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TÍTULO: A REPRESENTAÇÃO FEMININA NO CINEMA MARGINAL: UMA ANÁLISE DE A$SUNTINA


DAS AMÉRIKAS DE LUIZ ROSEMBERG FILHO

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

SUBÁREA: ARTES VISUAIS

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

AUTOR(ES): STEFANI RAQUEL ÂNGELO FORMES

ORIENTADOR(ES): RENATO COELHO PANNACCI


A REPRESENTAÇÃO FEMINA NO CINEMA MARGINAL: UMA ANÁLISE DE
A$SUNTINA DAS AMÉRIKAS, DE LUIZ ROSEMBERG FILHO
Stefani Raquel Angelo Formes

Descrição resumida do projeto:


O presente projeto visa compreender a forma como a mulher é retratada
no longa-metragem A$suntina das Amérikas (1975, 97 min.), dirigido por Luiz
Rosemberg Filho. O intuito é elaborar análises comparativas entre a forma como
tal representação é feita no filme e em outras produções do cinema marginal,
bem como estabelecer relações entre a figura da mulher e suas diferentes
representações nos filmes do cinema marginal e do Cinema Novo.
Em A$suntina das Amérikas, a personagem A$suntina simboliza, de
forma alegórica, desconstruída e “despreocupada”, a história da filha, mãe,
trabalhadora, mulher brasileira que não tem a intenção nem a necessidade de
se auto afirmar, mas apenas de viver e se descobrir. Ela apenas come, dorme,
trabalha, transa, criando ao seu redor espanto por simplesmente agir de forma
livre, sem preocupar-se em construir ou idealizar uma vida nos padrões
convencionais da sociedade.
O diretor Luiz Rosemberg Filho, nascido em 1943 no Rio de Janeiro, é um
dos maiores representantes do chamado “cinema de invenção” e teve grande
parte de seus filmes interditados pela censura do regime militar. Mesmo com
todas as restrições, nunca deixou de fazer o cinema no qual acreditava, o que
não lhe rendeu boas colheitas (os filmes não foram muito assistidos naquele
período), porém as sementes que plantou não secaram ao longo dos anos e os
temas por ele abordados continuam florescendo e provocando debates até hoje.
A partir da visão apresentada em A$suntina das Amérikas, das reflexões
escritas de Rosemberg, bem como de outros filmes filiados às estéticas marginal
e cinemanovista que tem como tema central a figura da mulher – pensando
enquanto espectro mais amplo esse “ser” feminino tão explorado nas artes em
geral desde seus primórdios –, este projeto busca entender as diferentes
nuances desta representação, bem como os impactos e pensamentos a respeito
da libertação e aceitação da figura feminina no cinema brasileiro, numa

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perspectiva histórica.

Definição dos objetivos gerais e específicos do trabalho do aluno:


De início será necessária a contextualização a representação da figura
feminina, bem como as diferentes formas como esta foi abordada no cinema
nacional ao longo dos anos. Além de se analisar tal representação a nível
nacional, será importante apontar exemplos que se sobressaem em outras
cinematografias ao redor do mundo, se estabelecendo relações entre estas e a
cinematografia brasileira.
É importante, ainda, observar não apenas a representação feminina
enquanto um objeto “exposto”, mas também a participação da mulher de forma
ativa no cinema, seja por meio da atuação ou da própria realização
cinematográfica. A partir daí, o intuito da pesquisa será comparar a forma como
Rosemberg e outros cineastas contemporâneos a ele, compreendem esse “ser”
mulher, a necessidade e a importância de dar voz às questões existenciais
femininas no cinema, em contraposição ao fato de que na maior parte da história
das artes tais questões não tenham recebido a importância devida, já que
historicamente muitas vezes se priorizou a mera utilização e objetificação da
beleza ou do corpo feminino.

Detalhamento da metodologia correspondente:


Realizar entrevistas com mulheres que participaram da cena cinematográfica
brasileira nas décadas de 1960 e 1970.
Realizar entrevista com o cineasta estudado.
Pesquisa bibliográfica.
Pesquisar, em perspectiva histórica, filmes que tenham mulheres como
protagonistas, no âmbito do cinema nacional.
Análise fílmica com o intuito de compreender como a representação feminina foi
exposta e recebida dentro do cinema marginal, especificamente em A$suntina das
Amérikas.

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A relevância da participação do aluno no projeto:
O principal neste plano de trabalho é evidenciar como a figura feminina, a
partir do cinema marginal, é representada de forma diferente, com participação
mais ativa, em relação a figura da mulher no Cinema Novo. Esta ruptura entre a
mulher que “ajudava o homem a fazer” e a mulher que “faz”, trouxe certo frescor
no que concerne as abordagens destas mulheres “reais”, que são protagonistas
de suas próprias vidas.
Estas vozes precisam ser ouvidas, dentro de suas particularidades e
dores comuns, e entender o choque que tais personagens femininas causaram
na época em questão, nos ajudará a identificar e renovar a necessidade de
abordar esses questionamentos abertamente, tanto no cinema quanto nas artes
em geral.

Cronograma
- Abril a agosto de 2016:
Pesquisa e aprofundamento.
Análise da filmografia.
- Agosto a dezembro de 2016:
Realização de entrevistas.
Início da elaboração do texto.
- Janeiro a março de 2017:
Elaboração do texto da iniciação científica.
- Abril de 2017:
Revisão final e entrega do texto.

Filme analisado:
A$suntina das Amérikas (1975), de Luiz Rosemberg Filho
Filmografia complementar:
A mulher de todos (1969), de Rogério Sganzerla
Lilian M: relatório confidencial (1975), de Carlos Reichenbach
Memória de Helena (1969), de David Neves

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Referências bibliográficas:
BETTIM, Priscyla; COELHO, Renato. Luiz Rosemberg Filho: Encontros. Rio de
Janeiro: Azougue, 2015.
ESTEVES, Leonardo; COELHO, Renato. Rosemberg 70: Cinema de afeto. Rio
de Janeiro: Cavídeo, 2015.
FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. São Paulo: Max Limoad, 1986.
_______. A$suntina das Amerikas só para estrangeiros in Folha de S. Paulo,
28/06/1978.
GUBERNIKOFF, Gisele. A Imagem: Representação da mulher no cinema. In.
Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, vl.8 n.15 jan./jun. 2009.
MORIN, Edgar. As estrelas. São Paulo: José Olympio, 1989.
RAMOS, Fernão. Cinema Marginal: a representação em seu limite. São Paulo:
Brasiliense, 1987.
XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo,
cinema marginal. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

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