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Disciplina: PRR - Proteção do Meio Ambiente.

Tarefa 2 – 20 pontos

A atividade de recuperação visa verificar os conhecimentos do aluno de forma a


englobar as principais áreas do curso de segurança do trabalho. Desta forma, você
deverá escolher um dos 3 temas base para a elaboração do seu trabalho de
recuperação.

Parte 1 – Escolha dos temas:


( ) Exposição do Trabalhador em Ambientes com Alta Concentração de Sílica.
( ) Exposição do Trabalhador em Ambientes com Alta Concentração de Amianto.
( X ) Exposição do Trabalhador em Ambiente de Metalurgia e Siderurgia.

Parte 2 – Faça uma breve pesquisa histórica a respeito da matéria-prima escolhida e


quais as leis e regulamentos que acompanharam o uso desta matéria-prima tão
presente nos ambientes de processamento e industriais do nosso país.

Parte 3 – Durante a pesquisa, apresente os resultados das concentrações dos


agentes químicos presentes conforme a sua escolha.

Parte 4 – Quais as medidas de controle empregadas após a avaliação ambiental


encontrada? Que tipo de medida você adotaria após analisar os resultados químicos?

Parte 5 – Quais as consequências da exposição dos trabalhadores no ambiente


escolhido por você?

Parte 6 (Conclusão) – Atualmente, quais as medidas tomadas pelos órgãos


competentes e quais as mudanças encontradas em nossa legislação?

Bons estudos!
Exposição do Trabalhador em Ambiente de Metalurgia e Siderurgia

Objetos:

O objeto de estudo do presente trabalho é o setor siderúrgico que está incluído


na Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE no grupo 27 (metalurgia
básica), constando dos seguintes subgrupos:

27.1 – siderúrgicas integradas;


27.2 – fabricação de produtos siderúrgicos – exceto em siderúrgicas integradas;
27.3 – fabricação de tubos – exceto em siderúrgicas integradas;
27.4 – metalurgia de não-ferrosos e
27.5 – fundição.

Este trabalho se restringirá às atividades dos subgrupos 27.1 que envolve a


fabricação de aço e de produtos siderúrgicos que servirão como suprimentos para
outras indústrias. A produção de relaminados, trefilados e retrefilados de aço, código
27.29-4, será excluída desse estudo por ser uma atividade que utiliza o aço produzido
em outras empresas. As atividades incluídas são aquelas com os seguintes códigos
na CNAE:

27.1 – siderúrgicas integradas


27.11-1 – produção de laminados planos de aço;
27.12-0 – produção de laminados não-planos de aço.

1. Descrição do Setor:

O setor siderúrgico é um dos mais importantes da economia nacional, não só por


concentrar em sua cadeia parcela relevante da produção nacional – agregando
diversos outros segmentos da indústria – como também por ser parte integrante de
diversos produtos de segmentos estratégicos para o desenvolvimento econômico.
Ademais, o uso do aço se diversifica a cada dia na sociedade moderna, deixando de
ser apenas um insumo, por exemplo, para a construção civil para se tornar parte da
decoração das grandes obras, como no caso de pontes e viadutos nas grandes
metrópoles, em substituição das estruturas de concreto.

O setor no Brasil passou por profundas transformações na década de 90, tendo


como principal elemento de mudança o processo de privatização das empresas do
setor, que desencadeou, num primeiro momento um processo de reestruturação
produtiva e, num segundo momento, uma nova mudança de ordem patrimonial.

O processo de mudança patrimonial se deu, primeiramente através de um


processo de Fusão e Aquisição (F&A) interno e, em seguida, de internacionalização
também por meio de um processo de fusão e aquisição, ainda em curso nos dias de
hoje.

