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UNIDADE I

Materiais
de Construção Civil

Prof. Devanil Borges


Agregados: definição

 Agregado é um material granular sem forma ou volume definido, isto é, variável.

 Geralmente, é inerte quimicamente e constituído de dimensão e propriedades


adequadas, em diversas situações, tais como: produção de argamassa
e concreto.

 A qualidade desses agregados é importante na obtenção de um bom concreto,


para que se tenha resistência mecânica do produto acabado como também em
sua durabilidade e no desempenho estrutural.
Agregados: classificação

Os agregados podem ser classificados quanto:

 à origem;
 às dimensões das partículas;
 à massa unitária;
 à composição mineralógica.
(BAUER, 2000a)
Classificação dos agregados quanto à origem

Quanto à origem, eles podem ser:

 Naturais: já são encontrados na natureza sob a forma definitiva de utilização


(areia de rios, seixos rolados, cascalhos, pedregulhos).

 Artificiais: são obtidos pelo britamento de rochas (pedrisco, pedra britada).

 Industrializados: aqueles que são obtidos por processos industriais (argila


expandida, escória britada).
Classificação quanto à dimensão de suas partículas

A NBR 7211 (ABNT, 2005) define os agregados quanto


à dimensão de suas partículas, da seguinte forma:

 Agregado miúdo
 Areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou a
mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm (peneira de
malha quadrada com abertura nominal de “x” mm, nesse caso 4,8 mm) e ficam
retidos na peneira ABNT 0,075 mm.

Fonte: Livro-texto. Figuras – areias


Classificação quanto à dimensão de suas partículas

Agregado graúdo

 O agregado graúdo é o pedregulho natural, ou a pedra britada, proveniente do


britamento de rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam pela
peneira ABNT 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm.

Fonte: Livro-texto. Figura – britas


Classificação quanto à massa específica

 Os agregados podem ser classificados quanto à massa específica em: leves,


médios e pesados.

 Leves M.E. < 1000 kg/m3.

 Médios 1000 ≤ M.E. ≤ 2000 kg/m3.

 Pesados M.E. > 2000 kg/m3.


Classificação quanto à composição mineralógica

Quanto à composição mineralógica, pode-se classificar os agregados em:

 Metamórficos: resultam da solidificação do magma, no interior ou na superfície


da Terra.

 Ígneos: formam-se a partir de outras rochas no interior da Terra, por vezes


a profundidades consideráveis, em que as condições de pressão e temperatura
são elevadas.

 Sedimentares: formam-se a partir do desgaste de outras


rochas na superfície da Terra, em que as condições de
pressão e temperatura são diminutas.
Interatividade

Assinale a alternativa que apresenta a classificação dos agregados quanto às


dimensões dos grãos:

a) Finas e grossas.
b) Argamassas e concretos.
c) Graúdos e miúdos.
d) Tijolos e blocos.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta

Assinale a alternativa que apresenta a classificação dos agregados quanto às


dimensões dos grãos:

a) Finas e grossas.
b) Argamassas e concretos.
c) Graúdos e miúdos.
d) Tijolos e blocos.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Agregados naturais

Os agregados naturais podem ser divididos em:

 Areia natural: considerada como material de construção,


a areia é o agregado miúdo.

 A areia pode originar-se de rios, de cavas (depósitos aluvionários em fundos de


vales cobertos por capa de solo) ou de praias e dunas.
Agregados naturais

 As areias das praias não são usadas, em geral, para o preparo de concreto, por
apresentarem grande finura e teor de cloreto de sódio.

 O mesmo ocorre com as areias de dunas próximas do litoral.


Agregados naturais

 Seixo rolado ou cascalho: também denominado pedregulho, é um sedimento


fluvial de rocha ígnea, inconsolidado, formado de grãos de diâmetro, em geral
superior a 5 mm, podendo os grãos maiores alcançar diâmetros superiores
a 100 mm.

 O cascalho também pode ser de origem litorânea marítima.


