c a n o I, ao definir o dogma da Infalibilidade
Pontifícia. R e c o n h e c e m o s o primado e o magistério do Papa
sobre a Igreja Universal, Pastores e fiéis. Baseados, no
entanto, na Tradição, não temos diividas em afirmar que, uma
medida que ponha em risco a pureza e a integridade da Fé não
deve ser aceita, seja ela qual for o Superior que a ordene.
E esta d o u t r i n a da Igreja que nos leva ã, em consciência,
não poder aceitar e por em prática a nova ordenação da Santa
Missa instaurada em 1969.
Toda obediência, na Igreja, está condicionada ã fidelidade ã
Fé. Ora n e s s a nova ordenação do Santo Sacrifício do Altar,
extenuam-se e obscurecem-se os dogmas eucarísticoss da
Presença real e substancial de Jesus Cristo na Hdstia
Consagrada? da Transubstanciação? da Missa como verdadeiro
sacrifício p r o p i c i a t ó r io; do sacerdécio hierárquio
especificamente distinto do sacerddcio comum dos fiéis. E . o
no 7 da "Inst it ut io" que precede e explica o novo Missal
reformado, chega a afirmar, contrariamente ao ensino do
Concilio de Tren t o e de acordo com a doutrina luterana, que
a ação sacrifical é de toda a assembléia, e não
exclusivamente do sacerdote hierárquico.
Santo Tomás de Aqui no "(...) havendo perigo prdximo para a
Fé, os prelados devem ser arguidos, até mesmo publicann.nte
pelos sdditos. Assim, Sao Paulo, que era siidito de São
Pedro, arguiu publ icamente em razão de um perigo iminente tle
escândalo em m a t é r i a de Fé". (Summa T e o l o .I I - I I ,33,4,2.)•
São Roberto B e l a r m i n o "(•••) Assim é licito resistir ao
Pontífice que a g r i d e o corpo, assim também é lícito resistir
ao que agride as almas, ou que perturba a ordem civil, ou,
sobretudo, aqu e l e que tentasse destruir a Igreja. Digo que é
lícito r e s i s t i r - l h e não fazendo o que ordena e impedindo a
execução de sua vontade..." (De Rom.Pont • ,L ib •II «c .29) •
158
1
2- Nossa rRCUttü ^ mot i v a r i a , portanto* ju^tam ^nt^ pt f l f t
obediência a o s e n s i n a m e n t o s p e r e n e s cia S a n t a I g r e j a .
Será JustOr s e , ao nos dirigirmos aos nossos superíores *
u&amos as m e s m a s palavra! de São Bruno de Segui ao Papa
Pascoa1 II- "Eu * os est iino como a meu pai e' senhor <---)
Devo amar— vos? por i-m devo amar mais Aquele que criou a vós e
a mim - ?
Esta a t i t u d e n ã o é p e r f e it a m e n t e c o e r e n t e c o m o ensinamento
de S a o Pedros "Importa obedecer antes a Deus que aos
homens?" <At o s , 5 , 2 9 ) .
A r e s i s t ê n c i a é u m a f o r m a h e r ó i c a de o b e d i ê n c i a - Repetimos
com Sao B e r n a r d o ! " A q u e l e q u e f a z u m mal p o r q u e m a n d a m , faz
menos u m a t o d e o b e d i ê n c i a d o que d e r e b e l d ia". ( C a r t a 2 3 r e m
"Cartas D i v e r s a s " ) .
3- N o s s a p o s i ç ã o , por o u t r o lado, se a j u s t a ao propósito
explícito do Concilio Vaticano IIr quando declara, na
Const it u iç a o sobr e a Sagr a d a L 1 1 ur g ia (Pr o ê m io nu A ) , que -
"Obedecendo fielmente ã Tradição, a Santa Mãe Igreja
considera t o d o s os ritos legitimamente reconhecidos com
igual d i r e i t o e h o n r a e, p a r a o f u t u r o , o s q u e r "defender"
e r de t o d o s o s m o d o s , " f a v o r e c e r " (Gr if o s n o s s o s ) .
Afirmamos o u t r o s s i m , q ue n o s s a a t i t u d e ó patrocinada pelo
mesmo C o n e Tl io V a t ic a n o II ao e s t a b e l e c e r que, em m a t á r i*a
religiosa, n i n g u é m p o d e ser i m p e d i d o de a g i r , s e g u n d o a sua
consciência, em p r i v a d o o u em p d b l i c o , s ó ou associado a
outrosr d e s d e q u e se r e s p e i t e m os d i r e i t o s a l h e i o s , s e g u n d o
a justiça e a b e n e v o l ê n c i a -<D e c 1. sobre a Liberdade
religiosa n a 2 e 7).
Conclui m o s d i r i g i n d o u m a s d p l i c a f ilial e c o n f i a n t e c* V i r g e m
Santíssima, M ã e d o S u m o S a c e r d o t e e n o s s a Mãe, p a r a q u e nos
obtenha d o s e u D i v i n o F i l h o a g r a ç a de p e r m a n e c e r m o s fiéis
até a m o r t e , & M i s s a C a t ó l i c a .
SUB TUUM P R A E S I D I U M C O N F U G I M U S , S A N C T A DEI G E N I T R I X
(DEBAIXO DA V O S S A P R O T E Ç Ã O NOS REFUGIAMOS, Ò S A NTA MAE DE
DEUS)
Campos, 2 6 d e s e t e m b r o d e 1 9 8 2 ( segue a a s s i n a t u r a ) .
159
Santa ^Missa, instaurada ew 1969. Lembramos que uta
ordenarão foi promulgada por um Papas Paulo VI. Resuin 1 0002 o
Papa tem poder, dfve-st amá-lo e obedecer — 1h e , Las eles, "em
consciência", não se submetem ás suas ordenações»
E por que? - perguntará alguém? Explicam eles que o Pap«
Paulo VI errou gravemente, contrariou o Concilio de Trento,
defendeu doutrina luterana, obscureceu vários dogmas
eucar ist icos. E depois dele, cont.nuam a incidir* no mesmo
fatal engano João Paulo I e João P«‘ ia II1 Observe-se, de
passagem, que o nome de João Paulo I I não aparece nem uma
vez no documento- Qual seria a razão? ... As assertivas são
gravíssimas. Mesmo tendo o atual Papa reafirmado sua
orientação para a Diocese de Campos, eles continuam a
responde com uma"recusa".
E depois perguntam se é justo alguém appntá-los como
"rebeldes, desobedientes e cismáticos". - -
0 pior é apelarem para alguns trechos isolados e mal
entendidos do Concilio Vaticano II para alicerçarem sua
"recusa" em o b e d e c e r .
Realmente, como me escrevia desde março o Cardeal Baggios
"... é com profunda pena e preocupação que o Papa toma
conhecimento de uma situação tanto mais grave quanto criada
por sacerdotes.. Mais grave ainda porque provoca escândalo
dos fiéis no âmbito da Diocese e muito além deste.
A verdade se inipoe por ela mesma. Não carece de farta
impressão e distribuição de folhetos nem de manifestações de
pessoas em praça piíblica, nem de passeatas e pseudo—
procissões. Tudo isso é subversão da ordem, desrespeito á
Autoridade religiosa. El grave por confundir ainda mais as
mentes, já que se cobre de cantos e orações piedosas. 0 que
deveria ser expressão de fé é int r ument al izado para, em seu
bojo, levar uma mensagem de condenação ao Papa, á Igreja e
ao Bispo Diocesano.
Apesar de ter sido recebido, desde os primeiros dias, de
forma agressiva e destituída de fé, tenho procurado dialogar
até agora. Mesmo sofrendo, como a maior parte dos católicos
da Diocese, cont inuo a levar a todos uma palavra de
conforto, de perdão e de amor, por intercessão de Maria e de
São José."
160
entre diversas férmulas. A fé nicena encontra seu arauto na
pessoa do Jovem bispo de Alexandria, Atanásio, que
Constantino - .depois de transformado em partidário de Ar io -
fez exilar em Tréveros"
161
Cristo» » c o r r e n t e m o n o f i s i t a acentuava a unidade dele ao
ponto d e n e g a r a rei idade plena* do D e u s - H o m e m . A natureza
humana de C r i s t o era absorvida e desaparecia na natureza
d i v i n a . Es.ta p e r s p e c t i v a t a m b é m foi c o n d e n a d a pelo Cone f1 io
de C a l c e d ô n i a .
163
2®- Desenvol vendo-se pr inc ipalmente nos primeiros séculos
cr it sos r a gnose tem como fundamento u dualismo. Pela ética
da igreja nascente, a gnose representa um perigo porque
corrompe a idéia judaica da transcedencia divina.
Pretendendo um conhecimento direto, intuitivo, total e
beat if icante, seus "iniciados" opõem o caráter
essenc ial ment e mau das operações da matéria e da carne, ao
esp frito puro. Pautando-se em evangelhos apécrifos e outros
ensinamento nuster iores da ant iguidade, "A maior parte
recusa—se a crer na encarnação e na morte de Cristo? cm seu
espfrito, os sacramentos cristãos diferem dos mistérios
pagãos e das iniciações ocultas. Suas posições morais são
extremas! um **.%•;et ismo inumano e ou amoral ismo total. Já que
aqueles que pu .uem a gnose salvadora estão colocados acima
das leis mor ^ instituídas pelo demiurgo, o criador- du
mundo visfve* < que por sua ve;£ opõe—se a um deus
desconhecido que é luz e bondade".- Nos primeiros séculos do
cristianismo proliferaram confrarias gndsticas. (Pi errard,
op.c it .?33>
23- Além dos conc Í1 ios, entre 1084 e 1256 surgem novas famílias
religiosas importantes^ os Cartuxos (1084), os Ciscertenses
(1098) , os Pr emonst rat enses (1120)., Os Carmelitas (1156) r os
Franciscanos (1209), os Dominicanos (1229) , os Heremi tas de
St q Agost inho, como união de vár ios ramos agost in ianos *
24- Esta é também a época das Cruzadas, com tres grandes ordens
militares vivendo o sonho da conquista de Jerusaléms
Templários (1119), Joanitas ou os Cavaleiros de Malta (1137)
e Teutòn icos (1190). Destinadas ao fracasso, com quer
Pierrard <Op.c it * -107) foi no entanto este espírito de
^cruzada'7 que devolveu o cristianismo á penfnsula Ibérica* Eí
instituída também a festa de Cor pus Christi e começam a
surgir os grandes marcos da Cistandade - as Catedrais e as
Un ivers id a d e s .
