Prof.

Fabricio Souza Garcia

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FACULDADE “DR. FRANCISCO MAEDA”

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA – DIREITO DO TRABALHO II

Prof. Fabricio Souza Garcia

Aula 13: Arrecadações sindicais

a) Receitas do sindicato

Contribuição sindical (arts. 8o, IV, CF c/c 578/610 CLT), contribuição confederativa (art. 8º, IV,
CF), contribuição assistencial (art. 513, “e”, CLT) e mensalidades dos sócios (art. 548, “b”, CLT).

a.1) Contribuição sindical.

Antigamente recebia o nome de imposto sindical.

CLT = Art. 513, “e” = prerrogativas do sindicato = impor contribuições a todos aqueles que
participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.

CLT = contribuição sindical = artigos 578/610.

Era obrigatória, mas, com a reforma trabalhista, estes artigos foram modificados, e ela passou a
ser facultativa.

Vide nova redação dos seguintes artigos, trazida pela Lei 13.467/17 (reforma trabalhista –
vigência a partir de 11.11.17):

“Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos

seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao
sindicato, quando por este notificados”.

“Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas
entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas
na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.”

“Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia

e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional,
ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou
profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação.”

Generalidades (de 1 só vez e anual)

Corresponde a 1 dia de trabalho para os empregados (inciso I, art. 580, CLT).

Para os empregadores, é calculada sobre o capital da empresa (inciso III, art. 580, CLT).

Prazos de pagamento

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Nova redação do artigo 582 da CLT (com o advento da Lei 13.467/17 – vigência a partir de
11.11.17):

“Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus

empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados
que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos”.

Os empregados contribuem com o valor equivalente a 1 dia de trabalho (1/30).

Admitido em março = deve-se verificar se já houve o desconto na empresa anterior (Art. 601
CLT) e, em caso negativo, desde que autorizado, será feito o desconto.

Art. 602 CLT = se em março não estiver trabalhando por doença ou acidente do trabalho, o
desconto será no 1o mês subsequente ao do retorno, desde que haja autorização do empregado.

Categoria diferenciada do empregado = o recolhimento é para o sindicato da sua categoria e não

da atividade da empresa.

Empresas

Aquelas que optarem pelo recolhimento deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano. Se
constituídas após janeiro, devem recolher, se assim desejarem, na ocasião em que requererem o
início das suas atividades na repartição de registro competente (Art. 587 CLT – nova redação
dada pela Lei 13.467/17 – vigência a partir de 11.11.17).

Recolhimento será na CEF, BB ou outro estabelecimento bancário integrante do sistema de

arrecadação de tributos federais (Art. 586 CLT).

Das importâncias arrecadadas (Arts. 589/593 CLT – modificados pela recente lei 11.648 de
31 de março de 2008) a divisão será da seguinte forma:

I – importância arrecadada dos empregadores:

5% irão para a confederação correspondente;

15% para a federação;

60% ao sindicato respectivo;

20% “Conta especial emprego e salário” (destinada ao Estado).

II – importância arrecadada dos trabalhadores:

5% irão para a confederação correspondente;

15% para a federação;

60% ao sindicato respectivo;

10% “Conta especial emprego e salário” (destinada ao Estado).

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10% para a central sindical (desde que o sindicato seja filiado a uma central sindical, sob
pena destes 10% serem destinados também à conta especial emprego e salário mencionada
acima);

Se não houver a confederação, o seu percentual caberá à federação representativa do grupo.

Se não houver sindicato = seu percentual será creditado à federação, caso em que os 5% e 15%
caberão à confederação.

Se não houver sindicato, nem entidade sindical de grau superior ou central sindical (com filiação
comprovada) = tudo vai para a conta especial emprego e salário.

Feito o recolhimento do empregado, deverá ser anotado na CTPS o valor da contribuição, o

sindicato da categoria e a data do desconto.

Pagamento fora do prazo

Empresa deve pagar juros de 1% a.m. ou fração de mês, correção monetária e multa.

