Você está na página 1de 1

No Filebo (58b-c) a pesquisa sobre o conhecimento para determinar entre os

seus ramos ou espécies aquele que é o maior e mais excelente (tôi megistê kai
aristê) e útil ao filósofo. Tal conhecimento precisa ser o que há de mais
verdadeiro (to alêthéstaton), claro (saphès) e certo (takribès).

Ora, neste caso, é como nos diz Aristóteles (Física I e Met. I): a princípio esse
conhecimento está o mais afastado de nós, e é para nós o menos claro, ou seja, o
que nos é menos conhecido, embora esse mesmo conhecimento que está
afastado de nós é o que há de mais cognoscível em si e por sua natureza; a
pesquisa segue o seu caminho e vai ao encontro disto que é mais cognoscível
em si, para que isso também se torne conhecido para nós e dele partamos, ao
fim da pesquisa, para estabelecer a explicação e o nexo causal que se estabelece
entre duas coisas distintas, a princípio na pesquisa, ou seja, o que nos é
desconhecido no início da mesma, o assunto que, enquanto pesquisadores,
desejamos investigar, e o próprio pesquisador quanto ao saber que nele se
encontra acerca disso mesmo que ao buscar, encontra. As coisas mais próximas
de nós e que passam por serem as mais conhecidas aos nossos olhos, são as
coisas cujos fenômenos captamos por meio da sensibilidade. Apesar de serem
as mais próximas de nós, as coisas que vemos e ouvimos, e por contraditório
que nos pareça, aquilo que se manifesta diante de nós de maneira luminosa ou
sonora, são as coisas menos claras ou compreensíveis, isto é, são as mais
afastadas do conhecimento ou do princípio para o conhecimento, pois são a
geração ou o produto, o efeito ou a conseqüência da ação de alguma causa que
se torna, ela mesma, o princípio a partir do qual se explica tudo que lhe é,
enquanto algo gerado ou produzido, congênere. Não obstante isso, a saber, as
coisas manifestas serem as menos cognoscíveis, é delas que o pesquisador parte,
no estado em que se encontra no início da pesquisa.

Você também pode gostar