165
r e l i g i o s a s e r e p r e s e n t a n t e s legislativos populares elegeram
um novo p a p a » A l e x a n d r e 9 ( 1 4 0 9 — 1.4.10)» s u c e d i d o por João
XXIII < 1 4 1 0 — 1 4 1 5 ) » n o lugar dos papas de R o m a e de Avignon?
ambos depostos. 0 r e c e n t e m e n t e e l e i t o imperador do Sacro
I m p é r i o R o m a n o r S i g i s m u n d o (1410-1437) e o papa A l e x a n d r e 9
c o n v o c a r a m n o v o c o n c i l i o » em C o n s t a n ç a (1414). Neste» c o m a
v o t a ç ã o d e t e r m i n a d a por n a ç õ e s » d e c l a r o u — se o representante
da I g r e j a C a t ó l i c a R o m a n a » t e n d o sua a u t o r i d a d e diretamente
d e f i n i d a p o r C r i s t o . J o a o XXIII e Bento XIII f o r a m d e p o s t o s »
e G r e g ó r io X I I a b d i c o u » c e d e n d o \\ e l e i ç ã o de Martinho 9
(1417-1431). A ação do concilio devolveu a unidade
tempo r a r i a m e n t e perdida» mas representou uma ameaça ao
pap a d o enquanto 1ugar d a aut or idade s u p rema na Ig r e j a .
(B o o j a m r a » in El i a d e » 1 9 B 7 )• E interessante frisar que» na
c r o n o l o g ia o f i c i a l da Igr e j a esta c o n f u s ã o é diluída pela
supressão daqueles n o m e s indicativos do cisma. Assim» a
sucessão e p i s c o p a l da ú p o c a mostras Urbano 91(1378-1389)?
B o n i f á c i o I X ( 1 3 8 9 — i404>? Inocènc to 9 1 1 (1404-1406)? Gregór i o
XII ( 1 4 0 6 - 1 4 1 7 ) ? M a r t i n h o 9(1417-1431) (M at o s »1986).
Em 1551 é c o n s a g r a d o o t e r m o transubstanc ia ç ã o ? a u n ç ã o do s
enfermos é d e c l a r a d a sacramento e é definida a necessidade
da confissão oral. Alguns problemas organizacionais sã o
tambóm a b o r d a d o s : o da s comendas» das v e s t e s c l e r i c a i s » do
direito de padroado.
No final d a d é c a d a de 50 o p e r a - s e uma t r a n s f o r m a ç ã o no S a c r o
Cológio dos C a r d e a i s » t ido agora como o c u p a d o apenas por
homens p r o b o s e ins t r u í d o s ; orde n a - s e a Dataria» sede do s
favores p o n t i f f c i o s e principiai fonte de r e c e i t a da Santa
Sé e em f u n ç ã o da p e n e t r a ç ã o do Calvin ismo na França»
d e c i d e - s e p e l a c o n v o c a ç ã o dos padres» num r e c o n h e c i m e n t o da
i m p o r t â n c i a d e s t e s e t o r do clero.
Em julho de 1562 sã o elaborados cânones relativos ao
sacrifício da missa» considerada como comemoração e
reiteração d o s a c r i f í c i o de Cristo. A f ase é especialmente
conturbada na m e d i d a e m que ose s p a n h ó i s e os franceses
i m p e r i a i s q u e r i a m m a i o r f o r t a l e c i m e n t o d o pocler e p i s c o p a l e m
o p o s i ç ã o a o s i t a l i a n o s , d e f e n s o r e s da s u p r e m a c i a do papa.
Novembro ed e z e m b r o de 15625 aparece o decreto "De
R e f o r m a t i o n e " , c o n s i d e r a d o a e s s ê n c i a da r e f o r m a t r i d e n t i n a ,
que definiu a nomeação e os deveres dos cadeais, «•*
organização dos s f n o d o s e dos s e m i n á r i o s d i o c e s a n o s , a
reforma d o s c a p í t u l o s e das ordens monásticas. P a r a l e l a m e n t e
foi b a i x a d o o d e c r e t o " T a m e t s i " , que r e g u l a v a a s condições
de validade do m a t r i m ô n i o s aldm disso, estabeleceu-se os
cânones s o b r e o p u r g a t d r i o , as i n d u l g ê n c i a s e o culto aos
santos.
J a n e i r o d e 1 5 6 4 — P i o IV, na b u l a B e n e d i c t u s Dei c o n f i r m a a s
d e c i s õ e s d o c o n c T l i o e a s t r ansm-i t e â c r i s t a n d a d e .
167
III
- 0 ANTI-MODERNISMO EM CENA
Na devida escala
r os acontecimentos da Diocese de Campos
situados no
Assim foi com D.
seus
sent ido de
entanto, segundo
CüHural brasileira.
168
jll.i - Exonerações
169
Detalhar cada ura deles, apesar das particularidades
170
-ividosr Por outro
por outro, a seleção (a h espeito das determinações
efW°*
,rc«"=
ci,rUn5tanciaÍ5 que rpoderíam surgí,, v
a,r), •a
_ ,
montagem ,
de uma
estratégia infalível para imobilizar 0 inimigor POr mais que
este desejasse e lutasse por uma r e v e r ^ de tendência.
17i
• comunidade, como o grande apego sentimental ã velhos párocos, a
172
descrita- Naquele r as surpresas eram muitass das afrontas
173
podería agrava 1 gu*nj c a s o p o r v e n t u r a mais simples. Nada d is s o
decisões d e R o m a .
174
estavam envolvidos, razão pela qual vai predominar, a partir de
175
Incard inado a que D.Navarro solicitou a remiría ia. Negando-se a
fazê-lo, o pároco impetrou recurso junto à Sagrada, Congregação
para o Clero,- o que retardará de muito a solução. Encerrado em
setembro de 1983, com a entrega dos bens da Mitra em juízo, o
caso se revestirá de aspectos insólitos, com o Juiz sentindo-se
ofendido, com o bispo querendo envolver o padre com o Serviço de
Segurança Nacional e, finalmente, com a mudança do pároco e sua
provisária Matriz Tradicionalista para o prádio abandonado do
antigo Cinema São Josá.
176
diversas» inclusive a clássica caravana dos tradicionalistas de
próprio templo.
De t o d o s e s t e s , o caso mais c o m p l i c a d o é o de V a r r e - S a i s
apoiavam o bis p o .
inter iornent e e x p e d i d a e d e v o l v e os b e n s ao p á r o c o . Em m e n o s de
178
2* horas, porém, a situação se inverte, pois o Desembargador
Harcos Faver, da 4a Câmara, reintegra os bens a Mitra. Em
180
» I
Apostólico, D. Ci*rlos Chiar ior e tendo como co-sagrantes os
epi scopal
181
Para Poulat (19B2), o termo raoiJcrn íbido, no vocabulário
tenpo.
onde e l a s e r e a l i z a ) convivem.
territorial idade.
O p r i n c í p i o da t e r r i t o r i a l i d a d e se r e f e r e ã propriedade
184
diferentes aspectos (espaços e tempos) de um mesmo mundo
realidade que quer unir o agora com o sempre, o aqui com todo o
<4)
lugar
ies
com as caract er Tst i wodernidade quer de uma forma ou de
então P e . C a s t r o Ma y e r _ , . . ~
era assistente geral da Aça o Católica na
Arquidiocese de São Paulo.
Lima,1984).
187
direita, • identificados respectivamente através da Aliança
Congregação Mar iana, Filhas de Maria etc. Por sua vez, o grupo
Amoroso Lima, faz tornar cada vez mais anacrônica a posição dos
188
realizar o papel que Plfnio Corrêa de Oliveira sonhou para a
Atao Catdlica da década de 30.
drfvidas e incertezas.
1B9
na medida em que relaxa a postura do fiel, agora abandonado
d IvIndade.
190
gorobra da Mitra e do báculo. Todas as inovação sociais que foram
| implantadas entre o Concilio de Trento e o século XX colaboraram
subord inar .
Ptl m t r a d i ç S o c a td l ica.
192
os os dom Tolos da sociedade. A verdade passa a ser u ma
istrução humana, dependendo do raciocínio humano e das regras
riais, escamoteando sua origem divina, e portanto. Int o c á v e 1«
■
A
a wero cont
entre os homens) v ia. mecan israo JurTdico do ..
divdrcio,
experimenta-se o controle sobre a natalidade num
abusivo „
°cesso de decisão sobre a vida; abre-se can'inho a
permissiviri
a «de, via a compreensão das diferenças anti“faturais
aceltando-~s
se o homossexualismo, numa escalada que se • ,
inicia
desde a u, ,.
anaiizaçao dos papéis sexuais adotadas na Pr|m e jra
infância. A ^
A educaçao mista leva ao desconhecimento das
diferenças - m
das regras que devem gerir os comportamentos de
hoaens e mulheres aptos futuramente a acc:
uramence a assumir o sacramento do
p at rimônio.
19 4
e legft \t . guardiã. Este relaxamento se percebe nas pretençoes
de e c u m e n is m o „ n a crescente secular ização do clero, nos debates
sobre o q u e s t i o n a mento do celiL.vo sacerdotal, todas elas
indicativas da desvalorização da Igreja como represent ant e
tín ica da ilnica religião que sal va e do clero como cor po
consagrado exclusivamento no 4 serviço do altar. Tal
desmerec iw e n t o do sacerdote, rebaixado à condição de
represent ant e d o povo, expressa a mudança no conceito de verdade
revelada .
195
A d i gn i d a d e i man a que reduz o papel de Deus é uma
falsos c u l t o s .
Sul 1 a b u s >
19 6
5 - N a concepção Protestante da missa (condenada na
S e s s ã o XXI I do (Cofic f^ •,0 de Trento)
1
At é porque a Diocesse de CAmpos foi implantada em pleno
198
o que nao significa diser que a argumentação importada
199
A vigilância deve ser constante e aguçada porque o«
como hâC gente de boa fd, que por ignorância ou ingenuidade tenta
que temos anunciado, que ele seja anát ema" <Gál •i ,8 >. f! tal valor
201
Cl^cul^r «fcO Clerof de 197® ICf • Ounr ent n Anos d® E p Iteo^sdo^ J 1®
202
condenava a a p o s t a s ía dos sodern 1st as. Estes ter Iam abandona4o a
revelado.
203
Seguindo este racioc T m o , para O.Mayrr o para oa
ass ist e m *
III.4 - A Q u e s t ã o L i t d r g i c a
O
UUKCA *er* nada acrescentado, o.ititfo ou alterado neste
206
dos crIstãos, que não tinham ainda regras precisas para estes
ti '
| encontros. Mantinham apenas uma tradição comum, com as devidas
variações nos costumes en função das diferenças culturais.
|
A uma primeira fase de improvisações 1 Iti/rgicss (até o
século IV) sucede a época dos "satrament rfr ios", colccSes de
orações para todas as cerimônias litérgicas, que deram orfg e m
07
obrevlário reformado, e em í 70, foi publicado o ftltaa »«<».
200
P princípio da participação at < « consciente do p o v o , que v» l
un idade .
1985S33) .
princípio de fidelidade ã tradição, que lembrando as
enriquecedoras experiências com que o Mistério foi vivido,
histérica e pastoral.
