r e v i s ta

vol I | 1º semestre | 2017

 E N T R E V I S TA R E A L I Z A DA E M A B R I L D E 2 0 1 7
EDIÇÃO: LES COEURS NOIRS | FOTOS: GIL INOUE
“Música é muito
O que ela cantava?

forte e samba
CRIOLO:
Cantava serestas, modas de viola, samba, forró... Ela gostava de
muita coisa, sobretudo músicas da época da mãe dela, que me

é algo muito
levavam pra um outro lugar. Enquanto em 1982 eu queria imitar
a minha mãe cantando, minha mãe estava imitando a mãe dela. E
minha mãe nasceu em 1950, então imagino que o que ela cantarolava

especial pra nós,

em 1985 para mim, eram canções que ela escutou em 1960. Tudo
começa dali, um tanto dali também. Não tem como desgrudar

pra todo nosso

uma coisa da outra. O que acontece é que eu recebi de presente
do universo um disco chamado “Ainda Há Tempo” que foi lançado
em 2006 e depois eu tive um outro presente da vida, do mundo,

povo, pra nossa

no momento de gravar o “Nó na Orelha”, e depois “Convoque seu
Buda”. E mais um outro disco do “Ainda Há Tempo” de celebração
de 10 anos desse primeiro. Mas não tem como você ficar falando

cidade, pra
de um álbum como se fosse um objeto, como se fosse recortes de
uma mobília. Quando eu cito esses marcos da minha vida, o que me
vem são todas as pessoas que estão comigo, todas as energias e

minha família”
as coisas que fizeram com que elas acontecessem. Um disco é um
frame, é um recorte de muita coisa vivida, de muita coisa pensada,
de muito choque. Depois do “Convoque Seu Buda”, eu acredito que

Quando e como nasceu a vontade de gravar “Espiral de

Ilusão”? Por que o samba e como foi a trajetória desse
álbum?
CRIOLO:
Sempre tive um carinho muito grande por samba e um desejo muito
grande de um dia gravar um disco de samba. Lógico que eu dividia
isso com muitas pessoas do meu convívio, desse meu sonho, mas
nunca levei muito pra frente. Entendia: “quem sou eu pra fazer um
disco de samba?”. Claro, sou brasileiro, e se eu gosto de samba, e
se vou fazer respeitavelmente, não há problema algum. Ao mesmo
tempo, acredito que eu tinha que sentir dentro de mim o momento
certo de poder me permitir viver isso. Porque é muito sério e é muito
forte, não é qualquer coisa, sabe? Música é muito forte e samba é
algo muito especial pra nós, pra todo nosso povo, pra nossa cidade,
pra minha família. Mas não tem como falar desse momento, do
agora, e ignorar aqueles que o antecederam. Os momentos em que
eu estava lá no barraco, lá na Vila São José, no Jardim das Imbuias
e minha mãe cantava… E eu queria cantar, queria copiar a voz dela,
copiar o jeito dela de cantar. Então tudo começa ali.
 “Um disco é um
algo aconteceu em mim e acho que veio junto também o fato de
eu estar me percebendo como alguém que está envelhecendo. Eu

frame, é um
também estava numa transição de alguém que estava alcançando
seus 40 anos de idade. E o Dandan sempre fala pra gente que a arte
nos deixa jovens. Nossa arte nos deixa jovens, mas fisicamente e até

recorte de muita
com esse pensar do seu dia-a-dia. Porque você é total, todo mundo
é um ser total, ninguém é só aquilo que o olho do outro vê. Se uma
pessoa é professora, ela é mil outras coisas também. Das coisas

coisa vivida,
que me visitavam, dos sentimentos que me visitavam, tantas poesias,
versos da minha vida, houve um outro tipo de construção, ou uma
falta de construção, que também reverbera em outras situações.

