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Mensagem ao leitor e usuário desta apostila

Este trabalho é o resultado de muitas experiências em salas de aula e de outras


apostilas elaboradas, tanto sobre este assunto como de outros na área da Eletrotécnica.
Não pretende, de modo nenhum, substituir os bons livros já escritos, que continuam sendo
recomendados a todo início de semestre letivo. Porém, são inegáveis as dificuldades
financeiras presentes na vida da maioria dos estudantes do ensino profissional e do custo
dos livros. Também é inegável a falta do hábito de ler, não desenvolvido no momento
mais próprio da educação no Brasil, tanto no meio familiar como no estudantil. Todavia, é
absolutamente necessário ler um mínimo para que se possa aprender, no mínimo, o
mínimo indispensável. Como ainda sou otimista, vejo a possibilidade de que, auxiliado
pelo acompanhamento das aulas, o estudante possa aprender bem mais do que o
mínimo. Tenho, pois, a pretensão de que esta apostila possa auxiliar o estudante a
vencer, de forma tão objetiva e barata quanto possível, o desafio de compreender a
Eletricidade, construindo uma base de conhecimentos para evoluir neste interessante
e desafiador campo da Física, tão presente e necessário no nosso dia-a-dia.

A opção de buscar uma escola para a formação profissional de Técnico em


Eletrotécnica ou Eletrônica em Nível Médio é altamente elogiável, independente da
época e da idade com que o agora estudante fez esta opção. É claro que o ramo escolhido
deve ter afinidade com as características particulares de cada pessoa. Muitos, inclusive, já
trabalham no ramo da eletricidade / eletrônica. Porém, em qualquer caso, faz-se
indispensável colocar o estudante a par do que seja a função de Técnico em Nível
Médio. Apesar do enxugamento na hierarquia do mundo do trabalho, ser técnico continua
sendo uma função acima da simples execução de tarefas. Objetiva-se que o técnico
desenvolva e apresente competência para resolver problemas, indicar caminhos,
encontrar e propor soluções, liderar equipes, possuir solidez em sua argumentação, ter
visão de conjunto, responsabilidade e qualidade em todos os seus afazeres e de
possíveis comandados, enfim, ser capaz de encarar as suas incumbências como se fosse
o “próprio dono do negócio”, independente de qual seja. Em resumo, para que ele possa
atingir este novo patamar, é necessário, o conhecimento, disposição, atitude pró-ativa e,
em especial, colocar a massa cerebral a funcionar. Uma postura de descanso, de
acomodação, de conformismo, modelo “deixa como está para ver como fica”, “fritará mais
um futuro técnico”.

Formar uma base de eletricidade coerente com a função de técnico vai exigir do
estudante o uso de conhecimentos eventualmente esquecidos. De Matemática: operação
com decimais, prova dos nove, prova real, conversão de unidades, operação com frações,
expressões / equações com uma, duas incógnitas, regra de três direta e inversa,
percentagem, manipulação de fórmulas, vetores, teorema de Pitágoras, seno, cosseno,
tangente, operação com notação retangular e polar, interpretação de gráficos e operação
de calculadora científica. Também é muito importante que o estudante saiba executar as
operações básicas – soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e raiz quadrada
à mão, sem o uso de uma calculadora – este conhecimento lhe conferirá uma visão de
grandeza, ou seja, uma habilidade de julgar resultados de operações matemáticas
evitando erros, muitas vezes ridículos.

1
Além da Matemática, alguns tópicos da Física, como um todo, são relevantes:
conceitos como força, trabalho / torque, pressão, energia, calor, temperatura e outros.
Porém, o grande pré-requisito, o mais importante de todos, é o correto uso da língua pátria
– a língua portuguesa. E não estou falando de “escrever ou falar bonito”. Estou falando de
ler e entender o que foi lido, de escrever o que, de fato, se quer escrever, de falar e dizer o
que se quer dizer mesmo, e não dizer ou escrever mais ou menos o que se pretende.
Um aluno, a quem perguntei se tinha estudado para uma prova, respondeu-me: “Dei uma
lida na apostila”. Disse-lhe logo: “Então, deste uma ‘aprendida moderna’, isto é, não
aprendeste NADA”! Não há como aprender “dando uma lida”. E este alerta envolvendo a
língua pátria não vem de uma inspiração teórica e sim de anos de vivência no ensino-
aprendizagem e nos resultados que já vi e continuo vendo. Ler é necessário. Só que para
aprender não basta ler – é necessário entender, o que demanda ler mais vezes, parar e
pensar, escrever resumos e relê-los, se possível buscar outras fontes de consulta.
Enfim, “dar uma lida” serve para notícias de pouca utilidade - coluna policial de jornais,
fofocas de revistas, etc. – nunca para aprender.

A falta ou mau uso das qualidades mencionadas conduzirá o estudante,


seguramente, ao insucesso ou à meia verdade – como se ela não significasse, também,
uma meia mentira. Logo, para evitar essa decepção fica apenas um caminho: revisar,
reaprender, aprender tudo o que foi indicado e que não está claro. E esta é uma
obrigação de quem se propôs, de maneira elogiável como já referenciei, a buscar a
formação de Técnico de Nível Médio - o estudante. Não pretendo, de forma nenhuma fugir
da responsabilidade de ensinar bem. Mas, também, não pretendo “esconder o sol com a
peneira”. Ao longo do aprendizado de Eletrotécnica, nosso principal foco deverá ser
Eletrotécnica – é o que buscamos: embasar e usar para formar um Técnico em
Eletrotécnica. É impossível, na condição de tempo existente, pretender reensinar o que o
aluno já devia saber e, ainda, embasá-lo para ser um Eletrotécnico. E não é profissional
nem correto esconder esta realidade de quem busca uma formação melhor.
É importantíssimo salientar, também, a par dos alertas feitos, que aprender
eletricidade também não é “um bicho de sete cabeças”. Existem muitos tópicos
simples, de entendimento fácil. Logicamente, não ver nem poder pegar um campo
magnético ou elétrico, uma penca de elétrons andando por dentro de um fio ou pelo tubo
da lâmpada fluorescente, vai exigir uma abstração que normalmente não se pratica no dia-
a-dia. Porém, há como contornar essa deficiência. O cérebro humano tem capacidade
surpreendente. Basta provocá-lo. E qualquer um de nós pode fazê-lo. Como muitos
já disseram: “Até eu aprendi”!

Considero, com esta mensagem, ter havido um ato de “ensinar”. Resta ver se a
aprendizagem ocorreu. A resposta definitiva para esta questão virá ao longo, em especial,
ao final do semestre letivo. Para aqueles que tomaram conhecimento deste texto e, ainda,
foram meus alunos, ficará a certeza de que, de minha parte, haverá o maior esforço
possível para o sucesso da empreitada proposta. Ver um Técnico em Eletrotécnica ou
Eletrônica formado, no devido tempo e com conhecimento de causa, sempre será
motivo de grande orgulho para qualquer professor que o tenha auxiliado a chegar a esta
posição.

_______________________
Alfredo Lübeck – Ago. 2012.

2
Sumário

Exercício de Fixação Nº 01 – Arredondamento Técnico....................................................04


Exercício de Fixação Nº 02 – Conversão de Unidades de Medida....................................06
Exercício de Fixação Nº 03 – Manipulação de Fórmulas Matemáticas..............................10
Importância; O que é Eletricidade; Matéria, Elemento, Substância e Molécula.................12
Átomo, Núcleo, Próton, Neutron, Elétron e Órbitas............................................................14
Carga elétrica, Íon, Eletrostática, Lei Básica e Campo Elétrico..........................................15
Meios de se produzir Eletricidade.......................................................................................16
Camadas, Elétrons de Valência, Energia para mover Elétrons..........................................18
Condutores, Isolantes e Semi-condutores – enfoque atômico...........................................19
Efeitos da Eletricidade; Energia: Conceito e Importância...................................................20
Exercício de Fixação Nº 04 – Teoria atômica e Conceitos Iniciais.....................................21
Eletrodinâmica; Corrente, Intensidade e Circuito Elétrico..................................................22
Exercício de Fixação Nº 05 – Quantidade de Cargas e Corrente Elétrica.........................24
Força Eletro-motriz ou Tensão ou Diferença de Potencial.................................................25
Tensão / Corrente Contínua e Alternada............................................................................26
Resistência Elétrica / Condutância.....................................................................................28
Exercício de Fixação Nº 06 – Conceitos Fundamentais.....................................................30
Lei de Ohm: relação entre Tensão, Corrente e Resistência...............................................31
Exercício de Fixação Nº 07 – Reforço em Conceitos Fundamentais.................................31
Observação Muito Importante – Bobinas em CA................................................................32
Lei de Ohm – “De Novo”.....................................................................................................33
Exercício de Fixação Nº 08 – Aplicações da Lei de Ohm...................................................35
Resistividade ou Resistência Específica............................................................................39
Exercício de Fixação Nº 09 – Resistividade.......................................................................41
Trabalho, Energia e Potência Elétrica................................................................................44
Exercício de Fixação Nº 10 – Trabalho, Energia e Potência Elétrica.................................46
Rendimento em Conversões de Energia / Potência...........................................................50
Exercício de Fixação Nº 11 – Rendimento em Conversões...............................................53
Lei de Joule: Calor pela Corrente Elétrica..........................................................................55
Exercício de Fixação Nº 12 – Calor pela Corrente Elétrica................................................58
Resistores: sua Potência Limite, Identificação, Associação e Circuitos Série...................59
Exercício de Fixação Nº 13 – Potência em Resistores e Circuitos Série...........................68
Associação e Circuitos Paralelo com Resistores................................................................70
Exercício de Fixação Nº 14 – Circuitos Paralelos...............................................................74
Associação e Circuitos Série - Paralelo..............................................................................77
Exercício de Fixação Nº 15 – Cálculos em Circuitos Série - Paralelo................................82
Noções de Pilhas / Baterias e suas Associações...............................................................85
Exercício de Fixação Nº 16 – Pilhas / Baterias e Associações..........................................90

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Esta apostila não iniciará seu desenvolvimento tratando de Eletrotécnica e sim atribuindo
ao aluno um primeiro “tema de casa”: no caso, uma revisão de conhecimentos.

Instruções gerais para todos os exercícios que compõem esta apostila:

a) Sempre, antes de iniciar qualquer exercício, saiba que condições devem ser
obedecidas tanto para a sua execução, bem como para a apresentação da(s)
resposta(s). O não cumprimento daquelas condições fará com que o exercício
[sua(s) resposta(s)] não seja considerado ao se fazer qualquer avaliação.
b) Sempre apresentar os cálculos e sempre fazer os esquemas dos exercícios.
c) Sempre apresentar as unidades acompanhando os números.
d) Haverá exercícios sem cálculos. Seguir, então, instruções específicas.
___________________________________________________________________.

Exercício de Fixação Nº 01

Arredondamento técnico
Em muitos cálculos envolvidos no nosso dia a dia, em especial quando atuamos em área
técnica, geram-se uma variável e, às vezes, grande quantidade de casas decimais. Surge,
então, a dúvida: “quantas casas decimais devem ser utilizadas ?”. E, se nem todas forem
necessárias, “simplesmente desconsiderar as excedentes ?”; ou “fazer algum ajuste ?”.
“Como tratar o assunto arredondamento – também dito “aproximação” - de forma coerente
?”
O propósito deste trabalho é recordar regras simples, porém aceitas nas áreas técnicas da
Física, da Matemática etc. Também tem a pretensão de uniformizar procedimentos de
cálculos e apresentação de respostas nos nossos trabalhos de aula e provas. Evitam-se,
assim, discussões ineficazes e sem serventia face às pequenas diferenças numéricas
originadas pela diferente quantidade de casas decimais utilizadas por diferentes alunos.
Como, então, arredondar tecnicamente ?

01 – Definir quantas casas decimais devem ser consideradas para aquele(s) caso(s).
A quantidade de casas decimais deverá ser definida pela importância dos
cálculos que estão sendo efetuados. Em exercícios de aula, uma ou duas
casas decimais serão suficientes; se o exercício envolver a execução de um
trabalho real, podem-se usar mais uma casa ou duas, ou seja, um total de três
ou quatro casas; se o assunto envolver a moeda nacional (dinheiro) deverá ser
duas casas decimais – apesar de que tarifas como da energia elétrica, preço
do litro de gasolina e outros usem cinco, seis casas (o $ Real, oficialmente, tem
duas casas). Se os cálculos envolverem a trajetória de um satélite que deve
pousar na Lua, aí deverão ser muitas as decimais.
Em qualquer situação, para arredondar tecnicamente, a primeira
providência é definir quantas decimais queremos.

02 – Estabelecida a quantidade de casas decimais, segue-se a regra:


Examina-se a primeira casa à direita daquela estabelecida como última
decimal a considerar. Então:
a) Se o algarismo desta decimal for igual ou menor do que 4 (quatro),
simplesmente são desconsideradas ela e as que a seguem:

4
b) Se o algarismo desta decimal for igual ou maior do que 5 (cinco) deve-se
somar 1 (um) ao algarismo da casa anterior, ou seja, somar 1 (um) ao
algarismo daquela decimal que foi a última definida.

03 – Exemplos: - arredonde-se para três casas decimais:

a) 345, 685239 = 345, 685

Justificativa: a terceira casa decimal é o algarismo 5; examina-se a casa seguinte, á direita:


é o algarismo 2, logo, menor do que 4. Desconsidera-se, então, tanto o 2 como os
seguintes – no exemplo, o 3 e o 9.

b) 0, 02871 = 0, 029

Justificativa: a terceira casa decimal é o algarismo 8; examina-se a casa seguinte, á direita:


é o algarismo 7, logo, maior do que 5. Soma-se 1 (um) à casa anterior, logo, aos 8. Então,
8 + 1 = 9.

Considere, agora, uma decimal:

c) 1 239, 846759 = 1 239, 8

Justificativa: a casa decimal seguinte àquela que se quer é 4. Portanto, desconsidera-se o


4 e as demais que a seguem.

d) 7, 6592453734 = 7,7

Justificativa: a casa decimal seguinte àquela que se quer é 5. Logo, soma-se 1 aos 6, que
é a única decimal admitida – portanto, 6 + 1 = 7.

04 – Arredondar tecnicamente para duas casas decimais:

a) 10 / 3 = ________ b) 45 / 2, 8 = _________ c) 0, 65 / 3 = __________

d) 0, 01645 x 3 = _________ e) 1, 052 x 42,3 = ___________

f) 3, 1415 x 5, 8 = _________ g) 1, 73205 x 2 = ___________

h) 1, 414 = _________ i) 7, 9372539 = __________ j) 192, 3859 = __________

05 - Arredondar tecnicamente para uma casa decimal:

k) 39, 496328 = ________ l) 3 657, 092 = _________ m) 2, 535353 = _________

n) 789, 302 = ________ o) 47, 009 = ________ p) 0, 07070 = _________

q) 1, 04937258 = ________ r) 29 636, 73 = _________ s) 399, 009 = _________

t) 1 / 1, 414 = _________

5
06 – Observações relevantes:
 Há muitas ocasiões em que são usados números extraídos de tabelas técnicas
diversas, com quatro, cinco ou mais decimais. Para que não se descaracterize o valor
real destes números, deve-se manter a quantidade de decimais fazendo sua redução
de quantidade apenas no último resultado. Veja o exemplo: o valor tirado de uma tabela
foi 0, 46678. Este deverá ser multiplicado e dividido conforme mostra o cálculo:

R = (0, 46678 x 7,45) / 0, 196 = (3, 477511) / 0, 196 = 17, 7424030612

Tanto na multiplicação como, após, na divisão foram anotados todos os dígitos


encontrados na calculadora. Então, se a definição foi uma casa decimal, o resultado
final terá o arredondamento para 17, 7.
Fica claro que o valor encontrado na operação da multiplicação – operação
intermediária – não teve arredondamento. Preservou-se, assim, a importância do valor
tabelado, com cinco decimais, até o final.

 Qualquer processo de arredondamento introduzirá um erro no cálculo. Lembrar que


casas decimais são suprimidas, com alterações no número arredondado. Entretanto, foi
salientado no início deste trabalho, que este erro, desde que feito com critério, é
admitido. Portanto, o resultado arredondado estará certo e será aceito.

 Usou-se, neste trabalho, a palavra algarismo e a palavra número. E é relevante ficar


claro que elas não tem o mesmo significado. Algarismos são os símbolos com os
quais escrevemos os números, isto é, é o 0, o 1, o 2, o 3,..... Até o 9. E números, são
quantidades de qualquer coisa que expressamos usando os algarismos: 12 laranjas,
28. 456 litros, 30 alunos, 2 acertadores na loteria, R$ 386, 42. O penúltimo exemplo
usou apenas um algarismo – mas expressou uma quantidade de alguma coisa. Logo,
neste caso, algarismo e número se confundem.

 As observações listadas deveriam ser lidas antes de se fazerem os exercícios.


Apresentá-las após foi proposital. Objetivou-se mostrar ao aluno a importância de
examinar o conjunto antes da execução de qualquer trabalho parcial.

 Não esqueça! Examine o todo antes de iniciar as tarefas!


________________________________________________________________________

Exercício de fixação Nº 02

Conversão de Unidades de Medida

O sistema de medida que usamos, está estruturado de maneira a satisfazer nossas


necessidades corriqueiras e é denominado Sistema Internacional de Unidades – SI. É
importante saber que, há não muito tempo atrás, havia diversos sistemas diferentes de
medida, cada um deles com suas grandezas e unidades próprias. O transtorno era
inevitável já que um usava o centímetro como unidade de comprimento e o outro usava o
metro. E assim por diante. O SI trouxe uma padronização adotada pela grande maioria dos
países o que permitiu que o assunto “medidas” ficasse facilitado. Recorde-se:

6
a) Comprimento – grandeza representada pela letra “ELE” (minúscula) - ℓ ;
unidade de medida: metro (m)
b) Massa – grandeza representada pela letra “EME” (minúscula) – m ;
unidade de medida: grama (g) ;
c) Tempo – grandeza representada pela letra “TE” (minúscula) – t ;
unidade de medida: segundo (s).

Em Eletricidade também haverá grandezas e unidades a serem usadas. No curto prazo,


entenda-se este semestre, veremos inicialmente as que seguem:
a) Quantidade de eletricidade – Q ; unidade – Coulomb - C
b) Intensidade de corrente - I ; “ - Ampère - A
c) Tensão ou voltagem - E; “ - Volt - V
d) Resistência elétrica - R; “ - Ohm – Ω (letra grega ômega maiúscula)
e) Potência elétrica - P; “ - Watt -W
f ) Energia elétrica -W; “ - Watt.hora - Wh

Obs.:
1) Percebe-se que a maioria das unidades envolve nome de pessoas – no caso, físicos,
cientistas, estudiosos etc. que muito contribuíram com suas pesquisas e descobertas para
o desenvolvimento da Eletricidade. No correr do estudo, outros serão apresentados.

2) A unidade Ohm é representada por uma letra grega; é comum usar-se letras deste
alfabeto como representação de grandezas ou de unidades. Para facilitar, ao final deste
exercício, estará anexado o alfabeto grego. É relevante salientar que o aluno, futuro bom
técnico, deve identificar, saber o nome e saber escrever as letras gregas usadas no seu
campo de trabalho. É uma obrigação.

As unidades do SI compõem uma base referencial a partir da qual poderão ser usadas
outras unidades derivadas. Estas unidades derivadas serão dez, cem, mil vezes maiores
ou menores do que a base. E, a partir daí, ganharão um prefixo em acordo à sua variação
em relação à base. Na área técnica são usadas, porém, apenas as variações de mil em
mil. Vejamos:

a) Estão na base: m, A , V , Ω , W , Wh.

b) prefixos das que são derivadas maiores (de mil em mil) : Quilo (K) ; Mega (M) ; Giga (G)
; Tera (T). O quilo é 1000 vezes maior do que a base, o mega é 1000 vezes maior do que
o Quilo (ou um milhão de vezes maior do que a base), o Giga é 1000 vezes maior do que o
Mega e o Tera é 1000 vezes maior do que o Giga. Ao prefixo segue-se o nome básico da
unidade, Por exemplo: KA (Quilo-ampère); MΩ (Mega-ohm), GW (Giga-watt). As unidades
Giga e Tera não serão usadas em nosso estudo.

c) prefixos das que são derivadas menores (de mil em mil): mili (m); micro (µ) – letra
grega mi minúscula), nano (n); pico (p). O mili é 1000 vezes menor do que a base, o micro
é 1000 vezes menor do que o mili (ou um milhão de vezes menor do que a base), o
nano é 1000 vezes menor do que o micro e o pico é 1000 vezes menor do que o nano. Ao
prefixo segue-se o nome básico da unidade. Por exemplo: mV (mili-volt); µA (micro-
ampère). Os prefixos nano e pico não serão usados em prazo mais imediato.
A escala que contém as unidades e prefixos é a que segue. Estão em negrito as que mais
nos interessam de momento:

7
Tera x x Giga x x Mega x x Quilo x x Base x x mili x x micro x x nano x x pico

Os diversos “xis – x” entre os prefixos dizem respeito à existência das unidades 10 vezes
maiores ou menores e 100 vezes maiores ou menores. Lembrar: mesmo não sendo
usadas na área técnica, existem e não podem ser desconsideradas quando se fizer uma
conversão. Conhecer esta escala na sua ordem correta de montagem, sem consulta a
qualquer material auxiliar, é muito importante para o técnico.
Antes de se proceder ao primeiro exemplo de conversão de unidades, é importante
destacar dois métodos para tal:

a1) O primeiro envolve o que se denomina “correr a vírgula”. Lembrando: qualquer


número terá sempre uma vírgula – 246, 579 tem a sua vírgula escrita, pois a quantidade
à sua direita – no caso , 579 é uma fração, uma parte, um pedaço de um inteiro. É a
chamada decimal. Entretanto, se o número fosse 246 – o chamado inteiro, também tem a
sua vírgula - imediatamente à direita do algarismo 6. E porque não está escrita, visível ?
Por que esta quantidade é inteira, não tem decimal, ou seja, não tem partes de um inteiro.
Portanto, como nada mais segue o último algarismo, o 6, no caso, não há necessidade de
escrever a vírgula.
Vamos atribuir àquelas quantidades uma unidade: que sejam 246, 579 V (Volt) e, no outro
exemplo, 246 V. Estes números têm, agora, cada algarismo um local próprio na escala de
unidades. Em qualquer um dos dois exemplos, apenas um dos algarismos estará na
coluna da base Volt: é aquele que está imediatamente à esquerda da vírgula, ou seja, o
6. Veja-se a escala: MV x x KV x x V (base) x x mV x x µV
6 Com o inteiro 246, o
4 ocupa o primeiro x à esquerda.........4............................................e o 2 ocupará o
segundo x à esquerda..............................2.................................................O número estará
escrito.................................MV x x KV x x V (base) x x mV x x µV
2 4 6

O outro usa as mesmas posições para a parte inteira e distribui suas decimais à direita da
base: MV x x KV x x V x x mV x x µV
2 4 6, 5 7 9

Lembre: o algarismo imediatamente à esquerda da vírgula sempre ocupará a coluna


da unidade que lhe pertence. Examine-se o exemplo 47 KΩ: logo à esquerda da vírgula
está o 7 que é o KΩ. Daí: MΩ x x KΩ x x Ω (base) x x mΩ x x µΩ
4 7

Se o valor fosse 1 238 mA: MA x x KA x x A (base) x x mA x x µA


1 2 3 8
Fazendo uma conversão:
- converter 1 238 mA para A. Basta “correr a vírgula” para a esquerda – mA é o 8; é o
algarismo que está imediatamente à esquerda da vírgula; o algarismo que está na coluna
do A é o 1; ele é que deve ficar imediatamente à esquerda da vírgula. Portanto,
1 238 mA = 1, 238 A

Convertendo 246 V para KV .... 246 V = 0, 246 KV. Neste caso foi necessário
adicionar um zero na casa do KV já que o 246 não alcançou a coluna pretendida.
Convertendo 47 KΩ para Ω ....... 47 KΩ = 47 000 Ω . Neste caso foi necessário
adicionar três zero para se chegar na casa do ohm.

8
a2) O segundo método envolve o uso de uma calculadora. E trata, como regra, que
apenas as unidades múltiplas e sub-múltiplas de mil serão as usadas – portanto, a
escala da página anterior, utilizada na área técnica. Digita-se na calculadora o valor a
ser convertido. Se a nova unidade estiver localizada à direita da unidade atual, faz-se
uma multiplicação por mil para chegar à coluna seguinte. Veja o exemplo:
converter 2, 5 A em mA; o mA está, na escala, à direita do ampère. Portanto, deve-se
fazer uma multiplicação. Como o mA está na coluna imediatamente seguinte a do
ampère, a multiplicação será por 1000. Logo: 2, 5 A = 2 500 mA.
Usando o mesmo 2, 5 A, porém convertendo-o para µA. O micro está à direita,
também. Só que na 2ª coluna. Neste caso, multiplica-se por 1000 para chegar ao
mA; na sequência, multiplica-se novamente por 1000 para “sair do mili” e chegar ao
micro: 2, 5 A = 2,5 x 1000 x 1000 = 2 500 000 µA.
Se a nova unidade estiver à esquerda da atual, divide-se por 1000 para chegar
à coluna seguinte. Veja-se o exemplo: converter 4 700 mΩ em Ω. O ohm está à
esquerda do mili; deve-se dividir. Como o ohm está na coluna imediatamente
seguinte, divide-se por 1000. Assim, 4 700 mΩ = 4, 7 Ω. Se este mesmo valor
devesse ser convertido para KΩ, deve-se fazer nova divisão por 1000. Portanto, 4
700 mΩ = 4 700 : 1 000 : 1 000 = 0, 0047 KΩ.
Obs.:
1) Não confundir “multiplicar por 1000 e novamente por 1000” com multiplicar por 2000;
Idem, se a conversão envolver duas divisões.
2) Se a conversão exigir sair de uma coluna para a terceira seguinte, será necessário
multiplicar (ou dividir) por mil, novamente por 1000 e mais uma vez por mil.
3) Na sequência do assunto Eletricidade serão apresentadas diversas fórmulas. Em
todas elas as grandezas envolvidas terão as unidades na base. Portanto, os
cálculos deverão ser feitos com as unidades na base. Qualquer valor conhecido,
estando em unidade fora da base, deverá ser convertido antes do cálculo. Se a
resposta necessária exigir respostas em unidades fora da base, a conversão
deverá ser feita após o cálculo.
________________________________________________________________________

Faça as conversões pedidas:

01) 220 KV = ___________ V 02) 12, 5 MW = ____________ W

03) 45 mA = ______ A 04) 4, 7 MΩ = ___________ Ω 05) 0, 010 W = _________mW

06) 0, 205 KWh = __________ Wh 07) 567. 000 W = ________________ MW

08) 820. 000 Ω = ________ KΩ 09) 1, 05 V = _______ mV 10) 0, 6 A = _______KA

11) 124, 6 V = _____________µV 12) 22. 800. 000 W = ________________ MW

13) 0,000 6 A = ________ µA 14) 12, 8 mV = ________ V

15) 5, 4 KW = ________W 16) 4, 83 MWh = ______________Wh

17) 153 kWh = _____________ Wh 18) 3, 4 mm = __________ m

19) 6, 08 Kg = __________ g 20) 0, 402 m = ______m

9
Exercício de Fixação Nº 03

Manipulação de Fórmulas Matemáticas

As fórmulas, ou equações, matemáticas tem, usualmente, um de seus diversos termos


componentes isolado no lado esquerdo do sinal de igual. No lado direito estão os demais
termos entre os quais estão indicadas as operações a serem realizadas. Segue-se uma
fórmula qualquer:
A=B+C
D

O termo A é dito “isolado” e será a incógnita encontrada pela resolução das operações
indicadas entre os demais termos cujos valores numéricos serão conhecidos.