210
Casei, é preciso ver a liturgia como " a revelacao e a r e a l i z a ç ã o
explicar". <Idem:XXIII>
Essa postura.
catdl ica da M 1ssa, tal
Cone íl io de Trento, t a o incoveniente de, Ignorando os
Cânones al 1 propostas, evantar as barreira contra qualquer
heres 1a que atacasse a itegridade do Mistério". Além disso,
verdades perenes ter iam o tratadas como aspectos secundários,
de cerimonial, sendo substituídas sem se levar em conta seu
em 1570.
216
partilhava c mais# se isso era questão passfvel de solução»
1990:6) .
217
d o u trin a íi qual são devotados» mas a c a t a » #ara a t u » I t t  - 1a
210
tá através da inteligência e do« bios» ela 4 «•
Daí que o fiel não pode escapar de explicitá-los, sob pena «*e
220
<jue, onde o costume é conunyar de Joelhos, esse costume sem s
XII (1939-1958) .
22i
ÍHPHBHHBflflM flHH
223
tradicionalistas de C a mp o s q u a n d o do envio d« recursos ao
missa t r a d i c i o n a l , na r e a l i d a d e c o n d i c i o n a - o s ã b o a v o n t a d e dos
trad ic ional .
224
«colhe no culto cinco postulados d» heresia luterana» por la%o»
não é aceitável.
(2 0 )
Corroborando este viés juridicistas , em 11 de
t'J
da essência da Missas sacrifício pr opr |c I at dr I o pr l»« nosso»
de 1989) .
fixado no tempo.
226
Numa perspectiva sociológica u t 11 I t a r l a t a , ligada á Umm
(Bourd leu,1982:115).
do acontecimento vivenciado.
22 7
NOTAS
2- C f . âuanizota ôuos de E g i s c o e a d c * 5
228
estamentos» abalando laços tradicional* dr lealdade*»
delineando nova sensibilidade que ser J m«tr>i»«nt al i2 «da pelo
desenvolvimento dos meios de eomun icação. De ima forma ou de
outra» a Igreja ter i de dar conta destas tr ansf or m a s ô e s »
concomitantes com as c;<iyênci«s que vão surgindo no seio do
prdprio corpo ec 1c» idst ic o , áviduv de pol ft ícas capazes dc
enfrentar a nova realidade que vai se impondo.
4 - Cf.P o u l a t , 196?.
229
6- Se gundo t ima (1984), os catdlicos or <ü»n ( da década dr 30
eram a c nerasa de moralizarão do paT*. Dr acordo com cl*r*
"Superada a fase em que a I q n j a esteve «ob a 'tutela
sufocante, do Estada (monarquia) »• aquela em que rstcvr
'expulsa ua vida pública' (primeira repdblica), tiicontr«vn-«c
naquele m o m e n t o alicerçada e» uma 'florescente açSo c a t ó lica'
que podia aspirar um 'Estado mtcgral m e n t e católico'" (Lima,
op.cít.:50). Foi a intensa mobilizarão dos católicos que
garantiu r e l a t i v o sucesso da Liga Eleitoral Católica, para o
que m u i t o con t r i b u i u a atividade dos Congregado» hariann».
Plínio Correia de Oliveira, então com 24 anos de idade,
obteve a maior votação individual de todo o país, 0»
católicos de São Paulo que representaram a LEC inscrrvrraw-se
como candidatos da "Chapa llnica por São Paulo Unido",
composta, alóm dos católicos, por membro» do Partido
Republicano Paulista, Partido Democrático e integrante» d»
Federação dos Vo 1u n t á r i o s . A vitória foi superva 1 orisada
pelos c a t ó l i c o s na medida em que a chapa conseguiu eleger 1/
repre s e n t a n t e s de uma bancada de 22 deputado» (Lima, 1904347),
230
controlc cio c ^ n t r o roM&no , o nQotn 9 ^ upo t^fif em 0«H^rcvl
Lcf bbvrc b b u cour dcnndor *a 1 s jM(>ar ( aitt c > e cunu arcrct 4r ,u_
geral, D.Geraldo de Proença Sigaud, bisra de Oiawanttna.
Hinas^ . (Cf. B e o z z o , 19V 0 ) Chaao a atenção para a «*nt ig«
rei acao entre D.Sigaud e o então bispo da Diocese dr Caaros.
D.Antonio de Castro M a y e r , sagrado em maio de 19<MJ por
D.Car 1o Chiaro, na época NiJncio Apostólico no Brasil (c t e n d o
como um dos c o — sagrante o bispo de Diamantina), Hintrrii co»
D.Sigaud forte afinidade de posicionamento* a mbos «c
al Inharao contra os anseios por refor m u 1ações poIfticas t i d a s
como imprescindíveis por parte da população b r a s i l e i r a , como
a Reforma Agrária. Pôster iornenle, acirradas as tensões c o m o
golpe mil itar de Í964, os dois bispos se destacarão como
defensores da Igreja contra o que c h a mavam sua
"esquerd i z a ç ã o " .
23i
invert idas : Deur» desce sobre os homens c os homens sobem ml é
D e u s r o b j etos sagrados são incor por ados aos hssf um
local apropriado para a confusão de cat egor tasw . (
interessante perceber que a purificação exigida para a
participação em certas situações da missa va í ser ponto de
discórdia na Diocese de Campos)* "A consc q(16nc ia éf
paradoxalment e * a conjunção na disjunção* c o resultado é uma
evitação que se manifesta no conjunto dos gestos controlados»
Mas <í preciso observar que estes dois momentos s3o
gramat icalmente relacionados! a inver são vem depois do
reforço* depois que se acentua a posição de pecador é que a
comunhão é real izada e o perdão* concedido* Creio que esse
exemplo revela bem o caráter e m irv temente paradoxal do
momento chamado religioso* Pois aqu • trata-se de criar um
jogo onde não haver ia perdedores nem ganhadores* E de
Inventar e manter uma relação onde as partes que estão em
ligação têm que estar necessariamente separadas e divididas"
<Cf. Da Matta* 1978:44).
233
18-0'Folheto pol Icromado que «prevenia as sessenta e duas rasõ«:s
porque a " Missa Nova" não deve ser aceita ^ apdcrifo. Os
erros de o r t o g r a f i a que apresenta levas a crer que não passou
pelo crivo dos padres, sempre muito cuidadosos cos este
aspecto. Além disso, o folheto contrasta cos a singeleza do
material p r o d uzido e distribuído pelo grupo tradicionalista.
Ao mesmo tempo à guisa de identificação da autoria. podc-se
ler na base da illtima página: "Rogai pelos Catdl icos
americanos que lhes oferecera este folheto". Que ligação
haverá entre esses "Católicos americanos" e o grupo
tradicionalista dos Estados Unidos, para onde viajaras, no
início da década de B0 alguns padres de Caspos c de onde
teria vindo a imagem de N.Sra. de Fátima que peregrina entre
os trad i c i o n a l i s t a s e cuja estampa identifica as casas que
aderiram ao bispo emérito ?
236
exemplo de centralização.
237
o esp frito renascentist a , vai opor uma perspectiva humanista
230
nao sd na massa de fié is como no plano dos Sovernos, 0 que se
ig reja s ortodoxas.
23?
Enquanto a Igreja na Europa se debate nos problemas
homens•
2 41
Lubac, no plano da teologia, contribuiu com uma reflexão
2 42
* atualizar o chamado "poder de comunhão". Ambas as
^ e n s ib i1 id a d e .
d íferenc i a ç ã o .
244
1> o grupo de origem acusa o gruPO que se afasta de estar
divergindo da verdadeira fé. A acusação contra ele (comumente
ao seu 1fder) é de heresia. Ironicamente, tais heréticos não
se movem para deixar o grupo dc orfgem: em geral tèm apenaB
24
Embora qualquer classificação seja melhor do que nenhuma
pergunto-me se a acima apresentada não peca pelo simplismo de
reduzir matéria tão complexa e de forte envolvimento político-
afetivo. Nessa tipologia a racionalidade é maximizada ao ponto
de desaparecer o universo inexplicável que é o da fé. Minha
questão é ainda reforçada pelo desenvolvimento do verbete, que
se dedica, após a tipologia, a- dar relevo aos fatores
ideológicos, sociais e econômicos como determinantes dos cismas.
Indubitavelmente presentes, não fora o cisma um fenômeno
cultural , a segmentação naqueles aspectos aponta para uma
perspectiva mecânica que não deixa espaço quer para o imaginário
que está no âmago de qualquer cultura, quer para a
inconsistência e ambivalência que preside as relações e
relacionamentos sociais. A força do universo simbólico sucumbe
ante um pragmatismo que, se pode ser fundamental em certos
credos, ou vertentes de credo, não o é em todos.
246
1
de como as partes em litígio lançam mão dos recursos
|S
disponíveis, religiosos ou não. E assim que procuro interpretar
o "cisma tradicionalista".
2 47
de como as partes em litígio lançam mão dos recursos
disponfveisI religiosos ou não. & assim que procuro interpretar
o "cisma tradicionalista".
248
processo de secular Ização que se desenvolveu sobretudo apds a
Revolução Francesa.
249
igualados ao "povo infiel", da mesma forma que os protestantes
(conforme se depreende do relacionamento com a Igreja da
Inglaterra, Escandinávia e Paises Baixos). Berá preciso chegar o
decreto AD GEENTES (Concilio Vaticano II), sobre a atividade
missionária, para que se distingua a ação pastoral exercida
entre os fiéis, das iniciativas emprendidas para restaurar a
unidade entre os cristãos.
2 50
Se as medidas s d refinaram a doutrina (a colegialida.de
pr fnci pes-
251
É b flt>
aparecem são provas de uma revitalização que aponta em várias
direções. A vida espiritual da Igreja foi renovada e as figuras
de Antonio Maria Zacarias, Inácio de Loyola, Felipe Neri, Teresa
de Ahuada, João da Cruz. Desenvolve-se um estilo estético, com o
florescimento da arte barroca.
(7)
0 Jansenismo é uma delas, introduzindo uma reflexão
onde, em termos teoldgicos, a graça é tida como suficiente para
fazer o bem mas seu efeito sd se atualiza pela intervenção do
1 ivre-arbítri o. Em termos ec1esioldgicos, numa inequívoca
tendência prtsbitcriana, o epi scopado é exaltado em detrimento
da» ordens religiosas e do papado. Esta perspectiva, expandido—
*e para o» Países Baixos, contitui o chamado grupo dos Velhos
Católicos* expressão de uma reaçao à tendência oficial na ópoca,
(8)
Já o Galicanismo defende a independência absoluta do
em questões temporais, constituindo-se em dogma que tanto
para o parlamento quanto para o clero francêsa este zela
que as liberdades e os costumes da Igreja Galicana sejam
protegidos contra o absolutismo romano. 0 clímax se dá na
25:
romano, in fluenciado pelo jansenism o, enquanto espécie de
<9>
0 Febronism o , por sua v e z , critica a forma m o n á r q u lC*^
censurados.