de muita coisa
Eu tenho uma sorte muito grande de ter pessoas muito sensíveis
ao meu lado, que ao perceberem isso, juntaram esse recorte de

pensada, de
momento com o meu desejo antigo de ter uma celebração de 10
anos do meu disco de rap, o “Ainda Há Tempo”. Isso trouxe uma
energia muito grande pra todo mundo, muita felicidade pro nosso

muito choque.”
coração, como também trouxe questionamentos, dor, cheiros e
sabores do que a gente viveu há 15 anos. Tudo isso me deu uma nova
oportunidade de continuar a respirar, pensar e viver 24 horas o
que eu mais amo, que é música. Agora eu estou no desdobramento
desse novo momento, ou desse momento, não sei se posso falar
novo porque a gente está em construção e desconstrução todos
os dias, ainda que não haja uma régua pra medir ou uma pontuação
pra fazer. Eu tinha vontade de fazer mais sambas e um álbum disso,
mas a vida vai cuidando das coisas. Eu lembro que no “Nó na Orelha”
eu quis fazer um disco só de samba também. Muita coisa me visitou e
desaguou em forma de samba sem que eu pedisse. Elas começaram
a ser um martelo e um formão, que visita a carne e o coração. Veio
tudo pra mim, em samba, sem eu pedir. As pessoas sentiram mais
uma vez essa força, entenderam e me ajudaram também a entender
que esse era o momento de deixar pra vida essas emoções. Não foi
arquitetado como uma manobra, mas simplesmente tomou conta
de todo mundo e as pessoas respeitaram muito, sangraram junto e
estão vindo comigo. Esse álbum é isso e mais um tanto de coisa que
eu não consigo verbalizar.

E qual sua história dentro do samba, do Pagode da 27,

por exemplo, e outros momentos em que o samba esteve
presente de forma marcante?
CRIOLO:
Eu sempre fui muito tímido. E desde os 11 anos de idade minha
vida era rap, rap, rap. O rap, uma coisa de rock’n’roll, as bandas
brasileiras, as bandas de Brasília que conquistaram todo mundo
“O samba não
é quando você
quer, não é
na hora que
você quer. É
quando o seu
coração está
preparado.”
- e eu também, nossa senhora, aquilo era demais. Mas sempre o CRIOLO:
samba estava presente: por amigos, pelos meus pais, pelas pessoas A força da música, a força dos instrumentos, a força do texto... está
dos barracos vizinhos… O samba que descrevia o nosso cotidiano, tudo ligado. Eu não sei o que seria da minha vida sem o rap, eu não
a nossa malandragem. É uma relação que está ali. Samba está ali existiria, não respiraria, não iria saber conversar com ninguém, não
pra todo mundo e vai do momento de cada um. E eu, aos poucos, iria saber nada. Porque uma música não é só uma música, é toda uma
fui me aproximando, do meu jeito. Quando fui ver, eu já tinha sido energia que todas as pessoas emanam naquilo que amam. O samba
acolhido pelo Pagode da 27, que para mim está entre os grandes também é assim. Eu posso não ficar falando, mas posso dividir o
encontros de compositores do nosso país. Fui acolhido naquela que sinto. Quando nos emocionam, nos emocionam, não tem como.
gama de compositores e talvez por termos crescido no mesmo Não dá pra forjar emoção, ela vai até a esquina.
bairro e passarmos pelas mesmas coisas, a gente se entende no
olhar e nessa construção de texto. Porém o samba vem também O que é para você “Menino Mimado”, o primeiro single
de todos os encontros de família, de todos os encontros que as
rodas de samba proporcionam. Você tem o Samba da Vela, o Samba
do disco?
na Laje, o samba na Cidade Adhemar, o Samba da Kombi... Todo lugar
CRIOLO:
sempre teve o samba e, de uns tempos pra cá, eu fui me permitindo
Essa música é tanta coisa. Um tanto de pessoas fala mal do menino
esse flerte mais íntimo. O samba não é quando você quer, não é na
que está no farol, um tanto de pessoas fala mal de quem está
hora que você quer. É quando o seu coração está preparado.
sofrendo na Cracolândia, um tanto de pessoas - e muito equivocadas
- acham realmente, ou vivem essa brisa de achar, que uma pessoa
Quais as principais relações entre o samba e o rap na está na tristeza, ou está no sofrimento, porque quer e isso dói
sua visão? demais. Quando eu falo “Não, eu não aceito essa indisciplina / acho
que você não me entendeu / meus meninos são o que você teceu /
em resistência ao mundo que Deus deu”, isso é muita coisa, é muita
coisa que passou na cabeça na hora. Porque é muito fácil criticar ao
outro, é muito fácil falar que o outro não é merecedor. E aí começa
a se ouvir um monte de nomes e viram moda essas palavras-chaves.
Eu não quero acreditar que o ser humano não está nem aí para um
outro ser humano, não é possível, não dá. A gente não pode mais
ficar dando audiência pra rancor, pra raiva, pra ódio… não dá. Essa
música fala disso, de que eu não aceito. Eu não aceito você olhar
pra um menino no farol e falar “bem feito, é vagabundo, o pai dele é
vagabundo”. Eu não aceito você estar passando ali na Cracolândia
e ouvir que é “tudo um bando de vagabundo que não quer saber
de nada”. Não dá pra aceitar isso, não dá. Eu sei que existem muitos
mundos, eu sei que ninguém tem que pensar igual a ninguém. Mas
tem gente sofrendo, entendeu? E isso dói demais. E é mais ou menos
sobre que isso que fala essa música. Tem tantas pessoas que estão
tão distante das tantas realidades que existem no nosso país. E
muitas dessas pessoas tem um poder muito grande, mas parece que
não fazem um pingo de exercício. De correr na rua, pra ver como está
essa rua, pra ver o que é feito de tanta coisa que foi construída de
um modo completamente equivocado e o que é amar no nosso país.
Algumas dessas pessoas parece que agem com birra, mas a verdade
está na cara de todo mundo. Elas batem o pé dizendo que não, por
um egoísmo, ou por serem mimadas mesmo. “Não, eu não posso ser
contrariado, é do meu jeito e pronto”. “Menino Mimado” é um pouco
disso e um outro pouco de um bando de coisa também.