Quanto à reestruturação produtiva, foram feitos investimentos bilionários com a


participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social) –
antes negados quando essas empresas eram estatais -, com o objetivo de reduzir
custos, aumentar o mix de produtos, melhorar a qualidade e produzir produtos mais
nobres e com maior valor agregado. Entretanto, assistiu-se nas últimas décadas um
deslocamento da produção mundial de aço da Europa para países da América Latina
e Sudeste da Ásia no segmento de semi-acabados, exatamente a parcela da produção
com baixo valor agregado e com menor conteúdo tecnológico.
Em 2011, o Brasil encerrou o ano como o 9º maior produtor de aço bruto, porém
ainda bastante distante dos líderes de mercado, que são China, Japão e E.U.A.. Cabe
destacar que é no segmento de siderurgia e metalurgia básica onde está alocada
parte significativa do emprego no ramo metalúrgico nacional.

2. Sumário do Processo Siderúrgico

Dos processos siderúrgicos de obtenção de aço os principais são os que partem


do minério de ferro por redução em alto forno a ferro gusa e posteriormente conversão
em aço, processo integrado, e os que, não realizando a etapa de redução, partem de
sucatas ou gusa que são fundidas convertidas em aço como no processo integrado.
Destes, o mais utilizado em larga escala é o processo siderúrgico integrado, que além
da produção de gusa em alto forno envolve etapas suplementares de produção de
coque, agente redutor, e tratamento do minério de ferro, normalmente por sinterização.
Alternativamente ao coque algumas siderúrgicas utilizam o carvão vegetal como
agente redutor. Assim como em unidades não integradas produz-se o gusa,
comercializado como matéria prima para produção de aço.

O processo de fabricação inicia-se na Aciaria – que é a unidade de uma usina


siderúrgica com a função de produzir aço em forma de produtos semiacabados
(tarugos, lingotes, placas, etc.). Nessa unidade da fábrica, a matéria prima é
transformada em aço através de um processo metalúrgico que envolve calor.

Aço é toda liga ferro-carbono com teor de carbono, variando de 0,008 a 2,0%,
maleável e que apresenta em sua composição química elementos como o silício,
manganês, fósforo e enxofre, resultante do processo de fabricação e em porcentagens
pequenas.

A composição química de um aço é parâmetro muito importante. Quando o aço


não estiver conforme a composição estabelecida (fora da faixa), e suas propriedades
não forem próprias para o fim a que elas foram projetadas, o aço é desclassificado e
precisa ser sucateado, causando prejuízo a empresa.

3. Regulações econômicas e socioambientais que afetam o setor (acordos


internacionais, instrumentos normativos e legislações)

3.1 Convenção de Estocolmo (poluentes orgânicos persistentes)

O setor acompanhou as discussões para edição do documento da UNEP


(United Nations Environment Programme) sobre as melhores tecnologias
disponíveis (BAT) e as melhores práticas ambientais para evitar ou reduzir as
emissões não intencionais de poluentes orgânicos persistentes – POPs. A
sinterização e a aciaria elétrica podem se constituir em fontes não intencionais
de POPs, pois recebem materiais que podem conter contaminantes que darão
origem às emissões desses poluentes. A avaliação do setor foi a de que
algumas tecnologias apontadas no documento ainda não tinham viabilidade
técnica e/ou econômica comprovada, com incertezas em relação à eficácia
para eliminação ou redução das emissões de POPs.

3.2 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima

Há um permanente monitoramento do setor em relação às negociações para


definição dos compromissos dos países em relação às medidas para
mitigar/compensar as emissões dos gases de efeito estufa. O setor defende a
manutenção do princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas
entre os países e,portanto, considera que os compromissos não podem ser
iguais entre os países com diferentes níveis de desenvolvimento e de
consumo.
No compromisso anunciado pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva na COP-
15 para redução voluntária das emissões de CO2 e que integra o Acordo de
Copenhague, a siderurgia foi o único setor industrial a negociar e assumir junto
ao governo metas de redução. Cabe ao setor reduzir, até 2020, entre 8 a 10
milhões teq CO2 por meio do uso de florestas plantadas em substituição ao
uso de matas nativas para produção do carvão vegetal. O setor discute
atualmente com o Governo Federal e com os governos de alguns estados
medidas para reduzir/compensar as emissões de CO2 decorrentes do
processo de produção do aço.
Preocupa o setor o fato de estar adotando medidas para reduzir as emissões
de CO2 enquanto as empresas siderúrgicas de outros países, como China e
Estados Unidos, que têm capacidade de produção de aço muito maior que a do
Brasil (por exemplo, a produção da China é 18 vezes superior à do Brasil), não
estão sujeitas a compromissos de redução. Trata-se de mais um fator a afetar
a competitividade da indústria do aço brasileira, já bastante impactada pelo
câmbio (real apreciado) e pelos incentivos concedidos por vários estados que
favorecem as importações, além da elevada carga tributária, o chamado Custo
Brasil.

