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Legislação Penal Especial

Marcos Moreira

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Aula da Lei de Abuso de
Autoridade
Curso Tropa de Elite – PF 2012
Prof. Marcos Moreira
1- LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE

INSEJA A TRIPLICE RESPONSABILIDADE

-ADMINISTRATIVA

CIVIL

PENAL

OBS: A LEI DE ABUSO NÃO É UMA LEI EXCLUSIVAMENTE PENAL.


2- OBJETIVIDADE JURIDICA

POSSUEM DUPLA OBJETIVIDADE JURIDICA, UMA


PRIMEIRA IMEDIATA OU PRINCIPAL QUE É A
PROTEÇAO DOS DIREITOS E GARANTIAS
INDIVIDUAIS FISICAS E JURICIAS, E UMA
SECUNDARIA QUE É A NORMALIDADE E
LISURA DOS SERVIÇOS PUBLICOS.
3- ELEMENTO SUBJETIVO

SEMPRE É O DOLO.

OBS: ALEÉM DO DOLO DE PRATICAR A CONDUTA TÍPICA É


NECESSÁRIA AINDA A VONTADE DE ABUSAR, LOGO, SE
A AUTORIDADE NA JUSTA INTENÇAO DE CUMPRIR SEU
DEVER DE PROTEGER O INTERESSE PUBLICO ACABA SE
EXCEDENDO HAVERÁ ILEGALIDADE DO ATO, MAS NÃO
CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE POR AUSENCIA DO
DOLO ESPECIFICO DE ABUSAR.
4- FORMAS DE CONDUTA

COMISSIVAS E OMISSIVAS

FORMA OMISSIVAS: ART. 4, “C”, “D”, “G”, “I”.

SÃO CRIMES OMISSIVOS PUROS OU PROPRIOS


5- CONSUMAÇAO E TENTATIVA

ATR.3 – NÃO ADMITEM A TENTATIVA.

OBS: O SIMPLES ATENTADO JÁ CONFIGURA CRIME CONSUMADO.

SÃO CRIMES FORMAIS OU DE CONSUMAÇAO ANTECIPADA.

ART. 4- “C”, “D”, “G”, “I”. – NÃO ADMITEM A TENTATIVA

DEMAIS ADMITEM A TENTATIVA.


6- ART. 12 AÇAO PENAL PUBLICA
INCONDICIONADA.

OBS: DELEGADO AGE DE OFICIO E O MP


TAMBEM. A REPRESENTAÇAO QUE TRATA A LEI
FALA SOMENTE SOBRE O DIREITO DE PETIÇAO.
7- COMPETENCIA

A PENA MAXIMA DO CRIME DE ABUSO É DE SEIS MESES, LOGO VAI SER JULGADO PELO
JECRIM ESTADUAL OU FEDERAL.

SE O ABUSO FOR PRATICADO CONTRA SERVIDOR FEDERAL NO EXERCICIO DAS


FUNÇOES A COMPETENCIA É DO JECRIM FEDERAL SUMULA 147 DO STJ.
SE O ABUSO FOR PRATICADO POR SERVIDOR FEDERAL A COMPETENCIA SERA DO
JECRIM FEDERAL.
SE O ABUSO É PRATICADO POR SERVIDOR FEDERAL FORA DAS FUNÇOES MAS EM
RAZAO DELA O STJ ENTENDEU A QUE A COMPETENCIA É DO JECRIM ESTADUAL HC
DO STJ- 102049 DO ES. JULGADO EM 2010
O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE PRATICADO POR MILITAR NÃO É DE
COMPETENCIA DA JUSTIÇA MILITAR. AINDA QUE PRATICADO POR MILITAR CONTRA
MILITAR.
O STF JÁ AFIRMOU QUE O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE É UM CRIME
AUTONOMO QUE NÃO É ABSORVIDO PELO CRIME DE LESOES CORPORAIS E
HOMICIDIO, NEM POR QUALQUER CRIME CONTRA A HONRA.. O STJ ADMITE O
CONCURSO ENTRE ABUSO E TORTURA JULGADO HC 22727 GOIAS.
ZSUJEITOS DO CRIME DE ABUSO

SUJEITO ATIVO: AUTORIDADE PUBLICA, LOGO, CRIME PRÓPRIO.


O ART. 5 DA LEI TRAZ O CONCEITO DE AUTORIDADE.
OBS: O FUNC. PUBLICO APOSENTADO NÃO PODE MAIS PRATICAR ABUSO DE AUTORIDADE.