O que do samba impactou sua vida? Artistas,

compositores, músicas, momentos...
CRIOLO:
É difícil falar. Eu acho que às vezes o sambista, ou o samba, vem pra
você do seu amigo, que te apresentou uma música. Você não lembra
o nome da música, e não sabe quem foi o cantor, mas lembra do seu
amigo que lhe apresentou o samba. Então ele é o samba também,
porque eu entendo isso como gesto. Eu recentemente participei
do disco do Martinho da Vila, e ele é maravilhoso. E é tão distante
você imaginar que vai conhecer uma pessoa dessas… Eu cheguei e ele
me deu um abraço, me deu um beijo no rosto, a gente virou colega,
mas ele é o Martinho da Vila. É o gesto, entende? Ou saber que o
Paulinho da Viola escutou uma música sua e disse “vai menino, fica
tranquilo, teu coração tá limpo, sua canção é linda, vai ser feliz”...
É o Paulinho da Viola, mestre dos mestres, mas é um ser humano
de sensibilidade, maravilhoso, atencioso, que me deu carinho e foi
respeitoso comigo que nem foi o Martinho. É gesto. Eu acredito
“A gente não
pode mais
ficar dando
audiência pra
rancor, pra
r a i va , p r a
ódio… não dá.”
que essas pessoas tem esse dom, tão maravilhoso, que é alcançar
tantos corações pelo Brasil e pelo mundo todo, porque são desse
jeito, porque são total amor. É gesto eu chegar em casa, depois
de uma certa idade, e ver que tinha um disco ali e que a capa desse
disco era um cara num restaurante lendo um jornal, e aquele era
o Moreira da Silva. Meu pai comprou aquele disco, então meu pai é
o Moreira da Silva, o meu pai trouxe o Moreira da Silva para dentro
de casa, o Moreira da Silva é um pouco meu pai, porque esse disco
parou lá em casa . É toda a beleza e a grandeza do gesto. Eu não
sou um estudioso de nada, eu não sei falar os nomes, não sei falar
em épocas. Mas eu guardo no meu coração momentos de emoção e
eu acho que é isso que fica.

O que você espera desse momento pra frente, após

lançamento do disco e do início da turnê?
CRIOLO:
Eu não sei o que esperar. A oportunidade de sentir música. Isso já
é tudo. Eu estou realmente vendo um sonho sendo realizado: um
álbum de samba feito com a energia e as vivências desses músicos
maravilhosos que tanto já viram, viveram e criaram. É uma grande
honra.
 LÁ VEM VOCÊ
(CRIOLO)

LÁ VEM VOCÊ COM OS SEUS LARARÁS

V I R A N D O A E S Q U I N A N A P O R TA D O B O T E
SOL DE MEIO DIA NO COPO UM CAPOTE
P R A P E N S A R N O A L M O Ç O D E P O I S D O J A N TA R
SEM CAFÉ PRA TOMAR ESPERAR O AMANHÃ
TA N TA G E N T E N A P O R TA D E B A R
QUE VIVE A SORRIR QUE VIVE A CHORAR
E U S Ó Q U E R I A V O C Ê M E U B E N Z I N H O V O LTA N D O P R O L A R

