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ESOURO D IRETO

DE NTIAL
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FI
DENTIAL
C R
MÉTODO

ARTEIRA ICA
MÓDULO

R ENDA FIXA E Tesouro

I MÓVEIS

C ÂMBIO E OURO

A ÇÕES
INTRODUÇÃO
O mercado financeiro oferece dade e generalidade.
várias opções de investimentos Insistimos que o bom investidor
para quem, como você, formou é aquele que domina todos esses
poupança, ou seja, gastou menos mercados, porque ele:
do que recebeu em renda.  diversifica os riscos a que
As principais são os mercados se expõe;
de ações, juros, câmbio e, mais  investe de maneira eficien-
recentemente, imobiliário. te em cada mercado.
todavia, justificar a necessidade
É verdade que o mercado imo- Temos certeza de que a diver-
de diversificação.
biliário sempre foi uma alternati- sificação é uma necessidade. Os
Se você não tem certeza de
va de investimento, só não fazia diferentes mercados reagem de
que uma estratégia de diversifica-
parte do mercado financeiro. Com maneira distinta a fatores conjun-
ção seja obrigatória, recomendo
a entrada dos Fundos de Investi- turais sobre os quais o investidor
a leitura do excelente livro - para
mento Imobiliário no Brasil (FII), não tem, nem de longe, controle
iniciantes - Alocação de Ativos, do
o ramo imobiliário entrou para o (dinâmica econômica, crises polí-
Henrique Carvalho, educador finan-
mercado financeiro, ganhando ca- ticas, guerras, etc.).
ceiro bastante conhecido.
racterísticas de liquidez, publici- O objetivo desse curso não é,
O método Carteira RICA parte será sua rentabilidade; Para o especulador em juros, en-
do pressuposto de que você enten-  Não sabe dizer se o câm- tão, o rendimento foi infinitamen-
de a necessidade de diversificar, bio está caro ou está barato, nem te maior.
mas encontra alguns dos seguintes acredita no dólar como forma de Mas especular com Tesouro é
problemas: investimento, pois o que viu é um arriscado como especular na Bolsa
 Não tem tempo, nem von- dólar desvalorizando-se frente ao de Valores?
tade, de passar o dia inteiro ana- real na última década; Não. O investimento no Tesou-
lisando balanços de empresas em  Imagina que os Fundos imo- ro tem ainda a válvula de escape:
busca da oportunidade da vez; biliários têm que ser avaliados se a pessoa compra no momento
 Por outro lado não se sen- pelo lastro, mais do que pelo errado e seu título perde valor,
te confortável em adquirir ETF´s, rendimento, mas não tem ideia de ela pode guardá-lo para manter
pois há várias “laranjas podres no como fazer isso. a rentabildade contratada. Basta
saco”, e sabe que pode investir Com relação especificamente carregá-lo até o vencimento.
melhor do que isso; à renda fixa e ao Tesouro Direto, Em que hipótese isso acontece-
 Já descobriu que a Bolsa objeto específico deste material, ria? Bom, aconteceu, por exemplo,
de Valores nem sempre é o inves- já ouvi de vários investidores que com o louco que comprou títulos
timento mais rentável; o rendimento lhes parece baixo se pré-fixados quando a Selic estava
 Descobriu, por conta pró- comparado às ações. em 7,25% no início de 2013. Era ni-
pria, que a análise técnica de Estão enganados. O histórico, tidamente um piso da selic (como
ações toma todo o seu tempo os gráficos, mostram que o rendi- veremos adiante). Para esse “lou-
e, pior, é completamente inefi-
mento do Tesouro há muitos anos é co”, que fez tudo ao contrário, às
caz; superior ao IBOV. Isso eu falo para vezes a saída encontrada é baixar
 Não sabe que o Tesouro Di- o Tesouro como investimento de a cabeça e ficar com o título até o
reto pode deixá-lo rico, e que a longo prazo (buy and hold – com- vencimento.
taxa de contratação raramente prar e permanecer com o título). Claro, isso se ele não conhe-
ce as técnicas que ensinare- sua estratégia e ser capaz de ob- cos (Lei da Oferta e Procura, Con-
mos aqui, com as quais ele pode ter um retorno seguramente ini- tas Nacionais, Balanço de Paga-
manobrar de maneira a recuperar maginável para aqueles que des- mentos e Modelo IS-LM) daremos
o valor perdido. denham as taxas de contratação uma explicação geral, pois esse é
Claro que certo feeling você anunciadas pelo BC. um curso de investimentos, não
aprenderá com o tempo e expe- Outra questão muito importan- uma faculdade de economia.
riência, mas aqui vai um consolo: te: essas análises tomarão todo o A internet possui bastante in-
com as noções práticas de especu- meu tempo? Claro que não. Após formação para aprofundar tais
lação, você já poderá de imediato ler e entender o material, o que conceitos. Além disso, apresenta-
fazer ótimos investimentos. você terá de fazer é traçar o seu mos no material alguma bibliogra-
Afinal, para facilitar um pouco roteiro e fazer a atualização tri- fia (o material do Paulo Viceconti
as coisas, a mídia irá ajudar-te, mestral (ou mensal, para quem e Silvério das Neves é muito didá-
embora não tenha a menor noção preferir) das planilhas até que elas tico, muito bom para o iniciante).
de especulação com juros. Ocor- apontem um novo movimento. Ao final, o objetivo é que você
re que os jornalistas dão um jeito O curso começará com o bási- esteja preparado para compreen-
de se informar com o mercado se co: a apresentação do mercado de der os gráficos, compreender a di-
a tendência dos juros é de subida títulos públicos. Em seguida, ire- nâmica da conjuntura econômica
ou de queda e acabam noticiando mos direto à parte prática e, por e elaborar suas próprias estraté-
isso a “torto e a direito”. último, à parte teórica. Isso para gias com base em nosso roteiro.
Tendo uma noção do movimen- agilizar o processo e te deixar logo Desejo a você bons estudos e
to de juros, ainda que “de segun- com as ferramentas em mãos. bons investimentos!
da mão” (no começo, depois você A parte teórica contém o sig-
será capaz de tirar suas próprias nificado real dos juros, as forças Eduardinho.
antecipações sobre o movimento que sobre ele atuam.
da curva), você poderá elaborar Quanto aos conceitos econômi-
Índice
Introdução 3 Estratégias por Título 24
Índice 6 Títulos Mistos 25
Parte Prática 8 NTN-B e NTN-C 25
Conhecendo os títulos do Tesouro 9 Totalmente Pré-fixados 28
Tributação 10 LTN e NTN-F 28
Por que o Tesouro não é renda fixa? 11 Mistos x Totalmente Pré-fixados 31
Simular Cenários 12 Títulos Privados: Renda Fixa 33
Juros Compostos 12
Estratégias de Curva de Juros 35
Isso eu já sei. Mas como saber o valor
Fontes de Informações 36
hoje de um título? 13
1 - Mídia 37
Ok. Mas e os títulos mistos? NTN-B e
2 - BACEN 37
NTN-C? 14
3 - FIPE 38
Princípio da Atualização Diária: Conse-
4 - IBGE 38
qüências 15
Indicadores a Acompanhar 39
Renda Fixa: Títulos Privados 17 1 - Meta Selic 40
2 - PIB 41
Estratégias em Tesouro Direto 20
3 - Desemprego 42
Básicas 20
4 - IPCA & IGPM 43
Intermediárias 21
Gráficos a Traçar 44
Avançadas 23
Índice
1 - PIB x SELIC 45 Contas Nacionais 77
2 - Selic X Inflação 47 Balanço de Pagamentos 80
Taxas x Meta Selic - Sempre Juntas? 48 Políticas Fiscal e Monetária e Modelo IS-
BÔNUS: contratos de juros futuros na -LM 83
BM&F indicam tendências? 50 Curva IS 85
Mercado Monetário e Curva LM 87
Juntando Tudo: A Estratégia na Prática 53
Mercado de Emprego e Trade-off Emprego
ROTEIRO 54
X Inflação 94
UMA CARTEIRA HIPOTÉTICA 58
Tábuas de Variáveis e Movimentos Macroeco-
PARTE TEÓRICA 59 nômicos 96
O que são juros? 60
Livros sobre Macroeconomia 100
Fator risco 61
Determinação da taxa de juros 61
Fator compensação pelo uso 62
Força de queda no longo prazo 63
Forças de alta 66
Dinâmica no curto/médio prazo: Conceitos
fundamentais 75
Preço e Lei da Ofert e Procura 76
PARTE PRÁTICA
Conhecendo
os títulos
do Tesouro

O Tesouro possui títulos pré-fi- Os títulos mistos são as NTN- Por último, há as LFT, que con-
xados, mistos e pós-fixados. -B e NTN-C. As NTN-B podem ser sideramos pós-fixadas, pois não
Os títulos totalmente pré-fixa- comuns, com pagamento de juros há, na data da contratação, qual-
dos são as LTN e as NTN-F. Ambos semestrais, ou NTN-B Principal, quer promessa ou garantia de ren-
possuem a taxa totalmente estipu- com resgate apenas no final, e são tabilidade, apenas um atrelamen-
lada na data da contratação, com compostas por parte pré-fixada + to à Selic.
a diferença que as NTN-F pagam IPCA. As NTN-C são compostas de Link para descrição dos títulos no
cupons de juros semestrais. parte pré-fixada + IGPM. site do Tesouro Direto
TRIBUTAÇÃO

Fonte do gráfico: Site do Tesouro Direto

Os impostos incidentes sobre operações no Tesouro Direto são os mesmos da Renda Fixa:

IOF, com alíquota regressiva, para aplicações inferiores a 30 dias.


 IR, também regressivo, para vendas ou recebimentos de cupons conforme prazos acima. Atentar para o
fato de que as alíquotas incidem somente sobre o lucro, não sobre o valor total da venda do título. Lembre-
se, também, que a alíquota de aplicações de 181 dias, por exemplo, é a de 20% (e assim por diante).
Por que o
Tesouro não é
renda fixa?

Basicamente porque os títulos ração na taxa de venda daquele


são negociados a valor de merca- título resultará em alteração do
do e têm um valor de face, que seu valor de mercado no presente.
representa o valor que será pago Suponhamos que o valor de
por cada título na data de seu face de um título é R$1.000 e ele
vencimento. será resgatado daqui a um ano. Veja que de R$800 para R$900
Isso é tão importante assim? É, Se você o compra por R$800, houve um aumento de 12,5% no va-
pois, dado que no vencimento eles ele renderá 25% ao ano. Porém, se lor de mercado do título, porém,
serão resgatados por um valor já você comprá-lo por R$909,09, ele sua remuneração caiu 60% com re-
pré-determinado, qualquer alte- terá rendido apenas 10% ao ano. lação à remuneração anterior.
simular
Aqui o segredo está na matemática finan-
ceira, especialmente nos juros compostos,
só que “de cabeça para baixo”, pois trata-se

cenários
de trazer a valor presente um valor futuro.
Ensinaremos as fórmulas matemáticas
por meio de exemplos.

juros
compostos?
Você aplica hoje 1.000,00 reais sobre 1.000,00 inicial, mas sobre sas, carros, etc. A maioria das
a 10% ao ano. os 1.100,00 que será o que você fortunas está baseada nesses dez
No ano que vem, você tem terá ao início do novo período. reais da diferença, pois este valor
1.100,00. Assim, você terá após dois anos aumenta exponencialmente com o
No outro você terá 1.200,00? 1.210,00. tempo.
Não, errado. Esses seriam o juros Para quê complicar a conta por Então, qual a fórmula para os
simples. causa de dez reais? juros compostos?
Nos juros compostos, no ano Esses dez reais, após muitos
que vem você receberá os 10% não anos são capazes de comprar ca-
(valor final) = (Valor inicial) x ( 1 + taxa) elevado ao número de períodos: meses, anos, etc.

Apoiado no exemplo anterior, Assim:


obtém-se: Vf = 1.000,00 x (1 + 0,1) ^ 2 = 1.210,00

Vi = 1.000,00 Repare que: 0,1 = 10% e o acen-


Taxa = 10% = 10/100 = 0,1 to circunflexo (^) é o sinal para po-
Tempo = 2 anos tenciação nas planilhas eletrôni-
cas (Excel, BROffice, etc.).

Isso eu já sei. Mas como


SABER O VALOR HOJE DE UM TÍTULO?
Então, no caso do Tesouro, tudo Qual o valor hoje deste título? Logo:
funciona ao revés. Basta substituirmos os dados (Valor de hoje) = 1.000,00 / 1,12^10
(Valor de hoje) = 321,97
Você tem: que temos na fórmula acima. Po-
rém, a diferença é que temos o
 O valor final: 1.000,00. valor final e não temos o valor ini- Suponhamos que você comprou
 A taxa: 12% a.a. cial, por isso é um cálculo “de ca- o título hoje, mas amanhã o BC al-
 Os períodos de hoje até o beça para baixo”: tera a taxa para 11% a.a. (queda
vencimento: suponhamos que se- (Valor de hoje) x (1+ 0,12) ^ 10 = 1.000,00 de 1 ponto percentual), por algum
jam 10 anos. motivo:
(Valor de amanhã) = 1.000/1,11^10 veria ter sido elevado a 9,99726, É muita rentabilidade! Mas é só
(Valor de amanhã) = 352,18 aproximadamente. um exemplo matemático. As va-
riações do BC não são bruscas nem
Nota: Arredondamos o núme- Assim, seu título rendeu mági- frequentes o suficiente para você
ro de períodos para 10 anos, mas, cos 9,38% em um dia. manter uma média diária de 10%.
como se passou 1 dia, o valor de-

OK. MAS E OS TÍTULOS MISTOS?


NTN-B e NTN-C? O Tesouro parou de oferecer
NTN-C. As informações aqui pre-
Nesse caso o cálculo é um pou- vam seu Valor Real. Tudo isso, sem sentes sobre esse título têm fi-
co mais complexo, mas o impor- alterar a sistemática da parte pré- nalidade histórica, embora pos-
tante é entender o funcionamento -fixada (ágio), correspondente aos sam ser úteis caso o governo ache
do título. juros que são pagos além da infla- de interesse voltar a vender.
Se houvesse um Valor Final (Va- ção. exemplos:
lor de Face), como nos totalmente Nessas NTN, há o VNA (valor http://www3.tesouro.gov.br/tesouro_
pré-fixados e se aplicasse o cálcu- nominal atualizado) que aumenta direto/metodologia.asp
lo do Valor Atual sobre esse valor, com o tempo (pela inflação), so- O importante é você entender
quando a inflação aumentasse o bre o qual é a aplicado o cálculo que:
investidor perderia rentabilidade. do Valor Atual mencionado na pá-  Há a parte do “rendimento”
Mas isso não ocorre. gina anterior. Por isso o chamamos referente à atualização. Esta parte
Esses títulos aumentam de Va- de misto (terminologia nossa). não está sujeita a especulação;
lor Nominal conforme a inflação Abaixo segue uma explicação  Há a parte referente ao ágio,
ou, em outras palavras, preser- da metodologia de cálculo com esta sim, sujeita.
PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO
DIÁRIA:
CONSEQÜÊNCIAS
Agora vamos explicar as conse- Uma pessoa adquire um título
qüências práticas do fato de um pré-fixado com taxa de contrata-
N T E
título ter seu valor diariamente ção de 9%. Após um tempo, a taxa
RTA
modificado, embutindo a nova ofertada pelo governo é de 11%.

