Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NOÇÕES
INTRODUTÓRIAS
Sumário:
1.
Conceitos
Importantes
1.1.
Noções
de
Estado
1.2.
Noções
de
Governo
2.
Funções
dos
Poderes
do
Estado
3.
Objeto
do
Direito
Administrativo
3.1.
Função/Atividade
Administrativa
3.2.
Função
de
governo/função
política
(Celso
Antônio)
4.
Direito
administrativo
dentro
do
sistema
4.1.
Direito
Administrativo
nas
entidades
da
Federação
5.
Conceito
de
Direito
Administrativo
6.
Fontes
do
Direito
Administrativo
7.
Mecanismos
de
Controle
dos
Atos
Administrativos
7.1.
Sistema
Administrativo
Brasileiro
1.
Conceitos
Importantes
1.1.
Noções
de
Estado
• Estado:
É
a
pessoa
jurídica
de
direito
público,
ou
seja,
é
quem
tem
personalidade
jurídica
(tem
aptidão
para
ser
sujeito
de
direitos
e
deveres),
e
pode
assumir
responsabilidade
civil.
Quem
paga
a
indenização
por
danos
causados
pela
Administração
Pública
é
o
Estado,
pois
ele
é
a
pessoa
jurídica,
aquele
que
tem
aptidão
para
ser
sujeito
de
obrigações.
Da
mesma
forma,
quem
assina
contrato
é
o
Estado
e
não
a
Administração
Pública.
QUESTÃO:
O
Estado
Brasileiro
está
sujeito
à
teoria
da
dupla
personalidade.
Falso.
Essa
teoria
diz
que
o
Estado
assume
a
qualidade
de
pessoa
pública
se
estiver
exercendo
a
função
pública;
e
de
pessoa
privada
quando
estiver
exercendo
atividade
privada.
Essa
teoria
não
é
adotada
pelo
Brasil,
porque
o
Estado
é
pessoa
jurídica
de
direito
público
sempre.
QUESTÃO:
A
responsabilidade
civil
da
Administração
no
Brasil
está
prevista
no
art.
37
§6º
da
CF?
Não,
porque
a
responsabilidade
civil
é
do
Estado
(da
pessoa
jurídica)
e
não
da
Administração.
QUESTÃO
(UnB):
A
responsabilidade
civil
da
Administração,
no
Brasil,
segue,
em
regra,
a
responsabilidade
objetiva.
FALSO.
A
responsabilidade
não
é
da
administração,
mas
do
ESTADO.
• Poderes
de
Estado
X
Poderes
da
Administração:
Pela
tripartição
de
Montesquieu
dos
Poderes
do
Estado,
eles
são
Executivo,
Legislativo,
Judiciário,
criados
para
a
realização
de
certas
funções.
Já
os
poderes
da
Administração
são
disciplinar,
de
polícia,
regulamentar
(ou
normativo),
hierárquico.
Os
Poderes
de
Estado
integram
a
organização
política
do
Estado,
representando
uma
divisão
estrutural
internam
visando,
ao
mesmo
tempo,
(i)
à
especialização
no
exercício
das
funções
estatais
e
(ii)
a
impedir
a
concentração
de
todo
o
poder
do
Estado
nas
mãos
de
uma
única
pessoa
ou
órgão.
Na
história
do
constitucionalismo,
a
idéia
inicial
de
uma
separação
rígida
entre
os
poderes
foi
sendo
substituída
por
uma
separação
flexível
das
funções
estatais,
possibilitando
uma
maior
interpenetração,
coordenação
e
harmonia
entre
eles,
de
modo
que
cada
Poder
termina
exercendo,
em
certa
medida,
todas
as
funções
do
Estado:
uma
em
caráter
predominante
(sua
função
típica)
e
outras
de
natureza
acessória
(denominadas
atípicas).
• Forma
de
Estado:
O
Estado
pode
ser
unitário
ou
federado
(complexo
ou
composto).
1
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
• Elementos
do
Estado:
o
povo
(as
pessoas
que
compõe
a
pessoa
jurídica
Estado),
o
território
(espaço
físico
onde
esse
povo
está
situado),
e
o
governo
soberano
(o
comando,
a
direção
do
Estado).
1
A
forma
federativa
de
Estado
constitui
cláusula
pétrea,
insuscetível
de
abolição.