Entretanto, em função de um problema proposto, a incógnita a ser buscada poderá ser C e


não A. Neste caso, deve-se remontar a fórmula para que C seja o “isolado”. Portanto,
esteja à esquerda do sinal de igual e que A , B e D fiquem à direita do sinal de igual – no
problema proposto estes é que terão seus valores numéricos conhecidos. Esta
remontagem ou manipulação dos termos da fórmula não pode, no entanto, produzir
nenhuma alteração na sua verdade matemática. Assim, existem regras que norteiam o
reposicionamento dos termos e que, necessariamente, devem ser seguidas. Então, para
alterar a posição de um termo da fórmula, passando-o de um lado do sinal de igual para o
outro lado deste sinal, deve-se inverter a operação matemática que ele realizava. Então:

se estava dividindo, passará para o outro lado do sinal de igual, multiplicando;


se estava multiplicando, passará dividindo;
se estava somando, passará subtraindo;
se estava subtraindo passará somando;
se estava na forma de raiz quadrada, passará na forma de quadrado;
se estava ao quadrado, passará na forma de raiz quadrada.

Cuidados:

 Nunca mover dois termos ao mesmo tempo;


 Nunca mover o numerador da fração (que é o dividendo da divisão). Lembre que o
dividendo é o “que está sendo dividido” e não o “que está dividindo” (que é o
denominador ou o divisor.
 Sempre reescreva a equação com sua nova forma, após cada alteração.

Exemplo: isolar a incógnita C da fórmula A=B+C


D

- em B e C não devermos “mexer”: são numeradores ou dividendos da fração;


- passaremos D, que está dividindo para o outro lado do sinal de igual, multiplicando A
equação fica assim: A . D = B + C ;
- agora se passa B, que está somando, para o outro lado do sinal de igual, subtraindo. A
equação fica assim: A . D – B = C

10
- como C ficou no lado direito do sinal de igual, que não é nosso costume, trocamos
(invertemos) os dois membros de lugar – isto não altera a fórmula ou equação.

C = A. D − B
_______________________________________________________________________

Exercícios: as fórmulas seguintes serão usadas na parte inicial de nosso estudo de


Eletricidade. No espaço ao lado, isole cada um de seus termos componentes. Saiba,
também, o significado de cada letra:

I : Intensidade de corrente elétrica; Q : Quantidade de cargas elétricas


t : tempo; E : Tensão elétrica; S : Secção : R : Resistência elétrica;
ρ : Resistividade ou Resistência Específica; L : Comprimento;
P : Potência elétrica; W : Energia elétrica; QC : Quantidade de calor.
Obs.: ρ – é a letra grega “rô” minúscula.

01) I ═ Q
t

02) I ═ E
R

03) R ═ ρ . L
S

04) P ═ E . I

05) P ═ I2 . R

06) P ═ E2
R

07) W ═ E . I . t

08) W ═ P . t

09) QC ═ 0, 24 . I2 . R . t

10) RT ═ R1 + R2 + R3

A fórmula seguinte nada tem a ver com eletricidade. Serve, apenas, para encerrar.

11) X ═ (Y + Z).N
S

11
01. Importância da Eletricidade

Pela dependência que temos hoje, pode parecer um tanto quanto óbvio discorrer
sobre este ponto. Enfatizar, no entanto, é útil. Comunicações de diferentes tipos,
iluminação em profusão, eletrodomésticos dos mais diversos, meios de transporte,
produção de bens e serviços, qualidade de vida e de saúde, enfim, nosso meio de vida
pleno de recursos e conforto só é possível graças ao enorme desenvolvimento da
eletricidade. Com facilidade se percebe que ela está presente em toda a atividade humana.
Há mais ou menos 2000 anos, os gregos descobriram que um material, hoje
conhecido como âmbar, passava a atrair folhas secas e serragem após ser atritado com
determinados materiais. Ele ficava eletrizado. Os gregos chamavam o âmbar de elektron,
de onde acabou vinda a palavra eletricidade. A evolução deste conhecimento foi bastante
lenta. Tão somente de 1800 para cá é que houve um grande impulso de tal modo a gerar a
dependência referida no primeiro parágrafo.

 Âmbar é uma resina amarela originada a partir de pinheiros muito antigos. Foi usado
no fabrico de botões, cachimbos e adornos. Solúvel em álcool e éter funde de 250 a
300 ºC; comum nas margens do mar Báltico. Também é encontrado o âmbar cinzento,
de origem animal.

02. O que é Eletricidade ?

A partir do conhecimento da atual teoria atômica, pode-se definir eletricidade como


sendo “o efeito produzido pelo excesso e falta de elétrons entre dois pontos ou o
efeito produzido pela movimentação de elétrons de um ponto para outro”.
Entenda-se bem que a movimentação de elétrons ou sua existência na condição
de “sobrar” em um ponto e “faltar” em outro, não é eletricidade. O fenômeno que decorre
de um destes fatos é o que devemos entender por eletricidade. Por exemplo: surgida
alguma atração ou repulsão de algum corpo provocada pelo excesso / falta de elétrons,
tendendo a produzir ou produzindo movimento, aí teremos a eletricidade; ou, se a
movimentação de elétrons gerar calor, luz, reação química, aí teremos eletricidade. Logo, é
o efeito, acontecimento, a consequência, o ocorrido pelo excesso / falta ou pelo
circulação de elétrons.
E o que são elétrons ?

Como definição é simples entender o que seja um elétron. Entretanto, é vital


termos uma adequada percepção de onde está esse elétron, de como ele se movimenta,
de quais são seus parceiros que com ele interagem e da sua exata dimensão. Ficará,
então, mais fácil compreender a razão pela qual os fenômenos elétricos são de
visualização um tanto quanto complicada.
Recordemos da Física do 2º grau atual Ensino Médio:

03. Matéria, Elemento, Substância, Molécula

Matéria é tudo o que podemos ver, pegar, sentir, seja na forma sólida, líquida ou
gasosa e que ocupa lugar no espaço. O ar que respiramos, a água que bebemos, o
alimento que comemos, o barro que vira tijolo, o ferro que vira aço e eixo de um motor,
o cobre que vira fio, o PVC que vira isolante, o cálcio que vira giz, o fio de algodão que
vira tecido, etc.

12
Elemento é o material básico que constitui qualquer matéria. São 103 ao todo, dos
quais 92 naturais e 11 artificiais. São os chamados elementos químicos – veja tabela a
seguir com seus números atômicos, seus nomes e símbolos

Substância é o material que resulta do uso de apenas um ou de mais elementos


químicos combinados. Daí a substância ser simples ou composta. Os metais cobre,
ferro, alumínio, prata, os gases oxigênio, hélio, hidrogênio o líquido metálico mercúrio
são exemplos de substâncias simples. A água (H2O), o ácido sulfúrico (H2SO4), o sal de
cozinha (NaCl), a ferrugem (FeO) são exemplos de substâncias compostas.
Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma substância e que, ainda,
conserva as qualidades originais da substância. O cobre, a prata, o hidrogênio, o
oxigênio tem uma molécula constituída do próprio elemento químico. Já a molécula da
água é constituída pelo elemento químico oxigênio agrupado a dois elementos
químicos hidrogênio.

 A constituição da molécula da água deve ter causado estranheza pelo fato de se


escrever “dois elementos químicos hidrogênio”. É necessária uma abstração: vamos
dividir uma gota de água em duas partes; uma das metades deve ser novamente
dividida; essa divisão deve ser continuada, com o auxílio de um super-hiper-
microscópio (vamos fazer de conta que existe) até que, em dado momento, veremos
que uma nova divisão transformará a minúscula gota de água em dois elementos
químicos gasosos – o oxigênio e o hidrogênio. Logo, não teremos mais a água. Este
oxigênio e o hidrogênio, que apareceu duas vezes, recebem o nome de átomo.

13
Portanto, uma molécula de água é formada pela reunião de um átomo de oxigênio
e dois átomos de hidrogênio. Ainda, curiosamente, dois elementos gasosos formaram
um líquido. Se a mesma divisão fosse feita com um pedacinho de cobre, chegaríamos à
molécula do cobre, que é o próprio elemento químico cobre, isto é, é o próprio átomo
de cobre.

 Além de compreender o significado dos termos que estamos revisando, é


especialmente importante perceber a dimensão de uma molécula. Para se chegar a ela
foram feitas muitas e muitas divisões. E, imagine ainda, que o átomo também se
subdivide. É claro, que em partes ainda menores.

4. Átomo, Núcleo, Próton, Neutron, Elétron, Órbita

 Para facilitar o entendimento, vamos imaginar o átomo como o nosso sistema solar (já
visto tantas vezes em livros, revistas, TV, etc); O sistema solar será o átomo; o sol será
seu núcleo dentro do qual, como se fossem esferas, estarão os prótons e os neutrons;
os planetas girando em torno serão os elétrons; e os caminhos percorridos pelos
planetas serão as órbitas.

Átomo é a menor partícula que pode constituir um elemento químico, ou seja, é o


próprio elemento químico. É constituído por prótons e neutrons alojados no seu núcleo
e elétrons girando ao seu redor em órbitas diversas. Revendo a tabela anterior, cada
elemento químico tem um número, isto é, cada átomo tem um número, denominado
número atômico. Este identifica o número de prótons existentes no seu núcleo. Em
equilíbrio, terá idêntico número de elétrons.
Núcleo é a parte central do átomo formado pela aglutinação de prótons e neutrons.
Excepcionalmente, o hidrogênio tem apenas um próton no núcleo.
Prótons são partículas com massa 1840 vezes maior do que a dos elétrons. São
caracterizados eletricamente como positivos e estão no núcleo do átomo. Apesar da
massa muito maior do que a do elétron, seu diâmetro estimado é três vezes menor –
0,18 trilionésimos de centímetro (0,000000018 cm).
Neutrons são partículas de massa igual a do próton, também alojadas no núcleo e sem
característica elétrica, isto é, não participam dos fenômenos elétricos.
Elétrons são minúsculos corpos caracterizados eletricamente como negativos, quase
sem massa e que giram em órbitas em torno do núcleo do átomo. Tem diâmetro
estimado de 0,54 trilionésimos de centímetros (0,000000054 cm). Alguns podem ser
tirados de suas órbitas, tornando-se elétrons livres. Poderão, então, circular pelos
materiais / substâncias, “pulando” de átomo para átomo.
Órbitas ou camadas são os caminhos percorridos pelos elétrons ao girarem em torno
do núcleo. Tem diferentes formas e podem comportar até determinado número de
elétrons. Segue-se sua denominação e seu limite máximo de elétrons:
Camada K –2 elétrons; L – 8 elétrons; M – 18 elétrons; N – 32 elétrons; O – 32 elétrons;
P -18 elétrons; Q - 8 elétrons.

 A definição de qual partícula é + ou – foi simplesmente uma convenção. O que é


perfeitamente conhecido é que ambas tem características elétricas contrárias e de
mesma intensidade; por isso, se atraem. No átomo, o elétron, girando na órbita, é
atraído pelo próton no núcleo. Entretanto a força centrífuga tenta expulsar o elétron da
sua órbita. Na normalidade, o conjunto de forças é equilibrado: nem o elétron vai ao

14
núcleo, nem sai da órbita. Também é relevante saber que o próton não sai do núcleo –
é muito difícil removê-lo.

 5. Carga elétrica, Íon, Eletrostática, Lei básica, Campo elétrico

 Carga elétrica é a denominação que se dá ao material ou substância que, por motivos


que veremos adiante, passou a ter elétrons em falta ou em excesso, isto é, seus
átomos perderam ou ganharam elétrons. Havendo elétrons em falta diremos que é
uma carga elétrica positiva; se houverem elétrons em excesso, será uma carga
elétrica negativa. O(s) átomo(s) saiu de seu estado equilibrado e se transformou num
íon.
A carga elétrica é a primeira grandeza elétrica que será expressa em números:

 será representada pela letra Q;


 terá como unidade o Coulomb ou C;
 e um Coulomb tem quantidade definida de elétrons em falta ou excesso:

1 Coulomb = 6, 28 x 1018 elétrons em excesso ou em falta num corpo.

Este número deve ser escrito com todas as suas casas:

1 C = 6. 280.000.000.000.000.000 de elétrons, ou seja, seis quintilhões, duzentos


e oitenta quatrilhões.

 É importante, como já referido na mensagem ao estudante, que se desenvolva uma


noção de grandeza: o que 6, 28 quintilhões de elétrons em falta ou excesso podem
produzir ou provocar ?

 Se na nossa cozinha houver uma lâmpada incandescente de 60 watts ligada a


120 volts (esta linguagem nos é familiar do dia-a-dia), por ela passarão, em cada
segundo, 3, 14 quintilhões de elétrons! E o efeito, o brilho ou luminosidade da
lâmpada, nós conhecemos;

 Ao tomarmos um banho em nosso chuveiro de 5. 400 watts ligado a 120 V,


passarão pela sua resistência 282, 6 quintilhões de elétrons em cada segundo;

 E, para que uma pessoa morra por choque elétrico, não são necessários muito
mais do que 0, 190 quintilhões de elétrons passando pelo corpo em cada
segundo, isto é, 190 quatrilhões por segundo – bem menos do que o necessário
para acender a lâmpada de 60 watts.

Íon é o termo utilizado para caracterizar um átomo desequilibrado. Logo, havendo uma
carga elétrica, haverá um íon. Se for íon negativo será denominado ânion; se for íon
positivo será cátion.

 Sendo possível remover ou acrescentar elétrons a um átomo / a um material,


transformando-o em carga elétrica / íon, convém ressaltar que não é qualquer elétron
que é movido. Aqueles que orbitam nas camadas mais próximas do núcleo são mais
fortemente atraídos e de movimentação bastante difícil. São os presos. Já os que
estão nas órbitas mais externas, em especial as duas últimas, podem ser movidos

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mais facilmente. São os livres. Tomemos o átomo de cobre, no estado equilibrado,
como exemplo: são 29 prótons no núcleo e 29 elétrons nas órbitas – 2 na camada K, 8
na camada L, 18 na camada M e, apenas 1 na camada N. Removido este último
elétron, teremos uma carga elétrica (+) e um elétron livre. Este irá “pular” para outro
átomo, transformando-o em carga elétrica (–). É bom lembrar que será necessária
uma ação, para produzir esse desequilíbrio, ou seja, para produzir o íon, a carga
elétrica.

Eletrostática é a parte da Física que estuda os fenômenos que envolvem a eletricidade


em repouso – as cargas elétricas e suas implicações.

Lei básica da Eletrostática é aquela que, a partir de uma constatação experimental,


estabeleceu que cargas elétricas de sinais iguais se repelem e cargas elétricas de
sinais diferentes se atraem. Portanto, dois corpos ionizados pela falta de elétrons, se
repelem; igualmente se ambos tiverem excesso de elétrons. Por outro lado, se atrairão
dois corpos, um carregado com excesso e outro com falta de elétrons. Coulomb, no
século XVIII, fez esta descoberta formulando a “Lei de Coulomb” que calcula a força
decorrente.

 E, por que os prótons no núcleo do átomo não se repelem, já que todos são (+)?
Porque a massa dos prótons impede já que, para movimentá-los, é necessária uma
força maior do que a força de repulsão.

Campo elétrico é a denominação dada a uma zona em torno das cargas elétricas,
onde se fazem sentir os efeitos de atração / repulsão entre elas. Este campo elétrico é
invisível. Para que se tenha melhor percepção de sua existência, diz-se que é formado
por linhas de força elétrica, que saem da carga em todas as direções. Logicamente, a
intensidade de atração / repulsão diminui quanto mais distante se estiver da carga.
É importante lembrar que todos os corpos são possuidores de átomos, mesmo que em
equilíbrio. Logo, pode-se entender que havendo um campo elétrico, qualquer corpo /
material pode ser atraído – basta que o campo tenha força elétrica suficiente.

6. Meios de se produzir Eletricidade

A definição apresentada no capítulo 2 estabelece que o excesso / falta de elétrons


entre dois pontos produz um efeito notável, que será uma das formas de termos
eletricidade. Para termos o excesso / falta é necessária uma ação que faça o elétron sair
de sua órbita indo para outro átomo / material. Há seis maneiras de se produzir / gerar
esse deslocamento do elétron: por atrito, por pressão, por luz, por calor, por reação
química e por magnetismo. Vejamos:

Por atrito de dois diferentes materiais, pode-se fazer o arraste de elétrons de um para
o outro. Um bastão de vidro esfregado sobre a seda – o bastão perde elétrons e fica
positivo e a seda os recebe e fica negativa. Um pente plástico passado no cabelo
remove elétrons do pente e os doa para os cabelos. Ambos ficam eletrizados. Tendo
caminhado sobre um carpete, pode-se levar um pequeno choque elétrico ao tocar a
maçaneta metálica da porta – o atrito no carpete nos eletrizou e o contato com a
fechadura fez os elétrons escoarem pela nossa mão. Em fábricas de filmes plásticos, o
atrito do filme com rolos da máquina produz consideráveis níveis de excesso / falta de
elétrons entre eles, o que pode gerar acidentes elétricos de gravidade. E a Natureza

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nos dá o mais intenso exemplo de geração por atrito: o raio. Vemos que ele salta entre
nuvens ou entre nuvens e a Terra, porque o desequilíbrio elétrico chegou a níveis tão
elevados capaz de fazer os elétrons circularem pelo espaço vencendo enormes
distâncias. Tal acontecimento se deu, em boa parte, por ação dos ventos sobre as
nuvens e a Terra.

Por pressão exercida sobre determinados materiais se consegue deslocar elétrons, no


sentido da aplicação da força, acumulando-os numa das faces. Logo, uma das faces
fica com excesso e a outra com falta de elétrons. Há uma proporcionalidade entre a
pressão e o deslocamento – mais pressão, mais elétrons movidos. Os elétrons voltam
às suas órbitas ao cessar a pressão. Sais de Rochelle, cristais de quartzo e alguns
tipos de cerâmica são próprios para esta geração. As quantidades de eletricidade
produzidas são pequenas. Sua aplicação ocorre em microfones, cápsulas de toca-
discos de vinil e sensores. O efeito da produção por pressão recebe o nome de piezo
elétrico – piezo vem do grego e significa pressão.

Por luz incidente sobre uma de duas placas justapostas de determinados materiais. A
placa que recebe a luz cede elétrons para a outra. Fica estabelecido o excesso / falta
de elétrons que, também, é proporcional à intensidade luminosa. Potássio, sódio,
césio, lítio, selênio, germânio e alguns outros elementos apresentam esta
propriedade. Esta geração denomina-se fotovoltáica; o conjunto de placas é chamada
fotocélula. As quantidades de eletricidade obtidas ainda são pequenas, porém em
ritmo crescente. Há muitos trabalhos de pequisa, em zonas de muita luz natural – o
nordeste brasileiro, por exemplo – onde já existem casas pequenas alimentadas por
painéis fotovoltáicos. Satélites artificiais utilizam este tipo de produção de eletricidade
para recarregar suas baterias ao longo de suas viagens espaciais.

 É preciso estabelecer uma clara diferença entre o gerador de eletricidade por luz – que
é a fotocélula – e os interruptores ativados pela luz, usados nas ruas para o
acendimento de lâmpadas – estes deverão ser chamados interruptores fotoelétricos
ou relés fotoelétricos. Nestes dispositivos, a luz incidente sobre um determinado
material mau condutor de elétrons, faz com ele apresente alguns elétrons livres – torna-
se melhor condutor – e, através de um circuito eletrônico auxiliar, ativa um interruptor
que faz acender a lâmpada.

Por calor aplicado numa das extremidades de dois fios de composição diferente, que
deverão estar firmemente enrolados na extremidade aquecida e separados na outra.
Por exemplo, um fio de cobre e outro de zinco. Em função da diferença de temperatura
entre a extremidade enrolada e a aberta, haverá um deslocamento de elétrons do cobre
para o zinco. Este ficará negativo e o cobre positivo. Também há a proporcionalidade:
mais diferença de temperatura, mais elétrons liberados pelo cobre. Cessada a diferença
de temperatura, todos os elétrons movimentados voltam às suas órbitas. Esta é a
termoeletricidade e o dispositivo é o termopar ou termoelemento. Normalmente a
junção dos materiais é soldada. A quantidade de eletricidade produzida também é
pequena mas tem grande aplicação em sistemas de medição de temperatura em fornos
e outros ambientes quentes.

Por reação química entre três materiais / substâncias diferentes. Por exemplo: um
bastão de cobre, outro de zinco, ambos mergulhados numa solução de ácido sulfúrico e
água promoverão reações químicas em que o zinco cede íons + para a solução – o

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zinco fica negativo e a solução positiva. Então, a solução retira elétrons do cobre –
este ficará positivo enquanto a solução se neutraliza. Na medida em que se
processam estas reações, haverá redução de massa no zinco que, com o tempo, vai
perdendo a capacidade de manter as reações no mesmo nível. A pilha se gasta. A
aplicação deste modelo de obtenção de eletricidade está largamente disseminado no
mundo atual – é usado em veículos diversos, rádios, TVs, marca-passos, relógios,
como sistemas de emergência, etc. Há diversos tipos de pilhas também conhecidas
como baterias ou acumuladores. Igualmente, há diversas em que a solução,
denominada eletrólito, é na forma de pasta ou gel. Por se tratar de uma geração
importante no mundo da eletricidade, voltaremos adiante com este assunto.

Por magnetismo de um ímã qualquer pode-se obter eletricidade. Um fio,


preferencialmente de metal bom condutor de elétrons – como o cobre – deverá ser
passado transversalmente próximo à uma das faces do ímã. Enquanto este fio estiver
se movimentando diante do ímã, haverá um deslocamento de elétrons no interior do fio
– haverá sobra de elétrons numa das extremidades e falta na outra. Cessado o
movimento ou estando fora do alcance do magnetismo do ímã, cessará o desnível
elétrico. Esta é a grande aplicação do magnetismo pois todo o volume de eletricidade
produzido para uso em casas, fábricas, cidades, etc. é obtido desta forma. É a geração
da chamada tensão / corrente alternada através dos alternadores. Pelo mesmo
processo com algumas alterações no gerador, que será chamado dínamo, se produz a
chamada tensão / corrente contínua. Ambos, alternadores e dínamos, são máquinas
rotativas.
Como é um assunto bastante importante, no segundo volume desta apostila
abordaremos estes geradores com mais detalhes.

7. Camadas e Elétrons de Valência, Energia para mover Elétrons

Entende-se camada de valência a última camada de cada átomo. Os elétrons que


nela orbitam recebem o nome de elétrons de valência. A tabela seguinte mostra a
distribuição dos elétrons em todas as suas camadas. Examinando-se a terceira
camada, que pode conter até dezoito elétrons, percebe-se um detalhe peculiar: o
elemento químico Argônio (18) é o primeiro a chegar a oito elétrons naquela camada. O
seguinte é o Potássio (19). Este, ao invés de ter nove elétrons na terceira camada,
continua com oito e passa a ter um na quarta camada. A terceira camada só passa a ter
nove elétrons após a quarta camada chegar a dois elétrons – veja o Cálcio (20) e o
Escândio (21). O mesmo detalhe se repete quando a quarta camada chega a oito
elétrons - veja o Criptônio (36) e o Rubídio (37) – quando a quinta chega a oito - veja o
xenônio (54) e o Césio (55) – e quando a sexta chega a oito - veja o Radônio (86) e o
Frâncio (87). Este comportamento atômico faz com que a última camada de cada
átomo não tenha mais do oito elétrons, ou seja, na última camada se tem de um a
oito elétrons orbitando. Para a eletricidade este é um detalhe muito importante.

Para mover elétrons de um átomo para outro, isto é, para torná-los livres, sempre será
necessária uma quantidade de energia. Os elétrons da última camada, a camada de
valência, são os de remoção mais fácil. Só que entre mover um elétron – quando a
camada de valência tiver apenas um – e mover oito elétrons – quando a camada de
valência tiver oito elétrons – é evidente que o dispêndio de energia será menor
naquele átomo / elemento químico que tiver apenas um. Ou dois. Até três. Estes, de

18
um a três elétrons na última camada, serão os chamados condutores. De cinco a
oito elétrons na camada de valência, serão os isolantes. E os que têm quatro
elétrons, são os semicondutores.

8. Condutores, Isolantes e Semi-Condutores – enfoque atômico

Condutores são aqueles elementos químicos em cuja camada de valência estão de


um a três elétrons. Logicamente, os que têm apenas um são melhores condutores do
que os que têm dois ou três elétrons. É o caso da Prata (47), do Cobre (29), do Ouro
(79) e da maioria dos metais.

Isolantes são os elementos químicos que possuem de cinco a oito elétrons na última
camada. Também, pela lógica, os que têm oito elétrons na camada de valência são os
melhores isolantes. Por ter a órbita completa e por características químicas adicionais,
não se combinam com nenhum outro átomo / elemento para formar uma substância

19
composta. São denominados estáveis. Nestes se inclui o Hélio (2), que tem apenas
dois elétrons na única camada – é, também, estável. Todos são gases e são
denominados nobres e/ou inertes: Hélio, Neônio, Argônio, Criptônio, Xenônio e
Radônio.

Semicondutores são os elementos químicos que possuem quatro elétrons na camada


de valência. Logo, podem ser considerados condutores mas não tão bons quantos os
de três ou menos de três elétrons na última órbita. Examinando a tabela anterior,
encontramos o carbono, o silício, o germânio, o estanho e o chumbo. Todos têm quatro
elétrons na última camada.

 Para que este último conhecimento fique mais marcado, mais presente, revise a
definição de eletricidade, a capacidade de cada órbita atômica e a idéia dos elétrons
presos e livres. Analise, também e com atenção, a tabela com a distribuição dos
elétrons nas suas camadas.
Em estudo próximo, serão revistos os conceitos de condutores e isolantes sob a visão
da chamada resistência elétrica, já que muitos dos materiais de uso cotidiano
envolvem substâncias compostas - mais do que um elemento químico.

 É relevante destacar que o estudo ao nível atômico não se encerra aqui. Pelo contrário,
por adquirir maior nível de complexidade e por não ser tão necessário ao propósito final
deste estudo da Eletrotécnica, encerramo-lo neste ponto. Nada impede, no entanto,
que qualquer estudante busque o conhecimento complementar em outra esfera de
estudo.

9. Efeitos obtidos a partir da Eletricidade

Além do efeito de atração / repulsão inerente à existência de excesso / falta de elétrons


entre dois corpos/ materiais – eletricidade estática – sempre que elétrons livres
“pularem” de átomo em átomo podemos ter: produção de calor, vibração mecânica,
produção de luz, reações químicas, geração de magnetismo e o chamado efeito
fisiológico, quando a movimentação de elétrons ocorre pelo corpo humano – o
choque elétrico. É simples perceber que, para gerar eletricidade usou-se,
praticamente, as mesmas formas de energia. Em outras palavras, fez-se, nos dois
casos, uma conversão.

