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FACULDADE ANHANGUERA

Cíntia Súris, Germano Passoello e Pâmela Fraga

Diciplina de Desenvolvimento Humano I – Trabalho de Pesquisa Teórica e


Prática Sobre o Estágio Pré-Operatório

Porto Alegre

2018
1. Introdução
2. Fundamentação Teórica

Para Piaget a etapa comumente chamada de segunda infância, que


compreende o período que vai dos dois aos sete anos, é denominada de estágio
pré-operatório. Conforme Papalia e Feldman (2013), tal nomeclatura implica na
proposição de que as crianças ainda não estão prepradas para envolverem-se em
operações mentais lógicas, para as quais estarão mais aptas nas etapas que se
seguem. Ainda, conforme as autoras podemos entender que essa etapa, que tem
duração de aproximadamente cinco anos, caracteríza-se por uma grande
ampliação do pensamento simbólico.

Segundo vemos na descrição elaborada por Bee (2011), Piaget reconhecia


o uso do simbolo em muitos aspectos do comportamento das crianças desta faixa
etária. Podemos reconhecer tal uso no exercício da linguagem e das brincadeiras
de "faz de conta", também no desenvolvimento da capacidade de reconhecer
símbolos em escala e mapas simples. Esse desenvolvimento da capacidade
simbólica inaugura um universo de novas possibilidades. A criança não precisa
mais estar em contato com os objetos para referenciá-los, desejá-los ou deles
falar. Essa capacidade que podemos chamar de Função Simbólica 1, permite que a
criança não precise mais de estimulos sensórios ou motores para se relacionar
com objetos, ela pode por exemplo evocá-los através da lembrança ou de sua
descrição. Tal capacidade de usar-se de simbolos e representações mentais,
caracteriza a função simbólica do pensamento. Através dela podemos referenciar
e conjugar palavras, números ou imagens para as quais uma pessoa pode atribuir
significado (Papalia e Feldman 2013).

Outra impotante característica destacada por Piaget quanto a essa fase diz
respeito ao egocentrismo. Para BEE (2011) esse viés dado por Piaget é um tanto
negativo:

Além do uso de símbolos, a descrição de Piaget do estágio pré-


operacional focalizava-se em todas as outras coisas que a criança em idade pré-
escolar ainda não pode fazer, dando um tom estranhamente negativo a sua

1 Função simbólica Termo de Piaget para a capacidade de usar representações mentais (palavras,
números ou imagens) às quais uma criança atribui um significado.
descrição desse período. Piaget considerava o pensamento do pré-escolar rígido,
capturado por aparências e ligado a sua própria perspectiva – uma qualidade
que Piaget chamava de egocentrismo. (BEE, Ano, p. 175).

Bee (2011), relata o cárater depreciativo ao focarmos nas habiliadades


ainda não desenvolvidas para caracterizar a fase, e compreende que a criança
dessa etapa, não está necessáriamente sendo egoista, mas, apenas que, a
mesma pensa ou supõe que todos que a cercam pensam de forma similar a ela.
Tal egocentrismo, ou centralidade do pensamento em si, pode ser demonstrado
segundo Piaget por um exercício simples em que se coloca a criança diante de
uma imagem, Como por exemplo um grupo de três torres, em que a primeira é
mais baixa, a segunda intermediária e a terceira mais alta. Nesse caso, segundo
experimentos feitos por Piaget, quando questionarmos a criança com imagens que
representem os pontos de visão dessa imagem, ele conseguirá reconhecer aquele
que está vinculado ao seu ponto de visão, mas, se por acaso, alguem estiver, do
outro lado dessas figuras e dessa forma tiver outro referêncial de imagem, se
questionarmos o como a criança entende que o outro enxerga, novamente
obteremos a resposta relacionada ao seu ponto de visão particular 2.

Quanto a questão das aparencias dos objetos e fenômenos, as três autoras


apresentadas, Papalia, Feldman (2013) e Bee (2011), convergem para a descrição
clássica de Piaget ao que se refere a relação que as crianças dessa etapa tem em
relação a conservação3. Ao se depararem com objetos que sofram transformação
em suas fomas, as crianças tendem a crer que os objetos não mantem mais a
mesma quantida, peso ou volume originais. Conforme nos relam Feldman e
Papalia (2013, p. 264) “Piaget descobriu que as crianças não entendem

2 A carcterística que aqui apresentamos como egocentrismo, também se relaciona com a


característica de centração, conforme descrito no livro Psicologia do Desenvolvimento. “Centração:
incapacidade para descentrar. As crianças concentram-se em um aspecto de uma situação e
negligenciam outros.” (FELDMAN; PAPALIA, 2013, p. 260). Esse conceito também é descrito por
BEE (2011, p. 175), “Centração: A tendência da criança pequena a pensar no mundo em termos de
uma variável de cada vez.” E tem um papel muito importante para compreendermos a relação que
as crianças desenvolvem quanto a sua capacidade de compreender a convervação.

3 Conservação: O entendimento de que a quantidade de uma substância continua a mesma ainda


que haja alterações externas em sua forma ou em seu arranjo. (BEE, 2011, p. 175).
plenamente esse princípio até atingirem o estágio operatório-concreto, e que elas
desenvolvem diferentes tipos de conservação em diferentes idades”.

Também é importantar destacar a relação que se desenvolve durante a fase


pré-operatória, no diz respeito a fala e habilidades de comunicação. Conforme
descrevemos previamentem, certas carateristicas da fase sensório-motora
começam a ser superadas, e a criança consegue se relacionar com objetos e
palavras, independentemente de estar se relacionando fisicamente com elas, no
entanto conforme destaca La Taille (1992) “a criança pré-operatória não conserva
necessarimente, durante uma conversa, as definições que ela mesma deu e as
afirmações que ela mesma fez.” (p. 15). Não há uma clareza conceitual rigida e
definida e tal fato se faz com que não se compreenda fisicamente a conservação
da massa de um objeto e na comunicação também implica em uma fluida
mudança de características conceituais.

3.
Referências Bibliográficas:

DENISE, B.; BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed,


2011.

FELDMAN, R. D.; PAPALIA, D. E. Psicologia do Desenvolvimento. Porto Alegre:


AMGH, 2013.

LA TAILLE, Yves de. Piaget ; Vygotsky ; Wallon : Teorias Psicogenéticas em


Discussão. São Paulo: Summus Editorial, 1992.
ANEXO A

ANEXO B

FELDMAN; PAPALIA, 2013, p. 259-260

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