255
apoio de m u i t o s padres. E
o fim da C r i a t a n d a d e f c e d e n d o 1
u 9*r a
uma l a i c i z a ç ã o das mental
idades, terreno p r o p lc io a s u g e r i r
uma
nova ordem informada pela
liberdade, Igualdade, fraternIdade
o P. L a M e n n a i s ou na o b s c u r i d a d e do P . João Maria V i a n n t y . As
256
e p a rtir de uma r e d e senão constituída Por sim ples* seguidores,
In gla te rra , sua influência lim itou-se aos meios anglicanos, onde
que m a r c a r a m partes em o p o s i ç ã o -
Para
Poulat (o p .cit.) ela foi a e x p r e s s ã o do e s f o r ç o da
busca d e um
equ i 1 Tbr i o P e r d i d o quando a f r o n t e i r a do "críve l"
foi deslocad
a pela m o d i f j c a ç § 0 na concepção do "conhecrvel"
i n t r o d u z i da
pelos diversos r a mo s da histdria religio sa,
p r i nc i p a l m e n t
e a bfb lica. Asssim, no âmago do d e b a t e estão* os
t r ©s c o n c e i t o
s que s u s t e n t a m a I a r e i a * -> cr„ .L x .. ~
1,1 4:1 a Escritura, a Tradiçao e
° M agistério.
•ncapacidade relativa do c o n c e i t o de e x p r e s s a r a c o m p l e x i d a d e de
25
um casa, o qual, como aqui tratado, vem èt tona numa época da
dimensão conceituai.
Mas o debate não foi assim entendido pelo Vaticano, que golpeou
260
continuação das discussões anatew®^Izadas, seja n as formas de
contrad iz e -la s .
(P o u la t ,1909)
261
terreno duvidosos semelhante a uma sociedade secreta. A
262
Segundo Poulat, o Intransigentismo do Sodalitlum Pianum
espec ffica.
263
ecumênico começa a se impor constituindo um aspecto importante
trad ic ii ona 1 ist a" do bispo Marce'1 Lefbbvre, que ocas ionou nada
Campos.
2 64
estarão entravando o desenvolvim ento de algumas posIcSem
(17)
Na c l a s s i f i c a ç ã o de B e o z z o o Coetus Inte rn a cio na li%
Antes de detalhar ^
icionamento de L e f f e b v r e frente ã
Igreja vale uma r e f e r ê n c i ^
r *Pida ao lugar que o c u p a q u a n to à
P o lítica secular. Lefhh^
adotou abertamente uma postura
co lo n ia lista quando exercí^
mi S s ã o na Á f r i c a ? d a mesma f o r m a , na
2Ó5
campanha eleitoral francesa de 1 9 8 1 ,•alertou os eleitores a não
<grifos meus)
é a morte".
267
Incapaz de perceber que as d IferenciaçBcs ocorrida»,
introduzido na liturgia.
possíveis.
excomunhão vinha sendo traçado, mesmo que ele tenha colocado nas
269
Leffebvre é superior do ensino escolástIco-fIlosófico em Mortais,
na Franca.
qualificação diocesana.
270
1
um fator determinante para a imediata constituição do "Coetus
Internacional is Patrum".
271
Paulo VI nomeia uma comissão constituída pelos cardeais Garrone
sacrament o s .
272
Apds a eleição de João Paulo II» em 1978, prosseguem as
273
1
continuidade a sua obra. Mas o descrédito que a mesma merecia
sua postura como inquestionável. Do lado dos "trad ic ional ist as17,
274
Congregação para a Doutrina da Fé e da Fraternidade S.PioX. As
275
4 - reconhecer a validade da Missa e do Sacramento celebrado com
276
4 - tendo em conta a situação peculiar da Fraternidade, sugeria-
geral.
2 77
r
Sé.
Paixão, orou por seus discípulos 'para que todos sejam um'
(João, 17,20)"...
de cor do com o CDC <Cctn.i382) que diz* "0 bispo, que, sem
280
Tão grave episódio foi vivido» sem diívida, com grande
sofrimento de ambas as partes. Afinal» estava em Jogo nada menos
sagração.
2 81
Sobre os dias que antecederam o ato, a Informação é
perplexos com a ruptura na tún ica incon sáti1 e ans iosos por
momentos ma is tumultuados.
que a única solução era fazer o que fez <30 dias, julho,1989).
282
IV.4 - Da Tradição ao TradiclonalIsao
283
Wackenheim <1977) das regulamentações canônica» qu«
XIX, mantem- se a cont inu idade com aquela const itu ição do
Conc H io Vat icano 1, deslocando acentos e inscrevendo os
privilégios do papa numa nova teologi a da Igreja e do
ep iscopado.
284
santificar, governar e ensinar, que o papa exerce em comunhão
hierarquia.
285
■
286
No entanto, esta mística se formulou e investiu em teses
(Congar, 1962:170).
287
seu uso f o i suprim ido, num g e s t o de c o n d e n a ç ã o ao a b u s o que d e l e
se f a z i a .
alguns a n o s de a t r a s o .
se a p o s s i b i l i d a d e da n o ç ã o de a u t o r i d a d e s e r a b s o r v i d a p o r um
(
senso v i v o de r e s p o n s a b i l i d a d e p a s t o r a l e a p o s t ó l i c a , quando o
como S o c i e d a d e P e r f e i t a .
288
E esta flexibilidade emergente que o grupo dito
no Brasil.
289
instaladas e culturalm ente acomodadas ã r e g i ã o , a opção por uma
da Igre ja ?
290
seminários) do que o pequeno grupo ligado a um modelo
"ultrapassado".
clero brasileiro.
291
frente a um e s p » C ° que praticava o catocilism o tradicional e
se os lugares de culto nos moldes "tra d icio n a lista s", Para além
292
Tres c a r a c t e r fst i cas es tã o p r s e n t e s no t r a d i c i o n a l I siko
constituição de um s i s t e m a de c a r á t e r intransigente.
No que t a n g e â a u t o r i d a d e , os t r a d i c i o n a l i s t a s acionam
c c e r t e z a de t e r razão, a mesma c o n v i c ç ã o de p o s s u i r a v e r d a d e e
i m p u t a d o à h i e r a r q u i a . . . ( Rámond, 1 9 8 8 * 9 6 ) .
293
porque "sacralizam o momento como forma perfeita que projetam n a
de- exclusão.
294
Mas se o tradicionalismo é essa ideologia que se atém a
296
r %
5 - As aplicações práticas daquela obra dogmática sãoí o
aparecimento do catecismo (em 1566), a edição da Vulgata (em
1568), a reforma do breviário (em 1568) e do missal (em
1570), a reelaboração do calendário e do martirológio (em
1582).
297
1
10- 0 nome vem de José II, filho de Maria Teresa da casa dos
Habsburgos, cuja aceitação do catolicismo era bem
instrumental. Na forma de política religiosa assim chamada,
a ação de Roma deveria ficar limitada exclusivamente ao
domínio dogmático. Ao mesmo tempo, o josefinismo visava
unificar a legislação dos diversas Estados, levar a Igreja á
pureza primitiva e combater o misticismo (Pierrard,
op.c it .s 207).
298
15— Em meio as lutas pela unificação da Itália, a anexação dc
Roma era considerada essencial. Seus partidários também
apontavam a miséria e os abusos que reinavam nas terras
pontifícias. Por sua vez, tanto o papa quanto muitos
católicos consideravam que a posse de um Estado
representava para o papado a unica caução de sua
independência e espiritual. Os territórios pontifícios eram
o líltimo Estado cristão da Europa, cuja espoliação
significaria grave atentado ao direito piiblico, um ato
revolucionário e sacrílego. Assim, após excomungar Vítor
Emanuel, "Pio IX organizou um exército de voluntários
estrangeiros - chamados de suavos pontifícios - que,
comandado por Lamoricifere, foi batizado em Castelfidardo <ÍB
de setembro de 1860). A partir de então aceleram-se os
ataques e as conquistas dos Estados pontifícios pelo
exército italiano; de novembro de 1860, quando as Marcas e a
Umbria voltaram sua anexação ao reino sardo - logo reino da
Itália - até a sombria jornada de 20 de setembro de 1870,
que viu o exército italiano ocupar Roma
(P ierrard,op.c it.:250).
299
da era trldentina, do que foi o concilio Vaticano I, do
confronto de um lado com a Reforma, de outro, com a
cultura moderna.,
300
Mm
301
24- "Nota informativa delia Santa sede sul caso LcfVovre" (16
guigno 19B8) Radio Vattcana - Comunicazione de! SCOOC no
1543
25- Vale registrar o relato de D. Lefêbvre: "No dia 4 de maio
encontrei-me com o cardeal Ratzinger em Roma. Estavam
presentes também os teólogos que elaboraram o acordo. Depois
do encontro, com o texto definitivo já pronto, perguntei ao
cardeais 'Agora que decidimos que eu posso ter um bispo,
quando podemos fazer a consagração ?' Eu queria que fosse no
dia 30 de junho; havia tempo suficiente para escolher o
bispo entre os tres nomes que propus, que há muito tempo
estavam nas mesas da Céria. 0 cardeal me respondeu! '30 de
junho é impossível, é muito cedo'. Propus dia 15 de agosto.
'Não, de 15 de julho a 15 de setembro ninguém trabalha no
Vaticano'. i de novembro ? 'Não posso prometer ' No Natal?
'Não sei '. Então eu diss! chega. Eles estão bricando
conosco. Naquele momento perdi a confiança e entendí que
todas aquelas negociações serviam para enganar a
Fraternidade e fazer-nos aceitar o Vaticano II (30 Dias,
julho, 1980:12).
27- 0 Pe. Bising dirige a Fratern idacle São Pedro, aberta para
receber os seminaristas e sacerdotes que não quisessem
seguir Leftebvre após a excomunhão. Logo após a penalidade
foi criada a Comissão Ecclesia Dei, sob a responsabilidade
do cardeal Paul Augustin Mayer, encarregada dos contatos com
os tradicionalista fiéis a Roma. A Fraternidade São Pedro
obteve a aprovação da Santa Sé e foi reconhecida como
sociedade apostólica de direito pontifício. Juridicamente
dependente da Comissão Ecclesia Dei, teve seu decreto de
reconhecimento canônico enviado em novembro de 1988 ãs
conferências episcopais dos paises em que existem seminários
e priorados lefebvrianos, nos quais poderíam haver
"deserções" para a Fraternidade São Pedro. Sobre boatos de
problemas entre Bising e o bispo Josef Stimpfle, de
Augsburg, diocese em que se situa a Fraternidade São Pedro,
Bising é taxativo: "Não há problemas - os tradicionalista
que desejarem permanecer na comunhão ccat óli ca precisam
apenas acatar 0 protocolo de 5 de maio, preparado pelo
cardeal Ratzinger".