2
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
• Sistema
de
Governo:
É
o
modo
como
se
dá
a
relação
entre
o
Poder
Legislativo
e
o
Poder
Executivo
no
exercício
das
funções
governamentais.
A
depender
da
maior
ou
menor
colaboração
entre
eles,
teremos
os
sistemas
de
governo
presidencialista
ou
parlamentarista.
Ex. Inglaterra.
2.
Funções
dos
Poderes
do
Estado
Função
significa
exercer
uma
atividade
em
nome
ou
interesse
de
outrem.
Função
pública
é
a
atividade
exercida
em
nome
e
no
interesse
do
povo,
o
que
significa
dizer
que
o
administrador
existe
para
representar
os
interesses
do
povo
(interesse
público).
Cada
Poder
do
Estado
realiza
uma
função
típica/precípua
para
a
qual
foi
criado,
e
também
funções
atípicas,
que
materialmente
deveriam
pertencer
a
Poder
diverso.
As
linhas
definidoras
das
funções
exercidas
pelos
Poderes
têm
caráter
político
e
figuram
na
Constituição.
São
dois
os
critérios
utilizados
para
caracterizar
as
funções
do
Estado:
orgânico
(ou
subjetivo)
e
material
(objetivo).
O
primeiro
procura
identificar
a
função
através
de
quem
a
produz.
O
segundo,
por
seu
turno,
toma
em
conta
a
atividade,
ou
seja,
um
dado
objeto.
O
critério
objetivo
subdivide-‐se
em
objetivo-‐material
e
objetivo-‐formal.
O
primeiro
busca
reconhecer
a
função
a
partir
de
elementos
intrínsecos
a
ela.
Já
o
critério
objetivo-‐formal
se
apega
essencialmente
em
características
“de
direito”
(regime
jurídico)
da
atividade.
Para
Celso
Antônio,
o
critério
adequado
para
identificar
as
funções
do
Estado
é
o
critério
formal,
chegando
à
seguinte
conclusão:
os
três
poderes
são:
3
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
Art.
93,
X
da
CF.
As
decisões
administrativas
dos
tribunais
serão
motivadas
e
em
sessão
pública,
sendo
as
disciplinares
tomadas
pelo
voto
da
maioria
absoluta
de
seus
membros;
b. Poder
Legislativo:
sua
função
típica
é
LEGIFERANTE,
ou
seja,
legislar.
Alguns
doutrinadores
apontam
como
função
típica
do
Legislativo,
a
função
de
fiscalizar
(por
meio
das
CPI’s
e
dos
Tribunais
de
Contas),
mas
esse
não
é
o
entendimento
majoritário.
O
Poder
Legislativo
tem
como
funções
atípicas:
jurisdicional
(quando
julga
o
Presidente
da
República,
v.g.),
e
administrativa
(quando
organiza
seus
serviços
internos
fazendo
licitação
para
comprar
computadores).
JURISDICIONAL:
Art.
52
da
CF.
Compete
privativamente
ao
Senado
Federal:
I
-‐
processar
e
julgar
o
Presidente
e
o
Vice-‐Presidente
da
República
nos
crimes
de
responsabilidade,
bem
como
os
Ministros
de
Estado
e
os
Comandantes
da
Marinha,
do
Exército
e
da
Aeronáutica
nos
crimes
da
mesma
natureza
conexos
com
aqueles;
II
processar
e
julgar
os
Ministros
do
Supremo
Tribunal
Federal,
os
membros
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
e
do
Conselho
Nacional
do
Ministério
Público,
o
Procurador-‐Geral
da
República
e
o
Advogado-‐
Geral
da
União
nos
crimes
de
responsabilidade;
2
Na
verdade,
segundo
Didier,
ainda
na
ADI
a
atividade
é
concreta,
pois
há
a
submissão
de
uma
norma
específica
para
análise
de
sua
constitucionalidade
(não
é
feita
a
análise
abstratamente,
de
todas
as
normas).
4
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
ADMINISTRATIVA:
Art.
51
da
CF.