10. Energia – seu Conceito e sua Importância

Energia é a capacidade de se produzir trabalho. Este conceito se segue a uma


constatação aplicável em todos os campos de estudo ligado à vida e à Natureza. Pelas
observações feitas e através de inúmeras comprovações experimentais, se concluiu
que a energia pode transformar-se de uma espécie em outra, mas não pode ser
criada ou destruída. Este enunciado é conhecido como o princípio de conservação
da energia. É importante enfatizar com uma linguagem bem simples: “a energia não
pode sumir nem dar cria”. Portanto, para obtermos uma forma de energia é
necessário transformar outra forma / espécie de energia. Lembrando dos meios de
obtenção de eletricidade – capítulo 6 – a partir de determinadas formas de energia
obtemos a elétrica: com o termopar (energia calorífica); com as pilhas e baterias
(energia química); com alternadores e dínamos (energia magnética associada à
mecânica). Outros exemplos: a partir do combustível (química), ganhamos a calorífica

20
associada à mecânica no motor do automóvel; em rodas d’água ou turbinas - energia
hidráulica - ganhamos a mecânica em moinhos de grãos ou usinas hidroelétricas;
através da elétrica associada à mecânica, obtemos eólica com um ventilador. E toda a
energia fornecida é transformada. A conservação da energia tem fundamentação
semelhante à da “lei de conservação da matéria”. Filosoficamente, um poeta romano
chamado Lucrécio, contemporâneo de Júlio César, escreveu: “As coisas não podem
nascer do nada, nem podem desaparecer voltando ao nada“. Muito tempo depois,
em 1789, o “pai da Química moderna”, Antoine Lavoisier, contribuiu definitivamente,
apoiado em experimentos, e enunciou: “Devemos tomar como axioma incontestável
que, em todas as operações da arte e da natureza, nada é criado; a mesma
quantidade de matéria existe antes e após a experiência..........e nada ocorre além
de mudanças e modificações nas combinações desses elementos”. Novamente,
de forma simples: “nada se cria; tudo se transforma”. Há que se compreender agora
que todo o estudo que se está desenvolvendo, tem por objetivo final o domínio dos
fenômenos elétricos para que se possa usufruir, em nossa vida cotidiana e da forma
mais completa possível, dos benefícios da transformação da energia elétrica em
outras formas de energia.
________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 04

Noções da Teoria Atômica e Conceitos Iniciais

Responda as questões formuladas em folha à parte, numerando-as e, de preferência,


com suas palavras. Para tal, estude a apostila da pág. 11 até a pág. 20
01) Explique o que é Eletricidade.
02) O que é elemento químico apresentando cinco exemplos. E diga, para que serve?
03) Explique o que é molécula. Dê três exemplos de molécula simples e três de
molécula composta.
04) Diga o que é próton, dê sua localização, defina sua situação elétrica e responda se
pode ou não ser movimentado de um lugar para outro.
05) Faça o que é pedido na questão 04, porém para o elétron.
06) O que se define como carga elétrica, apresente a letra que a representa e sua
unidade. Escreva ainda, quantitativamente, o que está contido em 1 Coulomb.
07) Quantos elétrons por segundo “passam” pelo filamento de uma lâmpada de 60
watts / 120 volt ?
08) E a partir de, mais ou menos, quantos elétrons por segundo é possível que uma
pessoa normal morra por choque elétrico ?
09) O que é íon ? Dê seu nome se for (+) e seu nome se for (–).
10) O que se estuda na Eletrostática ?
11) Escreva a lei básica da Eletrostática.
12) O que é campo elétrico, o quê o produz e qual o seu efeito ?
13) Relacione os seis meios de se produzir Eletricidade
14) Qual o efeito final obtido por qualquer meio de se produzir Eletricidade ?
15) Não considerando o “atrito”, dê o nome dos geradores (produtores) de Eletricidade.
16) Dois dos geradores de Eletricidade são máquinas rotativas. Dê seus nomes e
escreva qual o tipo de eletricidade que produzem.

21
17) De todo o conjunto de elétrons que se movimentam num átomo, apenas alguns é
que podem “pular” para outro átomo, etc. Como são denominados ?
18) Como são denominados os elementos químicos que tem na sua camada de
valência:
a) de 1 a 3 elétrons ? b) de 5 a 8 elétrons ? c) 4 elétrons ?
19) Relacione os efeitos conhecidos que são obtidos a partir da Eletricidade.
20) A Energia, no dia a dia, tem a sua importância geralmente diminuída. Entretanto, é
a partir de energias que tudo é obtido. Responda: qual a idéia, em forma de frase,
atribuída ao químico Lavoisier, que sintetiza a importância da Energia ?

11. Eletrodinâmica

No capítulo 5 ficou definido que a Eletrostática trata do estudo da eletricidade em


repouso. Agora, e daqui em diante, vamos estudar a eletricidade em movimento, ou
seja, vamos estudar as ocorrências inerentes e consequentes do movimento dos
elétrons livres, “pulando” de um átomo para outro, a partir de sua obtenção através das
formas de geração. Este campo de estudo é denominado Eletrodinâmica.

12. Corrente elétrica, sua Intensidade, Circuito elétrico

Dizemos que há uma corrente elétrica quando elétrons são colocados em


movimento ordenado, de um ponto a outro, segundo uma direção e sentido. Um
fio de cobre ou prata tem muitos elétrons livres. Eles serão repelidos se uma de suas
extremidades for ligada no terminal (–) de um gerador de eletricidade (por exemplo,
uma pilha). Se a outra extremidade do fio for ligada ao terminal (+) da pilha, os elétrons
livres serão atraídos. Com as duas pontas do fio ligadas à pilha, temos o caminho para
os elétrons livres circularem pelo fio, do terminal (–) para o terminal (+). O movimento
será ordenado com direção e sentido. É muito importante compreender que este
movimento é constituído por um conjunto de elétrons livres que pula de átomo em
átomo, do (–) para o (+), como se fosse uma “corrente de amarrar cachorro”
interligando os dois terminais da pilha e passando por dentro dela. Ao se mover o
primeiro elétron de um átomo para o outro - o primeiro elo da corrente - desencadeia-se
o movimento de todos os elétrons livres que compõem o conjunto – a corrente elétrica -
ou seja, se movem todos os elos da corrente. A velocidade de cada elétron movendo-
se é baixa – poucos centímetros por segundo. Entretanto, o movimento da corrente
elétrica – da corrente de cachorro com todos os seus elos – ocorre na velocidade da
luz, isto é, a 300.000 km / s. Quando, em nossa casa, ligamos o interruptor da
lâmpada incandescente, destas de uso domiciliar, percebemos que imediatamente ela
“acende”. Os elétrons se movimentaram pelo filamento da lâmpada, produzindo calor e
luz em altíssima velocidade, de forma quase instantânea: na velocidade de 300.000
km / s.
Circuito elétrico é o termo usado para definir o conjunto que contém um gerador –
uma das fontes que produzem eletricidade – e um “caminho” para interligar os terminais
ou bornes do gerador, isto é, os “condutores ou fios”. Na vida real, como o que se
pretende é transformar energia elétrica em outra forma de energia, haverá também uma
denominada “carga ou receptor” – este será o componente que fará a transformação
da energia. Este circuito poderá estar “aberto ou interrompido”; ou “fechado” - às vezes
22
dito “ligado”. Para que se possa, com facilidade e segurança pessoal, fazer o
“comando” do circuito – fazê-lo estar fechado ou aberto – usa-se o “interruptor”,
também denominado “chave”. É o “dispositivo de comando”. O “disjuntor” ou o
“fusível”, ou ambos, darão a segurança ao circuito e seus componentes, evitando
danos. São conhecidos por “dispositivos de proteção”. Veja a figura que segue:

Estando o circuito aberto, como mostra o desenho, o excesso / falta de elétrons


do gerador é transferido para as extremidades abertas do circuito, no caso, os
terminais do interruptor. É um fenômeno eletrostático. É como se a “corrente de
amarrar cachorro” se movesse o equivalente a um elo, ficando interrompida no
interruptor. Para que a lâmpada acenda, é necessário “fechar” o interruptor. Aí os
elétrons poderão se movimentar, de forma ordenada, do (–) para o (+). Então, a
lâmpada acende.

A Intensidade de corrente elétrica identifica a quantidade de elétrons livres que se


movimentarão, por segundo, no circuito fechado. Os fatores que estabelecem esta
quantidade serão vistos logo adiante, na chamada lei de Ohm. De qualquer modo,
podemos definir: “Intensidade de corrente elétrica é um fluxo ou movimento
organizado, ordenado, de elétrons livres de um ponto para outro”. É a primeira
grandeza da Eletrodinâmica:

 será representada pela letra I (i maiúsculo);


 terá como unidade o Ampère ou A;

E, 1 Ampère, será 1 Coulomb, passando por um ponto qualquer, por segundo

- o instrumento para medir a intensidade de corrente é o Amperímetro.

 Logo, teremos 1 A de intensidade de corrente elétrica quando a


movimentação de elétrons livres for de 6, 28 quintilhões de elétrons passando
por um ponto qualquer do circuito em cada segundo.

 É hora de lembrar da lâmpada de 60 W vista no capítulo 5. Os 3,14 quintilhões


de elétrons por segundo, agora se entende, são 0, 5 A. E, no caso do chuveiro,
os 282, 6 quintilhões de elétrons por segundo são 45 A. Já no exemplo do
choque elétrico, os 0, 190 quatrilhões de elétrons por segundo são “apenas”
um pouco mais que 0, 03 A ou 30 mA (mili-ampères).

23
O conceito da intensidade de corrente elétrica pode ser apresentado por uma
fórmula matemática:

I = _Q_ sendo I = intensidade de corrente elétrica em Ampère (A)


t Q = carga elétrica em Coulomb (C)
t = tempo em segundos (s)

A fórmula pode ser reescrita: Q = I. t e t = Q_


I

 Sempre que se apresentar uma fórmula serão definidas, também, as unidades a


serem usadas. Se qualquer elemento do problema não for na mesma unidade da
fórmula, é necessário converter antes. Se a resposta pedida envolver alguma
unidade não presente na fórmula, converte-se depois do cálculo. Todas as
unidades apresentadas estarão na base do sistema de conversão.
Não esqueça!

13. Exercício exemplo:

A lâmpada incandescente de 60 W dos exemplos anteriores faz circular uma corrente


elétrica de 0, 5 A. Fica acesa durante uma hora. Qual a quantidade de cargas elétricas que
passa pelo seu filamento ao longo daquele tempo ? E quantos elétrons circularão ?

São dados: I = 0, 5 A e t = 1 h (converter para s) = 3. 600 s


É perguntado:................ Q = ? E, também:..................quantos elétrons ?

Usando a fórmula:....... Q = I. t = 0, 5 x 3. 600 Q = 1. 800 C

Para encontrar o nº de elétrons, 1C ____ 6, 28 x 10 18


usar uma regra de três: 1. 800 C ____ x

x = 6, 28 x 10 18. 1. 800 = 11. 304 x 10 18 elétrons = 1, 1304 x 1022 elétrons


1
(em 1 hora circularam 1. 800 C que serão 11, 304 sextilhão de elétrons)

 Os exercícios deste tipo têm o propósito de auxiliar a visão de que os fenômenos


elétricos envolvem o ínfimo da matéria, o átomo e seus elétrons. Desenvolver esta
percepção vai muito além do simples ato de lidar com números. Na vida real, porém,
não usaremos o Coulomb, nem a quantidade de elétrons e sim o Ampère.
________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 05

Quantidade de Cargas e Corrente Elétrica


01) Quantos elétrons por segundo se movimentam se a corrente é 0, 5 A ?
02) Quantos Coulomb passam por um receptor a cada duas horas se a corrente é 0,15 A ?
03) Quanto tempo ficou ligado um aparelho elétrico percorrido por 10. 800 C sendo a
corrente 1, 5 A ?

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04) Um aquecedor elétrico foi ligado durante 2 horas exigindo uma corrente de 5 A. Qual a
quantidade de cargas elétricas que passsaram pelo aparelho ?
05) Ao final de meia hora passaram pelo componente elétrico 2. 700 Coulomb. Qual a
intensidade da corrente ?
06) A quantidade de cargas que percorreu um circuito foi de 5 C no tempo de 20 segundos.
Qual a intensidade medida pelo amperímetro ?
07) Um ferro elétrico de soldar exige 2, 5 A e fica ligado durante uma hora e meia. Quantos
Coulomb foram movimentados naquele tempo ?
08) Cinquenta Coulomb circularam pelo aparelho elétrico. A corrente medida foi 0, 25 A.
Quanto tempo ficou ligado ?
09) Quantos elétrons “passam” em cada segundo se a corrente elétrica é 1, 5 A ?
10) Se a quantidade de cargas elétricas circulantes foi de 2 C no tempo de 20 segundos,
qual foi a intensidade de corrente ?

14. Força Eletro Motriz ou Tensão ou Diferença de Potencial

Até este momento sempre se referiu à necessidade de se ter um excesso / falta de


elétrons entre dois pontos para termos eletricidade; ou termos a corrente elétrica. Força
eletro motriz é, justamente, a existência de elétrons em excesso em um ponto e a
falta deles em outro. Este desequilíbrio produz, cria uma força capaz de movimentar
os elétrons livres em um circuito. Esta força também será chamada de tensão ou de
diferença de potencial elétrico ou, simplesmente, diferença de potencial. Ou
voltagem. Procurando sintetizar: FEM ou tensão ou ddp ou voltagem é a força
originada a partir da diferença de potencial elétrico entre dois pontos; também
poderemos dizer: é a força elétrica capaz de movimentar os elétrons livres de um
ponto para outro..

 será representada pela(s) letra(s): FEM para força eletro motriz;


E para tensão (neste trabalho);
U ou V para tensão (por outros autores)
ddp para diferença de potencial;
 terá como unidade o Volt ou V;
 teremos 1 V quando uma carga elétrica de 1C, ao se deslocar, produzir o
trabalho elétrico equivalente a 1 joule;

 Joule é a unidade geral do trabalho na Física. Relembramos que o trabalho é o produto


de uma força que desloca um corpo à determinada distância. Fazendo um paralelo,
teremos 1 joule quando, ao nível do mar, uma força de 0,102 quilograma-força (ou 102
grama-força) deslocar um corpo na distância de 1 metro. Portanto, 1 V deslocando 6,28
quintilhões de elétrons produzirá trabalho equivalente às 102 grama-força movendo o
corpo a 1 metro de distância.

 o aparelho para medir a tensão é o voltímetro.


 a tensão, recordando o capítulo 6, é produzida por qualquer um dos geradores
analisados – os, então denominados, meios de se produzir eletricidade. Em
nosso estudo, deixaremos de lado a geração por atrito. Os termopares, o piezo
elétrico, e a fotocélula, produzem tensões de valores baixos – milivolts ou
poucos volts – e são de aplicação mais específica. A grande utilização da

25
eletricidade vem das pilhas e baterias e, em especial, dos geradores por
magnetismo. No caso, os alternadores. Estes são responsáveis por, mais ou
menos, 95 % de toda a eletricidade gerada e utilizada. Os valores do módulo
da tensão seguem uma certa padronização:

03) Pilhas e baterias (tensão do tipo contínua):


- 1,5 V das pilhas comuns tanto ácidas como alcalinas
- 2,2 V de cada célula ou vaso das baterias de 12 V
- 3,7 V das baterias dos celulares atuais
- 4,8 V das baterias de celulares mais antigos
- 6,0 V das baterias de carros e caminhões mais antigos
- 9,0 V das baterias de rádio relógios, instrumentos
- 12,0 V das baterias de automóveis e caminhões atuais
- Há outras não listadas; pretende-se apenas dar exemplos.

04) Tensão alternada para fins residenciais e industriais


- 110 e 115 V de uso em algumas cidades interioranas
- 127 e 220 V de uso em PoA, Canoas, e outras
- 220 e 380 V de uso na Grande PoA e interior
- 440 V de uso em indústrias que recebem média tensão
- 13.800, 22.000 V e outros valores em sistemas de distribuição
- 220.000, 550.000V e outros valores no sistema de transmissão
- Há outros valores não listados. São, apenas, diversos exemplos.

15. Tensões e Correntes Contínua e Alternada; suas Formas

Tensão contínua é aquela produzida por geradores que mantém o excesso e a falta
de elétrons sempre nos mesmos terminais. Portanto, é aquela cujos pólos negativo
e positivo não mudam de lugar. Por consequência, a corrente que ela fará circular
sempre manterá o mesmo sentido – em acordo aos estudos já feitos, será do (–) para
o (+) pelo circuito. Por dentro do gerador, os elétrons circulam do terminal (+) para o (–).
Este é o conhecido sentido eletrônico ou real. Termopares, piezos elétricos, foto-
células, pilhas e baterias mais os dínamos, produzem tensão e corrente contínua.

Esta tensão / corrente pode ter valor estável ou variado. Sendo estável, é chamada
“pura”. Sendo variada, assume diferentes formas como mostram os desenhos a
seguir. Em qualquer caso, no entanto, a tensão tem polaridade imutável e a corrente
sentido único. Veja os desenhos:

26
Como forma de identificá-la de forma mais simples, são usados abreviaturas e
símbolos: DC (do inglês – direct current), CC (da língua pátria), VCC (volt corrente
contínua), ― (traço cheio), ═ (dois traços cheios paralelos), ― (um traço cheio
sobre um tracejado).

 Nos primórdios da eletricidade, não era clara a existência de prótons, elétrons, etc.
Parecia que algo se movimentava pelos fios e receptores elétricos – não se sabia o
quê. Por necessidade definiu-se, então, por convenção, combinação, que a corrente
circularia do (+) para o (–) pelo circuito. E dentro dos geradores, do (–) para o (+).
Posteriormente, esta escolha se mostrou errônea. Entretanto, muitos estudos ainda são
feitos usando-se esta definição. É denominada sentido convencional da corrente. Nos
nossos trabalhos, usaremos o real ou eletrônico.

Tensão alternada é aquela produzida com polaridade alternável, ou seja, os


terminais (+) e (–) trocam sistematicamente de posição. Por consequência, a
corrente circulante também trocará permanentemente de sentido. O alternador é o
gerador desta tensão. Além da troca de polaridade, também os valores de tensão – os
seus módulos – são variados ao longo do tempo seguindo uma função matemática
denominada seno. Por esta razão, recebe o nome particular de tensão alternada
senoidal. O motivo de tais características é a forma construtiva da máquina. Os
detalhes serão estudados no volume 2 desta apostila. Outras formas podem ser
produzidas por meios eletro-eletrônicos com semelhanças àquelas vistas há pouco.
Veja os desenhos adiante.
As abreviaturas e símbolos são: AC (do inglês – alterning current); CA ( da língua
pátria); VCA (volts corrente alternada); ~ (o til tem semelhança com o símbolo da
senóide).

 O dínamo funciona sob o mesmo princípio do alternador. Porém, através de um artifício


interno – o uso do coletor laminado – fornece tensão contínua na saída. Já, pequenos
alternadores para fins demonstrativos, usam dois anéis coletores que conduzem a CA
para a saída. Há, ainda, os alternadores da linha automotiva, que produzem CA que é
convertida em CC através de retificadores eletrônicos denominados diodos.

 É relevante reenfatizar que falar corretamente é muito importante. Entretanto, há vícios


na linguagem do cotidiano que se tornaram “leis”: ao entrar num bar e pedir uma
“brahma”, geralmente, o que se quer é uma cerveja. Não necessariamente da marca
Brahma. Assim também ocorre quando se diz corrente contínua ou alternada. Nem
sempre ao dizer corrente, quer-se dizer fluxo de elétrons. Poderá ser tensão. A partir
deste vício é possível gerar um mal entendido. Ao longo deste estudo e na vida
profissional na área elétrica é importante observar este tipo de detalhe envolvendo a
língua pátria.

27
16. Resistência elétrica: dependência, medição; Condutância

Se temos tensão, tanto faz CA como CC, circuito fechado e corrente elétrica, resta
saber se os elétrons enfrentam poucas ou muitas dificuldades para circular.
Fecharemos, assim, um raciocínio lógico envolvendo os conceitos até agora
desenvolvidos. No capítulo 8 aprendemos que a diferença básica entre um condutor e
um isolante, dentre os elementos químicos, é o número de elétrons na camada de
valência. É preciso considerar, agora, que muitos materiais são compostos de vários
elementos químicos que se interligam quimicamente em estruturas mais complexas,
cujo estudo foge a este nível de ensino. No cotidiano eletrotécnico trabalharemos com a
idéia da Resistência elétrica, que é a dificuldade que todos os materiais /
substâncias apresentam para a circulação dos elétrons. Este conceito está
amparado na dificuldade que os elétrons enfrentam para saltar de átomo em átomo
constituindo a corrente. São repelidos por outros elétrons, sofrem alteração de
trajetória, há eventuais choques – é como andar desviando-se e atritando com outros
corpos. Como consequência adicional, gera-se calor. Neste conceito fica embutido,
também, a característica própria de cada material quanto à maior ou menor facilidade
de perder elétrons em função de suas camadas e elétrons de valência.

 a Resistência elétrica será representada pela letra R;


 terá como unidade o Ohm ou (letra grega ômega maiúscula)

 Vamos rever agora, em função do conceito da resistência, os


condutores e isolantes, acrescentando-se os resistores.

Condutores serão aqueles que apresentam, genericamente, baixa ou pequena


resistência elétrica. Por esta razão são usados como “caminhos” para levar a corrente
do gerador aos receptores – são os condutores elétricos, os fios. São, também,
empregados na parte interna e ativa dos geradores, transformadores e dos próprios
receptores. Prata, cobre, alumínio e ouro são os mais conhecidos. Existem, também,
ligas (combinação de metais) como o bronze, o latão e outros.

Isolantes são os materiais / substâncias que oferecem elevada resistência elétrica.


Dificultam muito e, até, impedem a passagem dos elétrons. São usados exatamente
para não permitir a circulação da corrente. Papel, verniz, borracha, plástico, nylon,
baquelite, cerâmica, vidro, louça, óleo, ar e madeira seca, água destilada, gases nobres
e muitos outros.

Resistores são materiais que apresentam resistência elétrica intermediária – mais


para condutor do que para isolante – e que acabam gerando quantidades maiores de
calor com a passagem da corrente. São, por isso, usados em receptores destinados a
produzir calor por meio elétrico – chuveiros, ferros de soldar, ferros de engomar,
torradeiras, etc. Niquelina, tungstênio (material do filamento da lâmpada
incandescente), níquel-cromo, constantan, são exemplos.

 A palavra resistor também define um componente elétrico, uma peça, que é


construída com formatos diversos e têm uma de duas funções: produzir
propositalmente calor com a passagem da corrente ou provocar perdas, quedas de
tensão previamente programadas. A primeira função foi recém mencionada. A segunda

28
será estudada adiante. Veremos, ainda, que o resistor / resistência servirá, também, de
limitador para a intensidade da corrente.

 E, mais uma vez, vem o “falar certo”. Resistência é um conceito importantíssimo em


eletricidade; já a “resistência” do chuveiro, tecnicamente, é um resistor.

O valor da resistência elétrica, de qualquer corpo, em ohm, seja ele condutor, resistor
ou isolante está ligado a quatro características físicas do próprio corpo:
- comprimento – quanto maior for seu comprimento, maior será sua
resistência elétrica; é lógico; o caminho a ser percorrido pelo elétron
é maior se o comprimento for maior.
- secção – quanto maior for sua secção, menor será sua resistência
elétrica; também é lógico; secção maior representa mais espaço e
menos dificuldade para o elétron circular.
- a composição química do material que constitui o corpo; conforme
vimos, é nas camadas e elétrons de valência que se define o condutor
ou o isolante; logo, a resistência elétrica.
- temperatura – em regra, quanto maior a temperatura do corpo, maior
será sua resistência elétrica. Igualmente há uma lógica, já que o
aumento da temperatura produz maior agitação molecular, dificultando
mais a passagem dos elétrons; o carbono é uma exceção, pois tem
comportamento contrário.

 Revise: secção é área – de um fio (um círculo), vale: S = R2 ou S = .d2


4
sendo S = secção ; = 3,1416 ou apenas 3,14 ; R = raio ; d = diâmetro

 “Falar certo”: círculo é o espaço contido na circunferência; circunferência é a linha


que limita o círculo; 2 R = comprimento da circunferência; diâmetro é a linha que vai
de um lado a outro da circunferência, passando pelo seu centro; raio é a metade do
diâmetro.

Medir o valor de uma resistência elétrica exige o uso de diferentes aparelhos, sejam
eles analógicos ou digitais. Conheça alguns:

 O ohmímetro faz medidas gerais de acima de um ohm até alguns mega-


ohms. É de uso fácil, é portátil e está presente na maioria dos
multímetros; mas, não é de grande precisão;
 A ponte de Wheatstone permite medições mais precisas, acima de um
ohm; é de uso mais frequente “em bancada” e laboratórios;
 As pontes de Thomson e Kelvin são de grande precisão, medem
valores bem inferiores a um ohm e são de uso em laboratório;

 Medidas de resistência de isolamentos de motores, etc, são feitos com o


Megôhmetro; os mais antigos têm um gerador de tensão a manivela –
fornece cerca de 500 V para a medição – enquanto os mais modernos
usam alimentação da rede elétrica;
 Medidas de resistência de aterramento – as ligações feitas a terra como
forma de proteção contra choques elétricos, raios – são feitos com o

29
terrômetro ou megger, aparelho similar ao megôhmetro, porém com
escala de medição mais baixa.

 Condutância é o contrário da resistência; logo, é a facilidade que os materiais /


substâncias apresentam para a circulação dos elétrons.
Não é um conceito muito usado mas deve ser conhecido pelo estudante.
 é representada pela letra G;
 tem como unidade o Siemens ou S
 podemos escrever, então: G = 1_ e R = 1_
R G
________________________________________________________________________

Exercício de fixação Nº 06

Conceitos Fundamentais!

Responda as questões formuladas em folha à parte, numerando-as e, de preferência,


com suas palavras. Para tal, estude a apostila da pág. 21 até a pág. 29.
01) O que se entende por Eletrodinâmica ?
02) Escreva, de forma resumida e bem clara, o que é corrente elétrica.
03) Como se representa a intensidade de corrente elétrica, qual a sua unidade de medida e
com que instrumento ela é medida ?
04) Explique o que é, de fato, fisicamente, 1 Ampère.
05) Defina de duas maneiras diferentes o que é tensão.
06) Apresente as usuais representações de tensão, diferença de potencial, Força Eletro-
motriz, também chamadas de voltagem.
07) Escreva a unidade da tensão e diga com que instrumento ele é medida.
08) Desenhe, na forma esquemática mas técnica, um circuito elétrico com seus principais
componentes, identificando-os.
09) Relacione cinco módulos (valores) de tensão tipo contínua utilizados.
10) Liste cinco módulos de tensão tipo alternada disponíveis usualmente.
11) Defina resistência elétrica, de forma clara.
12) Escreva a representação da resistência, o nome da sua unidade bem como a letra que
a representa.
13) A resistência depende de três fatores e é alterada por um quarto fator. Relacione os
três que mais influenciam e acrescente o quarto fator.
14) Explique a diferença entre resistência e resistor.
15) Quais os dois instrumentos de uso mais comum para medir a resistência elétrica ?
16) Qual o nome do instrumento que possui grande precisão e consegue medir resistências
de valores bem menores do que 1 ohm ?
17) Dê o nome do medidor de resistências de aterramento.
18) Com que aparelho se mede resistências de isolantes / isolamento ?
19) Liste quatro materiais definidos como condutores e dois materiais usados como
resistores.
20) Relacione cinco materiais diferentes usados como isolante elétrico.

30
17. Lei de Ohm: a relação entre E , I e R

Um físico alemão chamado George Simon Ohm estudou e descobriu as relações entre
as três grandezas tensão, intensidade de corrente e resistência. Definiu, então, a lei
mais básica da Eletrodinâmica: “a intensidade da corrente elétrica num circuito é
diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à sua
resistência elétrica”. Entenda-se: mantida constante a resistência, sempre que se fizer
crescer a tensão crescerá, do mesmo modo, a intensidade da corrente – a quantidade
de elétrons circulantes. Diminuída a tensão, diminuirá também a corrente. De outra
forma, se for mantida constante a tensão e a resistência elétrica se tornar maior,
diminuirá, a intensidade da corrente. Diminuída a resistência, aumentará a corrente.
Uma equação matemática simples mostra a descoberta de Ohm:

I = _E_ sendo I = intensidade de corrente em Ampère


R E = tensão ou força eletro motriz em Volt
R = resistência elétrica em Ohm.

Deduzindo-se a fórmula: E=I.R e R = _E_


I

Exemplo: Se um resistor de 50 for ligado à uma tensão de 100 V, a intensidade de


corrente será:
I = _E_ = 100 I = 2 A ; logo, circulam pelo resistor 12,56 x 1018
R 50 elétrons/s ou 12,56 quintilhões de elétrons/s.

