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A MAIOR REFERÊNCIA EM VINHOS DO BRASIL

ENOTURISMO OS SEGREDOS DOS


DICAS PARA APROVEITAR
VINHOS FEITOS COM
O MELHOR DO URUGUAI
MISTURAS
DE SAFRAS

10 VINHOS DE
SOBREMESA
QUE VOCÊ PRECISA
CONHECER

BAILE DA
ILHA FISCAL
E OS VINHOS QUE
DERRUBARAM
A MONARQUIA
BRASILEIRA

JOSEP
SABARICH
ENTREVISTA
EXCLUSIVA COM
O ENÓLOGO DA
TORRES

DON MELCHOR
ANO XI - NO 152 - R$ 18,00 – € 4,00
ISSN 1808-3722

BASTIDORES DO NASCIMENTO DE UM ÍCONE


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EDITORIAL |

Como nascem
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br

DIRETORA DE OPERAÇÕES

os grandes
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br

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EDITOR
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H
á quem diga que os grandes já nascem grandes, são predestinados.
ASSISTENTE DE ARTE
Há quem acredite, contudo, que os grandes se tornam grandes, Aldeniei Gomes - arte@innereditora.com.br
são moldados. E há quem pense que uma mescla disso talvez EDITOR DE VINHO
possa ser a melhor alternativa. Muitas das respostas são encontradas na Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br

história por trás de cada um. CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS


Patricio Tapia e Steven Spurrier
E é assim que, nesta edição, ADEGA fomos ao Chile para revelar
como surge um dos vinhos mais celebrados da América Latina, um dos COLABORADORES
Beto Duarte, Christiane Miguez, Daniel Perches, Guilherme Velloso,
primeiros ícones do Chile, o Don Melchor. Vamos contar os bastidores de Mauricio Leme, João Paulo Gentille e Juliana Trombetta Reis (texto)
e Luna Garcia (fotos)
como ele é feito, desde a divisão de seu vinhedo, passando pelas provas de
mais de 100 vinhos em Bordeaux até chegar ao blend inal. Uma epopeia PUBLICIDADE
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mágica e fascinante. +55 (11) 3876-8200 – ramal 11
Já que falamos em blends, também aproveitamos para abordar o tema REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
dos vinhos multivintage. Sim, os rótulos que são produzidos com vinhos Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
de diferentes safras. Descubra quais os segredos por trás dessas curiosas e
RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
intrigantes misturas. Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
Esta edição de ADEGA traz ainda uma entrevista exclusiva com
MARKETING
Josep Sabarich, enólogo das vinícolas espanholas do grupo Torres. Em marketing@innereditora.com.br

sua primeira visita ao Brasil, ele explica como a Torres está resgatando INTERNATIONAL SALES
variedades catalãs desaparecidas, um de seus projetos mais entusiasmantes Estados Unidos
Inner Publishing - sales@innerpublishing.net
dos últimos anos.
FINANCEIRO
Aqui você também vai conferir uma série de dicas para aproveitar inanceiro@innereditora.com.br
o melhor da enogastronomia no Uruguai. Descubra os principais PRODUÇÃO
restaurantes e vinícolas para visitar nos arredores de Montevidéu e Punta Baunilha Editorial

del Este. Gosta de vinho de sobremesa? Listamos 10 estilos de vinhos CIRCULAÇÃO


doces que você, apreciador ou não, precisa conhecer. R.Scola Marketing Editorial

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no Brasil.
IMPRESSÃO
Como sempre, todo mês ADEGA traz um esmerado blend do que EGB Editora Gráica Bernardi LTDA
acontece de mais relevante no mundo do vinho, com artigos e rótulos
DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA O BRASIL
selecionados para todos os gostos. Total Publicações

Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.


Saúde, A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
www.revistaadega.com.br
Nova Casa VINDAME
Conheça o novo espaço, dedicado aos vinhos de Terroir.
A Casa VINDAME abrigará degustações (dirigidas
pelo sócio diretor Michael Schütte) e outros
eventos dos mais deliciosos e raros
rótulos do Velho Mundo.
Será um prazer recebê-lo em
nossa casa.

Programação Julho e Agosto

05/07: Nobres Vinhos do Piemonte

24/07: Viagem de la Cour para Espanha

02/08: Degustação du Prince

28/08: Viagem de la Cour para Itália

Mais informações em nosso site: vindame.com.br/degustacoes

Rua Pascoal Pais, 50 - Vila Cordeiro - São Paulo/SP


Fone: (11) 2384.6946 - www.vindame.com.br
38

12 46

LISTA
12 ENTREVISTA
Uma conversa exclusiva com
Josep Sabarich, enólogo do
46 Descubra 10 tipos de vinhos de
sobremesa que você não pode
grupo Torres deixar de provar

ESCOLA DO VINHO
38 ESPECIAL
Revelamos todos os detalhes
da produção do ícone chileno
62 Saiba como são produzidos
os blends de vinhos de
Don Melchor safras diferentes
CONTEÚDO |

62

68 83

ENOTURISMO TODO MÊS


68 Dicas rápidas para você
aproveitar o melhor da
8 | CARTAS

enogastronomia do Uruguai 10 | PRESENTES

23 | MUNDOVINO
CURIOSIDADES
76 A seleção de vinhos que
signiicou o im da monarquia
83
99
| CAVE

| CLUBE ADEGA
no Brasil 106 | QUEM DISSE
CARTAS | ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR

Apreço (A preço) de Uva


Ana Souza @aprecodeuva
@anacsouza09 A leitura do final de semana já está
E quando o sono não vem, garantida e um assunto aqui nos
você faz o quê?! Estuda! interessa muito: “10 variedades
subestimadas que produzem grandes
PARABÉNS #revistaadega
vinhos”. Fica a dica! #revistaadega
ADEGA dá show de informação e entretenimento no
mundo do vinho, leitura agradável, acessível e de bom
nível, disparada a melhor publicação do segmento,
recebo o exemplar e já ico ansioso para ver o próximo;
adoro a revista.
Francisco Dias

ERRATA
Inicialmente parabéns pela excelente revista e pelas
matérias sempre muito interessantes e ricas. Sou enóilo
e fã da revista há muito tempo e assinante do Clube
ADEGA há um ano. Só tenho elogios à qualidade do
material, do atendimento costumeiro. Infelizmente,
acho que detectei um equívoco ou falhas de digitação, Horácio Fernandes Caren Belló Muraro - Um Lugar
que gostaria de compartilhar para contribuir com a @horacio_fernandes @caren_muraro
qualidade inigualável do conteúdo da revista: Porque hoje é sábado! Iniciando o fim de semana
No segundo parágrafo da matéria “A história da Malô”, #wine #revistaadega com vinho e leitura.
creio que foi trocado o termo “ácido lático” por “ácido #revistaadega
málico”, pois na primeira parte está escrito: “O ácido
málico tende a ser bastante pungente...”. Contudo, na
contraposição, logo em seguida, cita: “Já o ácido málico
é muito mais suave...”. Nesta última frase, não deveria
ser: “Já o ácido lático é muito mais suave...”?
Espero ter contribuído com a qualidade de revisão dos
textos e espero que só eu tenha notada a falha. Grande
abraço e mais uma vez parabéns pela revista e os vinhos.
Temóstenes N. Tavares

Caro Temóstenes, obrigado por entrar em contato e


apontar a falha. Mas, infelizmente, devemos dizer que
não foi só você quem notou o problema. A leitora Lilian
Mosca também relatou ter se deparado com esse equívoco Apple Maria & Bruce Renan Menezes
de revisão. Agradecemos a todos por nos ajudar e apontar @sommeliercats @bebavinho
os possíveis erros. E, obviamente, lamentamos por ter Chegou! Direto da melhor e-store do Crasto tinto 2015. Português da
deixado passar esse deslize. Sempre que tiverem algo a mundo, #amazon, direto dos EUA, região do Douro, é produzido
apontar, criticar, comentar, estejam à vontade para nos direto para Nikity, o livro LINDO por @quintadocrasto, um blend
contatar. “Wine Cats: A Pictorial Celebration de Tinta Roriz, Touriga Franca,
of Felines from the Great Wine Touriga Nacional e Tinta Barroca.
Estates of the World” #revistaadega #ilovedouro #revistaadega

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8 ADEGA >> Edição 152
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10 ADEGA >> Edição 152


ENTREVISTA | p o r CHRISTIAN BURGOS e EDUARDO MILAN

12 ADEGA >> Edição 152


Arqueologia
vinícola
Josep Sabarich conta como o grupo Torres vem
“desenterrando” variedades perdidas

A
fala rápida de Josep Sabarich, enólogo res-
ponsável por toda a parte espanhola do gru-
po Torres (que tem braços ainda nos Estados
Unidos e no Chile), parece contrastar um
pouco com o que se espera de um enólo-
go de uma empresa familiar cuja principal virtude, ele
mesmo aponta, é a paciência. Mas as palavras que voam
de sua boca não denotam ansiedade. A rapidez de pensa-
mento e concatenação de ideias – qualidade que, segun-
do ele, só anos de experiência podem dar –, na verdade,
revelam uma pessoa bastante segura do que diz.
Há quase 20 anos trabalhando para a família Tor-
res, Sabarich fala com a autoridade de quem já passou
por todas as áreas da empresa e conhece minuciosa-
mente cada detalhe. Em maio, ele veio ao Brasil pela
primeira vez para apresentar novidades no portfólio,
entre eles, vinhos feitos com variedades catalãs que es-
tavam perdidas e estão sendo resgatas após um longo e
minucioso projeto.
Em entrevista exclusiva, Sabarich deu detalhes de
sua trajetória na Torres e dos projetos que estão por vir.
Como você foi parar na enologia?
Enólogo é uma proissão em que
você tem que ser apaixonado. Te-
nho 27 anos na proissão, dos quais
18 em Torres. Cheguei à enologia
por casualidade. Não venho de uma
família de viticultores, não nasci em
uma região vitícola. Estudei engenharia
industrial química na universidade e deci-
di fazer um projeto de depuração e utilização
de águas. Queria viver em outro país, então
fui a um centro de pesquisa na França. Quan-
do cheguei, por um problema burocrático,
minha vaga havia desaparecido e iquei lá na
O vinho porta com as malas. Falei com o diretor e ele
é um lugar de disse: “Conheço o diretor do Instituto Nacio-
encontro, mas nal de Pesquisas Agronômicas, que trabalha
concretamente com a vinha e o vinho. Te in-
isso está se teressa?” Conheci em um almoço, e ele disse:
perdendo. É “Se quiser, começamos um projeto novo que
é de base vitivinícola, mas necessita de conhe-
uma obrigação cimentos de engenharia”. O projeto basica-
das pessoas que mente se tratava de fermentação, pois quando
amam o vinho os vinhos fermentam, o gás carbônico é um
vetor que arrasta um monte de aromas, que
encantar as se perdem, e a ideia era poder recuperar esses
novas gerações, aromas, não para usar no vinho, mas para os
transmitir essa “free alcohol wines”. Fui contratado para esse
projeto, aí entrei em contato com o mundo
cultura do vinho.

Decidiu a vida em um almoço?


Sempre que há uma encruzilhada na vida,
decide-se com muito pouco. É muito intui- Quando efetivamente começou a paixão pelo vinho?
tivo. Entrei em contato com o vinho, icava Quando descobri a diversidade do mundo do
rodeado todo o dia de pesquisadores, enólo- vinho, numa sociedade muito enóila que é
gos, químicos, gente que vive nesse mundo e a França, que considera o vinho um alimen-
me apaixonei. Fiquei na França três anos com to. Na Espanha, isso foi se perdendo e hoje o
diferentes projetos, trabalhando em diferen- vinho está presente em ocasiões. Na França,
tes vinícolas. Depois, voltei para a Espanha e não, está na mesa, quase desde o café da ma-
decidi estudar enologia. Quando acabei, co- nhã. Nos últimos anos, o vinho é uma coisa
mecei a trabalhar no grupo Torres. Fiquei 10 bastante mais ocasional na Espanha. O vi-
anos aproximadamente em diferentes projetos nho é um lugar de encontro, mas isso está se
até que, em 2010, propuseram-me a direção perdendo. É uma obrigação das pessoas que
técnica de todas as vinícolas espanholas. O amam o vinho encantar as novas gerações,
mundo Torres é versátil e heterogêneo, pois, transmitir essa cultura. É positivo ensinar a
apesar de ser uma empresa familiar grande, cultura do vinho pois, apesar de ser uma bebi-
está muito compartimentada em pequenas da alcoólica, implica em umas normas, uma
empresas e projetos. Aceitei. maneira de fazer, uns códigos, um rigor, um

14 ADEGA >> Edição 152


“Torres tem valores
não abuso de álcool... Tudo isso está na cul- mos a certeza do porquê, pois, certas interações, conservadores,
mas também é
tura do vinho. Os momentos de consumo do entre aromas, compostos etc., têm uma parte inovadora, e não
vinho levam a um consumo consciente, e não pseudocientíica. Portanto, é muito importante creio que isso seja
contraditório, pois as
apenas consumir por consumir. Raramente a experiência, o que na enologia chamamos de tradições algum dia
você vai encontrar alguém bebendo vinho intuição. Não intuição fortuita, mas a que vem foram uma inovação.
Elas nada mais são
sozinho. O vinho se compartilha. O vinho im- da experiência, de coisas que aconteceram e po- do que inovações
plica em toda essa socialização. dem ser avaliadas cruzando conceitos. bem-sucedidas”

O que é a enologia para você? O grupo Torres é bastante tradicional, conservador até
A enologia muitas vezes é considerada uma ciên- em seus valores, mas muito abertos na tecnologia e
cia, e, evidentemente, é uma ciência, pois tem novidades. Como funciona essa dicotomia?
uma base cientíica muito clara. Mas, para um Torres tem valores conservadores, mas também
físico nuclear ou um químico, seria uma pseu- é inovadora, e não creio que isso seja contra-
dociência, pois há muitas coisas na enologia que ditório, pois as tradições algum dia foram uma
desconhecemos, que não sabemos porque acon- inovação. Elas nada mais são do que inovações
tecem. Sabemos que acontecem, mas não te- bem-sucedidas, que funcionaram e as pessoas as

Edição 152 >> ADEGA 15


vinho que sempre foi feito de uma forma muito
concreta e dar um salto, fazer uma mudança,
pois as pessoas que amam seus vinhos não vão
compreender e você não vai estar satisfeito com
seus vinhos. Tem que construir um diálogo com
o que estava sendo feito... É muito didático fa-
zer uma vertical de Mas La Plana, você vê um
io condutor, que é a Cabernet de um terroir,
mas logo vê diferentes inluências, de técnicos,
uso da tecnologia, barricas, e logo a inluência
do mundo do vinho. Os Mas La Plana feitos nos
anos 1970 seguramente eram vinhos com um
olhar mais voltado para Bordeaux e, nos anos
seguintes, foram mudando.

Mas La Plana parecia uma forma de mostrar ao mundo


que era possível fazer um grande vinho com variedades
internacionais e, hoje, depois de terem provado isso,
pode-se pensar em coisas mais locais?
Acho que a maioria dos projetos que fazemos
em Torres tem um ponto revolucionário. Se
olhamos Mas La Plana hoje, não parece, mas,
nos anos 60, quando se decidiu plantar Caber-
net Sauvignon, os vizinhos não entendiam. Em
seu momento, ele foi revolucionário. Quando
iniciamos um projeto, tentamos encontrar um
ponto de autenticidade. É verdade que observa-
mos o mercado e o que ocorre, mas não temos
a tendência de fazer vinhos para buscar algo no
mercado, pois, se você trabalha assim, eles per-
“Fizemos um estudo dem autenticidade e credibilidade. Vemos as
muito rigoroso de
mantiveram por muito tempo. Nossos valores, tendências e vamos ao terroir, procuramos lo-
ampelografia, DNA,
para comprovar que princípios, são mantidos, mas, no mundo, você cais que podem ser interessantes para encontrar
não eram variedades tem que ser sempre curioso. Esse é o espírito vinhos que sugiram coisas diferentes. Em todos
conhecidas no mundo,
depois, um trabalho nas equipes de Torres e isso gera a inovação. Há os projetos, trabalhamos nesse sentido. Por isso,
de sanitização, projetos mais tradicionais e outros supernovos e, demoramos muito para lançar todos os proje-
multiplicação, viveiro e
aplicação no campo. Do no inal, é esse equilíbrio. Você não pode nunca tos em Torres, pois gostamos de fazer bem as
encontro das variedades parar e, se está parado, a única coisa segura é que coisas. Gostamos de conhecer bem a denomi-
até a plantação, no
mínimo, passaram-se
vai estar fora, pois, o mundo se move, evolui. nação de origem. Em todas, estamos trabalhan-
sete anos” do de forma muito humilde, começando por
E é possível ver evolução baixo, por algo essencial, conhecendo a região,
no estilo dos vinhos de Torres? a uva, e, com os anos é que vamos propondo vi-
Vejo a evolução basicamente como necessária e nhos de outras categorias. Os passos são sempre
imprescindível. Não se pode icar sempre fazen- pouco a pouco.
do o mesmo. Se icar, vai perder clientes. A ideia
é expressar os vinhos de um terroir, tem que Como o projeto do espumante, por exemplo?
trabalhar a parte enológica e, às vezes, vitícolas, É um grande projeto. Torres elabora vinhos des-
para tentar novas propostas que sejam atrativas de 1870, em uma zona clássica de espumantes,
sem perder sua essência. Não se pode ir de um e nunca fez um.

16 ADEGA >> Edição 152


Diz-se que era um acordo autêntico, mas, às vezes, é só um conceito.
com outra importante família local... Esse projeto começou no início dos nos 1990, [A
Sempre houve essa ideia dentro do setor... passou por diferentes diretores técnicos, enó-
A partir de 2010 começamos com o projeto. logos etc., pois as coisas foram feitas de forma enologia]
Pensamos em fazer um espumante, mas dife- muito conscienciosa. A ideia era que, antes da seria uma
rente, não um Cava. Um espumante que pos- iloxera, a diversidade que havia no vinhedo pseudociência,
sa lutar com espumantes de qualquer lugar e era muito superior. Foi uma tendência, em
nível de qualidade. No início, começamos na todos os cultivos do mundo, nos últimos 150 pois há muitas
região de Cava, mas encontramos alguns pro- anos, haver uma padronização, homogeneiza- coisas na
blemas. Cava é um lugar plano, sem altura, ção, por moda, por rendimento, por grandes
perto do mar, então custa muito manter a aci- multinacionais de sementes, ou seja, houve
enologia que
dez, o frescor, o nervo dos vinhos. E isso, para uma tendência de diminuir a biodiversidade, desconhecemos,
o espumante, é básico. Espumante é construí- as ofertas ao consumidor. E a uva não icou que não
do numa espinha de acidez e depois vêm os de fora desse processo. Com a iloxera, que ar-
outros complementos. Então mudamos para rasou a vinha, se antes tínhamos 100 varieda- sabemos porque
locais mais altos, nos Pireneus, entre 800 e 900 des, depois era mais fácil icar com 20 ou 15. acontecem.
metros, o que facilita a manutenção da acidez Como recuperar essa biodiversidade? A sorte
e aí nasceu, depois de muitos anos de provas, o é que a vinha é uma planta muito resistente,
Sabemos que
primeiro espumante, da safra 2013, com Pinot capaz de continuar mesmo quando arrancada. acontecem,
Noir e Chardonnay, e um toque próprio cata- Essas plantas de antes da iloxera permanece- mas não temos
lão de Xarel-lo, uma pequena porcentagem. ram em regiões de bosques, onde o cultivo do
Quando se prova, não se assemelha aos Cava vinhedo se perdeu. O que izemos foi con-
a certeza do
ou Champagne, tem um estilo próprio. tatar os agricultores. Se alguém conhecesse porquê
uma planta meio selvagem e não soubesse
E o projeto de uvas autóctones da Catalunha? que variedade era, íamos até lá e investigaría-
É um projeto singular. No mundo, atualmen- mos. Apareceram milhões de chamadas por
te há um contexto geral de voltar ao local, ao toda a Catalunha. Fizemos um estudo muito

Edição 152 >> ADEGA 17


não tinham ideia dos nomes. Falamos com
historiadores para ver se havia referências.
Encontraram nomes, mas fazer o link entre
os nomes e o que encontramos foi impossível.
Quando chegamos ao ponto de legalizar com
o ministério, perguntaram: “Qual o nome?”
Não tem, variedade 4, variedade 8. Precisava
dar um nome. Então fomos buscar nomes
que as ligassem ao território. Fomos aos locais
onde foram encontradas, izemos brainstorm
com agricultores e escolhemos nomes daque-
las regiões. Se não fosse uma empresa fami-
liar, esse projeto não seria viável. Nunca uma
empresa multinacional aprovaria um projeto
de investimento com um retorno tão negativo.

rigoroso de ampelograia, DNA, para compro- Como é trabalhar em uma empresa familiar, mas com
var que não eram variedades conhecidas no tantos colaboradores?
É mundo, depois, um trabalho de sanitização, Temos uma equipe mista, onde membros da
preciso muita multiplicação, viveiro e aplicação no campo. família estão em posições de direção e outros
paciência. Do encontro das variedades até a plantação,
no mínimo, passaram-se sete anos. Da mesma
diretores são meramente proissionais. Evi-
dentemente, os membros da família têm uma
No mundo do forma, isso levanta um tema de legislação, parte de sentimento e emoção maiores, mas
vinho, os tempos pois você não pode elaborar vinho com uma as pessoas que trabalham também adquirem
variedade que, para o governo, não existe, que isso, pois são equipes bastante estáveis, gente
de retorno de não estão aprovadas. Então trabalhamos com que conhece a empresa há muito tempo. Tem
investimento são o Ministério da Agricultura, apresentando o coisas negativas e positivas, mas mais positivas,
muito lentos. As projeto. Explicamos, eles pediram madeiras
das castas que gostaríamos de “legalizar” e
pois, pensando no vinho, é preciso muita pa-
ciência. No mundo do vinho, os tempos de
coisas precisam implantaram em seus campos de experimen- retorno de investimento são muito lentos. As
ser feitas tação. Foram quatro ou cinco anos de experi- coisas precisam ser feitas devagar. Uma multi-
devagar mentação por eles até autorizarem e cataloga-
rem. O passo seguinte é com a denominação
nacional nem sempre tem essa paciência.

de origem. Você tem que convencê-los de que Como fazer um vinho que possa agradar o paladar de
isso é interessante. Há 15 dias, a DO Penedès diferentes culturas do mundo?
autorizou o uso de duas, Moneu e Forcada. Há vinícolas que trabalham blends diferentes
E outra coisa importante, essas variedades não em função do mercado. Isso é aceitável e, até
são da Torres, pertencem ao patrimônio viti- certo ponto, pode ser interessante para a gama
vinícola catalão. Elas foram encontradas na de entrada para facilitar o acesso de certos
natureza, não é um cruzamento que izemos consumidores. Do ponto de vista enológico,
em viveiro, não é nosso. Oferecemos as varie- entendemos três grandes paladares no mundo:
dades para outras vinícolas para que elas deem o de açúcar e gordura, que basicamente é a
um outro ponto de vista e tentem gerar outra América do norte e norte da Europa; o paladar
categoria. ácido e amargo, que é mediterrâneo e da Amé-
rica Latina; e um paladar muito diferente, que
De onde vieram os nomes? é o asiático, que é mais difícil de conhecer e
Foi impossível encontrar os nomes, pois as pes- deinir. Mas, para os grandes vinhos, essa não
soas que nos mostravam as uvas nos bosques é a ideia.

