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Faculdade de Tecnologia e Ciências- FTC

Engenharia

Marcelo Paes Fernandes

TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DE DADOS NAS


REDES DE TELEFONIA MÓVEL

Salvador
2018
Marcelo Paes Fernandes

PESQUISA SOBRE TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO DE DADOS NAS REDES DE


TELEFONIA MÓVEL

A construção deste trabalho traz a análise técnicas de


transmissão de dados nas redes de telefonia móvel com
referencias a redes: CDMA, 2G, 3G, LTE.

Orientador :Prof: Harrison Freitas

Salvador
2018
Introdução
A telefonia móvel faz parte da vida da maioria das pessoas. O problema é que por trás desta
"revolução das comunicações" há tantas tecnologias, que muita gente não sabe ao certo quais
as diferenças entre elas.

Iremos abordar as tecnologias que são conhecidas como 2G e 2,5G: TDMA, CDMA, GSM,
GPRS, EDGE e HSCSD. Na segunda parte são mostradas as tecnologias que fazem parte das
categorias 3G e 4G: CMDA-2000, UMTS (W-CDMA), HSPA (HSDPA e HSUPA), HSPA+
e LTE.

Como a telefonia celular funciona?


Para que você possa entender melhor o assunto, é conveniente ter uma idéia de como a
telefonia celular funciona. Basicamente, trata-se de um sistema de transmissão que utiliza
ondas de radiofreqüência, assim como os walkie-talkies o fazem, por exemplo.

Mas há uma série de diferenças. Para começar, uma rede de telefonia celular divide uma área
geográfica em segmentos chamados células (daí a denominação "celular"). Cada célula possui
uma estação rádio-base (chamada a partir deste ponto apenas como base) formada por antenas
com receptores e emissores de sinal, e ligada a uma centra telefônica.

Outra diferença é que os celulares são sistema full-duplex, o que significa que, quando uma
chamada é estabelecida, a pessoa pode ouvir e falar ao mesmo tempo. Isso é possível porque
uma determinada frequência de rádio é utilizada para recepção de sinal, enquanto que outra é
destinada à emissão. Walkie-talkies são half-duplex, ou seja, utilizam uma única frequência,
por isso, só uma pessoa pode falar por vez.

O que acontece, essencialmente, é que quando uma chamada é iniciada, o telefone celular
estabelece uma conexão com a base que cobre a célula onde o usuário está. Esta, por sua vez,
se comunica com uma central que possa localizar a célula do número de destino e, assim,
estabelecer a comunicação. Se o número chamado pertencer à telefonia fixa, é feita
comunicação com a central telefônica correspondente.

O interessante do esquema de células é que várias delas podem utilizar as mesmas


frequências, desde que não sejam adjacentes. Por exemplo, imagine uma rede formada por
quinze células, onde as células 1, 7, 10 e 14 utilizam as mesmas frequências. Isso é possível
porque nenhuma delas está ao lado da outra.

Também é interessante notar que cada chamada estabelecida pode ter sua célula trocada
durante a comunicação. É por isso que você consegue utilizar o telefone celular durante uma
viagem de carro ou de trem, por exemplo. Neste caso, quando o aparelho telefônico percebe
que o sinal da base atual está ficando fraco (isto é, mais distante), procura uma base mais
próxima. Se encontrar, a transferência é iniciada.

Não raramente, os limites de uma célula são ultrapassados, mas o aparelho não consegue
encontrar outra base (situação muito comum em áreas rurais, por exemplo). A consequência
não poderia ser outra: a chamada telefônica é interrompida. O usuário só conseguirá se
comunicar novamente quando o aparelho encontrar outra base.

É claro que cada célula suporta uma quantidade máxima de telefones realizando chamadas.
Quando o limite é atingido, o excedente, obviamente, fica sem comunicação. É por isso que
muita gente não consegue realizar chamadas logo após a virada do Ano Novo, por exemplo, já
que em eventos como este costuma haver um aumento significativo de telefonemas realizados
simultaneamente.