302
28- A noção de Vigário de Cristo, enquanto título papal — no
sentido antigo do termo na teologia católica — remetia a um
poder transcendente ou celeste que agia atualmente em seu
representante terreste. 0 quadro e o clima da noção era o
atualismo da açãos de Deus, numa concepção multo
sacramental, iconológica, ligada á ideia de exaltação
constante de Deus e das forças•celestes na nossa esfera
terreste. E esse valor atual ista que se encontra em Lucas
<10,lá). Ora, sem que este valor desapareça, ele se recobre
de outro valor que, sem ser inteiramente novo, apenas é
enfatizados a idéia de um "poder" entregue por Cristo a seu
"vigário", isto ás a um representante que o substituirá e
transmitirá, depois dele, segundo uma cadeia histórica de
tranémissão e sucessão, o poder assim recebido. A dominante
não é de verticalidade, mas de atualidade, de representação
iconológica, mas de transmissão horizontal de um poder que
reside na instância terrestre e que, recebido do alto. é
ainda possuído por esta instância, que a usa a sua maneira,
donde toda autoridade pode usar de poder que lhe é agregado
(Congar, 1962:167).
303
31- Em 28 de julho de 1991 foi s a g rado bi s p o Mons. Llcfnlo
R a n g e l r e s c o l h i d o pelo prdprio D. Mayer, antes de falecer e
pelos p adres da U n i ã o Sacerdoral São João Maria Batista
Vianey. Teve como s a g r a s t e s os b i spos s agrados em Econne, no
espisddio que r e s u l t o u na e x c o m u n h ã o de D. L e f ê b v r e e D.
M a y e r : D. Bernard Tissier de Mal lerais e co-sagrantess D.
Richard W i 1 1 iamson e D. A l f onso de Galarreta. 0 ato contou
com a pres e n ç a da ciípula do clero tradicionalista
i n t e r n acional, que veio testem u n h a r em São Fidélis a
elevação episcopal do Diretor do Centro de Estu d o s Maria
I m a c u l a d a e da a c i m a citada União Sacerdotal.
pela Bula "Ad Supremae Apostolicae Sedis Sol ium", do papa Pio
mundo ocidental* nem pafses como Brasil, que ocupava uma posição
3*3
d u r a me nt e abalada pelo liberalismo que e r a o pano ds fundo
d a q u e l a mudança*
quadros•
A r e a ç ã o u l t r a m o n t a n a e x p r e s s a v a a desar moni a e n t r e os
S y l l a b u s e o p l a n e j a m e n t o da r e c a t o l i z a ç ã o do B r a s i l e como i sso
idealizado•
lddia) .
3*8
atitude nova que o homem v a i assumindo frente & vida, no Período
concepção de v i d a .
3t9
Ora, as partícularidades do processo histórico
Centro 0. Vital.
310
regimes fortes, escudando-se no pensamento de M aritaln,
Rebeldia, d e s o b e d i ê n c i a , i n s u b o r d i n a ç ã o er am condenados
a c d p u l a e c l e s i á s t i c a e s t a l i g a d a cis o l i g a r q u i a s d o m i n a n t e s . Po r
isso, o movimento T e n e n t i s t a foi execrado pela Igreja, num mesmo
cr i anças.
Quanto questão s o c i a l , a c o m p ^ n b a v a - s e n p o s i ç ã o de P i o
311
que lhes eram im postas". Isto porque as causas da desigualdade
social e das d ificu lda de s dos menos favorecidos eram tidas como
existentes na Rússia...
312
i u r 1"
pUfcÜUV**
n
I v*ta h k
campo político, a tarefa de regular a propriedade privada e
que são
autônomos e têm sua histdria particular - fundadores
(5)
uns, desmembrados outros a Igreja convive com um imaginário
313
identificada que ó, circunstancialmente, com algum grupo de
f ala .
ntais frágeis.
Um dltim o ponto de t e n s ã o na D i o c e s e de Ca mp os é a
P r e s e n ç a d e um s i n a l da m o d e r n i d a d e no mundo r u r a l , representado
315
Neste quadro de t r a n s f o r m a ç õ e s ganham maior peso as
propostas de e s p i r i t u a l i d a d e de o r i g e m o r i e n t a l .
autoridade da I g r e j a .
316
V.2 - Varre-8»i um Lugar Católico
317
. ■. ■■ ; , •1 » W'P1«.U W P ljH ^lg a ip ^P P IM ff — '«■■ » :
cio mesma nada cobrava aos que ali pernoitavam, exigindo apenas
318
quer o varressem quando partiam r para q ue o u t r o s o encontrassem
1990.
d is trito .
320
Na "roça" moram nao sd trabalhadores, agregados e
r ^vêm parentes-
^ rre Sair i r ò n i c o - a f e t u o s a m e n t e a p e l i d a d o de A v e n i d a A t l â n t i c a ,
321
sendo negociados prtncIpalmente entre adeptos dos
(COPERCANOL).
3 22
323
Das e s t r a d a s dc a c e s s o a V a r r e Sai saem o u t r a s que l evam
como f o i o c a s o da c a p e l a de C r u z da An a , á 500n> da a n t i g a .
h Inas Gera is .
324
A capela de C r u z da Ana t e v e s ua prim eira missa oficial
contemporâneo à s mu d a n ç a s na u r b a n i z a ç ã o . Na o c a s i ã o , o bispo
pedidos da c o m u n i d a d e . Já que d e s d e a r e mo ç ã o do p á r o c o a n t e r i o r
Em 1953 c h e g a o j o v e m p a d r e A b a e t é B e n e v i d e s Cordeiro,
326
I .
povo pobre é seu meeiro nos cuidados do gado e do café que cobre
o* morros.
^°r D.Navarro.
c o n f i s s i o n á r Io e a l c a n ç a v a q u a l q u e r um em qu a l q u e r lugar. Viver
paróquias d i t a s m e n o s o p r e s s i v a s e o n d e f o r m a s n o v a s de exercer
329
suposta estabilidade. Para isso pagavam com a obediência
perdão.
*
330
atualizando-se nas mesmas procissões, quermesses e outras
sustentar iata.
331
causados pela emergência do c o n f l i t o da d i o c e s e . Por leso, vou
V .3 - A Sombra do P a d r o e i r o
ver abaixo:
Janeiro - São S e b a s t i ã o
332
Abril - A n i v e r s á r i o da cidade
Maio - C r u z da A n a
J u l h o - F e s t a do Vinho
A g o s t o - S t a Flloroena
S e t e m b r o - Dia da Independência
D e z e m b r o - N a t a l , (Festa do Ridfculo)
para v i s i t a ç ã o regular.
333
I s t o n ã o S i g n i f i c a a e x c l u s i v i d a d e da r e l i g i ã o católica,
prtípria r o ç a , o u t r o em Purilándia, d i s t r i t o do v i z i n h o m u n i c í p i o
de P o r c i ó n c u l a . Nos t r e s locais o m i n i s t r o c o n g r e g a em t o r n o de
334
marcos temporais que seguidamente mostram ao varressalense sua
1990, 1 1 8 1 5 9 ) .
335
o* argumentos que os geraram e sustentaram, mas enraizados nos
afetando-as.
336
mesmo que sejam de parcialidade indisfarçável. A festa do ]ugar
(13)
A festa religiosa em Varre Sal , em termos
337
1
pela qual a festa da igreja oficial recobre Praticamente todm
338
organizadores da fetata e alguns membros mais ativos das
com Issoes paroqu ia Is.
mudança.
339
Prendas. 0 final de semana, inserido nos dez dias, pode
17h sal a grande procissão. Esta, desce por uma transversal até
vem sendo testado desde cedo, vai agora cumprir sua função de
340
A emulação e n t r e o» compet Idores 4 Jocosa, frIsanáv-**
na soleira das po r t a s .
341
padre, abre-se espaço para brincadeiras mais ousadas. Pequenas
343
velha Komb i atufada de m e r c a d o r i a s , ainda se u s s o c »a o fator
grandes festas.
344
despojada* de recursos como os saltimbancos da Idade Média, nío
como: — "Essa nuísica tem artes tem refrão". Indagado sobre o que
muito insp ir a d o ... Isso sim que é musica boa !" Mas nao falta
que ninguém parece dar ouvidos. Mas a noção dos limites até onde
345
"Correio do Amor"
* o n d e rapaizes e mocas enviam recados, a
maioria deles c |~
r ^dos ou querendo fazer crer que o sSo, o
a p r e s e n t a d o r foi r
" ^ e e n d ido por* ter lido ura b i l hete que dizia?
''Fulana? você $
tesão". De ram ura basta na brincadeira,
considerada desres
peitosa e Imediatamente imputada a rapazes
1r r e s p o n s á v e i s ? f Qr , . .
iros ou boi a s - f r i a s do Buraco Guente.
eapfrito crftico.
346
Por volta da mela noite os grupos se dispersam, caindo a
cidade em profundo silêncio, por vezes afetado por algum baile
que se realiza no Duraco Quente, onde a camada mais abastada naci
vai. 0 antigo Forrd, salão de dança existente numa casa em
ruinas na rua de Daixo, desapareceu aptís um crime passional •al i
consumado. Até então, competia com a festa da rua, já que as
pessoas se espalhavam numa üírea razoável nas proximidades da
capela. Bailes populares, agora, sd no Buraco Quente.
347
agridem o vernáculo e n expectativa dos padres na hora da
inscrição para batismo.
340
fití * *í»í ( jS « ¥té*% * t Vv#
popular í4*4*#
'14 /
A » b i o g r a f i a # d * £*sa*t í«9 e aFpr(
•
*«po**ra* w j
* ccrage» e a pvrtzaf virtudes vff C*-* mrt-ai* 4 1*c atSTfl
aglutinara» forca* que> wtaa rti*çS< íal^i Ica c om * mer o*
»ov la r póde tranaf orad loo em fiAtdt da *<*olaOo^es
os f \éi% z a dívindac e# fora® cori^íi-cs, er^ff^ta^s a
«ortc para n3o traír * crcrija r» s« iv x í Ic ctersa* f a
cot tvaçüo foi a cessa, a * a* *•** ccn igug ç/^y c 1 3 3 ,^i.a a st.
-*- ac-
de ceder coisas «und anas f e r a » dí f e ^ e s t e s s p r d p r í a s «-"a c a d a
gênero - a valentia t*>cul ína e a cast íd94e f ea iiaílra#
ocupara c a r g o de fntiea l i g a ç a o c c a a m a n u t e n ç ã o
pocer (era
comandante da G u a r d a Xcperlal).
3*9
perseguia os cristãos. Afastou-se, assim, definitivamente, de
A Importância
de Sebastião e Filomena para a
(18)
constituição de um ethos local é um episódio particular da
dos santos".
350
categoria seatim eato. Dentre tanta gente provida de seQtiQieatQr
in ju stiça s e espoliações.
V. 4 - Paisas no C o t i d i a n o
351
d o is poloos sa tisfa se r-se enquanto in d ivid u a lid a d e e nSo negar o
povo, como bem frisa Brandão <1986siô 9 ss > . Eles suscitam uma
352
mulher addltera, em João 8 , 1 - l i c cortava Impiedosas pretensões
de analisar méritos terrenos naquela hora.
