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Plano de Aula – L. J.

Macfarlane

Monitora: Rebeca Souza Rocha

 O que é contratualismo?

Os contratualistas procuram explicar os motivos pelos quais os homens se


organizariam em sociedades políticas. Para tanto, cada um deles concebe o que entende
como estado pré-social, estabelecendo uma relação entre as condições presentes no
estado de natureza e a formação dos Estados. Ou seja, delineiam uma linha de
pensamento que consiste, na ordem:

O que é o estado de natureza  Como os homens vivem no estado de natureza 


Condições de Transição  Formação do Estado Moderno

 Hobbes:

1. O que é o estado de natureza? É um estado de guerra de todos contra todos. O


estado de guerra não é apenas o ato de lutar, mas a disposição para tal.

Guerra de todos contra todos = Direito a todas as coisas

2. Como os homens vivem no estado de natureza?

2.1. Razão: O homem no estado de natureza não é completamente racional,


pois se deixa dominar pelos seus apetites, desejos e aversões. Seus movimentos são

Voluntários: satisfazer seus desejos e apetites;


Involuntários: anular suas aversões e ódios.

Ademais, é importante falar que, para Hobbes, a razão não é uma graça divina,
mas a recompensa daqueles que a buscam verdadeiramente. #aleluia #irmaos

2.2. Justiça: A noção de justiça (dar a cada um o que lhe pertence) não existe
justamente porque não é possível estabelecer o que pertence a cada um.

2.3. Desejo do poder pelo poder: O homem inimigo do próprio homem. – Todos
podem aspirar aos mesmos benefícios.

3. Qual é a solução para o caos?

O contrato (TCHRAMM): O desejo pela paz e pela segurança leva os homens a


renunciarem o direito a todas as coisas. É uma transferência mútua de direitos entre
indivíduos. Olha o homem começando a usar a cabeça aí.

3.3. Leis que garantam o cumprimento dos contratos. São balizadas na


autopreservação, claro, não tá aqui só porque é bonitinho.
3.3.1. Todos os homens devem procurar a paz enquanto tiverem esperança de
obtê-la. Quando não puderem alcança-la devem utilizar todos os auxílios da guerra.

3.3.2. Devemos estar prontos a abandonar nossos direitos a todas as coisas.

3.3.3. Os homens devem cumprir todos os contratos que fazem.

3.4. O Leviatã: é fruto do contrato e é por isso que o Estado não está obrigado à
sociedade. Ele toma para si todos os direitos e a capacidade destrutiva dos indivíduos,
limitando sua natureza compulsiva. A reserva a respeito de direitos específicos abriria
espaço para novas disputas. O Leviatã resume a pluralidade de vozes a uma só vontade.
#poder comum que assegura a obediência #responde-se a Deus

Hora de dar uma olhada no relógio e, se com tempo tranquilo, falar das
inconsistências que Macfarlane coloca contra Hobbes.

 Locke:

1. O que é o estado de natureza? Um lugar onde os indivíduos gozam de liberdade


perfeita para agir e dispor de seus corpos da maneira que lhes aprouver ~hmmm sem
depender da vontade de nenhum outro homem. Os homens vivem em unidades
familiares gozando de direitos de propriedade bem estabelecidos e reconhecidos.
Resumindo, é um lugar que os homens poderiam viver se não fossem desviados pelas
paixões e pela parcialidade.

2. Como os homens vivem no estado de natureza? Têm-se recíprocos poderes e


jurisdições e a tendência à preservação da vida. O homem vive sob os ditames da razão,
sem uma autoridade terrena. É um conceito ampliado que também pode explicar um
estado em que os homens simplesmente não possuem uma autoridade comum.

Constante risco de se cair em um estado de guerra 

3 “faltas” do estado de natureza

1.1. Parcialidade: Cabe interpretação das leis da maneira que mais lhe
convêm.
1.2. Instabilidade da propriedade privada: os homens não encaram a
propriedade privada com equidade e justiça.
1.3. Parcialidade + Instabilidade: constante risco de se cair em um estado de
guerra.

Para ele, são essas três “faltas” colocadas no enunciado que tornam as condições
do estado de natureza maléficas sendo estas as maiores incentivadoras para que os
homens, a partir do acordo e do consentimento, sejam conduzidos à sociedade.

3. O contrato: Os indivíduos só aceitam se submeter a uma comunidade e abrir mão de


suas liberdades ilimitadas por causa da paz, segurança e conforto que tais renúncias lhes
proporcionarão. É com essa intenção que se estabelece o ato do consentimento – do
contrato social – entre indivíduos, de forma a evitar uma situação desvantajosa ou
indesejável. Para Locke, essa seria a única base da obediência política. Afirma também,
que esse consentimento deve ser renovado a cada geração.

4. Estado de natureza e estado de guerra: é importante salientar a diferença entre


estado de guerra e estado de natureza para Locke. O estado de natureza já foi
abordando, então o estado de guerra seria, nesse contexto, o propósito declarado de se
usar força sobre outrem, sem nenhuma autoridade a qual se possa recorrer. #estado de
guerra em uma sociedade civil

 Rosseau:

1. O que é o estado de natureza? Um longo e penoso processo de mudança, que


culmina na criação de sociedades civis. As primeiras alterações resultam do contato
com os semelhantes em decorrência do crescimento geográfico.