O que determina a capacidade máxima de cada célula é, entre outros fatores, a tecnologia
utilizada, assunto que começa a ser abordado a partir do próximo tópico.
Tecnologias 2G
A primeira geração (1G) de tecnologias para a telefonia móvel foi marcada pelo ar de
novidade: até então, o máximo que a maioria das pessoas tinha como referência para a
telefonia móvel eram os telefones fixos com aparelhos sem fio. O 1G fez surgir os primeiros
celulares, com destaque para a tecnologia AMPS (Advanced Mobile Phone System), padrão
analógico adotado por vários países, entre eles, Brasil e Estados Unidos.

No entanto, a telefonia celular somente começou a fazer parte da vida da ampla maioria das
pessoas com a chegada dos padrões 2G, isto é, da segunda geração de tecnologias móveis.
Esta "revolução" foi possível porque esta geração é composta por tecnologias digitais, que são
mais estáveis, cobrem áreas maiores e têm capacidade para suportar uma quantidade grande
de usuários.

Entre as tecnologias 2G mais utilizadas estão o TDMA, o CDMA e o GSM.

O que é TDMA?
Sigla para Time Division Multiple Access (algo como "Acesso Múltiplo por Divisão de
Tempo"), o TDMA é uma tecnologia que funciona fazendo com que um canal de
comunicação seja dividido em slots, isto é, em intervalos de tempo alternados.

Cada chamada estabelecida é destinada a dois slots: um é utilizado no sentido "telefone para
base" e o outro no modo inverso, ou seja, "base para telefone". Como os slots são alternados,
uma chamada não interfere na outra, apesar de todas utilizarem o mesmo canal.

O TDMA geralmente consegue suportar até três vezes mais conexões do que as tecnologias
analógicas que utilizam a mesma quantidade de canais. Isso é possível porque, como o
TDMA é uma tecnologia digital, os dados da comunicação são comprimidos, fazendo com
que esta ocupe apenas um terço da capacidade do canal. Com isso, os outros dois terços
podem ser aproveitados para outras chamadas.

No que se refere à telefonia celular, a tecnologia TDMA foi aplicada em três sistemas
bastante utilizados: IS-54, IS-136 e GSM (este será abordado mais à frente).
O IS-54 é, em poucas palavras, a alternativa digital do padrão analógico AMPS (primeira
geração). Não por menos, ambos compartilham algumas características, entre elas, o suporte à
mesma faixa de frequência (na casa dos 800 MHz). Por este motivo, o IS-54 também é
conhecido como D-AMPS (Digital AMPS).

O IS-136 é uma evolução do IS-54, tendo entre suas principais características o suporte às
faixas de 800 MHz e 1.900 MHz, além do uso de um canal de controle mais avançado.

Sistemas de telefonia celular baseados em TDMA foram bastante utilizados por algum tempo
a partir da década de 1990, mas perderam espaço paras as tecnologias CDMA e GSM, vistas a
seguir.

O que é CDMA?
O TDMA representou um passo importante para a telefonia celular, mas encontrou limitações
ao longo do tempo, especialmente no que se refere ao aumento da quantidade de usuários,
apesar de redes baseadas na tecnologia contarem com maior capacidade que os sistemas
analógicos. Assim, alternativas tiveram que ser encontradas, sendo uma delas a tecnologia
CDMA, sigla para Code Division Multiple Access (algo como "Acesso Múltiplo por Divisão
de Código").

Em vez de utilizar o esquema de divisão em slots, o CDMA faz com que as chamadas, após
digitalizadas, sejam "espalhadas" pelo canal de frequência. Em outras palavras, não há
organização por intervalos de tempo, pois todas as conexões são realizadas ao mesmo tempo.

Para que haja distinção entre as chamadas, as informações de cada uma delas recebem uma
codificação exclusiva. Este código é então utilizado pelo receptor: os dados que tiverem a
identificação esperada serão aceitos; os que não tiverem serão ignorados.

Graças a este método, o CDMA consegue diminuir situações de interferências entre células, já
que possibilita o uso de frequências iguais em células adjacentes, e permite a cada uma delas
suportar maior quantidade de usuários (até dez vezes mais que redes AMPS), uma vez que os
canais são melhor aproveitados.

Na telefonia celular, o primeiro sistema amplamente utilizado que tem como base a tecnologia
CDMA possui a denominação IS-95, sendo também referenciado como CDMAOne (nome
comercial empregado pela empresa Qualcomm).
Houve também uma revisão denominada IS-95B, cujo principal diferencial é permitir o
tráfego de dados à velocidade máxima de 64 Kb/s (kilobits por segundo) - o IS-95 original
permite somente taxas de até 14,4 Kb/s.