Agregados artificiais

Os principais agregados artificiais são:

 Pedra britada: agregado obtido a partir de rochas compactas, que ocorrem em


jazidas pelo processo industrial da cominuição (fragmentação) controlada da
rocha maciça.

 Os produtos finais enquadram-se em diversas categorias.

 Fíler: agregado de graduação 0,005/0,075 mm.

 Seus grãos são da mesma ordem de grandeza dos grãos


de cimento e passam na peneira 200 (0,075 mm).
É chamado de pó de pedra.
Agregados artificiais

 Rachão: agregado constituído do material que passa no britador primário e é


retido na peneira de 76 mm.

 É a fração acima de 76 mm da bica corrida primária. A NBR 9935 (ABNT, 2011b)


define rachão como “pedra de mão”, de dimensões entre 76 e 250 mm.
Agregados industrializados

 O principal agregado industrializado é a argila expandida.

 A argila é um material muito fino, constituído de grãos lamelares de dimensões


inferiores a 2µm (dois micrômetros).

 É formada em proporções muito variáveis, de silicato de alumínio e óxidos de


silício, ferro, magnésio e outros elementos.
Agregados industrializados

 Na de produção de argila expandida, é preciso ser observada a propriedade de


piroexpansão, isto é, apresentar formação de gases quando aquecida a altas
temperaturas (acima de 1000 ºC).

 Nem todas as argilas possuem essa propriedade.


Interatividade

No que consiste a propriedade piroexpansão na produção de argila expandida?

a) Apresentar formação de gases quando esfriada a temperaturas.


b) Apresentar formação de gases quando aquecida a altas temperaturas
(acima de 100 ºC).
c) Apresentar formação de gases quando aquecida a altas temperaturas
(acima de 1000 ºC).
d) Não apresentar formação de gases.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta

No que consiste a propriedade piroexpansão na produção de argila expandida?

a) Apresentar formação de gases quando esfriada a temperaturas.


b) Apresentar formação de gases quando aquecida a altas temperaturas
(acima de 100 ºC).
c) Apresentar formação de gases quando aquecida a altas temperaturas
(acima de 1000 ºC).
d) Não apresentar formação de gases.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Granulometria

 É a proporção relativa (expressa em percentagem) dos diferentes grãos que


constituem o material, com suas devidas proporções.

 É determinada por peneiramento, por meio de peneiras normalizadas com


determinadas aberturas, constituindo uma série padrão.
Granulometria

 No Brasil, utilizam-se peneiras com malha de forma quadrada e uma sequência


tal, que o lado de cada abertura tenha sempre o dobro do lado da abertura da
malha da peneira anterior, começando pela 0,15 mm.

 São as peneiras da série normal.


Granulometria

 Continuidade da curva de distribuição granulométrica

Quanto à sua continuidade, a curva de distribuição granulométrica pode ser:

 Contínua: com S suave e alongado na horizontal.


 Descontínua: com patamar horizontal.
 Uniforme: com S alongado na vertical.
Granulometria

 A granulometria contínua apresenta todas as frações em sua curva de distribuição


granulométrica sem mudança de curvatura (ideal da norma).

 A granulometria descontínua apresenta ausência de uma ou mais frações em sua


curva de distribuição granulométrica.
Granulometria

Abertura das peneiras (mm)


CURVAS GRANULOMÉTICAS
0,1 0,15 0,3 0,6 1 1,18 2,36 4,75 6,3 9,5 10
0
10

Porcentagens retidas acumuladas


20
30
40
Figura 1 – Continuidade da curva
50
de distribuição granulométrica.
Fonte: Livro-texto. Zona Utilizável – Limite Inferior 60
Zona Utilizável – Limite Superior
70
Zona Ótima – Limite Inferior
80
Zona Ótima – Limite Superior
Material Analisado 90
100
Granulometria

O conjunto de peneiras sucessivas que atendem à NBR NM-ISO 2395 (ABNT,


1997b), com as seguintes aberturas discriminadas, pode ser visto na tabela a seguir:
Granulometria

Série normal Série intermediária


76 mm -
- 64 mm
- 50 mm
38 mm -
- 32 mm
- 25 mm
19 mm -
- 12,5 mm
9,5 -
- 6,3
4,8 mm -
2,4 mm -
1,2 -
0,600 -
0,300 -
0,150 -
Granulometria

 A distribuição granulométrica dos agregados, conforme a NBR NM 248 (ABNT,


2003f), é uma de suas principais características e efetivamente influi no
comportamento de concretos.