LÁ VEM VOCÊ COM OS SEUS LARARÁS

VIRANDO A ESQUINA UM POUCO DE GINGA, UM POUCO DE MALÍCIA
E QUANDO A NOITE VEM A GENTE ESQUECE A PREGUIÇA
E ELA VEM NO GINGADO DE CÁ DE LÁ E DE CÁ
SE FOR PRA FALAR DA CONJUNTURA E DA CONCEPÇÃO
M E U D E U S D O C É U M AT E R N I D A D E I R M Ã O
COM ESSA MULHER PRETENDO ME CASAR
LÁ VEM VOCÊ COM OS SEUS LARARÁS

PRA CRESCER E TER SOMBRA ÁRVORE TEM QUE VINGAR

PASSA UM TEMPO DEPOIS DE COLAR
P A S S A R I N H O S P A R A E N TÃ O F E R M E N TA R A S E M E N T E Q U E V E M
A C O P A O F E R E C E AT E N Ç Ã O P R O T E G E D O S O L D O O U T R O D I A O I R M Ã O
QUE BEBEU, QUE TOMOU PRA ESQUECER A MULHER
Q U E TA LV E Z T E N H A U M D E S A M O R
HAJA LARARÁ MEU AMIGO DOUTOR

(LÁ VEM VOCÊ COM OS SEUS LARARÁS)

DILÚVIO DE SOLIDÃO
(CRIOLO)

C H O V E L Á F O R A C H U VA D E S A U D A D E D E M O R A
N O S TA L G I A É G U A R D A - C H U VA D E S S E I R M Ã O
E PARA-RAIO É O POBRE VIOLÃO

CHOVE DENTRO DE MIM, DILÚVIO DE SOLIDÃO

ANGÚSTIA QUE FAZ SOFRER
NÃO DEI VALOR A MEU TESOURO
Q U E M S Ó V I U L ATA N Ã O S A B E O Q U E É O U R O
CHOVE DENTRO DE MIM UM DILÚVIO DE SOLIDÃO
ANGÚSTIA QUE FAZ SOFRER
POIS BOEMIA É PRA POUCOS
CACHAÇA É ÁGUA QUE ACABA COM O CABOCO
 MENINO MIMADO
(CRIOLO)

NÃO, EU NÃO ACEITO ESSA INDISCIPLINA

ACHO QUE VOCÊ NÃO ME ENTENDEU
MEUS MENINOS SÃO O QUE VOCÊ TECEU
EM RESISTÊNCIA AO MUNDO QUE DEUS DEU
E N TÃ O P A R E D E C O R R E R N A E S T E I R A E VÁ C O R R E R N A R U A
VEJA A BELEZA DA VIDA NO VENTRE DA MULHER
POIS QUEM NÃO VIVE EM VERDADE MEU BEM FLUTUA
NAS ILUSÕES DA MENTE DE UM LOUCO QUALQUER
E EU NÃO ACEITO

NÃO EU NÃO ACEITO ESSA INDISCIPLINA

ACHO QUE VOCÊ NÃO ME ENTENDEU
MEUS MENINOS SÃO O QUE VOCÊ TECEU
EM RESISTÊNCIA AO MUNDO QUE DEUS DEU

EU NÃO QUERO VIVER ASSIM, MASTIGAR DESILUSÃO

E S T E A B I S M O S O C I A L R E Q U E R AT E N Ç Ã O
FOCO FORÇA E FÉ, JÁ FALOU MEU IRMÃO
MENINOS MIMADOS NÃO PODEM REGER A NAÇÃO
 NAS ÁGUAS
(CRIOLO)