3.3 Reach

O programa adotado pela Comunidade Europeia para controlar o ingresso de


substâncias em seu território foi atendido pelas empresas do setor, já que
praticamente todas elas exportam produtos siderúrgicos para países europeus.

3.4 Normas da série ISO 14000 – Gestão ambiental

As empresas associadas ao Aço Brasiljá implementaram sistema de gestão


ambiental segundo norma da série ISO 14000. Essa certificação observa a
forma como são geridos e controlados os principais aspectos ambientais das
empresas, assegurando a consideração de aspectos relevantes para a
melhoria do desempenho ambiental das operações.

3.5 Lei nº 6.938, de 1981


Que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, recepcionada e
fortalecida pela Constituição brasileira, de 1988, o marco regulatório da gestão
ambiental no país.

3.6 Lei nº 9.433, de 1997


Sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, tendo dentre seus
fundamentos a água como bem de domínio público e recurso natural limitado
dotado de valor econômico.

3.7 Lei nº 9.605, de 1998


Mais conhecida como Lei dos Crimes Ambientais. Trata das sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente, em particular contra a flora e a fauna. São contempladas,
ainda, sanções relativas à poluição e outras ações apresentadas como crimes
ambientais pelo impacto que causam tanto para a saúde humana quanto, em
última análise, para a saúde do planeta.
3.8 Lei nº 9.985/2000
Que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC,
especialmente no seu art.36, que instituiu a polêmica compensação ambiental.
• Lei nº 12.305, de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. •
Lei Complementar nº 140, de 2011, que fixa normas, nos termos dos incisos III,
VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para
a cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios nas
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum
relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação
das florestas, da fauna e da flora.

4. Resoluções do Conama com algum impacto sobre o setor, que merecem


destaque

4.1 Resolução nº 01, de 1986


Que dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de
impacto ambiental – deu toda a sustentação para o estabelecimento de regras
para o processo de licenciamento ambiental;

4.2 Resolução nº 357, de 2005


Que dispõe sobre a classificação das águas doces, salobras e salinas –
determina normas e padrões para lançamento de efluentes;

4.3 Resolução nº 01, de 1990


Que dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos decorrentes de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas;

4.4 Resolução nº 03, de 1990


Que dispõe sobre padrões de qualidade do ar;

4.5 Resolução nº 23, de 1996


Que dispõe sobre as definições e tratamento a ser dado aos resíduos
perigosos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basileia sobre o
Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu
Depósito;

4.6 Resolução nº237, de 1997


Que dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios
utilizados para o licenciamento ambiental – em verdade, essa resolução tenta
disciplinar as atribuições e competências dos órgãos federados para o
licenciamento;

4.7 Resolução nº 303, de 2002


Que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente;

4.8 Resolução nº306, de 2002


Que estabelece requisitos mínimos e o termo de referência para auditorias
ambientais;

4.9 Resolução nº 369, de2006


Que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social
ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de
vegetação em Área de Preservação Permanente – APP;

4.10 Resolução nº 371, de 2006


Que estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança,
aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de
compensação ambiental, conforme a • • Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000,
que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –
SNUC;

4.11 Resolução nº 378, de 2006


Que define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto
ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19
da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965;

4.12 Resolução nº 382, de 2006


Que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para
fontes fixas;

4.13 Resolução nº 396, de 2008


Que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento
das águas subterrâneas e dá outras providências;

4.14 Resolução Conama nº 436, de 2011


Que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para
fontes fixas instaladas ou com pedido de licença de instalação anteriores a 2 de
janeiro de 2007.