18 ADEGA >> Edição 152


VINHOS AVALIADOS

AD 92 pontos AD 93 pontos
PURGATORI 2014 MILMANDA 2014
Torres, Costers del Segre, Torres, Catalunha, Espanha
Espanha (Devinum R$ (Devinum R$ 232).
195). Tinto composto de Tradicional branco elaborado
Cariñena, Garnacha e exclusivamente a partir de
Syrah, com estágio entre Chardonnay, com fermentação
15 e 18 meses em barricas e estágio de 12 meses em
de carvalho francês 30% barricas 60% novas de carvalho
novas. Exuberante nos francês de Nevers. Ano após
aromas e nos sabores ano esse vinho tem caminhado
de frutas vermelhas em direção a maior frescor e
acompanhadas de notas ao uso mais parcimonioso da
florais e de especiarias madeira. Mostra perfil cítrico
doces. Suculento, está jovem e mineral encantador, depois
ainda, mas já diz a que aparecem frutos secos e toques
veio. Tem taninos de ótima amanteigados e de especiarias
textura, vibrante acidez e doces. Harmônico, é tenso e
final carnudo e persistente, vibrante, mas também cheio e
com toques minerais. Álcool cremoso. Tem final longo, com
14,5%. EM notas florais e salinas. Álcool
14%. EM

AD 92 pontos
MAS BORRÀS
PINOT NOIR 2013 AD 92 pontos
Torres, Penedès, Espanha CUVÉE ESPLENDOR DE
(Devinum R$ 175). Tinto VARDON KENNETT 2013
elaborado exclusivamente Torres, Catalunha,
a partir de uvas Pinot Noir Espanha (Devinum R$
advindas de vinhedos 270). Espumante branco
plantados na década extra brut (4 g/l de açúcar
de 1970, com parte das residual) composto de
uvas fermentadas em 55% Pinot Noir, 40%
cachos inteiros e posterior AD 94 pontos Chardonnay e 5% Xarel-lo,
estágio de nove meses MAS LA PLANA 2013 sendo 12% do vinho base
em barricas de carvalho Torres, Penedès, Espanha (Devinum R$ 395). fermentado em barricas
francês 30% novas. Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas de carvalho francês e a
Mostra frutas vermelhas Cabernet Sauvignon, cultivadas no vinhedo Mas segunda fermentação
maduras acompanhadas La Plana, plantado na década de 1960, com em garrafa com estágio
de especiarias doces estágio de 18 meses em barricas de carvalho mínimo de 30 meses em
e de notas florais, francês 85% novas. O trabalho minucioso contato com as leveduras.
que se confirmam na tanto no campo quanto na cantina é percebido Impressiona pela harmonia
boca. Sedoso e de boa no equilíbrio e finesse do conjunto. Mostra entre fruta, força, acidez e
tipicidade, tem gostosa sedutores aromas de amoras, de cerejas e de cremosidade, com um lado
acidez e taninos de ótima cassis acompanhados de notas florais, de cedro, amável e floral, que seduz
textura, que trazem de especiarias e de ervas. Impressiona pela a cada gole. Tem final
sustentação ao conjunto. textura de taninos e pela vibrante acidez, tudo persistente e elegante, com
Seu final é persistente, num contexto de muita precisão. Compacto toques minerais, cítricos e
com toques minerais e de e profundo, tem final agradável, com toques de fermento. Álcool 12%.
café. Álcool 13,5%. EM salinos e de grafite. Álcool 14,5%. EM EM

Edição 152 >> ADEGA 19


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Brasil e Alentejo
Brasil assume a liderança e é o principal
mercado dos vinhos do Alentejo
Segundo dados da Comissão Vitivinícola
Regional Alentejana (CVRA), houve um
aumento de 11,9% nas exportações de 2017,
superando o valor de 65 milhões de euros –
com crescimento de 26% para o vinho DOC
Alentejo. E, dentro desse aumento, destaque
para o Brasil, que superou Angola e se tornou
o principal destino dos vinhos alentejanos no
mundo.
O Brasil importou mais de 3,5 milhões de litros
em 2017. Com faturamento superior a 11 milhões
de euros, o mercado brasileiro representa 17,9%
do mercado global da CVRA. Maria Amélia Vaz
da Silva, responsável de marketing dos Vinhos do cada garrafa de vinho exportada pelas vinícolas alentejanas. A
Alentejo no Brasil, estima ainda um crescimento quantidade exportada globalmente cresceu 2,3%, em função
de 3% até o im de 2018. do aumento de 11% nas vendas. Com ajuste global de 9,4%, no
O ranking de países importadores de vinhos valor de seus produtos, os importadores internacionais pagaram,
do Alentejo inclui ainda Estados Unidos, Suíça em média, 2,43 euros por garrafa de vinho do Alentejo, um
e China, que, juntamente com Brasil e Angola, preço superior à média portuguesa de 2,11 euros por garrafa nas
representaram 59% do valor exportado. Os categorias DOC/Regional.
mercados fora da Europa comunitária foram os Em Portugal, os vinhos alentejanos também têm conquistado
principais compradores (74% em valor e 70% relevância. Em 2017, a região representou 21% na exportação dos
em volume) e aqueles que melhor pagaram vinhos DOC e Regional.

Do coração
Leilão de vinho arrecada US$ 1,5 milhão
para a American Heart Association

Realizados desde 1999, o leilão beneicente Heart's


Delight, arrecadou mais de US$ 1,5 milhão para a
American Heart Association (AHA) – organização sem ins
lucrativos que providencia cuidados cardíacos para reduzir
lesões e mortes causadas por doenças cardiovasculares.
O evento realizado na capital dos Estados Unidos durou
quatro dias e reuniu grandes produtores, chefs de cozinha
etc. Desde sua criação, o evento já angariou mais de US$ Château Margaux 2005 vendida por US$ 42 mil e um lote
18 milhões para a AHA. surpresa doado pelo chef Daniel Boulud vendido por US$ 22
Os principais lotes incluíram uma garrafa Jeroboão de mil, que oferecia um jantar para 10 pessoas.

20 ADEGA >> Edição 152


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Hábitos
saudáveis
Uma taça de vinho por dia,
juntamente com uma dieta
saudável, exercício e não
fumar, pode ajudar a adicionar
mais de uma década à sua
expectativa de vida

Um estudo, publicado em 30
de abril na revista Circulation
e liderado pela Chan Escola
de Saúde Pública de Harvard,
encontrou evidências de que
manter cinco hábitos de vida –
fazer uma dieta saudável, fazer
exercícios regularmente, manter
um peso saudável, não fumar
e beber álcool com moderação
– pode adicionar mais de uma
década à sua expectativa de vida.
De acordo com o estudo, esta
é a primeira análise abrangente
de como a adoção desses fatores
de estilo de vida de baixo risco
pode afetar a expectativa de mesma situação, tinham 25,5 anos. No quesito álcool, aqueles que
vida nos Estados Unidos. Foram Mas para aqueles que adotaram bebiam moderadamente – 5 a 15
examinados 34 anos de dados todos os cinco fatores de baixo risco, gramas por dia para mulheres e 5
de 78.865 mulheres e 27 anos a expectativa de vida aos 50 anos a 30 gramas por dia para homens
de dados de 44.354 homens. O era de 43,1 anos para as mulheres e – tinham expectativas de vida
objetivo era veriicar o quanto 37,6 anos para os homens. mais longas do que aqueles que
esses cinco fatores de estilo de vida Isso signiica que as mulheres de bebiam demasiadamente e aqueles
saudável poderiam aumentar a hábitos saudáveis viveram em média que se abstinham. “Ninguém
longevidade dos norte-americanos. 14 anos a mais do que as não tinham deve começar a beber só porque
Os pesquisadores descobriram tais hábitos, a diferença nos homens protege o coração e diminui o risco
que as mulheres, aos 50 anos foi de aproximadamente 12 anos. de diabetes. No entanto, se você
de idade, que não praticavam Mulheres e homens que mantiveram beber, deve ser moderado”, airma
nenhum dos cinco hábitos os cinco hábitos saudáveis tiveram Yanping Li, um dos pesquisadores.
saudáveis, tinham uma 82% menos probabilidade de morrer Infelizmente, menos de 2% das
expectativa de vida média de 29 de doenças cardiovasculares e 65% pessoas nos estudos seguiram todos
anos, enquanto os homens, na menos de morrer de câncer. os cinco hábitos.

22 ADEGA >> Edição 152


“AMO TUDO DO CHILE, A “A CRIATIVIDADE DO
DIVERSIDADE DOS VALES E OS WINEMAKING CHILENO É
DIFERENTES VINHOS QUE APAIXONANTE. SÃO
PODEMOS ENCONTRAR.” VERDADEIROS ALQUIMISTAS.”
DANIELA BRAVIN / SOMMELIÈRE ELIANA ARAÚJO / SOMMELIÈRE

DIFERENTES OPINIÕES,
DIVERSOS VINHOS,
UMA CONCLUSÃO
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Ícone do Jura
em novas mãos
Domaines Devillard, da Borgonha,
comprou o Domaine Rolet

Os Domaines Devillard (proprietários do


Domaine de Perdrix, em Côte d'Or, na
Borgonha, e Château de Chamirey, na
Côte Chalonnaise) izeram uma parceria
para comprar o Domaine Rolet, um dos
principais produtores do Jura. A família
Flambert, dos Domaines Devillard,
e a família Dupuis, cujo Groupe
Venum-Dragon Bleu vende roupas e
equipamentos de artes marciais, agora são
proprietários de partes do Domaine Rolet.
O valor do investimento não foi divulgado.
O Domaine Rolet foi fundado em
1942 e é uma das maiores propriedades
do Jura com 160 acres de
vinhas em Arbois e Côtes
de Jura. Ele é gerido por
quatro irmãos: Eliane, Pierrre,
Robô bebedor Bernard e Guy Rolet, que
permanecerão até a safra
de Champagne 2018. “Jura é uma região
separada da Borgonha pelo o
Máquina aprendeu a abrir uma garrafa para o seu batizado rio Saône. Oferece um
clima fresco capaz de
Étaín, um robô de manutenção marinha. “Fizemos vários ensaios
produzir vinhos frutados,
de instalações marítimas, para garantir que a garrafa fosse
saborosos, frescos e
aprendeu a abrir e desfrutar de bem aberta para o lançamento
equilibrados com
uma garrafa de Champagne para oicial”, disse a assistente de
uma expressão única.
o seu lançamento. Desenvolvido pesquisa Oriana Baric.
Acreditamos fortemente
pela Universidade de Limerick, Dr. Daniel Toal, diretor do
no potencial do Jura”,
a máquina de 2 milhões de euros Centro de Robótica e Sistemas
airmou Amaury
“se batizou” antes de ser lançada Inteligentes da Universidade de
Devillard. Ele e Aurore
nas docas da cidade de Limerick, Limerick, na Irlanda, teve a ideia
Devillard administrarão
na Irlanda. de fazer com que o robô abrisse
Domaine Rolet com a
O veículo, inanciado uma garrafa de Champagne
ajuda de Cédric Ducoté,
pela The Science Foundation Louis De Custine Brut com suas
gerente de exportação
Ireland (SFI), será usado para pinças e depois bebê-la antes de
da Devillard nos últimos
inspecionar, reparar e manter ir para o fundo do oceano.
seis anos.
instalações de energia renovável

24 ADEGA >> Edição 152


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Carlos Magno
e Romanée-Conti
Domaine de la Romanée-Conti arrendou uma parcela de
vinhedo em Corton-Charlemagne
Corton-Charlemagne é um dos Charlemagne”, airmou.
vinhos brancos mais famosos do Para Romanée-Conti, esse
mundo. Muito disso deve-se à contrato expande sua produção
sua ligação com Carlos Magno na colina de Corton. Em 2008, o
e a lenda de que sua esposa domaine tinha arrendado terras
teria mandado cultivar uvas do Domaine Prince Florent de
brancas nas colinas de Corton, Mérode, permitindo-lhe produzir
pois o vinho tinto manchava as um Corton a partir dos climas de

Cubo campeão barbas do rei. Agora, o vinhedo


ganhará ainda mais fama, pois
Bressandes, Renardes e Clos du
Roi. “Fazer um grande Corton-
Centro de visitantes da vinícola o Domaine de la Romanée- Charlemagne é um desaio que
Arenberg ganha prêmio de design Conti irmou um contrato de estamos felizes em realizar”,
arrendamento de uma parcela de airmou Aubert de Villaine.
Um cubo de Rubik foi a inspiração 7 acres de Corton-Charlemagne Este é o segundo vinho branco
para a criação do centro de visitantes de propriedade do Domaine do domaine, que faz um em
da vinícola Arenberg, em McLaren Bonneau du Martray. O contrato Montrachet.
Valley, Austrália. A estrutura de terá início em novembro
concreto e aço surgiu da visão do de 2018 e a primeira
produtor, Chester Osborn, que colheita será em 2019.
comparou a produção de vinho à Armand de Maigret,
solução de um quebra-cabeça. E o gerente do Bonneau
projeto ganhou o principal prêmio du Martray, estava
do Good Design Awards – uma das à procura de um
mais altas honrarias da Austrália em parceiro para cultivar
design arquitetônico. uma pequena porção
“Muita gente estava preocupada dos 27 acres que seu
que seria uma monstruosidade, mas domaine possui na
as pessoas elogiaram o projeto”, colina de Corton.
disse Osborn, que airmou ter 1.000 Ele queria alguém
visitantes por dia desde o primeiro que compartilhasse a
mês de abertura, em dezembro de ilosoia de Bonneau
2017. du Martray com o
Arenberg construiu o complexo cultivo biodinâmico.
cubo de cinco andares no coração “Ter o Domaine de
dos vinhedos de McLaren. Ele abriga la Romanée-Conti
salas de degustação, uma galeria de na denominação
arte, bares e um restaurante. O custo é realmente muito
passou dos 15 milhões de dólares bom para Corton-
australianos.

26 ADEGA >> Edição 152


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Granizo preocupa Bordeaux


Chuva também afetou a região do Douro, em Portugal
Na noite de sábado, 26 de maio, afetados. Na denominação de Blaye, mais de 80% de danos.
diversos produtores de Bordeaux 1.000 hectares de vinhas foram Bordeaux não foi a única região a
icaram assustados com uma chuva destruídos. ser afetada por granizo recentemente.
de granizo “sem precedentes”. “A intensidade da tempestade é Conhaque, Luberon e Languedoc
Os primeiros relatórios de danos sem precedentes. No dia seguinte, o também apresentaram tempestades
constataram que o granizo caiu gelo ainda não estava completamente fortes. E os meteorologistas alertaram
em 7.100 hectares de vinhedos e derretido”, disse Pierre-Henry Cosyns, que mais tempestades podem estar a
mais da metade apresentou danos enólogo em Bourg e proprietário caminho.
em mais de 80% das vinhas, o do Château Grand Launay. Antes
que compromete a safra 2018 e, de atingir Bourg
possivelmente, a 2019. e Blaye, o granizo
As vinhas em Pessac-Léognan atingiu partes do sul
estavam entre as primeiras a do Médoc, incluindo
DOURO
receberem a chuva, mas as as vinhas do Château Dois dias depois de arrasar parte de
avaliações de danos parecem mostrar d'Agassac, entre Bordeaux, a região do Douro também
que a região teve mais sorte do que outras propriedades, presenciou uma forte chuva de granizo,
outras. Ainda assim, o Château e as comunas de principalmente na zona de Pinhão. Relatos apontam
uma chuva de mais de 80 milímetros em apenas
Brown, por exemplo, airmou que Parempuyre, Ludon- três horas, além de granizo. Adrian Bridge, diretor da
cerca de 50% a 70% de suas videiras Médoc e Macau. Fladgate Partnership, afirmou que em sua Quinta do
foram atingidas. Cerca de 1.200 Junco caíram cerca de 74 mm de chuva e as perdas
são estimadas em 80%. A destruição foi grave o
A ferocidade da tempestade hectares de vinhedos suficiente para que uma equipe do Ministério da
parece ter aumentado quando de Médoc foram Agricultura tenha sido enviada para a área
cruzou o estuário do Gironde. Em daniicados, com para avaliar os danos.
Côtes de Bourg, 2.500 hectares – aproximadamente 400
quase 40% da denominação – foram hectares apresentando

28 ADEGA >> Edição 152


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Prosecco Rosé?
Produtores estão próximos de permitir
espumantes rosés na denominação

No dia 9 de maio, produtores do Consorzio


Prosecco DOC apoiaram uma proposta para criar
regras de produção de espumantes rosés – com
mistura de vinho tinto. Atualmente, os vinhos
Prosecco DOC podem ser produzidos com 15% de
Pinot Noir, no máximo, mas a uva só deve ser usada
para criar espumante branco.
Se aprovada a medida, os produtores poderiam
misturar a Prosecco (Glera) com Pinot Noir, para
criar o Prosecco rosé dentro da denominação.
No entanto, a ideia do Prosecco rosé tem sido
ventilada há alguns anos entre os produtores.
“Hoje é o momento certo para produzir o Prosecco
Vinho nazista, não
rosé. Isso não é uma manobra. A Pinot Noir é uma Austríaco foi preso por manter
uva nobre e a nova categoria será reservada para as coleção de vinhos com referências nazistas
versões ‘espumante’ de melhor qualidade, não para Um homem austríaco foi preso por seis meses após a polícia
as ‘frizzantes’”, disse Stefano Zanette, presidente do descobrir um estoque de garrafas de vinho com a iconograia
Prosecco DOC. de Adolf Hitler e outras iguras nazistas em sua casa. O
“O rosé é uma direção natural para Prosecco homem de 31 anos foi preso, pois há uma lei na Áustria que
e o crescente reconhecimento de sua qualidade. torna ilegal vangloriar os nazistas, negar o Holocausto ou
O risco é que tenhamos o cuidado de evitar mais menosprezar crimes de guerra nazistas.
pressão sobre os preços do Prosecco após dois Ele foi encontrado com quatro garrafas de vinho com
anos de escassez de uvas”, apontou Gianluca temas nazistas, três das quais exibiam uma imagem de Hitler
Bisol, dono da Bisol. e uma quarta com uma imagem de soldados nazistas, além
“Acho que o rosé poderia facilmente se tornar de um distintivo e ivelas de “poder branco”.
20% de nossa produção”, disse Giancarlo Moretti Esta foi a segunda vez que o homem foi condenado
Polegato, proprietário da Villa Sandi. “Isso adicionará por violar a mesma lei, tendo sido previamente encontrado
valor à denominação. Queremos plantar mais Pinot com tatuagens com tema nazista, que já foram removidas.
Noir. Será uma vantagem para os nossos produtores Acredita-se que o vinho foi comprado na Itália, onde a
de uva, ajudando a evitar a monocultura nas vinhas comercialização desse tipo de rótulo é
apenas com Glera ou Pinot Grigio”, concluiu. legal. Feito na Itália, os vinhos
Outros, porém, criticam a medida. “O Prosecco “Hitler” faziam parte de uma
rosé não tem base histórica. Corremos o risco de “Série Histórica” produzida
confundir os consumidores. Que possa ser feito, mas desde 1995 pela empresa
não com o nome Prosecco”, airma o ex-presidente Vini Lunardelli. A coleção
do conselho da DOCG, Franco Adami. celebra pessoas da história
Em 2017, os números mostram que foram política italiana e mundial,
produzidos 440 milhões de garrafas de Prosecco e inclui rostos como
DOC, mais 90 milhões rotulados como Prosecco Che Guevara, Winston
Conegliano Valdobbiadene DOCG e 10 milhões Churchill, Karl Marx e
como Asolo Prosecco DOCG. Napoleão Bonaparte.

30 ADEGA >> Edição 152


Caliterra
A harmonia com a natureza que rende premios

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Uso mínimo de defensivos. Reflorestamento contínuo e flora original preservada.


Cavalos e Alpacas circulando livremente pelos vinhedos controlando o crescimento de ervas que causam incêndios.
O resultado? Vinhos premiadíssimos que são um verdadeiro tributo à natureza.

Balneário Camboriú/SC: (47) 3360-0206 Belém/PA: (91) 3241-3216 Belo Horizonte/MG: (31) 3287-3618
Blumenau/SC: (47) 3326-0111 Brasília/DF: (61) 3349-1943 Brusque/SC (47) 3351 7972
Campo Grande/MS: (67) 3383-3207 Curitiba Batel/PR: (41) 3039-2333 Florianópolis/SC: (48) 3223-5565
Jaraguá do Sul/SC: (47) 3054-0098 Joinville/SC: (47) 3434-4466 Londrina/PR: (43) 3024-0010 Marília/SP: (14) 3453-5679
Piracicaba/SP: (19) 3402-8462 Porto Alegre/RS: (51) 3508.7968 Rio Preto/SP: (17) 3234-3358 Santos/SP: (13) 2104-7555
São Bento do Sul/SC: (47)3633-6290 São Paulo/SP: (11) 3702-2020
A verdade do vinho.
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

A flor
que salva
Florada rara vem
evitando que as uvas
de Margaret River sejam comidas
por aves

Todos os anos, uma das preocupações


de produtores de Margareth River, na
Austrália, é com as aves que comem as
uvas nos vinhedos. Dependendo do ano,
as perdas podem ser enormes. Neste
ano, contudo, uma lorada abundante
Casamento real de árvores Marri desviou a atenção dos
pássaros e salvou as uvas.
com Champagne “Fomos presenteados com uma
mega lorada espetacular das árvores
Pol Roger foi servido na união entre
Marri”, airmou Cath Oates. As
Meghan Markle e o príncipe Harry
árvores Marri produzem uma espécie
Em maio, os britânicos e os Winston Churchill, o famoso de néctar que os pássaros gostam. “A
amantes da realeza inglesa primeiro-ministro da II Guerra loração do Marri tem uma grande
icaram atentos para todos os Mundial. Pol Roger também inluência no suprimento de comida
detalhes do casamento entre o foi servido no casamento do para diversos tipos de pássaros, que
príncipe Harry e Meghan Markle, príncipe William com Kate são atraídos para as uvas quando há
no castelo de Windsor. E os Middleton, em 2011. pouca disponibilidade de lores como
enóilos obviamente queria saber Para acompanhar o alimento”, disse Bruce Pearse.
o que os célebres convidados Champagne, foram servidos
beberam na recepção. lagostins escoceses envoltos em
Depois do suspense, no salmão defumado com creme
sábado, 19 de maio, dia do de frutas cítricas, aspargos ANIMAIS NOS VINHEDOS
casamento, o palácio e a Casa ingleses grelhados envolvidos Vários animais tendem a
Real conirmaram que um no presunto de Cumbrian, ser atraídos pelas uvas. Na
Alemanha, produtores costumam
champanhe não vintage, o Pol ervilha de Panna cotta com ovos ter problemas com guaxinins. Na
Roger Brut Réserve NV, seria de codorna e limão Verbena, África do Sul, com babuínos. Na
um dos nomes de uma lista de tomate Heritage e Basil Tartare Toscana, com javalis. No entanto,
vinhos da recepção, que seria com Pérolas Balsâmicas, alguns vinhedos também usam
animais para controle natural de
feita para 600 convidados no frango com iogurte levemente pragas ou combatentes de ervas
St George's Hall, no castelo de temperado com damasco, daninhas. Na Inglaterra usam-se
Windsor. croquete de conit cordeiro ovelhas. Na Califórnia, falcões.
Pol Roger é um dos de Windsor, legumes assados
fornecedores oiciais da realeza e geleia, lanças de aspargos
britânica e é conhecido como quentes com tomate, mozzarella
o Champagne preferido de e sun-blush.