Outro exemplo: Estão circulando 0,5 A por um resistor de 48 . Que valor de tensão
impulsiona aquela corrente ?
E = I . R = 0,5 x 48 E = 24 V

Mais um exemplo: Qual a resistência elétrica que só permite circular 2,75 A sendo a
tensão de 220 V ?
R = _E_ = _220_ R = 80
I 2,75

 No último problema, examinando a fórmula pelo enfoque matemático, a resistência é


diretamente proporcional à tensão e inversamente proporcional à corrente. Porém, pela
realidade física – que é o que interessa - a tensão é definida pelo gerador escolhido;
a resistência pelo comprimento, secção, estrutura atômica (o material) com influência
da temperatura. Especificamente, como no problema, a R pode ser calculada com a
tensão e com a corrente conhecidas.
________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 07

Reforço em Conceitos Fundamentais

É fundamental fixar alguns conceitos definitivos. “Colocar no sangue. Na veia”. Pode


parecer repetição. E é! Se não fosse tão importante, não seria recomendado.

31
Instruções: estude atentamente os conceitos e considerações apresentados. Para a
fixação dos conceitos reescreva cada um deles dez vezes. Reescreva também dez vezes
as unidades respectivas. Use o verso das folhas da própria apostila.

01) Conceito: Corrente elétrica é o movimento organizado de elétrons pelos materiais,


de um ponto a outro. É representada por I e sua unidade é o Ampère (A).

Consideração: Sempre haverá uma quantidade de elétrons que se movimentam por


segundo, daí a letra I de intensidade de corrente elétrica. Quando forem 6,28 quintilhões
por segundo, teremos 1 A. Como elétrons são cargas negativas (de sinal −), sempre se
deslocarão do terminal negativo para o positivo (onde estão em falta, logo para o terminal
+). Este é o chamado sentido eletrônico ou real da corrente.

02) Conceito: Tensão é o desnível elétrico entre dois pontos (entre dois fios ou um fio e
a terra): num dos pontos haverá excesso de elétrons e no outro falta de elétrons. Também
é a força que movimenta os elétrons fazendo-os pular de um átomo para outro, ou seja,
a força que “empurra” a corrente elétrica. É representada por E; sua unidade é o Volt
(V).

Consideração: Diferença de potencial – ddp, Força Eletro-Motriz – FEM, e Voltagem (V)


são “sinônimos elétricos” de tensão. Porém, a FEM é a tensão com o circuito desligado,
isto é, sem corrente, a vazio. A tensão será com circuito fechado, com corrente, com
carga. A tensão será sempre um pouco menor do que a FEM, devido a uma perda de
tensão no interior das fontes: todas têm resistência interna. Os termos ddp e voltagem são
mais usados nas conversas e escritos da área elétrica. A tensão poderá ser contínua ou
alternada. A contínua tem os seus terminais (+) e (−) sempre nos mesmos terminais do
gerador ou fonte. A alternada troca o (+) e o (−) de posição, sistematicamente. No nosso
sistema elétrico, 60 vezes por segundo.

03) Conceito: Resistência elétrica é a dificuldade que todos os materiais / substâncias


apresentam para a circulação dos elétrons, isto é, da corrente elétrica. É representada
por R e sua unidade é Ohm, representada pela letra grega ômega - (Ω).

Consideração: A resistência elétrica dos materiais / substâncias depende de três fatores:


sua estrutura atômica – se perde elétrons com maior ou menor facilidade – logo, sua
própria natureza. É o que se denomina resistividade ou resistência específica e será um
número encontrado em tabelas para os materiais elétricos mais comuns. Um segundo fator
é o comprimento – quanto mais comprido maior a resistência. Um terceiro fator é a secção
– quanto maior a secção menor a resistência elétrica. Há ainda a influência da temperatura
que, para a maioria dos materiais, quanto maior a temperatura maior a resistência. Existe,
também, uma classificação geral que separa os materiais em condutores, resistores,
isolantes e semicondutores.

Observação muito importante: Bobinas em CA


O estudo da Eletrotécnica sempre se inicia apresentando um tipo de dificuldade para a
circulação da corrente, que é a Resistência Elétrica. E esta dificuldade se comporta da
mesma forma seja a tensão / corrente contínua ou tensão / corrente alternada. Entretanto,
é muito comum o uso das chamadas bobinas – como em motores elétricos,
transformadores de tipos variados, relés e solenóides de diferentes aplicações,

32
campainhas e cigarras e outros. Bobinas nada mais são do que fios condutores enrolados
de forma geralmente organizada, cujo objetivo primordial é criar campos magnéticos para o
funcionamento dos equipamentos antes citados. Ocorre que em tensão / corrente contínua
as bobinas têm um comportamento. Em tensão / corrente alternada tem outro bem
diferente. Neste caso, da ECA, as bobinas apresentam, além da resistência elétrica do
condutor que a compõe, uma nova dificuldade para a corrente alternada circular. Ela tem
o nome de Reatância Indutiva e sua influência dependerá integralmente da forma como a
bobina foi construída e utilizada. Esta reatância tem como representação XL e como
unidade o Ohm - Ω. Seu conceito é: dificuldade que a corrente alternada enfrenta para
circular devido ao “formato bobina” dado para o fio.
Fica entendido então que uma bobina ligada à uma CA apresentará duas dificuldades
para a corrente circular: a resistência elétrica e a reatância indutiva – R e XL.

As duas dificuldades serão reunidas sob um único nome: Impedância. Esta será
representada pela letra Z e sua unidade também será o Ohm – Ω.
O conceito da Impedância é: toda a dificuldade que a corrente enfrenta para circular
quando a tensão é alternada.

Logicamente, a lei de Ohm deverá se adaptar para estas novas circunstâncias.


Escreveremos, então, que:
a) para a reatância indutiva: I = E
XL
b) para a impedância: I= E
Z
Esta situação nova será detalhada mais adiante. Serão explicadas e vistas as razões pelas
quais tais fatos acontecem. Entretanto, para evitar um atraso na administração destes
conceitos “na veia, no sangue”, vamos nos habituar com eles desde já.

Portanto, em complemento ao Exercício 07, reescreva cinco vezes o conceito da


reatância indutiva e, também, cinco vezes o conceito da impedância.

04) Conceito: Reatância indutiva é a dificuldade que a corrente alternada enfrenta


para circular devido ao “formato bobina” dado para o fio.

05) Conceito: Impedância é toda a dificuldade que a corrente enfrenta para circular
quando a tensão é alternada.

Leia com atenção: a Lei de Ohm será revisada com o texto a seguir. Novamente se tem
a intenção de fazer o aluno incorporá-la, já que se trata de um conhecimento fundamental
para o trabalho em Eletrotécnica. Não esqueça: “Se não entender as relações da Lei de
Ohm, insista. Se ainda não conseguir, não gaste seu tempo a toa - procure outro
ramo de atividade”!

17A. A Lei de Ohm – (novamente)

As três grandezas, tensão, intensidade de corrente e resistência elétrica se relacionam


num circuito fechado. Define-se: a partir da resistência elétrica que um aparelho ou
componente elétrico apresenta e a partir de uma conhecida e escolhida tensão nele

33
aplicada, haverá uma intensidade de corrente que irá circular. O físico George Simon Ohm
conseguiu, a partir de estudos teóricos e experimentações práticas, determinar a relação:
corrente e tensão são diretamente proporcionais e corrente e resistência são
inversamente proporcionais. É muito importante destacar que o fenômeno físico se
comporta de modo a que a relação matemática “diretamente proporcional” e “inversamente
proporcional” pode, de fato, ser aplicada. Em outras palavras, se a tensão aplicada na
resistência dobrar, a intensidade da corrente também dobra; se a tensão triplica a
corrente também triplica; se a tensão se reduz a um quarto, a corrente também se reduz a
um quarto.
Se a resistência dobrar, a corrente cai à metade; se a resistência triplicar, a corrente se
reduz a um terço; se a resistência crescer quatro vezes, a corrente diminui quatro vezes;
se a resistência se reduzir dez vezes, a corrente crescerá dez vezes.

Também, relembrando os conceitos de tensão – a força que impulsiona os elétrons – e da


resistência elétrica – a dificuldade que todos os materiais / substâncias oferecem para a
circulação dos elétrons – vê-se a enorme lógica descoberta por Ohm. E, pela
experimentação, a relação direta da intensidade da corrente com a tensão e inversa com a
resistência. A fórmula matemática, então, é muito simples:

I= E sendo I = intensidade de corrente em Ampère (A)


R E = tensão em Volt (V)
R = resistência elétrica em Ohm (Ω)

É muito importante lembrar que a intensidade de corrente é uma dependente do módulo da


tensão escolhida e da resistência elétrica do conjunto de componentes elétricos que
compõem o receptor / aparelho / carga elétrica a ser ligado naquela tensão.
Tal fato não impede que se manipule matematicamente a fórmula básica chegando a
outras duas:

E=I.R e R= E
I
É relevante que se faça, agora, uma interpretação física e não matemática destas duas
equações: E = I . R tem o significado de que “para que uma corrente circule por uma
resistência, será necessário dispor de uma tensão”.
Não é cabível dizer, genericamente, que a tensão é diretamente proporcional à
corrente e à resistência. Ou que a tensão depende da corrente e da resistência.

A interpretação adequada permite dizer, ainda, que é fisicamente correto que a tensão E
encontrada no cálculo está sendo utilizada integralmente para que aquela I consiga circular
por aquela R.
Também é correto entender que aquela E pode ser uma queda de tensão (uma perda de
tensão) havida para que aquela corrente consiga circular através daquela resistência.

Na equação R = E / I deve-se entender que, quando aplicada aquela E, circulando


aquela I, o módulo da R existente será o valor determinado pelo cálculo.
Será absurdo afirmar que a resistência R depende diretamente
da tensão e inversamente da corrente.

É fisicamente correto entender que, havendo uma R na qual se aplica uma E e circula uma
I, seu valor (da R), será o quociente entre a tensão aplicada e a corrente circulante.

34
Exercício de Fixação Nº 08

Aplicações da Lei de Ohm

1. Questionário: Se for necessário numere e escreva a resposta no verso das folhas.

01) Um gerador elétrico em boas condições está funcionando. Está conectado à uma rede
com diversos aparelhos. Nenhum deles está operando. É certo que o gerador está
produzindo:
a ( ) a potência de placa b ( ) corrente c ( ) tensão ( ) resistência interna

02) Analisando-se a relação entre a tensão, a corrente e a resistência é certo que a


resistência sempre deverá depender da tensão e da corrente. A afirmação é:
a ( ) correta b ( ) incorreta

03) Em que condição a Força Eletro-motriz tem módulo (valor) maior do quer a tensão ?
__________________________________________________________________.

04) Um gerador alimenta uma carga através de um disjuntor, de um fusível, de um


interruptor e de um par de condutores. De repente, cessa a corrente. O gerador não
apresenta defeito. Assim, pode-se afirmar que a interrupção ocorreu:
_________________________________________________________________.

05) Num circuito fechado há uma lâmpada incandescente funcionando. É certo que se a
tensão aumentar aumentará, também a ________________________.

06) Se no circuito da questão 05, com a tensão estável, for diminuída a resistência da
carga – troca-se a lâmpada por outra – é garantido que a corrente ________________.

07) A tensão que chega em nossa casa é sempre menor do que a que sai do
transformador da concessionária. Isto acontece devido a:
__________________________________________________________________.

08) O módulo da resistência de um resistor depende de três fatores. Relacione-os:


__________________________________________________________________.

09) Um resistor de 1 K 2 ohm foi ligado a 220 V. É certo que a corrente será:
a ( ) maior do que 1 A b ( ) menor do que 1 A

10) Uma pessoa estava descalça e usou uma chave teste neon para identificar o fio fase
da rede elétrica. Ao encontrá-lo a lâmpada acendeu e a pessoa levou um choque elétrico.
A afirmação é a ( ) garantidamente correta b ( ) Incorreta

11) O instrumento próprio para medir a resistência de isolamentos tem o nome de :


________________________.

12) Para medir a tensão e a corrente usa-se, respectivamente:


_____________________ e o ____________________.

35
13) A circulação de um raio pelo ar sempre é precedida da produção de uma:
____________________.

14) Um rádio portátil é alimentado por tensão a ( ) contínua b ( ) alternada

15) O aparelho de som, em nossa casa, recebe tensão do tipo a ( ) CC b ( ) CA

16) Para que uma corrente circule por um circuito é necessário satisfazer duas condições:
____________________________ e ___________________________.

17) Geralmente, a lâmpada incandescente brilha menos as 20 horas da noite do que as


duas horas da madrugada. Isto ocorre porque, na madrugada, a tensão é:
________________________.

18) Com o que já foi possível aprender, pode-se afirmar que ao sentir um choque elétrico
garantidamente passaram elétrons pela pessoa. a ( ) certo b( ) errado

19) Em Porto Alegre o consumidor pode ter duas tensões fornecidas pela concessionária.
Seus valores nominais são: _________V e ________V

20) Em boa parte da Grande PoA, as tensões disponibilizadas pelas concessionárias são:
_________V e ________V

21) Em PoA, a tensão entre fase e neutro é ________V. Entre fase e fase é ________V

22) Na maior parte do interior e em grande parte da Grande PoA, a BT de valor mais alto é
entre os fios _______ e __________. A menor é obtida entre ________ e _________.

23) A principal função do “fio terra” é __________________________________________


__________________________________________________________________.

24) Voltando ao caso do choque elétrico, ele é mais intenso e danoso em:
a ( ) 127 V b ( ) 220 V

25) Na rede de distribuição da BT, seja em PoA como na Grande PoA, os quatro fios no
poste tem os seguintes nomes (de cima para baixo):
__________ , ___________ , ___________ e __________.

26) A FEM é maior do que a E quando o circuito está __________________________.

27) O motivo da FEM ser maior do que a E é _________________________________.

28) Os geradores de tensão por magnetismo tem o nome de ________________ quando


for CC e o nome de _________________ quando for CA.

Sabe-se que duas lâmpadas incandescentes estão ligadas a 220 V. A L 1 exige 0, 45 A. Na


L2 a corrente é 0, 68 A. Responda:

29) A resistência elétrica é menor na lâmpada _________.

36
30) A lâmpada que brilha mais é a _________.

2. Problemas: EVITE escrever entre os exercícios – NÃO há espaço adequado.

01) Com tensão de 100 V e resistência de 200 ohm, qual a corrente que circula pelo
filamento de uma lâmpada incandescente ? ________________.

02) Qual a resistência enfrentada por uma corrente de 2 A impulsionada por uma
tensão de 1, 5 V ? ________________.

03) Que tensão faz circular 4 A por uma resistência de 5 ohm ? ________________.

04) Uma resistência de 2, 2 Kohm limitou a corrente em 100 mA. Qual foi a tensão
aplicada ? ________________.

05) 220 V foram aplicados num chuveiro de 8 ohm de resistência. Quantos ampère
circularam ? ________________.

06) Uma lâmpada incandescente tem 440 ohm no seu filamento quando ela está acesa,
quente, portanto. Estando fria, desligada, o filamento tem 50 ohm. A tensão é 220 V.
Calcule a corrente com lâmpada acesa e no momento em que é ligada.

I a quente ___________ I a frio __________.

07) Qual a tensão necessária para que 0, 0025 kA circulem por um resistor de 48.000
mΩ ? _______________.

08) Se num resistor de 0, 8 kΩ forem aplicados 12. 000 mV, qual a corrente que
circulará ? _______________.

09) Um gerador elétrico aplica uma FEM de 1, 9 V num circuito cuja resistência total é
50 ohm. Quantos ampère irão circular ? _______________.

10) Uma lâmpada elétrica tem 16 Ω passando pelo seu filamento 1, 5 A. Que diferença
de potencial está aplicada na lâmpada ? ______________.

11) Num resistor de carvão são perdidos 57 V (há uma queda de tensão de 57 V),
quando a corrente é de 30 mA. Quantos ohm tem o resistor ? ______________.

12) A resistência de isolamento de um condutor, em relação à terra, é de 250 MΩ. Qual


a “fuga” de corrente para a terra se a tensão for de 6 kV ? ______________.

13) Entre dois pontos (um “menos” e o outro “mais”) há uma ddp de 120 V. Qual a
resistência do resistor que deverá ser ligado entre os pontos para que a corrente
fique limitada a 15 A ? _______________.

14) Se, no problema anterior, a corrente medida ficou reduzida a 5 A, qual o valor da
resistência do resistor que ali foi instalado ? _______________.

37
As informações constantes nas placas dos equipamentos devem ser respeitadas
para que os mesmos operem em condições normais. A partir desta idéia responda
as questões seguintes.

15) Um resistor de uso em laboratório tem na sua placa: 50 Ω / 4 ,5 A. Qual a maior


tensão que nele pode ser aplicada ? ______________.

16) Na placa de um gerador consta que suas bobinas de campo tem 200 Ω e admitem
1, 5 A. Qual a maior tensão que nelas pode ser aplicada ? ______________.

17) Um resistor é para operar com até 24 V com corrente não maior do que 2 A. Qual a
corrente que circulará se a tensão for de apenas 6 V ? ______________.

18) Um resistor de carvão de 5 MΩ é percorrido por 7 μA. Qual a tensão faz esta
corrente circular e qual a tensão que elevaria a corrente para 44 µA ?
c/ 7 μA ____________ c/ 44 µA _______________.

19) Um amperímetro indica 2, 1 A com tensão de 126 V. Qual a resistência que


estabelece este limite de corrente ? ______________.

20) Uma bobina de um eletro-ímã exige 5 A quando a tensão é de 24 V. Qual a corrente


que circulará se a tensão cair para 21, 6 V ? ______________.

21) Um isolador de alta tensão opera com 110 kV. Em condições normais tem uma
resistência de isolamento de 2. 000 MΩ. Mesmo assim haverá uma corrente de
“fuga”. Calcule seu valor. ______________.

22) Uma rede de 200 V tem fusíveis que fundem com corrente superiores a 25 A. Se a
resistência total do circuito for de 7, 5 ohm, os fusíveis suportarão a corrente ?
Faça o cálculo. Também responda: ( ) Sim ( ) Não
______________.

23) Que resistência ligada a 12 V limita a corrente a 10 mA ? ______________.

No fornecimento da tensão por parte das concessionárias, é comum que haja


variação no seu valor. A Norma aceita o fato dentro de limites a serem estudados.
Considere esta realidade ao responder as próximas questões:

24) Um aparelho foi projetado para 120 V / 2 A. Ligado, foi medido 1, 85 A.


Considerando que não sofreu nenhuma alteração interna, qual a tensão realmente
aplicada? _______________.

25) Uma torradeira tem resistor de 44 ohm para uso em 220 V. Calcule a corrente que
circulará. No uso habitual, num dia qualquer, mediu-se 4, 7 A, valor menor do que o
nominal. Determine a tensão que, de fato, alimentou a torradeira naquele dia.
______________ _______________.

26) Um aquecedor em uso, de repente, produziu mais calor. Na sua placa consta 127 V
/ 25, 4 Ω. Constatou-se que a corrente foi 10 % maior do que a nominal. Qual foi a
tensão que fez a corrente aumentar ? ______________.

38
27) Um forno elétrico a resistência deveria exigir 15 A com 120 V. Entretanto, teve um
defeito no seu resistor que diminuiu sua resistência em 0, 5 ohm. Com a tensão no
valor nominal, qual foi a corrente circulante ? _______________.

28) O forno do exercício 27 e ainda com o defeito, esteve ligado numa tensão 5 %
menor do que a nominal. Neste caso, qual foi a corrente circulante?
_______________.

29) Qual foi o valor da queda de tensão (perda de tensão) havida no caso do forno
mencionado nos exercícios 27 e 28 ? _______________.

30) Um aparelho tem na placa 80 ohm / 1, 5 A. Mediu-se 1, 6 A. Não há como se fazer


outra medição. É necessário considerar que tanto a resistência como a tensão
podem ter sido alteradas. Determine estas alterações.
______________ _______________.

31) Num automóvel a FEM da bateria é 12 V. Sua resistência interna está em 48 mΩ.
Ao se ligar faróis e sinaleiras a corrente chega a 12, 5 A. Qual a efetiva tensão que
a bateria dispõe para o circuito ?
_______________.

32) Uma bateria similar ao do problema anterior, também com FEM igual a 12 V, deve
fornecer 100 A quando se liga o motor elétrico de arranque. Acionado o arranque, a
tensão disponível cai para 10, 8 V. Qual a resistência interna da bateria ?
_______________.

33) Um transformador de uma concessionária foi regulado para fornecer 132 V a vazio
entre fase e neutro. Em determinada hora do dia a corrente circulante numa das
fases foi de 25 A. A tensão de saída entre aquela fase e o neutro caiu para 129, 8 V.
Qual a resistência interna do bobinado que fornece esta tensão?
_______________.

34) O mesmo transformador da questão 33, em outro momento do dia, passou a


fornecer 95 A circulantes naquela mesma fase. Sem considerar outras variáveis,
como a alteração de temperatura do trafo etc, qual a tensão disponível entre aquela
fase e o neutro com a corrente atual ? _______________.

_____________________________________________________________________

18. Resistividade ou Resistência Específica.

A resistência elétrica dos materiais / substâncias depende de suas características físicas e


é influenciada pela temperatura. Ohm determinou, por estudos e experimentação, que a
resistência é diretamente proporcional ao comprimento do material, à estrutura atômica da
sua composição e inversamente proporcional à sua secção transversal. Daí formulou a
expressão:
R=ρ.ℓ onde R = módulo da resistência em Ω
S ρ = módulo da resistividade em Ω . mm2 / m
ℓ = módulo do comprimento em m e S = módulo da secção em mm2

39
A Resistividade ou Resistência específica será um número tabelado que expressará o
valor da resistência elétrica de um padrão com 1 m de comprimento, 1 mm2 de secção
e a uma determinada temperatura. As tabelas encontradas em livros, etc. usam valores a
0 °C ou a 20 °C ou a 25 °C. Este valor de resistividade é o número que se obteve em
função da estrutura atômica de cada elemento químico ou liga de elementos químicos,
correntemente usados em eletricidade. A tabela que segue apresenta alguns exemplos:

Materiais condutores t = 0°C Resistividade Coeficiente de


ou Resistores Ω.mm2 / m Temperatura - α

Alumínio para linhas elétricas 0, 02820 0, 00427


Cobre puro eletrolítico recozido 0, 01561 0, 00428
Cobre para linhas elétricas 0, 01645 0, 00426
Ferro em fios homogêneos 0, 13273 0, 00414
Aço em fios 0, 15803 0, 00390
Estanho 0, 13048 0, 00440
Ouro 0, 02197 0, 00377
Prata 0, 01500 0, 00380
Bronze fosforoso para telefone 0, 05600 0, 00394
Constantan (60% Cu + 40%Ni) 0, 50000 0, 00000
Manganina (84% Cu + 12 % Mn + 4 % Ni) 0, 46678 0, 00003
Niquelina (62% Cu + 20% Zn + 18 % Ni) 0, 33200 0, 00030
Niquel-Cromo 1, 04000 0, 00004
Níquel 0, 12323 0, 00622
Tungstênio 0, 05500 0, 00450
Zinco 0, 05751 0, 00406
Os coeficientes de temperatura são válidos para a faixa de 0 °C a 100 °C

A temperatura, por ter comportamento não linear, não pôde entrar na fórmula. Como altera
o valor da resistência, se poderá fazer uma correção após o cálculo da R ou com a
correção prévia da resistividade. Adiante serão vistas as duas situações.

Exemplo de aplicação: Calcular a resistência de um rolo de 100 m de fio de cobre com


2,5 mm2 de secção, estando na temperatura de 0 °C.

Usando a fórmula: R = ρ . ℓ = 0, 01645 x 100 R = 0, 658 Ω


S 2, 5

Correção para temperatura superior à da tabela:

Será usado o coeficiente de temperatura – α (letra grega Alfa). Pode-se corrigir o valor
calculado da resistência após ter sido usado a resistividade na temperatura da tabela. A
fórmula é:
Rx°C = Rtab + ( Rtab . α . Δt ) sendo:

Rx°C – resistência na temperatura que se quer


Rtab – resistência calculada com a resistividade na temperatura da tabela
α – coeficiente de temperatura do material – ver na tabela
Δt – diferença entre a temperatura nova e a da tabela

40
Exemplo:
Corrigir o valor da R calculada acima, considerando a temperatura de 50 °C.

R50°C = Rtab + ( Rtab . α . Δt ) = 0, 658 + [0, 658 x 0, 00426 x (50 – 0)] = R50 °C = 0, 798 Ω

Logo, o rolo de 100 m de fio a 50 °C tem 0, 14 Ω a mais do que a 0°C.

Outro caminho: corrigir o módulo da resistividade previamente. Para tanto, usa-se a


mesma estrutura da fórmula da correção da R, trocando a R pelo módulo da resistividade:

ρx°C = ρtab + (ρtab . α . Δ t )


Com os dados do problema anterior:

ρ50°C = 0, 01645 + (0, 01645 x 0, 00426 x 50) = 0, 0199 Ω.mm2 / m


A R a 50 °C será: R = ρ . ℓ ═ 0, 0199 x 100 ═ 0, 796 Ω ........... o mesmo valor anterior
S 2, 5

Obs.:
1) A unidade da resistividade no Sistema Internacional (SI) é Ω . m.
O módulo de cada material terá mais casas decimais ou será apresentado na notação
científica acompanhado de potência de dez. Tal fato se deve ao uso da secção em m2 ao
invés de mm2. Obviamente que a resistividade não sofrerá nenhuma alteração em seu
módulo, desde que as tabelas especifiquem os valores na mesma temperatura.

2) Secção e diâmetro são medidas diferentes. Igualmente, comprimento e distância não


são a mesma medida num circuito elétrico.

Exercício de fixação Nº 09

Resistividade ou Resistência Específica

1. Questionário: Se necessário, escreva sua resposta no verso. Numere a resposta.


Nada constando use a temperatura da tabela anterior.

01) Explique a diferença entre resistência e resistividade elétrica e apresente suas


unidades.______________________________________________________________
_____________________________________________________________.

Examinando a fórmula de cálculo da resistência, é possível afirmar que:


02) Se o comprimento do fio for reduzido à metade, a resistência também se reduz à
metade. A afirmação é: a ( ) correta b ( ) errada

03) Se o fio for trocado por outro com o dobro da secção, sua resistência também dobra.
A afirmação é: a ( ) correta b ( ) errada

41
04) A resistência elétrica de uma rede de dois fios pode ser diminuída se forem trocados
por outros de secção maior. Afirmação: a ( ) correta b ( ) errada
______________________________________________________________________

05) Para a construção de um resistor se pretendeu usar fio constantan. Porém, com a
secção e resistência correta seu comprimento foi excessivo. O inconveniente ficou
resolvido trocando-se o constantan por niquelina. Esta solução é possível ?
a ( ) sim b ( ) não

06) Na escolha de condutores para um ramal elétrico, é certo que distâncias grandes
exigirão fios de secção grande. Afirmação: a ( ) correta b ( ) errada

07) Numa discussão sobre resistência de resistores, foi dito que o módulo do resistor
dependerá, sempre, da tensão e da corrente. Afirmação: a ( ) certa b ( ) errada

08) Resistividade é a resistência elétrica que qualquer material vai apresentar conforme
sua natureza, ou seja, sua composição química. A afirmação é:
a ( ) correta e completa b( ) errada

09) Para os materiais condutores de uso geral apenas o ouro tem sua resistência
diminuída com o aumento da temperatura. A afirmação é
a ( ) correta b ( ) errada

10) O carbono tem sua resistência elétrica aumentada com o aumento do comprimento,
aumentada, também, com a diminuição da secção e, finalmente, diminuída com o
aumento da temperatura. Esta última característica torna seu uso muito próprio para
eletrodos de fornos trifásicos para a fabricação de aço e que operam com arcos elétricos.
A afirmação é: a ( ) correta b ( ) errada

______________________________________________________________________

2. Problemas: Instrução: Nada constando, use a temperatura da tabela: 0 °C.

01) Determinar a resistência elétrica de um ramal de 42 m de fio de cobre de 4, 0 mm2


de secção. __________________.

02) Qual a resistência de uma rede de alumínio composta por dois fios de 25 mm 2 e 400
m de comprimento total ? __________________.