M P O
rentabilidade até o seu vencimen-
to, toda vez que decide-se alterá-
O que ocorreu com o título des-
ta pessoa? Ele rendeu menos do I
-la. que os 9% contratados, pois houve
Quem já tem um conhecimen- um aumento dos juros (vide fór-
to de Tesouro, pode achar que é mula matemática acima). Se o au- GRANDE ERRO
bobagem, mas recomendo ler com mento tiver ocorrido logo após a “Por que manter um título pa-
atenção, pois já vi muita gente compra, pode até haver rentabili- gando 9% se há agora outras op-
que sabe calcular juros compostos dade negativa. ções pagando 11%, ou títulos pri-
cometendo equívocos por não en- O que algumas pessoas fazem? vados pagando até mais?”
tender exatamente a matemática Insatisfeitas com a rentabilidade Ocorre que, devido ao que cha-
por trás do “Princípio da atualiza- ruim, vendem o título e investem mamos de Princípio da Atualização
ção diária”. em outra coisa. Diária, em outras palavras, devido
à venda a mercado de um título BC e recomprasse a uma taxa de que o investidor deve se fazer é: a
com valor de face, o título que pa- 11%, o valor da sua venda e da sua taxa continuará subindo? Ou: con-
gava 9% a.a. quando contratado, compra não será o mesmo? (des- tinuará subindo consideravelmen-
agora paga 11% a.a.! contado o spread, claro). te?
Então, ao vendê-lo antecipada- Então, para aquele que com- Quando se diz que a pessoa
mente, você estará abrindo mão prou o título a 9% é melhor mantê- pode carregar o título até o ven-
de um título que está pagando -lo (não, vendê-lo!) quando a taxa cimento e terá a taxa contrata-
11% a.a., independente da taxa está 11%, pois ele já está renden- da, isso não comporta exceções.
que você contratou. do isso, automaticamente. Ele não A taxa contratada somente será a
E a diferença de 9 a 11%? Essa deveria tê-lo mantido enquanto a taxa efetiva se levado o título até
já ficou para trás e os reflexos fi- taxa estava subindo, mas, já que o o vencimento. Antes disso, esque-
nanceiros dessa diferença já estão fez, agora é tarde e mantê-lo pas- ça a taxa contratada, ela interfe-
embutidos no valor de hoje do tí- sou a ser um bom investimento, re no quanto você já ganhou, mas
tulo. dadas as circunstâncias. não no que você ainda ganhará.
Para ficar mais simples: se você Para saber se deve vender, ou
vendesse esse título hoje para o não, um título, a única pergunta
RENDA FIXA:
títulos privados
No mercado de títulos privados Investir em LCI ou CDB de ban- liquidação compulsória.
há Debêntures, CDB, RDB, CRI, cos como Indusval, Sofisa, Ficsa e Se, por um acaso, isso vier a
Notas Promissórias e diversos ou- Máxima (por ordem decrescente) acontecer enquanto você detém
tros títulos. A maioria deles (isso é mais seguro que investir no Itaú tais títulos dessas instituições, o
mesmo, a maioria, não todos!) ou Bradesco. ressarcimento pelo FGC é feito em
está sujeita ao risco de crédito Você deve estar pensando: co- 3 (três) dias após a decretação da
do emissor, o que os tornariam, a loquei fogo em meu dinheiro ao intervenção pelo Bacen.
princípio, menos atraentes ao in- comprar esse curso! O limite da garantia é de
250 mil reais por CPF por ins-
vestidor conservador. Não se desespere, deixe-me
tituição. Assim, caso você de-
Porém, vamos nos ater aos tí- explicar. O Fundo Garantidor de
tulos mais interessantes: o CDB Créditos (FGC) é uma instituição seje aplicar um volume maior de
(em poucos casos), a LCI (letra de formada por todos os bancos no dinheiro, recomendamos dividir a
crédito imobiliário) e LCA (agro- país (inclusive BB, Bradesco, Itaú, aplicação em mais de um banco.
pecuário) emitidos por bancos de etc.) e que se responsabiliza (para Diga-me: você acha mais fácil o
médio porte (mesmo aqueles de fins de manter a confiança no mer- FGC arcar com tal compromisso se
baixa solidez). cado financeiro) por GARANTIR os quebrar um banco pequeno (com
Como? Eu estou louco? Não, CDB e LCI de bancos que sofram a passivo relativamente pequeno),
não estou e vou mostrar o porquê: intervenção pelo Bacen ou mesmo ou se quebrar um banco gigante?
N T E
RTA
IMPO

Se um Itaú ou Bradesco quebrar, o este fim. Isso porque o FGC res- taxas (eu tenho conta nos quatro
FGC teria condições de “honrar” sarce em três dias os correntistas. bancos mencionados, embora atu-
sua promessa? Ou o governo fede- Já aqueles que têm alguma ques- almente só tenha recursos em um
ral teria que, se quisesse, salvar a tão cadastral envolvida (quando deles).
instituição? Nesse caso, será que o se compra por corretora, o título A garantia do fgc cobre to-
dos os juros até a data do pa-
pagamento seria em integral e em costuma sair em nome delas) têm
gamento?
3 dias, como no caso dos bancos que comprovar a titularidade dos
médios/pequenos? papéis, as corretoras são omissas Uma dúvida que aparece muito
Banco pequeno, rombo peque- e atrasam o processo, etc. Evite é quanto ao valor que o FGC deve
no (relativamente) e FGC resolve ter que passar por esse transtorno reembolsar, se inclui os juros con-
rápido. no caso extremo; tratados, ou apenas o valor origi-
Mas preste atenção às seguin-  Dilua o dinheiro em quan- nal da aplicação. Não tenho expe-
tes dicas: tos bancos pequenos for necessá- riência pessoal no assunto, mas,
 Não adquira a LCI ou o CDB rio para que a exposição a cada em tese, devem ser pagos os juros
de bancos pequenos por intermé- um seja pequena. Ainda que haja contratados. Isso porque o paga-
dio de sua corretora. Abra dire- diferença de taxas entre eles, é mento será realizado com base no
tamente a conta no banco para melhor fazer essa média entre as balanço atualizado da instituição
financeira em liquidação. Para es-
sas instituições, há obrigação de ordem de ativo (atualmente no percentual do CDI) ou descenden-
manutenção dos valores do ativo seguinte link: http://www.bcb.gov. te (opção: pré-fixada).
e do passivo atualizados a valor de br/?TOP50 dentro de http://www. As desvantagens (ou vantagens,
mercado (o que inclui a contabi- bcb.gov.br/?INFCONT). Comece a depende da estratégia) desses ins-
lização de variações no preço de procurar pelo meio da lista (não, trumentos são:
ações, por exemplo, e o cômputo de cima para baixo) e busque es-  Em geral, são investimentos
frequente dos juros já incorridos sas instituições na internet para de longo prazo e com resgate so-
em depósitos e títulos emitidos). entrar e contato e saber quanto mente ao final do período;
Assim, caso o FGC não ressarça pagam pelo CDB e LCI.  Não permitem especulação
também os juros contratados, a Em outubro/2013, havia ban- como os títulos do Tesouro.
nosso ver, caberia ação judicial cos pagando 12,5% a.a. pré-fixado Porém, em certos momentos
perante o Fundo. em CDB, ao passo que a selic era da curva de juros, como iremos
Voltando à questão da renta- de um dígito. Comece procurando demonstrar, são títulos atrativos
bilidade, quanto menor o banco, bancos como os que mencionei. A para compor a carteira de renda
ou pior o seu rating, maior o seu LCI de bancos pequenos estavam fixa em conjunto com o Tesouro.
custo de captação (as pessoas em pagando rendimentos líquidos
geral preferem aplicar em bancos próximos a 10,4 ou 10,5% (pois
grandes e os grandes investidores isentas de imposto de renda) pré-
não estarão cobertos pelo FGC), -fixados. Há também aquela LCI e
ou seja, melhor para o investidor, LCA em percentual do CDI.
pois maiores os juros pagos. Para escolher entre LCI, LCA
Enfim, para conhecer os bancos ou CDB totalmente pré-fixados e
médios, entre no site do Bacen e os que são em percentual do CDI,
emita a lista das 50 maiores ins- você deve analisar se a curva de
tituições financeiras do país por juros está ascendente (opção:
ESTRATÉGIAS EM
TESOURO DIRETO
BÁSICAS
 Não vendA seu título no ganho, mas de evitar perdas. dente da curva de juros), vá para
primeiro mês, a menos que haja  Não compre LFT. A LFT o mercado de títulos privados,
expectativa de forte alta de juros existe para grandes investidores, que paga bem mais e praticamen-
(houve erro de avaliação na hora não para mim ou você. te não tem risco, se bem utiliza-
da compra). Ela não está sujeita aos prin- do.
Nos primeiros 30 dias da apli- cípios de especulação aqui apre-
cação, há incidência de IOF re- sentados, apenas rende a selic
gressivo que, praticamente, toma diária. Sobre ela incide IR e você
todo o ganho do investidor. ainda terá que pagar as taxas da
Claro, vendas circunstanciais Bovespa e da Corretora. Toda vez
podem ser realizadas no primeiro que pensar em adquirir LFT (pro-
mês, mas não com o objetivo de vavelmente no momento ascen-
INTERMEDIÁRIAS

NTE
RTA
 COMPRE NA ALTA, VENDA NA Muita gente compra os títulos M P O
I
BAIXA. na alta, mas se esquece ou não
Soa estranho, porque na Bolsa dá importância para vendê-los na
a estratégia é comprar a ação na baixa.
baixa e vender na alta. Pense bem: se no vencimento a Para o investidor não devolver
No Tesouro Direto, como se taxa de remuneração será a con- o sobre-ganho da queda da taxa
operam títulos, em geral, pré-fi- tratada, isso funciona para o bem de juros, é fundamental VENDER
xados, a regra é comprar o título (salvar-te de um prejuízo agora), os títulos na baixa da Selic, an-
na alta dos juros (pois o valor do mas também funciona para o mal, tes que esta comece a subir no-
título estará em baixa) e vendê- de maneira que, ao longo do tem- vamente. O momento exato de-
-los na baixa dos juros (pois o tí- po você devolverá seu ganho es- penderá de cada título, como se
tulo terá alto valor). peculativo caso não o realize. verá nas dicas avançadas.
 APROVEITE OCASIÕES CON- juros de contratação, os títulos Em junho/2013, durante as
TURBADAS. pré-fixados são temporariamente manifestações da Copa das Con-
Momentos de crise levam a desvalorizados. federações, foi possível comprar
um aumento temporário na taxa No momento conturbado, que NTN-F a 11,6% pré-fixada, em um
de juros de contratação pelo Te- irrompe imprevisível, não se deve ponto fora da curva (daquele mo-
souro, com aumentos de juros em vender os títulos antigos (que pro- mento). No meu caso, vendi após
pontos fora da curva de normali- vavelmente terão desvalorizado), um mês, quando a taxa estava
dade. Isso ocorre, dentre outros pelo contrário, deve-se aprovei- 0,7% mais baixa, gerando um lu-
fatores, porque o aumento de tar e comprar mais, pois, assim cro líquido (após tributação), su-
risco leva a uma necessidade de que afastada a situação crítica, perior a 3% (em um mês).
maior remuneração. Exemplos: os juros automaticamente retor- Como era um momento de cur-
Crise política: as manifesta- nam ao seu valor normal, gerando va ascendente de juros, a minha
ções durante a Copa das Confede- um ganho rápido, fácil, em ques- opção foi por não permanecer
rações/2013; tão de meses. com o título pré-fixado.
Crise econômica: crise de Quando os juros retornam ao
2008; normal, vendem-se os títulos ad-
A Copa de 2014, se tudo der er- quiridos durante o momento críti-
rado, também pode abrir espaço co e segue-se a estratégia normal
para uma compra especulativa. quanto aos títulos que já se deti-
Com o aumento repentino dos nha antes.
AVANÇADAS
De agora em diante passare- liberdade de realizar tais simpli-
ID ENTIAL
mos a abordar técnicas inéditas ficações. NF
O

T
do Método Carteira RICA. Do contrário, se tentássemos
E

C
Contudo, é importante lem- incluir todas as condicionantes
SEC R
TOP
brar que uma compreensão mais em nosso modelo, o intuito de for-
completa dos fatores que influen- necer um método “prático” seria

C
O
NF
ciam a curva de juros e outras va- sacrificado em favor de um méto- IDENTIAL
riáveis macroeconômicas depen- do “científico”. Isso está fora de
de da leitura da parte teórica cogitação.
deste curso. Recomendamos, àqueles que
O roteiro “passo a passo” que tiverem a paciência necessária, No final do material há in-
aqui expomos é simplificado em que leiam a parte teórica an- dicação dos sítios da internet
vários pontos, a fim de possibili- tes de continuar a leitura de onde se extraem os dados
tar a elaboração rápida de gráfi- das técnicas avançadas. econômicos atualizados. Basica-
cos que pautem a tomada de de- Porém, achamos que não há mente BACEN, IBGE e site do Te-
cisões pelo investidor. prejuízo significativo para os “an- souro.
Temos certeza que esse mode- siosos em colocar a mão na mas- Em anexo ao curso, seguem as
lo funciona na imensa maioria das sa” que leiam as dicas avançadas planilhas que criamos para que
situações, por isso nos demos a e posteriormente leiam com cal- você siga atualizando na elabo-
ma a parte teórica. ração de suas estratégias.
ESTRATÉGIAS
IDENTIAL
NF
O

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POR TÍTULO
TÍTULOS
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MISTOS:

ntn-B E NTN-C
As NTN-B e NTN-C são títu- parte incide a idéia da fórmula Já as NTN-C (não mais disponí-
los que chamamos de mistos pois que apresentamos, de cálculo de veis) são indexadas pelo igpm.
possuem duas componentes: valor atual. Em geral, são títulos emitidos
 Um valor que é atualizado As diferenças são que as NTN-B com vencimento muito longo, o
constantemente pela inflação. podem ser comuns (pagam cupons que é ótimo para fins especulati-
Refere-se ao passado e não está semestrais de juros) ou NTN-B vos, pois, quanto maior o período
sujeito a especulação. PRINCIPAL (pagamento somente até o vencimento, maior a volati-
 Uma taxa estipulada no mo- ao final) e ambas são compostas lidade presente (vide fórmula de
mento da contratação. Sobre essa por parte pré + ipca. cálculo do valor atual do título).
ESTRATÉGIAS
50,00%
Selic O Gráfico 1 compara Selic com
Rend Ano NTNB rendimentos acumulados em 12
2024
40,00%
meses da NTNB-2024.
Como dissemos, em todo Pré-
30,00%
-fixado podemos ver que a queda
20,00%
da Selic (área amarela) impulsio-
na o rendimento do título, pois
10,00% aumenta seu valor de venda. Por
outro lado, um aumento na selic
0,00% produz o efeito contrário.
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3
1

 Assim, recomendamos com-


t-1

t-1

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ma

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ma
se

se

se

-10,00%
prar NTN-B nos momentos de pré-
-20,00%
-queda ou queda da selic (azul) e
vendê-las nos momentos pré-alta
Gráfico 1 (Selic x NTNB)
(amarelo).
Gráfico 2 (Selic x NTNB x Inflação)
Para fins históricos e 40,00%
de conhecimento geral:
30,00%