32 ADEGA >> Edição 152


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Denominação Artesão CONFIRA A LISTA


COMPLETA DE CRU
ARTISANS:
Classiicação de vinhos “Cru Artisans” foi relançada no Médoc
Médoc
Château Andron
Château Béjac Romelys
Château Gadet Terrefort
Château Garance Haut
Grenat
Château Haut Blaignan
Château Haut Brisey
Château Haut Couloumey
Château Haut Gravat
Château La Tessonnière
Château Les Graves de
Loirac
Château Vieux Gadet

Haut-Médoc
Château de Coudot
Château Moutte Blanc
Château Pey Mallet
Château de Lauga
Château d'Osmond
Château du Hâ
Château Grand Brun
A região de Bordeaux relançou acrescentadas. Château Grand Lafont
uma classiicação que reconhece A superfície média das Château Lamongeau
Château Le Bouscat
produtores de pequena escala. propriedades se manteve Château Micalet
O “Cru Artisans du Médoc”, inalterada em 10 hectares, mas Château Tour Bel Air
um grupo de pequenas a classiicação agora deve ser Château Tour du Goua
Château Viallet Nouhant
propriedades familiares de todas as renovada a cada cinco anos em Château Vieux Gabarey
denominações do Médoc, decidiu vez dos 10 anteriores. Par ser
lançar uma nova lista depois de admitida como Cru Artisan, a Listrac
Château Dacher de
mais de 10 anos. propriedade precisa ser visitada Delmonte
Desta vez, o número de por um júri, que também faz uma
propriedades diminuiu de 44 para prova às cegas dos seus vinhos. Margaux
36, um relexo da quantidade de “Estas são vinícolas de pequena Château Clos de Bigos
Château des Graviers
propriedades que foram vendidas escala em que o proprietário está Château Les Barraillots
nos últimos anos desde que o presente em todas as etapas da Château Moutte Blanc
ranking anterior foi compilado, produção, desde o vinhedo até a
Moulis
em 2006. Entre as baixas estão adega. Não há tamanho mínimo Château Lagorce Bernadas
o Château Beheré, em Pauillac, ou máximo para ser membro,
que foi incorporado ao Château é uma escolha ilosóica. Esses St-Estèphe
Château Marceline
Pedesclaux, e o Château La Pèyre, proprietários querem estar perto Château Linot
em St-Estèphe, que foi comprado de seus vinhedos em cada etapa do Château Graves de Pez
por Bernard Magrez e se tornou processo”, airmou Maxime Saint-
Clos Sanctus Perfectus. Oito Martin, presidente da Crus Artisans St-Julien
Château Fleur Lauga
novas propriedades, porém, foram du Médoc.

34 ADEGA >> Edição 152


ALGUMAS SAFRAS
S Ã O E XC E P C I O N A I S .

T I R A G E M L I M I TA DA E N U M E R A DA ,
E M C O M E M O R A Ç Ã O AO S 1 0 A N O S D E S TO R I A .

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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Reciclagem 100%
Concha y Toro anunciou que atingiu sua meta de reciclagem e
reutilização de 100% de seus resíduos industriais orgânicos

A vinícola chilena Concha y Toro Maipo.


airmou que chegou aos 100% de “Graças aos nossos 13 sistemas
reciclagem de seus resíduos. A de tratamento, entre eles cinco
empresa produz 50 mil toneladas plantas biológicas, usamos toda
de resíduos sólidos por ano. Dos a disponibilidade de água que
resíduos produzidos, a maior temos. Tudo isso gera um efeito
parte vem das uvas e do processo muito positivo no Vale Central,
de viniicação (bagaço, caules já que a água é um recurso vital
e sedimentos) e outros são de nessa área, como é o caso de
papelão, vidro e plástico etc. Pirque, onde devolvemos água
Dom e Lenny Do lixo orgânico, 62% é
reciclado para ácido tartárico
limpa ao leito do rio Maipo”,
airmou Valentina Lira, vice-
Marca de Champagne e 38% para compostos. Além gerente de desenvolvimento
anuncia parceria com cantor dos resíduos sólidos, a empresa sustentável, que revelou que
também usa cerca de 1 milhão a Concha y toro quer estar
Depois de lançar projetos com de metros cúbicos de água por alinhada com os Objetivos de
artistas como Jeff Koons, Michael ano e conseguiu uma taxa de Desenvolvimento Sustentável
Riedel e Tokujin Yoshioka, 100% de reciclagem com água (ODS) das Nações Unidas: ser
além do estilista Karl Lagerfeld, limpa para o solo ou para fontes uma empresa com zero resíduos
agora chegou a vez da marca de água locais, como o rio até 2020.
Dom Pérignon, pertencente à
Moët Hennessy, anunciar uma
colaboração com o cantor Lenny
Kravitz. O projeto conjunto foi
lançado no início de maio e
chamado de “encontro de dois
ícones”, pela marca.
“Tenho amigos que gostam
de ter pessoas ao seu redor e
abrir uma garrafa de Champagne
para celebrar a vida só porque é
terça-feira”, disse Kravitz em um
vídeo. Em outro vídeo, o cantor
airmou: “Minha experiência com
Dom Pérignon me inspirou muito
porque é um mundo tão diferente
do que eu conheço”. A divulgação
completa do que o projeto implica
será feita em setembro de 2018, de
acordo com Dom Pérignon.

36 ADEGA >> Edição 152


“Sem os meus vinhos,
não sou ninguém.”

Pela sua brilhante carreira de mais de 40


anos, por ter inspirado e sido mentor de
tantos produtores ao longo da sua vida,
Jean-Claude Berrouet recebeu este ano o
Winemakers’ Winemaker Award, o maior
prêmio de carreira que um enólogo
pode receber.
Não podíamos estar mais orgulhosos
de tê-lo conosco no projeto da Quinta da
Boavista. Muitos parabéns.
APRECIE COM MODERAÇÃO.

FOTOGRAFIA DE ANABELA TRINDADE

MARCA IMPORTADA COM EXCLUSIVIDADE POR .com.br

CAMPAIGN FINANCED ACCORDING TO (EU)


REGULATION NO. 1308/2013
ESPECIAL | p o r CHRISTIAN BURGOS
Jorge Brantmayer

38 ADEGA >> Edição 152


Como

,
entender como Don Melchor é produzido

H
á mais de uma dé- nhamos crescer e se tornar um adulto. Nem por isso
cada, quando lan- escrevemos apenas sobre vinhos. Eu, especiicamen-
çamos ADEGA, te, encanto-me pelas pessoas, suas histórias, paixões,
muitos amigos per- desaios, coniança, brilhantismo e entrega pessoal
guntavam: “Mas ao prazer dos outros – e o vinho é o resultado de
tem assunto para fazer uma revista so- tudo isso engarrafado.
bre vinho todo mês?” Hoje tenho certe- Um desess personagens que sigo com grande
za de que aqueles mesmos amigos ririam interesse e admiração é Enrique Tirado, o enólogo
da própria pergunta. O vinho, até então, não do ícone chileno Don Melchor e uma das pessoas
tinha o reconhecimento social que tem hoje no mais educadas do mundo do vinho. Como você
Brasil, e gostamos de acreditar que estamos contri- lembra, Enrique começou a trabalhar com a equi-
buindo para isso. Naquela época, minha resposta era pe de Don Melchor em 1995, assumiu o projeto
que, assim como os livros, existem mais vinhos do que em 1997 e se dedica a este vinho desde então. Ele
uma pessoa vai tomar em toda sua vida – e ele ainda é recebeu a missão de cuidar do já icônico vinho,
diferente a cada nova safra. Hoje, milhares de vinhos não se satisfez em mantê-lo grande e trabalhou
degustados depois, adicionaria que, além do mais, o duro para fazê-lo ainda maior.
vinho de uma safra que já degustei alguns anos atrás Enrique conhece seu próprio vinhedo como
é outro quando volto a degustá-lo hoje. Incrível não? poucos enólogos do planeta. Os estudos de vinhedos
Com o tempo, temos o privilégio de acompa- começaram em 2000, e Pedro Parra, por dois anos,
nhar alguns vinhos como uma criança que acompa- fez um trabalho de doutorado no vinhedo. Com o
Os 114 hectares do
vinhedo de Don Melchor
foram divididos em 142
pequenas parcelas que foram
agrupadas em sete conjuntos
de parcelas
Alvaro de la Fuente
A primeira
tempo, seus 114 hectares foram divididos em 142 casa sede da Concha y Toro, um lugar histórico, safra
pequenas parcelas que foram agrupadas em sete recentemente revitalizado, mantendo sua raiz e, ao de Don
conjuntos de parcelas de acordo com o estudo das
videiras, do clima, fotos de satélites, fotometria e,
mesmo tempo, acrescentando uma intimista e mo-
derna sala de degustação apegada à wine library de-
Melchor é
por im, o solo, ou melhor, os solos do vinhedo. dicada a Don Melchor. Nessa experiência, um belo de 1987, e o
Essas parcelas obedecem um desenho que vídeo nos transporta emocionalmente aos vinhedos blend foi
não se deine em ileiras, mas em “línguas” for- (que visitamos mais uma vez no dia seguinte) e é
madas pela atuação do gelo, erosão e, sobretudo, seguido pela degustação conduzida por Enrique.
assessorado
pelo luxo da água. É fácil compreender a lógica Degustamos Cabernet Sauvignon de sete parcelas, por Jacques
dos desenhos e mapas do vinhedo, mas, quando
participamos dessa nova experiência Don Mel-
mais uma de Cabernet Franc, uma de Merlot e
uma de Petit Verdot. Somos convidados a degustar
Boissenot
chor (o programa Collector’s Experience Don todos os vinhos, discuti-los e criar o nosso blend.
Melchor), a coisa faz um clique e absorvemos Experimentamos amostras de barricas da safra
sensorialmente a explicação intelectual. 2017, que icaram em cuba entre 18 e 22 dias. Pas-
saram por fermentação malolática, 40% em barrica
A experiência e 60% em tanque. Conira uma breve avaliação no
Tudo acontece na “casona”, como é chamada a mapa a seguir.

Edição 152 >> ADEGA 41


PARCELA 4 PARCELA 2
CABERNET FRANC Cabernet tradicional, Fruta vermelha PARCELA 1
Mais amável e com o perfil a menta com vibrante e acidez. Flor e ameixa. Textura e
menos animal do pimenta. Mais meio de Para Enrique, é fim de boca com taninos
que esperaria no boca, muito equilibrada e vibrante e a mais potentes e acidez muito
nariz. Em boca, final a café. Encantadora. direta em boca. pronunciada. Final a tabaco.
sim, mostra sua Textura e acidez. Para
tipicidade. Enrique, ela aporta elegância
e suavidade.

PARCELA 7
A mais jovem do grupo, plantada em
2004, com o dobro da densidade (8.000
plantas por hectare). Profundo. O melhor
em boca, taninos e força final. Enrique
ressalta os taninos que dão carne. MERLOT
Morango, cítrico
e almíscar. Mais
herbáceo. Tive
dificuldades de
compreender este
Merlot.

PETIT VERDOT
Muito mineral.
Encantador.

PARCELA 6
Flor e ervas doces. Grande
estrutura e fim de boca. Taninos
austeros e boldo, balsâmico
e fruta. O mais complexo e PARCELA 5
em camadas. Concordo com Mineral e pimenta. Aqui
Enrique quando diz que é o senti mais verdor e
edifício para armar o blend. A acidez. Enrique atribui a PARCELA 3
estrutura grossa. Mais completo. ele textura, que ajuda ao Especiarias com fruta
fim de boca. mais opulenta e peso
de boca. Final a ervas.
Para Enrique, é a que dá
volume.
EXPERIÊNCIA
A Collector’s Experience
de Don Melchor está
disponível como uma
atividade especial que pode
ser agendada pelo site https://
donmelchorcollectorsexperience.
com/. A degustação é uma
versão pocket do que Convidado a montar meu corte, meio estraga- ESSE vinho. Mineralidade e cinzas frias ganha-
experimentamos. -prazeres, recusei-me a sugerir. Como me disse ram protagonismo. Vai muito além de 2+2 ser
recentemente um amigo, “temos que saber quem mais do que 4. Foi algo que emocionou inclu-
é cachorro e quem é poste” e eu queria ver o má- sive Enrique. Perguntado se este era um corte
gico em ação. Com auxílio dos outros, de tubos que ele já teria usado, ele disse que não, mas
de ensaio e um decanter, Enrique montou um acrescentou “que este vinhedo sempre é capaz
blend que não vou revelar para não inluenciar de fazer a magia acontecer e não dá para ex-
quem vai viver essa mesma experiência. plicar”. Lembrei de nosso ex-colaborador Luiz
O vinho estava excelente, era impossível en- Gastão Bolonhez quando dizia: “degustei e es-
tender como aquelas parcelas tinham originado correu uma lágrima...”

42 ADEGA >> Edição 152


Além do Cabernet Sauvignon,
Don Melchor tem Cabernet
Franc, Merlot e Petit Verdot
Dá para sentir que, para Enrique, isso não é um
trabalho. Cada parcela é tão distinta, que mesmo se
fosse 100% Cabernet Sauvignon, continuaria sendo
um blend e não um varietal. Prestei muita atenção
à performance do mágico, mas sou incapaz de re-
produzir ou explicar a magia.

O ícone passo a passo


Em 1996, os blends começaram a ser feitos com o
auxílio de Jacques Boissenot (mítico consultor de
Bordeaux, tento trabalhado em quatro dos cinco
Premier Grand Cru Classés) e com o acompanha-
mento de seu ilho Eric que, após a morte do pai
em 2014, continua fazendo o corte com Enrique. num processo que dura quatro dias. Estes dias em
E o que muda com Eric? Segundo Enrique, “Jac- Bordeaux são os melhores dias do ano. Há muita
Segundo
ques era conservador e direto, tinha uma memória emoção”, revela. Enrique
incrível para compor os blends. Já Eric é um pou- Um resumo rápido do ciclo seria: vindima em Tirado,
co mais aberto, viaja e experimenta vinhos de todo abril, prova em julho, mescla em setembro. Aí se
o mundo”. “Mas se tem alguém que me formou inicia a guarda da mescla em barrica. Segue-se a
todo
como degustador foi Jacques”, apontou. mescla das barricas e, por im, engarrafamento. ano, 150
Todo o ano, 150 “vinhos” são enviados a Bor-
deaux para a degustação, que continua aconte-
Em 1999, Cabernet Franc passou a ser impor-
tante no corte, resultado de um enxerto sobre videi-
vinhos são
cendo lá, pois é um processo de imersão. Enri- ras de Cabernet Sauvignon com 30 anos. Sempre enviados
que explica que, “no primeiro dia, descarta-se considerado no corte, é usual encontrar o Cabernet para
os lotes que não acha que deveriam estar em Franc participando entre 2 a 9% da mescla para aju-
Don Melchor”. “Descartamos até 50% nos pio- dar a arredondar e ainar os taninos.
Bordeaux
res anos. Todos os grandes vinhos têm seleção. Em 2015 foi primeiro ano com 1% de Petit Ver- para definir
Eles são a melhor parte do terroir. Destes 150 dot. Em 2016, o corte tem Cabernet Franc, Petit o blend
vinhos provados sai a base. Faço um vinho base Verdot e Merlot e, em 2017, os 99% de Cabernet
e depois acrescentamos e provamos alternativas, Sauvignon recebem apenas 1% de Cabernet Franc.

44 ADEGA >> Edição 152


Aproveitamos para
elencar outras notas
de Don Melchor
ordenados pela
data de degustação
no passado, e que
você pode ler na
íntegra em nosso site
MelhorVinho.com.br:

AD 91 pontos
DON MELCHOR 1998

AD 94 pontos
Degustação da safra 2015 e histórico DON MELCHOR 1999

Nesta viagem, pudemos revisitar safras que já AD 93 pontos


AD 91 pontos
DON MELCHOR 2006
havíamos degustado em ADEGA, acrescentando DON MELCHOR 2000
Concha y Toro, Maipo, Chile (VCT – não disponível).
dimensão temporal à avaliação, mas nosso objeti- É como tomar um Bordeaux da década de 1990 que AD 93 pontos
vo era mesmo degustar em primeira mão o 2015. manteve bem a fruta. Enrique voltou a escolhê-lo DON MELCHOR 2001
depois de o termos degustado no International Tasting,
AD 96 pontos talvez um exercício para mostrar o potencial desta AD 91 pontos
DON MELCHOR 2015 safra que não ficou eternizada como uma das grandes. DON MELCHOR 2002
Concha y Toro, Maipo, Chile (VCT – ainda não Talvez como um pai que quer mostrar que mesmo seu
disponível). Todo boca! Uma experiência de filho menos brilhante é muito inteligente. CB AD 93 pontos
complexidade de texturas, como a criação de um DON MELCHOR 2003
grande chef. Tem fruta, ervas aromáticas e cinzas AD 94 pontos AD 91 pontos
frias. Medicinal. Um toque de cedro e cogumelos. DON MELCHOR 2014 DON MELCHOR 2004
Já nasce aristocrático. A fruta vem acrescentar Concha y Toro, Maipo, Chile (VCT R$ 550).
ao apetite e volume, mas são as ervas e a 92% Cabernet Sauvignon e 8% Cabernet Franc. AD 94 pontos
mineralidade que definem este vinho. Resultado do Um dos narizes mais minerais de todos os Don DON MELCHOR 2005
que Enrique Tirado define como “clima perfeito nos Melchor que já degustei. Cinza de lareiras e grafite
momentos que necessitávamos”. Foi o melhor Don claros no aroma junto com um perfil floral e de AD 94 pontos
Melchor que já provei, e num mundo recheado ameixa fresca. Um toque a pedra-pomes e mentol. DON MELCHOR 2007
de 100 pontos com os quais tenho dificuldade Em boca, é vibrante em todos os aspectos, com
de me acostumar, estes 96 pontos são uma das fruta, acidez, taninos potentes e granulados. A AD 95 pontos
DON MELCHOR 2011
maiores pontuações que já dei a um vinho em seu mineralidade se expressa com força novamente ao
lançamento, antes que o tempo possa trazê-lo a fim de boca, que termina com a textura mineral e AD 94 pontos
seu ápice, que neste 2015 ainda está uma década salinidade de nenhum outro Don Melchor até hoje. DON MELCHOR 2010
à frente de sua safra. CB Um final em que o boldo e o mentol atribuem uma
outra camada de complexidade. Um vinho em AD 91 pontos
Enrique escolheu apresentar também safras uma jornada transformadora, capaz de mostrar-se DON MELCHOR 2006
desde seus tenros três anos de idade e que espero
passadas, acrescentando uma dimensão temporal
poder voltar a degustar com 10 anos de idade. CB
à experiência.

Edição 152 >> ADEGA


LISTA | p o r ARNALDO GRIZZO

Açúcar,
por favor
Preparamos uma lista com 10 estilos de vinhos de
sobremesa que todo enófilo deveria provar

V
inho de sobremesa. Confessemos: não
há quem não goste de uma tacinha após
a refeição ou mesmo como aperitivo. No
entanto, pode-se dizer que os vinhos ditos
“de sobremesa” não costumam ser os mais
valorizados pelos enóilos no dia a dia. Todos admitem gos-
tar, mas a maioria reluta em comprar uma garrafa para seu
próprio deleite.
O empecilho, para muitos, seria o grau de doçura ou
então o grau alcoólico (mais elevado em alguns estilos
como Vinho do Porto, por exemplo), que impediria al-
guém de desfrutar sozinho de uma garrafa inteira sem fati-
gar o paladar ou se alcoolizar além da conta. No entanto,
os apaixonados por vinhos de sobremesa sabem que esse
tipo de “desculpa” não cola, pois os grandes vinhos de so-
bremesa nunca são cansativos.
Neles, a doçura costuma estar lindamente equili-
brada pela acidez e, mesmo quando há teor alcoólico
mais elevado, ele também está balanceado, tornando a
degustação sempre prazerosa. Quando se pensa em um
bom vinho doce, não se deixe levar somente pela ideia
de peso e intensidade (que sozinhas tornam qualquer
bebida bastante monótona), mas da sutileza, da profun-
didade, de algo cuja descrição mais assertiva costuma
ser etéreo.
ADEGA então decidiu fazer uma pequena lista com
10 estilos de vinhos de sobremesa que todo enóilo pre-
cisa experimentar. Conira.

46 ADEGA >> Edição 152


DOCE POR QUÊ?
Os vinhos doces
costumam ser produzidos
com uvas muito maduras.
Para que eles se tornem
doces, a fermentação é
interrompida antes que
a levedura transforme
todo o açúcar natural da
uva em álcool. Existem
várias maneiras de parar
a fermentação, entre elas,
resfriamento ou adição de
aguardente, por exemplo.
Tokaji Aszú
“Derramas força e fervor nos ossos do meu cor- go Botrytis cinerea, que causa uma podridão (dita
po. Sinto nova vida como faísca em minhas podridão nobre) que desidrata a fruta, aumentan-
veias. Sinto o néctar incandescente de suas uvas do a concentração do açúcar natural. O sabor e
em meu peito. Ó requintado Tokaji, rei entre os qualidade do Aszú dependem principalmente do
vinhos!”, trecho do poema “Lob des Tokayers”, número de baldes (puttonyos) cheios de bagas se-
de Gabriele von Baumberg (1768-1839). Tokaj- cas (25 kg cada), que são adicionados a um barril
-Hegyalja é uma região do nordeste da Hungria, (tipo Gönc com 136 litros) de vinho base seco.
cercada pelos Montes Cárpatos, às margens dos
rios Tisza e Bodrog. Lá se produz um dos vinhos AD 93 pontos
OREMUS TOKAJI ASZÙ 5 PUTTONYOS 2005
doces mais celebrados do planeta, tido como “rei
TEMPOS Vega Sicilia, Tokaj, Hungria (Mistral US$
dos vinhos”, como se nota pelo poema citado. 156). O emblema que aparece na garrafa é uma
Segundo a “lenda”, em 1650, o Império Otoma- marca da coroa francesa dada em 1710 pelo rei
no avançava em terras húngaras e o clérigo Máté Louis XIV, também conhecido como Rei Sol, ao seu
Sepsi Laczkó, encarregado da vinicultura na vinho predileto. Muito elegante, mostra vibrante
região, determinou que a colheita fosse adiada. acidez, que equilibra toda sua força e doçura.
Límpido e sofisticado. Álcool 12,5%. CB
Com a demora, as uvas foram atacadas pelo fun-