03) Uma instalação de fios de cobre alimentados por CC tem 0, 7896 ohm. O ramal tem
120 m de fio. Qual a sua secção ? __________________.

04) Dois fios de alumínio de 36, 8 m de comprimento tem 0, 141 ohm. Qual a secção de
cada fio ? _________________.

05) Um ramal está construído com fios de 2,5 mm 2 e 50 m de comprimento. A


resistência elétrica da rede é 0, 329 ohm. Qual o material dos fios ?
_________________.

42
06) Qual a resistência elétrica de um resistor de niquelina com 1, 4 m de comprimento e
0, 50 mm de diâmetro ? ________________.

07) Um dínamo e o aparelho elétrico ligado nele estão separados por 5, 8 m de


distância. O condutor é de cobre e tem 1, 5 mm2. Qual a sua resistência ?
________________.

08) Qual o comprimento necessário para que um fio de níquel-cromo tenha 3 Ω ? O


diâmetro do fio é 0, 80 mm. _______________.

09) Que secção deve ter um fio de cobre cuja resistência não pode ser maior do que 1,
02 Ω quando a distância que separa o gerador e a carga é de 75 m ?
________________.

10) Se a resistência máxima de um condutor deve ser 0, 193 ohm, sua secção é de
1, 5 mm2 e sua constituição é cobre, qual a distância do gerador até a carga ?
________________.

11) A bobina de um relé tem 1123 Ω a 20 °C. Qual a sua resistência a 70 °C ?


________________.

12) Qual a resistência de um condutor de alumínio com 10 km de comprimento, 75 mm 2


a 35 ° C ? ________________.

13) Níquel-cromo será o material utilizado para a construção de um resistor de


aquecimento. O diâmetro do fio é 0, 4 mm. Para que sua resistência a 20 °C seja de
45 ohm, qual será seu comprimento ?
_______________.

14) Uma rede de fase e neutro tem 25 m de fio de cobre com 4, 0 mm2 de secção e
opera a 40 °C. Qual a queda de tensão produzida com corrente de 12 A ?
_______________.

15) Um fio de constantan compõe um resistor de 20 Ω. Tem 100 cm de comprimento.


Qual o seu diâmetro ? _______________.

16) Um ramal tem 60 m de comprimento de fio. A tensão é 220 V e a maior queda de


tensão admitida nos condutores é 9 V. A corrente da carga será 30 A. Determine a
secção mínima dos condutores considerando serem de cobre com a resistividade já
corrigida para 0, 2000 Ω.mm2 / m. _______________.

17) Um ramal em alumínio tem 150 m de fio com secção de 16 mm2. Deve ser
substituído por fios de cobre com resistência igual ou menor do que os de alumínio.
Qual a secção comercial a ser indicada ? _______________

18) Determine a resistividade do fio de niquelina a 90 ºC. _______________.

43
19. Trabalho, Energia e Potência Elétrica

Trabalho elétrico é o resultado que se obtém quando uma tensão impulsiona uma
corrente elétrica ao longo de um determinado tempo. É evidente que deste trabalho
resulta uma transformação de eletricidade em outra forma de trabalho – luz, calor,
mecânico etc. Pode-se, a partir deste conceito, escrever uma fórmula que multiplique
tensão por corrente por tempo, já que a relação entre as grandezas envolvidas é direta.

W=E.I.t sendo W = trabalho elétrico (joule)


E = tensão (V)
I = corrente (A)
t = tempo (s)

O inconveniente desta expressão é o uso do tempo em segundos. Lembre que os


aparelhos elétricos ficam ligados durante tempos longos – horas, dias etc. E, transformado-
se horas ou dias em segundos, seriam gerados números muito grandes e inconvenientes
para as necessidades de cálculos rotineiros. Assim, no dia-a-dia elétrico é usado outro
conceito – o de energia elétrica, com o tempo definido em horas.

Energia elétrica tem o mesmo conceito do trabalho elétrico, isto é, é o resultado que se
obtém quando uma tensão impulsiona uma corrente ao longo de determinado tempo.
Utiliza a mesma fórmula, alterando-se a unidade do tempo de segundos para hora.
Também a unidade deve ser alterada de joule para Watt . hora (Watt x hora).

W=E.I.t sendo W = energia elétrica (watt. hora)


E = tensão (V)
I = corrente (A)
t = tempo (h)

É a energia elétrica que se produz nos alternadores dos diversos tipos de usinas –
hidrelétrica, térmica, eólica, nuclear etc - e distribuída pelas concessionárias nas
residências, comércios e indústrias. E, naturalmente, medida e cobrada. Recordando:

- representação da energia elétrica – W


unidade de medida – Watt.hora ( Wh)
medida com - Medidor ou Contador de Energia ou
Quilowatthorametro

- unidade mais usada nas faturas de energia – quilowatt.hora (KWh)


- motivo da unidade em KWh – usar números menores.

Importante: o cálculo do consumo de energia elétrica, com o uso da fórmula, terá como
resultado um valor em Watt.hora. Se for o caso, após, pode-se convertê-lo para KWh.
Também, é errado dizer Watt por hora ou quilowatt por hora já que a fórmula indica
multiplicação e não divisão.

Exercícios para entendimento:


01) Determinar o consumo de energia elétrica, ao final de 30 dias, de uma lâmpada
incandescente ligada a 120 V com corrente de 0, 5 A, ligada 10 horas por dia.

44
W = E. I. t = 120 x 0, 5 x (10 x 30) W = 18. 000 Wh = 18 KWh (valor convertido)

Obs.: O tempo envolveu as horas e os dias em que o aparelho ficou ligado:


(10 horas / dia x 30 dias).

02) Calcular o consumo de energia elétrica em um dia de utilização, do que segue:


- uma TV, 120 V com 0, 25 A e 12 horas;
- um refrigerador, 120 V, com 4 A e 1, 5 horas;
- um chuveiro, 120 V com 43 A e meia hora.

O cálculo sempre deve ser feito pela determinação do consumo de energia de cada
aparelho e, depois, pela soma dos diversos consumos. Então:

W1 = E. I. t = 120 x 0, 25 x 12 = 360 Wh
W2 = E. I. t = 120 x 4 x 1, 5 = 720 Wh
W3 = E. I. t = 120 x 43 x 0, 5 = 2. 580 Wh

Somando os consumos: Wt = 360 + 720 + 2.580 = 4. 380 Wh ou Wt = 4, 38 KWh

Obs.: Se fosse o caso, pode-se determinar o custo do consumo multiplicando-o pelo preço
do KWh - (± R$ 0, 40 / KWh). No problema 02 se encontrará:

Custo = 4, 38 x 0,40 = R$ 1, 752 ou Custo = R$ 1, 75

Lembrar: o custo nas faturas das concessionárias é por KWh.


________________________________________________________________________

Potência elétrica é o resultado do trabalho elétrico produzido na unidade de tempo.


O tempo, no caso, é o segundo. Assim, tomando-se a fórmula do trabalho elétrico e
envolvendo a unidade de tempo segundo, teremos:

P=E.I.t simplificando os tempos tem-se: P=E.I que é a fórmula básica para


t o cálculo da potência elétrica.

Representação da potência elétrica – P


unidade de medida – Watt (W) ....................... sendo E (V) e I (A)
a potência será medida com - wattímetro

Exercícios para entendimento:

01) A lâmpada ligada a 120 V com 0, 5 A (exercício 01, anterior) produz quantos watt ?

P = E.I = 120 x 0, 5 P = 60 W

02) E o aparelho de TV do exercício 02 ?


P = E. I = 120 x 0, 25 P = 30 W

Reexaminando a fórmula da energia elétrica ( W = E. I. t ) vê-se que o produto E. I, foi


recém definido como potência elétrica. Logo, ao invés de E. I, pode-se escrever P. Então,
a energia pode ser calculada, também, por: W=P.t com potência (W) e tempo (h).

45
Exercícios para entendimento:

03) Um aquecedor de 1500 W fica ligado 6 horas por dia durante 25 dias. Qual o consumo
de energia elétrica ?

W = P . t = 1500 x (6 x 25) W = 225. 000 Wh ou W = 225 KWh

04) Uma lâmpada incandescente de 100 W fica ligada durante 6 horas por dia durante 30
dias. Qual o seu consumo ao final do período ?

W = P . t = 100 x 6 x 30 = 18. 000 Wh ou W = 18 KWh


________________________________________________________________________

Para complementar o conhecimento que envolve a potência elétrica, deve-se “misturar”


as fórmulas de Ohm (I = E / R) e ( E = I . R) com a fórmula da potência (P = E . I). Assim
se obterá mais duas expressões para o cálculo da potência:

a) em P= E.I, troca-se o I por E / R : logo, P = E . E / R , ou seja, P = E2 / R

Assim, pode-se calcular a potência sem conhecer o valor da corrente.

b) em P= E.I, troca-se o E por I . R : logo, P = I . R . I , ou seja P = I2 . R

Pode-se, agora, calcular a potência sem conhecer o valor da tensão.

Dado este passo, tem-se três fórmulas para o cálculo da potência elétrica:

P=E.I P = E2 P = I2 . R
R

Estas fórmulas podem ser manipuladas, isolando-se suas outras grandezas:


_____ ____
E=P E=√P.R I =√ P/R
I

I=P R = E2 R= P
E P I2
________________________________________________________________________

Exercícios de fixação Nº 10

Trabalho, Energia e Potência Elétrica

1. Questionário: Se necessário responda as questões no verso das folhas. Numere.

01) Escreva cinco vezes o conceito da energia elétrica e a unidade obtida na fórmula.

46
02) Escreva cinco vezes o conceito de potência elétrica e sua unidade
03) Explique a diferença entre trabalho e energia elétrica se o conceito é o mesmo.

Duas lâmpadas incandescentes estão ligadas a 220 V. A L 1 exige 0,45 A, fica ligada
durante 25 dias, dezoito horas por dia. A L2 exige 0,68 A e fica ligada 20 dias, dez horas
por dia. Responda as quatro questões seguintes:

04) A lâmpada de maior potência é a _______.


05) A lâmpada de maior resistência é a ............._______.
06) A lâmpada de maior consumo de energia é a ...............________.
07) As lâmpadas agora são de 110 V. Tem potência igual às de 220 V e estão ligadas
no mesmo tempo anterior a 110 V. Neste caso o consumo total de energia elétrica
será a metade. A afirmação é: a ( ) correta b ( ) errada
_____________________________________________________________________

08) Considere que uma carga exige 0, 682 A com 220 V. Nesta condição produz sua
potência nominal. Entretanto, a partir de determinado momento a tensão diminui 10 %. A
potência da carga se reduz em 20 %. A afirmativa é: a ( ) certa b ( ) errada

09) Uma pessoa percebeu variação no aquecimento do seu chuveiro quando o usou em
três dias consecutivos, mas em horários diferentes. Foi assim:
1º dia – banho às 20 h: 2º dia – banho às 10 h; 3º dia – banho às 03 h
A percepção ocorreu porque foi necessário alterar a posição do registro da água em
cada banho para obter o aquecimento costumeiro. Pense apenas em causa elétrica e o
chuveiro é novo. (Marque sua resposta com um X). Essa pessoa:
a ( ) abriu mais o registro: no ( ) 1° dia no 2º ( ) no 3º dia ( )
b ( ) abriu menos o registro: no ( ) 1° dia no 2º ( ) no 3º dia ( )

10) Para que uma torradeira produza maior potência sem alterar a tensão, deve-se:
a ( ) aumentar a resistência b ( ) diminuir a resistência

11) Uma lâmpada incandescente foi ligada através de um amperímetro bastante


sensível. Ao fechar o interruptor, o ponteiro indicou 5 A. Imediatamente após a
corrente diminuiu para 0, 5 A e a lâmpada passou a produzir sua potência nominal. É
inteiramente certo dizer que, ao ser ligada e por um brevíssimo instante, a lâmpada
produziu dez vezes mais potência porque sua resistência era dez vezes menor. A
afirmação é: a ( ) correta b ( ) errada

12) Foram comprados dois aquecedores de mesma potência. Um é 110 V e o outro 220 V.
Ambos ficaram ligados 8 horas por dia durante 30 dias. Ao final deste período:
(marque X na opção certa) a ( ) ambos gastaram a mesma energia elétrica
b ( ) um deles gastou só a metade da energia do outro
________________________________________________________________________

2. Problemas: EVITE escrever entre os problemas. Não há espaço. Use o verso

01) Determinar a potência elétrica produzida por um resistor ligado a 60 V com 5 A.


________________.

47
02) Que corrente é exigida por um aquecedor de 1.100 W ligado a 220 V ?
_________________.

03) Qual a tensão necessária para impulsionar 24, 5 A por um chuveiro de 5400 W ?
_________________.

04) Determinar a potência produzida por um resistor de 12, 7 Ω ligado a 127 V.


_________________.

05) Calcular a potência de uma lâmpada de 440 Ω (a quente) com 0, 5 A.


_________________.

06) Um motor CC solicita 75 A ligado a 230 V. Qual a sua potência em KW ?


_________________.

07) Um aquecedor tem na placa 1100 W / 220 V. Quando opera, sua tensão, no
entanto, é de 212 V. Que potência elétrica de fato produz ?
__________________.

08) Um wattímetro indica 0, 62 KW. Se a tensão medida é de 124 V, qual a


resistência elétrica do aparelho ?
__________________.

09) No equipamento consta 25 Ω / 220 V. A corrente medida foi de 8, 4 A. Determine a


potência produzida, a potência que deveria ser produzida e a tensão existente.

_____________ _____________ _____________,.

10) Um resistor produz 14,4 W. Sua resistência é de 10 Ω. Qual a corrente ?


__________________.

11) Qual a tensão se o resistor é de 1000 Ω e a potência é de 10 W ?


__________________.

12) Um chuveiro tem na placa 5400 W / 220 V. A tensão que o alimenta, no entanto, é
de 210 V. Qual a potência que ele realmente produz ?
__________________.

13) Um aquecedor tem na placa 120 V / 10 Ω. Um defeito interno reduziu sua


resistência para 9, 6 Ω. Calcule a potência de placa e a que está produzindo.
_____________ _____________.

14) Uma lâmpada automotiva opera com 12 V e produz 15 W. Qual a sua resistência
elétrica ?
_______________.

15) Um ferro de soldar exige 1, 57 A e tem 81 ohm. Quantos watt produz ?

_______________.

48
16) Um motor elétrico CC produz 1, 5 CV com 12 V. Qual a sua corrente e qual a
resistência que ele apresenta na condição exposta ? Considere-o sem perdas.
_______________.

17) Se motor da questão 16 receber 11, 4 V, qual a potência produzida em CV ?


_______________.

18) Determine o consumo de energia de um motor de 20 CV, ligado a 220 V e que


opera 12 horas por dia durante 20 dias. Considere-o sem perdas.
_______________.

19) Considere as cargas elétricas a seguir com seus tempos de utilização por dia e
determine o consumo de energia elétrica ao final de trinta dias e seu custo.
Um (1) KWh vale R$ 0, 40.

1 chuveiro de 5.400 W / 1, 2 h
1 refrigerador de 350 W / 3 h
8 lâmpadas de 100 W cada / 7 h
1 forno microondas de 1, 2 KW / 0, 5 h
1 torradeira de 1200 W / 60 minutos
1 ar condicionado de 1, 4 kW / 390 minutos
2 televisores de 0, 25 KW cada / 12 horas
Consumo ____________ Custo ____________.

20) Uma empresa tem instaladas quarenta luminárias fluorescentes que ficam acesas
18 horas por dia ao longo de 25 dias do mês. Cada luminária tem quatro lâmpadas de
40 W cada. Em seu pátio de materiais há 18 lâmpadas Vapor de Mercúrio (VM) de 250
W cada. Estas ficam acesas dez horas por noite, durante trinta dias. Em seu processo
de produção utiliza 10 estufas elétricas para secagem de material. A tensão de
alimentação é 220 V e a corrente de cada estufa é 25 A. Ficam ligadas 8 horas por dia
durante 25 dias.
Determine o consumo total dos componentes elétricos relacionados ao final de um
mês de trinta dias e seu custo a razão de trinta centavos o KWh.
Consumo ____________ Custo ____________.

21) Determine o consumo e o custo ao final de 30 dias de dois tipos de lâmpadas:


a) incandescente de 100 W
b) fluorescente compacta de 30 W
Ambas ficam ligadas 6 horas / dia durante os 30 dias. O custo do Kwh é R$ 0,x50.

Incandescente..... Consumo ____________ Custo ____________.


Fluorescente compacta..... Consumo ____________ Custo ____________.

22) Com os dados do problema 21 determine em quantos meses a economia obtida


com as fluorescente compacta cobre o seu custo mais alto.
Considere os preços: R$ 2, 20 / incandescente e R$ 9, 50 / compacta.
______________.

________________________________________________________________________

49
20. Rendimento em Conversões de Potência / Energia

Tudo o que fazemos no nosso dia a dia, seja com o uso de máquinas e equipamentos, seja
pelo nosso próprio corpo funcionando, envolve conversão de energia / potência: uma
que temos e que se transforma, se converte em outra que necessitamos. Não é a toa
que “nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”. Já lembramos esta frase e a
descoberta histórica de Lavoisier. Examinemos alguns exemplos:

 Ingerimos alimentos para nossa subsistência – temos energia química: a


partir daí, nosso organismo promove conversões em outras formas de
energia: elétrica para impulsos que movimentarão músculos – surge a
mecânica; calor, para a manutenção da temperatura corpórea; e muitas
outras conversões.
 Com um motor de combustão de automóvel, etc, converte-se química em
mecânica e, também, em calor.
 Com uma roda d’água – uma turbina – converte-se energia hidráulica em
mecânica, girando a turbina; a partir desta, com um alternador, converte-se a
mecânica mais a energia magnética em energia elétrica. E, neste processo,
ainda se produz energia térmica / calorífica.
 A partir de um motor elétrico que movimenta um compressor, faz-se a
conversão de elétrica / magnética em mecânica e desta em energia contida
no ar comprimido. Daí se faz nova conversão em mecânica com o uso de
uma parafusadeira ou cilindro ou motor pneumático. Em todo o processo
novamente teremos, também, calor.
 Com o uso de um alto-falante, ou caixa de som, converte-se elétrica mais
magnética em mecânica que se converterá em energia sonora. Ou com um
microfone converte-se mecânica (movimento da língua mais boca mais
cordas vocais) associada à movimentação do ar pela garganta / boca / lábios,
em sonora (a fala humana) e, daí, em elétrica; então com uma nova elétrica,
esta amplificada, em mecânica associada à magnética em sonora, no alto
falante.
 Com um transformador, se produzem alterações nos valores de tensão /
corrente entregues para ele, isto, se faz transformação de potência elétrica
em potência elétrica. Mas, também há produção de calor.

Exemplos não faltarão. Importante, no entanto, é observarmos a importância da idéia de


que “nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”. E, também, repensarmos na
quantidade de formas de energia / potência existentes ao nosso redor.

E o que significa Rendimento nestas conversões abordadas ?

A resposta é bem visível em alguns dos exemplos citados: o motor do automóvel foi
concebido para transformar a energia química contida no combustível em energia
mecânica – é com ela que se fará a movimentação do veículo. Entretanto, produzirá,
também, uma boa quantidade de energia calorífica, que não será utilizada para a
movimentação do veículo. Logo, a conversão de química em calor não é desejável. Deve
ser considerada uma perda. Mas, surgiu a partir da conversão. Logo, tanto o que se obtém
para uso quanto o que se obtém como “efeito colateral” – e é perdido - foi conversão de
potência / energia. Tudo foi convertido – lembrar Lavoisier.

50
No caso de um motor elétrico, também se objetiva a energia mecânica. Porém há perdas
na forma de calor – devido às resistências elétricas dos bobinados, devido às correntes
parasitas nos ferros magnéticos – perdas por histerese e dispersão magnética, perdas por
atrito nos mancais e perdas na movimentação da ventoinha interna – necessária para a
ventilação do próprio motor. Portanto, novamente há conversões de potência / energia
indesejáveis. São, no entanto, inerentes ao processo e impossíveis de eliminar.

O que se pode e deve fazer é aprimorar o funcionamento de qualquer máquina / sistema


para que as perdas de potência / energia sejam as menores possíveis. Ou seja, deve-se
manter rigoroso controle sobre estas perdas.

A história nos conta que na Antiguidade vários filósofos / pensadores / cientistas buscaram
a máquina ideal, isto é, aquela que na conversão de potência / energia não introduziria
nenhuma perda. Esta máquina ficou conhecida como “moto-contínuo”, isto é, u”a
máquina que colocada a funcionar não teria nenhuma perda de potência / energia e,
assim, funcionaria continuadamente. E na época como até hoje, respeitando a existência
de limites no conhecimento humano, não se chegou ao “moto- contínuo”. Logo, em todas
as conversões de potência / energia, haverá perdas.

Rendimento, Eficiência, Eficácia – é uma relação (uma comparação) entre a potência /


energia produzida pela máquina com a potência / energia entregue para ela fazer a
conversão. O rendimento será expresso por um número – ou na forma decimal ou na forma
percentual.

É relevante destacar que o rendimento nunca será igual a 1 ou 100 %, já que, havendo
perdas, a potência produzida na conversão, sempre será menor do que a potência
entregue para fazer a conversão.

Representação do rendimento: η (letra grega eta, minúscula)

Unidade: sem unidade (será um número decimal “puro”; ou um inteiro na forma


percentual). Deverá ter, SEMPRE, duas casas decimais ou, em %, duas inteiras.

Fórmula de cálculo: η = PS
PE

PS - potência de saída da máquina / equipamento; ou seja, a produzida por ela.


PE – potência de entrada da máquina; ou seja, a entregue para fazer a conversão.

Exemplos:

a) o motor do automóvel recebe 100 % de potência química (na forma do combustível) –


esta será a potência entregue para a conversão, ou seja, a PE; devolve, produz, como é o
objetivo, ± 35 % de potência mecânica – esta é a PS. O calor resultante da queima do
combustível e do atrito das peças mecânicas é a perda, transformada em calor, ± 65 %.
Portanto seu rendimento é 35 %.

b) o motor elétrico recebe 100 % de potência elétrica – através da tensão de alimentação e


da corrente circulante – e devolve ± 80 % na forma mecânica. Sua perda é de ± 20 %.
Assim, seu rendimento é de 80 %.

51
Unidades de Potência Mecânica

a) A unidade de potência mecânica no Sistema Internacional – SI – do qual o Brasil é


signatário - é o CV ou “cavalo-vapor”. Este está definido como a potência que produzirá a
movimentação de 75 kg na distância de 1 m em 1 segundo, isto é:

1 CV = 75 Kg . 1 m ou 1 CV = 75 Kgm
1s s

A equivalência da potência mecânica CV com a potência elétrica Watt será:

1 CV = 736 W

b) HP – “horse-power” ou potência de cavalo. Esta unidade foi usada no Brasil durante


bastante tempo e substituída pelo CV a partir do Sistema Internacional de Unidades. O HP
é a potência que produz a movimentação de 76 Kg na distância de 1 metro em 1 segundo,
ou seja:

1 HP = 76 Kg . 1 m ou 1 HP = 76 Kgm
1s s

Sua equivalência com o Watt é: 1 HP = 746 W

Perceba que o CV é levemente menor que o HP. Tal fato se deve à diferença nos sistemas
de unidade quando das definições do HP e do CV.
________________________________________________________________________

# - A Norma Brasileira especifica que a potência mecânica dos motores elétricos deve
estar indicada na placa em CV e, também em KW (convertidos diretamente do CV)

# - O rendimento deve estar indicado na placa do equipamento pela letra η ou pela


abreviatura Rend seguidos do módulo do rendimento em decimal ou percentual.
________________________________________________________________________________________________

Exercícios resolvidos:

a) Um motor elétrico informa na sua placa 5 CV e Rend 0, 80. Determine a potência


elétrica fornecida pela rede, bem como a potência “perdida”.

São dados: PMEC = PS = 5 CV = 3.680 W


Rend = 0, 80 ou 80 %
A potência elétrica é a PENTRADA; logo PEL = PE = ?

Pela fórmula η = PS sendo PE = PS = 3. 680 ; Então PE = 4. 600 W


PE η 0, 80

A potência perdida será: p = PE – PS = 4. 600 – 3. 680 ; logo p = 920 W

Conclusão: A rede elétrica fornece toda a potência (através da tensão + corrente), isto é,
100 % de potência elétrica – 4.600 W. O motor transforma 80 % dos 4.600 W em potência
mecânica = 3680 W = % CV.

52
Ainda, transforma 20 %, ou 920 W, em outra forma de potência não utilizada – na grande
maioria em calor – é a potência perdida.

Complementando: é conveniente lembrar que, se a tensão for 220 V, a corrente necessária


será: ............................4. 600 W / 220 V = 20, 91 A.

Ou seja, é errado dividir a potência de 5 CV = 3. 680 W pela tensão pois a potência perdida
é inerente à conversão de potência que o motor faz. A rede elétrica deve fornecê-la
também.

Obs.:
a ) Use duas casas decimais para o rendimento.
b) Valores em percentagem devem ser convertidos em decimal antes de seu uso nas
fórmulas.
c) Logo adiante haverão exercícios envolvendo o chamado transformador. Para um
conhecimento mínimo a seu respeito considere-o um equipamento transferidor,
transportador de potência elétrica de uma chamada rede primária para uma rede
secundária. Neste trabalho, normalmente, oferece uma tensão secundária diferente da
primária. De uma AT (alta tensão), faz a conversão para BT (baixa tensão). Ou o contrário.
As correntes circulantes terão valores “contrários” aos das tensões: onde houver a maior
tensão haverá a menor corrente e vice-versa.
A potência disponível na rede secundária é transportada da rede primária. Ambas são
potências elétricas – ou seja, o transformador transporta convertendo potência elétrica em
potência elétrica. E apresenta, como qualquer outra máquina / equipamento, perdas que se
converterão em potências caloríficas e magnéticas. Logo, terá seu rendimento próprio.
________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 11

Rendimento em Conversões de Potência

01) Um motor elétrico com rendimento de 75 % produz 3 CV. Qual a potência elétrica
fornecida pela rede ? ______________.

02) Um transformador, em cuja placa consta “REND 0, 92”, fornece na sua saída de BT
(baixa tensão) 12 kW. Qual a potência na sua AT (alta tensão) ?
_______________.

03) Um gerador elétrico produz 2. 400 W fornecendo 120 V para um circuito. Exige 4 CV
de um motor de combustão para ser movimentado. Determine seu rendimento e a
corrente que poderá circular no circuito.
_______________ _______________.

04) Um transformador fornece 5 kW no seu secundário de BT. O seu primário (AT) está
alimentado por 220 V com corrente circulante de 24, 2 A. Qual o seu rendimento ?

_______________.

53
05) Um motor elétrico ligado a 127 V faz circular 7, 7 A. Sabendo que seu rendimento é
0, 75 que potência produz nesta condição ? _______________.

06) Um gerador elétrico de CC / 200 V – um dínamo - fornece um máximo de 45 A. Tem


rendimento de 0, 81. Determine a potência, em CV, que é necessária para sua
operação bem como a perda de potência no processo.
______________ _______________.

07) Um motor elétrico fornece 2 CV (placa) em 120 V. Sabe-se que perde 415 W na
conversão de potência. Qual o seu rendimento e a corrente que fará circular ?
______________ _______________.

08) Um aquecedor elétrico está ligado a 220 V circulando 10 A. A perda de calor pelo
qualidade de seu isolante térmico é equivalente a 660 W. Calcule quantos watt, na
forma de calor, podem ser aproveitados e o seu rendimento.
______________ _______________.

09) Um primário de transformador opera com 220 V / 23, 5 A. No seu secundário a


tensão é de 400 V com corrente de 12 A. Determine seu rendimento.
_______________.

10) Uma luminária fluorescente com quatro lâmpadas de 40 W cada, ligada a 127 V, tem
rendimento de 90 %. Qual a corrente que fará circular ? _______________.