O CDMA normalmente utiliza as faixas de frequência de 800 MHz e 1.900 MHz.

No Brasil, a tecnologia CDMA teve bastante utilização graças à operadora Vivo. No entanto,
a empresa migrou a sua rede CDMA para a tecnologia GSM de maneira gradativa, seguindo
uma tendência percebida em vários países.

O que é GSM?
Sigla para Global System for Mobile Communications (algo como "Sistema Global para
Comunicações Móveis"), o GSM é uma tecnologia desenvolvida e amplamente utilizada na
Europa, e que não tardou para chegar em países de outros continentes, inclusive ao Brasil.
Não por menos, é a tecnologia móvel mais difundida da atualidade.

O GSM também realiza transmissões baseadas no padrão TDMA, embora o faça de maneira
um pouco diferente em relação aos sistemas IS-54 e IS-136, já que utiliza até oito slots em
cada canal.

Vale frisar, no entanto, que o GSM também pode trabalhar com o padrão FDMA (Frequency
Division Multiple Access - "Múltiplo Acesso por Divisão de Frequência") que, como o
próprio nome indica, divide uma faixa de frequência e concede cada parte obtida a uma
conexão. Trata-se de um método bastante utilizado em sistemas analógicos.

Uma característica bastante interessante da tecnologia GSM é o uso de um dispositivo


chamado SIM (Subscriber Identity Module - algo como "Módulo de Identificação do
Assinante"). Conhecido no Brasil simplesmente como "chip" ou como "cartão SIM", este
minúsculo dispositivo armazena informações referentes à linha telefônica e ao usuário, como
número, operadora, lista de contatos, entre outros.

Os cartões SIM são bastante populares porque, graças a eles, os usuários podem trocar de
telefone celular mantendo o mesmo número. Para isso, basta transferir o cartão do aparelho
antigo para o novo. Redes CDMA não exigem cartão SIM, mas o usuário precisa recorrer à
sua operadora de telefonia para conseguir mudar de aparelho sem trocar de número.

O uso dos cartões SIM também ajuda a evitar um problema recorrente em dispositivos móveis
CDMA: a clonagem do aparelho. Com o uso de determinados equipamentos e técnicas, um
indivíduo mal-intencionado pode fazer com que um aparelho obtenha o mesmo número de
outro celular. Com a popularização da tecnologia GSM, esta prática foi reduzida
drasticamente, uma vez que o indivíduo precisa clonar o cartão SIM, atividade que é muito
mais difícil.

Ainda no aspecto da segurança, a tecnologia GSM utiliza proteção via criptografia para evitar
que dados dos usuários sejam indevidamente interceptados.

Outra vantagem do GSM é que, por esta ser uma tecnologia utilizada em diversos países,
torna-se mais fácil a ativação do recurso de roaming, que permite a uma linha oriunda de um
determinado local funcionar em redes de outros lugares (cidades ou países) a partir da
infraestrutura da mesma operadora ou de empresas conveniadas a esta.

Redes GSM podem operar em várias frequências, sendo as faixas de 900 MHz, 1.800 MHz e
1.900 MHz as mais comuns. A faixa escolhida varia de acordo com o país e com a operadora.

Número IMEI
Entre os recursos de segurança da tecnologia GSM está o IMEI (International Mobile
Equipment Identify). Trata-se de uma sequência numérica exclusiva para cada aparelho e
definidido pelo fabricante. Conhecer o IMEI é importante porque, em caso de perda ou roubo
do dispositivo, a operadora terá mais facilidade para bloqueá-lo remotamente.

O IMEI é formado por quinze dígitos: os oito primeiros possuem informações referentes ao
fabricante e ao modelo do dispositivo; os outros seis dígitos correspondem ao número de
série; o último dígito é um número "verificador", ou seja, que atesta a validade de todo o
código.
Para obter o IMEI de seu aparelho, basta digitar a sequência *#06# nele. O número também
pode estar registrado na parte traseira do aparelho, geralmente no campartimento da bateria.

Tecnologias 2,5G
Durante algum tempo, a telefonia celular atendeu apenas ao seu propósito inicial: permitir
comunicação por voz. No entanto, como você sabe, a telefonia móvel também possibilita a
troca de mensagens de textos curtas via SMS (Short Message Service) e acesso à internet.