353
7* n
f a l e e ido.
ligados ao defundo, os d e m a i s e n t r e g a n d o - s e ao s i l ê n c i o ou a
f u n ç ã o do n o v o sepultamento.
354
'sagrada' - ao mesmo tempo que oe traduz por um acontecimento
colectlvo 'violento', 'gesto g rito', que faz entrar a sociedade
num duplo que poderá ser ela prdprla ou outra, ela prdprla e
355
mais festeja... depois da Bahia"? Como marcar a especificidade
v21)
Atenta ao imaginário local , busco principalmente a
tanto a dita " ind if erença dos padres7' como o chamado "despreparo
dos fiáis".
&QQtim&ntG&.
357
fato é que o máximo que posso afirmar é que r.So são excluBivas,
devocionais se duplicaram.
358
Nelas, torna-se piíblico o respeito devido aos santos e o
reconhecimento às virtudes dele. Afirma-se a fidelidade à
Igreja, independente de que facção seja. 0 espoucar dos fogos de
artifício completa o clima de "efervescência" que vem à luz
após dia» de preparação e chega ao clímax quando o santo
protetor desfila pelas ruas com seu séquito de protegidos.
359
Correlato a ente duplo movimento de sacralIzação, aquele
que participa da procissão goza também de duplo prestígios
frente ao santo, a quem eotã homenageando condIgnamenteJ frente
aos pares - simplesmente com nua presença ou, mais valorizado
ainda, como colaborador das intímeras e invisíveis atividades
anteriores que garantem o esplendor do acontecimento.
3Ó0
Sai ando do plano religioso para o da vida secular, tres
361
(e fotografar) seus filhos» e depois repreende-los vivamente se
f ora.
343
repetir o glorioso episddlo da vinda à Feira da Providência do
364
rua, do toda forma, afirmando publIcamente a adesão àquele
princípio estrutural.
ser rotuladas de " irr ever entes" pc:lo caráter de Inversão que
363
Mas se as tres festas» Juntas» poderíam ser ditas como o
carnaval local» cada uma de per si tem suas part Icul ar ídades em
das provas. Em cada uma das tres noites, numa hora aprazada, as
366
emulação apela-se para roupas» faixas, "slogans" e tudo o mais
36
suave e o xa r o p o s o vinho doce de Jabutiçada. Comenta-me a
carraspana.
368
chega ao palanque central onde na véspera se Julgava a gincana.
eles era inconceb Tvcl que uma situação ext raord inár ia como
respeitavam ninguám.
37*
um mau-costume, promovido por rapazes de fora do lugar, com a
conivência dos varressaienses irresponsáveis.
371
e s t a v a s u j e i t o ao a b o r r e c i m e n t o de r e c o n h e c e r - s e lesado e passar
372
vigilância da consciência. Legitimamente é permitido sair de
rege.
373
NOTAS
374
"A Questão Religiosa foi, em seu contexto histdrico, /fruto
de uma união híbrida entre a Igreja ultramontana e um Estado
liberal '" (Fragoso, 19005109). Segundo este autor, nos meados
do século XIX, tanto a Igreja quanto o Governo estavam jfv'dos
por reformas, embora dessem conteádos diferentes a esta
categoria. Se o poder civil buscava perpetuar sua autoridade
sobre a Igreja, esta se esforçava para conquistar autonomia
espiritual. A partir de 1863 conforma-se um movimento que
terá como expoentes os bispos D. Vital, de Olinda, D. Macedo
Costa do Pará, D. Romualdo Seixas, arcebispo da Bahia, D.
Antonio Viçoso, de Mariana e outros, que sustentavam a luta
contra o pensamento liberal e o regaiisme imperial. A
motivação Jurfdica do epioddio foi a suspensão por parte de
D. Vital (depois acompanhado por C. Macedo Cesta) oe várias
irmandades e ordens terceiras que se negaram, eni
desobediência formal txs exigências rio bispo,a afastar de seus,
quadros os membros macons. Recorrendo ao Imperador em 1873,
as irmandades e ordens terceiras tiveram seus recursos
atendidos, já que apoiados pelo Decreto m q 19í 1 de 28 de marco
de 1857. A rejeição de D. Vital e D. Macedo Costa, para quem
"importa obedecer antes a Deus que aos homens", suscitou
forte reacáo das autoridades civisa o presidente do Supremo
Tribunal de Justiça expediu mandato de prisão para os dois
bispos que incorreram no artigo 96 do CddIgo Criminal. D.
Vital foi preso em janeiro de 1874 e D. Macedo Costa em abril
do mesmo ano. Condenados a 4 anos de prisão com trabalhos
forcados, foram anistiados uij ano depois, determlando-se
porém que ficassem "em perpétuo silêncio os processos que por
esse motivo tenham sido instaurados" (Fragoso, op.cit•s188).
Desmembrada em 1922, a Diocese de Campos teve como 1q
Administrador Apostdlicos Mons. Henrique Cesar Fernandes
Mourão <1924-1925), seu in Bispo entre 1925 e 1935. Sucedeu-o
D. Otaviano Pereira de Albuquerque, que governou de 1935 a
1949, quando ela passou para as mãos de Dr. Antonio de Castro
Mayer, até 1981. (in Folha da Manhã 6/12//87).
Se o municfpio de Campos pode se vangloriar de ter surgido
com a ia Expedição Colonizadora (1530 - Martim Afonso de
Souza), quando Pero de Gó is recebeu a capitania de São Tomé
(Cf.Lamego, 1945853), nem todos os municípios vizinhos têm
lugar tão proeminente na hi st ária do Brasil. São João da
Barra, cuja primeira capela data dc 1630, d desmembrada de
Campos em 1850. Outros, na região oeste, são frutos da ação
desbravadora dos "bandeirantes mineiros", que desciam os rios
Carangola e Muriaé em busca de novas terras,como Porc í«incula,
que Já foi distrito de Campos e cie Itaperuna, que por sua vez
ainda incorporava Natividade, Muriaé e Bom Jesus
doltabapoana• Cambuci desmembra-se de São Fidélis em 1914p
Miracema, de StQ Antonio de Pádua em 1936. A luta pela
autonomia continua, embora os métodos "coronelistas7 (Cf.
Monteiro,1980) tenham adquirido outras feições. Italva
tornou—se município em 1987 e, o mais novo. Varre—Sai, ganhou
autonomia de Natividade em 1990.
375
6- Embora motorizados, a maioria dos padres da Diocese de Campos
não vive uma situação muito diferente daquela descrita pelo
P. Rosário quando, em 1936, assumiu a Paróquia de Qto Antonlo
de Guarus e a de Morro do Coco! "A paróquia de Morro do Coco,
com suas numerosas capelas filiais, absorvia grande parte do
meu tempo. Vivia eu visitando cada dia um lugarejo. Parecia
um caixeiro-viajante, percorrendo as praças. Chegava a um
lugar, sempre a tarde e hospedava-me no hotel. Ensinava o
cat ec ismo ^5 cr ianças, e de noite rezava com os fiéis. No dia
segu inte, pela manhã, celebrava a Missa e fazia batizados •
casamentos. Term inados os trabalhos, rumava para outra
capela. E assim, dias seguidos" (Rosário,1985!104) . Compare-
se agora com o Horário das Missas, afixados na Matr iz da
Paróquia de N. Sra da Piedade (em Lage do Muriaé) , assinado
pelo Admini strador Paroquial, P. Oto Campos Praga , em 1990!
Mat r iz ! domingos (8:00 e 19:00); quarta-feira (20:00) ia
sext a-fe1ra<19:00)
Capelas s lQ sábado São Sebastião do Alto 19100
ia dom ingo Belo Monte 10:00
2a sext a-fe ira Sal gado 19:30
2o dom ingo Vai e Volta 10:00
Boa Esperança 12:00
2c sábado Córrego Pando 19:30
3a sext a-fe ira Vent an ia 19:30
3o sábado StQ Ant on io 19:30
3o dom ingo Bom Jardim 11100
Itajara 15:30
4a sext a-fe ira Capela do hospital 19:30
4o sábado São Jerônimo 19:30
4o dom in go Guararema 10:00
Cabe lembrar que Lage do Muriaé é um dos menores municfpios
da diocese contanto com 31 capelas, menos 10% da totalidade
desses pequenos templos.
7- Estou usando aqui "dominação pessoal" com o sentido que lhe
dá Oliveira (1980 e 1985) ao se referir a um relacionamento
onde o subalterno se coloca sob a proteção de um superior,
retribuindo este "favor" com uma lealdade que inclui
obrigações várias. "A dominação exercida pelo senhor sobre os
camponeses é lida através do código familial, devido ã
instituição do compadrio. 0 compadrio cria laços de tipo
familiais entre o senhor e seus dependentes, transfigurando
suas relações! sendo compadres, eles contituem uma espécie de
famflia espiritual consagrada pela religião. Assim, as
obrigações entre eles — ajuda nuftua, lealdade, proteção etc.
— são revestidas de valor moral" (Cf.01 iveira,1980s171>.
376
8- Pe.Rosário, capelão do Educandárlo Sta Teresinhm, situado ao
lado da capela do mesmo nome, substituiu, no final do ano de
1933 o então vigário de Varre 8alr Pe. Gaspar Agulló, por
breve períodos ''Dizem que a orígem do nome - Varre-Sai se
prende U história do lugar. Referem os antigos que outrora os
transportadores de café faziam obrIgatcr Iamente pouso
naquelas paragens, para descansar os animais da tropa.
Encontrando no local escolhido outros tropeiros com café
espalhado na eira, ficavam impacientes por ter a sua vez de
derramar o seu, fazendo cara feia, intimavam-nos a desocupar
o beco, bradando fortes 'Varre e sai!'" (Pe.Rosário, 1985*100).
9- 0 coronelismo, como fenômeno que-teve seu apogeu durante a
Repdblica Velha (1889-1930), foi a prática política e social
própria do meio rural e das pequenas cidades do interior
brasileiro. 0 título de coronal cabia sempre a pessoas
localmente influentes, da confiança dos governos provinciais
e central. Embora as prerrogatIvas do coronel não aparecessem
formalizadas em leis, na sua qualidade de "potentado" (Nunes
Leal, 1975) ele indicava ou afastava os ocupantes de cargos
federais ou estaduais (Juizes, fiscais, policiais, coletores
de impostos, professores etc...) existentes em seus domínios.
As tranformaçoes político-sociais do Brasil no decorrer deste
século neutralizaram esta forma de poder, mas creio ser
possível associar nao só a política c1ientelística como
certas formas de fidelidade cobradas no interior com o
fenômeno. Pereira de Queiroz (1976) aponta como dois aspectos
principais da estrutura social coronelista o domínio tia
parentela e de um círculo de agregados, e a posse de bens de
fortuna, fatores ainda presentes atualmente. Exemplo forte
deste mandonismo foi o coronel Firmo de Araiijo, do município
de Palma, Minas Gerais, cujas fazendas alcançavam as terras
de Miracema e Pádua e tinha por lema a fórmula "quero, posso,
mando" (Monteiro, 1980).