11) Uma lâmpada incandescente de 60 W / 120 V tem eficiência de 16 %. Quantos watt


são transformados em luz e quantos watt são transformados em calor ?
______________ _______________.

12) Uma lâmpada fluorescente de 40 watt tem rendimento de 72 %. Da potência


indicada, quantos watt são transformados em luz ?
_______________.

13) Sabe-se que um reator para duas lâmpadas fluorescentes de 40 W tem rendimento
0, 92. É para tensão 127 V. Determine a potência que retira da rede e a corrente que
fará circular.
______________ _______________.

14) Um transformador 127 V / 220 V pode fornecer 5 A no seu secundário. Em potência


nominal faz circular no primário 9, 3 A. Calcule sua potência no primário, seu
rendimento e indique sua perda em watt.
____________ ____________ ____________.

15) Um alternador de emergência fornece 25 kW / 220 V e tem rendimento 0, 84. É


movido por um motor a gasolina. Qual a potência mecânica (CV) deste motor ?
_______________.

16) Um pátio industrial é iluminado por 20 lâmpadas VM (vapor de mercúrio) de 400 W /


220 V cada. Sabendo que o rendimento da VM é 62 %, calcule a corrente que irá
circular estando todas acesas.
_______________.

54
Obs. importante: Os equipamentos / aparelhos / máquinas que operam com tensão /
corrente alternada, desde que não sejam resistores ou componentes apenas resistivos –
como as lâmpadas incandescentes e outros - tem outro fator que influencia o módulo
da corrente elétrica: são as chamadas reatâncias elétricas. Elas já foram
referenciadas – ver pág. 31 e 32 - mas ainda não estudadas. Portanto, os valores de
corrente de motores, lâmpadas de descarga, transformadores e outros enfocados nos
exercícios recém apresentados, serão superiores aos definidos. Após o estudo de como
as reatâncias exercem sua influência, poderão ser refeitos, então de forma completa.
_____________________________________________________________________

21. Lei de Joule – A geração de Calor pela Corrente Elétrica.

Lei de Joule – O físico James Joule estabeleceu a relação entre a quantidade de calor
produzida por uma corrente elétrica que “passa” por um resistor (ou resistência) durante
determinado tempo. Através de experimentos adequados concluiu pela proporcionalidade
direta entre as grandezas envolvidas. Daí resultou a fórmula:

QC = I2. R . t com I em ampère, R em ohm, t em segundo e QC em Joule.

No entanto, a unidade mais usada para a quantidade de calor é a caloria - cal (ou seu
múltiplo – kcal). Como 1 cal = 4, 18 joule, a expressão acima ficou re-escrita:

QC = 0, 24 . I2. R . t sendo QC - quantidade de calor (cal)


0, 24 - quociente de 1 cal / 4,18 joule = constante
I - módulo da corrente elétrica (A)
R - módulo da resistência do resistor (Ω)
t - tempo em que o resistor ficou ligado (s).
Definições importantes:

a) Uma Caloria (1 cal) é a quantidade de calor QC capaz de modificar a temperatura


de 1 grama de água, elevando-a de 14, 5 °C para 15, 5 °C.

b) Calor é uma forma de energia / potência, que pode ser convertida em outras formas
de energia / potência ou alterar o estado da matéria. Ao absorver calor, um termopar
produz tensão / corrente, ou seja, ocorre a conversão de energia / potência calorífica
em energia / potência elétrica. Ao absorver calor, a água pode passar do estado
líquido para o estado gasoso - é a chamada ebulição; um metal pode passar do
estado sólido para o líquido.- é a fusão.
A quantidade de calor contida num corpo é medida com um calorímetro.

c) Temperatura é uma medida, uma indicação, do estado térmico da matéria, isto


é, “estar menos quente ou mais quente”.
A temperatura é medida com o termômetro. Há três escalas de medição: em
Célsius – até tempos atrás denominada graus Centigrados. Em graus
Kelvin, que estabelece o zero grau absoluto, ou seja, a menor temperatura que
o atual conhecimento científico visualiza. E em graus Fahrenheit.
Lembrar: 0 °K = – 273 °C.

55
d) Calor Específico é um número que representa a quantidade de calor QC que
deve ser fornecida para que um grama de uma substância considerada altere
sua temperatura de 1 °C. A água foi utilizada como referência sendo definida
como de calor específico igual a 1. Todas as demais substâncias são compa-
radas com a água podendo ter calor específico maior ou menor do que 1.
O valor do calor específico de diversos elementos químicos e de muitas subs-
tâncias de uso rotineiro se encontra em tabelas que poderão ser consultadas, à
semelhança do valor da resistividade de condutores e resistores elétricos.

# Lembrar: para elevar ao mesmo nível a temperatura de duas massas diferentes


de uma mesma substância, será necessário fornecer maior quantidade de calor
para o corpo que possuir maior massa. E vice-versa.

# Lembrar também: num processo de aquecimento de uma substância qualquer,


também haverá perdas de calor que dependerão dos meios envolvidos, ou seja,
nem todo o calor produzido por uma fonte é, de fato, transferido para a substância
a ser aquecida. Portanto, faz-se necessário considerar o rendimento, a eficiência
dos meios utilizados. São exemplos: um ebulidor elétrico -“rabo quente”- imerso
num recipiente com água, não transfere todo o calor produzido no resistor para o
líquido. Parte dele irá “escapar” pelas paredes do recipiente e, não havendo
tamponamento, pela abertura superior (a “boca” do recipiente). De forma similar,
numa estufa ou forno industrial, mesmo que com paredes isolantes e porta
fechada, haverá transferência de quantidades de calor para a parte externa. Em
ambos os casos, é necessário envolver o rendimento para que se conheçam os
reais números envolvidos.

Para que a aplicação da Lei de Joule se torne mais clara, será necessário recorrer a uma
fórmula da Física – Estudo do Calor, que relaciona a massa da substância, seu calor
específico e a variação de temperatura que se pretende produzir:

QC = m . c . Δ t sendo QC - quantidade de calor (cal)


m - massa da substância (g)
c - calor específico da substância
Δ t - diferença entre a temperatura final
(a que se quer atingir) e a inicial (°C).

Esta expressão reunida à de Joule, permite formular alguns problemas interessantes:

01) Com um ebulidor (“rabo quente”) 120 V / 5 A colocado numa garrafa térmica com
um litro de água, pretende-se aquecê-la a 90 °C. A temperatura inicial da água é 25
°C. O rendimento da garrafa é, “faz de conta”, 100 % ou 1, 00 – a garrafa não tem
perdas de calor. Qual o tempo necessário para que se atinja a temperatura
pretendida ?

São dados: E = 120 V ; I = 5 A ; daí teremos R = E / R = 120 / 5 .... R = 24 Ω


mH2O = 1.000 g (equivalente a 1 litro)
Δ t = 90 °C – 25 °C.............................................................. Δ t = 65 °C
c=1 (calor específico)
É necessário calcular quanto calor deve ser produzido para aquela massa de água mudar
sua temperatura de 25 para 90 °C.

56
QC = m . c . Δ t = 1. 000 x 1 x 65...............................................QC = 65. 000 cal

Com este valor busca-se o tempo na expressão de Joule:

QC = 0, 24 . I2. R . t ..... t= QC___ = 65.000___ ....................... t = 451, 4 s


2
0, 24 . I . R 0, 24 x 25 x 24

Transformando o tempo em minutos, para melhor visibilidade: t = 7 min 32 s.

Convém lembrar que I2 . R é potência elétrica. Logo, no problema, ao invés de calcular a


resistência se poderia ter feito P = E . I. Ou usado P = E2 / R que também é potência.

02) No mesmo problema, foi acrescentada uma informação: o rendimento real da


garrafa térmica é de 92 %, ou seja, 0,92. Neste caso, qual o tempo necessário para
se alcançar 90 °C ?

A fórmula do rendimento, assunto já estudado, deve ser adaptada para este caso:

η = PS / PE - a potência de saída PS deve ser a quantidade de calor que,


necessariamente, deve chegar até a água: ou seja, é a QC
calculada pela fórmula QC = m . c . Δ t.
- a potência de entrada PE deve ser calculada a partir da PS
e do rendimento η: ou seja, a fonte de calor deve fornecer o
calor necessário mais o calor perdido. Daí vem:

PE = PS / η = 65. 000 / 0,92 ...................... ............................................PE = 70. 652 cal

Fica claro que o ebulidor deve fornecer mais calor do que antes, devido às perdas térmicas
da garrafa. Como a tensão e a corrente não estão se alterando, será necessário mais
tempo para se chegar na temperatura desejada:

t= QC___ = 70. 652___ ................................ t = 490, 6 s ou 8 min 10 s.


0, 24 . I2 . R 0, 24 x 25 x 24

Comparando os dois tempos encontrados nos problemas 01 e 02, vê-se que foi necessário
mais de meio minuto (38 s) para que a água chegasse aos 90 °C (no caso 02), em função
das perdas de calor consideradas.

Obs.: Ao final dos exemplos deve-se chamar a atenção para:

 Na medida em que o tempo da produção de calor aumenta, também aumenta


a quantidade de calor; e isto, normalmente, implica em aumento da
temperatura da substância que está submetida a este calor.

 É possível, no entanto, haver aumento na quantidade de calor produzida sem


que se ultrapasse determinado valor de temperatura. Basta que a substância
consiga transferir o calor para o ar ou para outra substância. Em outras
palavras: basta que haja um meio ou sistema de refrigeração que absorva, a

57
partir de determinado nível de temperatura, as quantidades de calor
produzidas.

 São exemplos: um resistor adequadamente especificado, pelo qual circula


uma corrente elétrica 24 horas por dia. Logo, a cada 24 horas produz mais e
mais quantidades de calor. Consegue, no entanto, dissipar o calor excedente
para o ar, mantendo sua temperatura dentro de limites aceitáveis. Um motor
elétrico operando em regime semelhante, auxiliado por seu próprio sistema de
refrigeração – uma ventoinha. Um diodo ou um tirístor – componentes eletro-
eletrônicos – montados em bases aletadas de materiais bons condutores de
calor (como o alumínio) e de dimensões bem maiores do que eles próprios,
para os auxiliarem a dissipar o calor gerado para o ar.

 Também é muito importante destacar que ligando um componente elétrico,


por engano, numa tensão mais alta, sua “queima” imediata é iminente.
Usando o exemplo clássico da lâmpada incandescente 110 V ligada a 220 V:
como a tensão dobrou, a corrente também irá duplicar. E a quantidade de
calor produzida no filamento irá quadruplicar – veja que na fórmula de
Joule a corrente é ao quadrado. Logo, não há como tanto calor ser produzido
pelo filamento sem que “funda na hora”.

 Quando se produz um curto-circuito, a corrente cresce muitas vezes o seu


valor nominal – se crescer dez vezes, a quantidade de calor cresce
quarenta vezes. Assim, derreter o alicate e o fio mais os pinos
da tomada etc será uma “barbada”.

________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 12

Calor produzido pela Corrente Elétrica

01) Qual o tempo necessário para que uma corrente de 2 A circulando por um resistor
de 30 ohm faça 2. 000 g de água ter a sua temperatura alterada de 20°C a 70°C ?
Considere que não há perda de calor no processo.
________________.

02) Qual o valor da resistência de um resistor pelo qual circulam 10 A durante 331
segundos e produzem a alteração de 80 °C em 3, 5 Kg de água ? Não há perda de
calor no processo.
________________.

03) Um aquecedor ligado a 120 V faz circular 15 A aquecendo, sem perda térmica, 5
litros de água. A temperatura inicial é 15 °C. Quanto tempo deve ficar ligado para
que a temperatura chegue a 80 °C ?
________________.

58
04) Um resistor é mergulhado numa vasilha com 10 litros de água. Ligado a 220 V
produz 3. 300 W. A temperatura da água é de 10 °C e deve ser levada ao ponto de
fervura com 75 % de rendimento no processo. Calcule o tempo necessário.
________________.

05) Uma chaleira elétrica ligada a 230 V, circulando 3, 8 A deve ferver 1, 7 Kg de água.
A temperatura inicial da água é 12 °C e a eficiência da chaleira é 0, 70. Determine o
tempo necessário para a fervura.
________________.

06) Um resistor ligado a 120 V está mergulhado num tanque contendo 50 litros de água
a 20 °C. A perda térmica do tanque é de 15 %. Ao final de duas horas a água atinge
70 ° C. Qual a corrente que circulou durante o processo ?
________________.

07) Uma lâmpada incandescente acesa é completamente mergulhada em um vaso


contendo 6 litros de água. Após 5 minutos a temperatura da água varia de 3°C.
Descubra a potência da lâmpada.
________________.

08) Um resistor de 12 ohm ligado a 120 V é introduzido num bloco de 1 Kg de gelo a


zero °C. O resistor fica ligado durante dois minutos, derretendo parte do gelo.
Calcule a massa de gelo que não se fundiu ao final dos dois minutos. É relevante
saber que para fundir 1 g de gelo a 0°C são necessárias 80 cal.

________________.

_____________________________________________________________________

22. Resistores – Potência Limite + Identificação + Circuitos Série

Resistores – como já é do conhecimento, há resistores cuja finalidade é produzir calor e


outros que servem para produzir quedas propositais de tensão. Em ambos os casos há
informações que indicam suas características de utilização e que, obviamente, devem
ser respeitadas.
Os resistores para produzir calor têm especificada a sua tensão de uso e o valor da
potência que pode produzir, em watt.
Os de uso para quedas de tensão devem ser separados em dois grupos: os de tamanho
físico maior têm escritos no seu corpo sua resistência, a tolerância que esta resistência
pode apresentar, em percentagem sobre o valor nominal escrito, e a potência que pode
produzir. Os de porte físico menor – utilizados nos chamados “circuitos impressos” –
usam um código de cores para o valor da sua resistência e para a tolerância admissível
desta resistência. A potência que podem produzir é identificada pelas suas dimensões.
Esta última especificação deverá ser buscada pelos alunos quando de práticas de projeto e
montagem de circuitos. É importante destacar que não há valor de tensão de utilização
especificado. O usuário deverá encontrar este limite pela potência que o resistor indica.
Seguem-se três exemplos:

59
a) O resistor é 470 Ω / 50 W. Qual o limite de tensão admissível ?

Usando a fórmula P = E2 / R isola-se o E. Logo, E = √ P . R


_______ ______
E = √ 50 x 470 = √ 23. 500 E = 153 V

Aplicados 153 V ou menos, a corrente que circulará pelo resistor não o fará produzir
potência superior ao seu limite. Portanto, como essa potência será transformada em calor,
o resistor aquecerá mas, dentro do limite previsto pelo fabricante.

b) Outro exemplo: o resistor é 5, 6 kΩ / 1 / 4 W. Qual a tensão limite ?


____ ___________ ____
E = √ P . R = √ 0, 25 x 5. 600 = √ 1400 E = 37 V

Este resistor é um daqueles de porte físico pequeno, de uso nos circuitos impressos da
área de Eletrônica. As tensões usuais, nestes casos, são de valor reduzido.

c) Terceiro exemplo: pode-se ligar um resistor 56 Ω / 5 W a 24 V ?

Ao invés de usar a fórmula anterior, tem-se o recurso de simular que o resistor será
ligado naquela tensão. Daí se encontrará a corrente que circularia e, após, a potência
que vai produzir. Se este valor for igual ou menor do que o indicado no resistor, pode-se
ligá-lo a 24 V. Se for maior, não. Ele vai aquecer acima do limite permitido; poderá,
inclusive, “queimar”.

I = E / R = 24 / 56 = 0, 43 A P = E . I = 24 x 0, 43 P = 10, 3 W

Se ligado a 24 V, vai produzir potência maior do que deve. Não deve ser ligado.

O limite de potência de cada resistor é definido pela área que ele tem em contato com o
ar que o cerca. Portanto, quanto maior seu tamanho físico, maior é a área em contato com
o ar. Fica garantida, assim, a refrigeração suficiente para a potência especificada. Diz-se
que ele dissipa o calor gerado para o ar, de forma adequada.

Obs.: A tolerância indicada para o valor da resistência do resistor não é considerada na


determinação da tensão limite - está implícito que vale, também, para sua potência e para
a tensão limite. Como regra de bom senso, no entanto, é importante utilizar o resistor nos
seus limites nominais.
_______________________________________________________________________

O valor da resistência dos resistores encontrados no comércio segue determinado


padrão que facilita a fabricação. Porém limita a variedade de valores. As resistências
referenciais são:

1, 0 ; 1, 2 ; 1, 5 ; 1, 8 ; 2, 2 ; 2, 7 ; 3, 3 ; 3, 9 ; 4, 7 ; 5, 6 ; 6, 8 ; 8, 2 e 10, 0 e seus
múltiplos de 10 , 100 , 1000 , 10. 000, etc.

Serão encontrados resistores de 15 Ω, 150 Ω, 1. 500 Ω, 15. 000 Ω, 150. 000 Ω, 33 Ω,


330 Ω, 3, 3 KΩ, 33 K, 330 K, 33 MΩ, 8, 2 M, etc.

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Obviamente, também serão encontrados resistores com valores diferentes destes
mencionados como padrão, que são os de maior utilização e de preço mais em conta. Uma
consulta a catálogos ou sites de fabricantes mais o dia a dia do trabalho do eletrotécnico é
que dará este conhecimento mais específico.

O valor da resistência gravado nos resistores nem sempre é acompanhada pela unidade
ohm. É comum usarem-se outras formas em lugar da unidade:

150 R (= 150 Ω) ; 39 k (= 39 kΩ) ; R 1, 2 (= 1,2 Ω) ; 6, 8 M (= 6, 8 MΩ) ;


2 k 7 (= 2, 7 kΩ ou 2. 700 Ω) etc.

Não entendendo o escrito, restam dois recursos: perguntar a alguém ou medir.

A variedade de potências é menor já que, usar um resistor de potência maior do que o


necessário não cria maiores problemas além do seu tamanho físico maior. Este, no
entanto, resultará em maior ocupação de espaço na placa de montagem.
_______________________________________________________________________

Há um código de cores para os resistores de tamanho físico pequeno. São, na maioria


deles, quatro faixas de cores. Cada faixa, conforme sua posição, tem um significado
numérico em acordo à sua cor e em correspondência com a tabela logo adiante. Para fazer
a “leitura” é necessário posicionar o resistor com a 1ª faixa mais próxima de uma das
extremidades, para o lado esquerdo da leitura. Ver o desenho:

Tabela de cores das faixas e valores

Cor valor (n°) tolerância (%)


Preto 0 ---
Marron 1 1%
Vermelho 2 2%
Laranja 3 3%
Amarelo 4 4%
Verde 5 5%
Azul 6 6%
Violeta 7 7%
Cinza 8 8%
Branco 9 9%

Tolerâncias mais usuais


Dourado 5%
Prata 10 %
Sem faixa (vale a cor do corpo do R) 20 %

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Obs.: Tolerâncias menores do que 5 % são usadas para resistores cuja aplicação exige
menor desvio no seu valor, isto é, terão maior precisão – e custo maior.

Exemplos:
a) No resistor da página anterior as cores são:

1ª faixa: amarelo; 2ª faixa: violeta; 3ª faixa: laranja ; 4ª faixa: dourado ;


Os números
são 4 7 (3 zeros) 000 5

O valor do resistor é: 47. 000 ± 5 % ohm.


____________________________________________________________________

b) No resistor da página anterior as cores são:

1ª faixa: laranja; 2ª faixa: branco; 3ª faixa: marron ; 4ª faixa: não tem ;


Os números
são 3 9 (1 zero) 0 20

O valor do resistor é: 390 ± 20 % ohm.


____________________________________________________________________

Obs.: ax) a tolerância não significa que o valor da resistência do resistor deva se situar
longe do nominal, seja para mais ou para menos. Os fabricantes buscam manter os valores
em torno do nominal. Todavia, poderão usar a tolerância – definida por Norma – como uma
possibilidade de desvio aceitável daquele produto. Também é conveniente lembrar que o
preço dos resistores está aliado a este desvio: o resistor com tolerância de 20 % é mais
barato do que o de 5 %.

ay) existem resistores com cinco faixas de cores. São de maior precisão. As três
primeiras faixas são algarismos que definem seu valor; a 4ª faixa é a quantidade de zeros
e a 5ª faixa a tolerância.

Associação e circuitos com componentes elétricos passivos

Resistores, bobinas e capacitores são denominados componentes elétricos passivos. Em


sistemas de CC e de CA a dois fios, serão interligados de três maneiras compondo
circuitos com finalidades diversas: em série, em paralelo e de forma mista, também
denominada série-paralela. Tanto os componentes passivos como cada uma das
interligações tem comportamentos próprios. Por isto serão estudados em separado.
Inicialmente só com resistores. Também, inicialmente, apenas interligados em série, depois
em paralelo e, então, de forma mista.

Associações e circuitos série de resistores

A palavra “associar” significa interligar. Se se falar em circuito, a associação envolverá uma


fonte de tensão. Neste caso, haverá corrente, potência etc. Usando três resistores,

62
teremos uma associação em série quando o final do 1° resistor for ligado ao início do
2° e o final do segundo ao início do terceiro.
Ficará disponível como início da associação o início do primeiro resistor e o final da
associação será o final do terceiro, ou último, resistor. Havendo mais do que três
resistores, deve-se seguir a sequência descrita.

Obs. : bx) os resistores não tem início ou fim (entenda-se terminal de início e de fim). Esta
definição é feita para que se estabeleça uma forma de entendimento. Qualquer resistor
montado ao contrário do que alguém definiu como início ou fim, se comportará de maneira
igual àquela ligação convencionada.
by) o mesmo não ocorrerá com as bobinas, já que elas produzem campos
magnéticos com pólos definidos em acordo à ligação. Feita uma inversão de pontas de
início e fim, haverá uma inversão da polaridade magnética.
bz) quanto a capacitores, há modelos que aceitam inversão. Já outros,
denominados polarizados e de uso exclusivo em CC, poderão ser danificados e até
“explodir”, com consequências que podem ser sérias, se houver inversão de ligação.

A associação desenhada acima será, agora, ligada a uma fonte de tensão. Esta poderá ser
de CC ou AC já que o comportamento dos resistores não muda com o tipo de tensão /
corrente. Este circuito tem características próprias que se deve conhecer:

a) A corrente terá sentido real; interpretando, teremos apenas uma corrente, que
será igual em todo o circuito – lembre: “a corrente não pode sumir nem
dar cria”. Esta corrente será única em todo o circuito, com módulo imutável,
porque só há um caminho a ser percorrido. Sairá do pólo (−) da fonte,
passará por R1, após por R2, após por R3, retornando para a fonte no pólo (+).
Por dentro dela irá do (+) para o (−), voltando a sair do pólo (−), etc.

b) a dificuldade que esta corrente vai enfrentar é a soma dos módulos dos três
resistores, pois a I deve circular pelo R1, após pelo R2, após pelo R3. Toda esta
dificuldade é denominada resistência equivalente ou total = REQ ou RT.
Havendo mais resistores, deverão ter seus módulos somados aos demais:

REQ = RT = R1 + R2 + R3 + ..........+ Rn

Reforçando o conceito do REQ ou RT, coloque-se “olhos” na fonte de tensão. O que ela
“vê”? É tudo, ou seja, toda a dificuldade que a corrente vai enfrentar para circular.

63
Portanto, “vê” a resistência total ou equivalente. Deste modo, o módulo da corrente fica
determinado pela tensão e pela resistência total, isto é, pela lei de Ohm escrita

I = E / RT ou I = E / REQ.

Ressalte-se que o termo “equivalente” tem o propósito de indicar, também, que todos os
resistores do circuito série poderão ser trocados por apenas um, cujo módulo será a soma
de todos eles. Esta troca não fará alterar o módulo da corrente – por isto R equivalente.

c) se houver uma interrupção em qualquer ponto do circuito, seja nos condutores,


seja nos resistores, se interromperá a circulação da corrente. Todo o circuito
deixa de funcionar. Há uma dependência entre todos os seus integrantes. Ou
todos “funcionam” ou, com a interrupção, todos “param”. Esta característica
justifica o uso dos dispositivos de comando – interruptores em geral – e dos
dispositivos de proteção – fusíveis e disjuntores – sempre ligados em série.
Assim, cada um deles, pode cumprir a sua função de ligar / desligar ou
proteger. Também os amperímetros para medidas de até ± 50 A são ligados
em série – a corrente a ser medida deve circular por dentro deles.

d) a tensão da fonte sempre é aplicada a todo o circuito. A corrente é definida


pela relação entre a tensão aplicada (ET) e a resistência total:

I = ET / RT

Entretanto, tendo a corrente o mesmo valor em todo o circuito, para que ela circule por
cada um dos resistores, não se fará necessária toda a tensão da fonte, a ET. Apenas uma
parcela dela é que “empurrará” a I por cada um deles. Essa parcela será determinada
também pela lei de Ohm, porém escrita E = I . R. O resistor que apresentar a maior
resistência necessitará da maior parcela da tensão total. Os demais necessitarão de
parcelas menores. Aquele de menor resistência, usará a menor tensão. Para organizar a
busca dos valores destas tensões individuais – chamadas quedas de tensão –
recomenda-se particularizar a fórmula de Ohm escrevendo:

E1 = I . R1 ; ...............E2 = I . R2 ; ................E3 = I . R3.

Havendo mais resistores, segue-se a particularização. É certo, também que:

“a soma de todas as quedas de tensão deve ser, sempre, igual à tensão aplicada”.

Quem descobriu este fato, que virou uma lei, foi Kirchhoff. O que foi enunciado é a 2ª lei
de Kirchhoff, aplicada a todas as tensões existentes num circuito série - algumas tensões
serão as “perdidas” – as quedas de tensão – e a outra, a aplicada.

Em alguns casos, a tensão aplicada poderá ser mais do que uma. Neste caso, a soma das
quedas de tensão deverá ser igual à soma de todas as tensões aplicadas.

Pela descoberta de Kirchhoff, em outras palavras, pode-se afirmar que “a tensão não
pode sumir nem dar cria”. Toda a tensão aplicada será usada, devendo ser conhecida e
explicada nos seus detalhes. A expressão que segue é a 2ª lei na forma matemática:

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ET = E1 + E2 + E3 + ............ + En (Neste caso há uma aplicada e diversas quedas)

Havendo mais tensões aplicadas, a expressão da 2ª lei de Kirchhoff será:

E1 + E2 + ...... + En = e1 + e2 + e3 + ............ + en (o E representa a tensão aplicada


e o e representa as quedas)

A mesma 2ª lei de Kirchhoff pode ser enunciada:

“ A soma de todas as tensões existentes num circuito série deve ser igual a zero”

Examinada desta maneira deve-se atribuir sinal (+) às tensões aplicadas e (–) às quedas
de tensão:
E1 + E2 + ...... + En – e1 – e2 – e3 – ...... – en = 0
_______________________________________________________________________

Exemplos de aplicação:

a) Três resistores estão ligados em série a uma fonte e por eles circulam 2 A. Os resistores
são: R1 = 15 Ω, R2 = 28 Ω e R3 = 7 Ω. Determine a resistência total, a queda de tensão em
cada resistor e a tensão total aplicada.

RT = R1 + R2 + R3 = 15 + 28 + 7 RT = 50 Ω

E1 = I . R1 = 2 x 15 E1 = 30 V
E2 = I . R2 = 2 x 28 E2 = 56 V
E 3 = I . R3 = 2 x 7 E3 = 14 V

ET = E1 + E2 + E3 = 30 + 56 + 14 ET = 100 V
________________________________________________________________________

b) Quatro resistores estão ligados a 24 V. Seus valores são: 470 Ω, 82 Ω, 560 Ω e 39 Ω.


Determinar a resistência equivalente, a corrente, as quedas de tensão e as potências
produzidas em cada um deles.