OBS2: AS PESSOAS QUE EXERÇAM MUNUS PUBLICO NÃO SÃO AUTORIDADES PARA FINS PENAIS. EX:
TUTOR, ADMINISTRADOR DE FALENCIAS

MUNUS PUBLICO: PE O ENCARGO IMPOSTO PELA LEI OU PELO JUIZ PARA A PROTEÇAO DE UM
INTERESSE PARTICULAR OU SOCIAL, ESTAS PESSOAS NÃO DETEM OARECLA DO PODER ESTATAL, POR
TAL RAZAO NÃO SÃO CONSIDERADOS FUNCIONARIOS PUBLICO PARA FINS PENAIS.

O PARTICULAR QUE NÃO EXERCE NEHUMA FUNÇAO PUBLICA PODE PRATICAR O CRIME DE ABUSO DE
AUTORIDADE ?
-SOZINHO JAMAIS, PORQUE NÃO TEM A QUALIDADE DE AUTORIDADE, MAS PODE COMETER O CRIME
DE ABUSO DE AUTORIDADE JUNTAMENTE COM UMA AUTORIDADE, DESDE QUE SAIBA QUE O
OUTRO É AUTORIDADE.
SUJEITO PASSIVO

DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA


SUJEITO PASSIVO DIRETO OU IMEDIATO: É A PESSOA FISICA OU JURIDICA QUE
SOFRE O ABUSO
SUJEITO PASSIVO INDIRETO OU MEDIATO: O PODER PUBLICO

AUTORIDADE PUBLICA PODE SER VITIMA DO CRIME DE ABUSO DE


AUTORIDADE ?
-SIM CLARO, DELEGADO VERSUS AGENTE POLICIAL.

PESSOA JURIDICA PODE SER VITIMA DO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE.

CRIANÇA E ADOLESCENTE PODE SER VITIMA? SIM DESDE QUE O FATO NÃO
CONFIGURE CRIME DO ECA.
PRESCRIÇAO

A LEI NÃO TRAZ REGRAS SOBRE A PRESCRIÇAO, LOGO APLICA-SE O CP. COMO A PENA MÁXIMA É DE SEIS MESES O
PRAZO DA PRESCRIÇAO É DE TRES ANOS.

CRIMES

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
ao sigilo da correspondência;
OBS: ESSA CORRESPONDENCIA PODE SER ESCRITA OU ELETRONICA.

OBS 2: A CORRESPNDENCIA ABERTA PERDE TAL CARAÁTER

OBS 3 : o crime do art 322 DO CP NÃO FOI REVOGADO PELA LEI DE ABUSO, TAL CRIME CONTINUA EM VIGOR
à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

à incolumidade física do indivíduo;


j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem
as formalidades legais ou com abuso de poder;

OBS: SUMULA VINCULANTE NUMERO 11

OBS2: SE PRATICADO CONTRA CRINAÇA OU ADOLESCENTE


CONFIGURA CRIME DO ART. 230 DO ECA.

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a


constrangimento não autorizado em lei;
OBS: SE FOR PRATICADO CONTRA ADOLESCENTE OU8 CRIANAÇA CONFIGURARÁ O ART. 232 DO ECA

deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;


OBS: A COMUNICAÇAO DEVE SER IMEDIATA

deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa,
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas,
emolumentos ou de qualquer outra despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de
poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
PERGUNTAS FREQUENTES.

O ABUSO DE AUTORIDADE

No que consiste o delito ABUSO DE AUTORIDADE?

Trata-se de um delito (crime) previsto na legislação penal extravagante, ou


seja, numa lei especifica, que regula o crime a margem do Código Penal.
É tipificado na Lei n.º 4.898/95, nos seus artigos 3.º e 4.º e consiste na
prática, por parte de qualquer autoridade, dos atos (ações)
exaustivamente listados nas 19 (dezenove) alíneas dos referidos artigos.
Como exemplos de autoridades para fins da Lei 4.898/65 podemos citar os
serventuários da justiça, comissários da infância e juventude, guardas civis
municipais, procuradores do Estado.
2. Quem pode ser constituído como sujeito ativo
do crime de ABUSO DE
AUTORIDADE ?

Somente o indivíduo que exerça cargo, emprego ou


função pública, de natureza civil, ou militar, ainda
que transitoriamente e sem remuneração.Vale
mencionar que o particular pode incorrer em tal
crime se agira junto a um funcionário publico e
souber que o mesmo exerce tal função.
3. Qualquer indivíduo pode representar a
autoridade pública por ABUSO DE
AUTORIDADE ?

ESSE CRIME É DE AÇAO PENAL PUBLICA


INCONDICIONADA.
4. Que atos ou ações exatamente podem ser
caracterizados como crime de ABUSO DE
AUTORIDADE ?