 Para que o concreto tenha uma boa compacidade, impermeabilidade e


durabilidade, a distribuição tem que ter uma curva suave na horizontal
(zona ótima).
Interatividade

Para que o concreto tenha uma boa compacidade, impermeabilidade e durabilidade,


a distribuição tem que ter uma curva:

a) Suave na horizontal (zona ótima).


b) Contínua: com S suave e alongado na horizontal.
c) Descontínua: com patamar horizontal.
d) Uniforme: com S alongado na vertical.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta

Para que o concreto tenha uma boa compacidade, impermeabilidade e durabilidade,


a distribuição tem que ter uma curva:

a) Suave na horizontal (zona ótima).


b) Contínua: com S suave e alongado na horizontal.
c) Descontínua: com patamar horizontal.
d) Uniforme: com S alongado na vertical.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Massa específica

 Dependendo da sua estrutura química, da organização molecular e da eficiência


de empacotamento, a massa específica é definida como a massa do material por
unidade de volume, excluindo os poros internos das partículas (vazios). (BAUER, 2000a)
É designada normalmente pela letra  (gama), como mostra a equação a seguir:
𝑴𝐠𝐫ã𝒐
𝛄=
𝑽𝐠𝐫ã𝒐
Saliente-se a importância das unidades de medidas, podendo ser dentro das mais
comuns, dentre outras:
Massa específica (g/cm3) ou (kg/m3).
Massa específica

 Para muitas rochas comumente utilizadas, a massa específica varia entre 2600 e
2700 kg/m3. A tabela a seguir mostra os valores de algumas rochas.

Tabela 8 – Massa específica (kg/m3)

Granito 2690
Arenito 2650
Calcário 2600
Massa unitária

Massa unitária é a massa da unidade de volume aparente do agregado, isto é,


incluindo na medida desse volume os vazios entre os grãos. É designada
normalmente pela letra 0 (gama), como mostra a equação a seguir:
𝑴𝒂𝒈𝒓𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐
𝜸𝟎 =
𝑽𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
Massa unitária

 A massa unitária aproximada dos agregados comumente usados em concreto


normal, varia de 1300 a 1750 kg/m3.
 Sabe-se que a massa unitária deve ser menor do que a massa específica do
mesmo material, uma vez que o volume é menor.
 A importância de conhecer a massa unitária aparente vem da necessidade na
dosagem de argamassas e concretos, de transformar um traço em massa para
volume e vice-versa ou também para cálculos de consumo de materiais a serem
empregados em argamassas e concretos.
Umidade

 Umidade é a porcentagem de água contida em determinada quantidade de areia


ou qualquer material.
 Teor de umidade (%) é a razão entre a massa de água contida numa amostra e a
massa dessa amostra seca.
A umidade pode ser determinada pela relação entre a massa de água contida no
agregado e sua massa seca expressa em %, como mostra a equação a seguir:
𝑴𝒂 𝑴𝒉 −𝑴𝒔
𝐡= 𝐱𝟏𝟎𝟎 = 𝐱𝟏𝟎𝟎
𝑴𝒔 𝑴𝒔
Em que:
Ma = massa de água
Mh = massa úmida
Ms = massa seca
h = umidade
Umidade

A massa de água é a relação entre a massa da areia úmida e massa da areia seca
dos agregados colocados na mistura, como mostra a equação a seguir:
Ma = Mh − Ms

 Condições de umidade dos agregados

 Secos em estufa: toda umidade, externa ou interna, foi eliminada por um


aquecimento a 100 ºC.