RT = R1 + R2 + R3 + R4 = 470 + 82 + 560 + 39 RT = 1. 151 Ω

I = E / RT = 24 / 1. 151 I = 0, 021 A

E1 = 0, 021 x 470 E 1 = 9, 87 V
E2 = 0, 021 x 82 E2 = 1, 72 V
E3 = 0, 021 x 560 E 3 = 11, 76 V
E4 = 0, 021 x 39 E 4 = 0, 82 V

Somando as quedas, pode-se conferir o trabalho


ET = 9, 87 + 1, 72 + 11, 76 + 0, 82 ET = 24, 17 V

A diferença foi causada pelo arredondamento a maior da corrente.


Lembrar: este é o único motivo que justifica diferenças na lei de Kirchhoff.

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As potências serão encontradas por qualquer uma das três fórmulas conhecidas, ou seja:

P = E. I ou P = I2. R ou P = E2 / R. O cuidado que se deve ter é utilizar os valores


corretos e referidos expressamente ao resistor analisado.
Como forma orientativa, será usada uma das formulas para cada resistor. Para o R 1 será a
primeira e a mais utilizada:

P1 = E1. I = 9, 87 x 0, 021 = 0, 207 W

P2 = I2. R2 = 0, 0212 x 82 = 0, 000441 x 82 = 0, 036 W

P3 = E32 / R3 = 11, 762 / 560 = 138, 3 / 560 = 0, 247 W

P4 = E4. I = 0, 82 x 0, 021 = 0, 017 W

A potência total pode ser determinada pela soma das parciais:

PT = P1 + P2 + P3 + P4 = 0, 207 + 0, 036 + 0, 247 + 0, 017 = 0, 507 W

A PT também pode ser encontrada usando-se a tensão total e a corrente. Ou qualquer uma
das duas outras fórmulas da potência, desde que com os valores corretos;

PT = ET. I = 24 x 0, 021 = 0, 504 W (diferença em função do arredondamento da I)


____________________________________________________________________

c) A corrente que circula pelo 2° resistor de um circuito série é 0,5 A. Os resistores são R 1
= 12 Ω, R2 = 4 Ω e R3 = 8 Ω. Determine a tensão aplicada ao circuito.

Neste exercício deve-se raciocinar mais: a tensão total será encontrada pela 2ª lei de
Kirchhoff ou pelo produto “corrente pela resistência total”. Em ambos os casos, é
necessário fazer cálculos intermediários para, após, chegar à solução. Lembrar: a corrente
que circula por R2 é a mesma pelos outros resistores. Logo:

E1 = 0, 5 x 12 E1 = 6 V
E2 = 0, 5 x 4 E2 = 2 V
E3 = 0, 5 x 8 E3 = 4 V
ET = 6 + 4 + 2 ET = 12 V

ou RT = R1 + R2 + R3 = 12 + 4 + 8........RT = 24 Ω

ET = I . RT = 0, 5 x 24 ET = 12 V
___________________________________________________________________

d) A placa de fonte geradora informa: 8, 36 kW / 220 V / Ri = 0, 11 Ω. Está ligada,


produzindo potência plena, a dois condutores, cuja resistência total é 0, 18 Ω. Alimenta um
aparelho elétrico que apresenta resistência de 5, 5 Ω. Determine a tensão da fonte com
carga, a tensão no aparelho elétrico, as potências perdidas devido à resistência interna da
fonte e da resistência dos condutores, mais a potência de fato produzida pela carga

66
Este exercício particulariza a influência da resistência interna das fontes e da resistência
dos condutores que, sempre estão em série com as cargas. É importante fazer o desenho
do circuito, com suas diversas resistências:

A corrente será: I = P ═ 8. 360 I ═ 38 A


E 220

O cálculo a partir da potência de placa é válido, neste caso, porque o problema indicou que
o gerador opera em potência plena (ver outra solução. adiante).

As quedas de tensão na fonte e nos condutores e as respectivas potências perdidas serão:


Ei ═ I . Ri ═ 38 x 0,11 Ei ═ 4, 18 V ....... Pi ═ 4, 18 x 38 Pi ═ 159 W

EC ═ I . RC ═ 38 x 0,18 EC ═ 6, 84 V ........ PC ═ 6, 84 x 38 PC ═ 260 W

A tensão da fonte com carga e potência perdida internamente, a tensão no aparelho e a


potência por ele produzida serão:

FEM ═ 220 V EFONTE ═ FEM – Ei ═ 220 – 4,18 EFONTE C/ CARGA ═ 215, 82 V

EAPARELHO ═ FEM – Ei – EC ═ 220 – 4,18 – 6, 84 EAPARELHO ═ 209 V

PAPARELHO ═ EAPARELHO . I ═ 209 x 38 PAPARELHO ═ 7. 942 W

Como uma maneira de conferir, pode-se aplicar a 2ª lei de Kirchhoff, somando as tensões.
As potências também podem ser somadas encontrando-se a total,

ET ═ EPLACA ═ FEM ═ Ei + EC + EAPARELHO ═ 4,18 + 6, 84 + 209 ═ 220 V

PT ═ PPLACA═ PPLENA═ Pi + PC + PAPARELHO ═ 159 + 260 + 7. 942 ═ 8. 361 W ═ 8, 36 KW


________________________________________________

# A outra forma de encontrar a corrente (não usando a potência) será:

somar-se todas as resistências em série do circuito. No caso, a R da fonte mais a R dos


condutores mais a R da carga (do aparelho). Então, com a tensão de placa e a RT se
calculará a corrente:

RT ═ 0, 11 + 0, 18 + 5, 5 ...... RT ═ 5, 79 Ω ....... I ═ E / RT ═ 220 / 5, 79 ....... I ═ 38 A

A partir desta base, poderão ser determinadas as quedas de tensão e as potências.


________________________________________________________________________

67
Exercício de Fixação Nº 13

Potência em Resistores e Circuito Série


01) Um resistor tem 1 kΩ e é de 25 W. Qual a sua tensão limite ?
______________.

02) Um resistor é de ¼ W e tem 47 k. A até quantos volts pode ser ligado ?


______________.

03) Um resistor é de 2, 2 Ω / 5 W. Até que tensão pode ser ligado ?


______________.

04) O resistor 150 Ω / 25 W pode ser ligado a 127 V ? Justifique com o cálculo.
( ) sim ( ) não.

05)Um equipamento tem um resistor de 2, 99 Ω e que opera mergulhado na água


produzindo 5400 W. A quantos volt está ligado?
_____________.

_______________________________________________________________________

Nos exercícios que seguem use duas casas decimais. E responda na ordem em que
são pedidas as respostas. Não esqueça as unidades. Faça cada um dos esquemas.

17) Dois resistores de 470 Ω e 68 Ω estão ligados em série.a 5 V. Determine a


corrente e as quedas de tensão em cada um deles.
_________ _________ _________.

12)Três resistores estão ligados em série a 120 V. São de 60 Ω, 7 Ω e 13 Ω. Determine


as três quedas de tensão, a corrente e o resistor equivalente.

_______ _______ _______ _______ _______.

68
13) Quatro resistores de 35 Ω, 20 Ω, 55 Ω, e 10 Ω estão ligados em série. A corrente
medida entre o 2° e o 3° resistor é de 500 mA. Determine a tensão, todas as quedas, a
resistência total e a maior potência individual produzida.

_______ _______ _______ _______ _______ ________ _______.

14) Dois resistores de 820 Ω e 2, 7 k estão em série ligados a 123, 2 V. Determine o


resistor equivalente, a corrente as quedas de tensão e as três potências produzidas.

_______ _______ _______ _______ _______ _______ _______.

15) Dois resistores iguais estão ligados em série. A tensão medida em um deles é 60 V.
Ambos trabalham no seu limite de potência que é 12 W cada. Determine o valor da
resistência de cada um deles e a corrente circulante.

________ _________ _________.

16) Três resistores estão em série. A resistência do primeiro e do terceiro é duas vezes
maior do que a do segundo. A corrente medida na saída da fonte é 1, 5 A. A tensão
medida no terceiro resistor é 24 V. determine o valor do 1°, do 2° e do 3° resistor e a
tensão aplicada.
_________ _________ _________ _________.

17) Num circuito série de três resistores mediu-se 0, 25 A. A tensão da fonte é 60 V. Um


dos resistores tem resistência igual a 2 / 3 da REQ Os outros dois são de mesmo valor.
Calcule o valor de cada resistor e a potência de um dos dois resistores iguais.

_________ _________ _________ _________.

18) Numa instalação monofásica residencial estão ligados diversos aparelhos que fazem
circular no ramal principal (do medidor até o quadro de disjuntores) 48 A. A tensão no
medidor é de 124 V e os fios daquele ramal têm secção de 10 mm2 com resistência de
0, 052 Ω. Quantos watt são dissipados naqueles fios e qual a tensão real na entrada do
quadro de disjuntores ?
_________ _________.

19) Na tensão de 220 V foi instalado um chuveiro de 5. 400 W usando-se fio 4 mm2 cujo
comprimento total é 30 m. O resistor do chuveiro tem 8, 98 Ω quando ligado na posição
inverno. A resistividade do cobre, corrigida para 60°C, é 0, 02000 Ω.mm2 / m.
Determine a real potência produzida pelo chuveiro.
__________.

20) Um equipamento que opera com CC recebe 485 V. Na saída da geração é medida uma
corrente de 200 A. Sabe-se que a resistência elétrica dos condutores é de 0, 050 Ω e a
queda interna na fonte é de 5 V. Determine a resistência interna da fonte, a queda de
tensão nos condutores, a potência produzida na carga, as potências perdidas na fonte
e nos condutores e a potência total fornecida pela fonte.

_______ _______ _______ _______ _______ _______.

69
21) Um chuveiro elétrico 5500 W / 220 V recebe, rotineiramente, tensão 7 % menor do que
a nominal. A rede elétrica da residência é correta. À prazo curto não há como ter tensão
mais elevada. Além disso, a água recebida é mais fria do que o habitual. Assim, o
chuveiro aquece pouco quando ligado na condição “inverno”. Sem alternativas, pensou-
se reduzir o valor da resistência do resistor. Sabe-se que ele tem formato mola com 80
espiras. Quantas espiras devem ser removidas para que a potência alcance 5. 500 W
com 7% a menos de tensão?
__________.

22) Um gerador de CC produz 120 V. Sua resistência interna é de 0, 2 ohm e a corrente


que faz circular é 10 A. Os condutores apresentam 0, 3 ohm de resistência elétrica.
Determine a resistência da carga.
__________.

23) Um dínamo em operação nominal fornece 500 V / 100 A para um circuito. Tem 0, 20
ohm de resistência interna e nos condutores da rede ocorre uma queda de tensão de
30 V. Determine a tensão real na carga e a sua resistência ôhmica.

_________ _________.

24) Uma fonte de 24 VCC deve alimentar um componente especial em cuja placa consta 20
V / 10 W. É necessário introduzir um resistor em série entre a fonte e a carga para
acerto da tensão. Especifique a resistência e a potência do resistor a ser instalado.

_________ _________.

________________________________________________________________________

23. Associação e Circuitos Paralelo com Resistores

Usando três resistores, tem-se uma associação em paralelo quando se interligar os três
terminais de início entre si e os três terminais finais entre si. Havendo mais resistores,
segue-se a sistemática indicada. Tem-se um circuito paralelo quando a interligação de
início for conectada num terminal da fonte e a interligação de finais for conectada no outro
terminal da fonte. Lembrar que, para resistores, a fonte pode ser CC ou AC – o
comportamento do circuito será o mesmo em ambos os casos.

Suas características próprias são apresentadas a seguir:

a) A tensão da fonte está aplicada da mesma forma e com o


mesmo módulo em cada um dos resistores. No desenho, o terminal − da fonte

70
está conectado no terminal de início de R1 como no início de R2 como no início de
R3. O terminal + da fonte está ligado nos finais de cada um dos resistores. Logo,
se a fonte for 12 V, esta tensão estará aplicada simultaneamente nos três
resistores. Havendo mais resistores, cada um dos demais terá a mesma tensão
dos anteriores.
Portanto, a tensão no circuito paralelo é a mesma em todos os resistores.

b) Cada resistor fará circular sua própria corrente elétrica. Esta estará definida pela lei
de Ohm: I1 = E / R1 ; I2 = E / R2 ; I3 = E / R3 ; e assim por diante. Esta conclusão leva à
visão de que há uma independência entre os resistores – todos operam sob a
mesma tensão. Se qualquer um deles sofrer dano ou houver uma interrupção em
qualquer um dos ramais, apenas este resistor ou ramal deixará de funcionar. Os
demais seguirão operando normalmente.

c) A corrente que a fonte deve fornecer para o circuito será a soma de todas as
correntes individuais que cada ramal exige. Esta corrente tem o nome de corrente
total – IT. Esta descoberta também foi de Kirchhoff e leva o nome de 1ª lei de
Kirchhoff: “a soma de todas as correntes parciais de um circuito paralelo é igual
a corrente total”. Matematicamente, se escreve: IT = I1 + I2 + I3 + .... + In. Reforce-se
a idéia de que “a corrente não pode sumir nem dar cria”. Elas devem ser identificáveis
e somadas às demais.

Obs.: o ponto de ligação de dois ou mais fios / terminais de um circuito paralelo é


denominado nó ou derivação. Tem importância particular já que é ali que ocorre a divisão
das correntes, isto é, dos diversos caminhos que pode haver neste tipo de circuito.

d) O conjunto de resistores do circuito também será “visto pela fonte” como sendo um
só – o RT ou REQ. Seu valor pode ser definido pela lei de Ohm: RT = E / IT. Ou, à
semelhança da associação série, pode-se usar uma fórmula que permite o cálculo da
resistência total a partir, apenas, do valor dos resistores. Usando a 1ª lei de Kirchhoff
com suas correntes substituídas pelos seus valores definidos na lei de Ohm, tem-se:

IT = I1 + I2 + I3 + .... + In (serão usados apenas três resistores)

IT = E / R T I 1 = E / R1 I 2 = E / R2 e I 3 = E / R3

substituindo E = E + E + E
RT R1 R2 R3

fazendo a tensão igual a 1 V, tem-se:

1 = 1 + 1 + 1 + ......... + 1 (fórmula geral)


RT R1 R2 R3 Rn
Obs.: usar a tensão igual a 1 V é um artifício matemático aplicável a frações, equações etc
que não as altera. Pode-se usar o valor da tensão da fonte ou qualquer outro, com a
desvantagem de se utilizar números maiores na dedução e operação. O resultado final
será o mesmo.

Exemplos de aplicação:

71
a) Os três resistores do desenho apresentado valem 30 Ω, 60 Ω e 40 Ω. A tensão da
fonte é 120 V. Determine todas as quatro correntes do circuito e o valor da resistência
equivalente.

I1 = E / R1 = 120 / 30 I1 = 4 A

I2 = E / R2 = 120 / 60 I2 = 2 A

I3 = E / R3 = 120 / 40 I3 = 3 A

IT = I 1 + I 2 + I 3 = 4 + 2 + 3 IT = 9 A

1 / RT = 1 / R1 + 1 / R2 + 1 / R3 = 1 / 30 + 1 / 60 + 1 / 40

# encontrando o mínimo múltiplo comum (mmc) e usando-o como denominador comum:


1 = 4+2+3 = 9 =
RT 120 120 repetindo: 1 / RT = 9 / 120

invertendo as duas frações: RT / 1 = 120 / 9 logo, RT = 120 / 9 RT = 13, 3 Ω

Observações relevantes:

1) o valor encontrado para RT pode parecer estranho mas é corretíssimo. E passa a


determinar uma regra: "RT = REQ de circuito paralelo sempre deverá ser de valor menor
do que o menor dos valores dos resistores”. Não pode nem ser igual. Tal se explica
porque quanto maior a quantidade de resistores ligados em paralelo, maior a quantidade
de ramais ligados diretamente na mesma tensão – e que exigem, cada um deles, a sua
corrente particular. Portanto, a corrente total aumenta na medida em que a quantidade de
resistores ligados em paralelo aumenta. E o que “a fonte vê” ?. Se a corrente que ela
fornece aumenta, é porque a resistência total do circuito está diminuindo – lei de Ohm.

2) o valor de RT pode ser encontrado, de forma menos trabalhosa, pela lei de Ohm, desde
que se utilize a IT:

RT = E / IT = 120 / 9 RT = 13, 3 Ω

3) convém lembrar que o futuro técnico, mesmo que não seja do seu agrado, deve saber
resolver o cálculo de RT pela fórmula geral.

4) existem duas fórmulas particulares para se descobrir o resistor equivalente, além da


fórmula geral: para associações / circuitos com dois resistores:

RT = R1 . R2
R1 + R2

Esta fórmula também pode ser usada para circuitos com mais do que dois
resistores – escolhe-se dois quaisquer e, usando a expressão, encontra-se o equivalente
destes dois; então, escolhe-se outros dois quaisquer e emprega-se a expressão
novamente encontrando o equivalente destes dois. Assim se segue, reduzindo o número

72
de resistores até que, finalmente, restem apenas dois – aí encontra-se o resistor
equivalente ou total de todo o circuito / associação. Enfatize-se que a escolha dos dois
resistores é qualquer; não há ordem necessária. O que se recomenda nesta escolha é, se
possível, buscar dois resistores cujos valores sejam favoráveis para a operação na
fórmula. Circuitos com muitos resistores tornam o cálculo, por este processo, bastante
trabalhoso.

Como forma de fixação da fórmula (sem “decoreba”), lembre: “o RT é um vezes o outro


dividido por um mais o outro”.

Quando o paralelo for de diversos resistores de mesmo valor, faz-se “o valor de um


resistor dividido pela quantidade deles” – RT = R / n .
No caso, R é o valor de um resistor e n a quantidade deles.

b) Dois resistores estão ligados em paralelo. Seus valores são 330 Ω e 470 Ω. A
corrente pelo 2º resistor é 25, 5 mA. Determine a tensão da fonte, a corrente pelo
primeiro resistor e a total, a potência que cada um produz e a total e o resistor
equivalente.

E = I2 . R2 (convertendo 25, 5 mA = 0, 0255 A) E = 0, 0255 x 470 E = 12 V

I1 = E / R1 = 12 / 330 I1 = 0, 0364 A = 36, 4 mA

IT = I1 + I2 = 0, 0255 + 0, 0364 IT = 0, 0619 A = 61, 9 mA

P1 = E . I1 = 12 x 0, 0364 P1 = 0, 437 W = 437 mW

P2 = E . I2 = 12 x 0, 0255 P2 = 0, 306 W = 306 mW

PT = P1 + P2 = 0, 437 + 0, 306 PT = 0, 743 W = 743 mW ou

PT = E . IT 12 x 0, 0619 PT = 0, 743 W = 743 mW

c) Determine o valor do resistor equivalente de uma associação com três resistores,


cujos valores são 47 Ω, 820 Ω e 5, 6 Ω.

Neste exercício será usada a fórmula particular “do um vezes o outro


dividido por um vezes o outro”: Como não há ordem na escolha optou-se
por começar com o 2° e o 3° resistor:

RA = R1 . R2 = 820 x 5, 6 = 4. 592 = 5, 56 Ω Usou-se o”nome” RA já que o


R1 + R2 820 + 5, 6 825, 6 valor ainda é parcial.

RT = 5, 56 . 47 = 261, 32 = 4, 97 Ω
5, 56 + 47 52, 56 Logo: RT = 4, 97 Ω

Escolha outros dois resistores como sendo os primeiros e confirme o mesmo resultado.

d)Determine o valor da resistência total de um circuito com oito resistores de


mesmo valor, ou seja, 820 ohm cada .

73
Neste problema será usada a fórmula particular para “RS” de mesmo valor:

RT = R = 820 = 102, 5 Ω ou seja: RT = 102, 5 Ω


n 8
___________________________________________________________________

Outra observação relevante:

Aparelhos elétricos de uso residencial e predial além de boa parte dos de uso comercial e
industrial, são ligados à rede elétrica de CA na forma paralela. São exemplos: lâmpadas /
luminárias diversas, refrigeradores, televisores, aparelhos de som, utensílios de cozinha e
lavanderia com pequenos motores, computadores e impressoras, chuveiros e aquecedores
/ fornos com resistências / resistores de pequena potência, máquinas leves de uso em
serralherias, oficinas de manutenção diversas etc. Muitos têm resistores, mas também,
bobinas. As alterações já referidas - lembrar da reatância indutiva e da impedância – não
alterarão as características básicas dos circuitos paralelos: todas permanecem válidas: a
tensão é uma só, haverá divisão de correntes (nós / derivações), as cargas serão
independentes entre si; mas os cálculos das diversas correntes apresentarão diferenças
pela existência das reatâncias / impedâncias.
___________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº14

Circuitos Paralelos
Nos exercícios de 01 a 05 use, se necessário, três decimais.

74
Do exercício 06 em diante coloque as respostas na ordem em que foram pedidas e
arredonde tecnicamente para uma casa decimal. Faça cada um dos esquemas.

06) Dois resistores um de 470 ohms e outro de 25 ohms estão ligados em paralelo a 120 V.
determine as três correntes e a resistência equivalente.

________ ________ _________ ________.

07) Três resistores estão ligados em paralelo a 60 V. Seus valores são 12 ohm, 300 ohm e
80 ohm. Calcule cada uma das correntes, o resistor total e todas as potências
produzidas.
________ ________ ________ _________ ________.

________ ________ _________ ________.

08) Três resistores em paralelo fazem circular uma corrente total de 3, 6 A. O valor de dois
resistores é o mesmo. Pelo terceiro circula 1, 5 A sendo de 16 ohm sua resistência.
Determine o resistor equivalente e a tensão de alimentação.

_________ ________.

09) Dez resistores estão em paralelo. Tem valores iguais sendo a corrente pelo quinto
resistor de 25 mA. A potência total produzida é de 1, 25 W. Determine a tensão de
alimentação e o valor de cada resistor.

_________ ________.

10) A corrente total de um circuito paralelo de dois resistores é de 1, 45 A. A resistência do


primeiro resistor é de 820 ohm. A corrente pelo segundo resistor é de 1,189 A. Calcule
a tensão da fonte, o valor do segundo resistor e a resistência total.

________ _________ ________.

11) Cinco ramais em paralelo têm correntes parciais de 2, 5 A e 4, 8 A nos dois primeiros
resistores. O quinto ramal tem 200 ohm. Os resistores do terceiro e quarto ramais são
iguais e estão ligados a 120 V cada. A fonte fornece 8, 4 A. Determine a R T, a tensão
da fonte, a corrente e a resistência no terceiro ramal e a resistência no quarto ramal.

________ ________ ________ _________ ________.

12) Três resistores em paralelo tem correntes de 0, 024 A, 5 mA e 30 mA. A tensão no


segundo resistor é de 12 V. Determine o valor de cada resistor, a resistência total e a
corrente total.
________ ________ ________ _________ ________.

75
13) Uma torradeira de pão tem produzido calor em apenas uma de suas faces. Presume-se
que um dos resistores esteja “aberto”. Sua placa informa 600 W / 120 V. Quantos ohm
tem o resistor “aberto” ?
________.

14) Uma tensão de 24 V é aplicada num circuito com dois resistores em paralelo. Um
wattímetro indica 72 W de potência total. Sabe-se que um dos resistores é de 12 ohm.
Determine o valor do outro resistor.
_________.

15) Um resistor ligado num circuito paralelo “queimou”. Estava alimentado por 220 V com
corrente de 0, 2 A. Para sua reposição, consultou-se o estoque da empresa que
informou: “temos resistores de 1 K , 1 K 5 , 2 K 2 , 3 K 3 , 4 K 7 e outros. Qual a solução
não sendo admissível nenhuma alteração no valor da corrente ?
Resposta _____________________________________________________________.

16) Uma estufa de uso industrial produz 11 KW ligada a 220 V. Tem dois resistores iguais
ligados em paralelo. Qual o valor de cada resistor ? ________.

17) Um circuito paralelo é composto por quatro resistores iguais. A corrente total é de 2 A.
A tensão no quarto resistor da associação é de 60 V. Determine o valor da resistência
do primeiro resistor bem como a potência nele produzida.
_________ ________.

18) Duas lâmpadas incandescentes iguais (100 W / 120 V) estão ligadas produzindo, cada
uma delas, sua potência de placa. Em dado momento, a tensão se elevou para 130 V.
Qual a potência total produzida ?
________.

19) Vinte lâmpadas incandescentes de 100 W cada funcionam em paralelo com tensão de
120 V. Determine a corrente exigida pelo conjunto e a resistência a quente do filamento
de cada lâmpada.
_________ ________.

20) Três resistores estão ligados em paralelo. Suas resistências são 4 ohm, 3 ohm e 2 ohm,
respectivamente. A corrente pelo primeiro é 3 A. Calcule a corrente pelo terceiro
resistor, a corrente total e a tensão aplicada.
________ _________ ________.

21) Numa instalação residencial estão ligadas cinco aparelhos elétricos iguais. Ao final de 3
horas de funcionamento o consumo de energia elétrica foi de 3, 6 KWh. A tensão é de
120 V. Calcule a resistência e a corrente de cada aparelho.
_________ ________.

22) Duas cargas estão ligadas em paralelo. Uma tem 8 ohm e a outra tem 12 ohm. Estão
ligadas a um gerador cuja tensão é 120 V. Cada fio da instalação que liga o gerador no
paralelo das cargas tem 0,1 ohm de resistência. Determine a tensão nos terminais do
paralelo das cargas e a corrente circulante em cada carga.
________ _________ ________.
________________________________________________________________________

76
24. Associações e Circuitos Mistos ou Série-Paralelo
Estes circuitos têm resistores em série e outros em paralelo assumindo as mais diversas
formas esquemáticas. Veja um exemplo:

a) Portanto, neles ocorrerão quedas de tensão – característica série – e divisões de


correntes – característica paralela.

b) É claro que em cada grupo de resistores ligados entre si em série só poderá circular
uma única corrente. E, em cada grupo de resistores ligados em paralelo, a tensão
existente nestes resistores será a mesma.

c) A busca do chamado resistor equivalente ou total (REQ ou RT) seguirá modelo já


conhecido: nos resistores em série, usa-se a fórmula já apresentada nas associações /
circuitos série. Nos resistores ligados em paralelo, será usada uma das fórmulas já
apresentadas nas associações / circuitos paralelo. Entretanto, o resistor total só será
encontrado, de fato, na última operação. Então, nas fases intermediárias e com o uso das
fórmulas corretas, se buscará resistores equivalentes parciais ou, simplesmente,
resistores parciais. Estes poderão ser chamados Ra , Rb , Rc etc. Esta denominação tem
a finalidade, apenas, de se fazer a busca pelo RT de forma mais organizada.

d) o cálculo de cada queda de tensão nos resistores em série será feita:

d1) pela lei de Ohm: E = I . R ; O seu uso requer o cuidado de que “a E que exis-
te aqui é = a I que circula aqui vezes a R que está aqui “.
Em outras palavras: é preciso escolher a tensão e a resistência
certas para o cálculo da corrente em cada resistor. Ou ..................

d2) pela 2ª lei de Kirchhoff: ET = E1 + E2 + E3 + ....... + En ;


do mesmo modo, é necessário escolher as tensões certas para
encontrar aquela que se está buscando.

e) o cálculo de cada corrente nos resistores em paralelo se fará pela:

e1) lei de Ohm: I = E / R ; O seu uso requer o cuidado de que “a I que circula por
aqui é = à E que existe aqui dividida pela R que está aqui”. Deve-
se saber escolher a tensão e a resistência certas para o cálculo. Ou...

e2) pela 1ª lei de Kirchhoff ; IT = I1 + I2 + I3 +.........+ In; também deve-se saber escolher
os valores certos das correntes.

Obs.: Nestes exercícios, também, a Ri da fonte e a RC dos fios não será considerada.

77
f) modelo para análise (fazendo a análise, OLHE SEMPRE PARA O CIRCUITO):

o circuito dado, A e F serão os terminais a serem ligados na fonte. Fazendo uma


corrente circular de A para F, vê-se:

Uma mesma corrente passa pelos resistores 1 e 2. Logo, 1 e 2 estão em série. E, em


cada um deles haverá uma queda de tensão.