NEM TODO ABUSO DE PODER CONFIGURA ABUSO DE


AUTORIDADE, MAS TODO ABUSO DE AUTORIDADE
CONFIGURA ABUSO DE PODER.

Apenas os previstos nos arts. 3. e 4 da Lei 4898, de 9 de


dezembro de 1965, que possuem as seguintes dicções:
“Art. 3º.Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)” (g.n.).
“Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade


individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se
proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa,
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à
espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
recibo de importância recebida a título de carceragem,
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio
de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
5. Dos atos ou ações acima listados, quais podem ser, em tese,
praticados pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal no exercício de
suas atribuições ?

Da simples leitura dos artigos trasladados, verifica-se de plano que


muitas das
ações não podem ser praticadas por um AFRF, por não constituir atos
de sua alçada. Por exemplo, as previstas nas alíneas d, e, f, g, e i do
art. 4.º, que somente podem ser praticados pelos Magistrados,
Delegados de Policia e Carcereiros.
A fim de visualizar as hipóteses em que o delito pode ser, em tese,
praticado por um AFRF, reproduzem-se abaixo algumas das
tipificações de atos que podem eventualmente estar relacionados
com ações de Fiscalização Tributaria Federal e consignamos
exemplos práticos e, claro, hipotéticos.
5.1. Atentado à liberdade de locomoção (alínea a do art. 3.º da Lei
4898/65)

Se, durante uma operação de fiscalização aduaneira numa zona de


fronteira, por exemplo, um AFRF ordenar (exarar uma ordem legal) a
um cidadão que pare o seu veículo e o estacione a fim de ser
fiscalizado, não comete qualquer ilícito ou crime. Ao contrário,
estará cumprindo o seu dever legal. Essa limitação sofrida pelo
cidadão ao seu direito de se locomover,
entretanto, deve ser apenas pelo período necessário à execução da
fiscalização. Concluída a fiscalização, há que ser respeitado o direito
à liberdade do cidadão. Se o AFRF, desnecessária e
intencionalmente, tolher o referido direito, comete o crime.
5.2. Atentado à inviolabilidade do domicílio (alínea b do art. 3.º da Lei
4898/65)

O domicilio (casa) da pessoa natural (pessoa física) é protegido pela


Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI. Há apenas duas hipóteses em que se pode
adentrar ao domicilio sem a anuência de quem nele e domiciliado. A
primeira se dá por ordem judicial e somente pode ser realizada durante o dia. A
segunda, nos casos em flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, e
independe de ordem judicial ou do horário. Dessa forma, por exemplo, se um AFRF, ou
qualquer outra autoridade ou servidor, invadir de modo intencional a casa (o
domicílio) de um contribuinte para intimá-lo, por exemplo, comete o delito de
ABUSO DE AUTORIDADE.

Ressalte-se, entretanto, que o conceito de domicilio é restrito às pessoas


naturais: não há que se falar, de forma séria e juridicamente válida, em
inviolabilidade do domicílio da pessoa jurídica, máxime à Fiscalização Tributária. Isso
se verifica de modo clarividente em face de o referido inciso XI do art. 5.º da
Constituição utilizar a expressão “casa” e “morador” ao invés de “domicílio” e
“pessoa”.
5.3. Atentado ao sigilo da correspondência (alínea c do art. 3.º da Lei
4898/65)

O sigilo das correspondências – sejam entre pessoas naturais ou


jurídicas – e
direito constitucionalmente garantido no art. 5.º inciso...
A fim de que se possa falar em sigilo, a correspondência deve esta
lacrada.
As abertas perdem a qualidade de sigilosas. Não se concebe que seja
acobertado pelo sigilo algo já violado.
Assim, se um AFRF, durante uma fiscalização, intencionalmente abre
correspondências de um contribuinte, comete o delito em analise.
6. O ABUSO DE AUTORIDADE admite a modalidade
“CULPOSA”?

Não. O elemento subjetivo do tipo é o DOLO, ou seja, a


vontade livre e consciente de exceder os limites do
poder que possui em face da autoridade do cargo. Não
é possível a tentativa.
Isso significa, em termos mais minudenciados, que não se
comete o crime por
negligência, imprudência ou imperícia. É necessário que
se aja com dolo.
7. O que determina o momento consumativo do crime?
Havendo tipificadas qualquer das dezenove ações, o momento
do cometimento do delito (consumação do crime) depende
de cada uma das ações (depende de cada caso concreto).
Assim, por exemplo, no caso da alínea c do art. 3.º da Lei
4898/65, consuma-se o crime no momento em que a
correspondência, devidamente lacrada, é aberta. No caso
alínea a do mesmo artigo (Atentado à liberdade de
locomoção), no momento em que o cidadão é tolhido
ilicitamente de sua liberdade. No caso acima exemplificado,
no momento em que o AFRF, já tendo fiscalizado a
bagagem e o automóvel do viajante, sem constatar
irregularidades, mantém o cidadão parado, impedindo que
prossiga.
8. ABUSO DE AUTORIDADE é o mesmo que ABUSO DE PODER?