Estas possibilidades viraram realidade a partir dos padrões 2G, porém começaram a atrair
usuários de maneira ampla com a chegada das tecnologias 2,5G, denominação esta que nunca
foi adotada oficialmente, mas que passou a ser utilizada por fabricantes e pelo comércio por
comodidade.

De fato, atribuir às tecnologias 2,5G a classificação de "terceira geração" seria uma


precipitação, uma vez que estes padrões utilizam como base os sistemas 2G - enquanto estes
trabalham essencialmente com comutação de circuitos (fazendo com que o canal permaneça
ocupado durante toda a comunicação), o 2,5G complementa estas redes com recursos de
comutação de pacotes de dados (o canal permanece ocupado apenas quando dados são
transferidos).

A categoria 2,5G é formada, essencialmente, pelas tecnologias GPRS, EDGE e HSCSD.

O que é GPRS?
Sigla para General Packet Radio Service (algo como "Padrão de Transmissão de Rádio por
Pacote"), o GRPS tem como base a tecnologia GSM, funcionando como uma "extensão"
desta, grossamente falando. Seu foco, é claro, é a transferência de dados, mais precisamente, a
comunicação com a internet, dada a sua compatibilidade com o protocolo IP. Esta atividade
pode ser realizada de maneira simultânea às chamadas de voz.

O GPRS também utiliza múltiplos slots (máximo de oito), mas como trabalha com comutação
de pacotes, estes permanecem ativos apenas quando há envio ou recebimento de dados. É por
isso que a maioria das operadoras não cobra por tempo de uso do acesso à internet, mas sim
por quantidade de dados transferidos.

Teoricamente, a velocidade de transferência de dados do GRPS pode chegar a 171,2 Kb/s


(kilobits por segundo), mas normalmente não ultrapassa 80 Kb/s. Tudo depende de uma série
de fatores, especialmente da quantidade de slots em uso, já que cada um possui determinada
velocidade: se estiver em uso um esquema de codificação de canal chamado CS-1, cada slot
transmite até 9,05 Kb/s; se for utilizado CS-2, o limite é de 13,4 Kb/s; no caso de CS-3, a taxa
máxima é de 15,6 Kb/s; por fim, o slot chega a 21,4 Kb/s com CS-4.

Na maioria dos casos, as operadoras utilizam cinco slots, sendo um deles destinado ao upload.
Também pode-se encontrar um esquema onde três slots são destinados ao download e dois ao
upload.

Como se vê, estas são taxas baixas para os padrões atuais, de qualquer forma, representam
uma evolução se considerarmos que o GSM, por si só, alcança transferência máxima de
apenas 9,6 Kb/s.

Vale frisar que outros sistemas baseados em tecnologia TDMA, como o IS-136, também são
compatíveis com o GPRS.

O que é EDGE?
Sigla para Enhanced Data Rates for GSM Evolution (algo como "Transferência de Dados
Melhorada para a Evolução do GSM"), o EDGE também tem como base a tecnologia GSM,
mas se mostra mais sofisticado que o padrão GPRS. Há, inclusive, quem considere o EDGE
como um GPRS "melhorado" (Enhanced GPRS).

De fato, as características do EDGE são bastante parecidas com as especificações do GPRS,


inclusive na utilização de múltiplos slots nas conexões, mas o padrão utiliza um esquema de
modulação mais avançado (8-PSK) e novos tipos de codificação de canal, fazendo com que as
taxas de transferência de dados aumentem consideravelmente: a velocidade máxima teórica da
tecnologia é de 473,6 Kb/s, embora dificilmente ultrapasse 384 Kb/s.
O melhor desempenho na transferência de dados do EDGE abriu espaço para uma aplicação
até então praticamente inédita no acesso móvel à internet: streaming, isto é, transmissão
contínua de dados, como um show ao vivo em vídeo, por exemplo.

Curiosamente, há quem considere a tecnologia EDGE como parte da categoria 3G por causa
de seu surgimento tardio. No entanto, como o padrão não é oficialmente reconhecido como
tal, não raramente o EDGE é referenciado como sendo uma tecnologia "2,75G".