ESTRATÉGIAS
Já o gráfico 2 (Selic x NTNB x 20,00%
inflação) inclui os índices de in-
flação IGPM e IPCA. 10,00%
Como diremos ainda várias ve-
zes nesse material, o IGPM é uma
0,00%
medida mais rápida da inflação

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do que o IPCA e o cruzamento de

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ma

ma
se

se

se

se
-10,00%
suas linhas funciona como o Cru-
igpm ipca Selic Rend Ano NTNB
zamento das Médias Móveis na
2024
-20,00%
Análise Técnica de Ações, apon-
tando tendências de alta ou baixa
da inflação.
Adiante veremos como esse Na época em NTN-C era ven- títulos nesse ponto), próximo ao
cruzamento influencia a Selic. dida, ou se voltar a ser (provável, momento Azul, trocar as NTN-B
Porém, no momento, vamos nos se alterado o partido na presidên- por NTN-C, já que parte do valor
ater à estratégia por títulos. cia), nossa recomendação era de desses títulos é atrelada a difer-
As áreas em azul apresentam que, considerando que o investi- entes índices inflacionários.
os momentos em que o IGPM cor- dor decidisse manter sua posição Nos momentos amarelos, fa-
ta o IPCA de baixo para cima. As em pré-fixados no momento (o zia-se a troca inversa.
áreas em amarelo, o contrário. mais aconselhável era vender tais
totalmente
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pré-fixados:

LTN e ntn-f
As LTN e as NTN-F são títulos Já vi pessoas respeitáveis dizer ESTRATÉGIAS
com taxa totalmente estipulada que preferem as LFT às NTN-F pois O gráfico 3 (Selic x NTNF) com-
no momento da contratação. o pagamento dos cupons semes- para a Selic com os rendimentos
As diferenças são que as NTN-F trais das NTN-F ao incidirem na mensais da NTN-F 2017.
pagam cupons semestrais de ju- tabela regressiva do IR em alíquo- Como já vimos, em todo Pré-
ros e costumam ser emitidas com tas maiores rebaixariam o rendi- -fixado a queda da Selic (área
vencimento mais longo (o que é mento do investidor. Eu, particu- amarela) impulsiona o rendimen-
bom para fins de especulação, larmente, prefiro nas NTN-F, pois to do título, pois aumenta seu va-
pois quanto maior o prazo para o costumam possuir vencimento lor de venda. Por outro lado, um
vencimento, maior a volatilidade mais longo e, portanto, são mais aumento na selic produz o efeito
no presente). susceptíveis a especulação. contrário.
Às vezes vemos pequenas va-
14,00% riações nos gráficos que fogem
a essas explicações. Tais pontos
12,00%
fora da curva se devem a vários
10,00%
fatores, como instabilidades po-
8,00% líticas, etc. Não alteram a lógica
6,00% geral dos títulos.
 Assim, a recomendação é
4,00%
de comprar LTN ou NTN-F nos mo-
2,00%
mentos de queda da selic (amare-
0,00% lo) e vendê-las nos momento pré-
-alta (alta em azul). É importante
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Rend. Mês NTN-F Meta Selic que seja antes da alta para evitar
-4,00% 2017
rentabilidades negativas.
Gráfico 3 (Selic x NTNF)
16,00%
Lembre-se:
igpm Selic Taxa
14,00% Aumento na taxa de con-
contratação
12,00% NTNF 2017 tratação leva a uma diminuição
10,00% do valor de mercado do título
8,00%
e, por conseqüência, perda de
rendimento. O interessante para
6,00%
o detentor do título é a queda
4,00%
na taxa de contratação!
2,00%

0,00%
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-2,00%
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ma

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ma

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se

se

se

se
Gráfico 4 (Selic x NTNF X Inflação)

ESTRATÉGIAS e as baixas provocam efeito simi- forte de Selic).


O gráfico 4 (Selic x NTNF x lar. Isso (somado a outros fatores) Às vezes vemos variações nos
IGPM) compara a Selic com a taxa nos ajudará a prever tendências gráficos que fogem a essas expli-
diária de contratação da NTN-F da curva de juros. cações. Tais pontos fora da curva
2017 e com o IGPM. Note, também, que a curva se devem a vários fatores, como
Veremos mais adiante como a da taxa de contratação tende a instabilidades políticas, etc. Não
Selic tende a refletir o IGPM, seguir a Selic, embora possa ser alteram a lógica geral dos títulos.
mas com defasagem. O gráfico mais rápida às vezes (quando a A dica aqui é a padrão: com-
mostra como as altas do IGPM inflação já estiver muito alta e prar no período Amarelo e vender
causam posteriores altas de Selic a expectativa seja de elevação no Azul.
MISTOS X
TOTALMENTE
PRÉ-FIXADOS
Uma dúvida que se tem na hora sar o site do Tesouro todos os dias mais curto) caso o governo tenha
de adquirir os títulos é: comprar para ficar atrás da melhor taxa que apertar ainda mais a selic.
os totalmente pré-fixados ou os possível, indicamos, normalmen- Depois com uma visão mais cla-
mistos? te, montar uma carteira 3:1 ou ra de topo, você compra as NTN-B.
Em geral, os títulos mistos, 4:1 em NTN-B:NTN-F, ambas de Isso tudo, claro, na medida em
como as NTN-B, possuem venci- mais longos vencimentos. que a renda fixa em que você apli-
mentos mais longos, o que os tor- Quando você achar que a taxa cou durante a baixa da selic esti-
nam mais atrativos para fins espe- Selic já está bem alta (mas sem ver disponível para resgate.
culativos. a certeza de pico), comece com- No Gráfico 5 (Taxa de contrata-
Porém, como o objetivo aqui prando as NTN-F, pois estarão su- ção), temos a comparação da selic
não é que você tenha que aces- jeitas a menor prejuízo (pois prazo e dos indicadores de inflação com
Gráfico 5 (Taxa de contratação)
a nova taxa de contratação (perto
16,00%
da nova Selic), ou seja, um valor
igpm ipca Selic Taxa
14,00% baixo (pois se encontra no piso).
contratação
NTNF 2017
12,00% Por outro lado, essa queda de
10,00% Selic fará com que a inflação ten-
da a elevar-se, o que se reflete em
8,00%
atualização dos valores das NTN-B
6,00%
e NTN-C (na sua componente pas-
4,00%
sada).
2,00% Tal aumento na remuneração
0,00% (ainda que nominal) das NTN-B
e NTN-C permanecerá até que o
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-2,00%
jul-
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jul-

jul-

jul-

jul-
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jan
NTNF NTNF COPOM tome uma atitude.
-4,00% LTN LTN
NTNB NTNB POSFIX NTNB NTNB POSFIX Logo, nossa dica é: O
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IDENTIAL

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EC
a taxa de contratação da NTN-F TOP S
Lembre-se: Com o Princípio

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2017 (não o rendimento, a taxa de


da Atualização Diária, as LTN e Quando a taxa Selic cair ao
contratação!) e podemos ver que,
as NTNF passam a render a nova seu fundo, realize imediata-
com a queda da Selic, realiza-se
taxa de contratação a cada mo- mente o ganho especulativo
toda a queda na taxa de contrata-
mento, sendo que a diferença com LTN e NTN-F, mas man-
ção da NTN-F e, portanto, todo o
entre a taxa contratada e a atu- tenha as NTN-B e NTN-C até o
seu ganho especulativo.
al se reflete em um ganho ou momento em que as suas novas
Devido ao Princípio da Atuali-
prejuízo especulativo passado e taxas de contratação começar-
zação Diária, a partir desse mo-
não deve influir em sua tomada em a subir (início do ciclo de
mento, seu título passa a render
de decisão futura. aperto monetário).
TÍTULOS PRIVADOS:
RENDA FIXA
Os títulos privados não se pres- aplicações de sua carteira, tor-  Imprevisibilidades em ge-
tam a especulação, embora sejam nando-a uma carteira única, com ral: crises econômicas, guerras,
uma ótima fonte de rendimento, as qualidades que todos deseja- escândalos de corrupção, os quais
principalmente se você seguir as mos: segura, balanceada e muito podem levar a um aumento re-
orientações que expusemos na rentável. pentino de taxas de contratação
Apresentação dos Títulos. Partimos do princípio que você e perdas para investidores posi-
Mas quanto deles comprar? Em não alocará 100% de seus investi- cionados em títulos públicos. Nes-
que momento da Curva de Juros? mentos do “R” de RICA em títulos ses momentos, é bom ter reserva
O percentual de sua cartei- públicos para fins de especulação, em títulos privados, não sujeitas a
ra que você alocará a cada ativo por diversos motivos: especulação, para sacar, se for o
ou classe de ativo é uma discus-  Podemos cometer equívo- caso, e em parte, para investir no
são que envolve muitos fatores. O cos de avaliações. Aquilo que pa- Tesouro.
curso completo do método cartei- recia um fundo de Selic mostra de-  Imprevisibilidades da vida.
ra rica incluirá questionários que pois que não era (quantas pessoas Como os títulos do Tesouro estão
você deve responder para estimar acharam que 9 ou 8% seria o fundo sujeitos a variações, pode coinci-
como você deverá distribuir as da Selic quando ela beirou os 7%); dir de por um caso fortuito você
que o seu banco não os ofereça
50,00% (outros bancos oferecem).
Selic
Rend Ano NTNB No início de um ciclo de aperto
2024
40,00% monetário (alta de Selic), posicio-
ne-se em papéis com remunera-
30,00% ção percentual do CDI. Inclusive
(como não indicamos as LFT para
20,00% ninguém):

10,00% Recomendamos vender


grande parte de suas NTN-B e
0,00% NTN-C no início de fortes ciclos
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3
de aperto monetário, para evi-
t-1

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jan

jan

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ma

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se

se

se
-10,00%
tar os rendimentos negativos
que esses títulos chegam a ter
-20,00%
e adquirir títulos privados em
Gráfico 1 (Selic x NTNB) percentual do CDI.

No início de um ciclo de afroux-


precise de dinheiro, mas não seja vel equilibrar as carteiras e diver-
amento monetário, posicione a
um bom momento para sacá-lo de sificar os riscos.
parte com a qual não desejar es-
aplicações especulativas. Quanto aos títulos privados,
pecular em papéis privados total-
Enfim, por mil motivos que aqui lembramos que existem LCI, LCA e
mente pré-fixados (X% ao ano).
pudéssemos elencar, é aconselhá- CDB totalmente pré-fixados, ainda
ESTRATÉGIAS
DE CURVA
DE JUROS
FONTES DE
INFORMAÇÕES
Conforme a parte teórica tenha conhecimento, mas elabo- Lembre-se que no site do Te-
deste curso, a curva de juros é raremos um gráfico simplificado, souro você poderá sempre baixar
determinada por diversos fatores para subsidiar rápidas tomadas de as planilhas com os históricos de
econômicos, somados a uma com- decisões. preços e taxas dos títulos. Não co-
ponente política, afinal, quem Apresentamos agora links para locamos o link aqui porque o site
toma a decisão última não é o fontes oficiais, de onde você po- muda constantemente sua estru-
mercado, mas o COPOM. E este derá rapidamente extrair informa- tura e, entre o início e o final da
pode estipular um taxa diferente ções importantes. Recomendamos elaboração deste material, o link
da que seria, em tese, a taxa de que você crie uma Pasta de Favo- já não era válido. Caso o site do
equlíbrio de um determinado mo- ritos em seu navegador especifi- Tesouro não tenha inteiramente
mento. camente para monitoramento da mudado de lugar, o sítio é:
Citaremos aqui diversas variá- economia. Recomendamos acesso
veis econômicas para que delas se mensal ou trimestral. https://www.tesouro.fazenda.gov.br/
1 - MÍDIA
Já dissemos, mas não cansamos Repórteres buscam economistas mam cair 10% em um dia só (mas
de repetir: use a mídia a seu favor. para saber se a Selic permanece, em poucos dias, sim), ao contrá-
Os jornalistas (mesmo os espe- sobe, ou desce. Assista ao jornal rio do que ocorre em mercado de
cializados) têm alguma ideia de ou navegue na internet na véspera ações, por exemplo, de maneira
especulação com títulos públicos? e no dia da reunião do Copom e que há tempo para refazer as po-
Não, mas não importa. saberá as previsões. sições.
Toda véspera de reunião do Co- Ainda que a decisão surpreenda
pom há uma tagarelice na mídia. o mercado, os títulos não costu-

2 - BACEN
Tudo que falta de transparência Achou pouco? Quer dados de
nas obras públicas e no Congresso, http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/ desemprego, inflação, PIB e ou-
sobra nos dados econômicos. port/sddsp.htm tros tabelados para você baixar
Desde os acordos com o FMI o e usar em planilhas? Quer mon-
governo brasileiro se obrigou a pu- tar gráficos comparativos online?
blicar indicadores no padrão FMI.
NT E Quer tudo isso de graça? Acesse:
Aproveite-se disso. A página do RTA
M P O https://www3.bcb.gov.br/sgspub/
Bacen para o PEDD é atualizada I localizarseries/localizarSeries.do?meth
diariamente: od=prepararTelaLocalizarSeries
Ainda no site do Bacen, leia: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG

http://www.bcb.gov.br/?RI http://www.bcb.gov.br/?ATACOPOM http://www.bcb.gov.br/?SERIETEMP

3 - FIPE
Nem só de veículos vive a Fipe. Quer uma dica? Troque a leitu- ções relevantes. Você vai ganhar
O site da fundação tem boletins ra diária de cadernos econômicos tempo, qualidade de vida e infor-
econômicos mensais e muita in- de jornais mal escritos pela leitura mações mais importantes.
formação. mensal ou trimestral de publica- http://www.fipe.org.br/web/index.
asp

4 - IBGE
Facilidade na navegação não é Exemplo de série importante
o forte do IBGE. O Instituto tem http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/ para o câmbio, por exemplo:
muita informação e até quer pas- http://seriesestatisticas.
sá-las a nós. Porém, cria sites mal ibge.gov.br/series.
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/
feitos, sem mapas. É necessário aspx?vcodigo=SCN50&t=capacidade-
default.asp
paciência para encontrar alguma necessidade-liquida-debr-
financiamento-valores
coisa lá.
INDICADORES A
ACOMPANHAR
1 - META SELIC
Trata-se da variável mais im-
30,00
portante para o investidor em Te-
souro Direto. Porém, obviamente,
25,00
o gráfico da Selic, por si só, não
será capaz de indicar a estratégia
20,00
a seguir.
15,00
Adiante ensinaremos a enri-
quecer esse gráfico com outros in-
10,00
dicadores.
O gráfico, porém, é capaz de
5,00
demonstrar tendências de prazos
mais longos (como as que serão
- discutidas na Parte Teórica).
No gráfico ao lado, podemos
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5
t-0

t-0

n-0

n-0

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v -1

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r-1
v -0

v -0

z -0

z -0

perceber uma tendência de que-


Ou

Ou

Ma

Ma

Ab
Ja

Ja

Fe

Fe
No

No

De

De

da da Selic na última década, o


que causou forte valorização dos
http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS
títulos nesse período.