Não se deve confundir abuso de autoridade com abuso de poder.


O que a Lei 4898/65 prevê como crime é tão-somente o denominado
abuso de
autoridade. Abuso de poder é uma expressão genérica (não o nomen
iuris de um delito específico), que abarca tanto o crime em
comento, como o abuso de poder econômico, político etc. Logo,
constitui lapso afirmar-se apenas “foi praticado o crime de abuso
de poder”.

BIZUS MEGA ULTRA POWERS DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE.


Lei 4.898/65 – Abuso de autoridade
Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil
ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena
autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de
natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um
a cinco anos.

O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de


aguardar a decisão da ação penal ou civil.

A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente


não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e
dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local
que o Juiz designar.
A representação não constitui condição de procedibilidade para a ação penal, que é
pública incondicionada, não podendo ser obstada pela ausência de representação.
Esta tem natureza de notícia do fato criminoso. A Lei 5.249/67 foi editada com o
único objetivo de esclarecer que os crimes de abuso de autoridade são de ação
penal pública incondicionada.

Autoridade supondo a ação correta e legítima, não haverá abuso por inexistência de
dolo.

Inexiste tentativa nos crimes do art. 3°. Nos crimes do art. 4° em algumas modalidades
é possível a tentativa.

A defesa preliminar do art. 514 do CPP só é aplicável aos crimes afiançáveis praticados
por funcionário publico contra a administração, constantes do CP. Não se aplica às
leis penais especiais. O rito das leis penais especiais é especifico e, portanto, não
se aplica a defesa prévia ao crime de abuso de autoridade.
Art. 6º, § 3º. A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos
artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a
cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda
do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função
pública por prazo até três anos.

Após a edição da Lei 10.259/2001, o abuso de autoridade é


caracterizado como delito de menor potencial ofensivo, sendo
cabível a transação penal, em qualquer caso. O único parâmetro é a
pena máxima que, no caso, é de 6 meses.

Súmula 172, STJ: COMPETE A JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR


MILITAR POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, AINDA QUE
PRATICADO EM SERVIÇO.
Nem todo abuso de poder configura crime de abuso de autoridade. É
preciso que a conduta esteja descrita nos art. 3.º ou 4.º da lei n.º
4898/65 (crimes de abuso de autoridade).
Em se tratando de crime de abuso de autoridade, eventual falha na representação, ou
mesmo sua falta, não obsta a instauração da ação penal. Isso nos exatos termos do
art. 1º da Lei n° 5.249/67, que prevê, expressamente, não existir, quanto aos
delitos de que trata, qualquer condição de procedibilidade (Precedentes do STF e
do STJ).

O particular pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade, desde pratique a
conduta em concurso com a autoridade pública.

Haverá crime de abuso de autoridade ainda que o agente esteja fora de suas funções
(ex.: férias), DESDE QUE INVOQUE A FUNÇÃO.

NÃO EXISTE crime de abuso de autoridade na FORMA CULPOSA.

PRISÃO PARA AVERIGUAÇÃO é crime de ABUSO DE AUTORIDADE.


No caso flagrante impróprio, em que autor de crime é preso em
perseguição, haverá crime de abuso de autoridade na conduta dos
policiais de ingressar dentro do domicílio do criminoso? Sim. No
caso da prisão em flagrante, leciona Guilherme de Souza Nucci,
“deve o flagrante ser próprio (art. 302, I e II, CPP), não nos
parecendo correto ampliar a possibilidade de invasão para as
hipóteses de flagrante impróprio ou presumido (art. 302, III –
perseguido logo após; e IV – encontrado logo depois, CPP).”

Orientação do STF: A administração penitenciária, com fundamento


em razões de segurança pública, pode, excepcionalmente, proceder
à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados,
eis que a cláusula da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode
constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.
É possível concurso entre os crimes de abuso de
autoridade e de homicídio? E entre os crimes de abuso
de autoridade e de lesão corporal? Sim, desde sejam
duas condutas distintas.

O descumprimento de prazo em favor de adolescente


privado de liberdade, cumprindo medida de interdição
pelo cometimento de ato infracional, em face do
princípio da especialidade, não configura crime de
abuso de autoridade, mas sim CRIME CONTRA A
CRIANÇA E O ADOLESCENTE, previsto no art. 235 da lei
n.º 8.069/90.

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