No ponto B há uma divisão de correntes – ver o nó. Estas correntes circulam de B


pelo resistor 3, de B pelo resistor 4 e de B pelo resistor 5. Reencontram-se em C, onde
há outro nó. Portanto, 3, 4, e 5 estão em paralelo. As pontas iniciais destes
resistores estão em B e as finais em C. Logo, os três estão na mesma tensão.
Enfatiza-se que 3, 4 e 5 estão em paralelo.

A corrente que sai em C circula com o mesmo valor por 6 e 7. Assim, 6 e 7 estão
ligados em série. Haverão duas novas quedas de tensão.

Após passar por 7, a corrente chega a D. Daí, divide-se em duas – ver o nó. Portanto,
o ramal que contém os resistores 8, 9 e 10 está em paralelo com o ramal que contém
os resistores 11 e 12. Há divisão de correntes e a tensão em ambos os ramais é a
mesma. .........................Uma das correntes circula de D passando por 8, igualmente
por 9 e por 10, chegando ao nó E. Vê-se que os resistores 8, 9, e 10 estão em série.
Logo, a corrente é a mesma mas, neste ramal, haverã três quedas de tensão.
.......................................A outra corrente sai de D e circula por 11 e 12 chegando ao
nó E. Como a corrente que passa por 11 é a mesma que passa por 12, conclui-se que
os resistores 11 e 12 estão em série e provocarão duas outras quedas de tensão.

Resumindo esta parte do circuito: tem-se uma tensão entre D e E. Esta tensão fará
circular duas correntes: uma pelo ramal dos resistores 8, 9 e 10 e outra pelo ramal dos
resistores 11 e 12. Estas correntes produzirão três quedas no ramal dos resistores 8, 9
e 10 e duas quedas no ramal dos resistores 11 e 12.

Do nó E a corrente circula para o terminal F, passando pelo resistor 13. Este está,
portanto, em série com a parte anterior do circuito e, também, provocará uma queda
de tensão.
Encontrar o valor do resistor equivalente deverá obedecer os seguintes passos:

78
1) calcular o Rparcial – Ra - de 3, 4 e 5 em paralelo. Guardar o valor;
2) calcular o Rparcial – Rb – de 8, 9 e 10 em série. Guardar o valor;
3) calcular o Rparcial – Rc – de 11 e 12 em série. Guardar valor
4) com o valor de Rb e de Rc – estarão em paralelo, calcular o Rparcial – Rd;
5) agora se pode encontrar o RT – como estão em série, somar 1 com 2 com Ra com
6 com 7 com Rd e com 13.

Obs.: é interessante desenhar em separado ou sobre o desenho original (com outra cor)
as modificações feitas com os nomes dados aos resistores parciais encontrados.

Algumas observações adicionais são importantes:

 A mesma corrente que passa por 1 e 2 também passa por 6 e 7 e, também, por 13. E
esta corrente é a que sai da fonte pelo terminal A: é a corrente total. E a maior queda
de tensão será produzida naquele resistor de maior valor.

 A divisão de correntes em 3, 4 e 5 é regida pelo valor de cada resistor: onde houver a


menor resistência haverá a maior corrente – e vice-versa.

 A divisão de correntes nos ramais 8 + 9 + 10 e 11 + 12 será determinada pelo


resistor parcial de cada ramal: onde houver o resistor parcial de menor valor, haverá
a maior corrente.

 Entre os pontos B e C haverá uma queda de tensão igual ao resistor parcial de 3, 4 e


5 em paralelo, multiplicado pela corrente total. Esta queda também pode ser
encontrada pelo produto da corrente de um dos três resistores pelo valor em ohm do
resistor considerado. Isto é, tensão no resistor 3 é igual a corrente que circula pelo
resistor 3 vezes o valor da resistência do resistor 3. E esta tensão é a tensão entre B
e C.

 Entre os pontos D e E haverá outra queda de tensão igual ao resistor parcial do


conjunto de cinco resistores, vezes a corrente total. Também se pode encontrar esta
queda pela soma das quedas nos resistores 8, 9 e 10 ou pela soma das quedas nos
resistores 11 e 12.

Considere os seguintes valores para o circuito dado:

E = 120 V R1 = 5 ohm R2 = 14 ohm


R3 = 15 ohm R4 = 30 ohm R5 = 40 ohm
R6 = 7 ohm R7 = 8 ohm
R8 = 12 ohm R9 = 8 ohm R10 = 20 ohm
R11= 6 ohm R12= 18 ohm R13 = 3 ohm

Determinar o resistor equivalente, todas as correntes e todas as quedas de tensão.

Para o RA: 1 = 1 + 1 + 1 = 8 + 4 + 3 = 15 Ra = 120 ..................RA = 8 Ω


Ra 15 30 40 120 120 15

79
Para os demais: RB = 12 + 8 + 20 RB = 40 Ω
RC = 6 + 18 RC = 24 Ω

RD = RB . RC = 40 x 24 = 960 RD = 15 Ω
RB + RC 40 + 24 64

RT = 5 + 14 + 8 + 7 + 8 + 15 + 3 RT = 60 Ω

A corrente total será: I = E = 120 I= 2A


RT 60

As quedas de tensão serão:

E 1 = I . R1 = 2 x 5 E1 = 10 V

E2 = I . R2 = 2 x 14 E2 = 28 V

EBC = I . Ra = 2 x 8 EBC = 16 V

E 6 = I . R6 = 2 x 7 E6 = 14 V

E 7 = I . R7 = 2 x 8 E7 = 16 V

EDE = I . Rd = 2 x 15 EDE = 30 V

E13 = I . R13 = 2 x 3 E13 = 6 V

Neste ponto, pode-se conferir se a soma de todas as quedas de tensão devido aos
resistores em série, dá a tensão aplicada. Deve-se somar:

ET = 10 + 28 + 16 + 14 + 16 + 30 + 6 = 120 V ET = 120 V

Obs.: A aplicação da 2ª lei de Kirchhoff deve ter o cuidado de somar as quedas de tensão
certas e não todas as quedas encontradas. No seguimento deste exercício serão
encontradas as quedas de tensão dentro do ramos paralelos. No caso, a divisão da
tensão EDE = 30 V em três partes num ramal e em duas partes no outro ramal. Como os 30
V já foram considerados, a soma de suas partes fará a “tensão ET dar cria”, isto é, ficar
maior do que os 120 V da fonte.
É necessário lembrar, também, que a 2ª lei de Kirchhoff poderá ser aplicada para a soma
das tensões parciais dentro do ramal paralelo. Neste caso e para o exemplo estudado, a
soma destas quedas de tensão terá o limite de 30 V – o valor da EDE.

Para determinar as quedas de tensão dentro do paralelo, ou seja, nos resistores 8 , 9 e


10 e 11 e 12 é preciso calcular, antes, as duas correntes. Portanto:

I8,9 e 10 = EDE / RB = 30 / 40 I8,9 e 10 = 0, 75 A

I11 e 12 = EDE / RC = 30 / 24 I11 e 12 = 1, 25 A

Uma conferência útil: a soma das duas correntes é igual à total: 2 A.

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As quedas que faltavam são:

E8 = I8,9 e 10 . R8 = 0, 75 x 12 E8 = 9 V

E9 = I8,9 e 10 . R9 = 0, 75 x 8 E9 = 6 V

E10 = I8,9 e 10 . R10 = 0, 75 x 20 E10 = 15 V

E11 = I11 e 12 . R11 = 1, 25 x 6 E11 = 7, 5 V

E12 = I11 e 12 . R12 = 1, 25 x 18 E12 = 22, 5 V

Somando-se as tensões 8, 9 e 10 encontramos os 30 V da E DE. O mesmo ocorre se


somarmos as quedas de tensão 11 e 12. Portanto, é outra conferência útil.

As correntes entre B e C serão:

I3 = EBC / R3 = 16 / 15 I3 = 1, 07 A

I4 = EBC / R4 = 16 / 30 I4 = 0, 53 A

I5 = EBC / R5 = 16 / 40 I5 = 0, 40 A

A soma das três correntes é igual a 2 A, que é a total. Logo, outra conferência útil.
___________________________________________________________________
Obs.:
Nos circuitos mistos não há uma regra para definir se sua resolução deve começar
pelos resistores em série ou pelos resistores em paralelo. Cada circuito deve merecer
uma análise adequada e, a partir daí, se definir por onde é mais conveniente começar a
resolução.
É certo, no entanto, que só se pode envolver resistores que estão interligados
APENAS EM SÉRIE ou APENAS EM PARALELO. Veja os casos:

81
O reconhecimento de como os resistores estão interligados será facilitado “fazendo-se de
conta” que uma corrente de determinado módulo está circulando:

 Sempre que este valor de I “passar” por dois ou mais resistores sem sofrer
alteração no seu módulo, isto é, sem sofrer redução de valor por haver um
desvio de corrente (um nó ou derivação), os resistores estarão em série.. É
como se um cano de água tivesse diversas emendas (cada emenda
representaria um resistor). A mesma água passa por todas as emendas.
Não há, nesta linha, nenhum “Tê” que possa desviar a água por outro
caminho.
Lembre, ainda: os resistores em série produzirão quedas de tensão – uma
em cada resistor em série.

 Sempre que aquele valor de corrente se defrontar com mais do que um


caminho, encontrar um nó ou derivação, irá se dividir. E, naturalmente, após
passar dividida por estes “sub-caminhos”, irá se reunir no nó seguinte. Como
a corrente se dividiu, os resistores estarão em paralelo. Na comparação
com canos de água, foi encontrado um “Tê” que dividiu o fluxo de água.
A tensão que “empurra” a corrente que se dividiu, é a mesma, isto é, entre os
dois nós há uma só diferença de potencial.

É necessário lembrar que há muitos desenhos de circuitos vistos em livros,


apostilas, na Internet etc, que não tem o ponto indicativo de nó. É um erro
praticado pelos autores, já que a ABNT define a necessidade do ponto
quando há ligação elétrica entre os condutores. Este erro não invalida a
existência da divisão de correntes.
___________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 15

Cálculos em Circuitos Mistos


Instruções:

Resolva todos os exercícios dados no verso das folhas. Redesenhe os circuitos antes de
iniciar os cálculos; e, SEMPRE, examine o desenho! Analise: há coerência dos
números com o que mostra o circuito ?

a) Determine o valor do resistor equivalente ou total:

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83
84
25. Noções de Pilhas / Baterias / Acumuladores + suas Associações

Pilhas são geradores de tensão do tipo contínua a partir de reações químicas. Convertem,
portanto, energia química em energia elétrica.
São constituídas de dois eletrodos de elementos químicos diferentes e de um eletrólito
líquido ou pastoso (gel ou assemelhado) que é um reagente químico. Colocados em
contato físico entre si, um dos eletrodos remove elétrons do eletrólito, ficando com eles
em excesso: eletricamente (–). O eletrólito reage, então, com o outro eletrodo retirando-
lhe elétrons até que se torne novamente eletricamente neutro. Este outro eletrodo fica
eletricamente (+). A reação química entre os três elementos atinge, após um tempo, uma
estabilidade. Cessa a reação química entre suas partes. A pilha apresenta então, sua
tensão nominal a vazio – a chamada FEM.
Sendo ligada a um circuito fechado a FEM fará circular uma corrente, em acordo a lei de
Ohm. A reação química volta a ocorrer e permanece enquanto o circuito estiver fechado e /
ou até que a pilha esgote sua capacidade de promovê-la.

Pilhas Primárias são aquelas cuja reação química ocorre apenas liberando elétrons, ou
seja, apenas na denominada reação de descarga. Em outras palavras, são as não
recarregáveis. Nestas ocorre um desgaste físico num dos eletrodos o que o torna, em
função do seu uso e após determinado tempo, inservível.
Como exemplo, as pilhas de eletrólito ácido chamadas popularmente de “comuns”. Tem
preço reduzido, vida não muito longa e uso em rádios portáteis, lanternas, calculadoras
etc. Existem também as chamadas alcalinas (eletrólito alcalino), cuja vida útil é bem mais
longa e preço superior. Seu uso é similar às ácidas.

Pilhas Secundárias são aquelas cuja reação química é reversível. Ao fazer a reação de
descarga fornece elétrons e se descarrega. Ao receber elétrons a reação química se
reverte e ela se carrega, isto é, acumula energia elétrica na forma química. O desgaste
físico destas pilhas ocorre, em uso adequado, após mais de quatro anos.
São de dois tipos. Com eletrólito ácido – aplicadas em automóveis, motocicletas,
subestações, sistemas de atendimento elétrico de emergência – No-breaks e similares. E
com eletrólitos alcalinos – aplicadas em navios, aviões, trens, telefones celulares, também
em sistemas de emergência, subestações e usinas de geração elétrica etc. Seu custo é
diferenciado conforme os materiais constituintes, com sua qualidade e vida útil.

Pilhas Secas são aquelas cujo eletrólito é pastoso. É bom caracterizar que o eletrólito
sempre deverá estar úmido para que a pilha funcione. A denominação “Seca” exprime o
significado de que o eletrólito não é líquido.

Pilhas Úmidas são as que têm o eletrólito líquido. Atualmente também é usado um gel.

Bateria é o nome que se atribuiu a uma “pilha de pilhas”, ou seja, é o nome de um


conjunto de pilhas primárias ou secundárias, ligadas entre si em série ou em série –
paralelo e colocadas todas na mesma caixa / recepiente / invólucro. A bateria fornece
tensões / correntes maiores do que uma pilha individual.

Acumulador é uma denominação mais comumente usada para as pilhas secundárias de


tamanho maior – como as de uso automotivo, em subestações etc.

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Dados Técnicos ou “Dados de Placa”

a) FEM – Força Eletro-Motriz: é a tensão da pilha na condição a vazio, sem fornecimento


de corrente. São valores em Volt, padronizados, em função do seu tipo e aplicação. Como
exemplos:
1, 5 V – pilhas primárias ácidas ou alcalinas
3, 7 V – pilhas secundárias alcalinas (baterias de telefones celulares)
4, 8 V - pilhas secundárias alcalinas (baterias de telefones celulares mais antigos)
6, 0 V - pilhas secundárias ácidas (de uso automotivo – modelos antigos)
9, 0 V - pilhas primárias alcalinas ( de uso em multímetros, rádios-relógio etc)
12, 0 V- pilhas secundárias ácidas e alcalinas (de uso automotivo, subestações etc).

Obviamente há outros tipos com tensões diferentes e usos variados.

b) Capacidade – Valor expresso em Ampère x Hora (Ah) – diz-se “ampèrehora” – que


caracteriza a capacidade teórica que a pilha tem de fornecer corrente elétrica ao longo do
tempo. Este número está relacionado com o tamanho físico dos seus eletrodos e do
volume do seu eletrólito além, é claro, da qualidade dos materiais empregados e dos
cuidados na fabricação. Para pilhas pequenas a capacidade será expressa em mili-
ampère.hora – por exemplo, 800 mAh - capacidade de uma pilha primária ácida “comum”,
tamanho grande. Para pilhas secundárias ácidas de uso automotivo, a conhecida bateria
do carro, a capacidade poderá ser 55 A.h – de uso num Gol ou equivalente. E,
teoricamente, este número informa que a bateria é capaz de:

- fornecer 50 A durante 1 hora ............ (50 A.h = 50 A x 1 h) ou


- fornecer 100 A durante ½ hora ..........(50 A.h = 100 A x 0,5 h) ou
- fornecer 0, 5 A durante 100 h ............(50 A.h = 0, 5 A x 100 h) etc.

A capacidade admite diversas combinações desde que o produto corrente x tempo seja
igual aquele especificado. Ficam duas ressalvas:

b1) Todas as pilhas têm uma resistência interna constituída pela resistência elétrica
dos materiais envolvidos mais as resistências de contato físico entre eles.
Simplificadamente: é um conjunto de resistências em série. Em pilhas novas, as
primárias têm resistência interna de ± 0,5 ohm; as secundárias têm resistência interna
menor – na casa dos mili-ohm. Essa resistência não é fixa e cresce com o uso e o
desgaste da pilha, o que acaba reduzindo sua capacidade de fornecer corrente. Lembrar
que a resistência interna produz uma queda de tensão dentro da pilha, ou seja, a tensão
com carga é ECARGA = FEM – I . Ri - (I. Ri é a queda de tensão interna). A definição da
capacidade não envolve a perda devido à resistência interna da pilha.

b2) As pilhas / baterias têm uma corrente limite capaz de fornecer, logicamente por
um intervalo bem curto de tempo. Muitas informam este dado.

Polarização é o nome que se dá a um efeito colateral resultante das reações químicas


de descarga das pilhas. Formam-se, a partir delas, subprodutos depositados sobre um
dos eletrodos e que dificultam o contato elétrico entre o eletrodo e o reagente – ocorre
um aumento na resistência interna da pilha / bateria diminuindo a tensão disponível para
o circuito. Com o objetivo de atenuar este efeito são adicionados, pelos fabricantes,
despolarizantes químicos.

86
Exemplos de Composição de Pilhas / Baterias

a) Pilha Primária Zinco-Carbono de Base Ácida é a chamada pilha “comum”, pilha Seca,
muito utilizada em rádios, calculadoras, relógios de parede, lanternas etc. Tem formato
cilíndrico.

# Seu eletrodo (+) é um bastão de carbono montado no meio de um cilindro;


# Seu eletrodo (–) é um tubo, um cilindro de zinco;
# Em contato com o carbono e o zinco está o eletrólito, uma pasta úmida de cloreto de
amônia (N H4 Cl) ou cloreto de manganês (Mn Cl2).
# O despolarizante é bi-óxido de manganês (Mn O2)

# Nas reações de descarga – fornecendo elétrons / corrente – o zinco se decompõe em


cloreto de zinco, que passa a fazer parte do eletrólito. O desgaste do zinco diminui a vida
útil da pilha.
# Não é recarregável e tem FEM = 1, 5 V
# Sua capacidade é da ordem de até ± 800 mAh para a pilha de tamanho grande.
# É produzida em três tamanhos: grande, média e pequena.
# Tem preço baixo e vida útil mais curta
# Ao final da vida útil, com frequência, apresenta vazamento do eletrólito que, por ser
ácido, é bastante corrosivo.
# Choque térmico – aquecer - “colocar na chapa do fogão” - ou resfriar – “colocar no
freezer” - dão uma pequena sobrevida à pilha gasta pela “quebra” de parte das cadeias de
polarização que se formaram na pilha ao longo do uso.

b) Pilha Primária Níquel-Cádmio de Base Alcalina é a versão de maior duração e preço


mais alto da pilha comum. Usa outros materiais como eletrodos e eletrólito. Tem a mesma
FEM = 1,5 V, capacidade semelhante mas, mais prolongada, quatro tamanhos – palito,
pequena, média e grande, além de alguns formatos diferentes do cilíndrico. É o caso da
pilha retangular de 9, 0 V (na verdade, uma bateria formada por seis pilhas de 1, 5 V cada,
ligadas em série e acomodadas no mesmo invólucro). Há, também, as de formato de disco
para uso em calculadoras, relógios etc. Não são recarregáveis.

c) Pilha Secundária Chumbo-Ácida é a chamada bateria de uso automotivo, também de


uso em outros tipos de veículos, em subestações, sistemas de emergência etc. Tem
elevada capacidade de carga, pode fornecer corrente acima de 150 / 200 A com facilidade
– é claro que por tempos curtos como na partida de um carro / caminhão – e durabilidade
média de quatro / cinco anos. Seu custo é acessível. Tem FEM = 12 V, capacidade de até
± 200 Ah (de uso em ônibus / caminhões) e é constituída por seis células / vasos.

Cada vaso tem diversas placas intercaladas na ordem: placa de chumbo / lâmina isolante /
placa de peróxido de chumbo / lâmina isolante / placa de chumbo etc. A placa de chumbo
é (–) e a de peróxido é (+). Cada par de placas chumbo / peróxido produz de 2, 0 a 2, 2 V.
Os diversos pares são ligados em paralelo dentro do vaso – assim tem-se a FEM = 2, 2 V
e a soma das capacidades dos diversos pares de placas contidos no vaso. As seis células
/ vasos são interligadas em série – daí somam-se as tensões gerando a FEM = 12 V da
bateria (± 13,2 V quando bem carregada) – e se mantém a capacidade obtida em cada
vaso. Se deduz, por consequência que a capacidade em Ah de uma bateria é definida pela
quantidade de placas contidas em cada vaso – mais placas....maior capacidade. O
eletrólito é uma solução de água destilada misturada com ácido sulfúrico. Os modelos mais

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antigos tinham os vasos fechados por pequenas tampas providas de um suspiro e
roscadas na caixa do vaso. No seu trabalho de carga / descarga se produz calor que fazia
a água evaporar pelos suspiros exigindo controle do seu nível e, se necessário, reposição.
Por água destilada. Atualmente a maioria das baterias são seladas – sem contato com o ar
ambiente. Portanto, não perdem a água.
Por serem pilhas Secundárias são recarregáveis.

Também por serem de elevada capacidade podem ser danificadas em caso de uso
inadequado tal como: exigência de corrente muito elevada em intervalos muito curtos ou,
num processo de recarga, descontrole do tempo em que a corrente de recarga é fornecida
– tempo excessivo - ou valor muito alto da corrente de recarga somado a um eventual
excesso de tempo. Nos três casos citados, é muito grande a geração de calor nas placas o
que pode deformá-las, danificando os isolantes. Como consequência podem ser curto-
circuitadas gerando-se ainda mais calor.
Tende a haver, também, desagregação da massa de peróxido, que cai da placa base,
junta-se no fundo da caixa dos vasos e pode curto-circuitar as placas por baixo. O calor
gerado, ainda, aumenta a pressão interna na bateria contribuindo para a deformação do
conjunto. Não são poucos os casos em que a bateria chegou a explodir ou trincar a caixa
fazendo vazar o eletrólito. E o ácido sulfúrico é bastante corrosivo.

d) Pilha Secundária de Base Alcalina são as baterias de duração maior - acima de dez
anos - mais pesadas, de custo e peso maior devido aos materiais empregados. Sua
utilização é mais frequente em trens, navios, aviões mais subestações, usinas de geração
elétrica e sistemas de emergência mais sensíveis.

e) O desenvolvimento tecnológico propiciou o surgimento de pilhas Secundárias /


baterias de dimensões menores como é o caso das de níquel metal hidreto e das de íons
de lítio utilizados em telefones celulares. Também as de íons de lítio de uso em
automóveis elétricos e outros.

11. Associação de Pilhas / Baterias

Observação importante: As regras, as características vistas nas associações em série,


em paralelo e na forma série-paralela com resistores valem para as associações com
pilhas / baterias. Por serem fontes de tensão / corrente, no entanto, o usual é associar
pilhas / baterias de mesma tensão e capacidade. O uso de fontes diferentes pode levar a
eventuais danos se não forem tomados cuidados especiais.

a) Ligar pilhas / baterias em série é a forma de se obter tensão mais elevada mantendo-
se, na associação, a capacidade de uma pilha / bateria. Para somar as tensões individuais,
liga-se o (–) da primeira no (+) da segunda, o (–) da segunda no (+) da terceira etc. Os dois
terminais da associação serão o (+) da primeira e o (–) da última. Exemplos:

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89
d) A resistência interna da associação segue as regras de cada ligação:

d1) Em série somam-se as tantas resistências internas quantas pilhas / baterias foram
interligadas.

d2) Em paralelo, como são resistências internas iguais, divide-se o valor de uma delas
pela quantidade de pilhas / baterias interligadas.

d3) Em série-paralelo, somam-se as tantas resistências internas ligadas em série em uma


das colunas. Esta será a Ri de qualquer uma das colunas. Então, divide-se este valor pela
quantidade de colunas ligadas em paralelo.

e) Erros de ligação e consequências

e1) Se numa ligação em série de duas ou mais pilhas / baterias for invertida a ligação de
uma delas, perdem-se duas tensões, isto é, a tensão da pilha invertida anula a tensão de
uma pilha boa.

e2) Se numa ligação em paralelo de duas ou mais pilhas / baterias for invertida a ligação
de uma delas, fecha-se um circuito entre a pilha invertida e a certa (ou as certas) e passará
a circular uma corrente entre elas. Esta corrente descarregará completamente a pilha
invertida – podendo gerar-lhe até danos definitivos – além de retirar, das pilhas ligadas de
forma certa, carga que não estará disponível para o circuito externo. Em outras palavras,
as pilhas certas usarão a pilha invertida como carga (como consumidor, como se fosse um
aparelho elétrico qualquer).

e3) Para uma ligação mista deve-se estender as consequências enumeradas em cada
caso anterior.

________________________________________________________________________

Exercício de Fixação Nº 16
Pilhas / Baterias e suas Associações
Questionário: Responda, no verso das folhas, as questões seguintes:

01) O que diferencia, basicamente, a pilha Primária da Secundária ?


02) A chamada pilha Seca é, de fato, seca ? Se não for, por que o nome Seca ?
03) Relacione, com seus nomes técnicos, os três componentes de uma pilha.
04) O que significa o termo “bateria” ?
05) O que significa o termo “acumulador” ?
06) Relacione três valores de FEM de pilhas utilizadas hoje em dia.
07) Os eletrólitos das pilhas têm duas características químicas diferentes. Quais são ?
08) Das pilhas primárias uma delas tem vida útil mais longa. Qual é ?
09) O que significa o termo “capacidade” da pilha / bateria e qual a sua unidade ?
10) O que significa o termo “célula” de uma bateria e qual seu sinônimo elétrico ?
11) Numa bateria chumbo-ácido está escrito 45 Ah. O que significa este número ?
12) Qual a pilha, entre Primária e Secundária, que tem um eletrodo corroído ?
13) Se uma bateria, em tese, fornecesse 5 A durante 12 horas, qual sua capacidade ?

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14) Duas pilhas podem dobrar a tensão de uma. Como elas deve ser interligadas ?
15) Como devem ser interligadas duas pilhas para que a capacidade de cada dobre ?
16) Do que é composto o eletrólito de uma bateria automotiva ?
17) Qual o risco conhecido em fazer aquecer em demasia uma pilha / bateria ?
18) Quatro pilhas de 1, 5 V cada, todas novas e boas foram ligadas em série.
Entretanto, a tensão medida entre os dois terminais da associação foi de, apenas,
3, 0 V. Qual deve ter sido a causa do problema ?
19) Duas pilhas / baterias chumbo-ácido de 45 Ah / 12 V cada, ambas usadas, foram
ligadas em paralelo e conectadas a um circuito. Após um pequeno tempo de uso foi
desligado o interruptor e o circuito ficou aberto. Dois dias depois, fechado o
interruptor nada funcionou. Testadas, uma das baterias estava completamente sem
carga e a outra com carga muito baixa. Qual a provável causa sabendo-se que
ambas as baterias, recarregadas, estavam em estado de novas ?
20) Necessita-se, com bastante urgência, de 60 VCC / 200 Ah. Foram associadas vinte
baterias “novínhas” de 12 V / 50 Ah cada na forma de quatro colunas em série com
cinco baterias em cada coluna. As três primeiras colunas foram conectadas em
paralelo sem problemas. Ligou-se, então, o cabo (–) da quarta coluna na
associação. Ao se ligar o cabo (+) ocorreu um arco elétrico entre o terminal do cabo
e o terminal (+) da associação. Imediatamente foi desfeita esta última conexão e
procurada a causa do arco elétrico. Pense e descreva a mais provável causa do
problema havido.
________________________________________________________________________

Associe pilhas / baterias conforme pedido, fazendo os esquemas elétricos


demonstrativos.

1. Usando pilhas 1,5 V / 500 mAh obtenha:

1a) 12V / 0, 5 Ah

1b) 4, 5 V / 500 mAh

1c) 3, 0 V / 0, 5 Ah

1d) 1, 5 V / 4 Ah

1e) 1, 5 V / 1. 500 mAh

1 f) 1, 5 V / 2 Ah

2. Usando baterias 12 V / 45 Ah, obtenha:

2a) 24 V / 90 Ah

2b) 60 V / 270 Ah

2c) 120 V / 450 Ah

2d) 36 V / 225 Ah
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