Compete
privativamente
à
Câmara
dos
Deputados:
IV
-‐
dispor
sobre
sua
organização,
funcionamento,
polícia,
criação,
transformação
ou
extinção
dos
cargos,
empregos
e
funções
de
seus
serviços,
e
a
iniciativa
de
lei
para
fixação
da
respectiva
remuneração,
observados
os
parâmetros
estabelecidos
na
lei
de
diretrizes
orçamentárias;
Art.
52
da
CF.
Compete
privativamente
ao
Senado
Federal:
XIII
-‐
dispor
sobre
sua
organização,
funcionamento,
polícia,
criação,
transformação
ou
extinção
dos
cargos,
empregos
e
funções
de
seus
serviços,
e
a
iniciativa
de
lei
para
fixação
da
respectiva
remuneração,
observados
os
parâmetros
estabelecidos
na
lei
de
diretrizes
orçamentárias;
A
função
legislativa
é
ABSTRATA,
em
regra
(temos
leis
de
efeitos
concretos,
em
exceção,
como
exemplo
da
lei
que
desapropria
um
imóvel),
DIRETA
(realizada
sem
provocação),
GERAL
(é
aplicável
erga
omnes),
e
tem
o
poder
de
INOVAR
o
Ordenamento
Jurídico.
c. Poder
Executivo:
sua
função
típica
é
a
ADMINISTRATIVA.
Atipicamente,
o
Poder
Público
realiza
função
legislativa
(quando
o
Presidente
edita
uma
medida
provisória),
havendo
controvérsia
quanto
à
realização
da
função
jurisdicional
(já
que
suas
decisões
não
são
aptas
à
definitividade).
LEGISLATIVA:
Art.
84
do
CF.
Compete
privativamente
ao
Presidente
da
República:
IV
-‐
sancionar,
promulgar
e
fazer
publicar
as
leis,
bem
como
expedir
decretos
e
regulamentos
para
sua
fiel
execução;
Art.
62
do
CF.
Em
caso
de
relevância
e
urgência,
o
Presidente
da
República
poderá
adotar
medidas
provisórias,
com
força
de
lei,
devendo
submetê-‐las
de
imediato
ao
Congresso
Nacional.
José
Carvalho
dos
Santos
Filho
pontua
que
o
sistema
constitucional
pátrio
vigente
não
deu
margem
a
que
pudesse
ser
exercida
a
função
jurisdicional
pelo
Poder
Executivo
(porque,
quando
este
decide
conflitos,
o
faz
sem
cunho
de
definitividade,
que
caracteriza
a
função
jurisdicional).
João
Paulo,
contudo,
disse
que
a
doutrina
majoritária
entende
que
o
Poder
Executivo
exerce,
atipicamente,
a
função
de
julgar,
apesar
de
não
ser
jurisdição
(aplicar
normas
gerais
ao
caso
concreto).
5
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
José
Carvalho
define
a
função
administrativa
pelo
caráter
residual
(ou
negativo):
onde
não
há
criação
de
direito
novo
(legislativa)
ou
solução
de
conflitos
de
interesses
(judicial),
a
função
exercida,
sob
o
aspecto
material,
será
a
administrativa
!
gestão
de
interesses
coletivos.
A
função
administrativa
é
CONCRETA
(tem
destinatário
certo),
DIRETA
(porque
não
precisa
de
provocação),
GERAL
(tem
eficácia
erga
omnes),
NÃO
INOVA
o
ordenamento
jurídico
(a
medida
provisória,
que
inova
o
ordenamento
jurídico,
constitui
uma
exceção)
e
é
REVISÍVEL
(não
produz
intangibilidade
jurídica).
Todos
os
Poderes
da
República
exercem
a
função
administrativa,
mas
somente
o
Poder
Executivo
o
faz
tipicamente.
OBS:
Coisa
julgada
administrativa
é
a
impossibilidade
de
mudança
da
decisão
na
via
administrativa
quando
não
couber
mais
recurso
administrativo.
Só
produz
a
intangibilidade
administrativamente.
Nada
impede
que
esta
decisão
seja
revista
e
modificada
pelo
Poder
Judiciário,
já
que
adotamos
o
sistema
de
controle
da
Jurisdição
Única.
3.2.
Função
de
governo/função
política
(Celso
Antonio
Bandeira
de
Melo).
