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Dr -que 0 ensino.e a-aprendizagem passarama ser planejados:
‘¢formalizados, eles sofreram muitas transformagdes.Nesta
‘edigd0 € nas prt las cinco, NOVA ESCOLA coloca foco'na trajetéria da
Educacdo brasileira a partir da chegada dos portugueses: A revista
publica uma série com as principais caractersticas de cada perfodo,
Perguntas de concurso ligadas a0 tema, a linha do tempo com os fatos
marcantes de cada época ¢ 0s pensadores que embasaram o ensino
‘em mais de cinco séculos (confira a lista dos capitulos no quadro
@-direita). “Devemos olhar para a historia da Educacao pelo tripé-de
quem faz (0 homem),o contexto o produto (o que fo feito), sempre
com a perspectiva de entender o presente”, ressalta Gisela Wajskop,
diretora do Instituto Singularidades.
Compreender a trajetéria da Educacio é uma parte essencial
da formacdo dos docentes. Por isso, Dermeval Saviani, professor
emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sugere
que essa érea do conhecimento seja o eixo da organiizagdo dos
contetidos curriculares de Pedagogia.“De um curso assim estruturado:
‘se espera que forme pedagogos com uma aguda consciéncia da
realidade em que vio atuar’ diz
‘Apesar da grande importancia, esse conhecimento no
‘tem recebido a devida atencao: “Hoje temos uma memériado
esquecimento e o que é velho no & considerado relevante’;analisa
Maria Helena Camara Bastos, professora da Pontificia Universidade
Cat6lica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Passo 0 semestre lembrando
meus alunos que todos acham algo moderno usar jogos, mas Plato
(427-347 a.) jé propunha isso. € fundamental que todos conhecam
2 historia e entendam que ela éfelta por nds @ cada dia:Caso
contrério, nossa identidade nao se-constréi
Outro‘estudioso do assunto, Maurice Tardif, docente da
Universidade de Montreal (UdeM);no Canad, lembra'que, a6
chegar em uma escola, entramos em uma densa cultura educacional
com mais de 2,5 mil anos deiidade. As idelas ¢ 0s valores que hojeAs primeiras salas de aula em nossa terra foram
criadas pelos jesuitas para evangelizar 68 indios.
“ANALIGIASCACHETTI anascachewi@fvcorg.br
Jagan: ‘0s curumins (flhos dos indios) ¢
Srfa0s porttigueses. Mais tatde, os filhos dos
proprietdrios das faz
alhos dé canacde-actica
Em todos os casos, apenas meninos. Esses foram
dh sspememsclnos ‘da Educacio formal (e letr=-
~~ day brasileira. os padres jesufts, os primeiros
|. proféssores. De 1549, quando’ padre Manuel da
‘Nobrega (1517-1570) chegou ao nosso'territério
nacaravela do governadorgeral Tomé de Sousa
(1503-1579), até 1759, quando’ Sebastiio José de
Carvalho e Melo (1699-1782);0 marqués de Pom
bal, expulsou a Companhia de Jesus, a eatequiza-
eGo eo ensino se misturaram.
Franciscans e outras ordens religiosas chega-
yan @ realizar algumas tentativas pontuais de
ensino, como lembra Dermeval Saviani em His-
° tdria das Ideias Pedagéicas no Brasil (498 pags, Ed.
le gato e dos enge-
as foramos jesuitas que lograram a constituicab
de uma:tede’educacional. Os primeiros passos
vy foram dados nas casas de bé-ébd (ou confrarias
‘meninds). “Logo apés o desembarque, 8 jest
‘tas iniciaram a conversao dos indios ao cristianis-
‘mo ensinando-os rudimentos dg tere escrever,
numa concepeao evangelizadors que se materia:
‘J. € Marisa Bittr, docentes da Universidade Fe-
deral de Sio Carlos (Ufscat), no artigo.A Génese
das InsttugdesEscolares no Brasil.
eon
lizaria, depois, nos famosos catecismos bilingues,
emtupie portugues’, escrevem Amarilio Ferreira) das Escrituras)jé que a escola era quase um siné-
e
0 objetivo principal era catequizar — afinal, a
lereja Catlica se senta ameagada pela Reforma
Protestante mas para isso todos precsavam sa
berler‘As letras doutrina estavam imbricadas
na cultura europeia medieval vigente ainda nos
‘séculos 16 ¢ 17.E a gramitica portuguesa também
vinha:carregada de oragdese pensamentos reli-
siosos explica José Maria de Paiva, da Univers
dade Metodis de Piracicaba (Unimep).