5. Dentre as Resoluções do Conselho Nacional de Recursos Hídricos,


merecem destaque

5.1 Resolução nº 05, de 2000


Que estabelece diretrizes para a formação e o funcionamento dos comitês de
bacias hidrográficas;

5.2 Resolução nº 16, de 2001


Que estabelece critérios gerais para a outorga de direito de uso;

5.3 Resolução nº 48, de 2005


Que estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

5.4 Resolução nº 54, de 2005


Que estabelece que as modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática
de reuso direto da água não potável;

5.5 Resolução nº 58, de 2005


Que aprova o Plano Nacional de Recursos Hídricos;

5.6 Resolução nº 91, de 2008


Que dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de
água superficiais e subterrâneos;

5.7 Resolução nº 100, de 2009


Que define os procedimentos de indicação dos representantes do Governo
Federal, dos Conselhos Estaduais, dos usuários e das organizações civis de
recursos hídricos no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

6. Riscos ocupacionais no refino de aço

Assim como os processos de redução a produção de aço apresenta uma grande


gama de riscos físicos, como o calor e o ruído gerado pelos sopradores ou pelo arco
voltaico, atingindo facilmente níveis acima de 105dB(A). Como riscos químicos o CO e
os fumos metálicos, cuja exposição é muito maior nesta etapa do processamento. A
poeira de refratários constitui outros riscos nesta etapa, proveniente da recuperação
de panelas e conversores, que após algumas dezenas de corridas devem ter seus
refratários reparados.

Devido ao processamento de material particulado contendo sílica, além do


manuseio de carvão, este como principal risco a geração de poeiras de minério de
ferro e sílica, além do calor gerado pelo aquecimento e o ruído dos transportadores e
moinhos.

Em cada carga de forno geram-se em torno de 25% de voláteis. Composto


principalmente por gases como CO, CO2, H2S, SO2, NH3 e H2, os voláteis
apresentam vapores orgânicos contidos no carvão ou de decomposição desta matéria
orgânica, como benzeno, tolueno, naftaleno, antraceno e cresóis. Esta mistura de
gases e vapores é removida pelo topo das baterias e enviada para o processameto de
subprodutos, onde a amônia, os compostos de enxofre e os vapores orgânicos são
removidos, restando o gás de coqueria, importante fonte energética, devido ao seu
alto poder calorífico, 4.200kcal/Nm3

O gás de coqueria, apresenta a seguinte composição típica :


7. Monóxido de carbono 5,8-6,8%
8. Dióxido de carbono 1,5-2,2%
9. Metano 27,2-29,2%
10. Etano 1,3-2,8%
11. Hidrogênio 56-57%
12. Nitrogênio 1,0-4,6%

O gás de alto forno, após remoção de enxofre, pode ser reunido ao gás de
coqueria, após remoção de subprodutos, que restou, sendo utilizado como fonte de
geração de energia.

Estimativa de composição para o gás de alto forno na linha de saída:

 Monóxido de carbono 18%


 Dióxido de carbono 22%
 Hidrogênio 2%
 Nitrogênio 50%

Em resumo os riscos existentes na operação do alto forno são como suas


operações, são os mais variados.

Riscos físicos como radiações não ionizantes, principalmente na operação dos


queimadores e saída de gusa, além da temperatura e do ruído ensurdecedor das
ventaneiras. O monóxido de carbono presente em todas as correntes de gases de
dentro e exauridas do alto forno é um risco químico deve ser constantemente
monitorado, assim como, em menor quantidade, gases contendo enxofre, mas que
são muito mais tóxicos. Após a mistura do gás de alto forno com o de coqueria este
passa a conter em pequena quantidade compostos aromáticos, inclusive benzeno.
Não obstante é importante ressaltar os riscos provenientes de operações de
manutenção externa ou interna no alto forno, como troca de refratários, que além de
envolverem trabalhos em ambiente confinado expõe os trabalhadores a poeira desses
materiais. O mesmo deve ser dito da poeira da escória de alto forno, que contém
dentre outros elementos sílica, alumina e óxido de cálcio.

Impactos Identificados / Medidas Mitigadoras

Os impactos ambientais gerados pela operação de uma unidade de produção


siderúrgica, referem-se basicamente a geração de efluentes atmosféricos e líquidos,
resíduos sólidos e ruídos.