E
A Meta Selic Mensal para atualização de nossas tabelas,
ANT
IMP
ORT http://portaldefinancas.com/selic1415.htm
você encontra no Portal de Finanças: (usar Anual Overnight)
2 - PIB
No site do IBGE você pode aces-
10,0
sar trimestralmente as Contas Na-
cionais.
8,0 Baixe as tabelas completas no
formato .zip e abra. Há várias in-
6,0
formações, de vários setores em
4,0
bases acumuladas ou com diver-
sas referências.
2,0 O dado que mais nos interessa
é a seqüência do PIB no “Acumu-
0,0
lado em 4 trimestres” (12 meses).
.IV

.IV

.IV

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.IV

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Elaborado o gráfico com apenas
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-2,0

esse valor, teremos uma idéia da


-4,0
força atual da economia e do fu-
turo da selic.
P.S.: as demais informações,
http://www.ibge.gov.br/home/ inclusive por setores, são impor-
estatistica/indicadores/pib/ tantíssimas para análise de câm-
defaultcnt.shtm
bio e de ações, mas esses são ou-
tros assuntos.
3 - DESEMPREGO

% Desemprego
14 O que tem a ver desemprego
com tudo o que aqui se fala?
12
Acredite, desemprego e infla-
10 ção estão diretamente relaciona-
dos.
8
Na parte teórica vamos ex-
6
por os motivos pelos quais quando
o desemprego atinge níveis muito
4 baixos (nível de pleno emprego)
2
(lembre-se que desemprego zero
é impossível), há pressão inflacio-
0 nária muito forte.
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Embora o nível de desem-
ta
Da

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05
prego não seja uma variável
em nosso método, tenha em
https://www3.bcb.gov.br/sgspub/ mente que ele influencia a infla-
localizarseries/localizarSeries.do?method= ção e, por conseqüência, a curva
prepararTelaLocalizarSeries de juros.
4 - IPCA & IGPM
% Anual
30
Junto com as informações do
PIB, os indicadores de inflação
são as variáveis mais importantes
25
a influenciar a curva de juros.
Partimos do pressuposto, cla-
20
ro, que os governantes brasileiros,
atuais e futuros, não têm ou terão
15
condições políticas de governar
IGPM com hiper-inflação, como ocorreu
10
IPCA no passado brasileiro.
Dessa maneira, pressupomos
5
que o governo agirá para comba-
ter a inflação. A tempo, ou mesmo
0
a destempo, mas agirá.
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Além disso, consideramos que
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-5
a política monetária é um dos ins-
trumentos (em conjunto com a
https://www3.bcb.gov.br/sgspub/ política fiscal) para atuar perante
http://www.sidra.ibge.gov.br/snipc/
localizarseries/localizarSeries.do?meth
tabelaIPCA.asp?o=3&i=P a inflação.
od=prepararTelaLocalizarSeries
GRÁFICOs
A TRAÇAR
1 - PIB x SELIC
Falar para comprar os pré-
fixados antes da queda da Selic é
ID ENTIAL
NF fácil, difícil é saber quando se dá
O

R E T esse momento na prática.

C
SEC
Então veja o sensacional

P
INFORMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA.

O
gráfico ao lado, pois você está
T
raros traçam esse gráfico!
prestes a conhecer a mais poten-

C
O
16,00% NF
te arma na elaboração de uma
IDE
NTIAL
14,00%
estratégia de Tesouro Direto.
12,00% A curva da Selic é uma curva
similar à do PIB, mas defasada!
10,00%
O que isso significa? Significa
8,00% que, ao traçar a curva do PIB,
6,00%
você saberá de antemão o des-
tino da Selic!
4,00%
Se a curva do PIB fizer uma in-
2,00% versão (estava subindo e passou a
0,00%
descer, ou o contrário), você es-
tará um passo à frente do merca-
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-2,00%
do para saber que a Selic também
Selic PIB
-4,00% inverterá a sua tendência.
Como traçar o gráfico PIB x selic

Se o PIB é trimestral e a Selic é diária, como eu traço o gráfico com


os dois?
A minha solução (existem várias) é consolidar os gráficos em uma base
mensal:
1) Selic: Criei uma coluna “mês” e preenchi com a função MÊS da data
da Meta Selic. Usei a função “Subtotais” do Excel para calcular a Média
da Meta Selic a cada alteração na coluna Mês. Copiei os dados para o No-
tepad e depois para uma nova planilha.
2) Quanto ao PIB, na tabela do IBGE, procure pelo “Acumulado 4 tri-
mestres” e copie a coluna. Agora, para fazer a variação mensal, faça
uma “interpolação linear” dos dados trimestrais. Basicamente consiste
em calcular o nível do trimestre atual menos o do trimestre anterior e
dividir essa diferença por 3 (3 meses). Esse valor é multiplicado por 1 se
for o 1º mês do trimestre, ou 2, se for o 2º mês (no terceiro, não precisa,
é o dado do IBGE) e somado ao valor do trimestre anterior. Em anexo se-
gue a planilha com a interpolação linear.

PS.: Segue em anexo material orientando como realizar tais operações.


2 - Selic X Inflação
IGPM x IPCA X Selic

IDE
NTIAL Se a melhor medida pré-queda
NF
da Selic é o PIB, a melhor medida
O

RE T
C

S E C
TOP
C pré subida é a inflação.
O governo não vai elevar Selic
O
NF
IDE
NTIAL
16,00%
porque o país voltou a crescer.
14,00%
Vai elevar quando necessário para
12,00% conter a inflação.
10,00% As duas medidas de inflação
funcionam como médias móveis,
8,00%
uma vez que o IGPM é uma me-
6,00%
dida mais rápida, que é posterior-
4,00% mente seguida pelo IPCA.
2,00% Quando a linha do IGPM corta
o IPCA de baixo para cima, isso
0,00%
significa uma tendência de alta
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12

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-2,00%
inflacionária (que provavelmente
IPCA Selic IGPM
-4,00% será combatida pelo Bacen quan-
do chegar a níveis que incomo-
dem ao governo).
TAXAS X META SELIC - sempre juntas?

Conforme dissemos, a taxa de


16,00%
contratação dos títulos nem sem-
pre “espera” a divulgação de nova
14,00%

Selic.
12,00% Às vezes dá a impressão de que
o Bacen passa na frente do CMN e
10,00%
já adequa a taxa de contratação.
8,00%
No caso ao lado, vemos que a
taxa de contratação (NTN-F 2017)
6,00% passa a largo da inflação ou selic.
Ocorre que, como a taxa já esta-
4,00%
va bastante alta (motivos de ins-
2,00%
tabilidade política internacional
- quando um aumento da Selic é
0,00% usado para conter a fuga de dó-
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lares do país), ela não subiu mais
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-2,00%
por conta de aumento da inflação.
Taxa Venda 9:00 Ipca 12 meses Igpm 12 meses Meta Selic

Ela praticamente se manteve es-


Gráfico Meta Selic x Taxa de contratação NTN-F 2017 x inflação
tável.
Gráfico Meta Selic x Taxa de contratação NTN-F 2017
13,50%

13,00%

12,50%

12,00%

11,50%

11,00%

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27
Taxa Venda Meta Selic

Nesse caso, podemos ver que que a queda da taxa de contrata- você aproveite boa parte do movi-
a taxa de contratação começou a ção reflete um início de tendência mento de queda.
cair quase um mês antes do anún- de queda dos juros, não somente É possível a utilização, com-
cio da queda da Selic. uma ondulação. O segredo, vamos plementar, do índice DI futuro na
Porém, como há uma ondula- deixar claro no roteiro prático Bovespa. Porém, lembramos que
ção mesmo dentro da normalida- logo a seguir, é acompanhar os nú- qualquer análise somente com
de (quando a taxa de contratação meros do PIB e, começando a ha- base no DI Futuro é grafista e,
“anda de lado”), somente cerca ver queda, passar a acompanhar o não, econômica. Por isso lembra-
de uns 10 a 15 dias antes do anún- IACE/FGV. Esses dados apontarão mos que é apenas uma estratégia
cio da queda da Selic percebe-se a queda com tempo hábil para que complementar.
BÔNUS: contratos de juros futuros
na BM&F indicam tendências?
Vimos uma entrevista indican-
do compra de títulos pré-fixados,
pois os “juros futuros” haviam
“embicado” para baixo.
Não negamos que o gráfico de
DI Futuro dê uma visão clara de
movimentos PASSADOS, porém,
temos que discutir com cautela
sua utilidde para prever condi-
ções futuras.
Comparada a rentabilidade
ofertada na NTNF 2017 com o
contrato de DI futuro para janei-
ro/2015 (DI1F15, da BMF), vimos
que a curva de juros futuro não
é adiantada, nem retardada, em
Gráfico Taxa de contratação NTNF 2017 x DI Futuro na BMF&Bovespa
relação à taxa de contratação re-
alizada pelo Tesouro.
A questão que fica, e para a
qual ainda não obtive resposta, é acessar DI futuro é o Dotstock: Dessa maneira, NÃO UTILIZE A
a seguinte: o DI futuro reflete as TAXA prevista para o futuro como
http://dotstock.com.br/futuros/
taxas oferecidas de determinado uma real expectativa de taxa.
dia, ou as taxas refletem o DI fu-
Não use a prevista para o futu-
turo? Enfim, o Tesouro acompanha http://dotstock.com.br/futuros/
ro como uma real expectativa de
o Mercado, ou o inverso? historico.php?c=DI1&v=F18
taxa!
Bom, essa é a velha pergunta
sobre o que vem antes: o ovo, ou a O que você pode usar (caso
QUAL A IMPORTÂNCIA DO DI
galinha? Enfim, a resposta não im- queira complementar as informa-
FUTURO? COMO ELE SE ENCAIXA
porta, mas saber que ambas taxas ções indicadas pelos dados eco-
EM NOSSA ESTRATÉGIA?
andam juntas é, sim, importante. nômicos concretos) é a DIREÇÃO
Na primeira versão desse Em primeiro lugar, como se do movimento da taxa, conforme
ebook, dissemos que tanto fazia pode ver no gráfico da página an- os gráficos de DI Futuro. Ou seja,
acompanhar o DI futuro ou a taxa terior, o DI Futuro é, tradicional- acompanhe a tendência o movi-
presente divulgada no site do Te- mente, acima do CDI da data pre- mento, não o valor em si.
souro. sente, tanto se a expectativa for
Porém, a prática mostrou que COMO DITO ATRÁS, É verdade
de alta, quanto de baixa da selic. que a taxa contratada dos tí-
é muito mais fácil acessar gráficos Enfim, mesmo em um cenário tulos do tesouro pode mudar
de DI Futuro, disponíveis prontos de queda da selic, se você ler o antes mesmo que a Selic seja
em vários sites da internet, do que Relatório Focus, por exemplo, po- alterada.
baixar tabelas e montar gráficos derá ver expectativas futuras de
de taxas de contratação (todos os Selic mais altas do que a atual. Ocorre que, supondo que as ta-
dias, pois as taxas são diárias) do xas de contratação sigam o mer-
Tesouro. https://www.bcb.gov. cado (e não, o contrário, como
Um site bastante prático para br/?FOCUSRELMERC
discutido acima), pode ocorrer de
o mercado algumas vezes “ante- ada em um grau de especulação juros com a ressalva de que qual-
ver” (talvez por ter contato dire- extremamente alto e que não re- quer atitude tomada antes de ter-
to com quem decide sobre a taxa) comendamos, em princípio. -se os dados econômicos em mãos
uma mudança no rumo da Selic A notícia boa é que é possível, é uma atitude baseada em opinião
(lembrando: caso as taxas sigam sim, obter alto retorno, mesmo dos outros (mesmo que “os ou-
o mercado) e, assim, as taxas de que o “pico” das taxas tenha pas- tros” seja o mercado).
contratação podem começar a su- sado. Analise a seguinte situação: Além disso, por se tratar de
bir ou cair antes mesmo da divul- Você obtém um retorno de 45% análise puramente grafista (ou
gação de nova selic. em um ano, com ampla seguran- técnica), a interpretação pura do
De quê isso importa? Isso im- ça. Por outro lado, alguém que gráfico de DI Futuro pode enganar
porta porque, quando divulgados correu maiores riscos obteve um o investidor.
dados negativos de PIB, por exem- retorno de 55% no mesmo perío- Por exemplo, é comum inter-
plo, pode ocorrer de o “pico” das do. Pergunta-se: o seu retorno foi pretar-se uma tendência de cur-
taxas de contratação já ter passa- ruim? to prazo de queda dentro de uma
do. Partimos do pressuposto que o longa tendência de alta, como
Porém, isso não altera nosso seu retorno foi excepcional, e que uma reversão de tendência.
“gatilho” de compras, que será o fato de alguém ter tido um re- Enfim, você acha que os juros
exposto mais à frente, com base torno ainda maior (correndo mais vão começar a cair (pois estão
nos dados econômicos divulgados riscos, às vezes desnecessários!) caindo em determinado ponto do
(PIB, Inflação, etc.). Pois somen- não invalida o excelente ganho gráfico) e, todavia, é surpreendido
te com os dados econômicos em que você obteve. com uma retomada forte de alta.
mãos, você tem um grau razoável Assim, recomendamos o acom- Por isso, recomendamos que
de certeza do movimento das ta- panhamento das taxas de DI Futu- seja feito, mas com a máxima
xas de juros. Qualquer antecipa- ro para complemento da percep- cautela, o acompanhamento do
ção aos dados econômicos é base- ção de movimento das taxas de chamado DI Futuro.
Juntando tudo:
A Estratégia
na Prática
ROTEIRO
 ATUALIZE OS GRÁFICOS. e política, a matemática só dá indicação). 80% x 20%).
Trimestralmente, quando o IBGE pu- Você perceberá o fundo quando a situ-
blicar os dados do PIB, atualize suas pla- ação for oposta: PIB retomando caminho  Defina sua alocação den-
nilhas contendo: PIB, Selic, IGPM e IPCA. ascendente, após longa baixa e IGPM co- tro dOS TÍTULOS PRIVADOS.
meçando a subir rapidamente. Avaliamos os ciclos econômicos brasi-
 Avalie em qual ponto da Outro indício, complementar à análi- leiros a partir de 2000 até o presente e
Curva de juros você está. se, é o fato de o gráfico de DI Futuro estar constatamos que esses ciclos tiveram du-
Suponhamos que o momento inicial também em queda. ração média de 2,78 anos, ou seja, 2 anos
em que você passará a adotar a estratégia e nove meses (menor ciclo com duração
seja um momento de Selic em seu pico (ou  Defina seus percentuais de 2,25 e maior com 3,34).
próximo dele. de alocação em tesouro e
renda fixa.
NTIAL
IDE
NTIAL NF
IDE O

RET
NF

C
O

ECRE
T No Método Carteira Rica, orientare- SEC
C

P S TOP
TO

C
mos qual percentual você deverá alocar a
O
NF
IDE
C

NF
O NTIAL
IDE
NTIAL

cada classe de ativos, conforme seu perfil.