10-0 relacionamento conflituoso, porém, tem antecedentes. Debate
publicado em A Voz do Povo (16 de setembro de 1952) compara
Varre Sai a uma "possessão do Vaticano", que não respeita a
Constituição em seu Art. 141, que iguala, perante a lei, os
brasileiros quanto á liberdade religiosa. Ressaltando ainda o
fato de agressões (gestos indecorosos, bolas de breu atiradas
ei comitiva evangélica etc.), lastima que os católicos de
Varre Sai, "lendo só pela cartilha de Roma, não conhecem o
Sermão do Mont e ; ignoram o que é cristianismo e o que têm sido
os protestantes no mundo". A argumentação católica do Vigário
de Natividade foi sintomática* "lendo conhecimento da
pretensão de uma pregação no patrimônio de S.Sebastião de
Varre Sai, em nome dessa vila católica, a Igreja Católica,
usando dos direitos de propriedade que a esta lhe faculta a
Constituição Federal, solicito que não sejam permitidos tais
cultos nessa vila de S.Sebast ião. lo> Há mais de 80 anos
Felicíssimo de Faria Salgado doou 20 alqueires de terras para
S.Sebastião, e não obstante a Igreja ainda não ter promovido
os documentos respectivos e a inscrição no Registro de
377
Imeíveis, f o i e s t a doação recomendada e r e c o n h e c i d a pelo povo
até o p r e s e n t e . 2 q > A f a l t a tíe d o c u m e n t o compr o b a t ó r i o nio
t i r a o s d i r e i t o s d e a d m i n i s t r a ç ã o da I g r e j a , considerando-se
que a voz do p o v o é a v o z de Deus. 4q ) A violação do
patrimônio é c o n s i d e r a d a n ã o s ó uma p r o f a n a ç ã o ^ I g r e j a e a
s e u p a t r o n o , c o mo a i n d a d i z r e s p e i t o ã m e m ó r i a d e F e l i c í s s i m o
Salgado, o d o a d o r , M a n o e l Ramos P e r e i r a , J o ã o Ramos (Segue
uma l i s t a d e n o m e s i m r o r t a n t e s n o l u g a r ) . 5 q ) De a c o r d o com
as estatísticas, no p e r í m e t r o u r b a n o de V a r r e Qa j há 624
habitantes e apenas 6 protestantes que desejam ser
s a t i s f e i t o s na sua r e a l i z a ç ã o . "
13-A f e s t a d e i g r e j a e n v o l v e um c o n j u n t o v a r i a d o de t a r e f a s qwue
ocupa grande nilmero de fiéis, previamente designados, em
gera l, d e s d e a r e a l i z a ç ã o da m e s m a no an o ant er ior. A l é m da
preparação espiritual, já co m a t i v i d a d e s específicas tomo
n o v e n a s o u c i c l o s de o r a ç õ e s r e a l i z a d a s na igreja ou na casa
dos interessados, há tambóm cuidados para s» dimensão
profana, como a coleta de recursos financeiros para o
festejo, aquisição de prendas para os jogos, de alimentos que
serão vendidos nas barraquinhas, patrocinadores para os
editais, contratação de aparelhagem de som ou luzes
especiais, artistas para os espetáculos de rua etc. Uma festa
grande abre-se com uma pequena procissão que conduz o mastro
do santo ató a frente do templo, onde ó fincado, dando-se
inicio ao período das novenas, que geralamente sucedem a uma
missa. As atividadesdas barracas de comidas e venda de
pequenos objetos (que podem não ter qualquer ligação com a
Igreja), com os leilões que revertem para a paróquia,
verificam-se sempre após a novena. No óltimo dia, em geral o
dia do santo homenageado, faz-se a procissão e apresentam-se
as atrações de rua mais importantes, com afluxo maior da
população.
3 79
os rogos dos pais em virtude de seu casamento místico com
Cristo- Presa, torturada e decapitada* foi enterrada nas
catacumbas* seus restos tendo si cio encontrados mais de 500
anos depois- Ao lado dele, o vaso com o sangue e a palma que
Identificava os martirizados. Símbolo da pureza, tem grande
penetração na penfnsula Ibérica e no Brasil.
380
virtudes femininas que a martlrlzada Ana de Jesus ó dita
posou idora.
20- Na revisão bibliográfica sobre noção de festa, Sanchls
explora a corit r ibu ição dou seguintes autores» BATAILLE,G.-
Ibéocie de la celiaion ,Par I«, Ed.Gall Imard,1973, La cact
maudit. Paris, Minuit,i967} CAILL0I8,R ,-LJhamme et J e sb cc í í .
Paris, Cal 1 imar d , 19305 CAZENEU9E,J. i3üCl.ulQfll.e du Cite,
Paris, Seuil,1962p DUMEZIL,Q .-"Temps et hytha" In Recherchea
Ph i1osoph iques ,9 <1933“ 1936 )p DURKHEXM ,E .—Lí2 £oCD)CB
éleoieataicea de la vie cellaicuse» Paris, PUF, 196B»
DU9IGNAUD,J.-EÊles fit Clv j.lJ isafclon ,P ar In , Webcr,1973}
ELI A DE,M.-Inalté dJblatOLle des i.el i-slona, Poria, Pawot,1969,
Le myltie de 1Já!ecoei cetouc, Paris, Cal 1 imar d , 1949}
GIR A RD,R .-La violente et le uacró, Paris, Grasset, 19/2}
h u b e r t ,H e MAUSS,M .-Misflaiiges dltilsLoice dea r_ellaiuua,Par is ,
Grasset, 1929, ISAMBERT,F .A .~ "La fête et leu fêtes,
r^flexion critique sur la notion de Fête", in Journal de
psychologie normale et pathologI que, 1966, verbete "Fite" da
Encyclopedia Universal is, vol.651046— 1031. MAU88.M. "Essai
sur les var iat ion oa iuonn Iferes des soei et d eskimos", in Annóe
sociologique, 1904— 1905.
21- 9ovelle, um dos expoentes da chamada História da»
Mental idades, mostra a importância do conceito de
mentalidade: este, opondo-se «fc noção de ideologia, "integra o
que não está formulado (...) remete, portanto, de modo
privilegiado, ã lembrança, ã memória, e\c formas de
resistência. Em resumos aponta aquilo que se tornou corrente
definir como "a focca de lnth'C.i.j» das estruturas montais"
(Vove11e ,1987»19>. Grifo meu. Não fora a concepção de
tradição de Wi'1'1 iams (19/9) que põe em relevo a dimensão
ativa de fatos vistos como inertes, outros autores, no campo
da História alargam esta crítica! Assim, Darnton (1986)
enfatiza os problemas de procedimentos analíticos dos adeptos
da História das Mental idades (Chaunu, Roche, Arífes, Plongeron
— respeitadas as nuances que os diferenciam), que reduzem a
cultura a um 3o nível, subordinado a dois outros» Economia
e Demografia; Estrutura Social. E mais» o fato deste 3a nível
receber tratamento quantitativo. Segundo cie, os mlmeros "não
passam de sintomas produzidos pelo próprio historiador e
podem ser interpretados de maneiras desenntroladamente
diferente" (Darnton, 19865330). Por isso, este autor
aproxima-se da Antropologia, que, a despeito do clássico
debate sobre o conceito de cultura e dos problemas relativo©
ãs provas e representai 1vldade, trabalham em termos de
avanços e recóos, entre textos e contextos, abrindo mão da
ilusão de chegar a uma resposta definitiva.
381
e o que pode haver de relevante em tentar estabelecô-lo aqui
- não deve ser procurado em uma esfera superficial e
aparente de modalidades de construção dos simbólico e do
ritual Izado, seja na £eata Eltuiauar seja no £ttâtej.3 do
saatado" (Brandão, 19855195). Ao mesmo tempo, a concepção de
carnaval como instituição paradigmática de um Brasil urbano
deve ser questionada! "Essa ideologia fantasiada que serve de
cenário & análise do carnaval carioca, é estranha ár»
populações rurais do Brasil Central. Ali, o próprio 'cosmo
nacional' é visto como ordenado sob a dominâncla de uma ordem
de valores centrados sobre o trabalho, a religião, e o
sofrimento." (Idem!197>
382
VI. SENTIMENTO, TRADIÇAO E TRADICI0NALI8H0
t r a d 1ç a o •
V I •1 — A N o ç l i o d e Sentimento
303
Por sua vez, a idéia de um l u g a r pacifico exige uma
aeotimeutQ.
384
Por sealimeulQ estou entendendo aqui um dos princípios
Este
autor, analisando a noção de honra na área
<2 >
mediterrânea considera-a em dois níveis! o de princípio geral
365
coletiva. Enquanto questão individual é um a t r i b u t o que exige
soc i e d a d e •
Intelectual •
586
pela fdrmula atravds da qual o desconhecido é Introduzido» um
s
filho de Seu Fulano* comadre de D» Sicrana ©tc» 0 nome tem um
apresentado.
387
Ao mesmo tempo, o principio funciona também no interior
do v i n h o artezanal.
30V
0 sentido que é dado ao lugar, a importância que tem
39t
imigrantes, iguais enquanto italianos, diferenciavam -se em
prestígio acumulado.
fidelidade do devoto.
empenho da
Igreja em c o n t r o l a r a emergência e a devoção aos
<4 )
"verdadeiros sant o s "
depositada a pedra a l u d i d a na a p a r i ç ã o .
392
Comparando essas duas devoções e descontando os quase
or ig inal.
abre para o futuro, mas cujo conteddo ainda não foi divulgado.
393
clientela é de turismo Interno, prIncInalmente de Minas Gerais
de onde chegam ônibus de Murlaé, Leopoldina e Carangola.
394
Ou seja a religiosidade popular como fato autêntico e o
retorna à casa.
396
alqueires como o pagamento devido. Idependente disso,
d inhe iro"•
econômico*
3 97
doü 1imite a do l u g a r — p e l o menos do
398
Para mim, a especificidade de um lugar, para além do
sagrado•
A rua de B a i x o , po r o p o s i ç ã o U de Ci ma , e» t er mos de
399
que o segundo, forca o penitente & penosa subida na cerimônia da
para sempre.
as direções.
si mesmo e do mundo.
isol a m e n t o .
4#
situação é diffcil para todos, até para o proprietário de vários
d Cv id a s .
*•2
desde que o que recebem é tido como muito para o que a sociedade
trabalho escravo.
At3
mulher é fundamental para que ela, apesar da posição subalterna
que ocupa, transmita à geração seguinte os mesmos valores. & no
bojo de uma unidade menor, a família, que a tensão homem/mulher,
edifício de todos.