48 ADEGA >> Edição 152


Icewine
Esse vinho feito de uvas congeladas só é produ-
zido em regiões bastante frias e que apresentam
características especíicas propícias para o conge-
lamento antes que as uvas apodreçam na videira.
Assim, os açúcares da uva não congelam, somen-
te a água, o que torna o mosto concentrado. Acre-
dita-se que os romanos já teriam colhido uvas
congeladas, mas não há relatos sobre o vinho. Os
primeiros documentos falando sobre Icewine, ou
melhor, Eiswein, são do início do século XIX na
Alemanha. No entanto, há relatos de pouquíssi-
mas safras de Icewine naquele século. Além dos
alemães, os austríacos também costumam produ-
zir o vinho do gelo, mas é no Canadá, cujo pri-
meiro Icewine só foi feito em 1978, que a produ-
ção verdadeiramente se destaca, principalmente
na região da província de Niágara. As uvas que AD 96 pontos
NUBDORFER BISCHOFSKREUZ RIESLING EISWEIN 2012
mais se dão bem congeladas são Riesling e Vidal.
Heinz Pfaffamann, Pfalz, Alemanha (Weinkeller R$
Os Icewines naturais requerem uma temperatura 989). Branco doce raro elaborado exclusivamente
severa. Por lei, no mínimo -8°C no Canadá, -7°C a partir de uvas Riesling congeladas. Do meticuloso
na Alemanha. Essas temperaturas precisam ocor- processo, resulta um néctar que mostra um
rer algum tempo depois as uvas amadurecem, o equilíbrio entre acidez (8,3 g/l) e doçura (212 g/l de
que signiica que as uvas podem icar na videira açúcar) encontrado somente nos grandes vinhos
doces. Complexo no nariz, apresenta aromas de
durante vários meses após a colheita normal. Se
maçãs e laranjas em compota seguidos de notas de
o congelamento não for rápido o suiciente, as erva cidreira e pêssego. Vibrante e denso, tem final
uvas podem apodrecer. Se for muito severo, ne- longo e persistente, com notas cítricas, minerais e de
nhum mosto poderá ser extraído. mel. Álcool 8,5%. EM
Banyuls
Muitas vezes chamado de “o Porto francês”, o ser armazenados em grandes barris de carvalho
vinho fortiicado da região de Banyuls-sur-Mer – ou em garrafas chamadas bonbonnes, que ex-
uma comuna no sudoeste da França, perto dos põem o vinho à luz do sol, permitindo que ele
Pireneus, na divisa com a Espanha – costuma “madeirize” – uma técnica de aquecimento e oxi-
passar despercebido por muitos enóilos. Mas, dação do vinho.
quem conhece airma que não há harmoniza-
ção melhor para chocolate (especialmente meio AD 91 pontos
M. CHAPOUTIER BANYULS 2013
amargo), superando os Portos nesse quesito. O
M. Chapoutier, Languedoc-Roussillon, França
Banyuls é feito com base (no mínimo 50%) de (Mistral US$ 59). Tinto fortificado doce composto
Grenache, uma das uvas típicas do Roussillon. de 90% Grenache e o restante de outras variedades
É um vinho feito na região desde o século XIII, autorizadas, com estágio parcial em barricas de
graças a Arnaud de Villeneuve, conhecido por carvalho entre 16 e 20 meses. Mostra aromas
descobrir o processo de mutage, um método se- de frutas vermelhas e negras em compota
acompanhados de notas florais, de frutos secos e
melhante ao utilizado nos Vinhos do Porto onde
de especiarias doces, que se confirmam na boca.
a fermentação é interrompida pela adição de ál- Untuoso e encorpado, tem bom equilíbrio entre
cool ao mosto enquanto há presença de um teor acidez e doçura, gostosa textura e final cheio e
elevado de açúcar. Assim, o vinho foi apelidado persistente, com toques de baunilha, de cacau e de
de vin doux naturel. Os vinhos costumam ainda coco. Álcool 17%. EM

50 ADEGA >> Edição 152


Jerez Pedro Ximénez
São diversos os tipos de Jerez, que vão dos ex-
tremamente secos até os intensamente doces.
Os PX, como muitas vezes são chamados, icam
no topo dos tipos doces. Os vinhos de Jerez cos-
tumam ter por base a uva Palomino, mas, a Pe-
dro Ximénez também é usada. A teoria sobre o
nome da variedade diz que um soldado espanhol
Recioto della Valpolicella chamado Pedro Ximen, ou então um cardeal ca-
Hoje o grande vinho de Valpolicella é o Amarone, mas, muito antes tólico chamado Ximenès, teria levado a uva da
de os primeiros Amarones surgirem (no início do século XX), o gran- Alemanha (onde ela teria chegado depois de vir
de vinho da região era o Recioto, dito pai do Amarone. O Recioto das Ilhas Canárias) para Málaga por volta do sé-
é feito com uvas passiicadas. O processo de secagem, geralmente culo XVII. No entanto, estudos mostram que ela
com as uvas colocadas em prateleiras de junco em um andaime es- provavelmente se originou na própria Península
pecial que as sustenta, dura de 100 a 200 dias após a colheita. As uvas Ibérica. Para produzir o Jerez PX, depois de co-
usadas para fazer Recioto vêm das variedades Corvina, Rondinella e lhidas, as uvas são expostas ao sol para que resse-
Corvinone. Apenas os cachos mais esparsos (os “recie”, que no dia- quem. A concentração de açúcares no vinho é
leto de Verona signiica “orelhas”, ou seja, icariam nas pontas das tão grande que o resultado é um líquido quase
vinhas) e maduros são destinados à produção de Recioto. O mosto negro com textura de xarope. No entanto, a Pe-
dessas uvas é fermentado apenas parcialmente para que mantenha dro Ximénez produz outros vinhos PX que não
um alto grau de açúcar residual – para o Amarone, a fermentação é são Jerez, mas têm estilo parecido, na região de
continuada até que os açúcares sejam consumidos. O nome Recio- Montilla-Moriles, onde está a maior parte de seu
to origina-se de “recie”, palavra cujo signiicado em latim é cultivo na Espanha.
cacho. Uma versão, porém, diz que, na época do Império
Romano, ele teria sido chamado de Retico e teria sido apre- 94 pontos
BODEGAS TRADICIÓN
ciado pelo imperador Augusto.
PEDRO XIMENEZ 20 YEARS OLD
Bodegas Tradición, Jerez, Espanha
AD 93 pontos
(Viníssimo R$ 647). Branco fortificado
TOMMASO BUSSOLA RECIOTO
doce elaborado a partir de Pedro Ximénez,
DELLA VALPOLICELLA CLASSICO 2005
com envelhecimento certificado - V.O.S. no
Tommaso Bussola, Vêneto, Itália (Sem importador no
rótulo - de no mínimo 20 anos em barricas
Brasil). Tinto doce composto de Corvina, Corvinone,
de 600 litros (botas). Já impressiona no
Rondinella, Molinara, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon,
visual e na textura, mais parecendo um
Merlot e outras variedades que passam por um longo e
xarope de tão concentrado. Os aromas
cuidadoso processo natural de desidratação, com posterior
são complexos e cativantes, indo desde o
amadurecimento em carvalho. Mostra aromas complexos
figo seco até notas especiadas, herbáceas
de frutas vermelhas e negras em compota, bem como
e minerais. No palato, é quase oleoso, de
notas florais, minerais e de especiarias doces. Estruturado
tanto volume e concentração. Apesar da
e untuoso, tem ótimo volume de boca, acidez marcante,
doçura extrema, é equilibrado, persistente
taninos finos e final longo e cheio, com toques de frutos secos
e muito longo, com certo frescor e
e de chocolate amargo. EM
mineralidade. Álcool 15,5%. EM
Auslese
A classiicação de vinhos da Alemanha não é ses. Os melhores vinhos dessa classiicação, tanto
muito simples de entender. Ela leva em con- alemães quanto austríacos, costumam apresen-
ta fatores como “peso do mosto”, por exemplo. tar uma doçura delicada combinada com uma
Mas quem não quer entrar em detalhes técnicos acidez cortante que o torna leve, quase etéreo.
e apreciar um excelente vinho doce – feito com Ainda é possível encontrar Auslese versões secas,
a variedade Riesling – pode optar pela classii- mas elas são cada vez menos comuns e tendem a
cação Auslese. O termo quer dizer “seleção”. ser acrescidas do termo trocken.
Ele seria “superior” ao Spätlese (que signiica
“colheita tardia”). Ou seja, o Auslese é uma sele- AD 93 pontos
HEYMANN LÖWENSTEIN
ção de cachos especíicos geralmente já atacados
WINNINGEN RÖTTGEN RIESLING AUSLESE 2005
levemente pela podridão nobre. Essa classiica- Heymann Löwenstein, Mosel, Alemanha (Mistral
ção estaria “abaixo” de Beerenauslese (seleção US$ 93) Branco doce, de baixa produção, elaborado
de bagos) e Trockenbeerenauslese (seleção de exclusivamente a partir de uvas Riesling advindas
bagos secos), cujas produções tendem a ser ex- de vinhedos antigos, localizados em solo de puro
tremamente limitadas. Os Auslese, por sua vez, xisto no Baixo Mosel. Apresenta aromas complexos
de frutas cítricas, notas minerais, florais e toques
são um pouco mais comuns. Vale lembrar que
de mel. No palato, é untuoso, frutado, de perfeito
a Áustria também tem classiicação semelhante, equilíbrio entre açúcar e acidez. Tem final muito
com requerimentos similares, e excelentes Ausle- longo e complexo. Álcool 8%. EM

52 ADEGA >> Edição 152


Sauternes
Falar de Sauternes sem citar o Château d’Yquem é
quase impossível. Sim, essa é a grande referência des-
sa região de Bordeaux, na França, e o sonho de con-
sumo de milhares de enóilos. Mas lá não há apenas
Yquem e sim uma grande diversidade de produtores
que criam vinhos brancos doces inigualáveis. Eles
são feitos com as variedades Sémillon, Muscadelle
e Sauvignon Blanc, e o clima local favorece o surgi-
mento do fungo Botrytis cinerea, ou seja, a podridão
nobre – assim como ocorre em Tokaji – quando as
uvas estão no im do período de maturação. Apesar Moscato d’Asti
de frequente, há anos em que o fungo não se desen- Difícil não apreciar os delicados aromas, o leve dulçor e a acidez
volve e os produtores tendem a fazer vinhos bran- gostosa desse estilo de vinho frisante piemontês. Os vinhos Mosca-
cos secos, mas com uma denominação de Bordeaux to d’Asti são feitos a partir de Moscato Bianco, cultivada em áreas
genérica. Mas, quando as condições são favoráveis, em torno da cidade de Asti, bem como nas províncias vizinhas de
os vinhos de Sauternes são inesquecíveis, com seus Alessandria e Cuneo, na região de Piemonte, na Itália. As uvas são
relexos dourados, sua doçura sutil, sua acidez sabo- colhidas e o mosto é refrigerado em tanques de aço inox a tempe-
rosa, dando um equilíbrio ímpar. Não à toa, o princi- raturas baixas, próximas do congelamento. Após um período, ele é
pal vinho da região já tenha sido chamado de fermentado em tanques fechados para armazenar o dióxido de
“luz engarrafada”. carbono. A fermentação é interrompida por resfriamento até
que se atinja o nível de doçura desejado. O vinho não passa
AD 95 pontos por uma segunda fermentação e é mantido no tanque até o
CHÂTEAU D’YQUEM 1995
engarrafamento. Acredita-se que os primeiros Moscato d’Asti
Château d’Yquem, Bordeaux, França (Clarets
- sob encomenda). Branco doce composto de
tenham sido produzidos por volta de 1870. Os produtores
uvas 80% Sauvignon Blanc e 20% Sémillon faziam esse estilo frisante para consumo próprio, pois, com
atingidas pela podridão nobre, com fermentação baixo teor alcoólico, ele poderia ser bebido no almoço sem
e estágio de 42 meses em barricas novas de atrapalhar o restante da jornada de trabalho.
carvalho francês. Impressiona pela exuberância
e complexidade aromática. Mostra cítricos em AD 90 pontos
compota acompanhados de notas florais, de PRUNOTTO MOSCATO D’ASTI 2016
marmelo, de especiarias doces e de cera de Prunotto, Piemonte, Itália (Winebrands R$ 132). Branco
abelha, além de toques clássicos de botrytis. doce elaborado exclusivamente a partir de Moscato Bianco
Boca rica, untuosa e cremosa, com ótimo di Canelli, sem passagem por madeira. De ótima tipicidade,
equilíbrio entre acidez, doçura e fruta. Tem final mostra notas florais e de ervas frescas envolvendo os aromas
longo, cheio e profundo, com toques minerais. de frutas cítricas e brancas maduras. Leve e refrescante,
Um adolescente começando a mostrar todas as tem bom equilíbrio entre acidez e doçura e final cativante e
suas virtudes. Álcool 12,5%. EM agradável, com toques de limão e de mel. Álcool 5%. EM

54 ADEGA >> Edição 152


Aprecie com moderação

CINQUENTA
ANOS EM
UM CÁLICE

1962 1963 1964 1965 1966


19667 1968 1969 1970 1971 1972
19733 1974 1975 1976 1977 1978
1979 9 1980 1981 1982 1983 1984
1985 5 1986 1987 1988 1989 1990
1991 1992 1993 1994 1995 1996
97 1998 1999 2000 2001
199
2002
2 2003 2004 2005
2006 2007 2008 2009
2010 2011 2012

www.cantinesanmarzano.com

Importadas exclusivamente
pela Grand Cru
www.grandcru.com.br
Vinho do Porto Tawny
Os Vinhos do Porto certamente são os vinhos
de sobremesa mais conhecidos pelos enóilos
brasileiros. Não há quem não tenha tido um
avô ou tio que, após toda refeição, ia no fun-
do do armário e, de lá, resgatava uma garrafa
de Porto, bebia um cálice e ia fazer uma sesta.
Apesar de todos serem fortiicados, não há ape-
nas um estilo de Vinho do Porto, há os Ruby
(nome dado devido à cor avermelhada) e os
Tawny (de cor acastanhada). Estes últimos são
feitos com blends de vinhos envelhecidos em
cascos ou tonéis. Os aromas costumam exaltar
Moscatel de Setúbal frutos secos e o paladar, ser muito rico. Alguns
Se o Douro é conhecido pelo Vinho do Porto, certamente o vinho são selecionados para um envelhecimento mais
português mais famoso do mundo, não podemos nos esquecer que em longo em pipas de madeira. Os mais celebrados
Portugal, há outro vinho de sobremesa com rica história: o Moscatel de são os Tawny com indicação de idade como 10
Setúbal. Diz-se que sua fama remonta aos temos de Dom Dinis, rei de anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos (números que
Portugal nos séculos XII e XIV. Posteriormente, Dom Manuel também indicam a média de idade de envelhecimento
teria sido um apreciador. Assim como o Porto, esse vinho teria dos vinhos) e os Colheita (que são de
sido apreciado na corte inglesa no século XIV, com encomendas uma única safra). A exposição gradual
do rei Ricardo II. Mais tarde, a corte francesa de Luís XIV, o “Rei ao oxigênio concentra e intensiica os
Sol”, também desfrutaria do Moscatel de Setúbal. Os Mosca- aromas e sabores, resultando em tons
téis de Setúbal só podem sair ao mercado a partir de 2 anos mais complexos, como mel, especiarias,
de idade. Para a categoria Superior, o mínimo é cinco anos avelãs e baunilha, por exemplo.
e, além disso, o vinho precisa ter qualidade aprovada por uma
comissão de provadores. Há ainda as indicações 10 anos, 20 AD 94 pontos
TAYLOR’S 40 YEARS OLD TAWNY PORT
anos, 30 anos e “Mais de 40 anos”, com os vinhos que origina-
Taylor’s, Douro, Portugal (Qualimpor
ram o blend tendo, no mínimo, essa idade. R$ 1.661). Mostra notas mais
pronunciadas de frutos secos e de
95 pontos figos, apresentando toque medicinal e
DOMINGO SOARES FRANCO MOSCATEL ROXO 20 ANOS herbáceo muito agradáveis. Tem acidez
José Maria da Fonseca, Península de Setúbal, Portugal vibrante, muito equilibrado, cheio de
(Decanter - Não disponível). Branco fortificado doce elaborado volume, chamando atenção pela textura,
exclusivamente a partir de Moscatel Roxo. Vinho de meditação, ganhado em concentração, precisão
que mostra perfeito equilíbrio entre acidez e doçura. Cítrico e e elegância, com final complexo
intenso, tem ótimo volume e final longo, quase interminável, com lembrando melado, frutas cítricas e
toques de mel, tâmaras, iodo e frutos secos. Álcool 18%. EM amêndoas. Álcool 20%. EM

56 ADEGA >> Edição 152


DE S C U BRA OS MI TOS E VE RD ADE S
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Gerações de valores
familiares em cada garrafa
Hoje, duas gerações da família supervisionam as operações
e a gestão da empresa, mantendo 100% da propriedade

nome para mostrar seu compromisso e sua Os vinhos LFE foram reconhecidos

E
m 1976, um jovem empresário e
sua esposa se apaixonaram por uma aprovação em cada vinho engarrafado. em todo o mundo em algumas das
propriedade encantadora localizada Ao longo dos anos, ele se reuniu com os mais prestigiadas competições, com
no Vale de Colchagua, no Chile. Os principais especialistas do setor, aumentou o maior reconhecimento sendo os
60 hectares de vinhedos plantados, a os plantios de vinhedos, modernizou e títulos de “Melhor Produtor do Novo
vinícola boutique e a impressionante casa expandiu a vinícola. O primeiro vinho Mundo” do Sommelier Wine Awards
da fazenda em seu próprio vale em LFE foi lançado no mercado em 1995, 2016 e “Melhor Produtor Chileno”
forma de ferradura cercado pelo sopé da um Cabernet Sauvignon, que ainda hoje do Berliner Wein Trophy (2018),
+WZLQTPMQZI LW[ )VLM[ NWZIU []ÅKQMV\M[ pode ser bebido muito bem, uma prova da San Francisco Internacional Wine
para convencê-los a embarcar em um qualidade desde o primeiro dia. Competition (2017), International
novo empreendimento. Este jovem, Hoje, duas gerações da família Wine and Spirits Competition (2012)
Luis Felipe Edwards, dedicou os anos supervisionam as operações e a gestão e AWC Viena de forma consecutiva
seguintes à construção do que hoje é uma da empresa, mantendo 100% da (2012, 2013, 2014, 2016).
das vinícolas mais respeitadas do Chile propriedade, e assegurando que os valores
e mundialmente premiada, a Viña Luis de sua família e o compromisso com a
Felipe Edwards. Ela foi planejada com qualidade sejam sinônimos da marca. O
base na produção de vinhos da mais alta senhor Luis Felipe Edwards ainda está
qualidade, com uma relação qualidade- ativamente envolvido, juntamente com
preço imbatível, e ele usou seu próprio KQVKWLM[M][ÅTPW[MLWQ[LM[M][OMVZW[
PUBLIADEGA

Cerro

Elevando
a qualidade
Ao longo dos anos, Luis Felipe Edwards vinhos testados ao longo do tempo. É o consultores do setor, exclusivamente para
investiu fortemente para garantir equilíbrio dos dois que dá aos vinhos da a LFE no Chile. Matt Thomson famoso
a qualidade de seus vinhos para as LFE a sua personalidade. Liderando a por Saint Clair e vencedor do prêmio
próximas gerações. Na verdade, MY]QXM LM ^QVQÅKItrW M[\n W OMVZW LM 4]Q[ White Winemaker of the Year da IWSC
o slogan da vinícola é “Elevating Felipe, Nicolas Bizzarri, como Diretor International presta consultoria em
Quality” (Elevando qualidade), um de Enologia. Ele traz a experiência de todos os vinhos brancos e Pinot Noir.
reconhecimento ao compromisso de algumas das vinícolas mais respeitadas do Phillipe Melka que recebeu diversos
crescer e melhorar constantemente. planeta e é o primeiro chileno graduado 100 pontos da The Wine Advocate e
) NIUyTQI IKZMLQ\I ÅZUMUMV\M Y]M em enologia em Roseworthy, na Austrália, foi considerado um dos nove melhores
os melhores vinhos começam com os uma das principais universidades de consultores de vinho do mundo por
cuidados nos vinhedos e investiram enologia do mundo. Robert Parker juntou-se recentemente
muito na compra de propriedades nos Juntamente com Nicolas e sua equipe, à LFE para dar consultoria nos tintos de
principais vales do Chile Colchagua, trabalham dois dos mais renomados maior prestígio da vinícola.
Costa de Colchagua, Leyda e Maule
totalizando mais de 3.000 hectares.
Cada propriedade foi plantada com
\ZMTQtI[ M XWZ\IMV`MZ\W[ M[XMKyÅKW[
para as suas condições, supervisionada
por especialistas altamente respeitados,
produzindo a expressão perfeita do
terroir em cada uva.
Além de expandir as propriedades da
empresa, Luis Felipe Edwards focou em
garantir que a vinícola e suas instalações
fossem feitas de acordo com padrões
mundiais, utilizando tecnologia de ponta,
sendo, muitas vezes, um dos primeiros
vinhedos no Chile a implementá-las
Luis Felipe Edwards sempre foi uma das
vinícolas mais inovadoras, o que resultou
na alta qualidade e no valor que se
espera da marca.
A LFE se preocupa em misturar
inovações tecnológicas que têm
mostrado excelentes resultados com
processos tradicionais de produção de
Enologia e clone e porta-enxertos a cada parcela da A GAMA DE VINHOS
viticultura extremas vinha, plantando com um elevado grau O portfólio da Luis Felipe Edwards
de sensibilidade ambiental, conservando a apresenta as linhas Classic, Reserva
LFE900 – VINHEDOS
vegetação nativa. As temperaturas a esta e Gran Reserva, com uma gama de
EM ALTITUDE EXTREMA
altitude são, em média, 3oC mais frias do varietais em cada uma, feitos para
EM COLCHAGUA
que na parte baixa do vale, permitindo um mostrar a tipicidade de cada uva e a
Ficou claro há algum tempo que os
período de maturação mais longo, o que singularidades do terroir chileno.
tintos de melhor qualidade da LFE eram
resulta em sabores concentrados de fruta Os vinhos top da Luis Felipe
produzidos a partir dos vinhedos em
fresca e taninos sedosos e elegantes. Edwards incluem Marea Valle de
socalcos na encosta de sua propriedade
As variedades plantadas incluem Leyda, uma linha premium de vinhos
em Colchagua. Reconhecendo o potencial
Cabernet Sauvignon, Syrah, Carménère, frescos e costeiros do Vale Leyda;
de criar algo único e extraordinário, Luis
Merlot, Malbec, Petite Sirah, Mourvèdre, CIEN Carignan, um Carignan
Felipe Edwards decidiu empreender
Petit Verdot, Tempranillo e Grenache. de vinhas velhas não irrigadas de
um projeto diferente de qualquer outro
Todo o trabalho deve ser feito à mão nas Cauquenes, Vale do Maule; LFE900
no Chile, e possivelmente no mundo,
encostas íngremes deste vinhedo, colhendo Single Vineyard Blend e Malbec dos
plantando 134 hectares de vinhedos no
em parcelas e entregando diretamente em exclusivos vinhedos de altitude em
topo das montanhas de sua propriedade,
caminhões “unimog”, da época da guerra, Colchagua; e um vinho ícone, Doña
em altitudes acima da linha de nuvens,
para uma vinícola exclusiva, preparada Bernarda, batizado em homenagem à
atingindo 900 metros acima do nível do
apenas para essas uvas. Pequenos tanques matriarca da família.
mar, os mais altos vinhedos do vale. Este
[rW ][ILW[ XIZI I ^QVQÅKItrW XIZI
arrojado projeto de vinhedos foi concluído
permitir a distinção de parcelas até que O FUTURO
com a ajuda de especialistas de todo o
os enólogos criem seus blends. O LFE900 Nos últimos 16 anos, Luis Felipe
mundo, com um mapeamento cuidadoso
Single Vineyard Blend, o Malbec e o vinho Edwards cresceu de 20 mercados
do solo para ajustar cada variedade,
ícone da vinícola, Doña Bernarda, são para mais de 100 em todo o mundo,
feitos com uvas destas parcelas. Também um aumento que a família planejou
são produzidos varietais de Tempranillo, sustentar com a intensa aquisição de
Mourvèdre e Grenache, pois os vinhos propriedades em excelentes terroirs e
resultantes mostraram excelente qualidade. plantação de vinhedos utilizando os
mais recentes métodos e porta-enxertos
VALE DE LEYDA – um compromisso para garantir a
LITORAL EXTREMO qualidade e valores dos vinhos LFE.
O vale de Leyda tornou-se um dos vales mais Sem dúvida, esta família de visão de
conhecidos do Chile, reconhecido como a futuro mantém a força em seus valores
principal zona de clima frio, produzindo e, nos próximos anos, isso será revelado
alguns dos melhores Sauvignon Blanc e através de seus grandes vinhos.
Pinot Noirs do Chile. A LFE tem uma das
maiores propriedades da região e uma das
mais próximas do litoral, a apenas 7 km de
LQ[\pVKQI ) QVÆ]wVKQI LW 7KMIVW 8IKyÅKW
pode ser sentida nos aromas frescos e, os
solos graníticos, na mineralidade, da linha
de vinhos Marea Valle de Leyda linha da
LFE de single vineyards de Sauvignon Blanc,
Chardonnay, Pinot Noir e Syrah.
PUBLIADEGA
ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO

62 ADEGA >> Edição 152


Quais os segredos dos vinh
hos fe
eitos com tura de safrass?

