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AUTARQUIA EDUCACIONAL DE AFOGADOS DA INGAZEIRA

FACULDADE DO SERTÃO DO ALTO DO PAJEU


BACHARELADO EM DIREITO – PERÍODO 3º – DIREITO CIVIL II
PROF.: JONAS CASSIANO
DISCENTE: ANDRICELIO MOREIRA
ATIVIDADE: QUESTIONÁRIO

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

1. Defina o significado de “obrigação” no campo do Direito Civil, e


explique o que se compreende por seu caráter pecuniário e
caráter transitório.

R – No âmbito do Direito civil, obrigação, significa uma relação


entre duas partes, um credor e outro devedo; constituida de um
vínculo jurídico, que nos constrange a dar, fazer ou não
fazer alguma coisa, em regra economicamente apreciável.
Tem um carater transitório, pois não se estende eternamente;
quando alcançado seu objetivo, põe fim a obrigação.

2. Descreva a estrutura das obrigações. Diferencie as obrigações


civis das obrigações naturais. Quanto à exigibilidade, é possível
distinguir as obrigações civis das obrigações naturais?

R – A obrigação, estrutura-se pelo vínculo entre dois sujeitos,


para que um deles satisfaça, em proveito do outro,
determinada prestação. De um lado tem-se o Credor (polo
ativo), o qual tem o direito de exigir do devedor o cumprimento
de uma prestação, que é o objeto da obrigação; e do outro
temos o Devedor (polo passivo), que tem o dever de cumprir a
prestação (dar, fazer ou não fazer).

Devedor cumpri uma obrigação para com o Credor!

Nas obrigações civis nós temos os três elementos:


credor, devedor e o vínculo jurídico; já na obrigações naturais
não teremos o vínculo jurídico, sua ausência retira destas o
carater da exigibilidade, sendo assim uma obrigação
incompleta.
3. O que são obrigações propter rem?

R - Propter rem, “em razão de”, são as obrigações reais que


estão a cargo de um sujeito, à medida que este é proprietário
de uma coisa, ou titular de um direito real de uso e gozo dela.

4. A Lei pode ser considerada fonte das obrigações? Quais as


fontes das obrigações consagradas pela doutrina?

R – A doutrina entende que a Lei só institui obrigação dentro de


um contexto de manifestação de vontade, ou prática de ato
ilícito, de modo que não pode ser fonte própria de obrigações.
As fontes consagradas pela doutrina são a Vontade humana e
por Ato ilícito, quando da prática deste se cause dano a
outrem, o que dá ensejo ao dever jurídico de reparação de
dano.

5. Diferencie obrigação de meio de obrigação de resultado.


Exemplifique.

R – Obrigação de Meio é quando um prestador de serviço se


compromete a cumprir determinada tarefa sem definição pra
se alcançar um fim específico. Ex: Contratei o fornecimento de
conexão de internet com a Spedinng Net, mas a forma e os
meios físicos ficam por da empresa definir pra que a conexão
chegue até o meu endereço físico. E obrigação de Fim é o
oposto da anterior, o objetivo almejado é exatamente alcançar
um determinado fim no ato da contratação do serviço. Ex:
Contratei o fornecimento de conexão de internet com a
Spedinng Net, todavia, com a definição de ser uma conexão de
4Gbts de velocidade, caso não mantenha a velocidade, posso
reclamar a reparação do serviço.

6. Apresente o significado civil-obrigacional de “tradição”,


“resolução”, “exceção”, “perda”, “deterioração”, “prestação”,
“concentração”, “solidariedade”, “adimplemento”, e
“solvência”.

R - Significado civil-obrigacional:
 Tradição: é a entrega da coisa a seu adquirente, só a
partir da tradição se consolida a transferência da
propriedade.
 Resolução: é o encerramento da obrigação, retornando-
se ao status quo ante, ou seja, ao estado de antes do
negócio feito.
 Exceção: são os argumentos de defesa que a parte pode
usar em casos de defeitos do negócio; as defesas
arguidas no negócio pelas partes.
 Perda: é a perda total do bem por ter sido roubado,
furtado ou destruído por completo.
 Deterioração: é a perda parcial do valor do bem pelo
motivo de ter sido danificado.
 Prestação: é o compromisso assumido pelo devedor em
um negócio realizado.
 Concentração: é a escolha de uma dentre outras
obrigações alternativas, feita a escolha, a obrigação
concentra-se na prestação eleita. As consequências
jurídicas, a partir daí, passam a ser de uma obrigação
simples. Esse é o efeito fundamental da concentração, ou
seja, converter uma obrigação alternativa em obrigação
de coisa certa ; há uma concentração dos deveres do
devedor sobre esse objeto. A concentração é irrevogável.
Uma vez operada, sobre um dos objetos, os demais
objetos que compunham a prestação possível deixam de
estar sujeitos às pretensões do credor, o que é
consequência natural da conversão da obrigação
alternativa em obrigação de coisa certa.
 Solidariedade: é responder em conjunto com outros,
credores ou devedores, pelas perdas ou lucros do
negócio.
 Adimplemento: é cumprir a(s) prestação a que se
compremeteu para com o credor dentro dos prazos
estipulados.
 Solvência: é ter condições materiais, o devedor, para
cumprir com a prestação a que se obriga com o credor.