Efluentes Atmosféricos

Serão gerados efluentes atmosféricos na descarga, manuseio e preparo de


carvão vegetal, peneiramento de minério de ferro. Haverá também ocorrência de
poeira originada pela movimentação de veículos nas vias internas e pátios.

Para o controle das emissões atmosféricas geradas na descarga, manuseio e


preparação do carvão vegetal e peneiramento do minério de ferro, que será secado,
deverá ser utilizado filtros de mangas, enquanto para o controle das emissões geradas
no alto-forno deverá ser implantado balão gravitacional, saturador e lavador de gases.
Após a passagem pelos sistemas de limpeza, parte dos gases do alto-forno serão
direcionados para serem queimados, e promoverem o aquecimento do ar que será
injetado no próprio forno. Os gases excedentes serão queimados em tochas antes do
lançamento na atmosfera.

O controle das emissões de poeiras geradas pelo tráfego de veículos nos


pátios e vias internas será realizado por aspersão através de caminhão pipa.

Todas as áreas de peneiramento e transferência de matérias-primas, depósitos


de descarga de carvão, moinha e finos de minério, depósito de carvão e silos de
moinha e finos de minério deverão ser enclausurados visando minimizar a geração de
poeira. O topo do alto-forno deverá ser enclausurado e contemplado com sistema de
captação / exaustão de material particulado.

Efluentes Líquidos

Os efluentes sanitários gerados pelos empregados serão tratados em sistemas


constituídos por fossa séptica seguida de filtro anaeróbio e sumidouro.

As águas utilizadas na refrigeração da carcaça do alto-forno serão totalmente


recirculadas, não havendo descarte.

As águas de lavagem dos gases passarão por tratamento em tanques de


decantação. Concluída a decantação, as águas passarão por um sistema de filtragem,
através de filtro prensa, sendo então retornadas para o lavador, fechando o circuito.

As águas pluviais têm significativo potencial poluidor, podendo causar erosões


e carreamento de partículas sólidas da área industrial, o que poderia acarretar o
assoreamento de fontes de águas superficiais. O efluente, caracterizado pela
presença de sólidos em suspensão, será coletado por canaletas escavadas no próprio
terreno e diversas caixas de decantação e encaminhado à uma bacia de decantação
para separação de sólidos sedimentáveis.

Os efluentes provenientes da oficina mecânica de manutenção de


equipamentos e máquinas, compostos de elevadas quantidades de óleos e graxas,
serão tratados por sistema composto de câmaras, onde se processa a separação dos
óleos, graxas e materiais sólidos

Resíduos Sólidos

Serão gerados os seguintes resíduos sólidos no processo produtivo:


 escória de alto-forno
 lama de alto-forno
 finos de carvão vegetal
 pó de balão
 finos de minério de ferro

Os finos de carvão vegetal originados na descarga, manuseio e peneiramento


deverão ser armazenados em silo fechado. O resíduo poderá ser comercializado com
cimenteiras que o utiliza no co-processamento.

Os finos de minério de ferro gerados na recepção e peneiramento deverão ser


armazenados a céu aberto e doados / comercializados.

O pó de balão / lama de alto-forno deverão ser armazenados em depósito. E esses


resíduos poderão ser destinados à cerâmicas, devidamente licenciadas.

A escória também deverá ser estocada em depósito, com sistema de drenagem.

Ruído

Sempre é gerado ruído durante as diversas etapas do processo produtivo,


entretanto os maiores níveis de pressão sonora ocorrem na sala de máquinas, no
descarregamento de ferro gusa, da roda de lingotamento e em decorrência do tráfego
de pás carregadeiras.

A sala de máquinas deverá ser enclausurada e contemplada com sistema de


exaustão de modo que o local fique sempre fechado.

Áreas Verdes

Criação de cinturão verde visando minimizar o impacto visual causado pela


atividade, deverão ser implementados jardins paisagísticos em todo o
empreendimento.