Suponhamos, para fins de exemplo, Assim, caso você esteja no pico da Se-
Você notará essa condição quando a que você chegue à conclusão de que deve lic, recomendamos dispor sua renda fixa
curva do PIB (gráfico do acumulado em 4 alocar 25% de sua carteira no “R” (ren- em LCI PRÉ-FIXADA de bancos médios, com
trimestres fonte IBGE) tiver “embicado” da fixa e tesouro) e, por buscar uma alta prazos entre 2 e 3 anos (a maior parte em
para baixo, ou seja, invertido a tendência performance, que queira realizar a mais aplicações de 2 anos).
de alta e, logo em seguida, o IGPM, sain- alta concentração que indicamos (4:1), ou Com essa estratégia, quando a Selic
do do pico, começar a descer vertiginosa- seja, o volume de ativos sujeitos a espe- estiver no “fundo do poço”, após pouco
mente e o IACE/FGV também cair (abaixo culação 4 vezes o volume não sujeito. mais de um ano da data da sua contra-
explicaremos isso)(lembre-se: a decisão Assim, você alocará 20% de sua cartei- tação, você estará sorridente com seu di-
final de elevar ou reduzir juros é humana ra em Tesouro e 5% em renda fixa (ou seja, nheiro rendendo o último topo de Selic.
 Defina sua alocação den- disparando 20, 30 ou até 40%. (No passado, quando o IGPM estava
tro DO TESOURO. próximo a cruzar a linha do IPCA, troca-
Se você está seguro de que se trata de  Atualize as planilhas, re- vam-se as NTN-B e por NTN-C).
um topo de Selic, aplique nos papéis com veja em qual ponto da Curva Hoje, uma opção é mantê-las até o iní-
maior prazo restante para o vencimento, de juros você está. cio do ciclo de aumento da Selic, que se
pois estarão sujeitos à maior valorização Retorne ao ponto 2, veja se o PIB che- dará pelo aumento da inflação (não pelo
especulativa diante da redução da Selic gou ao fundo do poço ou se o governo de- aumento do PIB, claro).
que se aproxima. monstrou que chegou ao piso da Selic. Quando for iniciado o ciclo de aperto
Dos títulos ofertados hoje em dia, se- Em caso positivo para o fundo de Selic, monetário, aliene um percentual superior
riam as NTN-B Prin. 2035 e NTN-F 2025. realize (venda) suas NTN-F imediatamen- a 60% (indicamos próximo a 100%), inves-
Distribua suas aplicações entre dois tí- te após os juros chegarem ao fundo. tindo em títulos de renda fixa
tulos diferentes, com os mais longos ven- Conforme indicamos, esses ativos te- pós-fixados em CDI para prazo
cimentos possíveis. rão realizado TODO o seu ganho especula- próximo a 1 ano (a rentabilidade
No caso acima, sugerimos NTN-B Prin. tivo durante esse período e não fará mais será pouca, mas você escapará da renta-
2035 de no máximo 4:1 sobre a NTN-F sentido mantê-los após uma retomada do bilidade negativa nos títulos do Tesouro.
2025. PIB. Por que um ano? Esse é o prazo médio de
Material exclusivo do Método Carteira duração dos apertos monetários. Pode ser
 ADQUIRA OS TÍTULOS E RE- RICA: Como sua carteira de ativos estará um pouco maior).
LAXE. desbalanceada (os títulos públicos e renda
Após elaborada uma estratégia, rela- fixa terão crescido ao passo que as ações  RELAXE NOVAMENTE.
xe, aguarde cerca de um ano (pode chegar caído), aproveite as vendas de NTN-F para Seus títulos estão rendendo o possível
a dois). Apenas atualize as planilhas tri- comprar ações. Esse tipo de estratégia em um ambiente de alta dos juros e você
mestralmente. estará em nosso curso completo Carteira evitou a devolução de grande parte do seu
Nesse período, a inflação e o PIB esta- Rica, do qual esse esse módulo faz parte. ganho especulativo.
rão caindo, de maneira que as ações em Quanto às NTN-B, mantenha-as en-
Bolsa de Valores estarão muito desvalori- quanto a Selic estiver no fundo. Afinal,  Atualize suas planilhas,
zadas (péssimo humor na Bovespa) e até como vimos, com a Selic baixa, os índices detecte o topo, Recomece a
imóveis tenderão a cair de preço. Por ou- de inflação subirão, mantendo um bom ní- estratégia de compras.
tro lado, seus títulos do tesouro estarão vel de rentabildade nominal desses ativos.
Se quiser investir mais dinheiro em Durante a alta da Selic, compre renda fixa
(Parênteses) DINHEIRO NOVO: renda fixa inclua-o normalmente na estra- pós-fixada com prazos curtos (um ano se
tégia em andamento: na queda da Selic, for no início do ciclo de alta e regressiva-
continue comprando títulos pré-fixados. mente à medida que o tempo passa).

Guinada no PIB:
16,00%

14,00%

12,00%

10,00%

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6,00%

4,00%

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-2,00%

IPCA Selic PIB IGPM


-4,00%

Pontos em que há reversão de tendên-


cia do PIB. Acompanhe a linha amarela.
Data Selic PIB 4 TRIMESTRES PIB 4 FATOS CRONOLO- O QUE FAZER?
INTERPOLADO TRIMESTRES GICAMENTE
06/2010 10,03% 5,35% 5,4%
07/2010 10,41% 6,09%
08/2010 10,75% 6,82%
09/2010 10,75% 7,56% 7,6% PICO DO PIB
10/2010 10,75% 7,55%
11/2010 10,75% 7,54%
12/2010 10,75% 7,53% 7,5% ACOMPANHAR DI FUTURO
01/2011 10,94% 7,12%
02/2011 11,25% 6,70%
03/2011 11,72% 6,29% 6,3% 1a QUEDA PIB ACOMPANHAR DI FUTURO
04/2011 11,80% 5,84% DIVULGAÇÃO DO TRIMESTRALMENTE:
DADO DA QUEDA TRAÇA GRÁFICO
05/2011 12,00% 5,38% ACOMPANHAR IACE/FGV
06/2011 12,18% 4,93% 4,9% 2a QUEDA ACOMPANHAR IACE/FGV
07/2011 12,34% 4,53% DIVULGAÇÃO DO NOVO GRÁFICO, NOVA QUEDA:
DADO DA QUEDA ACOMPANHAR IACE/FGV
08/2011 12,50% 4,13% IACE/FGV NOVAMENTE BAIXO
09/2011 12,00% 3,73% 3,7% QUEDA DA SELIC IACE/FGV NOVAMENTE BAIXO

IACE é a sigla para “Indicador Antecedente de Ciclo Econômico”, o qual, segundo a FGV, previu todas as
últimas recessões do país. Basicamente, trata-se de um índice bastante rápido da atividade econômica no
país. Não é necessário traçar gráficos do IACE em tempos normais, ou mesmo acompanhá-lo. Porém, após
resultados decepcionantes do PIB, deve-se acessar o site da FGV e ver o relatório do IACE que é mensal, para
buscar saber se a queda foi isolada, ou se é uma tendência. O IACE não tem página própria, é necessário
acessar o site: http://portalibre.fgv.br/ e pesquisar pelo termo “IACE” por data de publicação.
UMA CARTEIRA HIPOTÉTICA:
CICLO (em geral, 2 a 3 anos, mas não necessariamente)

Topo PIB/Topo Selic Aplicação

 64% do total do “R” (renda fixa + tesouro)


20%
16%
NTN-B Principal 2035 ou NTN-B 2050.
NTN-F 2025.
LCI pré 2 ou 3 anos.

Fundo PIB/Fundo Selic Aplicação

 64% do total do “R” (renda fixa + tesouro)


20%
16%
NTN-B Principal 2035 ou NTN-B 2050.
Realoca em ações ou LCI pós 1 ano.
Ainda na LCI pré 2 ANOS.

Igpm subindo vertiginosamente Aplicação

 44% do total do “R” (renda fixa + tesouro)


40%
16%
NTN-B Principal 2035 ou NTN-B 2050.
Ações ou LCI pós-fixada 1 ano.
Ainda na LCI pré 2 ANOS.

Início Alta Selic Aplicação

 64% do total do “R” (renda fixa + tesouro)


20%
16%
LCI pós fixada 1 ano.
Ações ou LCI pós-fixada 1 ano.
LCI pré 2 anos.

Topo PIB/Topo Selic Aplicação

 64% do total do “R” (renda fixa + tesouro)


20%
16%
NTN-B Principal 2035 ou NTN-B 2050.
NTN-F 2025.
LCI pré vence. Recontrate 2 anos pré.

Atenção: Nossa área de debates tem várias sugestões de carteiras, conforme o perfil do investidor.
PARTE TEÓRICA
O que são juros?

Juros representam a remuner- Retirando a variável tempo (de- zero, a taxa de juros se aproxima
ação pelo uso de um bem de ter- rivada da função montante de ju- da compensação pela cessão do
ceiro (moeda) por um período. ros), temos a taxa de juros, que, uso imediato da moeda. Sendo
Sua existência parte do pressu- basicamente, é composta por duas maior o risco, acresce-se um valor
posto de que é mais vantajoso de- parcelas: a título de “seguro” contra a que-
ter dinheiro agora do que no fu-  A compensação acima men- bra do tomador.
turo e que abrir mão da moeda no cionada;
presente gera um aborrecimento,  Um acréscimo referente ao
uma limitação à liberdade do pro- risco do inadimplemento do toma-
prietário da moeda, que deve ser dor.
compensada. Quando o risco é próximo de
D eter m inaçã o
da taxa de juros
Fator risco
A variável “risco” é medida por estoque de dívida daquele país e o pagamento do serviço da dívida
fatores como a capacidade finan- seu PIB, ou melhor, e a receita to- (serviço da dívida é o montante de
ceira do tomador e sua disposição tal do governo (que é percentual juros a ser pago em determinado
a pagar suas dívidas, voluntária ou do PIB). O nível de gastos do go- ano).
compulsoriamente. verno influencia esse risco, pois
No caso de Estados Nacionais, a haverá superávit capaz de servir à * A explicação de superavit e
disposição em pagar dívidas é re- dívida se as receitas menos os gas- deficit foi simplificada, porém, a
presentada pelo histórico do país tos governamentais forem bastan- fórmula completa para esse cálcu-
(moratórias, v.g., contam nega- te positivos, ou haverá déficit se lo consta das Contas Nacionais pu-
tivamente) e a capacidade finan- as receitas menos os gastos forem blicadas pelo IBGE, como se verá
ceira é dada pela relação entre o pouco positivos, insuficientes para no devido momento.
Fator compensação pelo uso

A variável “compensação pelo ceber, de antemão, emerge da ça, que pode se concretizar, ou
uso imediato da moeda” quase comparação da taxa de juros pra- não, no crescimento de um país
nunca é abordada em livros de ticada em países de alto PIB/per (se a expectativa de crescimen-
economia, pelo menos nos tradi- capita (PIB dividido por número to de um país é grande, os atores
cionais, pois é considerada auto- de habitantes) com a taxa de juros econômicos preferirão alocar seu
-explicativa. em países menos integrados: em dinheiro em ativos de risco atre-
Pois bem, não é auto-explica- geral, as taxas de juros de países lados ao nível econômico (ações
tiva e uma boa compreensão des- como EUA, Alemanha, são muito de companhias, por exemplo) a
se fator tanto matemática quan- inferiores às taxas de países como alocá-lo em títulos públicos.
to financeiramente pode ajudar Brasil, Peru, China. Porém, e isso não é dito nos li-
na identificação de tendências de Erra quem atribui essa diferen- vros, o pressuposto de expansão
longo prazo da economia, sejam ça somente à componente risco da econômicas a taxas constantes é
elas visíveis no curto/médio pra- taxa de juros. bastante irracional, como vere-
zo, ou não. A compensação pelo uso ime- mos agora.
Uma correlação fácil de per- diato da moeda embute uma cren-
FORÇA DE QUEDA NO LONGO PRAZO

+25
+25 150%
200% 50
25
Você já parou para pensar por 100%, ao passo que se um país que mento percentual da economia
que a Índia, a China, o Peru conse- possui renda per capita de 20.000 que se pode esperar dos EUA é in-
guem crescer a 10% a.a.? tiver o mesmo aumento, este será finitamente inferior.
Isso se dá porque a base com- de 5%. Quanto maior for o estoque de
parativa anterior é baixa, ou seja, Assim, a base comparativa an- capital de um país (estoque de ca-
se um país tem renda per capi- terior do PIB dos EUA, em termos pital é o capital que esse país acu-
ta de 1.000 e cresce para 2.000, per capita, é muito superior à da mulou ao longo de sua história,
houve um aumento percentual de Índia, de maneira que o cresci- está expresso em infra-estrutura
em geral, rodovias, pontes, bem das (adiante veremos o Balanço que a remuneração do capital em-
como prédios, etc.), maior a di- de Pagamentos de um país), por pregado na produção seja cada
ficuldade física (limitações de vo- meio da qual os países onde se lo- vez menor em termos percentu-
lume de matérias-prima, de mão- calizam as filiais remetem o lucro ais (ROI - return on investment).
-de-obra, etc.) em se manter um por elas auferido aos países das Lembramos que a guerra ou os
incremento percentual no pata- matrizes das corporações multi- fatores acima não são benéficos,
mar anterior. nacionais. Em outras palavras, o pois causam primeiro o prejuízo, a
Muitos podem alegar que um crescimento de países como EUA destruição, para depois causarem
incremento no PIB de países como e Alemanha é totalmente depen- o crescimento.
os EUA ainda é possível de ser vis- dente de suas relações com o ex- E o que o juros tem a ver com
to. Correto, em parte. Primeiro, terior, e não mais de produção lo- o crescimento de uma economia?
é impossível ver os EUA crescendo cal. Explicamos: quanto menor o ROI
a taxas de países em desenvolvi- Enfim, a menos que haja uma potencial em uma economia, me-
mento. guerra interna, ou que as máqui- nor a compensação a ser paga ao
Ocorre que um dos fatores que nas, rodovias e prédios sejam con- detentor de riquezas para que ele
sustenta um incremento no PIB siderados obsoletos e necessitem a empreste a alguém no presen-
dos EUA é a transferência de ren- ser reconstruídos, a tendência é te. Se a pessoa não tem como in-
vestir o seu dinheiro e multiplicar se bem que a história recente do No longo prazo, porém, a taxa
seu capital, ela terá de aceitar um Brasil a tem comprovado. de juros brasileira deve, compul-
juro menor para abrir mão desse No caso brasileiro, tal tendên- soriamente, cair, tanto pela falta
capital no presente. cia de queda da taxa será ainda em geral de motivo, quanto pelo
Assim, há uma tendência de mais forte do que nos demais pa- aumento crônico do estoque de dí-
queda da taxa de juros no longo íses, uma vez que nossa taxa de vida, o que tornaria impraticável
prazo, o que torna interessantes juros real sempre figura entre as ao governo, dentro do orçamento
os títulos pré-fixados, total ou maiores do mundo. (ou seja, sem deficit e, por con-
parcialmente. Embora, como ve- A alta taxa de juros relativa no seqüência, novos financiamentos)
remos adiante, haja tendências Brasil não tem suporte em falta de continuar pagando taxas exorbi-
em sentido contrário. estoque de capital, mas antes em tantes.
Títulos totalmente pré-fixados um histórico de inflação, levan-
são as LTN e as NTN-F e títulos do a inflação inercial, e em uma
mistos são as NTN-B e as NTN-C, incrível propensão à inflação por
por exemplo. questões de demanda (incluindo
A base desta teoria é antes físi- maus hábitos de consumidores e
ca e matemática do que histórica, governantes).
FORÇAs de alta