NAS ÁGUAS DO MAR EU VOU ME BENZER, VOU ME BANHAR

NAS ÁGUAS DO MAR EU VOU PEDIR PERDÃO PRA ABENÇOAR

O ANO NÃO FOI BOM POR CULPA MINHA Ó PAI

ABENÇOA DEMAIS ESSE POBRE INFELIZ
QUE O PRÓXIMO VENHA ASSIM DE AXÉ DE AMOR
PRA SER FELIZ

EU TIREI O SORRISO DE ALGUÉM NÃO MEREÇO PERDÃO

MAGOEI TEU CORAÇÃO
SORRISOS SÃO COSTURADOS COM FACEIRAS SITUAÇÕES
JÁ SORVI OS MEUS LIMÕES
AGORA VOU ME BANHAR PEDIR PERDÃO PRA ABENÇOAR
FIZ ALGUÉM INFELIZ E ESSA CANÇÃO VEM QUE É SÓ PRA LIMPAR
NAS ÁGUAS DO MAR
 A FILHA DO MANECO
(RICARDO RABELO / CRIOLO / JEFFERSON SANTIAGO)

E S TA VA E U O B S E R VA N D O D A J A N E L A
Q U A N D O S U R G E U M AV I Ã O
DO JARDIM A FLOR MAIS BELA
(EU QUIS SABER O NOME DELA)
PERGUNTEI AO JURANDIR LÁ DO BOTECO
QUE LOGO ME RESPONDEU
ELA É FILHA DO MANÉCO
MANÉCO LÁ NO MORRO É CONHECIDO
TEMIDO, NÃO É DE BRINCADEIRA
E JÁ MANDOU RECADO PRA COMUNIDADE
SUA MENINA TERMINOU A FACULDADE
E NÃO QUER VER GAVIÃO SOBREVOANDO O SEU TERRENO
E QUEM TENTOU, PROVOU DO SEU VENENO
O HOMEM INSISTI EM DAR TRABALHO AO ZÉ PEQUENO
Q U E J Á E S TA F A Z E N D O H O R A E X T R A
O C O V E I R O D A C I D A D E TÁ AT É B A N C A N D O F E S TA
MAS SE DEPENDER DE MIM
VOU DAR UM PAPO RETO NO MANÉCO
SUA MENINA CONQUISTOU MEU CORAÇÃO
E VAI SER DONA DO MEU BARRACÃO
 ESPIRAL DE ILUSÃO
(CRIOLO)

COMO VOCÊ DORME COM ISSO?

COMO VOCÊ DORME TRANQUILO?
ME MAGOOU ME DESTRUIU ME DESANDOU
COMO VOCÊ DORME TRANQUILO?
EU JÁ DESCOBRI TUDO O QUE VOCÊ FEZ
NÃO ERA SÓ EU E VOCÊ, ÉRAMOS TRÊS
PESSOA MAGOADA QUER PROTEGER
GÊNERO SE REÚNE NÃO TEM PRA VOCÊ
É QUE AMAR É ALGO NOVO PROS HOMENS
MULHERES AMAM, HOMENS NÃO SEI O QUÊ
PRA PROTEGER MINHA RAIZ DE SENSIBILIDADE
P O R F AV O R N Ã O M E L I G A N Ã O M E P R O C U R E M A I S TA R D E
ABAIXE SEU TOM NÃO FALE POR MIM
M U L H E R T E M F I B R A N Ã O VÁ D E S T R U I R
NUM ESPIRAL DE ILUSÃO VOCÊ SE METEU E LÁ ME JOGOU
C O M V O C Ê F O I T O TA L D E S A M O R
 CALÇADA
(CRIOLO)

EU SOFRI SEM PERDÃO

NÃO CONSEGUI ADMITIR A SITUAÇÃO
LOGO O SOFRIMENTO SE ESPAIÔ
EU FIQUEI MERGULHADO EM DESAMOR
EU SOFRI SEM PERDÃO
NÃO CONSEGUI ADMITIR A SITUAÇÃO
ME VEJO NESSA SENTENÇA
PENDENGA DE DESAMOR
E U F A LT E I C O M V O C Ê E N A D A C H E G O U
U M B E L O D I A P E N S AVA Q U E TAVA E S C R I T O
ERA EU PRA ELA, ELA PRA MIM
I S S O TÁ B O N I T O

E S Q U E C I D E F E C H A R U M A P O R TA
E UMA JANELA DE UMA OUTRA CASA
TODA VERDADE VEIO NA MINHA CALÇADA
 B O C A F O FA
(CRIOLO)

É O BOCA FOFA
BOCA FOFA QUANDO É PEGA NÃO SABE FALAR
V O C Ê P E R G U N TA A V E R D A D E Q U E S T I O N A E S Ó F A Z B A F A F Á