7. O que se entende como obrigação “intuitu personae”?

R – Obrigação intuitu personae, significa que somente pela


pessoa do devedor poderá a prestação ser cumprida, não se
admitindo a substituição da parte devedora. Trata-se de
obrigação infungível, sendo possível que ela ocorra ora da
própria natureza da obrigação (como é o caso da pintura de
retrato, ou da exibição de orquestra, ou de corpo de baile, por
exemplo), como também do contrato, isto é, embora existam
muitas pessoas tecnicamente capacitadas para cumprir a
obrigação, o credor não admite a substituição (como é o caso,
por exemplo,da contratação de advogado para fazer defesa no
Tribunal do Júri.

8. Defina o significado de “astreintes” e explique a sua utilidade


no cumprimento das prestações obrigacionais.

R – Astreintes são multas diárias aplicadas à parte que deixa


de atender decisão judicial. É aplicada para coibir o adiamento
indefinido do cumprimento de obrigação imposta pelo Poder
Judiciário, ou seja, forçar o cumprimento das prestações.

9. Diferencie obrigações alternativas de obrigações facultativas.

R - A obrigação alternativa é aquela de início relativamente


indeterminada, mas que se determina antes da execução ou
simultaneamente com esta, e conceitua-se como tipo
obrigacional em que existem unidade de vínculo e
pluralidade de prestações, liberando-se o devedor, mediante
o pagamento de uma só das prestações. Na obrigação
facultativa há uma prestação principal, que constitui o
verdadeiro objeto da obrigação, e uma acessória ou
subsidiária. Essa segunda prestação constitui um meio de
liberação que o contrato reconhece ao devedor. A faculdade é
do próprio devedor e só dele.

10. Apresente as possíveis razões que levam à indivisibilidade


das obrigações. Exemplifique.

R - As obrigações podem ser indivisíveis por sua natureza (p.


ex., animal), por motivo de ordem econômica (p. ex., pedra
preciosa) ou dada a razão determinante do ato negocial (p.
ex., reforma de prédio por vários empreiteiros, em que o dono
da obra convenciona que pode exigi-la por inteiro de qualquer
um deles); pois sua divisão em várias obrigações parceladas e
distintas, uma vez cumprida parcialmente, o credor não obtém
nenhuma utilidade ou obtém a que não representa a parte
exata da que resultaria do adimplemento integral.

11. Conceitue e diferencie obrigações indivisíveis e


obrigações solidárias.

R - A obrigação indivisível é aquela cuja prestação só pode ser


cumprida por inteiro, não comportando, por sua natureza, por
motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do
ato negocial o cumprimento em etapas ou divisões. Já a
obrigação solidária é um artifício técnico utilizado para
reforçar o vínculo, facilitando o cumprimento ou a solução da
dívida. Ela será solidária quando a totalidade de seu objeto
puder ser reclamada por qualquer dos credores ou
qualquer dos devedores. O efeito fundamental é o mesmo
das obrigações indivisíveis, todavia, nesse caso a possibilidade
de reclamar a totalidade não deriva da natureza da prestação,
como acontece nas obrigações indivisíveis, mas da vontade
das partes.
12. Diferencie cessão de crédito “pro soluto” de cessão de
crédito “pro solvendo”.

R – Cessão “pro soluto” é quando o cedente do crédito


responsabiliza-se apenas pela existência do crédito, não se
responsabilizando pela solvência do devedor. E a Cessão “pro
solvendo” é quando o cedente se responsabiliza pela
solvência do devedor, ou seja, deverá arcar com o
pagamento do crédito, caso o cedido (devedor) não o faça.

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