Apesar do que já falamos até Aumento de risco Para monitorar o risco, deve-se
agora, lembramos que existem Além disso, não podemos incor- acompanhar a evolução da dívida
outras forças atuantes em sentido rer no mesmo erro que a maioria bruta e da dívida líquida em re-
contrário ao acima mencionado. (aqueles que consideram a taxa lação ao PIB do país ao longo do
de juros apenas em função do ris- tempo. O mercado também costu-
Oscilações co) e ver apenas uma componente ma basear-se nas agências de ra-
Em primeiro lugar, a taxa de da taxa. Como dissemos acima, a tings (ainda que as classificações
juros oscila, ou seja, ela não se taxa de juros é a soma do risco de destas empresas sejam totalmen-
movimenta na forma de uma reta, inadimplemento mais a remunera- te enviesadas).
mas na forma de uma senoide. ção da compensação. Se o percentual dívida/PIB es-
Dessa maneira, é importante pro- Logo, temos que analisar a ten- tiver aumentando, estará havendo
curar adquirir os títulos nos pon- dência do risco Brasil, pois esse um aumento de risco; se estiver
tos superiores da curva, e não, em também influenciará a remunera- diminuindo, o risco estará dimi-
seus fundos. ção dos juros reais.
nuindo. Se o próprio PIB cair, como camente interna, ou seja, mensu- panha, Itália, Portugal, têm dívida
ocorreu na Grécia, isso também rada em reais, o que praticamente externa e correm risco de default,
eleva o risco, já que a receita dos torna impossível a moratória, mas, pois podem não ser capazes de an-
governos é um percentual do PIB. por outro lado, torna possível uma gariar Euros suficientes para o pa-
Esse risco de crédito de que tra- inflação galopante diante de im- gamento de suas obrigações.
tamos leva a um consequente ris- pressão de moeda pelo Tesouro Por outro lado, países como EUA
co para os títulos pré-fixados, to- para pagar as dívidas. e Brasil têm débitos em moeda lo-
tal ou parcialmente, uma vez que Essa é uma diferença funda- cal, podendo ordenar a impressão
a tendência dos juros é aumentar mental entre os países com dívi- de moeda para pagar a dívida, de
quando o tomador tem sua capa- da interna e os países com dívida maneira que o risco de calote é
cidade financeira comprometida. externa (há também, claro, países praticamente zero (no caso dos
Esse risco aos títulos pré-fixa- credores internacionais, como a EUA, como o teto da dívida tem
dos também pode ser expresso em China): o fato de o país deter, ou que ser aprovado pelo Congresso,
termos de inflação possível acima não, o controle sobre a emissão da há um certo risco político de mo-
da imaginável agora. moeda em que está expressa sua ratória).
Isso se explica porque, atual- dívida. Por isso a celeuma de calote
mente, a dívida brasileira é basi- Assim, nações como Grécia, Es- pelos EUA não tem fundo financei-
ro, é questão meramente política rido por um mercado com maior mente pré-fixados (NTN-B e C)
(só darão o calote se quiserem). quantidade de moeda em circula- correm um risco pequeno, muito
Os EUA tem aumentado a quan- ção, o que apenas fará os preços difícil de seu rendimento se tor-
tidade de moeda em circulação, se equilibrarem para um patamar nar negativo, embora, quanto
imprimindo novos dólares para superior). maior a inflação, maior o percen-
pagar suas dívidas e levando uma Assim, os títulos pré-fixados tual de incidência do imposto de
enxurrada de dinheiro barato com correm maior risco que os pós- renda sobre a remuneração extra
o QE3 (Quantitative Easing 3) ao -fixados se o ambiente tender a pré-fixada e, conseqüentemente,
redor do mundo. Tal fato tem le- super-inflação. menor a rentabilidade real.
vado um impulso inflacionário ou- Os títulos totalmente pré-fixa-
tros países, inclusive ao Brasil. dos (LTN, NTN-F) correm o grande Exemplificando:
A impressão de moeda, toda- risco, obviamente, podendo ter Inflação zero + 6% de remune-
via, tem seu efeito colateral, a rendimento real negativo pois a ração pré-fixada = 6%.
saber, a inflação (pois o produto, inflação pode, em tese ser, inclu- Menos 15% de I.R. longo prazo
medido pela quantidade de bens sive, superior ao rendimento no- leva a rentabilidade real e nomi-
e serviços produzidos pelo país, é minal. nal de 5,1%.
o mesmo, mas passa a ser adqui- Ao passo que os títulos parcial- Inflação 14% + 6% de remunera-
ção pré-fixada = 20%. anterior a respeito de serem van- Não vemos, todavia, o risco
Menos 15% de I.R. longo prazo tajosos títulos pré-fixados devem como algo ruim. Pelo contrário, o
leva a rentabilidade nominal de ser reavaliadas diante do cenário objetivo deste curso é justamente
17%, mas rentabilidade real de econômico e da disposição políti- preparar o investidor para detec-
apenas 3% (metade da rentabili- ca dos diversos governos. tar movimentos esperados no cur-
dade nominal pré-fixada). Logo, ainda que tendamos a to/médio prazo na curva de juros
Cenário de rendimento real ne- crer que os títulos parcialmente de maneira a obter retornos no
gativo em NTN-B: pré-fixados sejam, no longo pra- longo prazo muito superiores.
6% remuneração pré-fixada + zo, a melhor alternativa de inves-
inflação de 50% = 56% timento (para quem não desejar
Menos 15% de I.R. longo pra- operar a volatilidade dos juros no
zo leva a rentabilidade nominal a curto/médio prazo), por concilia-
47,6%, de maneira que a rentabi- rem baixo risco e retorno acima da
lidade real seria negativa em 2,4% média da economia, ainda assim,
(se deduzida a inflação). temos que ressalvar a existência
Assim, as inferências do tópico de risco.
Força dos serviços inúteis boa parte de seus ganhos com- entre todos os países.
A economia moderna gira em prando sabão, água e canudos ex- Porém, se tal país existisse
torno de algumas premissas bási- clusivamente para fazer bolhas de com fronteiras abertas, toda essa
cas. sabão. Suponhamos que houvesse inutilidade teria valores expressos
Uma delas é a de que a moeda campeonatos de bolhas de sabão, em moeda intercambiável.
é o meio universal de troca e men- locutores, mídia enviando repór- Nesse segundo contexto, a
suração de valor. Ou seja, pratica- teres para todos os lados a cobrir obsessão por bolhas de sabão in-
mente qualquer bem pode ter seu as novidades da bolha de sabão. fluenciará diretamente o câmbio
valor expresso em moeda (e todo Possivelmente, como boa par- deste país, tornando-o mais des-
bem no mercado o tem) e consi- te dos esforços (energia consumi- valorizado.
dera-se que, uma vez expresso o da) deste país são voltados para Porém, suponhamos que os de-
valor em moeda, o valor de tal algo em que não vemos utilidade, mais países do mundo descubram
bem é imediatamente comparável se um de nós fizesse uma viagem a alegria de fazer bolhas de sa-
a todos os demais bens disponíveis a tal país, certamente acharia o bão e, por todo o lado, as pessoas
no mercado). povo atrasado em áreas que julga- saiam lançando suas borbolhas ao
Assim, suponhamos um país de mos essenciais, considerando que ar. E mais, para aprender a fazer
fronteiras fechadas em que oiten- o estado da técnica fosse o mesmo a bolha perfeita, os demais paí-
ta porcento da população gaste
ses do mundo pagam consultorias economia mundial, sua produção Em resumo, queremos demons-
milionárias aos experts do país e consumo interferem diretamen- trar que a invenção de serviços
inventor da moda, além de pagar te tanto no PIB dos países, quanto inúteis, quaisquer que sejam,
mais caro pelo sabão vindo daque- nos saldos do balanço comercial e principalmente se passíveis de im-
le país, por suas qualidades ex- de serviços (diferença entre o que portação/exportação, é capaz de
cepcionais na produção de bolha. o país exporta e o que importa). influenciar as variáveis agregadas
Nesse último caso, tudo inverte Assim, novas escolas de bolhas das economias nacionais, poden-
de figura. de sabão, consultorias e demais do, inclusive, interferir na taxa de
Na economia capitalista, o va- serviços movimentam a economia crescimento e, por conseqüência,
lor de qualquer bem ou serviço é e geram riqueza, financeiramente na taxa de juros de equilíbrio em
dado pela disposição do mercado falando. um país.
de absorvê-lo, ou seja, pela de- Lembrando que, mesmo no pri- Dessa forma, o fator inovação
manda. Assim, deixa de existir meiro exemplo, da economia fe- inútil (cada um que substitua a
qualquer valor intrínseco às coi- chada, a produção de bolhas de expressão pelo que bem enten-
sas. sabão já interferia no PIB do país, der: vídeo-games, campeonatos
Se a produção de bolhas de sa- já que era trocada por moeda no desportivos, mídias sociais, etc.)
bão está totalmente integrada à mercado local. pode e é capaz de manter um ní-
vel crescente de demanda agrega- manter a taxa de crescimento e, persistentes do ponto de vista das
da (demanda agregada é o conjun- portanto, a taxa de juros (arti- famílias, tais setores tendem a ser
to de toda a procura por bens em ficialmente?) a níveis elevados, comprimidos ou até eliminados
uma economia, trataremos disso contrariando a tendência que em alguns casos.
melhor no capítulo sobre Contas mencionamos, de queda. Porém, a tendência dos serviços
Nacionais), o que pressiona a taxa Há que se pesar todas as forças inúteis (ou, em outras palavras,
de juros de equilíbrio a níveis su- e ver quais as mais fortes em de- de necessidades artificialmente
periores (deslocando a chamada terminado momento. Ressaltamos criadas) segue forte e “seguran-
curva IS para a direita, conforme que, por se tratarem de setores do” o nível de crescimento de
também veremos adiante). econômicos que “giram no ar”, economias e o nível das taxas de
Concluindo, a capacidade de em um ambiente de crise crôni- juros.
“inovar” é um fator capaz de ca, com restrições orçamentárias
p e n s o u e m in v e stir na Áfri-

A s g ra n d e s m u lt is brasilei-
ca?
e s tã o lá . M a rc opolo no
ras já
empreiteiras
Egito e várias
nente.
por todo o conti

Integração de novos mer- manda por novos bens e serviços, da se poderá buscar a integração
cados o que levou a economias expor- das populações amazônicas (quan-
A tendência à redução da ren- tadoras de commodities (como o to aos grandes bolsões de miséria
tabilidade percentual do capital Brasil) a crescerem a reboque de do sul e sudeste, isso não ocorre
também é reversível momentane- tais países. Esse tipo de expansão na mesma proporção), buscando-
amente com a integração econô- por descobertas de novas frontei- -se manter a taxa de crescimento
mica de novos mercados à econo- ras é capaz de inverter (enquanto (e, por conseguinte, a taxa de ju-
mia globalizada mundial. durarem) a tendência de queda da ros).
Recentemente foram integra- rentabilidade. No nível mundial, os países cen-
dos à economia capitalista mun- Porém, à medida que essas trais, inclusive os Brics já voltam
dial os países do leste europeu, grandes economias vão se tor- seus olhos para o mercado africa-
Rússia e China. nando cada vez mais niveladas ao no, a última grande fronteira do
Com o processo de integração conjunto do sistema, diminui a ca- mundo para a globalização total.
dessas enormes populações ao sis- pacidade marginal de expansão. Esse fenômeno da integração
tema, foi gerada uma enorme de- No caso interno brasileiro, ain- leva, necessariamente a uma alta
do produto por diversos fatores. mesmos bens e serviços passam a a dica àqueles que têm interesse
Entre eles, destaca-se o fator de integrar o PIB. de investimento em imóveis: in-
que, em economias tradicionais e Esse processo de substituição, vestir em imóveis de menor valor
fechadas, as famílias produzem, ainda que não leve imediatamente e em locais mais remotos é inves-
em casa, grande percentual dos a um patamar superior de qualida- timento mais seguro que nos gran-
bens e serviços que são necessá- de de vida, gera, por si, uma ex- des centros.
rios à manutenção da vida. pansão econômica, trazendo tais Lembramos que, assim como no
As famílias têm suas hortas, bens e serviços a serem geridos nível internacional, no nível inter-
lavam roupas em casa, produzem pelas leis do mercado. Inclusive, no também ocorrem transferên-
móveis artesanalmente, reparam gera-se oportunidade de agentes cias de renda, de maneira que as
as roupas danificadas. econômicos (inclusive estrangei- empresas que lucram nas regiões
À medida que ocorre a integra- ros) de se inserirem nessas esferas mais remotas possuem sede, mui-
ção capitalista da economia, tais da manutenção da vida antes con- tas vezes, nas regiões centrais,
serviços passam a ser oferecidos e troladas de maneira familiar e no ocasionando um envio de recursos
demandados no mercado. Assim, a círculo local. que pode sustentar a expansão
comida é comprada no supermer- Somando essa apropriação pelo econômica (mais frágil) dos gran-
cado, os móveis são comprados e mercado de novas esferas da vida des centros por um determinado
são contratadas faxineiras e cos- à mencionada pequena base de tempo.
tureiras. comparação (pois o estoque de De qualquer forma, reiteramos
Enquanto fora do mercado (en- capital é baixo em tais comunida- que as melhores oportunidades de
tre família e vizinhos), tais bens e des), temos altas taxas de cresci- investimento estarão sempre em
produtos não são levados em conta mento nessas regiões. regiões ainda em processo de in-
no cálculo do PIB, são irrelevantes De maneira que, embora esse tegração.
para a economia. Já no segundo material seja dedicado a uma
caso, há circulação de moeda e os análise do mercado de juros, fica
dinâmica no
curto/médio
prazo:
Conceitos
fundamentais
Na primeira parte do curso, A partir desse ponto, passa- der movimentar-se com a flexibi-
abordamos os grandes fatores que remos a abordar os instrumentos lidade necessária para garantir os
influenciam as taxas de juros. Co- necessários à compreensão de retornos mais elevados do que o
meçamos pela grande tendência curso prazo dos movimentos nas simples comprador de títulos pú-
econômica de longo prazo, segui- taxas de juros. Serão abordados blicos.
da pelas outras fortes tendências conceitos e relações que o inves-
contrárias. tidor deve compreender para po-
PREÇO E LEI DA OFERTA E PROCURA

Em economia, é pressuposto preço de mercado de determinado Além disso, o pressuposto da


que em um mercado aberto, o bem. eficiência do mercado leva a que o
preço de um bem será determina- Aumentos na demanda e au- preço desse determinado produto,
do em razão direta da sua procura mentos na oferta fazem com que como é expresso em moeda (meio
(ou demanda) e indireta de sua o preço de determinado bem universal de troca) demonstra a
oferta. O ponto de encontro entre se mova e se ajuste novamente sua utilidade em comparação a to-
a curva da demanda e a da oferta voltando ao equilíbrio em outro dos os demais produtos existentes
dá o ponto de equilíbrio, que é o ponto da curva. no mercado.
CONTAS NACIONAIS

As equações que aqui expo-


mos são simplificadas ao máxi-
mo, considerando às vezes sim,
às vezes não, a existência dos
agentes governo e exterior.