O B O C A F O F A É R E C O R R E N T E D E U M A D J E T I V O D A Q U E S TÃ O
S E F A LT E I C O M A V E R D A D E , N Ã O S E I F A L A R C O M I R M Ã O
É O BOCA FOFA
B O C A F O F A É U M A T E N D Ê N C I A A S S I M TÃ O G L O B A L
QUANDO UM NÃO TEM VERDADE BOCA FOFA É FENOMENAL

N Ã O C O N S E G U E T E C E R L E T R A P A L AV R A S E Q U E R U M A S Í L A B A
E E L E TÁ T O D O P E R D I D O J Á N E M S A B E R E Z A R M A N D I N G A

A MENTIRA SE FEZ ASSIM PERDEU DENTE E A LÍNGUA

E O BOCA FOFA É TENDÊNCIA GLOBAL
PRA MENINO E MENINA
HORA DA DECISÃO
(RICARDO RABELO / D I T O S I LV A )

O T E M P O F E C H O U N A F AV E L A
É FERA ENGOLINDO FERA
QUEM NÃO TEM PROCEDÊ JÁ ERA

Q U E R O V Ê Q U E M VA I T E R C O R A G E M
OU PEITO PRA INTERFERIR
S E A F A L A N G E D O M A U TÁ P R O N TA
E A PAZ TEVE QUE SAIR
DÁ BRINCADEIRA REAL
DE POLÍCIA E LADRÃO
S A I D Á Á R E A E A F A S TA A B O L A
É HORA DA DECISÃO
O TOQUE É DE RECOLHER
P R A N Ã O H AV E R C O R R E R I A
E N T R E L I N H A S Q U E M VA I B AT E R ?
PENALIDADE NÃO É LOTERIA
C R I A D E F AV E L A
(CRIOLO)

OH LARAIÊ
TAVA E S C U TA N D O F E L A
DA BOCA DA MINHA JANELA
SUCO DE SERIGUELA
A Z E D O N Ã O VA I F I C A R
MOLEQUE DA BIQUEIRA
Q U E TAV A N O C O R R E C O R R E
Q U A N D O E S C U TA R E G G A E E B O B
B I Q U E I R A N Ã O VA I V O LTA R

OH LARAIÊ
M E N I N O V O C Ê N Ã O P O D E V O LTA R
PORQUE A BIQUEIRA NÃO É SEU LUGAR
N Ã O VÁ B A N C A R E S S A P AT I F A R I A
É G E N T E D A A LTA N A P A P E L A R I A
DELAÇÃO PREMIADA JOGO DE PODER
E S E F O R P R A R U A T E N TA M M E D E T E R
S E M O Z I N H O TÁ L O N G E
EU VIVO A SOFRER
C R I A D O E M F AV E L A É M E L H O R N Ã O M E X E R
OH LARAIÊ
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PORQUE A BIQUEIRA NÃO É SEU LUGAR
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DELAÇÃO PREMIADA JOGO DE PODER
E S E F O R P R A R U A T E N TA M M E D E T E R
S E M O Z I N H O TÁ L O N G E
EU VIVO A SOFRER
M E A P O S E N TA R S Ó D E P O I S D E M O R R E R

OH LARAIÊ
 Lá Vem Você
Criolo

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69

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 Nas Águas
Criolo

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Convenção de Percussão Intro A‹6 D‹11/A

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8 A‹6 1. D‹11/A 2. A‹

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quatro
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41 D‹ E¨º A‹/E C7/G F7 E7 A‹ A‹ A‹

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53 A‹ ‘ B‹7(b5) E7 E‹7(b5) A7 D‹ E¨º A‹/E C7/G F7 E7 A‹

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66 C7/G F7 E7 A‹ E7 A‹ ‘ D‹7 ‘ G7 ‘ C E7

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79 A‹ C7/G F E7 B7(b9) E7 A‹ %
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B‹7(b5) E7 1. A‹ E7 2. A‹

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 A Filha Do Maneco
% Ricardo Rabelo / Criolo / Je erson Santiago

Intro
F E7 A‹7 C7 F F‹6 E‹ B¨7 A7 D7(„ˆˆ9)/A G7 C chamada G7
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violão 7

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chamada
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14 D7 G7 B‹7(b5) E7 A‹ D7 G7 C

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violão 7

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cinco
21 B‹7(b5)/F E7 A‹ B‹7(b5) E7 A‹ C7 F F©º E‹ A7