O que é HSCSD?
Sigla para High Speed Circuit Switched Data (algo como "Comutação de dados por Circuito
em Alta Velocidade"), a tecnologia HSCSD também tem como base o padrão GSM, surgindo,
na verdade, antes do GPRS. Trata-se de uma especificação que apresentou pouco impacto
para o acesso móvel à internet, especialmente por sua baixa velocidade (máximo de 57,6
Kb/s) e por utilizar comutação por circuito, fazendo com que sua cobrança seja baseada em
tempo de uso e não em quantidade de dados trafegados.

Tecnologias 3G
O termo 3G faz referência à terceira geração de tecnologias de telefonia móvel. O acesso à
internet a partir de dispositivos móveis se tornou ainda mais popular com os padrões 3G por
causa de sua velocidade, fazendo inclusive com que muita gente pense que estes dois
caracteres são meros sinônimos de "internet no celular", mas é muito mais do que isso.

A ideia principal do 3G é a de fazer com que os usuários possam ter acesso móvel à internet
com qualidade similar às conexões fixas de banda larga, de forma a conseguir aproveitar
recursos como streaming de vídeo, aplicações de áudio, mensagens multimídia, entre outros.
Não por menos, as operadoras começaram inclusive a comercializar os chamados "modems
3G", dispositivos equipados com cartões SIM desenvolvidos para permitir acesso à internet
via redes 3G em notebooks e desktops.

Tal como já informado, as redes 3G são formadas pelas tecnologias CDMA-2000 (e suas
variações), UMTS e HSPA (HSDPA e HSUPA). Você conhecerá cada uma delas a seguir.
O que é CDMA-2000?
A denominação CDMA-2000 (termo cunhado pela empresa Qualcomm), na verdade, faz
referência a um conjunto de padrões, começando com o CDMA-2000 1x, que também é
conhecido como CDMA 1xRTT (1x Radio Tansmission Technology). Tal como o nome
indica, trata-se de uma tecnologia que tem como base o padrão de comunicação CDMA,
sendo considerado uma evolução do CDMAOne.

Embora também permita aproximadamente o dobro de conexões para voz que as primeiras
versões do CDMA, o CDMA-2000 tem como principal característica a sua capacidade de
trabalhar com taxas de transferência de dados de até 144 Kb/s (307 Kb/s na teoria), com o
upload ficando praticamente na mesmo nível de velocidade, isso tudo utilizando apenas uma
portadora (em poucas palavras, onda de radiofrequência onde as informações são trafegadas)
de 1,25 MHz.

Apesar de ser taxado como 3G, não é raro encontrar literaturas que descrevem o CDMA-2000
1x como sendo 2G ou mesmo 2,5G. Faz sentido: as características desta versão a fazem ser,
na verdade, "pré-terceira geração".

Não demorou muito para surgir no mercado uma versão melhorada do padrão chamada
CDMA-2000 1xEV (Evolution Data) que possui duas classificações: CDMA-2000 1xEV-DO
(Data Only), que implementa apenas canais de dados; e CDMA-2000 1xEV-DV (Data and
Voice), que permite o uso de canais tanto para voz quanto para dados.

Do ponto de vista da velocidade, as versões 1xEV-DO e 1xEV-DV é que podem ser


consideradas mais próximas do 3G, uma vez que conseguem oferecer taxas de transferência
de dados de até 3,1 Mb/s (megabits por segundo) e taxas de upload de até 1,8 Mb/s.

Há também uma variação chamada CDMA-2000 3x (ou CDMA 3xRTT) que, tal como o
nome indica, utiliza três portadoras de 1,25 MHz. Neste caso, a velocidade de transferência
pode chegar a 2 Mb/s.

As tecnologias CDMA-2000 podem trabalhar com várias faixas de frequência, como 450
MHz, 850 MHz, 1,9 GHz e 2,1 GHz.
O que é UMTS?
Sigla para Universal Mobile Telecommunications Service (algo como "Sistema de
Telecomunicações Móveis Universal"), o UMTS é tido como uma evolução do padrão GSM,
com a sua implementação podendo inclusive aproveitar a estrutura deste. O UMTS é
considerado, de fato, uma tecnologia da terceira geração em si.

O UMTS surgiu principalmente como resultado de um trabalho envolvendo empresas e


entidades ligadas ao consórcio 3GPP (Third Generation Partnership Project), que lidera os
esforços para o desenvolvido da tecnologia. Até então, os trabalhos relacionados ao padrão
GSM eram comandados pela ETSI (European Telecommunications Standards Institute).