A
ssemblage vem do termo francês para outro em termos de volume de colheita, maturi-
assembler, que signiica união, reu- dade (anos quentes, anos frios ou austeros), estado de
nião, chamamento, convocação. A saúde também... E diferenças muito signiicativas na
assemblage, portanto, seria a fusão colheita são muito importantes em termos de peril
de elementos diversos para formar do vinho. Assim, o elemento essencial é desenvolver
um todo homogêneo. No mundo do vinho, isso é os meios para perpetuar a qualidade, bem como o
algo corriqueiro, é o blend ou a mistura. ‘estilo de casa’ de cada safra. Para isso, a palavra-cha-
É fácil nos depararmos com vinhos feitos ve é: assemblage. E aqui fazemos misturas de castas,
de blends. Os mais famosos provavelmente são terroirs e safras, tendo o cuidado de separar algo dos
os bordaleses, uma típica mistura de variedades anos bons que será usado como suplemento que será
como Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet benéico em anos de diiculdades climáticas que pre-
Franc, Petit Verdot etc. Outros célebres são os judicam a qualidade. Esta ‘reserva qualitativa’ é, por-
blends do Rhône, com seus Syrah, Grenache, tanto, da maior importância”, explica Michel Daves-
Marsanne, Roussanne etc. Ou ainda os blends ne, chef de cave da casa de Champagne Deutz.
com vinhas velhas do Douro, por exemplo. Ou seja, no fundo, assim como misturar va-
Essa mistura de castas para formar um único riedades é uma forma de garantir a qualidade,
vinho é algo frequente em diversas regiões do pla- a mistura de safras também. No caso, contudo,
neta. Aliás, ela certamente é mais comum do que vai-se um pouco além da qualidade, e, como
os vinhos ditos varietais. Historicamente, os produ- Davesne deixou claro, o primordial é a manu-
tores sempre mesclaram uvas (inclusive no próprio tenção de um estilo que só seria garantido com
vinhedo, o chamado ield blend) para poderem ter essa mescla de diferentes anos. Ainda falando so-
um melhor aproveitamento. A ideia sempre foi que bre Champagne, Benoît Gouez, chef de cave da
uma cepa poderia compensar outra que não tivesse Moët & Chandon, aponta: “Em Champagne, os
um resultado tão bom em determinado ano. anos não são todos iguais e alguns, na verdade,
Ou seja, o conceito por trás desse tipo de blend não são suicientes [em termos de produção] por
é facilmente entendido. Mas essa não é a única conta própria. A assemblage de vinhos de várias
mistura possível de ser feita. Além das castas, tam- colheitas permite mais equilíbrio e consistência”.
bém pode-se misturar vinhos de mais de uma safra Mas não é somente em Champagne que esse
para compor. Sim, os multivintage são habituais conceito da manutenção do estilo se aplica. Gon-
em regiões como Champagne e no Vinho do Por- zalo Iturriaga de Juan, enólogo de Vega-Sicilia,
to, por exemplo, mas há produtores que fazem tin- na Espanha, parte do mesmo pressuposto para
tos e brancos também com uma mistura de safras. criar o “Reserva Especial”. “É uma ilosoia em
Por que então mesclar diferentes anos? que tentamos manter o estilo do vinho ano após
ano. Provavelmente entre todos os nossos vinhos,
Reserva qualitativa o ‘Reserva Especial’ seja o mais ‘vega-siciliano’ e
“Champagne é um vinhedo setentrional onde po- para que seja feito, é preciso: intuição para saber
demos observar diferenças signiicativas de um ano quais safras vão se encaixar bem, paciência para

Edição 152 >> ADEGA 63


após milhares de provas”. Davesne tem opinião
semelhante: “Dados os gracejos da natureza, não
há ‘receita’. Não há nada que seja um verdadeiro
segredo. Todos os anos deixamos uma folha em
branco para fazer o nosso ‘Deutz Brut Classic’ a
partir dos vinhos do ano e os diferentes ‘vinhos
de reserva’ à nossa disposição e com todas as suas
características próprias. Assim, o recurso da mes-
cla de millésimes é, como ocorre com as mesclas
varietais, brincar um pouco com as sinergias ofe-
recidas pelos componentes e fazer dessa soma de
1 + 1 + 1 muito mais que 3”.
Seu colega, Gouez, também cita a matemática
para tentar explicar o blend: “O segredo é montar
vinhos complementares e que o resultado seja maior
que a soma simples dos componentes, 1 + 1 = 3!”.
O chef de cave da Moët & Chandon conta como
suas mesclas são feitas: “Nós geralmente guardamos
vinhos de três safras consecutivas. Deve-se ter cuida-
do para garantir que eles tenham potencial de enve-
lhecimento suiciente e não os fatigar, limitando os
movimentos e a retomada do oxigênio. Mantemos
nossos vinhos de reserva em tanques de aço inoxidá-
vel, cheios e com temperatura controlada”.
Já Davesne revela que seus vinhos de reserva
são mantidos basicamente por um ano. “Às ve-
zes, dois anos. Três anos: será muito excepcional,
Em ver como elas vão se misturando e determinação,
pois ao longo do caminho pode ser que todo o
porque, para o estilo de ‘Deutz Brut Classic’, é
preciso manter frutas e frescor no assemblage. É
Champagne, trabalho vá por água abaixo”, comenta. também por isso que esses preciosos vinhos são
o blend de Carlos Agrellos, enólogo da Quinta do Noval, mantidos em cubas de inox termorreguladas. De-
safras serve também foca na manutenção do estilo. “Nas ca-
tegorias especiais de Tawnys, como 10, 20, 30 e
vemos manter vinhos com estrutura e uma certa
acidez para garantir um bom desempenho ao
para criar 40 anos, os vinhos podem legalmente ser feitos longo do tempo. Também é desejável manter os
o que os com vinhos de outras safras que, quando mistu- vinhos com características variadas, a im de cor-
rados, darão essa idade. No entanto, a Quinta do rigir certos aspectos de futuras mesclas”, explica.
produtores Noval procura sempre ter maior percentagem da
chamam idade precisa nos seus vinhos. A razão para fazer Diferentes iguais
de “estilo esses blends tem a ver com o acerto de cor, estru-
tura e peril aromático. Nos vinhos secos DOC
Percebe-se então claramente que manter safras
diferentes tem a função de agregar características
único” das Douro, o mesmo processo é possível até ao má- diferentes ao vinho. “No nosso caso, costumamos
casas ximo de 15% de uma outra safra para atingir o trabalhar com três anos diferentes, em que os mais
mesmo im acima descrito”, garante. antigos costumam aportar a complexidade e pro-
fundidade, outro vai ser o esqueleto do vinho, e o
O segredo da mescla último aporta frescor e nervo. A porcentagem de
Mas como fazer um blend de safras funcionar? cada safra varia muito e isso é o que faz com que
Para Agrellos, não há segredos “a não ser muitos nosso trabalho seja o mais apaixonante do mundo”,
anos de prática na sala de provas. Isso se aprende conta Gonzalo Iturriaga de Juan, da Vega-Sicilia.

64 ADEGA >> Edição 152


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ele permanece outros quatro anos em cave antes
de ir ao mercado. Um processo longo, complexo,
mas incrível”, garante o enólogo espanhol.
Carlos Agrellos revela ainda que essa soma-
tória de safras é benéica, especialmente no
caso dos Porto Tawny. “Os vinhos multivintage
ganham em complexidade com a adição de ou-
tros que contribuem para isso. É preciso muito
cuidado nessa mescla. Por isso faz-se provas re-
gulares de todos os vinhos em estoque bem como
o acompanhamento analítico dos mesmos. As
safras antigas poderão ter que ser, de tempos em
tempos, refrescadas com um vinho mais novo
para lhe conferir capacidade de guarda. As quan-
tidades utilizadas são muito pequenas de modo
a não interferir na personalidade do vinho. No
entanto, quando o vinho de base para um deter-
minado vinho foi bom, essas intervenções podem
sequer existir”, aponta.

Vantagens e desvantagens
Segundo Agrellos, o “único” problema da mescla
de safra é o blend não icar bom. “A vantagem
é alcançar um equilíbrio mais completo, mais
complexidade e consistência. A desvantagem
é que você tem que ter muito cuidado ao sele-
cionar vinhos de reserva e que você deve ter os
meios técnicos e inanceiros para manter grandes
quantidades desses vinhos”, aponta Gouez.
“O conceito de ‘vintage’ não é um fator um
pouco ‘limitante’ ou ‘inibidor’ para um ‘enólogo-
-criador’?”, questiona Davesne. Ele acredita que
a consistência dos “Non Vintage” seja o melhor
critério para julgar a seriedade de um produtor de
Champagne. Assim como Gouez, ele lembra o
quão custoso é manter estoques em equipamentos
Um “equívoco” “O processo de construção de um ‘Reserva adaptados (com regulação de temperatura), mas
no blend Especial’ dura vários anos. Uma primeira parte
em que os vinhos vão ser amadurecidos como
garante que todo produtor “sério” se ia nisso.
“Para mim, a grande vantagem desse tipo de
pode arruinar se fossem ‘Único’ e uma segunda em que vamos vinho é, sem dúvida, a complexidade, a sedosi-
o vinho não mesclando elementos distintos. Essas misturas dade e a sensualidade, e saber que a cada ano
são feitas em tonéis de madeira de grande capaci- tem o mesmo estilo. A grande desvantagem é que
somente de dade para que a evolução dos vinhos seja da for- alguns deles icam pelo caminho”, lamenta Gon-
uma safra, mas ma mais suave possível. Primeiramente são mes- zalo Iturriaga de Juan. Ou seja, a concepção de
de várias cladas duas safras e vemos como elas se integram
pelo menos durante um ano. Depois é incorpo-
um blend de safras é tão ou mais trabalhosa que
um blend de variedades. Aqui, uma decisão equi-
rada outra safra, mais nova, e novamente se deixa vocada pode matar o vinho não somente de um
um ano para integração. Uma vez engarrafado, ano, mas de vários ao mesmo tempo.

66 ADEGA >> Edição 152


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ENOTURISMO | p o r ARNALDO GRIZZO

68 ADEGA >> Edição 152


Carne
e vinho
Preparamos dicas enogastronômicas
rápidas para quem vai para
Montevidéu e Punta del Este

O
Uruguai tem cada vez mais cha-
mado a atenção dos turistas bra-
sileiros. Atualmente, não tanto
pelo antigo glamour do balneário
de Punta del Este, mas pela facili-
dade de acesso e pela boa acolhida dos uruguaios.
Além disso, vem ganhando muita força o enotu-
rismo. Cada vez mais as vinícolas estão investindo
em receber os turistas e sua proximidade dos gran-
des centros ajuda muito.
De Montevidéu até Punta del Este são cerca
de duas horas de carro e há diversas atrações pelo
caminho. ADEGA resolveu então fazer uma pe-
quena lista com dicas de lugares que você deve
visitar caso esteja planejando alguns dias de férias
pelo Uruguai. Conira.

Edição 152 >> ADEGA 69


É possível comer
ótimas carnes dentro
do Mercado del
Puerto

Montevidéu
Um dos locais para se visitar na capital uruguaia é
a Cidade Velha, mais especiicamente o Mercado
del Puerto. Assim como no mercado da Cantarei-
ra de São Paulo, além das bancas de frutas, carnes,
peixes e outras iguarias, há alguns restaurantes
muito bons. Passe pelo “assédio” dos vendedores
das barraquinhas e vá ao El Palenque, por exem-
plo. Sente-se no balcão e ique apreciando a parril-
la repleta dos mais variados cortes de carne, além
de vegetais e embutidos. Outra opção é o Cabaña
Verónica, com pratos de carne bem feitos e bem
servidos, como o carré de cordeiro. A carta de vi-
nhos, focada no Uruguai, é dividida por produtor.
www.mercadodelpuerto.com

Se você é fã de carne, vai se encantar com


duas outras opções. A primeira é o “escondido”
La Otra. A decoração é simples, mas as carnes
são espetaculares. Corta-se uma fraldinha com
o garfo de tão tenra. Tem uma carta de vinhos
interessante e os preços, tanto dos vinhos quan-
to dos pratos, são bastante acessíveis. Outra dica,
não muito distante do La Otra é o García, uma
tradicional casa de parrilla, inaugurada em 1967.
O baby beef e o rack de cordeiro premium são
pedidas obrigatórias. Mas lá não há só carnes,
como também pescados e massas.
www.laotraparrilla.com
www.garcia.com.uy

70 ADEGA >> Edição 152


La Cocina de Pedro e
Café Misterio (duas fotos
abaixo) são imperdíveis

Outras excelentes dicas gastronômicas de


Montevidéu são o La Cocina de Pedro. Com de-
coração descontraída e aconchegante, ele é um
misto de parrilla com frutos do mar e comida
típica uruguaia, um lugar gostoso de ir à noite,
com boa comida, carta de vinho interessante e
bons drinques. Vale experimentar a costeleta de
cordeiro com batatas e molho de mostarda an-
cienne. Outra boa experiência é o Café Misterio.
É um restaurante bem conhecido, com ótima
comida, indo do tradicional uruguaio até sushi.
O dono, Juan Pablo Clerici, costuma fazer inter-
câmbio com outros cozinheiros – Rodrigo Olivei-
ra e Alex Atala já cozinharam por lá. Tem ótimos
pescados e frutos do mar, além de uma excelente
carta de vinhos.
www.lacocinadepedro.com.uy
www.cafemisterio.com.uy

Edição 152 >> ADEGA 71


Awa Hotel (duas fotos
acima) é uma opção
intimista. Mía Bistrô, na
praia, e, o Capi, são boas
dicas de Punta

Punta del Este


Mesmo já não estando mais em sua época áu-
rea, o Conrad ainda é um dos bastiões de Punta
del Este. Mas é possível encontrar opções inte-
ressantes de estadia menos badaladas e nem por
isso menos charmosas, como o Awa Hotel, por
exemplo. Em Punta, deve-se desfrutar da orla
e do porto, com diversos restaurantes. Uma boa
alternativa é o Mía Bistrô, comida fusion com
pescados e sushis, um lugar descolado tanto para
o dia (é na praia) quanto durante a noite. Outra
dica interessante de Punta é o Capi Bar e Restau-
rante, uma espécie de cervejaria artesanal e misto
de bar, que ica no centro da cidade.
www.awahotel.com
www.miabistropuntadeleste.com
www.capibar.com.uy

72 ADEGA >> Edição 152


Bouza (as três fotos acima),
Artesana e H.Stagnari (à direita
abaixo) são opções de visitas

Vinícolas
São várias as boas opções de visitas a vinícolas
próximas tanto de Montevidéu quanto de Punta
del Este. Uma delas é a Bouza com seu ambiente
acolhedor, em que você é recebido pelos donos,
e seu restaurante imperdível. Apesar de ser neces-
sário fazer reserva, costuma ter disponibilidade.
Outra visita pode ser na Juanicó, uma das maio- com seus premiados Tannats. É um passeio mais
res e mais celebradas vinícolas do Uruguai. O exclusivo, também só feito mediante reservas. O
visual é impactante, especialmente no caminho local é maravilhoso e melhor ainda é a experiên-
que leva aos barris de fermentação. O restaurante cia premium com cardápio ligeiramente fusion
também oferece ótimos pratos. Agende sua visita, harmonizado com os rótulos de alta gama da
assim como na Bodega Artesana, que só recebe vinícola, por US$ 120 (no preço está incluso o
turistas com agendamento prévio. É uma viníco- transfer do hotel até a vinícola).
la pequena, porém muito charmosa, colada nos www.bodegabouza.com
vinhedos. A comida/experiência é excelente e www.juanico.com
o chef Diego manda muito bem com sua típica www.artesanawinery.com
comida uruguaia. Outra opção é a H.Stagnari, www.stagnari.com

Edição 152 >> ADEGA 73


Bodega Garzón (fotos da
esquerda) e Viña Edén
(fotos da direita)

Mais para os lados de Punta de Este está a im-


ponente Bodega Garzón, do bilionário Alejandro
Bulgheroni. Além do local espetacular, a viní-
cola conta com o restaurante de Francis Mall-
mann. Para quem quer exclusividade, pode se
hospedar no Pueblo Garzón, uma espécie de
hotel/pousada de luxo (somente quatro quartos)
de propriedade do chef. O lugar é uma peque-
na vila, perto da vinícola, ideal para quem quer
requinte e exclusividade. Também na região de
Punta ica a Viña Edén, que, assim como a Gar-
zón, impressiona por sua arquitetura. A vinícola
tem sócios brasileiros e a recepção é feita em por-
tuguês. O restaurante também é imperdível, com
sua empanada de carne de carneiro cozido por
oito horas, uma cesta de pães incrível, abóbora
com queijo de cabra, além do carré de cordeiro,
obviamente.
www.bodegagarzon.com/
www.vinaeden.com

74 ADEGA >> Edição 152


Vinhos avaliados

AD 92 pontos AD 92 pontos
BOUZA TANNAT SIN BARRICAS 2017 PISANO RPF PETIT VERDOT 2015
Bouza, Montevidéu, Uruguai (Decanter Pisano, Progreso, Uruguai (Mistral US$
R$ 135). Tinto elaborado exclusivamente 37). Tinto elaborado exclusivamente a
a partir de uvas Tannat cultivadas em partir de Petit Verdot, com estágio de seis
Melilla e Las Violetas, sem passagem meses em barricas de carvalho francês,
por madeira. Cheio de caráter, mostra 25% novas. Num estilo mais encorpado
taninos de ótima textura e vibrante e de fruta mais madura, com acidez
acidez, que envolvem sua fruta negra refrescante e taninos de boa textura
lembrando amoras e framboesas. Álcool trazendo equilíbrio ao conjunto. Tem final
14,5%. EM persistente e encantador, com toques
minerais e de ervas. Álcool 14%. EM
AD 92 pontos
EL PRECIADO 1ER GRAN RESERVA 2011 AD 93 pontos
Castillo Viejo, San José, Uruguai (La PIZZORNO EXCLUSIVE TANNAT 2016
Pastina R$ 294). Tinto composto de Pizzorno, Canelones, Uruguai (Grand
56% Tannat, 18% Cabernet Franc, 14% Cru - não disponível). Tinto elaborado
Cabernet Sauvignon, 7% Merlot e 5% exclusivamente a partir de Tannat, com
Tempranillo, com estágio em barricas de fermentação espontânea e posterior
carvalho 65% francês e 35% americano. estágio em barricas de carvalho francês. O
Potente e estruturado, prima pelo resultado é um vinho exuberante, cheio de
equilíbrio do conjunto. Os taninos de fruta negra acompanhada de notas florais
ótima textura e sua acidez refrescante e minerais, tudo envolto por refrescante
trazem sustentação a toda sua fruta acidez, taninos de ótima textura e final
negra madura. Um grande vinho, que profundo, com toques de tinta nanquim.
tem tudo para ficar ainda melhor nos Álcool 13,7%. EM
próximos 10 anos. Álcool 14%. EM
AD 92 pontos
AD 93 pontos VIÑA PROGRESO RESERVA TANNAT 2016
GARZÓN SINGLE VINEYARD ALBARIÑO 2017 Viña Progreso, Progreso, Uruguai (Vinci
Bodega Garzón, Maldonado, Uruguai US$ 29). Tinto elaborado exclusivamente
(World Wine R$ 178). Elaborado a partir de Tannat, com estágio entre nove
exclusivamente a partir de uvas Albariño e 12 meses em barricas novas e usadas
fermentadas em tanques de cimento, de carvalho. Cheio de tipicidade, esbanja
com estágio de 20% do vinho entre três ameixas e amoras acompanhadas de notas
e seis meses em foudres de carvalho florais, terrosas e especiarias doces, além
francês. Sempre consistente, está de toques de cascas de cítricos. Muito
entre os melhores brancos dessa cepa frutado, tem taninos de ótima textura,
produzidos em solo uruguaio. Repleto gostosa acidez e final persistente e cheio,
de tensão e de vivacidade, alia volume com traços de violeta e de grafite. Álcool
de boca e cremosidade, com refrescante 13,5%. EM
acidez e ótima textura, terminando com
toques salinos e de frutos cítricos. Álcool AD 93 pontos
14,5%. EM YSERN GRAN RESERVA TANNAT TANNAT 2016
Bodega Cerro Chapéu, Cerro Chapéu,
AD 91 pontos Uruguai (Vinhos do Mundo R$ 85). Blend
OMBÚ TANNAT 2015 de uvas Tannat cultivadas nas zonas de
Bracco Bosca, Canelones, Uruguai Canelones (Las Violetas) e Cerro Chapéu
(Domno R$ 87). Tinto elaborado (perto da fronteira brasileira), com estágio
exclusivamente a partir de Tannat, sem de 18 meses em barricas de carvalho
passagem por madeira. Suculento e francês e americano. Impressiona
carnudo, chama atenção pela fruta negra pelos taninos de excelente textura,
fresca e pulsante, acompanhada de que emolduram toda sua fruta negra e
notas florais, terrosas e de ervas secas. vermelha de perfil mais fresca. Austero
Tem taninos de ótima textura, gostosa e vertical, tem vibrante acidez e final
acidez e final persistente, confirmando o persistente, com toques terrosos. Álcool
nariz. Álcool 13,6%. EM 12,5%. EM

Edição 152 >> ADEGA 75


CURIOSIDADES | p o r ARNALDO GRIZZO

Reprodução de
pintura de “O último
baile do império”, de
Francisco Figueiredo

76 ADEGA >> Edição 152


Os vinhos
que marcaram o
fim do Império

Edição 152 >> ADEGA 77


É
muito provável que a manhã da sex-
ta-feira, 15 de novembro de 1889,
em um momento em que ele estava sendo mais
questionado.
Seis dias
não tenha sido tão comentada pela Até hoje, o baile é lembrado, mas, infelizmen- antes da
população do Rio de Janeiro quan- te para a monarquia, por ter dado ainda mais âni- proclamação
to a noite do sábado, 9 de novem-
bro, seis dias antes. Na sexta, um levante militar
mo aos republicanos e, segundo alguns historia-
dores, por ter sido a pá de cal do regime. Entre os
da república,
proclamou a república e, segundo historiadores questionamentos da população e principalmente a Ilha Fiscal
e mesmo os jornais da época, a população pouco dos partidários da república, estava o gasto exorbi- foi palco da
“se importou”. Já no sábado anterior, houve uma tante com a festa. O cardápio, guardado até hoje
intensa concentração de populares ao redor da no acervo da Biblioteca Nacional, dá uma ideia maior festa do
Ilha Fiscal, na Baia de Guanabara. da grandiosidade do evento e o menu de bebidas império
Naquele dia ocorreu um dos maiores eventos deixaria qualquer enóilo de queixo caído.
da monarquia brasileira, o famoso e fatídico Bai-
la da Ilha Fiscal, em homenagem aos oiciais do Recepção
navio chileno “Almirante Cochrane” e também O baile começou a ser planejado meses antes e
celebrando as bodas de prata da princesa Isabel e estava previsto para ocorrer em 19 de outubro.
do conde d’Eu. A vultuosa festa foi preparada por No entanto, a morte do rei de Portugal, sobri-
Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de nho de Dom Pedro II, fez com que fosse adiado.
Ouro Preto, presidente do conselho de ministros Vale dizer que a imprensa carioca já noticiava o
de Dom Pedro II. Mesmo sabendo que o monar- evento, muitos deles com escárnio, desde antes
ca era avesso às recepções e raramente promovia mesmo da distribuição dos convites (cerca de 2
festas e bailes (diz-se que o último grande evento mil) no início de novembro.
antes da Ilha Fiscal havia sido quase 40 anos an- A Confeitaria Paschoal foi responsável pelo car-
tes), a ideia de Ouro Preto era celebrar o Império dápio, que teria sido preparado por 40 cozinheiros

78 ADEGA >> Edição 152


O cardápio
completo do baile
em homenagem
aos oficiais do
navio chileno
“Almirante
Cochrane”
até militares de baixo escalão. A população mais
pobre efetivamente não teve acesso à festa, mas
ainda assim lotou balsas e pontos no entorno da
ilha para admirar as luzes do local, que contou
com uma iluminação nunca antes vista na capi-
tal brasileira da época.