404
respeito aos m a i s vel hos e mulheres (para que elas possam
496
nas fazendas, mesmo que sd ocupem cargos de apoio, como
possib i1 idatíe. Para cies, como para alguns Jovens que podem
4 07
tf cercada de muit o wilstrfrio e provavelmente de muita imaginação*
I
I
I
I
t
I
I
I
I
I
t
t
I
I
I
t
I
4*9
Lembro ainda que nao estive Preocupada com questões de
herança, Justiças ou Injustiças pratica(jas com oli sem respaldo
legal. Hinha intenção foi exclusivamente mostrar a base
aaterial (biológica e jurídica) de uma "ideologia do parente'',
formuladora de uma concepção do lugar como fechado sobre si
mesmo e sob a responsabilidade de todos. •
fam Í1 i* •
412
diversificados interesses, crescentes à pedida em que começam a
partilhar de clVculos sociais e espaciais cada vez mais amplos,
4 14
aparentemente cegas já não estivessem atuando os pr incfpios
consagrados).
sacramental do m c i u .
ua p r i n c f p i o de identidade.
«15
Po r princTpio de identidade estou entendendo a
aesmo te mp o.
4 16
sociedade catdlica, a Sagrada Família como o modelo da f am Í1 ia
( 11 )
nuclear
movimento mar iol dg ic o , onde Maria, mãe de Deus, mãe dos homens,
417
divinização de Maria, t r a n s p o r t a d a £* condição tuprema pela
p e r p e t u a r - s e na v i d a e t e r n a .
I g r e j a f r e n t e ao d i v d r c i o e ao a b o r t o . 0 p ri me iro o r I e n t a n d o - s e
para o m a t r i m ô n i o ( s a c r a m e n t o c e l e b r a d o p e l o s f i é i s e abençoado
p r i n c í p i o s da c r i a ç ã o do mundo.
418
■q
no interior da Igreja, seja no plano teológico, seja no plano
42*
desconhecido tenta construir o seu reconhecimento. Como af irma
promet ida.
422
apropria um tanto dos méritos da Igreja, em termos da manutenção
def in idos.
Distribuição essa que não se esgota nos bens materiais mas que
424
interior da casa da famfilla. Aliás, a Igreja, casa de Deus
425
endosso do nome familiar que a mulher se projeta para a rua sem
pessoa is .
426
pelo menos em termos das questões referentes à sexualidade
VI.3 - Conquistas
427
fato aconteceu, diferente da viagem anterior quando sd se
Fratern idade.
428
deslocamentos saluteres, prenunciadores de atitudes mais
vida.
ester i1 idade.
429
Desviando o olhar da Igreja, há que considerar
cujo movimento com o todo deve ser, pelo menos, lembrado. Quero
430
■MQMKT.
mmmm
apresentava-se como
fonte e aval de expansão de uma rede que
<17 >
incluía importantes nomes do episcopado nacional.
432
âHMÍliÉÉi
diiv i da o trabalho diocesano, por outro lado o processo de
alguns gr u p o s .
em franco p r o c e s s o de expansão»
433
pre-ex ist entes <a Pia União das Filhas de Maria, por exemplo, 4
43 4
igrejas e mais de trinta capelas, havendo mais oito igrejas em
433
al imentam os quadros cada vez mais difíceis de reproduzir embora
inst itu ic ã o .
436
Se é possivel d iser que o drama da Diocese de Campos
também que não menos afetada foi a vida dos leigos e dos fiéis.
437
Dessa maneira, forma-se na comunidade ura modelo onde a
vi gente.
438
Parece-me que é por ai que se comprende a coexistência
439
■HnM HHVHBBBH
44i
N0TA3
442
A C o n g r e g a ç ã o para as causas dos Santos é o órgão da Ciir ia
Romana e n c a r r e g a d o de reconhecer e canonizar determinados
fiéis. Devido a importância dos santos para a Igreja,
destina-se ele a garantir a autenticidadee dos representes
desta c a t e g o r i a e propo-los à imitação dos fiéis. Ocupando-
se das causas dos servidores de Deuss sua introdução,
processo canônico, exame dos escritos, julgamento da
heróicidade e todas as complexas operações que l evam ao
julgamento final dos cardeais. A relação é sempre submetida
ao papa que preside pessoalmente a congregação geral, assim
como proc e d e ao rito solene de canonização, decretado em
consistdrio, para sublinhar sua importância. Aspecto
s ignificativo destes cuidados foi o fato de conferir, pela
primeira vez na história, o título do Doutor da Igreja a
duas mulheres: Sta Teresa de Avila e Sta Catarina de Sena,
em 5 de m a r ç o dee 1970. 0 atual Prefeito desta C o n g r e g a ç ã o é
o Cardeal  ngelo Felici. (Cf. Pou p a r d ,í981).
443
0 - No caso brasileiro, e não diferentemente em Varre Sai, os
papéis sociais dos membros de uma família, no plano das
avaliações, impõe sv distinção complementar entre masculino c
feminino. EI ela é central: "A mulher é Integralmente
referida l\ família e ao lar. Os papéis significativos são os
de mãe e de esposa. A mulher assim definida, surge como
símbolo do lar, da moral doméstica. 0 homem aparece referido
ao domínio ptjblico, aos 'negócios'. Nesta medida, ó
associado ao mundo exterior, e surge como elemento que
realiza a mediação entre o plano doméstico e o páblico.
Engloba a mulher e a caso e deve controlar a relação da
mulher com o mundo externo" (Abreu, 1982:104).
444
jogos de papéis cujo melhor modelo é o do parentesco e o de
grupos de idade, a unidadee mais prdxima da metáfora do
estado celestial de perfeição é a família. A tal ponto que
para muitos camponeses, nos céus Jesus Cristo, De u s - F i l h o d»
Santíssima Trindade, segue sendo plenamente filho de Mari a-
e-José, neto de Santana e São Joaquim, afilhado de São João
Batista. Reza-se a 'Nossa Senhora" para que ela interceda' a
seu filho amado', porque ela segue sendo, ativa e
plenamente, 'a mãe de Deus"' (Br andão,1990a :2i ) .
445
ruímero de pessoas, f o i-se chegando a um consenso, Mais de 9CX
desta comissão aconselhou ao papa que a igreja não só
17- S o b r e e s t a r e d e v e j a o e l u c i d a t i v o a r t i g o de S a m y r a Brollo
Crespo, int i t u l a d o " B o l e t i m da R e v i s t a d o C l e r o s um olhar
sobre a estruturação ideológica neocoriser v a d o r a da
Arquidiocese d o R i o d e J a n e i r o " in C o m u n i c a ç õ e s d o I S E R no
34 (Ano 8 - 1989, =22 a 29).
CONCLUSRO
"modern idade".
448
a Igreja, ela n ão deixa de realimentar o debate ex ist ent e
que ambas não podem prescindir da mesma, sob pena de perder sua
como os informando?
449
social* as tensões entre diferenças que devem ser
profundamente recordadas.
450
problema nos quadros da idiossincrasia de cada um. Nestes
451
Também p a r a d o x a l m e n t e , foram os "trad i c i o n a l i s t a s " que
introduziram uma radical idade na maneira de defender sua
d iferenc iada por sexo entre os fiéis. Ass im , a . reii g ios idade
d iss ident e .
45 2
A divisão observada aponta para a regra cultural de ob
453
w m m MHBBB ■b h b b h h h m h
454
Mas atd porque o catolicismo introjetado na população
455
1
tornava, assim, » opção por uma das facções como uma questão de
456
radical idade do fiel, comportamento tipicamente característico
XVI, Pio IX, Leão XIII, Pio X, Pio XI e Pio XII), apresentava,
458
0 reconhecimento ptíblico terá tanto mais valor quanto
cat ol ic ismo .
1
4 59
s
1
submeter.
463
guardiã da doutrina e sua exposição nos moldes daquele momento
forma pela qual ela é exposta, resulta de uma ritual ização que
rnammn
Sendo a missa o ritual onde se renova o sacrifício
objet ivament e .
462
I
sua contemporaneidade.
que adota, valendo-se de uma fórmula que, pelo seu abuso, foi
modelo tridentino.
h istd ria da Ig re ja .
destrut i v o s .
í
M odelada segundo a Id gica do medo, passam de d e fe n siva s
enquanto id d ia m orta.
con flito fize ram a opção por uma das duas correntes.
464
Entre estes fióis, a perda de autoridade que o episódio
fala de
direito que lhes cnbia, pelo juramento na ordenação,
(f
obedecer. Assim, parte aderiu imediatamente as decisões
465
oficiais enquanto outra parte alinhou-se com o bispo emárito,
acatando o mesmo princípio de obediência.
466
concepção de histó r i a utópica acatada pelo clero. Unidos pela
Igreja.
467
onde se encontram raízes religiosas mas também herdadas do mundo
com a mesma.
468
Recuperar tal espfrito numa diocese fluminense parece
469
0 e p i s ó d i o da Diocese de Campos, no plano Institucional
470
antagân tc o s , s n t e s atual isam— se cm nfveis diferentes» a comunhão
profana e sagrada.
471
A concepção de tradição objetivada, reif içada, contém em
do projeto.
47 3
N este, a emoção religiosa é constrangida ã formas
isso, o fiel que não opta pelo modelo exclusivista não perde um
do ISER no 33.
Janeiro.
maio, (s125-149)•
476
06 - 1v
í 9/
7y9
A instituição eclesiástica durante a
São Paulo.
477
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13 -
Paulo.
478
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Ed. du CERF,Paris.
479
('RECPO , 3 . 0 • 1 909 " B o l e t i m da R e v i s t a do Clero* um olhar
n e o c o n s e r v a d o r n da ArquIdIocese
do R i o de J a n e i r o . " In Comunlcacfles do
I8ER no 3 4 .
Paulo.
Rio de Janeiro.
480
36 - FERNANDES,R. C. 1982 Os cavaleiros do Boa Jesus,
Brasillense, 8ão Paulo.
Rio de Janeiro.
identidades", (mimeo)
do ISER no 26»
481
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Ed.Vozes, Petrdpolis.
Rio.
482
_ H A L L ,E - 1 9 8 4 Le langage si lenc i e u x , Ed . du Seu i 1 »
5i
Paris.
Pet rò po l i s .
55 - JU N G ,C .G . 1979 O s T m b o l o da t r a n s f o r m a ç ã o na m Is s a ,
Vozes, P etrópolls.
E d . Massangana, R ecife.
Jane iro .
Catolicismo no B rasil A tu a l, IS E R ,R i0
<m i m e o ) .
483
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Jane iro.
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67 ,
Mannhel» (Marialice Foracchi org.),
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Ed.Vozes, Petrdpolis.
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Terc.sdpol is .
São Paulo.
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■ M M M M
W C C w—ir ii
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•487
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na XXIX/4,Louvain.
[)am£id<l, Campos.
488
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conflito na D i Campos" In
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Jane ir o .
Jane ir o .
Jane ir o .
A 90
!
B irm ingham.
491
DOCUMENTOS E PERIÓDICOS
492
1