Multa = 10% para o 1o mês de atraso + 2% por meses subsequentes ou fração de mês (Art. 600
CLT).

Prescrição

Na falta de pagamento, a entidade sindical pode, através de ação executiva, promover a cobrança
judicial (Art. 606 CLT).

Título de dívida = certidão expedida pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho

(individualização do contribuinte, valor do débito e entidade sindical credora).

Constituído o crédito da entidade sindical = tem 5 anos para ajuizar a ação competente para o
recebimento da contribuição sindical.

Foro competente = Súmula 224 STJ = Justiça Comum / EC 45/04 = artigo 114, inciso III, CF/88
= Justiça do Trabalho.

a.2) Contribuição confederativa

Inciso IV do art. 8º da CF/88 = a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de

categoria profissional, será descontada em folha, para o custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei (sindical).

Surgiu com a CF/88.

Diferença para a sindical

A confederativa visa ao custeio do sistema confederativo (sindicato, federação e confederação),

e é fixada pela assembleia geral.

Para os que não são associados, é facultativa (vide OJ 17 da SDC do TST, PN 119 da SDC do
TST e Súm. 666 STF e súmula vinculante 40 do STF).

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Trata-se de obrigação consensual = depende da vontade da pessoa que irá contribuir.

Só é compulsória para os associados (filiados aos sindicatos).

Credores = o sindicato da categoria profissional ou econômica.

Devedores = empregados ou empregadores.

Finalidade (objetivo) = custeio do sistema confederativo (tanto da categoria profissional

– desconto em folha – como da econômica).

Fixação = assembleia geral do sindicato (ou seja, federação e confederação não poderão fixá-la,
visto que não têm como órgão a assembleia geral, mas somente a diretoria, conselho de
representantes e conselho fiscal) (Art. 538 CLT).

Centrais sindicais = não integram o sistema confederativo = não são beneficiárias da contribuição
confederativa.

Oposição à cobrança / autorização para desconto

Não há que se falar mais em oposição à cobrança pelos não associados, mas de verdadeira
autorização para o desconto pelos empregados não associados (vide art. 545 CLT, OJ 17 da SDC
do TST, PN 119 da SDC do TST e Súmula 666 do STF e súmula vinculante 40 do STF).

a.3) Contribuição assistencial

É o pagamento feito pela pessoa pertencente à categoria profissional ou econômica ao sindicato

da respectiva categoria, em virtude de sua participação (do sindicato) nas negociações coletivas
(custos) ou para pagar determinadas despesas assistenciais realizadas pelo sindicato.

Respaldo legal = art. 513, “e”, CLT

Diferença para a confederativa

Assistencial = previsão no art. 513, “e”, CLT. É prevista em sentenças normativas, acordos e
convenções coletivas.

Confederativa = assembleia geral.

Assistencial = custeio das atividades assistenciais do sindicato e sua participação das negociações
coletivas em benefício da categoria.

Confederativa = custeio do sistema confederativo da representação sindical patronal ou

profissional.

São cumuláveis.

Assistencial = não é dividida entre a federação e a confederação (já que visa ao custeio do
sindicato).

Confederativa = é repartida (visa ao custeio do sistema confederativo).

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Assistencial = geralmente é paga apenas pelos empregados.

Confederativa = empregados e empregadores.

Previsão do seu pagamento = norma coletiva (sentença normativa, acordo ou convenção coletiva).

Oposição à cobrança / autorização para desconto

Não há que se falar mais em oposição à cobrança pelos não associados, mas de verdadeira
autorização para o desconto pelos empregados não associados (vide art. 545 CLT, OJ 17 da SDC
do TST, PN 119 da SDC do TST e Súmula 666 do STF e súmula vinculante 40 do STF).

Problemas = Justiça do Trabalho é a competente para a solução = artigo 114, III, CF/88.

a.4) Mensalidade sindical

Paga apenas pelos associados se prevista pelo estatuto do sindicato (art. 548, “b”, CLT), pois são
eles que se beneficiam dos serviços prestados como atendimento médico, dentário, etc.