Os principais Châteaux
A balburdia teria sido tão grande que a família real
decidiu ir embora antes mesmo de as sobreme-
sas serem servidas. Acredita-se que muito da falta
de compostura dos convidados deveu-se à grande
quantidade de bebidas ingerida. As contas não são
muito coniáveis, mas diz-se que mais de 300 caixas
de vinhos foram servidas (ou seja, pouco menos de
uma garrafa por pessoa) e mais de 10 mil litros de
cerveja (mais de 2 litros por convidado).
Mas, além de beber em profusão, os presentes
Dom Pedro e 50 ajudantes, e era composto de mais de 20 tipos puderam provar vinhos de qualidade. O menu ti-
de pratos diferentes e 12 opções de sobremesa, in- nha uma página dedicada somente aos fermenta-
II raramente cluindo 12 mil porções de sorvete de diversos sabo- dos com uma lista requintada (mantivemos a escri-
fazia res. Somente os vinhos tinham mais de 30 tipos à ta original do cardápio a seguir): Madère, Sherry,
recepções, o disposição dos convidados. Grec Blanc, Marsala, Haut Sauternes Château
A recepção começou às oito da noite com d’Yquem, Johannisberg Liebfraumilch, Marco-
último grande uma seleção de drinques e bebidas como Cog- brunner Auslese, Chablis, Moscato, Passito d’Asti,
evento nac e licores, mas também vinhos como Sherry Pontet Canet, Margaux, Château Laitte, Château
(Jerez), Madeira, Rhin (região da Alsácia), Mos- Léoville, Château Bécheret, Château Duplessis,
social de seu catel de Málaga e Moscato Bianco. Falerno, Lacrima Christi, Madère Rouge, Cham-
reinado havia Diz-se que a família imperial chegou à Ilha bertin-Pomard-Nuits-Romanée. A lista ainda con-
sido 40 anos Fiscal por volta das 22 horas, quando o baile tinha Portos: Vicomte Vellar y Ellen 1834, Vieux
teria tido início efetivamente, com os convida- Exposition, Extra Especial. E doces: Moscatel,
antes dos e penetras (acredita-se que mais de 4.500 Moscatel de Siracusa, Tokay, Constance, Mosel
pessoas estavam na festa naquele dia, o que Mousseux, Lacrima Christi Mousseux. E, por im,
signiica que, para cada dois convidados houve Champagne: Clicquot, Heidsièch Monopol, Heid-
outro que entrou de bicão) dançando no salão. sièch Grimum-Dry e L. Röederer.
Aliás, o belo palácio em estilo gótico da Ilha A lista é interessante e repleta de grandes no-
Fiscal havia sido inalizado em abril daquele mes que perduram até hoje. Entre os bordaleses
ano e a ilha, como no nome já denota, servia estão alguns dos mais famosos vinhos de todos os
de aduana para as embarcações que entravam tempos, como os Château Margaux e Laite. Ou-
no Rio de Janeiro. tros também renomados como Pontet-Canet e Léo-
Por volta da meia noite, a comida foi servi- ville (que, na verdade, são três: Léoville-Las Cases,
da, o que, segundo relatos, causou uma correria Léoville-Poyferré e Léoville-Barton), que também
para as mesas, um comportamento que teorica- fazem parte da classiicação de Bordeaux de 1855.
mente não condizia com o naipe de convidados, O histórico Château Duplessis também estava no
pois a maior parte era composta pela “nobreza menu. Para os amantes da Borgonha, a seleção pa-
brasileira”. Os jornais, porém, revelam que ha- recia promissora, com vinhos de Chambertin, Po-
via, na verdade, uma grande mistura de tipos, de mard, Nuits Saint Georges e Romanée, só é difícil
pessoas cuja família possuía títulos nobiliárqui- saber de qual produtor ou negociante.
cos desde o princípio da monarquia brasileira Não se deve esquecer dos Champagnes, com os

80 ADEGA >> Edição 152


ícones Veuve Clicquot, Heidsieck & CO Monopo-
le e Louis Roederer. Entre os doces, impossível não
notar o mítico Château d’Yquem, de Sauternes,
Tokay e um Porto de 1834, com nada menos que
55 anos nas costas. A lista é bastante eclética, com
espumantes, brancos, tintos e doces de diversas pro-
cedências e estirpes, indo de Chablis a Madeira, de
Jerez a Moscatel.
Deve-se notar ainda alguns nomes de vinhos
míticos que acabaram “esquecidos” posteriormen-
te, como Falerno – tido como um dos grandes
vinhos do Império Romano –, Vin de Constance
– um ícone sul-africano, que foi apreciado por Na-
poleão e acabou quase esquecido –, Lacryma Chris-
ti – um vinho napolitano que já foi reverenciado an-
tigamente e hoje não tem mais o mesmo glamour
–, Moscatel de Siracusa – um vinho doce siciliano
famoso em outras épocas – por exemplo.

Harmonização?
Diz-se que haviam duas mesas com lugares para
500 pessoas, os principais convidados da festa. Os
pratos servidos, pelo menos nos nomes, pareciam
pomposos, com Crême à la Richelieu, Jacutinga monizações para quem realmente estivesse inte-
et pigeons sauvages à la Guanabara, Galantine ressado em comer e beber com sabedoria, mas,
à la Province de Minas, Veau à la Siberienne, ao que parece, não foi o que aconteceu no baile
Afonso Celso de Assis
Grand pudding à la Diplomate etc. Uma lista dá que culminou no im da monarquia. Figueiredo, o Visconde
conta de 3.000 pratos de sopa, 50 caixas de pei- O historiador Carlos Cabral avalia que so- de Ouro Preto, foi o
xes, 800 latas de lagosta, 800 quilos de camarões, mente os vinhos servidos naquela noite valeriam responsável pelo baile
que marcou o fim da
100 latas de salmão, 3.000 latas de ervilhas, 1.200 mais de 250 mil dólares. Os valores gastos na épo- monarquia brasileira
latas de aspargos, 800 latas de trufas, 3.500 peças ca obviamente foram alvo de crítica da imprensa
de caça, como faisão, por exemplo, 1.500 costele- e dos republicanos. Diz-se que mais de 250 con-
tas de carneiro, 1.200 frangos, 250 galinhas, 500 tos de réis, valor que seria equivalente a 10% do
perus, 64 faisões, 80 patos, 23 cabritos, 25 cabe- orçamento do Rio de Janeiro no ano, teria sido
ças de porco, 18 mil frutas, 20 mil sanduíches, 12 gasto com a festa. Sim, o “mau uso” do dinheiro
mil porções de sorvetes. do erário público apressou o im do Império, mas
Uma lista tão grande de pratos e de vinhos não se pode dizer que a nobreza tenha aproveita-
certamente ofereceria uma vasta gama de har- do mal seus últimos dias.

Edição 152 >> ADEGA 81


CAVE
Para esta edição, a equipe de
C A D E R N O D E AVA L I A Ç Ã O D E ADEGA
Tabela de avaliação
avaliadores de ADEGA provou Classificação Pontos
mais de 2.400 vinhos, dos quais Extraordinário 95 A 100
selecionamos 89, que estão em Excelente 91 A 94
nossas páginas Ótimo 89 A 90
Muito Bom 87 A 88
Avaliações por
Bom 85 A 86
Editor de vinho:
Regular 82 A 84
Eduardo Milan (EM)
Fraco ABAIXO DE 82

Beto Duarte (BD), Evolução


Christian Burgos (CB),
Christiane Miguez (CM), = Beber
Daniel Perches (DP), = Beber ou Guardar
Guilherme Velloso (GV), = Guardar
João Paulo Gentille (JPG), Observações
Juliana Trombeta Reis (JTR) = BEST BUY - Melhor custo-benefício
e Mauricio Leme (MSL) Os
O preços são aproximados no varejo e
www.oMelhorVinho.com.br itos à variação.
= Vinhos degustados em ocasiões
ciais – lançamentos e raridades –
Degustações realizadas no restaurante
Praça São Lourenço com ajuda do sommelier e, portanto, não às cegas.
Gustavo dos Santos Barros

Espumantes, página 84
Brancos, página 84
Rosé, página 86
Tintos, página 86
Doces, página 93
Eventos, página 94

Hora do saca-rolha
ESPUMANTES BRANCOS

AD 91 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 89 pontos


GAROA EXTRA BRUT HENKELL TROCKEN DRY-SEC MENA KAHO RAR CUVÉE ALBACLARA
3 Atelier, Serra Henkell, Rheingau, MOSCATEL ESPUMANTE NILVA BRUT ROSÉ SAUVIGNON BLANC 2017
Gaúcha, Brasil Alemanha (Cantu Mena Kaho, Bento RAR, Campos de Haras de Pirque,
(R$ 135). Branco R$ 80). O mercado Gonçalves, Brasil (R$ Cima da Serra, Brasil Maipo, Chile
espumante extra-brut brasileiro oferece 33). Se a qualidade dos (R$ 61). Os vinhedos (Winebrands R$
elaborado pelo método poucas opções de espumantes brasileiros estão a 1000 metros de 64). Albaclara tem
tradicional a partir espumantes alemães é ponto pacíico, um altitude, em Campos seu nome inspirado
Chardonnay e Pinot (“sekt” no país de segmento se destaca de Cima da Serra, nas alvoradas vistas
Noir, com pelo menos origem), o que já seria pela consistência: o Rio Grande do Sul. dos vinhedos da
30 meses de contato razão suiciente para dos que tem por base No nariz, é um pouco Haras de Pirque. Um
com as leveduras. Uma provar esse exemplar a Moscatel. São leves discreto, mas os aromas vinho vibrante, com
agradável surpresa, da Henkell. Mas ele vai e, nos exemplares bem de frutas vermelhas e aromas intensos e
mostra estilo mais além da curiosidade e talhados, como esse de pão aparecem junto muito característicos
estruturado, austero oferece um conjunto um também consistente com um toque mineral. da Sauvignon Blanc
e seco, chamando equilibrado e atraente produtor gaúcho, Na boca, é seco, tem desta região chilena,
atenção pela ótima – da cor palha e do contrastam sua doçura boa cremosidade e de como frutas tropicais,
cremosidade e ino perlage aos aromas natural com acidez novo o toque mineral, com destaque para
qualidade das predominantemente suiciente para não se que lembra pedra de o maracujá e um
borbulhas, tudo num cítricos. É seco tornarem enjoativos. O isqueiro. Tem boa leve traço mineral.
contexto de frutas (trocken, em alemão) e Mena Kaho também acidez e frescor, além A acidez é bastante
cítricas e brancas frutado, com destacada agrada pelo perlage de persistência média. presente. Acompanha
acompanhadas de notas acidez, apanágio dos ino e persistente Álcool 12%. BD peixes grelhados,
lorais e minerais, além melhores espumantes, e, iel à casta, pelas saladas ou como
de toques de ervas e de e bom volume emboca. delicadas notas lorais aperitivo. Pronto para
fermento. Estruturado, Ótimo aperitivo, para e de maçã. Morangos, beber. Álcool 12,5%.
tem bom volume de despertar as pupilas com ou sem creme, DP
boca, gostosa textura e gustativas. Álcool ou salada de frutas,
inal persistente, com 11,5%. GV seriam a harmonização
toques salinos e de clássica, mas, por que
limão tahiti. Álcool não provar com o
12%. EM onipresente, em sua
região de origem, sagu
no vinho? Álcool 7,5%.
GV

84 ADEGA >> Edição 152


>>

AD 90 pontos AD 91 pontos AD 90 pontos


L’AVENIR CHENIN PIEROPAN SOAVE TREJ AMIS ROERO
BLANC 2015 CLASSICO 2016 ARNEIS 2015
L’Avenir Wines, Pieropan, Vêneto, Itália Franco Francesco,
Western Cape, África (Sonoma R$ 120). Piemonte, Itália
do Sul (World Wine R$ Tradicional branco (Vind’Ame R$ 129).
110). Branco elaborado composto de Trebbiano Branco elaborado
exclusivamente a partir e Garganega, sem exclusivamente a
de uvas Chenin Blanc, passagem por madeira. partir de Arneis,
sem passagem por Muito acima da com estágio de três
madeira, mas mantido média geral dos meses em barricas
em contato com as vinhos elaborados de carvalho francês.
borras por alguns em Soave Classico, Mostra frutas brancas
meses para ganhar mostra sedutoras frutas e de caroço maduras
textura e volume de cítricas e de caroço acompanhadas de notas
boca. Refrescante acompanhadas de notas lorais, herbáceas e
e muito frutado, lorais, minerais e de de especiarias doces,
mostra pêssegos ervas frescas, que se que se conirmam
e frutas tropicais conirmam no palato. no palato. Tem bom
acompanhadas de notas Frutado e cheio de volume de boca e
lorais, minerais e de tensão, tem acidez certa cremosidade,
ervas frescas. De boa vibrante, deliciosa bem equilibradas por
tipicidade, tem certa textura, bom volume de sua refrescante acidez
cremosidade, ótima boca e inal persistente, e gostosa textura. Seu
acidez e inal cativante, com toques de limão e inal é persistente, com
com toques salinos e de de maçã. Álcool 11,9%. toques cítricos, salinos
mel. Álcool 13%. EM EM e de camomila. Álcool
13,5%. EM
ROSÉ TINTOS

AD 90 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos


KING RABBIT ROSÉ 2016 ALHAMBRA SYRAH 2013 A. MARE PRIMITIVO 2016 AURORA VARIETAL BARRICA ANDINA ESTATE
King Rabbit, Principi di Spadafora, Terra Rossa, Puglia, PINOT NOIR 2017 SELECTION PINOT NOIR 2016
Languedoc-Roussillon, Sicília, Itália Itália (World Wine R$ Aurora, Bento Bodegas y Viñedos De
França (La Pastina (Vinci US$ 33). 69). Os vinhos à base Gonçalves, Brasil Aguirre, Vale Central,
R$ 55). Típico “rosé Tinto elaborado da Primitivo, como seus (R$ 36). Sob a Chile (Obra Prima R$
de piscina”, com exclusivamente a partir primos americanos de supervisão de seu 39). O grande mérito
aromas lorais e de de uvas Syrah, sem Zinfandel, costumam corpo de enólogos a desse vinho é não exigir
frutas vermelhas. passagem por madeira, associar muita fruta Aurora elabora este mais do que a casta
É meio seco, vale mas com estágio em madura a álcool em tinto exclusivamente poderia oferecer. De
dizer que deixa leve tanques de cimento excesso, tornando- a partir de uvas Pinot cor rubi não muito
dulçor na boca, sem durante seis meses. os quase doces a Noir, sem passagem intensa, ele apresenta
ser enjoativo, pois a Descontraído e mais ponto de lembrar por madeira. Sempre aromas de frutas
boa acidez compensa complexo do que aqueles bombons de consistente, este 2017 vermelhas já maduras
a doçura. Com nível aparenta, apresenta as cereja, gostosos, mas é uma versão mais framboesas/morangos),
alcoólico baixo, corpo notas de especiarias enjoativos. Não é o caso descompromissada, além de notas
médio e fechamento picantes típicas da desse bom exemplar fresca e cheia de fruta, herbáceas e lorais.
por tampa de rosca, variedade escoltando que, sem renegar as que enaltece os aromas Na boca, mostra boa
ica ainda mais fácil os aromas de ameixas e origens, mostra maior lorais e de morangos, acidez e fruta, corpo
de beber e de gostar. amoras de peril mais equilíbrio e discreto além da gostosa médio e taninos bem
Pode acompanhar o fresco. Suculento e dulçor inal. Exibindo acidez e boa textura integrados, que quase
tradicional “coquetel de de boa estrutura, tem aromas que mesclam de taninos. Uma não pegam na boca. A
camarão” (com molho taninos sedosos, ótima frutas maduras reairmação da teoria ponta de álcool a mais
golf), mas também acidez e inal agradável, (mirtilos), leve loral de que muitas vezes talvez explique o inal
encarar o ardor do com toques minerais, e notas de chocolate. menos é mais. Álcool levemente doce, que
wasabi nos sushis. lorais e de ervas. É um vinho gostoso e 12%. EM certamente agradará a
Álcool 11,5%. GV Álcool 13%. EM gastronômico (na mesa, muitos consumidores.
dê preferência a carnes Álcool 13%. GV
assadas ou cozidas no
próprio vinho). Álcool
13%. GV

86 ADEGA >> Edição 152


>>

AD 90 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos


BERSAGLIO ROSSO 2016 CARINAE MALBEC 2016 CASA ÁLVARES
Martoccia, Toscana, CarinaE, Mendoza, RESERVA 2014
Itália (Italia Mais Argentina (SemiD’oro Casa Álvares, Douro,
R$ 82). Esse IGT R$ 65). Intenso e Portugal (Galeria dos
é feito 100% com aberto no aroma, Vinhos R$ 120). Um
uva Sangiovese, na aparece uma calda típico vinho do Douro,
Toscana, pela Azienda de amora com com aromas bem
Agricola Martoccia, que toques terrosos e perceptivos lembrando
produz também outros de especiarias, que cerejas em calda. Tem
vinhos como Rosso di trazem elegância e breve passagem por
Montalcino e Brunello personalidade. No barricas, que deixam
di Montalcino. Fresco paladar, é controlado, ele ainda mais redondo
e leve, não tem sua fruta doce aparece e gastronômico. Em
estágio em madeira, em conjunto com boca, tem bastante
ressaltando a fruta e crispy herbáceo corpo, taninos bem
a potência. Aromas agradável. Possui ótimo presentes e ótima
que lembram frutas equilíbrio e boa textura acidez, mostrando-
secas, tâmaras e com de taninos, é sápido e se um ótimo e típico
um fundo de terra, tem boa persistência. exemplar da região,
trazendo um panorama Bom para acompanhar revelando sabores que
de aromas típicos da almoço aos domingos, lembram madeira
casta quando plantada frango assado recheado e frutas em geleia.
na Toscana. Ideal é uma sugestão. Álcool Final longo e sem
para acompanhar 13,5%. JPG amargor. Ótimo para
massas com molhos acompanhar refeições
encorpados e bastante encorpadas. Álcool
temperados. Tem 14% 14%. DP
de álcool. DP
AD 92 pontos AD 90 pontos AD 92 pontos AD 91 pontos AD 94 pontos
CASANOVA DI NERI ROSSO CASA VALDUGA COYAM 2013 DESQUICIADO MALBEC 2016 DOMAINE USSEGLIO
DI MONTALCINO 2015 ORIGEM MERLOT 2016 Emiliana, Colchagua, Desquiciado Wines, RAYMOND CUVÉE IMPÉRIALE
Casanova di Neri, Casa Valduga, Vale dos Chile (La Pastina Mendoza, Argentina CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE
Toscana, Itália Vinhedos, Brasil (R$ R$ 215). Adepta da (Mar & Rio R$ 85). 2012
(Grand Cru R$ 239). 49). Tinto elaborado agricultura biodinâmica, Bastante aromático, Domaine Usseglio
Tinto elaborado exclusivamente a a vinícola elabora pode-se dizer que Raymond, Rhône,
exclusivamente a partir partir de Merlot, esse tinto fermentado o nariz deste vinho França (Vinhos do
de Sangiovese, com sem passagem por somente com leveduras é encantador e, no Comendador R$ 530).
estágio de 17 meses madeira. Para beber indígenas, a partir primeiro contato, Tinto composto de uvas
em barris de carvalho aos litros, gostoso, de 48% Syrah, 24% já conquista, 95% Grenache advindas
de tamanhos diversos. frutado e cativante Carménère, 11% principalmente por sua de vinhedos de mais de
Mostra peril mais em sua simplicidade. Merlot, 10% Cabernet marcante nota loral, 100 anos e o restante
concentrado, em que Suculento, cheio de Sauvignon, 3% que é acompanhada de outras variedades
as frutas vermelhas e fruta madura, tudo Mourvèdre e 3% Malbec pelas tradicionais frutas da região. Tudo é
negras estão permeadas envolto por notas e 1% Petit Verdot, com vermelhas e negras. cofermentado, com a
por notas lorais, lorais, minerais, de estágio de 13 meses Em boca, é “guloso”, mínima intervenção,
terrosas, de tabaco e de especiarias doces e de em barricas 34% novas, pleno, com taninos e depois estagiado em
especiarias doces. No ervas frescas. Nesse sendo 85% de carvalho inos e bem trabalhados tanques de cimento.
palato, chama atenção caso, menos é muito francês, 15% de carvalho e agradável maciez. O resultado é um
pela profundidade mais. Álcool 12%. EM americano. Esbanja Álcool 13,5%. MSL vinho denso, intenso e
e equilíbrio do equilíbrio, frescor e vibrante, esbanjando
conjunto, tudo num vibração, tudo envolto fruta negra e frescor,
contexto de acidez por frutas vermelhas tudo num contexto de
refrescante, taninos de e negras, notas loras, taninos de excelente
ótima textura e inal especiadas e minerais. textura, gostosa acidez e
persistente, com toques Tem ótima textura de inal longo e profundo,
minerais e de cerejas. taninos, boa acidez e com toques minerais e
Álcool 14%. EM inal longo e persistente. de violetas. Impressiona
Por sua estrutura e maior pelo equilíbrio e inesse
corpo, pede a companhia do conjunto. Está
de carnes vermelhas mais bom agora, mas deve
gordurosas e de sabor icar ainda melhor
mais intenso. Álcool nos próximos 10 anos.
14,5%. EM Álcool 15%. EM

88 ADEGA >> Edição 152


Livio Sassetti
>> “Pertimali”
Brunello di Montalcino
2012

O #1 Brunello da safra
está exclusivamente na Sonoma
Únicas 60 unidades no Brasil.