A tecnologia UMTS tem entre as suas principais características a implementação com base no
padrão W-CDMA, abordado a seguir. Posteriormente, surgiu uma variação baseada no padrão
HSPA.

O que é W-CDMA?
Sigla para Wideband Code Division Multiple Access (algo como "Acesso Múltiplo por
Divisão de Código em Banda Larga"), o W-CDMA é um padrão para uso de radiofrequência
baseado nos mesmos conceitos de comunicação do CDMA que possibilita ao UMTS atingir
taxas de até 2 Mb/s para download e para upload, embora não costume ultrapassar 384 Kb/s.
Estas velocidades são possíveis, entre outros motivos, graças ao uso de uma portadora de 5
MHz (contra 1,25 MHz do CDMA-2000, valendo relembrar).

O W-CDMA possui, essencialmente, dois modos de funcionamento: o TDD (Time Division


Duplex - algo como "Duplexação por Divisão de Tempo"), onde as atividades de download
(downlink) e upload (uplink) compartilham a mesma portadora, mas em intervalos (slots)
distintos; e o FDD (Frequency Division Duplex - algo como "Duplexação por Divisão de
Frequência"), que utiliza portadoras diferentes para cada um destas atividades, sendo que há
uma faixa de frequência de 190 MHz entre elas.
O uso de TDD e FDD faz com que a transmissão seja mais eficiente, uma vez que cada modo
é mais adequado a determinadas situações. Por exemplo, o TDD se mostra mais vantajoso em
aplicações "assimétricas", como serviços Web, onde o número de dados enviados
normalmente é diferente da quantidade recebida.

O que é HSPA (HSDPA / HSUPA)?


Se o W-CDMA consegue fornece taxas razoáveis de transferência de dados, as especificações
HSPA, sigla para High Speed Packet Access (algo como "Acesso a Pacotes em Alta
Velocidade"), também empregadas no UMTS, podem ir muito mais além: oferecem
velocidades maiores e podem suportar uma quantidade superior de usuários.

Tido como uma evolução do W-CDMA, o HSPA tem como base dois protocolos: o HSDPA
(High Speed Downlink Packet Access) e o HSUPA (High Speed Uplink Packet Access).
Ambos trabalham utilizando portadoras de 5 MHz, mas o HSDPA se direciona ao download,
enquanto que o HSUPA, além deste aspecto, se foca também no upload.

O HSDPA pode oferecer taxas de transferência de dados de até 14,4 Mb/s (as demais
velocidades são de 1,8 Mb/s, 3,6 Mb/s e 7,2 Mb/s), enquanto que o HSUPA (também
conhecido como Enhanced Uplink - EUL) oferece velocidade máxima de 5,76 Mb/s. Níveis
tão altos se devem, em outros motivos, à redução do TTI (Transmission Time Interval -
"Intervalo de Tempo de Transmissão"), que varia entre 1 e 3 milissegundos, enquanto que em
outros padrões esta medida gira em torno dos 10 milissegundos.

Por serem mais recentes, as especificações HSPA são também chamadas de "3,5G".

O que é HSPA+?
Também chamado de Evolved HSPA ("HSPA Evoluído") e de tecnologia "3,75G", o HSPA+
é uma das atualizações mais impressionantes para a comunicação móvel: teoricamente, é
capaz de trabalhar com taxas de até 168 Mb/s para download e 22 Mb/s para upload. Uma
revisão futura pode fazer com que o recebimento de dados chegue à incrível velocidade de
672 Mb/s.
É claro que níveis tão altos dificilmente são oferecidos em sua totalidade (assim como
acontece com o HSPA "original"): no Brasil, por exemplo, a operadora Vivo começou a
oferecer planos com HSPA+ em 2012 com limite máximo de 6 Mb/s.

Além de taxas maiores de transferência de dados, o HSPA+ também oferece outras vantagens,
como menor tempo para o estabelecimento de chamadas, capacidade para uso de voz
ampliada consideravelmente graças ao uso de VoIP, melhor suporte a aplicações que exigem
grandes quantidades de informações e, por se tratar de uma evolução do HSPA,
aproveitamento da estrutura de redes deste último tipo.