Segundo
Celso
Antônio
Bandeira
de
Melo,
alguns
atos
não
se
enquadram
nas
funções
clássicas
do
Estado
(de
legislar,
administrar
ou
julgar),
mas
em
uma
quarta
função
do
Estado,
denominada
FUNÇÃO
POLÍTICA
ou
FUNÇÃO
DE
GOVERNO.
Ex.:
veto
administrativo,
decretação
de
guerra,
celebração
de
paz,
estado
de
defesa
e
estado
de
sítio
(fogem
das
atividades
do
dia-‐a-‐dia).
Segundo
Dirley
da
Cunha,
as
funções
de
governo
são
aquelas
que
se
relacionam
com
a
superior
gestão
da
vida
política
do
Estado
e
indispensáveis
à
sua
própria
existência.
6
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
• Direito
Público:
Ramo
do
direito
que
tem
por
objetivo
principal
a
regulação
dos
interesses
da
sociedade
como
um
todo,
a
disciplina
das
relações
entre
esta
e
o
Estado
e
das
relações
das
entidades
e
órgãos
estatais
entre
si.
Tutela
o
interesse
público,
só
alcançando
os
interesses
particulares
de
forma
indireta
ou
reflexa.
Característica:
desigualdade
entre
administrados
e
administrador.
O
Direito
Público
se
preocupa
com
a
atuação
do
Estado
na
satisfação
do
interesse
público.
Dentro
do
Direito
Público
encontram-‐se
Direito
Penal,
Administrativo,
Tributário
etc.
Não
é
possível
o
total
afastamento
das
normas
de
direito
público
na
atuação
do
Estado.
QUESTÃO:
Regra/norma
de
direito
público
é
sinônimo
de
regra
de
ordem
pública?
Não,
regras
de
ordem
pública
são
aquelas
que
não
podem
ser
afastadas,
modificadas
pela
vontade
das
partes,
por
serem
cogentes.
Elas
se
encontram
tanto
em
ramos
do
direito
público
como
privado.
Ex:
são
de
ordem
públicas
as
regras
referentes
ao
pagamento
de
imposto,
ao
concurso
(direito
público)
e
normas
relacionadas
à
capacidade
civil
e
impedimentos
para
o
casamento
(direito
privado).
Por
isso,
“regra
de
ordem
pública”
tem
conceito
mais
amplo
que
“regra
de
direito
público”,
abrangendo-‐a
(se
caísse
na
prova
“regra
de
direito
público
é
de
ordem
pública”,
estaria
certo)
e
com
ela
não
se
confundindo.
O
Direito
Administrativo
é
um
ramo
do
direito
interno,
que
se
preocupa
com
as
relações
dentro
do
território
nacional.
O
Direito
internacional
tem
como
objeto
as
relações
entre
as
pessoas
estrangeiras.
" Auto-‐organização:
pode
cada
entidade
criar
seu
próprio
diploma
constitutivo.
" Autogoverno:
pode
cada
entidade
organizar
seu
governo
e
eleger
seus
dirigentes.
" Auto-‐administração:
pode
cada
entidade
organizar
seus
próprios
serviços.
Dotadas
de
autonomia
e,
pois,
de
capacidade
de
auto-‐administração,
as
entidades
federativas
terão,
por
via
de
conseqüência,
as
suas
próprias
Administrações,
ou
seja,
sua
própria
organização
e
seus
próprios
serviços,
inconfundíveis
com
as
outras
entidades.
5.
Conceito
de
Direito
Administrativo
Como
a
definição
do
objeto
do
direito
administrativo
é
assunto
difícil,
diversas
teorias
surgiram
para
explicar
seu
conceito:
a. Teoria
Legalista
ou
Exegética
–
O
direito
administrativo
representaria
um
estudo
de
lei,
para
verificar
o
que
determinado
em
lei.
Essa
foi
uma
das
primeiras
teorias
criadas.
Essa
teoria
não
prosperou
no
Brasil,
pois
sabemos
que
o
direito
administrativo
abarca,
além
da
lei,
a
análise
de
princípios.
A
idéia
de
que
o
direito
não
se
funda
apenas
em
lei,
mas
também
em
princípios,
deu
margem
ao
surgimento
das
Teorias
seguintes.
b. Escola
do
Serviço
Público
–
Foi
criada
após
afastada
a
teoria
legalista.
O
direito
administrativo
teria
como
objeto
o
estudo
do
serviço
público.