Programas implementados

A empresa deve elaborar e implementar os programas obrigatórios pela legislação


trabalhista mas também deve abordar outros temas de segurança e saúde no trabalho.
A abaixo alguns desses programas:
 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);
 Prevenção de grandes acidentes industriais;
 Identificação e controle de espaços confinados;
 Operação de pontes rolantes e máquinas de grande porte;
 Identificação, operação e controle de Caldeiras e Vasos de pressão.

Medidas e Mudanças atuais

A indústria do aço no Brasil busca permanentemente manter status tecnológico


equivalente ao de suas congêneres instaladas nos países desenvolvidos. Isso é vital
para manter a competividade do aço brasileiro. O setor, no entanto, está preocupado
com fatores sistêmicos que têm afetado não só a competitividade da siderurgia, mas
também de outros setores no país. Além do já conhecido Custo Brasil, as empresas
vêm, nos últimos anos, sofrendo a concorrência predatória de produtos importados. O
real, valorizado, e os incentivos concedidos por alguns estados à importação têm
favorecido o ingresso de produtos estrangeiros em detrimento da produção nacional. É
necessário que haja sustentabilidade econômica, para que ocorra sustentabilidade
ambiental e social.

Evitar o risco de desindustrialização no Brasil e da reprimarização da nossa


produção e das exportações talvez seja o maior desafio que o setor empresarial
enfrenta no momento. Nesse sentido, a indústria do aço apoia as medidas que vêm
sendo anunciadas pelo Governo Federal para reverter esta situação.

Como outros desafios, o setor considera as seguintes questões:

• Haver maior aproximação entre os formuladores de políticas públicas e o setor


empresarial;
• Melhorar a eficiência energética dos processos;
• Desenvolver tecnologias voltadas para a otimização do uso de biorredutores;
• Apoiar a revisão da legislação ambiental com foco na simplificação e na
harmonização dos atos legais;
• Promover o uso de coprodutos siderúrgicos;

Prevê-se que as normas e regulamentos no campo da gestão ambiental serão


cada vez mais restritivos, devido a relatórios que apontam o esgotamento dos
recursos naturais do planeta, e pela maior exigência das pessoas em relação à
qualidade de vida.

Há uma crescente influência da sociedade organizada na definição de convenções


e acordos internacionais relacionados ao meio ambiente. Dessa forma, os vetores
socioambientais, pouco considerados no processo de tomada decisão até o início da
última década do século passado, possuem, atualmente, grande peso no
estabelecimento de políticas públicas e na definição de investimentos públicos e
privados.

A questão ambiental também vem ganhando crescente importância na geopolítica


mundial e no comércio internacional. Diversas convenções internacionais foram
acordadas nos últimos anos (Mudança do Clima, Biodiversidade, Movimento
Transfronteiriço de Resíduos, Poluentes Orgânicos Persistentes etc.) e, de um modo
geral, tem sido difícil a sua implementação, já que podem vir a criar barreiras ao
comércio e afetar países menos desenvolvidos, carentes de tecnologias e de recursos
financeiros.

A crise mundial, que desde 2008 vem impactando os países desenvolvidos,


naturalmente com fortes reflexos para os demais países do mundo, retardará ainda
mais avanços concretos das medidas preconizadas pelas aludidas convenções.
O mundo se encontra em transformação, demandando novos instrumentos de
gestão empresarial, a qual a questão da sustentabilidade deverá estar definitivamente
incorporada.

Será necessário promover o desenvolvimento para reduzir a pobreza e ao mesmo


tempo evitar a deterioração do meio ambiente.

Referencias

1. Manual de Auditoria em segurança e saúde do setor siderúrgico (Ministério do


Trabalho e Emprego) ano 2002;
2. Indústria siderúrgica e da metalurgia básica no Brasil (Diagnóstico e Propostas
elaboradas pelos Metalúrgicos). CNM/ CUT. Ano 2012
3. Gestão ambiental e siderurgia (Limites e Desafios no contexto da globalização)
RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental. Abril 2009
4. Siderurgia. José Nazareno Santos Silva (Instituto Federal de Educação, ciência
e tecnologia) ano 2011.
5. A indústria do aço no brasil. (CNI - Confederação Nacional da Indústria) ano
2012

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