A contabilidade nacional ana- PRODUTO é a soma de tudo que


lisa volumes agregados da eco- é produzido (bens e serviços) no Seremos bastante sintéti-
nomia (agregado significa a soma país em um determinado tempo. cos nesse tópico. Caso o in-
geral, de todos os setores) e gira CONSUMO são todos os bens e vestidor tenha interesse de se
em torno de conceitos básicos, a serviços absorvidos pelos indivídu- aprofundar no tema, pode bus-
saber: produto, consumo, renda, os e pelo governo. car bibliografia sobre o tema
poupança, investimento, absorção RENDA é a remuneração dos “Macroeconomia” (citaremos
e despesa. As relações e os con- fatores de produção (capital e alguma ao final) ou fazer uma
ceitos aqui apresentados serão es- trabalho) e compreendem os salá- busca sobre Contas Nacionais
senciais para o entendimento das rios, os lucros, bem como juros e na internet. É um tema impor-
políticas fiscais e monetárias ado- aluguéis. tantíssimo para a compreen-
tadas pelos governos. POUPANÇA é a renda não con- são mais abrangente da situ-
sumida (lucros não distribuídos das ação econômica do país.
empresas também são poupança). é igual à DESPESA por definição
INVESTIMENTO é o acréscimo Seus créditos: direta. A igualdade do PRODUTO
no estoque de capital, dada pela { Impostos diretos + indiretos + com a RENDA deriva do fato de
que, em cada etapa da produção,
formação bruta de capital fixo Outras Receitas (lucros em empre-
o valor adicionado é remuneração
(FBCF) e a variação nos estoques sas, por exemplo) } de algum fator de produção
das empresas menos a obsolescên- (lembrando que são incluídos os
cia. Seus débitos: impostos e as rendas do exterior).
DESPESA são os possíveis desti- { Consumo do Governo, Subsí-
A igualdade POUPANÇA e
nos do produto, sendo o consumo dios, Transferências, Poupança do INVESTIMENTO decorre da
mais o investimento (mais o saldo Governo } definição de POUPANÇA =
da balança comercial, consideran- RENDA - CONSUMO e de que
do-se as transações com o exte- RENDA = DESPESA = CONSUMO +
Identidades Fundamentais
rior). INVESTIMENTO.
das Contas Nacionais
GASTOS do governo são os P = R - C => R = P + C e R = C + I => R =
{ PRODUTO = RENDA = DESPESA }
gastos com salários de funcioná- I + C, logo, I = P
rios públicos e com compras (não { POUPANÇA = INVESTIMENTO }
inclui os gastos de capital, que são Isso na economia fechada, pois
Poupanças (privada + do governo
investimentos). + externa) = investimento (do
na aberta o investimento é a soma
governo + privado).* da poupança interna à externa
PIB = { Consumo + Investimen- (consideram-se poupança externa
* A parte que toca ao exterior é mais visível
tos + Consumo do Governo + no chamado Balanço de Pagamentos, que os empréstimos de estrangeiros).
abaixo apresentaremos. De uma maneira
(Exportações – Importações) } menos explícita, ela também encontra-se nos
agregados nacionais.

A chamada Conta Corrente do Como todo produto sofre


governo é composta por: alguma destinação, PRODUTO
O PIB pode ser medido de três Gráfico Contas nacionais a valores de 1995 (retirada a inflação)
maneiras diferentes, mas com 350000

mesmo resultado: sob a ótica do 300000 PIB


produto, da renda ou da despesa.
250000 Consumo das Famílias

O Deficit Público será o total de 200000


Consumo da APU
investimentos do governo menos o
1 50000
seu saldo em conta corrente (suas Formação Bruta de Capital
receitas menos seus gastos). 1 00000 Fixo
Exportação
50000
Ao analisar as Contas Nacionais Importação
0
de um país e, principalmente, a

1 996.IV
1 997.IV
1 998.IV
1 999.IV
2000.IV
2001 .IV
2002.IV
2003.IV
2004.IV
2005.IV
2006.IV
2007.IV
2008.IV
2009.IV
201 0.IV
201 1 .IV
201 2.IV
sua evolução no tempo, o inves-
tidor deve ser capaz de perceber
as relações entre as diversas vari- Gráfico Variação de volume % em relação ao trimestre do ano anterior:
áveis, estimando como alterações 50
PIB
pontuais causam impacto nos de- 40
mais agregados. Consumo das Famílias
30
Os agentes capazes de alterar
Consumo da APU
os agregados são as famílias e as 20

empresas (em seu conjunto), o 10 Formação Bruta de


Capital Fixo
governo isoladamente, e os clien-
0 Exportação
tes e fornecedores estrangeiros.
2007.I
2007.III
2008.I
2008.III
2009.I
2009.III
201 0.I
201 0.III
201 1 .I
201 1 .III
201 2.I
201 2.III
201 3.I
-1 0 Importação

-20
balanço de pagamentos

O balanço de pagamentos
aponta as relações do país com o CÁLCULO: 2.1 - CONTA CAPITAL
1.1- BALANÇA COMERCIAL { INVESTIMENTOS DIRETOS LÍQUI-
exterior. É formado por:
{ EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES DE DOS (OS QUE ENTRAM - OS QUE
BENS } SAEM) }
1 - Transações correntes
1.1- BALANÇA COMERCIAL
1.2 - BALANÇO DE SERVIÇOS e 2.2 - CONTA FINANCEIRA
1.2 - BALANÇO DE SERVIÇOS E RENDAS
rendas { CRÉDITOS EXTERNOS LÍQUIDOS
1.3 - TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
{ (EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES RECEBIDOS }
BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES =
DE SERVIÇOS) + (SALDO DO TURIS-
(1.1+1.2+1.3)
MO) + (RENDAS DE CAPITAL RECE- 2.3 - DERIVATIVOS
BIDAS - ENVIADAS. EX.: LUCROS) + {ATIVOS X PASSIVOS}
2 - Conta Capital e Financeira
SERV. GOV. + DIVERSOS }
2.1 - CONTA CAPITAL
2.4 - OUTROS INVESTIMENTOS
2.2 - CONTA FINANCEIRA
1.3 - TRANSFERÊNCIAS UNILATE-
2.3 - DERIVATIVOS
RAIS 3 - ERROS E OMISSÕES
2.4 - OUTROS INVESTIMENTOS
{ DONATIVOS SEM CONTRAPRES-
BALANÇO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS (2)
TAÇÃO } 4 - SALDO BALANÇO DE PAGA-
MENTOS
3 - ERROS E OMISSÕES
BALANÇO DE TRANSAÇÕES COR- { SOMA DOS ANTERIORES } = SE PO-
4 - RESULTADO DA BALANÇA = (SOMA
RENTES = { 1.1+1.2+1.3 } = SOMA DOS SITIVO AS ENTRADAS DE DIVISAS
DOS ANTERIORES)
ANTERIORES, SE POSITIVO, O PAÍS FORAM MAIORES QUE AS SAÍDAS
5 - CONTA DE CAPITAIS COMPENSATÓ-
VENDEU MAIS DO QUE COMPROU NO MERCADO OFICIAL DE CÂMBIO
RIOS
fluenciando o nosso assunto aqui O Balanço de Pagamentos (BP)
5 - BALANÇO CAPITAIS COM- abordado. deve ser usado em complemento
PENSATÓRIOS
Considerando que a soma final às informações das Contas Nacio-
{ EMPRÉSTIMOS DE REGULARIZA-
ÇÃO PELO FMI + VARIAÇÃO DAS RE-
do BP sempre será zero (em um nais (CN). O item (5), balanço de
SERVAS INTERNACIONAIS. } regime de câmbio flutuante), se capitais autônomos, inclui a pou-
um país vive em deficit na balan- pança estrangeira que está com-
O balanço de capitais compen- ça das transações correntes (4) ou plementando a poupança insufi-
satórios anularão o saldo do Ba- se o superavit está diminuindo em ciente nacional para financiar os
lanço de Pagamentos. Se o saldo tendência firme, uma das situa- investimentos que são feitos (pelo
do balanço de pagamentos for po- ções abaixo estará ocorrendo: governo e pelo setor privado).
sitivo, haverá pagamento de em- Desta maneira, como o PIB é
préstimos ou aumento das reser- Primeira opção: Ou está re- uma função de diversos agregados
vas. cebendo muito investimento es- que levam em conta as transações
trangeiro (5), com o exterior, as CN devem ser
Por que o Balanço de Paga- analisadas em conjunto com o BP.
mentos é importante?
Segunda opção: Ou suas re- Um rápido olhar sobre o BP bra-
Em primeiro lugar, para se de- servas internacionais estão se sileiro demonstra que a balança
tectar movimentos insustentáveis exaurindo (8). comercial, que era muito positi-
na economia que terão de ser re- va e com resultado crescente até
Terceira opção: Está todos os 2006, inverteu de sinal e tem de-
gularizados no futuro mediante,
dias no FMI pedindo recursos e ca- caído desde então, demonstrando
dentre outras coisas, variações no
minhará para a quebra se não to- uma possível sobrevalorização do
câmbio e/ou na taxa de juros, in-
mar atitudes. câmbio brasileiro.
As linhas de “Importações” e
“Serviços e Rendas” são negati-
vas porque representam saídas de
divisas. A Balança comercial é a
soma das exportações com as im- 50000
portações (que têm sinal negati-
40000
vo).
Percebe-se que os serviços e 30000

rendas são desfavoráveis ao país, 20000


o que indica que o Brasil impor-
10000
ta serviços especializados (muito
mais do que exporta), o mesmo 0

ocorrendo com as remessas de lu-

*_I

*_I

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_I

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00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13
-10000
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20
cros de filiais para matrizes, sen-
do que há mais filiais no Brasil do -20000

que matrizes (de multinacionais). -30000


Para recompor o superavit na Balança comercial Serviços e Rendas Conta Financeira RESULTADO DO
(FOB) BALANÇO
balança comercial, é provável que
haja uma desvalorização cambial, Gráfico tendências no BP Brasileiro (US$ milhões)
mas esse é assunto para o “C” da
Carteira RICA.
pOLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA
E MODELO IS-LM

Agora veremos a importân- Assim, as tendências dos agre- natural), inflação e outros custos
cia das Contas Nacionais e outros gados, em conjunto com outras sociais que, embora afirmem os
conceitos para a compreensão dos informações, são boas referências economistas clássicos serem tais
movimentos da taxa de juros. para o investidor desse ponto em distúrbios rapidamente equacio-
Basicamente, a variação na diante. nados pelo mercado (retornando-
taxa de juros influenciará diversos Basicamente, há o chamado -se ao equilíbrio), a prática de-
agregados da economia (e vice- PIB potencial de um país para um monstra o contrário, com pesados
-versa), e, por consequência, o determinado momento, e um cha- períodos de recessão e longo e pe-
chamado Produto (PIB ou PNB, de- mado PIB real, um pouco diferen- noso desemprego durante as cor-
pendendo do movimento das ren- te do primeiro. Essas diferenças reções. De maneira que os gover-
das líquidas com o exterior). levam a desemprego (superior ao nos se utilizam de políticas fiscais
e políticas monetárias para tentar  o eixo das ordenadas (eixo  a curva LM os pontos de equi-
aproximar o PIB real do potencial vertical) representa a taxa de ju- líbrio entre taxa de juros e Produ-
e manter o nível de atividade eco- ros; to no mercado monetário.
nômica em constante aumento (ou  o eixo das abscissas o Pro- O cruzamento entre as curvas IS
com arrefecimentos mais suaves duto (eixo horizontal), ou Deman- e LM dá o ponto de equilíbrio
nos períodos de ajuste). da Agregada (procura total por entre a taxa de juros e o Produto
O modelo mais aceito e utili- bens em um país); de uma determinada economia.
zado para o equacionamento de  a curva IS representa os pon- Vamos explicar melhor cada
toda a complexidade envolvida tos de equilíbrio entre taxa de ju- curva.
nessas questões é o chamado IS- ros e Produto (=Demanda) no mer-
-LM, no qual: cado de produtos; e
CURVA IS

m on st ra çõ es m at em át ic as da Curva IS no Youtube:
De
/w ww .y ou tu be .c om /w at ch?v=pkouyvR5n78
http:/
/watch?v=GdVq_l174D8
http://www.youtube.com
/watch?v=o-nml9p0dCU
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ht

A chamada curva IS (investi- tiva os poupadores e refreia o mo- o governo pode, por exemplo, au-
mento-poupança) demonstra a re- vimento de expansão econômica. mentar ou retrair seus gastos e in-
lação, já intuitiva para os inves- Fazendo uma relação com as vestimentos. Como Produto = Con-
tidores, de que uma redução na Contas Nacionais, e adiantando sumo + Investimentos, haverá um
taxa de juros corresponde a um o tópico de Política Fiscal, temos impulso para o aumento do produ-
aumento na Demanda Agregada que um aumento nos gastos do to (mesmo que isso gere endivida-
de um país (por via de maiores in- governo será capaz de deslocar a mento do governo, no caso de ele
vestimentos e consumo). Ao passo curva IS para a direita. ser deficitário).
que o movimento contrário incen- Com a chamada política fiscal, Diz-se que esse tipo de política
“desloca” a curva IS para a direi- ção de gastos, etc. têm o efei-
ta (repare que, portanto, a nova to inverso, reduzindo a demanda
taxa de juros de equilíbrio será agregada e movendo a curva IS
em um ponto mais alto tanto de para a esquerda.
juros, quanto de Produto).
Fatores capazes de deslocar a
curva IS para a direita:
• Aumento dos gastos do go-
verno; 6
• Redução de tributos;
• Aumento da renda disponí- 5

vel futura;
4 LM
• Aumento da produtividade
Marginal esperada do Capi- 3
tal;
2 IS´
O aumento de tributos, redu-
Taxa de Juros