Entre os fatores que colaboram para as velocidades do HSPA+ está o uso do MIMO (Multiple
Input Multiple Output - algo como "Múltiplas Entradas e Múltiplas Saídas"), uma técnica que
utiliza mais de uma antena para transmissão no mesmo canal, mantendo o uso de portadoras
de 5 MHz.

Outra característica que influencia no aspecto da velocidade é o uso de modulação


(grossamente falando, processo que transforma dados e voz em sinais para tráfego em ondas
de radiofrequência) 64-QAM (Quadrature Amplified Modulation - "Modulação Amplificada
em Quadratura") para download e 16-QAM para upload, que favorecem taxas de transferência
maiores, especialmente nos dispositivos móveis que estão mais próximos da base.

4G: o que é LTE?


Logotipo do LTE A quarta geração (4G) da telefonia móvel tem início com a tecnologia LTE,
sigla para Long Term Evolution (algo como "Evolução de Longo Prazo"). Trata-se de mais
uma proposta apresentada pela 3GPP. Apesar de, na visão da ITU (International
Telecommunication Union), entidade ligada à Organização das Nações Unidas, o LTE não
cumprir com todas as exigências técnicas necessárias para ser considerada um padrão 4G,
comercialmente, a tecnologia é aceita como tal.

Assim como a tecnologia HSPA+, o padrão LTE chama a atenção pelas velocidades com as
quais pode trabalhar: dependendo da combinação de recursos implementados na rede e do
aparelho do usuário, pode-se chegar a taxas de 300 Mb/s para download e 75 Mb/s para
upload.
Para facilitar a assimilação do aspecto de velocidade, o nível de compatibilidade de aparelhos
com o LTE é determinado em categorias:

Categoria 1: download de até 10 Mb/s; upload de até 5 Mb/s;

Categoria 2: download de até 50 Mb/s; upload de até 25 Mb/s;

Categoria 3: download de até 100 Mb/s; upload de até 50 Mb/s;

Categoria 4: download de até 150 Mb/s; upload de até 50 Mb/s;

Categoria 5: download de até 300 Mb/s; upload de até 75 Mb/s.

É claro que estas velocidades dificilmente são alcançadas em sua totalidade, mesmo porque
há uma série de fatores que determinam as taxas que uma rede LTE pode atingir. A
quantidade de antenas em uso de maneira simultânea é uma delas - sim, tal como o HSPA+, a
tecnologia LTE também pode utilizar as técnicas MIMO.

Outro fator importante é a frequência do canal, que pode ser de 1,4 MHz, 3,5 MHz, 15 MHz
ou 20 MHz. Teoricamente, quanto maior a frequência disponível, maior é a taxa de
transferência de dados.

O LTE também se diferencia pela forma de acesso. Enquanto as tecnologias UMTS e HSPA
são baseadas no padrão W-CDMA, o LTE utiliza as especificações OFDMA (Orthogonal
Frequency Division Multiple Access - algo como "Acesso Múltiplo por Divisão Ortogonal da
Frequência"), que distribui as informações da transmissões entre diversos subconjuntos
paralelos de portadoras, sendo este outro aspecto que favorece velocidades maiores para o
downlink (download).

Em relação ao uplink (upload), o esquema utilizado é o SC-FDMA (Single Carrier Frequency


Division Multiple Access - algo como "FDMA de Portadora Única"), que é uma especificação
semelhante ao OFDMA, mas que consegue reduzir o consumo de potência, fazendo com que
o uso de energia por parte dos dispositivos conectados também diminua. Apesar do nome, o
SC-FDMA também pode utilizar subconjuntos de portadoras.

Embora o LTE se apresente como um padrão bastante avançado, já há trabalhos em prol de


uma versão melhorada, o LTE Advanced, esta sim totalmente compatível com os requisitos da
ITU para uma tecnologia 4G. A expectativa é a de que esta variação possa oferecer taxas de
até 1 Gb/s (gigabit por segundo) para download e 500 Mb/s para upload.

O LTE pode funcionar com várias faixas de frequência. No Brasil, por exemplo, a tecnologia,
quando estiver em funcionamento, deverá trabalhar com a faixa de 2,5 GHz.

Referençias

https://www.infowester.com/3g4g.php

https://www.infowester.com/2g.php

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