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*breque
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violão 7

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31 B‹7(b5)/F E7 A‹ B‹7(b5) E7 A‹ C7 F F©º E‹ A7

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E¨º A7
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A¨7 G7 C chamada
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violão 7 e FIM

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 Espiral De Ilusão
Criolo

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33 F‹7(b5) B7 E‹ A7 D D7 G7

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41 F©7 B‹ F©7 B‹ C©‹7(b5) F©7

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57 B‹ G‹6 B‹ F©7

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F‹7(b5) B7 E‹ A7(“4) A7

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 Calçada
Criolo
*primeira vez - Voz e Percussão

8
Intro Percussão
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Harmonia

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 Boca Fofa

%
Criolo
* Chamada

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Violão 7 Intro D E/D C©‹ F©7 B‹ E7 1. E‹ A7

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39 C©‹ F©7 B‹ E7 A A7 D E/D

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47 C©‹ F©7 B‹ E7 E‹ A7 A6 A6

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 Hora Da Decisão
Ricardo Rabelo / Dito Silva

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Intro
D‹/A D‹/B¨ D‹/B D‹/B¨ D‹/A D‹/B¨ D‹/B D‹/B¨ A7 D‹

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*breque

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 Cria de Favela
Criolo

dez # ™2
G D7

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“Espiral de ilusão foi um presente que eu
r e c e b i d o M a r c e l o C a b r a l , d o D a n i e l G a n j a m a n e d a B e at r i z “Em uma guerra por
B e r j e a u t, u m p r e s e n t e m a r av i l h o s o , d e e n t r e g a , r e s p e i t o .
O s a m b a c u i d a d a g e n t e c o m c a r i n h o e e s s e s m e n i n o s e s tã o poder e liberdade,
cuidando com muito carinho desses sambas. O Guto Bocão é
u m g r a n d e m e s t r e , u m g r a n d e p e r c u s s i o n i s ta , m a r av i l h o s o , o n d e o b e m - e s ta r d e
que tem uma história linda. O Mauricio Badé que eu já conheço
d e l o n g a d ata e é m u i t o e s p e c i a l . T e m o A l e m ã o ta m b é m q u e todos passa longe
é m u i t o j o v e m , m a s j á é u m g r a n d e p e r c u s s i o n i s ta . E a í t e m
o Ed Trombone, o Fernando Bastos, o Gian Correa naquele de ser prioridade, o
v i o l ã o d e s e t e c o r d a s - e s s e c a r a é m a r av i l h o s o - e c h e g a
o R i c a r d o R a b e l o , d o G r a j a ú … E u e s t o u a p r e n d e n d o m u i ta samba abre caminho
coisa no processo.”
(Criolo) e pede passagem”
 DESIGNER GRÁFICO E ILUSTRADOR
COM MAIS DE 40 ANOS DE ATIVIDADE
PROFISSIONAL, ELIFAS ANDREATO É O
RESPONSÁVEL PELA ILUSTRAÇÃO NA CAPA
DE “ESPIRAL DE ILUSÃO”. COM UM TRAÇO
DELICADO E IMPACTANTE, QUE MESCLA
A P O E S I A M U LT I CO LO R I DA D E S U A S
INSPIRAÇÕES COM UM FORTE COMENTÁRIO
DE CUNHO SOCIAL, ELIFAS DESENVOLVEU
ALGUMAS DAS CAPAS DE DISCO MAIS
CONHECIDAS DA MÚSICA POPULAR
BRASILEIRA. ENTRE TRABALHOS PARA
CHICO BUARQUE, ELIS REGINA, ADONIRAN
BARBOSA, PAULINHO DA VIOLA E
MARTINHO DA VILA, O ARTISTA É UM DOS
M A I O R E S R E P R E S E N TA N T E S DA C U LT U R A
NACIONAL NO AMBIENTE DO DESENHO E DA
ILUSTRAÇÃO.