 Secos ao ar: quando não apresentam umidade


superficial, tendo, porém, umidade interna,
sem estar saturado.
Umidade

 Demonstração da areia e suas umidades


Saturada com
Seca em estufa Seca ao ar Superficie Úmida ou saturada
Seca (SSS)

Agregado com Agregado Todos os poros Agregado


toda água colocado permeáveis saturado com
evaporável ao ar, em estão umidade livre
equilíbrio preenchidos e
renovada por de superfície.
com a não há uma
aquecimento a película de
100 ºC em estufa. umidade água na
ambiente. superfície.
Figura – Condições de umidade do agregado. Fonte: Livro-texto.
Umidade

O coeficiente de umidade (Ch) é usado para corrigir a quantidade de água de uma


argamassa ou concreto, além da correção da massa dos agregados colocados na
mistura, e pode ser verificado pela seguinte equação:

𝟏𝟎𝟎
𝑪𝒉 =
𝟏𝟎𝟎 + 𝒉

Também pode ser dada pela relação:

𝟏𝟎𝟎
𝑴𝒔 = 𝑪𝐡 𝐱𝑴𝒉 => 𝑴𝒔 = 𝐱𝑴𝒉
𝐡+𝟏𝟎𝟎
Inchamento

 Inchamento é o fenômeno de variação do volume aparente, provocado pela


adsorção de água livre pelos grãos e que incide sobre sua massa unitária.

 A areia na obra apresenta-se normalmente úmida e o teor de umidade varia entre


4 e 6%.

 Ensaios mostram que a água livre aderente aos grãos provoca um afastamento
entre eles. Desse afastamento, resulta o inchamento. O inchamento depende da
composição granulométrica e do grau de umidade. É maior para areias mais finas.

 O inchamento aumenta com o acréscimo de umidade até


um teor de 4 a 6%, sendo que nessa faixa ocorre o
inchamento máximo, após esses teores,
o inchamento decresce.
Inchamento

O coeficiente médio do inchamento é a média dos coeficientes de inchamento nos


pontos de umidade crítica e máxima observadas, como mostra a equação a seguir:

𝑽𝒉 𝜸𝟎𝒔 𝟏𝟎𝟎+𝒉
𝑪𝒊 = = 𝐱
𝑽𝒔 𝜸𝟎𝒉 𝟏𝟎𝟎

Em que:
Ci = coeficiente de inchamento
Vh = volume úmido
Vs = volume seco.
Ɣ0h = massa unitária úmida
Ɣ0s = massa unitária seca
Inchamento

 A umidade crítica é o teor de umidade acima do qual o inchamento permanece


praticamente constante. A figura a seguir mostra o inchamento em função
da umidade.

Seca h=3% h=6%


Figura – Inchamento em função da umidade. Fonte: Livro-texto.
Inchamento

 Todas as amostras possuem a mesma massa de areia no estado seco, com o


acréscimo de água, há um distanciamento dos grãos de areia na superfície, ou
seja, em linhas gerais, a tensão superficial da película de água aumenta a bolha e
os grãos de areia se separam.

 A figura a seguir mostra a curva de inchamento relacionando o inchamento de


areia fina, que é maior; depois, o de areia média e grossa.
 Na figura podemos verificar

INCHAMENTO DA AREIA
a curva de inchamento relacionando o 40
inchamento de areia fina, que é maior;
Areia Fina
depois, o de areia média e grossa. 30

20

10 Areia Média
Areia Grossa

5 10 15 20
Umidade h(%)
Figura – Perfil de inchamento dos agregados. Fonte: Livro-texto.
Interatividade

Qual a massa dos grãos sem os vazios que estão contidos em um volume de
8,25 dm3, se sua massa específica é de 2,65 kg/dm3?

a) 21,81 kg.
b) 22,35 kg.
c) 23,67 kg.
d) 24,21 kg.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta

Qual a massa dos grãos sem os vazios que estão contidos em um volume de
8,25 dm3, se sua massa específica é de 2,65 kg/dm3?

a) 21,81 kg

Resolução – por meio da equação (2), temos:


Mgrão 2,65kg 3 = 21,81kg
γ= = γ x Vgrão = Mgrão = 8,25dm
Vgrão dm3 x
ATÉ A PRÓXIMA!

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