O
problema
dessa
teoria
estava
em
sua
conceituação
de
serviço
público:
para
essa
Escola,
serviço
público
representaria
toda
atuação
do
Estado.
Essa
teoria
não
foi
adotada
pelo
Brasil
por
ser
ampla
demais.
Claro
que
o
direito
administrativo
não
estuda
tudo
que
é
feito
pelo
Estado,
senão
esvaziaria
os
demais
ramos
do
Direito
Público
(tributário,
constitucional,
penal
etc.).
d. Critério
das
Relações
Jurídicas
–
O
direito
administrativo
se
preocuparia
com
todas
as
relações
jurídicas
estabelecidas
entre
o
Estado
e
seus
administrados.
Esse
critério
é
amplo
demais:
Existem
relações
travadas
pelo
Estado
em
regime
de
direito
privado
(ex:
as
relações
jurídicas
do
Estado
na
indústria
e
no
comércio
não
são
reguladas
pelo
direito
administrativo).
Além
disso,
se
o
direito
administrativo
tratar
de
todas
as
relações
travadas
pelo
Estado,
esvaziará
os
demais
ramos
do
Direito
Público.
3
Exemplo:
quando
o
Poder
Judiciário
realiza
concurso
público;
quando
o
Congresso
Nacional
faz
licitação
para
comprar
papel
e
caneta.
8
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
Por
fim,
esse
critério
é
amplo
em
razão
de
que
nem
toda
atuação
do
Estado
será
pautada
em
relação
jurídica.
Existem
pontos/temas
do
direito
administrativo
que
não
geram
relações
jurídicas.
e. Critério
Teleológico
–
O
direito
administrativo
seria
um
conjunto
de
regras
e
princípios.
Esse
critério
foi
ADOTADO
pelo
Brasil,
mas
não
é
completo,
pois
insuficiente
à
delimitação
do
objeto
do
direito
administrativo.
QUESTÃO:
O
critério
teleológico
foi
acolhido
pela
doutrina
brasileira.
Verdade,
só
que
ele
não
é
completo.
f. Critério
Residual
ou
Negativo
–
Foi
desenvolvido
com
o
intuito
de
completar
o
critério
teleológico.
A
definição
do
direito
administrativo
é
feita
por
exclusão:
retirando
as
funções
jurisdicional
e
legislativa
do
Estado,
o
que
sobrar
seria
o
objeto
do
Direito
Administrativo.
Essa
teoria
foi
ADOTADA
pelo
Brasil.
De
fato,
a
exclusão
acontece
na
definição
do
direito
administrativo,
pois
não
estuda
as
funções
legislativa
e
jurisdicional.
Por
isso,
essa
teoria
foi
ACEITA
pelo
Brasil,
mas
ainda
foi
considerada
incompleta.
Até
hoje,
como
nossa
doutrina
ainda
não
conseguiu
definir
de
forma
adequada
o
que
é
atividade
administrativa,
normalmente
a
define
por
exclusão.
Essa
teoria
é
cobrada
em
provas.
Esse
critério
também
foi
ADOTADO
pela
doutrina
brasileira,
mas
considerado
insuficiente,
pois
o
direito
administrativo
não
visa
a
estudar
todo
o
Estado
jurídico.
Ou
seja:
• Regime
jurídico
administrativo
é
o
CONJUNTO
HARMÔNICO
DE
REGRAS
E
PRINCÍPIOS
que
regem
o
direito
administrativo.
#
Critério
Teleológico
• A
menção
à
necessidade
de
que
EXERÇAM
ATIVIDADE
ADMINISTRATIVA
decorre
do
fato
de
que
não
só
o
Poder
Executivo,
mas
todos
os
Poderes
exercem
função
administrativa
(típica,
no
caso
do
Poder
Executivo,
ou
atipicamente,
no
caso
dos
Poderes
Legislativo
e
Judiciário).
Todos
os
Poderes
do
Estado
estarão
no
âmbito
do
4
Realizar
de
forma
direta
e
concreta
refere-‐se
ao
critério
residual
porque
afasta
as
funções
jurisdicional
e
legislativa.
9
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
10
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
No
topo
da
estrutura
encontra-‐se
a
CF,
seguida
pelas
leis
e,
somente
depois,
na
base
da
pirâmide,
encontram-‐se
os
atos
administrativos.