Nas casa de bébé, moravam os padres eme-
ninos bios trzidos de Portugal: Eses pequenos
vestudantes ajudavam-a despertar a-aten¢io das
~eriangas indigenas. As/aulas eram bilingues (em
pormugués etupi considerada a lingua predomi-
nanté fo litoral, onde a ocupacio brasileira co-
merout) eo ensino dos dogmas catSicos era seguir
dove perto pela desvalorizacio dos mitos indige-
nas. Segundo relato.do padre josé de Anchieta
Autores Associados, tel, 19/3289-5930, 89 reais))\. (1534-1597) a Indcio de Loyola (1491-1556), fun-
dador da Companhia de Jesus, os {ndios entrega-
vam seus filhos “de boa vontade” para serem en
sinados e, a retornar para 0 convivio com seus
pai, as criancas colaboravam para disseminar‘o
‘dedrio catdlico entre os adultos.
‘PINao havia uma formagio especifica para que
um padre se tornasse professor. “Bastava saber ler
{¢escrever, mas principalmente conhecer as Sagra-
nnimo de sacristia ¢ estudar significava se tornar
lux bom cristio’, comeenta Marisa: métod
sista em ouvir repetiro que ossacendote esi
hicclo an ono em nes 8 Mem Tatra EAprincipal cuidado:
_quie temos deles (os indios)
esta em Thes declararmos. .
~ descuidar o ensino das
‘tras; estimam-no tanto
se nao fosse esta atracao,
-. ‘talvez nem.os pudéssemos
levar a mais nada”
PADRE JOSE DE ANCHIETA
navam. “Quanto mais fie] aos ensinamentos, me-
Thor’ complementa Fereira J.
‘Outro marco dadidatica da época era ouso do
Aioates infos pea aio
C4 Aouse nos uso e costumes indigenas,utilizando-
se das musics das dancas dos cantos usados em
suas fests cerimoniais em seus autos. Para atingiF”
0s objtivos de catequizar educar 0s cinticos e
as poesias eram traduzidos eadaptados",contam
a pesquisadoras Yara Kassab, Inez Garbuio Peral
ta Vera Cecilia Machline no artigo 0 lidico Na
Festa de Sio Lourengo de José de Anchieta. Nas
cznas,0s habitos dos nativoseram adaptados para
uma vida considerada mais criti e costumes co
‘mo.anudez € a bigamia eram criticados. “0 jesu-
{ta percebe que o teatro podia ser uma estratégia
pedagégica promissora e um instrumento de co-
‘municacio com os indios para transmissio da
douttina catSlica, dos valores morais¢ cultuirais ~
europeus ocidentais, bem como a propagacio da
Lingua Portuguesa, completam.
Saviani lembra que Anchieta (lea a fase do
Pare acima)_era-uum “hdbil conheced
guas"-Além do espanol, seu idioma nativo, ele
sabia portugués e latim , apée sla chegada a0"
Brasil aprendeurapidamente a chamada"lingua
eral” dos indigenas Foi responsével porelaborar
‘uma gramdtica do tupi, que fatilitou muito otra-
balho de evangelizacio.
Centenas de regras documentadas
‘A atuasao dos jesuftas no ensino nao foi exclu
Uo)
gio educaivae ofee com oR Studirun, pro-
sulgado em 1599, commaisde 400 regras(eiaa
ermine de concurs sobre a atuagiodosjesutas na
pga seguint). O docurpento reafirma pontos
‘Um bom exemplo € a regra niimero 34, apr:
sentada:por Norberto Dallabrida, professor da
‘Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc),
no artigo Moldar a Alma Pléstca da Juventude: a
Ratio Studiorum e a Manufitura de Sujeitas Letra:
dos eCatilicos Ela trata da seleco dos livros:“To-
me todo.0 cuidado,e considere este ponto como
da maior. importancia, que de modo algum se
sirvam os nossos nas alas de livros de poetas ou.
outros que possam ser prejudiciais honestidade
aos bons costes, enquanto nao forem expur-
‘gados os fatos e'palavras inconvenientes;e se de
‘todo no puderem ser expurgados(..) prefervel
que nao leiam para que a natureza do contesido
nfo ofenda a pureza da alma’.
Dcom as novas determinagées enecessidades da
‘Companhia, as casas de bé-&-b foram dando lu-
gar aos colégios,¢ a Educagdo passou a serinicia-
da com contetdos que hoje seriam equivalentes
a0 Ensino Médio: A alfabetizacio era necessiria
para acompanhar esses estudos.F 0,foco do ens-
‘no:mudou dos curumins para os filhos-de colo-
1105.0 fils dos escravos também eram alfabe
tizados para serem convertidos’ diz Ferreira Jr.
Outro expoente dessa ondem religiosa,o padre
Ant6nio Vieira (1608-1697) teve uma intensa pro-
‘vidade do Brasil. Eles também abriram colégios =:
ia Europa, na.dsa eem outros paises da Améri
ca Biante dso, a ordem quis egulamentar sua
Os padres comecaram a catequlzar os
-Indlos logo que desembarcaram no Brasil
LDDs
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