1 IS

0
Demanda Agregada _ Produto
. .
MERCADO MONETÁRIO E CURVA LM

Os atores econômicos têm in- despesa) exige uma quantidade do ativo monetário. Diz-se que um
teresse em deter moeda, basica- maior de moeda disponível para agente do sistema financeiro está
mente, por três motivos: transações correntes (ocorrem “criando” ou “destruindo” moeda
• Para uso em suas transações mais pagamentos na economia, há quando a recolhe do mercado, ou
cotidianas (como pagamen- mais “giro”). Assim, a demanda a injeta em circulação.
tos de obrigações); por moeda aumenta conforme o A moeda em circulação e os
• Por precaução; aumento do PIB. depósitos à vista são denominados
• Por especulação (ou seja, Ressaltamos que, em econo- comumente como M1, também
preferem a liquidez para mia, considerando a existência de chamado de “oferta monetária”.
aplicarem no investimento agentes bancários e não bancários, A “oferta monetária” se dife-
mais rentável quando surgir há vários conceitos de moeda, rencia da “base monetária”, uma
uma oportunidade). normalmente denominadas M1, vez que esta inclui as reservas ban-
Um maior nível econômico M2, M3, etc., de acordo com seu cárias. Já M2, M3 são ativos menos
(maior PIB = maior renda = maior grau de disponibilidade/liquidez líquidos, como depósitos a prazo,
títulos com vencimento diferido. que os recursos tomados prova- BC quando quer aumentar a oferta
Também é conceito importante velmente serão depositados no- monetária (diminui o compulsório)
o chamado multiplicador mone- vamente (por quem os tomou ou ou reduzi-la (aumenta o compul-
tário. Muitas pessoas não sabem, por outrem), o mesmo dinheiro sório). Isso é política monetária.
mas se todos os correntistas se di- (lastro) existirá, na forma virtu-
rigirem ao mesmo tempo aos ban- al, multiplicado diversas vezes em POLÍTICA MONETÁRIA

cos e tentarem sacar o dinheiro circulação. Com a política monetária, o


que tem depositado, não haverá Se fosse provável esse saque governo altera a taxa de juros ou
suficiente. Isso ocorre porque o sincronizado de todos os corren- a quantidade de moeda em circu-
Banco Central exige que o banco tistas, o chamado depósito com- lação para buscar atingir seus ob-
mantenha guardado somente um pulsório seria de 100%, para evitar jetivos de aumento ou redução da
pequeno percentual dos valores essa falta de lastro. Na prática, demanda agregada. Em geral, o
depositados. A maior parte ele porém, é apenas um percentual governo atua da seguinte manei-
pode re-emprestar. Considerando muito baixo, que é alterado pelo ra:
 Operações de open mar-
ket: comprando e vendendo ins- 6 Taxa de Juros

trumentos financeiros (aqui estão


LM’
as compras e vendas do Tesouro 5
Direto);
LM
 Alteração da taxa de re- 4
desconto (quando a autoridade
monetária empresta diretamente 3
a bancos privados – o banco “des-
conta” um título); 2
 Operações de câmbio;
A idéia da política monetária é 1
IS
a de influenciar o nível da deman-
da agregada por meio dessas ope- 0 Demanda Agregada _ Produto
rações que expandem ou compri- . .
mem a quantidade de moeda em
circulação.
No gráfico vemos uma política por moeda dada pelo aumento da tradas), tentando gerar empregos
monetária de aumento de juros, taxa de juros terá de ser compen- e mais demanda agregada. Essa é
o que leva a um Produto menor e sada por um aumento de demanda Política fiscal.
pode aliviar pressões inflacioná- agregada (que tende a aumentar a O governo também pode redu-
rias caso haja inflação de excesso demanda de moeda). zir o compulsório (“quantidade de
de demanda. Caso Prático: análise de políti- lastro que os bancos devem ter
Se o juros maior está associa- cas monetária e fiscal. para os empréstimos que ofere-
do a um Produto menor, por que a Suponhamos que o nível de de- cem”), na expectativa de que os
LM possui inclinação ascendente? semprego esteja subindo e a ati- bancos emprestem mais dinhei-
De maneira simplificada, mas mais vidade econômica esteja decain- ro às pessoas e elas invistam ou
intuitiva, uma taxa maior de juros do (crescimento do PIB próximo a gastem, aumentando a demanda
reduz a demanda por moeda, ao zero ou negativo). agregada. Essa é Política Mone-
passo que uma Demanda Agregada O governo poderá se utilizar de tária. (Lembrar que esta política
maior aumenta a demanda de mo- diversas políticas para tentar man- não deu certo em vários países em
eda (lembrar que é necessário de- ter a atividade econômica, pode 2008, quando o medo do calote
ter moeda para os cumprimentos exercer política fiscal, monetária, fez os bancos não emprestassem o
das obrigações). Como a reta LM ou, o mais comum, ambas. dinheiro extra que tinham à dispo-
demonstra a taxa de equilíbrio en- O governo pode aumentar seus sição, invalidando, nesses contex-
tre oferta e demanda no mercado investimentos, por exemplo, cons- tos específicos a tentativa de po-
monetário, a redução de demanda truindo mais infra-estrutura (es- lítica monetária pelos governos).
Retornando ao exemplo, para dos ciclos econômicos. mento estava em curso. Além dis-
elevar a atividade, é bem provável Os casos reais, portanto, são so, o Bacen aumentou o número
que a taxa Selic sofra uma queda, sempre mais complexos do que a de meses para concessão de finan-
que persistirá até que o nível de simples teoria. ciamentos pelos bancos a consu-
emprego e de crescimento do PIB midores.
retornem ao aceitável. ANÁLISE DO FIM DE 2013, CASO O governo também reduziu tri-
VOCÊ LEIA ESSE MATERIAL APÓS
Se o nível de emprego retor- butos (diversas desonerações), o
ESSE PERÍODO, TOMAR APENAS
nar ao equilíbrio e a política fiscal que representa política fiscal ex-
COMO “ANÁLISE HISTÓRICA”:
de gastos excessivos continuar, o pansionista.
Recentemente, em meados de
efeito mais provável será o de in- Porém, ocorreu uma situação
2012, o governo brasileiro detec-
flação por excesso de demanda. em que o nível de desemprego da
tou um desaquecimento iminente
Na proposta de Keynes, a ideia economia ainda continuava em
e brusco da economia nacional.
era de que o governo gastasse mais um patamar muito baixo, perto
Como política monetária, o gover-
nos momentos de retração econô- de pisos históricos, de maneira
no reduziu a Selic de 12% a 7,5%
mica e poupasse nos momentos de que praticamente não havia rea-
em questão de meses, o ritmo
prosperidade, reduzindo a força juste no mercado de empregos a
mais rápido de mudança dos últi-
dos ciclos. Ocorre que a maioria ser feito (aumento da demanda
mos tempos, trazendo surpresa ao
dos países não conhece mais esse agregada para aumentar o nível
mercado, que ainda não tinha da-
momento de poupança, sendo de- de emprego).
dos suficientes (como o governo)
ficitários em todos os momentos Esse baixíssimo desemprego
para saber que esse desaqueci-
tem levado, inclusive, a uma infla- do saldo positivo na Balança co- ter a inflação, embora a economia
ção crônica (persistente), embora mercial para compensar o deficit não tenha ainda dado sinais de
não a níveis escandalosos, dada a no movimento das rendas, v.g.) recuperação persistente. Este ce-
dificuldade das empresas de con- a queda das exportações causou nário pode, na pior das hipóteses,
trolarem o aumento do custo de uma diminuição na demanda agre- levar a uma brusca e forte que-
mão-de-obra. gada que só podia ser revertida da no PIB, fazendo o ajuste que o
Por razões que ele próprio dei- com uma desvalorização cambial. governo tem postergado. Na mais
xou de monitorar, o governo viu-se Assim, o governo, em um cená- provável das opções, o governo
diante de diversos dilemas. rio já inflacionário, teve que des- tentará deixar tudo como está até
O aumento real e inflacioná- valorizar o câmbio (ou deixar que as eleições de 2014. Na melhor
rio do custo da mão-de-obra tem ele se desvalorizasse) para tentar das hipóteses, o resultado do 2TRI
levado a queda nas exportações manter o nível de demanda agre- já aponta uma pequena retomada
(perda da competitividade por gada da economia (e evitar o del- na FBCF e os índices de inflação
aumento de custo) e um aumento ta PIB negativo), mesmo pagando têm caído.
das importações (devido ao maior o preço de aumentar a pressão in- Para domar a inflação de ver-
poder de compra dos brasileiros flacionária com o aumento do dó- dade, seriam necessárias medidas
no exterior). lar. recessivas (preferencialmente de
Como o Brasil atua no merca- No fim de 2013, o governo en- política fiscal), corte de obras su-
do internacional como um grande contra-se nesse ciclo de elevação pérfluas, por exemplo, ainda que
exportador de bens (pois precisa da taxa Selic, na tentativa de con- levassem a um desemprego tem-
porário e a um reajustamento do xas de juros. Os resultados do 3TRI para esse titulo) e metade divi-
equilíbrio das forças de produção. devem mostrar se há, ou não, uma dida entre um quarto de LTN (ou
Porém, isso, por impopular, não reversão do quadro ruim para um NTN-F), e outro quarto de títulos
deve se concretizar, de maneira quadro de melhora temporária. privados (há LCI´s pré-fixadas aci-
que o cenário deverá permanecer Isso não significa que não seja ma de 13% aa.).
inflacionário até aquele horizon- possível operar juros no curto pra- Descrição da posição: Caso, a
te, pelo menos. zo, mas aumenta consideravel- selic volte a cair ao longo de 2014
Assim, nos parece que o go- mente o risco. Dessa maneira, é (se o PIB vier fraco e a inflação
verno aumenta a taxa de juros “a aconselhável, até pelo menos o ceder, isso é possível), as posições
contra gosto” e conviverá com um resultado do PIB 3TRI de 2013 a em LTN e NTN-B ofereceriam re-
nível elevado de inflação no curto manutenção, a par dos títulos do tornos especulativos. Quanto à
prazo. tesouro, de títulos de dívida pri- possibilidade de rendimento nega-
Se elevar demais os juros para vada (como LCI, CDB, etc.) que, tivo em NTN-B e LTN nos próximos
conter a inflação, corre o risco de por não estarem sujeitos a espe- meses, essa é baixa, uma vez que
brecar de vez o PIB, que ainda não culação, não correm o risco de rá- a fase forte do ajuste da Selic já
deu sinal de força. pida desvalorização. passou.
Nesse momento, o investidor Uma carteira de renda fixa nes-
não tem à sua disposição ainda se momento pode se dividir em
dados consistentes para prever no três partes, sendo metade de NTN-
médio prazo o movimento das ta- -B (pois o pior momento já passou
MERCADO DE EMPREGO E
TRADE-OFF EMPREGO X INFLAÇÃO
% desemprego
14

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Como o mercado funciona sob pela falta de novos trabalhadores. de), uma vez que o trabalhador
a lei da oferta e da procura, à me- Enfim, os empregadores entram com mais moeda gastará mais di-
dida que os fatores conjunturais em um sistema de leilão pela for- nheiro, mas para comprar os mes-
(crescimento econômico) levam ça de trabalho, o que leva ao au- mos produtos, já que o aumento
ao pleno emprego da força de tra- mento da renda apenas em termos na oferta de produtos não conse-
balho (população economicamen- nominais (não real, pois a produ- gue acompanhar o ritmo.
te ativa), devido à escassez crô- ção não pode aumentar por falta É algo parecido com o que acon-
nica de trabalhadores, começa a de mais trabalhadores, a menos tece quando a capacidade produ-
haver inflação gerada justamente que haja ganhos de produtivida- tiva da indústria está em 100%.
Não há como produzir mais, logo, a brasileira). cos, estabelecimento de limites
mais demanda levaria somente Em 2013, com taxa de desem- mais curtos para os prazos de fi-
a aumento de preço. Da mesma prego perto de seu mínimo históri- nanciamentos).
forma, mais demanda por traba- co, o Brasil viveu uma situação de Assim, no médio prazo, isso
lhadores em situação de pleno pleno emprego, o que leva a infla- impulsiona a taxa básica de juros
emprego não tem como empregar ção estrutural do setor de servi- para cima, reduzindo a atrativida-
mais, levando somente a inflação. ços e a uma inflação menos do que de dos títulos pré-fixados.
Lembramos que o chamado proporcional no setor de bens, Há que se considerar, também,
pleno emprego corresponde a uma uma vez que há a concorrência de o cenário oposto, a possibilidade
taxa de desemprego diferente de produtos estrangeiros (substitui- de um reajustamento brusco das
zero e que varia conforme a situa- ção do produto nacional pelo im- forças produtivas (recessão), ge-
ção econômica de cada país. portado) e, conseqüentemente, rando desemprego, o que levaria
A taxa de desemprego será um achatamento nas margens das a uma redução da taxa básica (au-
sempre diferente de zero por empresas do setor de produção de mentando a atratividade dos pré-
causa de fatores como a chama- bens em geral (de consumo, de -fixados) com o intuito de reaque-
da fricção (empresas fecham em capital, etc.). cer a economia em um primeiro
algum lugar, empresas abrem em Essa pressão inflacionária cau- momento, e depois um movimen-
outro, levando tempo para os tra- sada pelo pleno emprego pode ser to progressivo de aumento.
balhadores se realocarem) e por reduzida tanto mediante política Essa é a chamada teoria do Tra-
causa do nível cada vez maior de fiscal (redução de gastos ou inves- de-off entre inflação e desempre-
instrução requerido para os novos timentos públicos, redução das go, que significa que um país não
postos de trabalho (e a educação desonerações tributárias), quanto consegue se livrar dos dois males
em nenhum país do mundo conse- por política monetária (aumento ao mesmo tempo (tem que con-
gue acompanhar o ritmo desse au- na taxa básica de juros, aumento viver com uma dessas duas situa-
mento de exigência, muito menos do depósito compulsório dos ban- ções).
Tábuas de variáveis e movimentos
macroeconômicos:

Política fiscal antirecessiva


Política monetária antirecessiva
Exemplos de medidas:
Exemplos de medidas:
* Aumento no consumo do governo;
* Compra títulos no mercado aberto;
* Desonerações tributárias;
* Diminuição de taxa de redesconto;
Resultado direto: Desloca Curva IS para cima e
* Diminuição do compulsório;
para a direita. Política deve ser usada somente até
Resultado: Desloca a curva LM para baixo e para
eliminar o desemprego (embora o governo brasilei-
a direita.
ro esteja mantendo-a mesmo em época de pleno
emprego).
Resultado indireto: Pode levar governo a déficit
em conta corrente, fazendo-o aumentar sua dívida.

Efeito da inflação esperada na cuva LM


Se a população espera uma maior inflação, a de-
manda por moeda (M1) diminui, pois as pessoas
não pretenderão manter moeda em mãos.
Melhora na Balança comercial (exportações - importações)
Vias: Desvalorização cambial ou aumento da produtividade do país.
Desloca a curva IS para direita, pois aumenta a demanda de produtos por parte do exterior.

Expansão Fiscal Expansão Monetária


Câmbio Câmbio Câmbio Câmbio
fixo flutuante fixo flutuante
Renda + = = +
Reservas + = - =
Saldo Bal- - - = +
ança Com-
ercial
Legenda (+ aumento)(- retração)(= não muda)
Comportamento cíclico das variáveis macro
Variável Direção Momento
Produção industrial Pró-cíclica Coincidente
Consumo das famílias Pró-cíclica Coincidente
Investimento das empresas Pró-cíclica Coincidente
Invest. residencial Pró-cíclica Antecedente
Invest. em mercadorias Pró-cíclica Antecedente
Compras do governo Pró-cíclica -
Emprego Pró-cíclica Coincidente
Desemprego Contra-cíclico Coincidente
Oferta de moeda Pró-cíclica Antecedente
Inflação Pró-cíclica Retardado
Preços das ações Pró-cíclica Antecedente
Taxas de juros (nominais) Pró-cíclica Retardado
Determinantes da demanda por moeda
Aumento em Faz demanda por moeda Motivo
Nível de preço Aumentar proporcional- Dobrar nível de preço duplica ne-
mente cessidade de dinheiro para transações
Renda Aumentar menos que Mais renda, maior necessidade de
proporcionalmente liquidez para transações
Taxa de juros Cair Aplicações mais atrativas fazem M1
(moeda em circulação) cair
Inflação esperada Cair As pessoas não querem manter M1
em mãos
Risco de investimentos Aumentar A função especulativa da moeda
toma papel principal nessas situações.
Liquidez de ativos alternativos Cair Moeda fica menos atraente se apli-
cações podem ser resgatadas de imediato
LIVROS SOBRE MACROECONOMIA

VICECONTI, Paulo E. V; NEVES, Silverio das. Introdução à economia. 8.ed. São Paulo: Frase, 2007. 622 p.
(mais didático).

SACHS, Jeffrey; LARRAIN B., Felipe. Macroeconomia. Sao Paulo: Makron, c2000 904p.

ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S; CROUSHORE, Dean. Macroeconomia. 6.ed. São Paulo: Pearson, 2008.
457 p. (livro do ex-pres. do FED. Mas realidade americana diferente da nossa).

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