de R$ 850,00
Por R$ 599,90
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ESPORÃO 4 CASTAS 2016 FLOR DE CRASTO FOLINO CAPITO! CABERNET
Esporão, Alentejo, TINTO 2015 SAUVIGNON 2016
98
Portugal (Qualimpor Quinta do Crasto, Sacchetto, Vêneto, JS
R$ 156). Tinto Douro, Portugal Itália (Mistral US$
composto de partes (Qualimpor R$ 76). 16). Tinto elaborado
iguais de Touriga Mostra aromas de exclusivamente
Nacional, Trincadeira, frutas vermelhas e a partir de uvas
Syrah e Petit Verdot, pretas maduras como Cabernet Sauvignon
com estágio de seis ameixas em conjunto cultivadas no Vêneto,
meses em tanques com traços herbáceos, sem passagem por
de cimento (as duas além de toques madeira. Num estilo
primeiras) e em mentolados. Na boca, menos untuoso e
barricas de carvalho aparece a fruta preta mais gastronômico,
francês (as duas em harmonia com mostra notas de
últimas). Sempre pimenta, trazendo ervas e de especiarias
consistente safra sensação de frescor. acompanhando os
após safra, esse 2016 Tem médio corpo, aromas de frutas negras
mostra frutas negras com textura macia e e vermelhas de peril
de peril maduro, delicada de taninos. mais fresco, que se
mas bem equilibradas Sua boa acidez se conirmam no palato.
por taninos de ótima contrapõe e equilibra De médio corpo e de
textura e refrescante com a madurez da bom equilíbrio, tem
acidez. Tem inal fruta, que inaliza de vibrante acidez, taninos
persistente e agradável, maneira agradável. de boa textura e inal
com toques lorais, de Descomplicado e com toques terrosos e
amoras e de alcaçuz. com bom preço pela lorais, que pedem a
Álcool 14,5%. EM qualidade, pode cair companhia de massas
bem com massas e escoltadas por molhos *98 Pontos James Suckling
carnes suínas. Álcool que tenham carnes e/
13,5%. JPG ou embutidos em seu
preparo. Álcool 11,5%.
EM

sonoma.com.br
AD 89 pontos AD 90 pontos AD 90 pontos AD 91 pontos AD 89 pontos
GARIBALDI ACORDES GUASPARI VALE DA PEDRA LA CAUSA DEL ITATA LE CORTI CHIANTI LES FLEURINES ROUGE 2016
MERLOT 2011 TINTO 2016 PAÍS 2016 CLASSICO 2010 Select Vins, Vin de
Cooperativa Vinícola Guaspari, Espírito Torres, Itata, Chile Principe Corsini, Pays d’OC, França
Garibaldi, Garibaldi, Santo do Pinhal, (Devinum R$ 70). Toscana, Itália (Grand Cru R$ 54).
Brasil (R$ 126). Brasil (R$ 94). Projeto Tinto elaborado (Domno R$ 187). Tinto elaborado
Tinto elaborado inovador na região exclusivamente a Tinto composto de exclusivamente a
exclusivamente a de Espirito Santo do partir de uvas País Sangiovese e pequenas partir de Syrah, sem
partir de Merlot, com Pinhal, que trouxe a advindas de vinhedos partes de Colorino e passagem por madeira.
estágio de 12 meses em região para o mapa centenários cultivados Canaiolo, com estágio Despretensioso e fácil
barricas de carvalho da produção vinícola em Itata. Um ótimo e de 12 meses parte de beber, tem ótimos
francês e americano. no Brasil. Produzido bem domado exemplar em botti de carvalho, taninos, gostosa acidez
Esse tinto foi provado 100% com a uva dessa cepa ancestral, parte em tanques e inal médio/longo,
a última vez em Syrah, alia aromas mostra seu típico lado de cimento. De boa tudo envolto por notas
2014. Agora, já com intensos de frutos terroso escoltando tipicidade, mostra de cerejas e framboesas
mais quatro anos em negros e pimentos com as frutas vermelhas frutas vermelhas como acompanhadas de
garrafa, mostra-se mais toques mais macios de peril mais fresco. cerejas e groselhas toques lorais, de
integrado e equilibrado, de chocolate e café. Redondo, suculento acompanhadas de notas especiarias, de café e
com as frutas vermelhas Passa por barricas de e gostoso de beber, lorais, de ervas secas, de chocolate. Álcool
e negras maduras carvalho em estágio tem acidez vibrante, de especiarias doces e 13,5%. EM
ainda vibrantes e curto, mantendo o taninos de boa de tabaco. Frutado e
emolduradas por frescor, porém com textura e inal médio/ suculento, tem acidez
refrescante acidez e bastante corpo e longo, com toques de refrescante, taninos de
taninos de boa textura. presença em boca. cerejas e framboesas. ótima textura e inal
Tem inal suculento Pode ganhar ainda mais Companhia perfeita persistente, com toques
e persistente, com complexidade com para embutidos em terrosos e de couro.
notas especiadas e de mais alguns anos na geral. Álcool 13%. EM Álcool 14,5%. EM
chocolate amargo. garrafa. Álcool 14%.
Álcool 14%. EM DP

90 ADEGA >> Edição 152


>>

AD 88 pontos AD 91 pontos AD 90 pontos


LUIS FELIPE EDWARDS MATAOJO TANNAT MOTTO UNABASHED
RESERVA SHIRAZ 2015 RESERVA 2013 ZINFANDEL 2014
Luis Felipe Edwards, Mataojo, Sierra Motto Winery,
Colchagua, Chile Oriental, Uruguai Califórnia,
(Pão de Açúcar R$ (Porto a Porto R$ Estados Unidos
55). Tinto composto 80). Um Tannat (Winebrands R$
de 94% Shiraz, 4% uruguaio dos bons! 141). Tinto elaborado
Carménère e 1% No nariz, as frutas exclusivamente a partir
Alicante Bouschet, com aparecem primeiro: de uvas Zinfandel,
estágio de seis meses cereja, amora. Depois com estágio de parte
em barricas de carvalho aparecem notas de do vinho durante 10
francês e americano. tabaco, eucalipto e meses em barricas de
De boa tipicidade, baunilha. Na boca, carvalho. Mostra nariz
apresenta frutas é encorpado, seco, de frutas vermelhas
negras maduras, como tem boa concentração e negras maduras e
ameixas e amoras, e sabor intenso, em compota seguidas
acompanhadas de notas principalmente de de notas lorais, de
lorais, de ervas e de frutas maduras. Os especiarias doces e de
especiarias picantes, taninos são muito chocolate. Estruturado
que se conirmam no bem trabalhados. São e untuoso, tem
palato. Redondo e potentes e macios. A taninos macios, acidez
de médio corpo, tem acidez consegue dar na medida e inal
taninos macios, acidez frescor e a persistência persistente e cheio,
refrescante e inal é alta. Um vinho bem com toques tostados
cativante, com toques equilibrado. Álcool e de mocha. Muito
tostados, de mocha e de 15%. BD bem feito em seu estilo
pimenta negra. Álcool de maior madurez e
14%. EM suculência. Álcool
13,5%. EM
AD 90 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 91 pontos AD 90 pontos
OLTREMÉ POSADAS VIEJAS PUKLAVEC ESTATE PURO INSTINTO QUINTA DO CASAL
SUSUMANIELLO 2016 TEMPRANILLO 2015 SELECTION CABERNET ASSEMBLAGE 2009 BRANCO TINTO 2015
Tenute Rubino, Puglia, Cosecheros y SAUVIGNON 2016 Viña Una Hectarea, Quinta do Casal
Itália (Clarets R$ Criadores, Castilla, Puklavec & Friends, Maipo, Chile Branco, Tejo, Portugal
115). Tinto elaborado Espanha (Mistral US$ Podravje, Eslovênia (Winebay R$ 240). (Conceito Português
exclusivamente a partir 12). Tinto elaborado (Latin-Link R$ Projeto familiar que R$ 99). Tinto composto
de uvas Sussumaniello, exclusivamente a 85). Monocasta de tem como objetivo de Castelão, Cabernet
típica da zona de partir de Tempranillo, Cabernet Sauvignon, fazer vinhos de um Sauvignon, Alicante
Brindisi, cultivadas em com estágio de seis com uvas colhidas à só hectare no Chile, Bouschet e Touriga
solos arenosos, sem meses em barricas mão, apresenta alguns extraindo o máximo Nacional, com estágio
passagem por madeira, de carvalho. Um aromas típicos da cepa, de qualidade daquele de seis meses em
mas com estágio de 12 ótimo exemplo do como o mentol, toques pequeno espaço, de barricas de carvalho
meses em tanques de estilo mais clássico herbáceos e leve traço forma artesanal. Esse francês. Gostoso e
aço inox. Muito bem espanhol, esbanja apimentado, junto provém de um vinhedo gastronômico em
feito em seu estilo de frutas vermelhas com aromas intensos em Maipo Alto, com as sua fruta vermelha
fruta negra e vermelha acompanhadas de notas de frutas em calda. uvas Syrah, Cabernet vibrante acompanhada
de peril mais maduro, lorais, terrosas, de Na boca, é denso, Sauvignon e Cabernet de notas minerais, de
muito característico couro e de especiarias. intenso e com bastante Franc. Complexo nos especiarias doces e de
dessa região da Puglia, De médio corpo e de vivacidade. Não tem aromas, apresenta couro. Estruturado
tudo bem equilibrado peril gastronômico, passagem por barricas terciários como couro e de bom volume
por taninos de boa tem acidez refrescante, e está em seu auge, e carne. Na boca, é de boca, tem acidez
textura e refrescante taninos macios e devendo ser consumido bastante equilibrado refrescante, taninos de
acidez. Gostoso de inal agradável e jovem, para aproveitar e gastronômico, ótima textura e inal
beber e fácil de agradar, cativante. Versátil, pode toda a sua potência com taninos macios. persistente, com toques
tem inal carnudo, com acompanhar desde e vivacidade. Álcool Tem inal longo e terrosos e de chocolate
toques de chocolate de carnes brancas até 14,5%. DP persistente. Álcool amargo. Álcool 14%.
ervas frescas. Álcool vermelhas ensopadas. 14,5%. DP EM
13%. EM Álcool 12,5%. EM

92 ADEGA >> Edição 152


DOCES >>

AD 90 pontos AD 93 pontos AD 93 pontos AD 94 pontos AD 94 pontos


SERBAL MALBEC 2016 SUSANA BALBO TAPADA DO CHAVES FONSECA GUIMARAENS QUINTA DAS TECEDEIRAS
Atamisque, Mendoza, SIGNATURE MALBEC 2016 RESERVA TINTO 2013 VINTAGE PORT 2015 VINTAGE PORT 2014
Argentina (World Wine Susana Balbo, Tapada do Chaves, Fonseca, Douro, Quinta das Tecedeiras,
R$ 77). Tinto elaborado Mendoza, Argentina Alentejo, Portugal Portugal (Decanter R$ Douro, Portugal
exclusivamente a (Cantu R$ 180). Tinto (Adega Alentejana R$ 1193,00 a safra 2008). (Winebrands R$ 357).
partir de Malbec, composto de uvas 95% 342). Tinto fortiicado doce Tinto fortiicado doce
sem passagem por Malbec e 5% Petit Clássico alentejano elaborado a partir de de pequena produção
madeira, mas com Verdot, cultivadas na composto de Aragonez, Vinhas Velhas, com - apenas 1.000 garrafas
estágio de oito meses Finca Delina, em Trincadeira e Alicante estágio de 24 meses - composto de Touriga
em tanques de inox. Paraje Altamira, com Bouschet, com estágio em tonéis de carvalho. Nacional, Tinta Roriz,
Sempre consistente, estágio de 13 meses em de 12 meses em Diferentemente dos Touriga Franca, Tinto
mostra taninos de barricas de carvalho barricas de carvalho Vintage clássicos da Cão, Tinta Barroca e
ótima textura, gostosa francês 30% novas. francês e português casa, o Guimaraens Tinta Amarela, com
acidez e muita pureza Impressiona pelo estilo e mais 24 meses costuma ser mais estágio em barricas usadas
de frutas negras reinado e equilibrado em garrafa. Ainda acessível quando jovem de carvalho francês até
frescas, como amoras em que as frutas negras jovem, mostra aromas e também atingir a seu engarrafamento
e ameixas. Suculento maduras são bem de ameixas e cassis maturidade mais cedo. em 2016. Surpreende
e estruturado, tem sustentadas por taninos acompanhados de No caso especíico pelo peril mais tenso,
inal agradável e de ótima textura e notas lorais, tostadas do 2015, surpreende vertical e fresco,
sedutor, com toques refrescante acidez. e de especiarias doces, pelo equilíbrio e mostrando ameixas e
lorais, minerais e Cheio de tipicidade, que se conirmam harmonia entre frescor, cassis em abundância,
de especiarias doces, tem inal longo e no palato. Denso, fruta negra madura acompanhados de notas
convidando a uma carnudo, com toques de estruturado e potente, e sedutoras notas de minerais, especiadas e de
segunda taça. Álcool amoras, de violetas tem taninos de ótima violeta, tudo num violeta. Ainda jovem, tem
14%. EM e de graite. textura e acidez contexto de taninos taninos de ótima textura,
Álcool 14,4%. EM refrescante, que trazem de excelente textura, vibrante acidez e inal
equilíbrio e tensão ao vibrante acidez e inal untuoso e persistente,
conjunto. Tem inal longo, com toques de com toques frutados e de
longo e cheio, com cassis e amoras. Está graite. Está muito gostoso
toques de graite e de muito gostoso de beber de beber agora, mas tem
amoras. Álcool 15%. agora, mas tem tudo todos os requisitos para
EM para icar ainda melhor estar ainda melhor nos
em 15/20 anos. Álcool próximos 20 anos. Álcool
20%. EM 19%. EM

Edição 152 >> ADEGA 93


EVENTOS

JANTAR - GLOBAL WINES JANTAR - GLOBAL WINES QUALIMPOR DAY QUALIMPOR DAY QUALIMPOR DAY

AD 93 pontos AD 95 pontos AD 91 pontos AD 96 pontos AD 97 pontos


PAÇO DOS CUNHAS VINHA PAÇO DOS CUNHAS ESPORÃO COLHEITA QUINTA DO CRASTO VINHA TAYLOR’S SINGLE
DO CONTADOR BRANCO 2014 VINHA DO CONTADOR TINTO 2016 MARIA TERESA 2013 HARVEST PORT 1968
Global Wines, Dão, GRANDE JÚRI 2011 Esporão, Alentejo, Quinta do Crasto, Taylor’s, Douro,
Portugal (Global Global Wines, Dão, Portugal (Qualimpor Douro, Portugal Portugal (Qualimpor
Wines R$ 300). Portugal (Global Wines R$ 120). Tinto (Qualimpor R$ 1.452). R$ 1.320). Tinto
Branco composto R$ 850). Somente composto de Tinto composto fortiicado doce
a partir de uvas elaborado em anos Cabernet Sauvignon de Vinhas Velhas unicamente da
Encruzado, Malvasia excepcionais, este tinto e Touriga Franca, exclusivamente colheita 1968, essa
e Sercial advindas de é composto de 60% com fermentação advindas do centenário edição limitada foi
vinhedos orgânicos, Touriga Nacional, e estágio de seis vinhedo Maria Teresa, envelhecida durante
cultivados em solos de 20% Aragonez e 20% meses em tanques com estágio de 20 50 anos em cascos
graníticos/calcários, Alfrocheiro, com estágio de concreto. Cheio meses em barricas de madeira antes
com fermentação e de 18 meses em barricas de frescor e de fruta, novas de carvalho de ser engarrafada.
estágio de 12 meses de carvalho francês. Um mostra notas lorais, francês (85%) e Esta quinta versão,
de 50% do vinho puro sangue do Dão, minerais, herbáceas americano (15%). diferentemente das
em barricas novas mostra frutas negras e e de especiarias Sempre sublime, anteriores, mostra estilo
de carvalho francês. vermelhas de peril mais doces envolvendo os mostra notas de de frutas vermelhas
Ainda jovem, chama fresco acompanhadas de aromas de ameixas violeta, de alcaçuz e em compota e ao licor,
atenção pela vibrante notas lorais, minerais e e framboesas, que de especiarias doces lembrando um Vintage
acidez, ótimo volume de ervas, além de toques se conirmam no envolvendo os aromas envelhecido. No palato,
de boca e gostosa de tabaco e de especiarias palato. Estruturado de cassis e amoras. impressiona pelo
textura, tudo envolto doces. Mas, é na boca e equilibrado, tem Tenso, denso e frescor, não parecendo
por frutas brancas e que diz a que veio. acidez vibrante, suculento, impressiona ter 50 anos, tem acidez
de caroço seguidas de Mesmo muito jovem, taninos macios e inal pela acidez e pelos vibrante, gostosa
notas lorais, minerais impressiona pelos taninos persistente, com toques taninos de grãos textura, ótimo volume
e de especiarias doces. de excelente textura e de violeta. Álcool iníssimos. Austero de boca e inal longo e
Tem inal cheio e pela refrescante acidez, 13,5%. EM e preciso, tem inal persistente, com toques
persistente, com toques que trazem equilíbrio profundo e sedutor, de igos e tâmaras. Pela
cítricos e salinos. e tensão ao conjunto. com toques de cedro, vivacidade, de todas
Álcool 13,5%. EM Preciso e compacto, tem de lavanda, de ameixas, as versões até agora
inal profundo e cheio, de cerejas e de graite. lançadas seguramente é
com toques de violeta e Álcool 14,5%. EM a que ainda vai ganhar
de graite. Álcool 14,5%. muito em garrafa.
EM Álcool 20%. EM

94 ADEGA >> Edição 152


>>

LANÇAMENTOS MISTRAL LANÇAMENTOS MISTRAL DECANTER WINE DAY DECANTER WINE DAY DECANTER WINE DAY

AD 89 pontos AD 91 pontos AD 91 pontos AD 91 pontos AD 94 pontos


ALAJA BLANCO 2016 MOULIN DE GASSAC DOMINIQUE PIRON VALE DA RAPOSA VALENTINI TREBBIANO
Bodegas Luzón, PINOT NOIR 2016 BEAUJOLAIS-VILLAGES 2016 RESERVA 2015 D’ABRUZZO 2012
Jumilla, Espanha Mas de Daumas Dominique Piron, Domingos Alves de Valentini, Abruzzo,
(Mistral US$ 15). Gassac, Languedoc- Beaujolais, França Sousa, Douro, Portugal Itália (Decanter R$
Branco elaborado Roussillon, França (Decanter R$ 129). (Decanter R$ 112). 975). Branco elaborado
exclusivamente a (Mistral US$ 36). Tinto elaborado Tinto composto de exclusivamente a partir
partir de Airén, sem Tinto elaborado exclusivamente a Touriga Nacional, de uvas Bombino
passagem por madeira. exclusivamente a partir partir de uvas Gamay Tinta Roriz, Tinto Bianco (Trebbiano
Cativante e gostoso de de Pinot Noir, sem advindas de vinhas de Cão e Touriga Franca, d’Abruzzo) advindas de
beber, mostra frutas passagem por madeira, 50 anos, sem passagem com estágio de 12 vinhedos de 50 anos,
brancas e de caroço mas com estágio de por madeira. Puro suco meses em barricas com fermentação sem
acompanhadas de notas seis meses em tanques de amoras e ameixas usadas de carvalho adição de leveduras em
lorais, minerais e de de aço inox. De boa acompanhado de francês. Estruturado tanques de concreto
ervas frescas. Frutado e tipicidade, mostra notas lorais, minerais e de boa tipicidade, e posterior estágio
refrescante, tem ótima frutas vermelhas frescas e de ervas. Cativante, mostra frutas negras de 24 meses em botti
acidez, médio corpo, acompanhadas de notas frutado e refrescante, acompanhadas de de carvalho do leste
boa textura e inal terrosas, lorais e de tem taninos macios, notas lorais, de ervas europeu. Ainda jovem,
agradável, com toques ervas. Mas, é na boca vibrante acidez e inal e de especiarias doces. mostra frutas cítricas
salinos e cítricos. que merece atenção. persistente, com toques Gastronômico, tem e de caroço maduras
Álcool 12%. EM Tenso e vibrante, tem terrosos e de frutas vibrante acidez, taninos acompanhadas de
ótima acidez, taninos azuis. Álcool 13%. EM de ótima textura e inal notas minerais, de
de grãos inos e inal persistente, com toques frutos secos e de ervas.
persistente, com toques de violeta e de tabaco. Estruturado e denso,
de morangos e cerejas. Álcool 14%. EM quase cremoso, tem
Álcool 12,5%. EM ótimo volume de
boca, deliciosa textura,
vibrante acidez e inal
profundo, com toques
salinos e de especiarias
doces. Está ótimo
agora, mas tem tudo
para icar ainda melhor
nos próximos 10 anos.
Álcool 12,5%. EM

Edição 152 >> ADEGA 95


>>

JANTAR - WORLD WINE - JANTAR - WORLD WINE - VINCI - MONTE ÁLAMO GRAN TASTING GRAND CRU GRAN TASTING GRAND CRU
GIANNI GAGLIARDO GIANNI GAGLIARDO
AD 90 pontos AD 92 pontos AD 92 pontos
AD 93 pontos AD 91 pontos ETC. TINTO 2015 ALTAIR SIDERAL 2015 EQ CHARDONNAY 2015
GIANNI GAGLIARDO GIANNI GAGLIARDO MADAMA Monte Álamo, San Pedro, Cachapoal, Matetic, San Antonio,
BAROLO SUOI 2013 BARBERA D’ALBA 2015 Alentejo, Portugal Chile (Grand Cru R$ Chile (Grand Cru R$
Gianni Gagliardo, Gianni Gagliardo, (Vinci US$ 26). 189). Tinto composto 129). Branco elaborado
Piemonte, Itália Piemonte, Itália Tinto composto de de 77% Cabernet exclusivamente
(World Wine R$ (World Wine R$ 50% Aragonês, 30% Sauvignon, 8% a partir de uvas
331). Tinto elaborado 172). Tinto elaborado Alfrocheiro, 10% Cabernet Franc, 6% Chardonnay cultivadas
exclusivamente a exclusivamente a Trincadeira e 10% Carménère, 5% Petit sob os preceitos
partir de Nebbiolo, partir de Barbera, sem Tinta Caiada, com Verdot e 4% Syrah, da biodinâmica,
com estágio de 24 passagem por madeira, estágio parcial de com estágio de 12 fermentadas sem
meses em tonéis de mas com estágio de 60% do vinho em meses em barricas leveduras adicionadas
carvalho e mais 12 6 meses em tanques carvalho durante de carvalho francês. em barris de carvalho
meses em garrafa. de aço inox. Frutado aproximadamente Suculento, redondo francês de diferentes
Cheio de tipicidade, e gostoso de beber, 6 meses. Mostra e gostoso de beber, tamanhos, com
mostra cerejas e mostra cerejas e amoras ameixas maduras, mostra o lado de ervas, posterior estágio de 12
morangos maduros acompanhadas de notas acompanhadas de típico das Cabernet, meses nesses mesmos
acompanhados de notas terrosas e de ervas, notas lorais, terrosas, envolvendo as frutas recipientes. Somente
lorais, minerais, de além de toques lorais. de ervas frescas e de negras e vermelhas 7% do vinho passa por
tabaco e de especiarias Fresco e de médio especiarias, tudo em de peril fresco e malolática, talvez por
doces, além de toques corpo, tem ótima meio a gostosa acidez, crocante. Tem ótima isso esbanje frescor e
tostados e de ervas acidez, taninos macios taninos de ótima acidez, taninos tensos grande sensação de
secas. Suculento e inal agradável, com textura e inal cheio e e cheios de textura e mineralidade, tudo
e estruturado, tem toques minerais e de persistente, com toques inal persistente, com em meio a muita
vibrante acidez, taninos especiarias. Álcool de chocolate amargo e toques lorais, minerais fruta tropical e cítrica
de ótima textura e inal 13%. EM de amoras. Álcool 14%. e de especiarias doces. madura. Tenso e
cheio e persistente, EM Álcool 14,5%. EM vibrante, tem ótima
com traços terrosos, de acidez, gostosa textura,
couro e de rosas. Álcool bom volume de boca e
14%. EM inal longo, com toques
salinos e de frutas
brancas. Álcool 14%.
EM