Com
as
normas
inferiores
têm
que
ser
compatíveis
com
as
normas
superiores,
e
todas
elas
com
a
Constituição
Federal,
os
atos
administrativos,
que
estão
na
base
da
pirâmide,
têm
que
ser
compatíveis
com
a
Constituição
e
com
as
leis.
É
o
que
o
Supremo
chama
de
relação
de
compatibilidade
vertical:
RELAÇÃO
DE
COMPATIBILIDADE
VERTICAL
CF
Leis
Atos
Administrativos
A
súmula
vinculante,
a
priori,
gera
economia
por
consolidar
decisões
de
processos
iguais.
Mas,
na
prática,
estão
editando
súmula
em
casos
em
que
só
havia
um
processo
discutindo
o
caso.
OBS:
Cuidado
com
a
repercussão
geral
(julgamento
por
amostragem
do
leading
case),
que
também
efeito
vinculante,
apesar
de
não
alarmar
tanto
quanto
a
súmula
vinculante.
11
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
f. DOUTRINA
é
o
resultado
dos
trabalhos
dos
estudiosos.
Não
está
pacífico
entre
eles
que
a
doutrina
sirva
como
fonte
de
direito.
A
doutrina
em
direito
administrativo
brasileiro
é
muito
divergente
porque
não
há
um
Código
que
estabeleça
harmonia
e
coerência
entre
os
dispositivos.
7.
Mecanismos
de
Controle
dos
Atos
Administrativos
No
direito
comparado
existem
dois
sistemas
administrativos
que
tratam
dos
mecanismos
de
controle
dos
atos
administrativos:
• Contencioso
Administrativo
ou
Dualidade
de
Jurisdição
(sistema
francês)
#
Foi
o
sistema
criado
na
França.
O
sistema
da
dualidade
de
jurisdição
veda
o
conhecimento
pelo
Poder
Judiciário
de
atos
da
Administração
Pública.
Assim,
o
controle
dos
atos
administrativos
é
realizado
apenas
pela
própria
Administração.
Os
países
que
adotam
o
sistema
francês
aceitam,
excepcionalmente,
o
controle
de
atos
administrativos
pelo
Poder
Judiciário.
Rol
explicativo
das
situações
específicas
em
que
o
Judiciário
poderá
rever
os
atos:
atividades
públicas
de
caráter
privado5;
ações
que
envolvem
estado
e
capacidade
das
pessoas;
questões
que
envolvem
propriedade
privada;
questões
ligadas
à
repressão
penal.
Esse
não
é
o
sistema
adotado
pelo
Brasil.
• Jurisdição
Única
ou
do
Controle
Judicial
(sistema
inglês)6
#
Foi
o
sistema
criado
pela
Inglaterra.
Nesse
sistema,
a
Administração
tem
o
poder
de
revisão
de
seus
atos,
mas
sua
decisão
pode
ser
revisada
pelo
Poder
Judiciário,
que
tem
o
poder
de
decisão
final
(sendo
o
único
cuja
decisão
faz
coisa
julgada).
O
Brasil
adota
o
sistema
de
jurisdição
única.
A
adoção
do
sistema
da
unicidade
da
jurisdição
não
implica
a
vedação
à
solução
de
litígios
em
âmbito
administrativo,
nem
o
controle
de
legalidade
pela
Administração
(que
é
um
poder-‐
dever
de
autotutela).
Apenas
significa
que
qualquer
litígio,
ainda
que
iniciado
ou
concluído
na
esfera
administrativa,
pode
ser
levado
à
apreciação
do
Poder
Judiciário.
A
Administração
pode
controlar
seus
atos,
mas
essa
decisão
é
revisível
pelo
Judiciário.
5
É
a
atividade
exercida
pelo
Estado
que
segue
o
regime
jurídico
privado.
Ex:
contrato
de
locação
celebrado
pelo
Estado
–
não
é
porque
o
regime
é
privado
que
não
vai
precisar
de
licitação:
tem
que
ter
licitação.
6
Também
é
chamado
de
“sistema
da
unidade
da
jurisdição”.
12
DIREITO
ADMINISTRATIVO
–
JOÃO
PAULO
LORDELO
13