“TER O ELIFAS NO PROJETO ERA ALGO

QUE EU NEM IMAGINAVA SONHAR. “CRIOLO QUANDO VIU O DESENHO
SIMPLESMENTE, NÃO EXISTIA PENSAR NA O CHAMOU DE GUARDIÃO.
POSSIBILIDADE DE QUE ELE FARIA A CAPA. FIGURA QUE ACOLHE E AO
E ACONTECEU. NÓS O CONVIDAMOS, ELE MESMO TEMPO DEMARCA O
ACEITOU E NÃO SÓ FAZ A CAPA, MAS ESTÁ SAGRADO TERRITÓRIO DO SAMBA.
ABENÇOANDO A NOSSA JORNADA E ESSE QUANDO UM DESENHO GANHA
DISCO, QUE É UM RECORTE DE TANTOS NOME E SIGNIFICADO ELE PODE
SENTIMENTOS. O ELIFAS APARECEU SERVIR À MÚSICA, SEMPRE
EM NOSSAS VIDAS PARA NOS MOSTRAR MAIOR DO QUE QUALQUER
CAMINHOS E NOS ABENÇOAR”. DESENHO PODERÁ SER.”
(CRIOLO) (ELIFAS ANDREATO)
Maria Vilani e Cleon Gomes, pais de Criolo
Fotos por Criolo
“Espiral de Ilusão”
pela ilustradora
les cœurs noirs
 ÁLBUM ESPIRAL DE ILUSÃO C R I O L O R E V I S TA V O L 1
(UM PROJETO OLOKO RECORDS / CODEX UQBAR)

CRIOLO: VOZ
GIAN CORREA: VIOLÃO 7 CORDAS DIREÇÃO GERAL: BEATRIZ BERJEAUT / OLOKO RECORDS
RICARDO RABELO: CAVACO CONCEITO, CONTEÚDO E IDEALIZAÇÃO: TINO MONETTI /
ED TROMBONE: TROMBONE CODEX UQBAR
F E R N A N D O B A S T O S : S A X A LT O , T E N O R , S O P R A N O E F L A U T A
MAURICIO BADÉ: PERCUSSÃO P R O D U Ç Ã O E D E S E N VO LV I M E N TO : C L A R A N U N E S
GUTO BOCÃO: PERCUSSÃO PRODUÇÃO EXECUTIVA: KLER CORREA
ALEMÃO: PERCUSSÃO LO G Í ST I C A E O P E R A C I O N A L : G I OVA N N A S C A R A N O
CORO FEMININO: CLARIANAS (MARTINHA SOARES, NALOANA LIMA
E NARUNA COSTA) DESIGN: RICARDO FERNANDES
CORO MASCULINO: DANIEL GANJAMAN, MARCELO CABRAL DIAGRAMAÇÃO: RICARDO FERNANDES & CELSO REEKS
E RICARDO RABELO DIREÇÃO DE ARTE: RICARDO FERNANDES
& LES CŒURS NOIRS
FOTOGRAFIAS: CAROLINE BITTENCOURT, GABRIEL GHIDALEVICH,
TODAS AS MÚSICAS SÃO DE AUTORIA DO CRIOLO, COM EXCEÇÃO DE GIL & PEDRO INOUE, LES CŒURS NOIRS
“ H O R A DA D E C I S Ã O ” ( R I C A R D O R A B E LO E D I T O S I LVA ) CAPA: GIL & PEDRO INOUE
E “FILHA DO MANECO” (CRIOLO, RICARDO RABELO ILUSTRAÇÕES: ELIFAS ANDREATO
E JEFFERSON SANTIAGO)
PRODUÇÃO DE MODA: VICTOR MIRANDA

PRODUÇÃO MUSICAL E ARRANJOS DE BASE: DANIEL GANJAMAN

E MARCELO CABRAL
ARRANJOS DE METAIS: DANIEL GANJAMAN, MARCELO CABRAL,
GIAN CORREA, ED TROMBONE E FERNANDO BASTOS
GRAVADO, MIXADO E MASTERIZADO NO ESTÚDIO EL ROCHA
GRAVADO POR DANIEL GANJAMAN E ERIC YOSHINO
MIXADO POR DANIEL GANJAMAN E FERNANDO SANCHES
MASTERIZADO POR FERNANDO SANCHES
ILUSTRAÇÕES POR ELIFAS ANDREATO
ARTE POR RICARDO FERNANDES
DIREÇÃO EXECUTIVA BEATRIZ BERJEAUT
PRODUÇÃO EXECUTIVA KLER CORREA
GRAVADORA E EDITORA OLOKO RECORDS
fa c e b o o k . c o m / c r i o l o . o f i c i a l

i n s ta g r a m . c o m / c r i o l o m c

twitter.com/criolomc