96 ADEGA >> Edição 152


CLASSIFICADOS • PARA ANUNCIAR, LIGUE 11 3876 8200 • CLASSIFICADOS

CLASSIFICADOS • PARA ANUNCIAR, LIGUE 11 3876 8200 • CLASSIFICADOS


||

ALMOÇO - RAVIN – ALMOÇO - RAVIN –


GRAN TASTING GRAND CRU AGRIPUNICA AGRIPUNICA LANÇAMENTOS CLARETS LANÇAMENTOS CLARETS

AD 91 pontos AD 94 pontos AD 95 pontos AD 94 pontos AD 93 pontos


IXSIR ALTITUDES RED 2012 BARRUA 2014 SASSICAIA 2012 GRAND VIN DE LÉOVILLE JUVÉ Y CAMPS GRAN
Ixsir, Bekaa, Líbano AgriPunica, Sardenha, Tenuta San Guido, DU MARQUIS DE LAS RESERVA BRUT 2013
(Grand Cru R$ 144). Itália (Ravin R$ 418). Toscana, Itália (Ravin CAZES 2013 Juvé y Camps,
Tinto composto de Tinto composto de R$ 2.970). Tinto Domaines Delon, Catalunha, Espanha
Cabernet Sauvignon, 85% Carignano, 10% composto de uvas 85% Bordeaux, França (Clarets R$ 322).
Caladoc, Syrah e Cabernet Sauvignon Cabernet Sauvignon e (Clarets R$ 1.930). Espumante branco
Tempranillo, com e 5% Merlot, com 15% Cabernet Franc Tinto composto de 74% brut composto de
estágio parcial de seis estágio de 18 meses em cultivadas em Bolgheri, Cabernet Sauvignon, 40% Xarel-lo, 25%
meses em barricas barricas de carvalho com estágio de 24 14% Cabernet Franc Chardonnay, 25%
de carvalho francês. francês 30% novas meses em barricas de e 12% Merlot, com Macabeo e 10%
Redondo e cativante, e mais 12 meses em carvalho francês. Notas estágio de 18 meses Parellada, mantido
apresenta aromas garrafa. Impressiona sedutoras de tabaco em barricas novas durante 42 meses sobre
de frutas vermelhas pela excelente textura e de couro envolvem de carvalho francês. as lias. Complexo tanto
envoltos por notas de taninos e pela os aromas de ameixas, Mostra peril mais nos aromas quanto nos
lorais, terrosas, vibrante acidez, que amoras e cerejas de fresco e vertical, em sabores, mostra frutas
herbáceas, de couro envolvem seu lado de peril mais fresco. que as ameixas e as cítricas e de caroço
e de especiarias frutas vermelhas e azuis Depois aparecem notas amoras aparecem maduras acompanhadas
doces. Num estilo de peril mais fresco. lorais, de especiarias escoltadas por notas de notas lorais,
mais “clássico” e Equilibrado e preciso, doces, de ervas e de lorais, de tabaco, de tostadas, de fermento,
gastronômico, tem é sedoso e tem inal alcaçuz. Estruturado, cedro e de especiarias de especiarias e de
refrescante acidez, longo e persistente, equilibrado e reinado, doces. Suculento e frutos secos. Cremoso,
taninos de boa textura com toques de graite tem taninos de de ótima estrutura, tem ótimo volume
e inal persistente e e de tinta nanquim. excelente textura, impressiona pelos de boca, refrescante
agradável, com toques Álcool 14,5%. EM vibrante acidez e inal taninos de excelente acidez, gostosa textura
minerais e de violeta. longo e profundo, com textura e pela vibrante e inal persistente, com
Álcool 14%. EM toques de graite e de acidez. Tem inal muito toques minerais. Álcool
cerejas ácidas. Álcool longo e persistente, 12%. EM
13,5%. EM com toques herbáceos,
minerais e de eucalipto.
Álcool 13%. EM

98 ADEGA >> Edição 152


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BE A
LU
C

IRMÃOS
Riccardo e Renzo Cotarella, além de pro-
prietários da vinícola Falesco, possuem
Nossa categoria Black apresenta outras ocupações. Riccardo é um dos
dois vinhos ícones de célebres pro- enólogos consultores mais requisitados
dutores. Do Lazio, na Itália, sele- da Itália, enquanto Renzo é CEO e
cionamos o Montiano, um Merlot enólogo-chefe do Grupo Antinori.
em pureza, com o pedigree dos ir-
mãos Cotarella, reconhecidamen-
te entre os melhores enólogos da
Itália. De Ribera del Duero, vem
o PSI, um blend de Tempranillo
e Garnacha elaborado pelo genial
Peter Sisseck, o mesmo enólogo do
mítico Pingus.
RIBERA
PSI é um projeto conjunto
do dinamarquês Peter Sis-
seck com produtores locais de
Ribera del Duero. Teve início
em 2006, sendo em 2007 a
JS
primeira safra produzida.
94pts

AD
AD
93
93pts
pts
MONTIANO 2014
Falesco / Winebrands (R$ 374)
REGIÃO/PAÍS: Lazio, Itália

Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Merlot, com estágio de 12


meses em barricas novas de carvalho francês. Apresenta típicos aromas de
JVYXEWRIKVEWQEHYVEWGSQSGEWWMWIEQIM\EWFIQGSQSRSXEWƽSVEMWEPʣQHI
toques minerais, tostados, de especiarias doces e de alcaçuz. No palato, chama
EXIRʡʝSTIPEIPIKʜRGMETVSJYRHMHEHIIXI\XYVEQYMXSƼREHIWIYWXERMRSWUYI
unidos a sua gostosa acidez, aportam vivacidade e intensidade ao conjunto.
(IƼRMXMZEQIRXIYQ1IVPSXHII\GIʡʝSʀPGSSP )1

PSI 2015
Dominio de Pingus / Clarets (R$ 380)
REGIÃO/PAÍS: Ribera del Duero, Espanha

Tinto elaborado a partir de uvas Tempranillo e pequena proporção de Garnacha


advindas de vinhas velhas, com estágio de 18 meses num misto de tanques de
GSRGVIXSHIQEHIMVEIFEVVMGEW%TVIWIRXEGSVZIVQIPLSVYFMHIVIƽI\SWZMSPʛGISW
IEVSQEWHIJVYXEWRIKVEWQEHYVEWWIKYMHSWHIRSXEWƽSVEMWQMRIVEMWLIVFʛGIEW
e de especiarias doces, além de toques de alcaçuz e de tabaco. Frutado e preciso,
XIQXERMRSWHIʬXMQEXI\XYVEEGMHI^ZMFVERXIIƼREPPSRKSFEWXERXIJVIWGSI
IPIKERXIGSQXSUYIWHIKVEƼXIʀPGSSP )1
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3
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REGIÃO/PAÍS: Puglia, Itália AD
to. Da Itália, escolhemos o Vigna
Tinto elaborado exclusivamente a partir
92 pts Pedale, um 100% Nero di Troia,
de Nero di Troia, com estágio de 12 meses que comprova que a Puglia é mui-
em barris de carvalho - botti. Macio, cheio to mais que Primitivo. De Costers
e profundo, mostra frutas vermelhas e del Segre, na Espanha, pinçamos
RIKVEWFIQGSQSRSXEWƽSVEMWQMRIVEMW
o Purgatori, um corte de Cariñena,
especiadas e de couro. Muito bem feito em AD
Garnacha e Syrah reinado e cheio
seu estilo mais maduro, surpreende pela
ótima textura de taninos, gostosa acidez e
92
pts de fruta. Terminamos nosso passeio
ƼREPTIVWMWXIRXIGSQXSUYIWIWTIGMEHSW no Dão, em Portugal, onde elege-
e terrosos. Austero, equilibrado e com mos o Ribeiro Santo Touriga Nacio-
certa elegância, mesmo em meio a tanta nal, projeto pessoal do respeitado
exuberância de fruta, tão característica da enólogo Carlos Lucas.
4YKPMEʀPGSSP )1

PURGATORI 2014
8SVVIW(IZMRYQ 6
REGIÃO/PAÍS: Costers del Segre, Espanha

Tinto composto de Cariñena, Garnacha e


7]VELGSQIWXʛKMSIRXVIIQIWIWIQ
barricas de carvalho francês 30% novas.
Exuberante nos aromas e nos sabores de
frutas vermelhas acompanhadas de notas
ƽSVEMWIHIIWTIGMEVMEWHSGIW7YGYPIRXS
está jovem ainda, mas já diz a que veio. Tem
taninos de ótima textura, vibrante acidez TRADIÇÃO PORTUGUESA
IƼREPGEVRYHSITIVWMWXIRXIGSQXSUYIW Apesar de Douro e Alentejo estarem mais em
QMRIVEMWʀPGSSP )1
voga atualmente, o Dão foi e continua sendo
uma das regiões mais tradicionais de Portugal
RIBEIRO SANTO quando o assunto são vinhos tranquilos, tanto
TOURIGA NACIONAL 2014 tinto quanto brancos.
1EKRYQ:MRLSW;MRIFVERHW 6
REGIÃO/PAÍS: Dão, Portugal

Projeto do renomado enólogo Carlos Lucas


no Dão, este tinto é elaborado exclusivamente VOCÊ SABIA QUE...
a partir de Touriga Nacional, com estágio
de 12 meses em barricas novas de carvalho o Vigna Pedale foi o
francês. Cheio de tipicidade, mostra sedutoras
primeiro tinto italiano
RSXEWƽSVEMWEGSQTERLERHSSWEVSQEW
elaborado 100% com uva
HIJVYXEWRIKVEWHITIVƼPQEMWJVIWGS
Nero di Troia, cepa muito
Estruturado e tenso, tem acidez vibrante,
taninos de excelente textura, bom volume
típica no norte da Puglia?
HIFSGEIƼREPGEVRYHSITIVWMWXIRXIGSQ
toques minerais, especiados e de ervas.
ʀPGSSP )1
DEG
A

GO
VOCÊ
SABIA QUE...
a Feudi del Pisciotto
AD
pertence aos mesmos
proprietários da excelente 91pts AD

Uma verdadeira seleção do Velho


vinícola toscana Castellare
di Castellina?
90
pts
Mundo se encontra no Gran Gold.
Começamos nosso percurso pela Sicí-
lia, na Itália, de onde vem o Baglio del
Sole Nero d’Ávola, produzido pela Feu-
di del Pisciotto, um dos nomes mais res- AD

peitados da região. Dali partimos para 91


pts
França, onde selecionamos o Moulin
de Gassac, um 100% Pinot Noir cheio
de tipicidade. Terminamos nossa jor-
nada na Espanha, onde escolhemos o
Marqués del Campo Tempranillo, con-
siderado por muito críticos como uma
das melhores relações entre qualidade
e preço de Ribera del Duero.

LANGUEDOC
Moulin de Gassac é parte integrante
de um dos melhores (senão o melhor)
produtores do Languedoc, a Mas de
Daumas Gassac, fundada em 1970.

MOULIN DE GASSAC MARQUÉS DEL CAMPO BAGLIO DEL SOLE


PINOT NOIR 2016 TEMPRANILLO 2014 NERO D’ÁVOLA 2015
Mas de Daumas Gassac / San Pedro Regalado / Grand Cru (R$ 119) Feudi del Pisciotto/ Vinci (R$ 101)
Mistral (R$ 130) REGIÃO/PAÍS: Ribera del Duero, Espanha REGIÃO/PAÍS: Sicília, Itália
REGIÃO/PAÍS:
Languedoc-Roussillon, França Tinto elaborado exclusivamente a partir Feudi del Pisciotto elabora este tinto
de Tempranillo, com estágio de 24 I\GPYWMZEQIRXIETEVXMVHI2IVSHƅʀZSPE
Tinto elaborado a partir de Pinot meses em barricas de carvalho francês. sem passagem por madeira. Gostoso
Noir, sem passagem por madeira, Muito bem feito e equilibrado em seu e cativante, esbanja frutas vermelhas e
mas com estágio de seis meses em estilo mais potente e estruturado. As negras envoltas por agradáveis notas
tanques de aço inox. De boa tipicidade, ameixas e cerejas negras aparecem ƽSVEMWLIVFʛGIEWIQMRIVEMWUYIWI
mostra frutas vermelhas frescas EGSQTERLEHEW HI RSXEW ƽSVEMW HI GSRƼVQEQREFSGE7IYWXERMRSW
EGSQTERLEHEW HI RSXEW XIVVSWEW ƽSVEMW tabaco e de especiarias doces. Cheio e macios e sua acidez refrescante
e de ervas. Mas, é na boca que merece de ótimo volume, tem acidez refrescante trazem a sustentação e o equilíbrio
atenção. Tenso e vibrante, tem ótima I XERMRSW HI KVʝSW ƼRSW UYI GSRJIVIQ RIGIWWʛVMSESGSRNYRXS8IQƼREP
EGMHI^ XERMRSW HI KVʝSW ƼRSW I ƼREP vivacidade e tensão ao conjunto. Seu médio, com toques de cerejas ácidas.
persistente, com toques de morangos e ƼREP ʣ PSRKS GSQ XSUYIW QMRIVEMW HI Ideal para acompanhar massas ou
GIVINEW ʀPGSSP   )1 GSYVS I HI IVZEW WIGEW ʀPGSSP   )1 IQFYXMHSWIQKIVEPʀPGSSP )1
BE ADEG
LU A
C

ALTOS LAS HORMIGAS CLASICO MALBEC 2016


Altos las Hormigas / World Wine (R$ 77) GOLD
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Malbec advindas de
Medrano, Barrancas e Lunlunta, sem passagem por madeira, mas com
estágio de nove meses em tanques de concreto sem epóxi. Sempre
consistente e de boa tipicidade, mostra groselhas, ameixas e amoras, além
HIRSXEWQMRIVEMWƽSVEMWIHIIVZEW7YGYPIRXSGLIMSHIJVYXEIKSWXSWS
HIFIFIVXIQVIJVIWGERXIEGMHI^XERMRSWHIKVʝSWƼRSWIƼREPEKVEHʛZIP O Gold deste mês reúne tintos muito
GSQXSUYIWHIKVEƼXIIHIZMSPIXEʀPGSSP )1 versáteis e cheios de fruta, ideais para
acompanhar os mais diversos pratos. De
Mendoza, na Argentina, vem o Altos Las
BERA DOLCETTO D’ALBA 2016
Hormigas Clasico Malbec, que mostra
Bera / Vinci (R$ 107)
uma interpretação mais fresca e gastro-
REGIÃO/PAÍS: Piemonte, Itália
nômica dessa cepa tão querida pelos bra-
Tinto elaborado exclusivamente a partir de Dolcetto, sem passagem sileiros. Da Itália, trazemos o piemontês
por madeira. Mostras aromas de cerejas e amoras escoltados por Bera Dolcetto d’Alba, parceiro ideal para
RSXEWƽSVEMWXIVVSWEWHIIVZEWJVIWGEWIHIIWTIGMEVMEWHSGIWUYIWI
massas ao molho de tomates. Por im, do
GSRƼVQEQRSTEPEXS+EWXVSRʭQMGSTSVREXYVI^EXIQQʣHMSGSVTS
Alentejo, em Portugal, elegemos o Mon-
VIJVIWGERXIEGMHI^XERMRSWHIʬXMQEXI\XYVEIƼREPQʣHMSPSRKSUYI
TIHIEGSQTERLMEHIQEWWEWESQSPLSXMTSWYKSʀPGSSP )1 te Velho, um blend de castas portuguesas
gostoso de beber e fácil de agradar, elabo-
rado pela afamada Herdade do Esporão.
MONTE VELHO TINTO 2016
Esporão / Qualimpor (R$ 67)
REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal
Tinto composto de Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Syrah, com
estágio de parte do vinho em carvalho americano. Ano após ano vem
caminhando em direção a um estilo de fruta mais fresca e um pouco mais
vibrante, o que o torna ainda mais fácil e agradável de beber. Continua AD
KEWXVSRʭQMGSGSQEWRSXEWƽSVEMWIWTIGMEHEWIHIIVZEWIRZSPZIRHSEW
frutas, como ameixas e cassis, tanto no nariz, quanto na boca, tudo num
90
pts

GSRXI\XSHIXERMRSWQEGMSWIFSEEGMHI^ʀPGSSP )1

AD

CONHECEDOR
90
pts
AD

Alberto Antonini, além


89pts

de um dos enólogos mais


respeitados do mundo, tem
grande experiência com a casta
Malbec, já que também é
sócio da vinícola argentina
Altos Las Hormigas.

VINHAS E OLIVEIRAS

Além de contar com cerca de 700


hectares de vinhedos e ser uma das
responsáveis por colocar o vinho
alentejano no cenário internacional,
a Herdade do Esporão também
produz azeites de excelente
qualidade.
BE ADEG
LU A
C

SILVER

REDONDO TINTO 2015


Roquevale%HIKE%PIRXINERE 6)
REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal

Tinto composto de Castelão, Trincadeira, Aragonês e Moreto, sem passagem por


Neste mês, o time Silver reúne iéis re- madeira. Mostra ameixas e cassis acompanhados de notas terrosas, especiadas,
presentantes de seus locais de origem, ƽSVEMWIHIIVZEW(IGSVTSQʣHMSXIQKSWXSWEEGMHI^XERMRSWHIFSEXI\XYVEIƼREP
além de mostrarem ótima relação entre agradável, com toques minerais e de cerejas. Versátil e fácil de agradar, deve ir bem
qualidade e preço. De Mendoza, ele- XERXSGSQTM^^EWUYERXSGSQIQFYXMHSWIQKIVEPʀPGSSP )1
gemos o argentino Anubis Reserve, um
Malbec de carteinha, perfeito para aque-
le churrasco em família. Atravessando a ANUBIS RESERVE MALBEC 2014
Susana Balbo / Cantu (R$ 60)
Cordilheira, selecionamos o Emiliana
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
Carménère, que atesta que é possível
tomar bons vinhos orgânicos sem gastar 8MRXSGSQTSWXSHI 1EPFIGI 'EFIVRIX7EYZMKRSRGSQIWXʛKMSHIWIXIQIWIW
muito. Terminamos nossa jornada em IQFEVVMGEWHIGEVZEPLSJVERGʤW  IEQIVMGERS  1SWXVEWEWXʧTMGEWRSXEW
Portugal, de onde vem o alentejano Ro- de violeta da cepa acompanhando as ameixas e amoras. Depois aparecem notas
quevale Redondo, composto somente tostadas, de ervas e de especiarias doces. Suculento e redondo, esbanja fruta madura.
de castas portuguesas e de peril gastro- 8IQEGMHI^REQIHMHEXERMRSWQEGMSWIƼREPGLIMSGSQXSUYIWXSWXEHSWIHI
GLSGSPEXIʀPGSSP )1
nômico, ideal para acompanhar carnes
vermelhas ensopadas.
EMILIANA CARMÉNÈRE 2016
Emiliana / La Pastina (R$ 39)
REGIÃO/PAÍS: Vale Central, Chile

AD Tinto elaborado a partir de Carménère, sem passagem por madeira. Muito frutado,
89
pts
mostra as características notas de ervas e de especiarias picantes escoltando
suas frutas negras, lembrando ameixas. Redondo e gostoso de beber, tem acidez
VIJVIWGERXIIXERMRSWHIFSEXI\XYVEUYIXVE^IQIUYMPʧFVMSESGSRNYRXS8IQƼREP
EKVEHʛZIPTIHMRHSQEMWYQKSPIʀPGSSP )1

AD AD
PIONEIRO
88
pts
88 pts Tradicional produtor em Estremadura,
António Alfredo Gomes dos Santos,
proprietário da Roquevale, foi o primeiro
viticultor exterior ao Alentejo a acreditar
no potencial da região para a produção
de grandes vinhos, isso tudo em 1970.

BIO
Fundada em 1986 por Rafael e
José Guilisasti, a Viña Emiliana é
adepta da cultura orgânica e bio-
dinâmica e conta com a consulto-
ria do enólogo Álvaro Espinoza,
um dos maiores conhecedores
dessas culturas no Chile.
BE ADEG
LU A
C

BRANCO
ORCHAD
SC

OS
DE
95pts

AD

94 AD

TALINAY SAUVIGNON AD

90
pts
89
pts
Neste mês izemos uma seleção
BLANC 2015 pts eclética, mesclando cepas menos
8EFEPʧ;SVPH;MRI 6)
conhecidas e outras mais usadas na
REGIÃO/PAÍS: Limarí, Chile
produção de brancos. De Limarí,
Branco elaborado exclusivamente conseguimos trazer o Talinay Sau-
a partir de Sauvignon Blanc, sem vignon Blanc, um dos melhores
passagem por madeira. Extremamente brancos chilenos da atualidade, e
seco, vibrante, mineral e vertical, que precisa ser conhecido. Da Espa-
tudo em meio a muita fruta cítrica. nha, descobrimos o Alaja, um fresco
Uma delícia de vinho em todos os e frutado varietal da casta Airén.
sentidos, aliando textura tensa, bom Nossa última parada é na Itália, de
volume e acidez refrescante, com certa onde vem o Pezzapiana, um corte
cremosidade. Um Sauvignon Blanc que
típico do norte da Puglia composto
retrata um lugar como Limarí, cheio de
de Bombino Bianco e Pampanuto,
pedras e com grandes porcentagens de
elaborado pela Torrevento, um dos
GEPGʛVMSʀPGSSP )1
melhores produtores da região.

PEZZAPIANA 2017
Torrevento / La Pastina (R$ 83)
REGIÃO/PAÍS: Puglia, Itália

Branco composto de Bombino Bianco


e Pampanuto, sem passagem por
madeira, mas com estágio de três VOCÊ SABIA QUE...
meses em contato com as leveduras. a Airén é uma das cinco uvas
Fresco e gostoso de beber, apresenta vitis vinífera mais plantadas
frutas cítricas e brancas acompanhadas no mundo, com cerca de 218
HIRSXEWƽSVEMWHIIVZEWIHIQIP mil hectares?
Frutado e de médio corpo, tem
ZMFVERXIEGMHI^KSWXSWEXI\XYVEIƼREP
persistente, com toques salinos e de
PMQʝSWMGMPMERSʀPGSSP )1

ALAJA BLANCO 2016


Bodegas Luzón / Mistral  6) LIMARÍ
REGIÃO/PAÍS: Jumilla, Espanha
Além de produzir um dos
Branco elaborado exclusivamente melhores Sauvignon Blanc
a partir de Airén, sem passagem do Chile, a Tabalí vem
por madeira. Cativante e gostoso tendo muito sucesso na
de beber, mostra frutas brancas e produção de Pinot Noir
de caroço acompanhadas de notas e Syrah, sendo uma das
ƽSVEMWQMRIVEMWIHIIVZEWJVIWGEW responsáveis por promover o
Frutado e refrescante, tem ótima
potencial do vale do Limarí.
acidez, médio corpo, boa textura e
ƼREPEKVEHʛZIPGSQXSUYIWWEPMRSW
IGʧXVMGSWʀPGSSP )1

LEIA MAIS SOBRE OS VINHOS DO MÊS EM NOSSO SITE


WWW.CLUBEADEGA.COM.BR
QUEM DISSE | para BEBER e COMENTAR

Vinho tem um papel no desenvolvimento


de certas culturas e acho que somos
inseparáveis. Homens e vinhas meio que
dançam juntos desde que estão no planeta.
Acho que essa relação é muito próxima. De
certa forma, sanguínea
Paul Hobbs, enólogo

“Uma planta que não é cuidada


pelo homem não produz uva. É
a mesma coisa com o vinho. Se
você não cuida da fermentação,
você faz vinagre. O vinho
natural não existe”
Maurizio Zanella, produtor

“O bonito dessa proissão é você, ano após ano,


entender melhor a expressão daquela vinha. Isso
obviamente vai se transformar numa alteração
mínima, mas é uma alteração no vinho”
Jorge Serôdio Borges, enólogo

“Não consigo imaginar


uma refeição sem vinho”
Tony Smith, produtor

“Você precisa conhecer bem a enologia


para fazer menos. Menos é mais”
Lorenza Sebasti, produtora

106 ADEGA >> Edição 1 52


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