2. Como os homens vivem no estado de natureza? O homem é naturalmente bom


nesse contexto, a sociedade que o deturpa. O homem não é dotado de razão e é
inconsciente às leis da natureza. É justamente por não ser dotado de razão que o homem
é completamente livre. Este indivíduo vive solitário  é tímido  e indolente  e busca
satisfazer apenas satisfazer suas necessidades básicas. É o homem como deveria ser e
não como realmente é. Esse homem tem DOIS INSTINTOS BÁSICOS:

2.1 Amour de soi: auto-interesse esclarecido. Expressa a ânsia pela sobrevivência,


constituindo a fonte de tudo que tem valor na vida.

1.2. Amour propre: interesses egoístas, sendo a forma degenerada do primeiro.

O abismo entre essas duas qualidades gera a instituição da propriedade. A partir disso,
tem-se a ambição de superar seus semelhantes. #rivalidade #de #interesses #recalque

Hora de olhar o cronômetro e ver se dá para falar sobre a visão de Macfarlane


sobre essa etapa em, que segundo ele, há um estado de guerra tal qual o hobbesiano. Ele
identifica, também, um cenário de relações sociais semelhantes à que Locke descreve no
estado de natureza.

3. Críticas: Olha, os outros pensadores não escreveram sobre o homem no estado de


natureza, mas sobre o próprio homem social. Isso porque transferiram para o estado de
natureza vícios e paixões característicos do homem social. #segura #hobbes

4. O homem natural é impelido por dois instintos:

4.1 Autopreservação: fonte do amour de soi. Enquanto em outras criaturas essa


faculdade é instintiva, no homem está sujeita a sua vontade.

Diferenciação com relação aos animais

4.2. Compaixão: também é um instinto pré-racional e dela nasceram todas as


virtudes sociais, como a generosidade, a clemência, benevolência e amizade. Controla e
restringe a ânsia de autopreservação quando ela se faz a expensas de outrem, bem como
provocando a preocupação para com os sofrimentos das outras criaturas.

Capacidade de autoaperfeiçoamento em condições favoráveis 

5. A solução: Foi encontrada pelos ricos e corruptos uma saída que os favorecesse.
Persuadiram-se os pobres e miseráveis que o estabelecimento de instituições políticas
garantiria a paz e a justiça. #interesses em detrimento de outrem

É criticável a passividade dos homens diante da tirania #redenção dos homens #aleluia

DIQUINHAS – EBAAA

Alguns monitores preferem, ao invés de dividir por autor, dividir por categorias.
Por exemplo: a concepção de indivíduo para Hobbes, Locke e Rousseau; O estado de
natureza para Hobbes, Locke e Rousseau; etc. É algo muito pessoal meu, mas eu acho
que fica mais confuso explicar assim. Se você acha que vai conduzir bem melhor a sua
aula dando o conteúdo em outra forma esquemática, por favor, faça. Não se atenham
demais em fazer algo exatamente igual ao meu, o que importa é cobrir o essencial do
texto!

Ah, recomendo fortemente a leitura do gabarito dos exercícios de Macfarlane!


Acabei colocando respostas mais extensas, aí fica bem legar para dar uma revisada. E,
por último, fiz um plano de aula mais cansativo porque é o estilo que prefiro para
estudar. Mas fiz uma versão compilada que está na próxima página, só em tópicos  Aí
qualquer coisa voltem na estrutura mais detalhada para da um check.

Tem alguns detalhes que estão só nos slides e que eu não coloquei aqui no plano,
ou seja, coisas que os alunos vão anotar já sabendo o que é. Um exemplo são as
características mais detalhadas que eu coloco no slide de Hobbes de “medo” incerteza
do que é bom e mal, etc. Deem uma olhada também.

Beijos e boa sorte galera, tenho certeza que a gente vai arrasar nessa aula! Só não
esqueçam que são 12 minutos e que, do plano de aula para o que falamos em sala, uma
simplificação ajuda os alunos demais da conta 
PLANO DE AULA – VERSÃO EM TÓPICOS

 O que é contratualismo?

 Hobbes
 Estado de natureza: Guerra de todos contra todos; Direito a todas as coisas;
 Como os homens vivem no estado de natureza: tipos de movimentos; razão;
 Desvantagens do estado de natureza: poder pelo poder; a questão das leis;
 O contrato: O que é Leviatã; três leis da natureza;

 Locke
 Estado de natureza: liberdade; propriedade privada;
 Como os homens vivem no estado de natureza: razão; as 3 “faltas”
 O contrato: motivos; renovação do consentimento;
 Estado de natureza e estado de guerra: qual o diferencial?

 Rousseau

 Estado de natureza: processo longo e doloroso


 Como os homens vivem no estado de natureza: bom, satisfaz necessidades básicas; 2
instintos.
 Crítica de Rousseau aos outros contratualistas;
 A autopreservação e a compaixão como faculdades tipicamente humanas –
aperfeiçoamento;
 O contrato: Criação por corruptos e ricos que se valem da insígnia de paz e segurança;
 A possibilidade de redenção do homem – o teor moralista da teoria de Rousseau;

Desvantagens pontuadas por cada autor  Criação do contrato

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